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Arquivo : Tyson Chandler

Jukebox NBA 2015-16: Phoenix Suns, Superchunk e alta velocidade
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Giancarlo Giampietro

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Vamos lá: a temporada da NBA já está quase na metade, e o blog passa da malfadada tentativa de fazer uma série de prévias para uma de panorama sobre as 30 franquias da liga, ainda  apelando a músicas, fingindo que está tudo bem. A gente se esbalda com o YouTube para botar em prática uma ideia pouco original, mas que pode ser divertida: misturar música e esporte, com uma canção servindo de trilha para cada clube. Tem hora em que apenas o título pode dizer algo. Há casos em que os assuntos parecem casar perfeitamente. A ver (e ouvir) no que dá. Não vai ter música de uma banda indie da Letônia, por mais que Kristaps Porzingis já mereça, mas também dificilmente vai rolar algo das paradas de sucesso atuais. Se é que essa parada existe ainda, com o perdão do linguajar e do trocadilho. Para mim, escrever escutando alguma coisa ao fundo costuma render um bocado. É o efeito completamente oposto ao da TV ligada. Então que essas diferentes vozes nos ajudem na empreitada, dando contribuição completamente inesperada ao contexto de uma equipe profissional de basquete:

A trilha: “The Question Is How Fast”, por Superchunk. (Nem clipe tem)

Superquem?

O Superchunk, banda indie dos anos 90 que nunca foi um hit em paradas de sucesso, mas teve seu culto de seguidores a partir de Chapel Hill, que já foi casa de Michael Jordan, James Worthy, Rasheed Wallace, Vince Carter e, claro, Tyler Hansbrough, justamente por acolher a prestigiada UNC (Universidade da Carolina do Norte). Mas é preciso dizer que os caras da banda não estavam nem aí para os estimados Tar Heels. Envolvidos com música, ativismo social e mais música, fundaram a Merge Records, que lançaria anos depois o Arcade Fire e divulgaria também bandas como Teenage Fanclub, Spoon, entre outras atrações mais alternativas.

Mas, como eles próprios diriam com naturalidade, que se dane a vocação da banda, no caso. O que vale é que o título dessa canção e sua pegada contam muito sobre o estado de desarranjo em que se encontra o Phoenix Suns a poucos dias do intervalo do All-Star. O quão rápido eles queriam voltar aos playoffs? O quão rápido o trem saiu dos trilhos? O quão rápido acabou o respeito por Jeff Hornacek? O quão rápido Earl Watson foi promovido? O quão rápido o time queria jogar, mesmo quando não tinha bons armadores em quadra para conduzir os negócios? O quão rápido Markieff Morris vai conseguir virar a chave e tentar mostrar serviço nas próximas semanas para se mandar do time? O quão rápido o gerente geral Ryan McDonough vai conseguir limpar essa bagunça toda? Essas são algumas das questões pendentes.

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O próprio McDonough admite: a equipe e seu trabalho viraram reféns do próprio sucesso inesperado da primeira campanha, em 2013-14, quando conseguiram 48 vitórias e, numa das conferências mais fortes da história, ficou fora dos playoffs. Em julho de 2014, a franquia estava se sentindo tão bem, que até mesmo tentou se intrometer na disputa por LeBron James, se aproveitando do fato de Eric Bledsoe ter o mesmo agente do superastro. Sonhar não custava nada. Mesmo com o óbvio não, sem problemas, eles tinham um futuro auspicioso pela frente. Ou talvez estivessem empolgados demais, se distanciando um pouco da realidade que os cercava.

Goran Dragic havia sido eleito para o grupo dos 15 melhores da liga. Eric Bledsoe brilhou ao seu lado, assumindo mais responsabilidades no ataque do que nos tempos de Clippers, mas sem ser exigido demais (até que o esloveno se lesionou). Markieff Morris progredia, enquanto Channing Frye bombardeava. Gerald Green jogou o melhor basquete de sua carreira. Todos felizes que só, empolgados com o ritmo de jogo alucinante de Jeff Hornacek, o segundo técnico mais votado naquela temporada, atrás de Pop.

Com Dragic, o Suns corria com velocidade e um propósito. Miragem?

Com Dragic, o Suns corria com velocidade e um propósito. Miragem?

Passou tudo como uma miragem no deserto do Arizona. Quando chegaram a fevereiro do ano passado, Dragic já havia pedido para ser trocado. Pressionado, o gerente geral se envolveu em uma sequência alucinante de negociações que pode muito bem ter custado o seu cargo, mandando embora três armadores de uma só vez, para ter o direito de pagar US$ 70 milhões a Brandon Knight, abrindo mão de escolhas de Draft preciosas, recebendo outras mais longínquas. Foram tantos telefonemas, trocas de mensagem, boatos, confirmados ou não, que demorou uns dois ou três dias para jogadores, técnicos e torcedores entenderem qual era o elenco que o Suns levaria até o final do campeonato.

De lá para cá, só desarranjo, descendo a ladeira.

Bledsoe, e uma nova cirurgia no joelho: a terceira no menisco

Bledsoe, e uma nova cirurgia no joelho: a terceira no menisco

O flerte com LaMarcus Aldridge acabou sendo o melhor momento do clube. Tudo para ver o San Antonio Spurs (mais uma vez!) estragar a festa. Até o final de novembro, a equipe se segurou com oito vitórias e nove derrotas (desde então, são 6 triunfos e 27 reveses, com 18,1%, pior até que o Lakers). Mas o vestiário já estava fraturado, prontinho para virar as costas para Hornacek, sem controle algum sob a situação. Antes disso, o técnico não havia conseguido trabalhar variações ofensivas para um time que dependida tanto da criatividade de Dragic na transição, para abrir a quadra para os chutadores e cortes dos pivôs em meia quadra. O plano ainda era correr o mais rápido possível: o Suns ainda é o quarto que mais corre no campeonato,  mesmo sem as peças necessárias, com Eric Bledsoe precisando de mais uma cirurgia no joelho e Knight se atrapalhando com a bola antes de ser afastado por lesão.

Faltou flexibilidade a Hornacek, mas também faltou jogador, por azar ou não. Para variar, sobrou para o técnico. Agora cabe a Earl Watson assumir essa, instruído a cobrar mais dos atletas, procurar algum sentido de união no clube e, ao mesmo tempo, desenvolver os mais jovens – excluindo desde já o ala TJ Warren, fora da temporada devido a maaais uma lesão grave no elenco. Boa sorte. “A primeira ordem para nós é construir confiança e um programa, e, não, apenas uma organização. Construir uma família. Temos de amar, temos de estimular, nutrir e ensinar”, disse. O quão rápido suas mensagens serão processadas?

A pedida? Eram os playoffs… Agora, bem, virou Ben Simmons (ou Brandon Ingram). Quando listei as músicas de pré-temporada, ao Suns estava endereçada uma pérola do U2 – “Stay (Far Away, So Close!)” –, para tratar justamente da pressão em cima de um time que parecia muito perto da briga pelos playoffs, mas sem garantia alguma, morrendo na praia nos últimos anos. Agora, quase três anos depois de McDonough assumir o clube, o Suns enfim se encaminha para ter uma escolha alta no Draft. Se, em 2014, a ideia era se aproximar de Andrew Wiggins, Jabari Parker ou Joel Embiid, agora os alvos são os alas Ben Simmons, Brandon Ingram e Dragan Bender, de preferência. Se, há dois anos, a bem-sucedida-e-frustrada campanha de 48 vitórias impossibilitou uma aposta mais promissora do que TJ Warren, agora o clube caminha em direção ao topo da lista de recrutamento. De acordo com projeção do “Basketball Power Index”, do ESPN.com, o Suns teria 34,5% de chances de ficar entre os três primeiros. Uma probabilidade menor que a de Sixers, Lakers, Nets e Timberwolves.

