Vinte Um

Arquivo : Tiago Splitter

Grupos da Copa América definidos: ótima oportunidade para avaliar os prospectos da seleção
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Giancarlo Giampietro

Olha o Brasil aí

Olha, aqui no QG 21 tava fazendo falta, sim. Conversar sobre a seleção brasileira.

Nesta quinta-feira, a Fiba Américas divulgou a tabela da Copa América masculina de basquete, que será disputada de 30 de agosto a 11 de setembro na Venezuela. Os quatro primeiros colocados se classificam para a Copa do Mundo da Espanha em 2014.

Na primeira fase, não dá para ter apreensão alguma: num grupo de cinco times, avançam as quatro primeiras. Só não dá para tropeçar muito porque os pontos se acumulam na segunda etapa, que definirá os quatro semifinalistas – e classificados – do torneio. O Brasil encara Porto Rico, Canadá, Uruguai e Jamaica em seus quatro duelos iniciais.

Aqui de longe, ainda sem saber nada das listas, dá para arriscar dizer que o Canadá se projeta como o adversário mais complicado. Sim, mais que Porto Rico – independentemente da presença de José Juan Barea, Carlos Arroyo etc.. Agora com Steve Nash engravatado, cumprindo papel de  dirigente, a confederação canadense tem se esforçado em agrupar seus principais jogadores, tentando formar um programa realmente competitivo. Os primeiros sinais são promissores, e talento não faltará ao time, mesmo que os alas-pivôs Kelly Olynyk e Anthony Bennett, dois dos jogadores mais dominantes do basquete univeristário dos EUA nesta temporada, e o jovem armador Myck Kabongo sejam selecionados no Draft da NBA neste ano e possam, eventualmente, ter suas convocações vetadas.

Rubén Magnano, do seu canto, adota o discurso protocolar de qualquer jogo é pedreira. Conhecendo o técnico, não era de se esperar outra coisa, claro. (Isso, claro, se o argentino ainda for o comandante da seleção até lá, lembrando que a CBB passa por eleições em março. Mesmo que o candidato da oposição, o velho conhecido presente-de-Grego, tenha indicado que não haveria mudança alguma nesse sentindo, não dá para cravar como ficaria a situação, pensando muito mais em Magnano aqui. E, não, esse pequeno comentário não é uma campanha em prol do horrendo Carlos Nunes, que tem na contratação do supertécnico seu grande – e único?! – trunfo para buscar a reeleição.)

“Não será uma competição fácil e não podemos descuidar de nenhum adversário. Enfrentaremos nossos rivais mais difíceis na sequência. A estreia será contra Porto Rico, que pela capacidade e bagagem técnica é um grande candidato à classificação. Precisamos estar bem preparados para jogar e ir atrás do nosso objetivo”, afirmou o treinador. “A seleção do Canadá também é uma grande equipe e tem muito potencial. Mas precisamos saber antes de fazer uma análise mais completa quais os jogadores irão representar seu país, pois eles trocam bastante a cada ciclo os jogadores. O mesmo serve para o Uruguai que dependerá dos jogadores que vão atuar, mas com certeza será um jogo difícil. A Jamaica não é tão difícil quanto os demais, mas não podemos descuidar de nenhum adversário.”

Um pouco de blablabla.

O Uruguai realmente tem jogadores muito interessantes, com o pivô Esteban Batista, os armadores Gustavo Barrera, Jayson Granger e o veterano Martín Osimani etc. A Jamaica também pode até contar com o grandalhão Roy Hibbert, do Indiana Pacers, o pivô Samardo Samuels e Patrick Ewing Jr. Mas não dá para esperar perrengue algum contra esses dois times se o Brasil praticar um basquete minimamente consistente.

*  *  *

Na outra chave estão: Argentina, República Dominicana, México, Paraguai e Venezuela. México e Paraguai são as babas.

Avaliando as dez equipes participantes, em teoria apenas seis brigam por vaga, em ordem alfabética: Argentina, Brasil, Canadá, Porto Rico, República Dominicana e Venezuela Quem chegará mais forte que o outro? Aí, sim, é impossível dizer. Tudo depende de quem vai dizer sim a seus técnicos.