Ben Simmons: o prospecto da vez, dinâmico, mas sem chute

Ben Simmons: o prospecto da vez, dinâmico, mas sem chute

A gestão: McDonough chegou ao Arizona com a reputação de ser dos melhores scouts, avaliadores de talentos da liga, alguém da confiança de Danny Ainge, protagonistas em diversas boas escolhas do Celtics nos últimos anos. Ao Phoenix, levou Alex Len (quinta escolha em 2013), Archie Goodwin ( Warren (14º em 2014), Tyler Ennis (18º em 2014), Bogdan Bogdanovic (27º em 2014) e Devin Booker (13º em 2015).

É uma sólida coleção de jovens jogadores, embora uma ou outra escolha pode ser questionada – como é o caso da grande maioria das escolhas, na verdade. Nerlens Noel, CJ McCollum, Kentavious Caldwell-Pope, Giannis Antetokounmpo, Dennis Schröder e Rudy Gobert, todos hoje mais produtivos, estavam disponíveis para o lugar Len. Mas é inegável que o pivô ucraniano ainda tem muito potencial para se explorar. Ennis foi selecionado com o intuito de se encurralar o Toronto Raptors e acabou sendo uma furada – embora seja muito jovem ainda para se considerar um fiasco em Milwaukee. A ideia por trás de Bogdan-Bogdan era assegurar os direitos sobre um jovem europeu que não fosse ocupar espaço no elenco e teto salarial do clube por um tempo. Olhando em retrospectiva, sob as mesmas condições, o extraordinário pivô Nikola Jokic, seu compatriota, estava disponível. Até aí, outros 39 atletas foram selecionados antes do sérvio. E Bogdan-Bogdan segue progredindo sob a orientação de Zeljko Obradovic na Turquia. Sobre Devin Booker, ainda está muito cedo, mas os primeiros sinais mostram um talento imenso para aquele que é o jogador mais jovem em atividade na liga. Ironicamente, era venerado por Hornacek, com quem obviamente poderia aprender muito.

McDonough tem Watson como salvação?

McDonough tem Watson como salvação?

Agora… nos anos 60 e 70, talvez os gerentes gerais da liga só se preocupassem, mesmo, com o que se passava em quadra. A NBA de hoje é muito mais complexa que isso. Entre tantas outras nuanças, o jovem dirigente também se sai bem ao administrar a folha salarial do time, para a aquisição de novas peças, se permitindo a chance de flertar com grandes contratações como a de LaMarcus Aldridge (que passou perto…). Mais um ponto para ele.

Ao lidar com jovens e velhos astros, porém, as complicações vão além. Tem mais, muito mais. E aí David Blatt pode falar uma coisa ou outra a respeito. Pesa muito o modo como você se relaciona com o elenco, a comissão técnica e todos os adendos dessa turma. E esse ponto não parece ser um dos mais fortes de McDonough Entre tantos atletas negociados por ele, há um consenso: eles desembarcam no aeroporto soltando cobras e lagartos sobre a organização e a diretoria. Dizem que não são sinceros. Que quase não há comunicação e ninguém sabe ao certo o que se pensa sobre eles. Mais: as diversas trocas executadas nos últimos dois campeonatos quase sempre ignoraram a química do vestiário. Muitas peças se duplicaram e criaram confusão.

Em tese, por exemplo, fazia todo o sentido contratar Isaiah Thomas como terceiro armador numa rotação que usaria dois desta posição o tempo todo. Seriam 32 minutos para cada? Razoável, não? Claro que sim. Mas “claro que não”, ao mesmo tempo. Goran Dragic estava prestes a se tornar agente livre. Eric Bledsoe queria muito mais, depois de tanto tempo como reserva de Chris Paul. O mesmo vale para Thomas, que queria mais atenção vindo de Sacramento. Isso para não falar no rolo todo dos irmãos Morris: assinar um pacote em conjunto para os gêmeos foi algo inédito e que pareceu bonitinho na época e que se tornou uma armadilha. Os dois, segundo consta, aprontaram uma barbaridade na temporada 2014-15, no dia a dia do clube – isso para não falar na possibilidade de ambos serem presos. Markieff diz que o gerente geral o traiu ao mandar Marcus para Detroit. Agora, se defender a parceria era algo tão importante assim, talvez eles pudessem ter sido mais profissionais, não? Mais tranquilos? O ala-pivô não quis saber. Virou um encosto para o time, sem dar ouvidos a Chandler. Todos esses são sentimentos difíceis de se administrar.

Em meio a tanta incerteza, insegurança, sobrou para Hornacek. O curioso é que, mesmo no processo de sucessão do treinador, mais um processo bizarro foi conduzido. Em vez de nomear Watson prontamente – que era o movimento esperado por nove a cada dez observadores da franquia –, decidiram fazer entrevistas com os demais assistentes, fazendo dos únicos técnicos remanescentes concorrentes entre si. Se buscavam união, não parecia.

Porém, em sua coletiva para explicar a troca de técnico, o gerente geral também se mostrou fragilizado. Ele sabe que, se houver uma próxima queda, muito provavelmente sua gaveta será esvaziada. O que não seria de todo justo, aliás. Jogar toda a culpa em seu escritório seria tolice.

Cedo ou tarde, Robert Sarver, o proprietário do clube odiado pela torcida, daqueles que mete a mão na massa e interfere demais, vai ter de responder publicamente por tantos tropeços.

Olho nele: Devin Booker.

No período pré-Draft, o jovem ala era visto como o melhor arremessador em potencial daquela turma toda, mas não mais do que isso. Sim, o tiro de longa distância é uma habilidade altamente requisitada no mercado da NBA hoje e já explicaria uma escolha alta. Muitos o questionavam como um talento de ponta. Com apenas meia temporada como profissional, o garoto mostra que tem muito para onde crescer. A cada jogo, parece colocar em prática uma surpresinha, especialmente na criação de jogadas, aprendendo rapidamente como guiar um pick-and-roll, batendo para a cesta, indicando que pode se tornar uma arma completa. Em janeiro, com tempo de quadra generoso (33,6 minutos), respondeu com 17,3 pontos, 3,2 rebotes e 2,6 assistências, convertendo 35,2% nos chutes de fora. Aproveitamento fraco para um especialista, certo? Só leve em conta de que ele está trabalhando sem nenhum armador ao seu lado e também ficando mais visado – com o time completo, passava dos 50%. Booker é a única nota positiva do time em um campeonato caótico.

earl-watson-card-sonics-rookieUm card do passado: Earl Watson. Um dado um tanto assustador: Watson começou sua carreira já neste século, em 2001-2002, draftado pelo Seattle SuperSonics, via UCLA, para ser reserva de um veterano Gary Payton. Aquela seria a sétima temporada de Kevin Garnett e a sexta de Kobe Bryant. Paul Pierce, Jason Terry, Vince Carter, Dirk Nowitzki, Tim Duncan também tinham boa rodagem. E aqui estamos: 15 anos depois, aos 36 (dois mais velho que Tyronn Lue), o ex-armador se torna o técnico mais jovem da liga. Muito cedo?

Desde os últimos jogos pelo Utah Jazz e o Portland Trail Blazers, entre 2013 e 2014, havia a expectativa em torno de Watson de que não demoraria muito para ele virar um treinador. Quando decidiu se aposentar aos 35, certamente ainda seria capaz de conseguir um contrato de salário mínimo para ajudar um time mais jovem ou compor um elenco de veteranos, atuando praticamente como um mediador entre os técnicos e os atletas. Basicamente, será esta a sua missão agora em Phoenix, mas com mais responsabilidades e o distanciamento inevitável e necessário que seu novo cargo pede. Fora o lado de relações institucionais, restam dúvidas sobre sua bagagem tática para guiar um time de NBA.

Para constar, Watson tem ascendência mexicana por parte de mãe, uma característica que, no Arizona, pode fazer dele alguém de apelo popular. Ele terá meia temporada, contudo, para mostrar do que é capaz.


Dallas Mavericks: de volta para o futuro
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Giancarlo Giampietro

30 times, 30 fichas para a temporada 2014-2015 da NBA

Nem faz tanto tempo assim, né?

Nem faz tanto tempo assim, né?

Valeu a pena ter desmontado um time campeão pelo direito de contratar Monta Ellis e Chandler Parsons? Na frente da câmeras, um bilionário confiante como Mark Cuban, o dono de franquia mais atirado da NBA, militante das redes sociais, pronto sempre para desafiar os jornalistas e os concorrentes, certamente vai dizer que sim. Vai dar de ombros: tipo, vocês não sabem do que estão falando.

Mas pergunte a Shawn Marion, José Juan Barea, DeShawn Stevenson e até mesmo a Tyson Chandler, que está de volta a Dallas, o que eles pensam a respeito. Você pode esperar respostas que variam da ironia ao rancor, de uma gargalhada a lágrimas deprimidas, num reflexo da decisão corajosa – e duvidosa – que Cuban e Donnie Nelson tomaram no verão de 2011, abrindo mão de vários integrantes do único time da franquia que conseguiu o título, depois de centenas de milhões de dólares gastos e diversas tentativas frustradas.  “Nós não demos a nós mesmos a chance de defender o troféu”, lamenta Marion, ainda hoje, em Cleveland.

As regras trabalhistas e o modelo de negócios da liga americana estava passando por uma drástica fórmula de reformulação, e a diretoria do Mavericks optou por não estender o contrato de diversas figuras importantes da campanha vitoriosa, de imediato, para preservar a tão propalada “flexibilidade” em suas operações. A ideia era não assinar contratos de longo prazo, em busca de teto salarial para conseguir mais uma superestrela para jogar ao lado de Dirk Nowitzki.

Parsons, pressão de US$ 45 milhões

Parsons, pressão de US$ 45 milhões

Na época, Cuban se gabava de enxergar o futuro da liga dois passos à frente dos concorrentes – e que prorrogar o vínculo de seus campeões seria oneroso a médio e longo prazo. Ok, tirando David Kahn, ninguém quer pagar US$ 4,5 milhões em média para Barea, a despeito dos estragos que ele fez contra o Miami Heat na final. Mas e quanto a Tyson Chandler? O Mavs abriu mão de um excelente defensor em seu auge. Com um adendo: um excelente defensor de 2,13 m de altura, inteligência, força física e liderança. Numa confissão de arrependimento, se viram obrigados a resgatá-lo três anos depois. Três anos mais velho, no caso.

Com o espaço na folha salarial, os caras bem que tentaram. Queriam Deron Williams – e deram sorte de não consegui-lo. Dwight Howard nem aceitou a piscadela direito. Chris Paul não foi para o mercado. Carmelo, LeBron… Sonhar não custava nada. No fim, os novos companheiros de impacto para o craque alemão se tornaram Ellis e Parsons, mesmo. Ellis fez seu melhor campeonato sob a orientação do crânio Rick Carlisle, desafogou a vida de Nowitzki e, ganhando US$ 8,6 milhões este ano, tem um salário que parece barganha – seu ex-companheiro de Milwaukee, Brandon Jennins ganha apenas US$ 600 mil menos, e ele só se equivaleria a Monta em seus delírios egocêntricos. O que economizaram nesse negócio, contudo, tiveram de despejar na conta bancária de Parsons. Para tirar o ala de Houston, só mesmo pagando US$ 45 milhões por três anos, num contrato cheio de artimanhas para evitar que o Rockets cobrisse a oferta. Como se precisasse.

Com Nowitzki ainda desafiando a lógica, esses dois reforços, a volta de Chandler, um elenco de apoio experiente e competente e um treinador ainda subestimado, o Mavs está fortíssimo. Só não dá para dizer que esteja mais perto do título do que três anos atrás…

Dirk, novo arremesso, ainda mais difícil de se parar? Apelão

Dirk, novo arremesso, ainda mais difícil de se parar? Apelão

O time: o ataque do Dallas vai seguir de elite, não há dúvida. Na temporada passada, foi o segundo mais eficiente da liga, empatado com o do Miami. Nowitzki ainda é a figura central aqui, com sua incrível capacidade de conversão nos arremessos, que contraria sua mobilidade cada vez mais reduzida. Nesse ponto, mais uma vez se faz necessário o elogio a sua dedicação nos treinamentos. Com o alemão representando ainda uma séria ameaça para qualquer defesa, por sua capacidade de matar de qualquer canto da quadra.

A presença de Ellis, um criador de primeira, ajuda a aliviar a pressão em cima do líder e também gera chutes mais fáceis. Parsons também oferece arremesso de longa distância e versatilidade, se movimentando muito bem sem a bola. Devin Harris chegou ao ponto de sua carreira em que virou subestimado. Jameer Nelson vai conduzir as coisas com segurança e também ameaça no perímetro. A defesa, porém, foi outra história: o Mavs se posicionou entre os dez piores para proteger sua cesta (8º pior, para ser mais exato), e a esperança é que a presença de Chandler, muito mais atento, alto e competitivo que Samuel Dalembert, ajude o time a subir uns dez degraus nessa lista, pelo menos. Se acontecer um milagre desses, a equipe sobe junto na duríssima conferência.

A pedida: para o Mavs seria muito importante o mando de quadra já na primeira rodada. Isso, claro, se eles chegarem aos playoffs. No Oeste, nunca se sabe…

Olho nele: Al-Farouq Aminu. O ala de 24 anos também foi contratado nas férias, mas sem a mesma badalação de Parsons. Porque, claro, é um jogador bastante inferior ao ex-garoto-propaganda do Rockets. Existem algumas coisas que Aminu sabe fazer muito bem, porém. É um excelente reboteiro para alguém de sua estatura, nem sempre jogando perto da cesta, com média de 8,5 na carreira, em projeção de 36 minutos. Oitava escolha do Draft de 2010, o jogador não tem lá uma posição definida, o que dificultou um pouco seu aproveitamento nas casas anteriores (Clippers e Pelicans). Mas é um atleta de primeiro nível, que pode ser muito bem aproveitado por uma cabeça aberta como a de Carlisle, que sabe tirar o máximo de seus comandados. Seu estilo, aliás, se encaixa com o de Dirk, atacando a tábua ofensiva com voracidade, enquanto o alemão tem liberdade para chutar de média para longa distância. Aminu, que defende a Nigéria em competições Fiba, pode ajudar no balanceamento de quadra, assim como ocorreu com Shawn Marion no passado.

Abre o jogo: “Ele me pareceu cansado hoje, e seu arremesso estava saindo curto. Ele está trabalhando para perder um pouco de peso. Ele está um pouco mais pesado. Isso é um trabalho em progresso, e hoje foi uma das noites que esse peso extra o atrapalhou”, disse o técnico Rick Carlisle, sobre Parsons, após uma derrota para o Oklahoma City Thunder em amistoso de pré-temporada. Para o treinador, o ala precisaria perder no mínimo 2,3 kg (cinco libras). A declaração sobre o homem de US$ 15 milhões anuais, claro, não pegou bem.

Abre o jogo 2: Parsons disse que daria conta disso. Depois, o treinador se viu obrigado a divulgar um comunicado pedindo desculpas ao jogador e todo seu elenco. “Foi injusto e inapropriado destacar Parsons. Foi um erro de julgamento”, afirmou. Aí o reforço disse que tudo bem: “Ele veio falar de homem para homem, e temos um ótimo relacionamento. Já ficou no passado, agora vamos seguir em frente. Isso apenas mostra que tipo de cara ele é. Estamos nessa juntos”, disse. Carlisle, então, brincou: “Caso fechado. Já recebi minha punição. Minha esposa e minha filha agora são seguidoras oficiais de Chandler Parsos no Twitter e no Instagram”.

Você não perguntou, mas… saiba que, nas férias, aos 36 anos, com aproveitamento excepcional e mais de US$ 200 milhões ganhos durante toda a carreira, Dirk achou que era prudente desenvolver uma nova mecânica de arremesso, de modo que se tornasse mais rápido em sua elevação, uma vez que a agilidade nas pernas já está bastante reduzida. Trabalhou, para isso, com seu bom e velho amigo/mentor Holger Geschwindner.

Detlet Schrempf, NBA, Alemanha, rookie, card, MavsUm card do passado: Detlef Schrempf. Muito antes de Nowitzki, o Dallas Mavericks teve seu primeiro ala vindo da Alemanha, com mais de 2,05 m e exímio arremessador. Quer dizer: Schrempf era alemão, mas não havia chegado diretamente de seu país, mas, sim, da Universidade de Washington, pela qual se formou. Aos 23 anos, ele estreou em Dallas na temporada 1985-86. Era reserva de uma grande equipe de meados dos anos 80, com Rolando Blackman, Mark Aguire, Derek Harper, Sam Perkins, entre outros. Num tremendo erro de cálculo, acabou trocado em fevereiro de 1989 para Indiana Pacers em negociação pelo pivô Herb Williams (cara que, depois, viraria patrimônio vivo do New York Knicks). Em Indiana, pela primeira vez, depois em Seattle, ele seria eleito para três All-Star Games, numa bela carreira. Schrempf era bastante sólido e versátil, fazendo de tudo um pouco, e bem. Ele se aposentou em 2001, aos 38 anos. A essa altura, seu compatriota já havia concluído sua terceira temporada na liga e era uma estrela em ascensão.


Ranking põe 2 pivôs brasileiros entre os 20 piores jogadores da NBA, mas qual deles deve se preocupar?
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Giancarlo Giampietro

Fab Melo, o Fabrício

Fabrício não pôde mostrar muita coisa como novato, e seu status despencou em um ano

O melhor da NBA já sabemos quem é. Começa com K, quer dizer, com L. Com “L”, tá, pra ficar claro? Todos sabemos.

E que tal brincar de falar sobre os 5oo (5 x 100) melhores jogadores da NBA? Foi o que o ESPN.com decidiu fazer mais uma vez, a partir desta semana, e o início desta insanidade afetou diretamente os pivôs Fabrício Melo e Vitor Faverani, listados supostamente entre os piores jogadores da liga. O impacto deste ranking para os dois deveria ser nulo – para um deles, contudo, acaba sendo muito preocupante.

Antes de comentar a parte que os atinge, vale gastar algumas linhas sobre o projeto em si.

Empilhar 500 jogadores é algo tão maluco, mas tão maluco – e absurdo, e apelativo, e… Interessante? –, que, se quisessem adotar uma prática sadomasoquista, poderiam divulgar o resultado com um nome por dia, e assim passaríamos quase um ano e meio acompanhando o projeto.

Mas o site americano não precisa disso. O que eles vão fazer é pegar as cinco centenas de jogadores que seu imenso estafe ranqueou e dividi-las em blocos, de modo que a coisa dure apenas umas duas semanas, se tanto. A ideia, claro, é que acabe quando os training camps estiverem prestes a começar. Matam, assim, dois coelhos, dois pobres coelhos de uma vez: não só cobrem um período no qual, para eles, a notícia mais interessante pode ser a próxima briga que um Goran Dragic vá descolar na Europa, como arrumam um jeito de levar sua polêmica para dentro da cobertura geral da liga. Kobe e Dwyane Wade já reclamaram, por exemplo. Kobe, que começa com K, assim como Kevin, de Durant.

Faverani para el mate

Faverani nem jogou na NBA ainda e já se vê metido em lista de polêmicas, ou quase-polêmicas

Aí começa aquela bagunça que só, agitando bares, escritórios, condomínios, sem contar a paróquia. Isso gera tráfego, audiência, e pode até para o jornalista brasileiro oportunista: “Cara, você não vai acreditar, mas o idiota do Vinte Um chegou a pensar em colocar o Kobe ou o Durant na frente do LeBron como o bambambam da NBA? Tem noção?!”, reclama um. E do outro lado do Skype o outro responde: “Afe, vôclicá, caramótoupeira”, e pronto. Talvez percam alguns segundos digitando algum comentário bombástico. Habemus cliques e cliques, e assunto pra conversa.

Mas não é de Kobes e LeBrons que vamos falar, não. Do ponto de vista tupinambá, o ranking mal começou e já atingiu dois brasileiros: Fabrício, ex-Boston Celtics, e Victor Faverani, um novíssimo Boston Celtic.

Para Vitor, que ficou na posição 481 da lista, isso não representa nada. Coisa alguma. Bulhufas.

Como você vai ranquear um jogador que nunca pisou numa quadra de NBA? E, por mais amplo que seja o painel de eleitores, com mais de 200, é de se duvidar que 5% (dez, no caso) tenham gastado mais do que cinco minutos do pivô em ação pelo Valencia. Mas nem no YouTube. Então… Como exatamente eles vão dar para o paulista uma nota  maior ou menor do que a de DeSagana Diop, o veterano pivô que está logo acima na tabela, como o número 480? Diop, que somou 0,7 pontos e 1,9 rebote em 10,3 minutos pelo Charlotte Bobcats no campeonato passado – e que em sua carreira nunca teve média de mais de 20 minutos. Não faz sentido.

Ainda assim, Diop, selecionado em 2001 pelo Cleveland Cavaliers num histórico Draft – o mesmo de Tyson Chandler, Eddy Curry e Kwame Brown –, conseguiu dar um jeito de permanecer na liga até hoje, acumulando 13 temporadas de experiência. Nada como os 2,13 m de altura. A mesma de Fabrício Melo, que ficou na… Tipo… Em… 499º, também conhecido como penúltimo lugar. Atrás dele? Apenas Royce White. O que, aliás, parece até piada – e não se enganem, os jogadores reparam, sim, nesse tipo de “produto editorial”.

White é um ala-pivô cujas habilidades intrigantes nunca puderam ser testadas pelo Houston Rockets em seu ano de novato, tornando-se muito mais famoso por sua luta/campanha a favor do reconhecimento de doenças mentais como algo sério e relevante e que deveria ser enquadrado na política da NBA da mesma forma que lesões em articulações etc.  Não é nenhum absurdo, mas o modo como ele conduziu a campanha foi desastroso, para dizer o mínimo, virando chacota entre dirigentes e torcedores e uma anedota durante a boa campanha do Rockets. Acabou trocado para o Philadelphia 76ers. Sixers, que na verdade estava mais interessado em obter os direitos sobre o pivô turco Furkan Aldemir como contrapartida.

Fabríco Melo no ataque, ou quase

Fabrício, marcado por Steve Novak. Diz muito?

Pois é. Esse figura recebeu uma nota 1,50, contra 1,55 de Melo. Para constar: a pontuação ia de 0 a 10, com o intuito de avaliar a expectativa em torno do “nível geral de cada jogador para a próxima temporada da NBA”. Fabrício caiu de 389 para penúltimo. E aqui o ranking se torna relevante porque confirma uma percepção negativa em torno do jovem brasileiro ao redor da liga. Seu status não poderia estar mais baixo no momento.

De certa forma, poucos viram o brasileiro jogar no último ano também. Vestido de Celtic, ele ficou em quadra por apenas 36 minutos em toda a campanha 2012-2013. Não dá nem uma partida inteira de Fiba. Como avaliá-lo, então, de uma forma justa? Muito difícil. Daí que o fato de ele ter sido dispensado pelo Celtics não pegou nada bem e o empurrou ladeira abaixo. Afinal, era o clube que estaria mais interessado em seu desenvolvimento e, principalmente, mais informado a seu respeito, não? E, se Danny Ainge desistiu tão rápido, que tipo de mensagem isso passa para seus concorrentes e para quem cobre o assunto?

E há mais ingredientes: depois de apenas uma campanha, o pivô foi trocado pelo Boston Celtics para o Memphis Grizzlies. De imediato, a franquia gerida por fanáticos por estatísticas decidiu por dispensá-lo – isto é, estavam mais interessados nas possibilidades estratégicas que a negociação proporcionava, do que em adotá-lo como um novo projeto. E o que aconteceu depois? Nenhuma franquia sequer se candidatou a recolhê-lo durante o período de waiver. Nenhuma, nem mesmo aquelas abaixo do teto salarial que ainda precisam preencher seu elenco. Mesmo sendo ele ainda jovem, com apenas um ano na liga e um gigante que não se encontra todo dia por aí. Até que, por fim, o Dallas Mavericks decidiu convidá-lo para seu training camp, mas sem nenhuma obrigação contratual.

Vamos discutir mais sobre o pivô e sua curiosa trajetória no basquete norte-americano em breve, reunindo material desde seus tempos como um badalado colegial na Flórida. Na cabeça do mineiro de Juiz de Fora, porém, estes tempos já não podem contar para mais nada. É hora de engolir a seco essa cotação baixíssima, encarar o duro e reformular sua reputação para ontem. Não se trata mais de brincadeira.

*  *  *

Scott Machado, ainda sem clube, mas flertando com um retorno ao time do Warriors na D-League, ficou com a 463ª posição, grudado em… Lamar Odom. Os dois tiveram a mesma nota: 2,05, assim como, ironicamente, Ian Clark, ala-armador que roubou tempo de quadra do brasileiro nova-iorquino durante a liga de verão de Las Vegas e acabou descolando um contrato garantido do Utah Jazz. Um arremessador excepcional.

*  *  *

A ideia era publicar na quinta-feira um artigo sobre a influência dos jogadores norte-americanos no EuroBasket, mas um problema técnico me fez perder… Hã… Basicamente todos os números que levantei dos “gringos”. Daqueles momentos em que você perde a fé na tecnologia. Vamos ver se dá ânimo de fazer de novo.


Há 15 anos, a Espanha descobria Gasol, Navarro e sua geração de ouro no basquete
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Giancarlo Giampietro

Enquanto as últimas peças ainda caem no dominó do mercado da NBA, temos um tempinho para aqui para dar uma pausa nessa maratona.

A foto aí cima já varia um post por conta própria. Só ela, sem preciar dizer mais nada.

Vocês reconhecem alguns dos indivíduos? No centro da foto, quem é aquele garotão ali debaixo do sovaco direito do sujeito (Aparecido! Metido! Só dá ele de agasalho!)? E esse exibidão aí está agarrando seu braço esquerdo no cangote de quem? Do lado desse cangote, olha o pirulão!

Vamos identificando, então, da esquerda para a direita: Drame, López Valera, Berni, Bueno, Herráis, Calderón, Raúl, Germán, Felipe, Pau, Cabezas e Navarro. Esse é o modo como são conhecidos por quem tem afinidade.

Já sacou, né?

Estamos hablando da jovem seleção espanhola sub-20 campeã europeia em 1998, lá numa terra chamada Varna, que fica na Bulgária. Há 15 anos, esse apanhado de molecotes conquistaria um título que abriria uma era dourada para o basquete deles.

O cotovelo esquerdo de Felipe Reyes cobre aquele que viria a ser La Bomba, sem nenhum pelo nenhum na cara. Assim como está limpa a face do pirula Gasol, numa época em que o irmão Marc deveria beirar apenas o 1,95 m de altura, gordotinho que só no quintal da família – tinha 13 anos. Será que já enterrava? O de agasalho é o Raúl López, na época O Futuro Armador da Espanha – esse, sim, escolhido para suceder John Stockton em Utah, mas que teve uma carreira muito acidentada por lesões. Ao seu lado direito, o José Calderón, aquele que viria a liderar seus companheiros no futuro, de fato. Enquanto o Cabezas, penúltimo, seria seu escudeiro. Muita história.

Desse grupo, alguns poucos ficaram pelo caminho.

Souley Drame, ou Souleymane Drame Kamara, foi um deles. Para se ter uma ideia, no site da ACB seu nome estava identificado como “Dramec”, com o “c” sobrando. Foi difícil  encontrá-lo na rede (quer dizer, “difícil”, levou uns cinco hits no Google – aposto que o vizinho da frente do QG 21, de sete anos, faria mais rápido). Ele nasceu na Nigéria e foi desenvolvido nas tradicionais categorias de base do Badalona, de Rubio e Rudy Fernández. Subiu ao profissional pelo clube, mas nunca vingou e vagou pelas divisões abaixo da elite. Aposentou-se em 2011 pelo time B do Barcelona. 🙁

Félix Herráiz nem página na Wikipedia tem. Um texto de 2009 no site da FEB, a CBB deles, que nos ajuda a falar sobre seu paradeiro. A manchete: “O júnior de ouro no esquecimento”. Já viu, né? Nascido nos arredores de Valência, era o camisa 12 e viu sua carreira ser sabotada por uma grave lesão no joelho. Abandonou as quadras em 2002 e virou técnico.

José López Valera se formou na base do Real Madrid, mas também não foi muito longe no profissional, tendo nessa conquista juvenil o maior feito de seu currículo (un junior de oro toda a vida). O pivô Antonio Bueno teve uma carreira sólida na ACB até 2010 (quando sofreu um feio acidente de carro), assim como Berni Rodríguez, que jogou por um tempão na seleção principal. O pivô Germán Gabriel, companheiro de Lucas Bebê no Estudiantes, talvez viva hoje sua melhor fase. O restante dispensa comentários.

Para o basquete espanhol, essa imagem deve ser a mais rica de toda a sua história, aquela mais cheia de significados.

Das dez medalhas que o país conquistou em Eurobaskets, metade foi conquistada de 2001 para cá. As outras cinco saíram entre 1935 e 1999. Mundial? Apenas o ouro de 2006. Olimpíadas? Ok, uma prata em 1984, mas duas em 2008 e 2012.  Dá para ter uma ideia do que foi a Roja antes e depois dessa geração, né?

Quer ver mais fotos deles adolescentes? Aqui no site da Liga ACB.

*  *  *

Pau Gasol, creiam, terminou aquele europeu sub-20 com médias de 6,4 pontos e 3,7 rebotes (veja todas as estatísticas), jogando pouco mais de 12 minutos por partida – jogu menos que Drame, ala atlético, que tinha mais de 20 minutos por embate. Dois anos mais tarde, Pau seria a escolha número três do Draft da NBA, logo atrás de Kwame Brown e Tyson Chandler.

*  *  *

Juan Carlos Navarro foi o cestinha do time espanhol na campanha, com 14,6 pontos por jogo. Durante a campanha, ele atirou em média 4,0 bolas de três pontos por duelo, acertando 43,8% delas. La Biribinha!

*  *  *

Raúl López acumulou 203 minutos em oito jogos, com 26 assistências. Calderón? Apenas 79 minutos em sete, com apenas dois passes para a cesta.

*  *  *

No Brasil? Luiz Gomes resgatou no Draft Brasil ainda este ano um artigo antigo de Guilherme Tadeu para falar sobre o fiasco que é o nosso basquete na hora de aproveitar seus talentos da base, mesmo aqueles que conseguem algum sucesso pelas seleçãozinhas. Se tiver estômago, clique nos links acima. Enquanto Guilherme falava de uma turma de 1999, Luiz nem precisou ir muito longe, resgatando a trupe semifinalista do Mundial de 2007 para detectar o quão enferrujada e é a nossa máquina de desperdiçar talentos.


Prévia dos playoffs da Conferência Leste da NBA: Parte 1
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Giancarlo Giampietro

 1-MIAMI HEAT x 8-MILWAUKEE BUCKS

A história: os caras de Miami venceram 37 de suas últimas 39 partidas. Seus adversários? Venceram 38 em todo o campeonato. Precisa dizer mais?

O jogo: o Bucks… Bem, o Bucks tem dois armadores extremamente fominhas em Brandon Jennings e Monta Ellis, que podem ganhar um jogo por conta, mas perder muitos também da mesma maneira – com chutes descabidos restando 15 segundos de posse de bola, em flutuação, na cabeça do garrafão. Enquanto isso, Mike Dunleavy Jr. e JJ Redick, extremamente eficientes, correm o risco de ficarem apenas como espetacores. O duro é que, contra uma defesa tão ágil e atlética como a do Heat, talvez não haja escapatória além das investidas de seus dois pequenos. O que mais? Seu elenco é composto por 340 pivôs interessantes, mas que roubam uns dos outros o tempo de quadra, impedindo qualquer consistência. Um dos melhores defensores do campeonato, Larry Sanders vai ter de se virar no perímetro contra Chris Bosh. Luc Richard Mbah a Moute, caso estivesse bem fisicamente, poderia se meter no caminho de LeBron algumas vezes. Ersan Ilyasova se recuperou de um início de campanha calamitoso para justificar a bolada que recebeu na hora de renovar seu contratos, embora não cause tanto impacto assim no destino da equipe. Enfim, estamos procurando aqui mais e mais motivos que pudessem animar os anti-Heat, mas está complicado. Ao menos, Ellis e Jennings estrelaram o comercial mais legal da NBA em muito tempo, embora seja bizarro falar de união justamente sobre esses dois fominhas:

De dar nos nervos: Shane Battier é tão ingeligente, mas tão inteligente numa quadra de basquete, que pode dar raiva, sim. Estamos falando de um verdadeiro cdf. O ala conhecido como Sr. Presidente na China – isso vem dos tempos em que era companheiro de Yao no Rockets – ganhou ainda mais notoriedade no vestiário do Heat com seus discursos pré-jogo durante a sequência de vitórias histórica da equipe. Mas seus serviços mais importantes acontecem em quadra, cumprindo um posicionamento defensivo impecável, que compensa seu jogo, digamos, terreno. Battier é daqueles que sempre dá o passo à frente, para fora da área restrita ao redor da cesta. Daqueles que quase nunca salta diante da primeira tentativa de finta de seu adversário, mantendo os pés plantados, o braço erguido, forçando o oponente a tomar outra decisão. Forte, com estatura mediana, casou muito bem com LeBron na defesa, numa combinação vital para o aprofundamento do “basquete sem posição” planejado por Spoelstra. Não é à toa que, no ano em que se tornou agente livre, foi recrutado de imediato por LeBron e Dwyane Wade para juntar forças no Miami. Os astros sabiam o que era jogar contra ele.

Olho nele: depois do título, muitos davam a carreira de Mike Miller por encerrada. O ala mal conseguia celebrar direito na saída de quadra, totalmente travado nas costas. Os jogadores do Heat, mesmo, brincavam que ele estava precisando de uma cadeira de rodas ou, no mínimo, um andador para as férias. Aí que Pat Riley encontoru um meio de roubar Ray Allen de Boston, e o papel do ala parecida cada vez mais secundário. Em fevereiro, ele disputou apenas um jogo. Em março, só foi ganhar tempo de quadra significativo a partir do dia 24. Em abril, porém, quando Spo começou a descansar seus titulares, especialmente Wade e LeBron, Miller se apresentou surpreendentemente como um jogador que ainda pode ser relevante para o time: arremessando mais de seis bolas de três pontos em média durante nove partids, ele matou 51,8% delas. Suas médias foram de 12,1 pontos, 5,1 rebotes e, melhor, 3,7 assistências em apenas 27,2 minutos. Nos playoffs, com a tendência de jogos mais amarrados, apertados, ter um atirador de longa distância – e ótimo passador – disponível nunca é demais.

Palpite: Bucks 4-2.

(Brincadeira, é que por um minuto o Brandon Jennings hackeou minha máquina).

Miami 4-0, fora o baile.

 2-NEW YORK KNICKS x 7-BOSTON CELTICS

A história: Spike Lee espera muito mesmo por uma grande campanha dos Bockers nos playoffs. Mas muito mesmo. Dá para imaginar as capas dos tabloides nova-iorquinos todas pintadas de azul e laranja, e o Garden bombando. A expectativa é tanta que qualquer coisa abaixo de uma final de conferência seria considerada um fracasso. Agora, vá você tentar convencer os orgulhosos Paul Pierce, Kevin Garnett e Doc Rivers disso. Eu? Tou fora.

O jogo: resta saber apenas se KG terá condições de batalhar em quadra. O mesmo vale para Tyson Chandler do outro lado. Sem os pivôs, essa pode ser a primeira série na história pós-George Mikan a ter um jogador de 2,06 m de altura – Jeff Green, no caso, em registros oficiais… Vai saber se chega a isso – como o mais alto em quadra. O plano tático de Mike Woodson de small-ball ficou ainda mais aprofundado depois dos problemas físicos de Tyson Chandler (um baque) e Rasheed Wallace, Marcus Camby e Kurt Thomas (nenhuma novidade aqui). E toca tiro de três pontos: seu time foi o que mais arremessou de longa distância na temporada (2371, dois a mais que o Rockets, e 981 a mais que o Celtics!!!). A ideia é espaçar ao máximo a quadra para deixar Carmelo operar, o que quer dizer que Jeff Green terá um trabalhão danado. O ala enfim justificou a panca de superestrela, num grande campeonato. Por mais que Paul Pierce tenha os nova-iorquinos como suas vítimas preferidas, fica difícil de imaginar que ele possa, a essa altura, se equiparar ao potente cestinha do Knicks. Se JR Smith mantiver o ritmo das últimas semanas, o tempo fecha de vez.

De dar nos nervos: Raymond Felton, Pablo Prigioni, Jason Kidd… Respirem fundo, amigos, porque o Avery Bradley é uma peste que só na pressão quadra inteira, 3/4 ou meia quadra. Não importa onde e como o armador adversário drible a bola: contra Bradley, está correndo risco de ser desarmado. Sua movimentação lateral – ou “jogo de cintura” – é inigualável. Veja este clipe aqui:

Ou, se quiser, este:

 Como se diz mesmo? “Monstro”?

Olho nele: era para ser Leandrinho, mas a lesão no joelho tirou o brasileiro da temporada. Então vai de Jordan Crawford, glup. O ala ex-Wizards foi contratado de última hora para assumir as atribuições antes designadas ao brasileiro: carregar a bola vindo do banco e pontuar. Agora, nem sempre é bonito. Ou melhor, raramente é bonito de se ver. Porque Crawford realmente pode conduzir a bola, mas quem disse que ele é obrigado a passá-la? Um jogador muito talentoso, mas extremamente individualista. Observem e esqueçam, depois, por favor.

Palpite: Knicks em seis (4-2).

*PREVIA DO OESTE: Thunder x Rockets e Spurs x Lakers.
* PREVIA DO OESTE:
Nuggets x Warriors e Clippers x Grizzlies.


Resumão de intertemporada da NBA: Conferência Leste
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Giancarlo Giampietro

Com a temporada 2012-2013 da NBA fazendo sua pausa tradicional para o fim de semana das estrelas em Houston, é hora de fazer um resumão do que rolou até aqui. Começamos pela Conferência Oeste e agora publicamos a do Leste:

LeBron, sobrando

LeBron: nem o Bulls incomoda mais?

Melhor jogador: LeBron James.
O jogo desta quinta-feira passou para todo mundo ver. LeBron atingiu um nível absurdo, que fica difícil de escrever qualquer coisa aqui que não pareça fraca ou estúpida. Com seu tamanho, força e capacidade atlética, o basquete sempre pareceu fácil. Mas vocês se lembram dos tempos em que ele não conseguia acertar nada de três pontos? Nesta temporada, já estamos falando de 42,4%, não importando que os melhores defensores da liga se dediquem diariamente a tentar, pelo menos tentar incomodá-lo de alguma forma. E, se ele não quiser chutar de fora, já que nem precisa mesmo, que ataque o interior da defesa adversária mesmo, causando estragos irreparáveis. Daqui a pouco os playoffs chegam, e será que alguém realmente vai conseguir pará-lo?
Não fosse a aberração chamada Durant, quem mais poderia entrar aqui? Carmelo Anthony, New York Knicks, e só.

Melhor técnico: Frank Vogel.
Se você não tem o elenco mais talentoso ofensivamente à disposição, você segue o manual de Tom Thibodeau, não? Que seu time se mate na defesa para tentar fazer a vida do adversário tão sofrida, miserável como a sua, vencendo 60% das partidas. Sem contar com um armador cerebral ou jogadores mais criativos no perímetros, o Pacers tem o sétimo pior ataque da liga. Mas, em termos de retaguarda, estamos falando do conjunto mais eficiente da temporada, e de longe, bem mais distante do segundo colocado, o Memphis, do que o próprio Grizzlies está do sexto, o Clippers. Mesmo que um gigantão como Roy Hibbert pareça hoje um monstro em extinção no esporte, se arrastando pela quadra – quando, na verdade, ele se torna um trunfo, congestionando o garrafão. E vocês já deram uma olhada para o que Vogel tem no banco para mudar um jogo?
Quem mais poderia estar no páreo? Mike Woodson, Knicks; Tom Thibodeau, Bulls.

Melhor reserva: Andray Blatche.
Hã… Sim, esse, mesmo. O cara que era vaiado a cada vez que recebia um passe na temporada passada pelo Wizards e hoje é o segundo jogador mais eficiente do Brooklyn Nets na temporada, um clube que conta com cinco atletas ganhando mais de US$ 10 milhões nesta temporada (Deron, Johnson, Wallace, Lopez e Humphries). Extremamente coordenado, ágil para um pivô, oferece ao técnico PJ Carlesimo uma opção ofensiva versátil e coesão defensiva, algo antes impensável para um jogador que era notório pela capacidade de caçar borboletas enquanto a bola quicava.
Quem mais? Amar’e Stoudemire e JR Smith, Knicks; Jimmy Butler, Bulls.

Dois quintetos:

Brooklin Lopez

Brooklyn: mais assertivo pelo Nets

1) Dwyane Wade, Paul George, LeBron James, Carmelo Anthony, Joakim Noah.
Wade e LeBron hoje não têm mais nenhum problema em repartir a bola, nenhuma síndrome sobre quem deve, ou não, controlar o jogo. O que não faz de Dwyane um jogador menos brilhante. Carmelo curte sua melhor temporada, justamente quando efetivado como um ala-pivô móvel, sem ter de se prender ao perímetro massageando a bola sem objetividade alguma. Noah é tão bom defensor quanto Chandler, com posicionamento impecável, presença física e garra, e ainda contribui mais no ataque com seus passes astutos. Sobre George, mais adiante.

2) Kyrie Irving, Jrue Holiday, Paul Pierce, Brook Lopez, Tyson Chandler.
Se há alguma coisa parecida com uma defesa aceitável em Nova York (o Knicks ocupa o meio da tabela nesse quesito, em 15º), é porque existe lá um Tyson Chandler, dando cobertura a seus armadores e Melo. Pierce segurou as pontas enquanto os reforços estavam perdidos, teve um péssimo mês de janeiro, e agora vem compensando essa queda em fevereiro, com média de 7,3 assistências no mês, ajudando a aliviar a perda de Rajon Rondo. Brook Lopez é o segundo jogador mais consistente do Leste no momento. Ele se livrou das lesões no pé e se tornou uma figura mais afirmativa no garrafão, dos dois lados, compensando o ano decepcionante de Deron Williams, Gerald Wallace e Joe Johnson. Kyrie Irving vai caminhando rapidamente para o grupo dos dez melhores da NBA, ao passo que sua dedicação na defesa também se intensifica, enquanto Jrue Holiday faz o que pode para o time não choramingar seu pivô lesionado.
Quem mais poderia estar no páreo? Chris Bosh, Heat; Al Horford, Hawks; Kevin Garnett, Celtics; David West, Pacers; Josh Smith, Hawks.

Três surpresas agradáveis:

1) Knicks brigando no topo: O time de Mike Woodson conseguiu bloquear aquela que era a maior ameaça ao sucesso em quadra: o choque de egos. A presença de Jason Kidd não poderia ter sido mais positiva. Carmelo, enfim, consegue se empenhar noite após noite. Amar’e aceitou as críticas e o banco. Raymond Felton esqueceu seu ano perdido em Porland. As peças complementares funcionaram. Os Bockers enfim voltam a ser respeitáveis.

John, Pau George e Paul

Paul George: subindo

2) Paul George, chegou a hora: Ele saiu pouco badalado da universidade de California State, mas alguns scouts o consideravam um dos melhores da fornada de 2010. Olhando a lista agora, dá para imaginar que pelo menos Sixers (Evan Turner), Wolves (Wes Johnson!!!), Warriors (Ekpe Udoh), Clippers (Al-Farouq Aminu) e Jazz (Gordon Hayward) talvez se arrependam de sua escolha, diante do que vem se transformando o décimo da lista. Sem Danny Granger, George assumiu maior responsabilidade no ataque, ganhando mais confiança e aprendendo aos poucos. Na defesa, coloca muita pressão nos adversários devido a sua envergadura e capacidade atlética no perímetro, ajudando a compor o paredão de Vogel. O trabalho do técnico e de sua comissão liderada por Brian Shaw no desenvolvimento do jovem ala se mostra exemplar.

3) Andre Drummond, impacto imediato: Ah, que ele talvez nem goste tanto de basquete assim que não trabalhe duro, que não sei mais o quê. As previsões dos mais pessimistas vão sendo refutadas energicamente pelo pivô adolescente do Pistons, uma força já temida debaixo da tabela, com média provavelmente de 79 enterradas por jogo. Também já é um reboteiro de respeito, com atributos físicos que lhe permitem capturar rebotes em zonas bem distantes de onde está posicionado. E, sim, ele realmente só tem 19 anos. Uma pena que tenha sofrido a lesão nas costas para desacelerar seu desenvolvimento.

– Três fatos desagradáveis:

1) Deron Williams, saudades de Jerry Sloan: A lista era para ser de surpresas desagradáveis. Mas, se você for levar em conta o histórico de Deron pelo Nets, não há novidade alguma em sua decepcionante campanha. Cada vez mais insistindo nos disparos de longa distância, que não o seu forte, abrindo mão das infiltrações e de agredir a defesa, hoje o (pretenso) astro sofre para acertar  apenas 41,3% de seus arremesos de quadra. Pior: em termos de assistências, tem sua pior média (7,5, por 36 minutos) desde o ano de novato (5,6), e sem maneirar nos desperdícios de bola, ainda elevados para alguém que ataca menos o garrafão. Agora amparado por um time competitivo, o armador simplesmente não tem conseguido justificar toda a atenção que recebeu durante as férias, muito menos seu salário de US$ 20 milhões anuais.

2) Andrew Bynum x O Grande Lebowski: Mais um caso daqueles… Não dá para dizer que ninguém esperava por isso. O pivô ainda não conseguiu entrar em quadra devido a problemas crônicos no joelho e ainda atrasou sua recuperação durante uma partida disputadíssima de boliche. Sem mais.

3) Anderson Varejão e a enfermaria: O capixaba era para estar na trinca acima, com a melhor temporada de sua já longínqua carreira nos Estados Unidos. Mas infelizmente a lesão na região do joelho e, depois, a descoberta de um coágulo no pulmão acabaram por afastá-lo novamente de modo muito precoce das quadras.

– O que resta para os brasileiros:
Com a baixa de Leandrinho e Anderson e as longas passagens de Fabrício Melo pela D-League, Nenê é quem fica de porta-bandeira solitário na conferência. Depois de se arrastar por boa parte da primeira metade do campeonato, lidando com uma para lá de incômoda fascite plantar, em fevereiro o paulista de São Carlos conseguiu se recuperar, com médias mais similares ao que produziu em Denver. Que ele fique saudável e consiga jogar basquete para valer até maio.


Atiçados, EUA promovem blitz em último amistoso e atropelam a Espanha
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Giancarlo Giampietro

A Espanha provocou.

A torcida e os reservas vibravam com as andadas marcadas contra Kobe Bryant. Serge Ibaka, reforço contratado no ano passado, cravava e fazia pose no garrafão. Cabreiro, Kevin Durant não se conformava e amassava o aro. LeBron James também se precipitava e cometia turnovers. Coach K parava o jogo por precaução.

Oito pontos de vantagem contra os norte-americanos?

Vamos!

E foram, mesmo. A Espanha ainda venceu o primeiro quarto por 23 a 21, mas os Estados Unidos voltaram mudados para quadra e concluíram sua série de amistosos pré-olímpicos com mais uma vitória em Barcelona: 100 a 78 (vantagem bem mais largo do que fizeram contra Brasil e Argentina). Jogaram duro até o fim e só se contentaram quando chegaram ao placar centenário.

Carmelo Anthony, Team USA

Carmelo queimou a redinha no 1º tempo

Depois do tempo de Krzyzewski, começou a blitz. Sai Chris Paul, entra Deron. Entra Russell Westbrook. Entra Andre Iguodala. Volta Durant. Volta Kobe. Não para: a pressão fica absurda em cima da bola.

No ataque, equilibrando a balança, Carmelo Anthony, que vinha sendo questionado, só não fez chover no ginásio catalão. Marcou 22 pontos só no primeiro tempo, contra 25 do restante dos seus companheiros, para colocar os visitantes na frente. Não perderiam a liderança nunca mais. É complicado: quando não é Durant, vem Anthony. Quando não tem Anthoy, vem James. E segura.

No terceiro quarto, com um inefetivo Tyson Chandler preso no banco e os três alas-pivôs escalados – Durant, Melo e LeBron –, a diferença chegou a 20 pontos.

Para não ficar tão feio assim, o técnico Sergio Scariolo enfim começou a mexer seus pauzinhos. Passou a defender por zona, com as pestes chamadas Victor Sada e Sergio Llull na cabeça do garrafão, devolvendo um pouco a pressão na linha de passe. Por um tempo, os americanos, agora só com reservas em quadra, se enroscaram, e a vantagem caiu um bocado.

Quando iniciou o quarto final, com a cavalaria de novo a postos e Scariolo retirando sua defesa por zona (que só retornou nos minutinhos finais, para mais testes), o jogo já estava no papo. O amistoso, pelo menos.

*  *  *

O segredo do técnico Sergio Scariolo, que dirige a Espanha? Guardou Marc Gasol a partida toda novamente. O pivô do Memphis Grizzlies está com esse problema físico há um bom tempo, pode ser sério, mas e se for jogo de cena? De modo que os EUA ainda não sabem o que é enfrentar a Espanha com Ibaka e os irmãos Gasol na rotação. Felipe Reyes, envelhecido, foi presa fácil.

*  *  *

De resto, difícil acreditar que a Espanha tenha tirado tanto o pé assim. Perder em casa desse jeito não seria a melhor despedida antes de partir para as Olimpíadas, por mais que os irmãos Gasol tenham dito ao New York Times na véspera que não iam mostrar tudo. “Kobe não gosta de perder para ninguém, mas eu gostaria de deixá-lo vencer amanhã e derrotá-lo em Londres. Isso seria o ideal”, afirmou Pau.

*  *  *

LeBron não cansa de surpreender. Impressionante: em alguns momentos marcou Pau Gasol, no mínimo cinco centímetros mais alto e bem mais comprido, no mano-a-mano, sem ajuda, no centro do garrafão, sem perder posição. Do outro lado, quando os dois se enfrentaram, não houve como o pivô do Lakers parar na frente do trator do Miami Heat.

*  *  *

Vamos combinar: a partir de agora, quando o Coach K colocar em quadra Westbrook, Durant, LeBron e Carmelo ao mesmo tempo, vamos chamar aqui de Team Freak, ok? O ritmo fica alucinante, com Deron ou Paul armando.


Rumo ao Knicks, Kidd e Camby são mais 2 vovôs a cacifar na NBA
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Giancarlo Giampietro

Aos 39 anos, um dia depois do acerto de Steve Nash com o Los Angeles Lakers, Jason Kidd foi mais um veterano a surpreender no mercado da NBA e mudar de clube. Na semana passada, ele chegou a um acordo verbal com o New York Knicks, se desligando do Dallas Mavericks pela segunda vez na carreira.

Os termos do contrato de Kidd ainda não foram divulgados, mas as informações preliminares indicam que seria algo em torno de US$ 9 milhões por três temporadas. Fazendo as contas, ele jogaria até os 42. Camby iria até os 41, já que seu contrato também é de três anos, sendo o terceiro apenas parcialmente garantido.

Jason Kidd

Jason Kidd diz adeus a Dallas

Rapidamente: Kidd vem de sua temporada mais fraca na liga, com as menores médias de minutos, pontos, rebotes e assistências em seu jogo não mais tão dinâmico. Ainda assim, para o Knicks, é uma contratação perspicaz: o armador é extremamente respeitado pela nova geração e leva para a Big Apple uma influência apaziguadora, tentando fazer a ponte entre Amar’e e Carmelo – distância que em alguns momentos do campeonato passado parecia mais larga que o próprio Rio Hudson.

Já Camby se apresenta como um ótimo defensor na reserva de Tyson Chandler, fortalecendo a rotação de garrafão do Knicks com Amar’e Stoudemire. Ele retorna ao clube pelo qual viveu grandes dias na temporada 1999, alcançando a final para surpresa geral, no lugar de Patrick Ewing.

Agora, em termos de um grande cenário, é curioso ver como os vovôs estão lucrando nestas férias. Nash, 38, vai assinar por algo em torno de US$ 27 milhões por três anos. Mesma duração do novo contrato que será firmado entre o Boston Celtics e Kevin Garnett, 36, em vínculo de cerca de US$ 34 milhões. Teve também a ‘traição’ (nas palavras de Jarret Jack, veja bem) de Ray Allen, que trocou o Boston Celtics pelo Miami Heat.

Bela “aposentadoria” para a turma, não? Falta apenas Tim Duncan decidir se segue ou não jogando. Pelo Spurs, óbvio.

Não chega a surpreender. A preparação física, os cuidados alimentares, tratamentos médicos, todo esse conjunto em torno do desenvolvimento atlético dos jogadores só evoluiu nos últimos anos. Quem quiser vai se cuidar. É recomendável que não sejam exigidos por mais de 40 minutos de jogo? Claro. Pode ser que eles quebrem a qualquer jogo? Pode.  Mas, por enquanto, se não há sinal claro que indique isso, os cheques vão sendo cruzados sem controle.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Jason Kidd em sua encarnacão passada.


Coach K define a seleção dos EUA: veja quem entrou
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Giancarlo Giampietro

Team USA 2012

A seleção dos EUA que vai para Londres definir seu ouro olímpico foi definida neste sábado pelo Coach K.

Está preparado?

Então lá vai.

Os armadores são Chris Paul, Deron Williams e Russell Westbrook. Os alas: James Harden, Andre Iguodala, Kobe Bryant, Kevin Durant, Carmelo Anthony e LeBron James. Os pivôs: Tyson Chandler, Blake Griffin e Kevin Love.

Muito fraco, né? Fica extremamente preocupante a situação dos então favoritos ao título. Sem Wade, Howard e Bosh não dá.

(…)

Brincadeira.

Os últimos três cortados foram Eric Gordon, Rudy Gay e o calouro Anthony Davis. De certo modo, surpreende que dois campeões mundiais em Istambul tenham perdido suas vagas, dando lugar a Harden e Griffin, estreantes. Gordon tem um jogo que encaixa bem com o basquete internacional, sendo o “matador de zonas” (sem trocadilhos, por favor, que o papo agora é sério). Harden ganhou sua vaga e vai ter de caprichar no chute de três pontos, deixando o fiasco nas finais da NBA para trás. Griffin não é tão versátil como o ala do Grizzlies, mas dá ao Coach K mais segurança no garrafão, no caso de algum infortúnio com Love ou Chandler. Ah, também vai vender muita camisa.

Imagino o quinteto inicial com Paul, Kobe, LeBron, Carmelo e Chandler.

Durant de sexto homem? Afe.

Ou, de repente, Krzyzewski pode aprofundar suas ousadias e escalar LeBron como um suposto pivô? E mandar um time com Durant, Carmelo e o astro do Heat, tendo Chandler reservado para duelos com times de garrafão mais ameaçadores (alô, Brasil!, hola, España!).

Westbrook, Griffin, Iguodala saindo do banco mantêm um padrão atlético absurdo em quadra. Love, Deron e Harden entram com a parte técnica da coisa. O que importa mais nesse elenco é isso: as diversas maneiras de se encaixar tantas peças talentosas.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção dos EUA em sua encarnação passada.


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