*  *  *

Para Magnano, as notícias que já vieram dos Estados Unidos não são boas, sabemos:

– O argentino já sabe que não vai poder contar com Leandrinho, que ainda vai estar em recuperação de uma cirurgia no joelho.

– Anderson Varejão hoje é, na melhor das hipóteses, uma incógnita. Ele é outro que não vai terminar a temporada regular da NBA jogando, afastado devido a um coágulo detectado em seu pulmão direito. O pivô já deixou o hospital, visitou os companheiros de Cavs, mas a estimativa inicial era de que ele ainda passaria por tratamento até maio. Se ele vai estar pronto em agosto, física e/ou espiritualmente, é uma dúvida tão grande quanto sua cabeleira – e raça em quadra.

– Ainda em atividade, Nenê jogou as Olimpíadas no sacrifício, algo que implicou em mais uma temporada acidentada na liga norte-americana, agora vestindo a camisa do Washington Wizards. Será que ele topa emendar mais uma vez suas férias?

Tiago Splitter e o San Antonio Spurs esperam sinceramente que ainda estejam em quadra em meados de junho, nas finais da NBA.

– Fabrício Melo consegue jogar na D-League, tem potencial físico, mas ainda está longe de ser um jogador de impacto em partidas decisivas, de peso, como teremos na Copa América. Caso não seja envolvido em alguma troca durante o próximo Draft, em junho, certamente estará em ação pelo Celtics nas próximas ligas de verão em julho.

– Scott Machado ainda não conseguiu retomar o caminho da NBA depois de ser dispensado pelo Houston Rockets. Conseguindo ou não uma nova chance na liga principal, também deve participar dos torneios de verão norte-americanos. Para quando será que Magnano vai marcar sua apresentação?

Mas calma, gente. Nem tudo está perdido.

*  *  *

Mesmo se não puder contar o sexteto que iniciou a atual temporada da NBA, Magnano ainda teria talento o suficiente para compor uma equipe de respeito, forte, para disputar a Copa América, contando com aqueles que julga os destaques do NBB – embora nem sempre os melhores de fato do campeonato nacional sejam chamados, diga-se – e com os garotos em desenvolvimento na Europa. (Desde que, claro, nenhum deles faça a transição para a liga norte-americana entre as temporadas.)

Rafael Hettsheimeir vai recuperando a melhor forma pelo Real Madrid aos poucos, Vitor Faverani tratou de fazer as pazes e é um pivô de elite na Europa, Rauzlinho ganhou minutos preciosos de Liga ACB nesta temporada, assim como Lucas Bebê, e Augusto Lima e Rafael Luz devem estar doidos para mostrar mais serviço pela seleção.

*  *  *

Muita gente pode ter se despedido de Manu Ginóbili, Andrés Nocioni e Pablo Prigioni em Londres, mas nenhum dos três anunciou oficialmente a aposentadoria da seleção argentina. Luis Scola, pelo contrário, garantiu que joga. A República Dominicana não vai contar mais com John Calipari. Sem o badalado treinador, Al Horford e Francisco Garcia vão topar o desafio? A Venezuela depende, muito, do cada vez melhor Greivis Vasquez.


Resumão da intertemporada da NBA: Conferência Oeste
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Giancarlo Giampietro

Com a temporada 2012-2013 da NBA fazendo sua pausa tradicional para o fim de semana das estrelas em Houston, é hora de fazer um resumão do que rolou até aqui, começando pela Conferência Oeste. Amanhã publicamos a do Leste:

Durant decola

Durant, atacando o aro, em constante evolução

Melhor jogador: Kevin Durant.
Dá sempre para melhorar, gente. Até mesmo um Kevin Durant. E por que não faria, ué? Ele tem apenas 24 anos – embora saibamos que há incontáveis casos de atletas que se acomodam rapidamente, rapidinho mesmo. Bem, o quanto melhorou o ala do Oklahoma City Thunder? Ele está chutando acima de 50% (51,9%!!!) pela primeira vez na carreira, em seu sexto ano, tem a melhor marca no tiro de três pontos (43,2%, e tenham em mente de que a maioria dos arremessos é contestada). Na verdade, ele está chutando melhor de todos os pontos da quadra – seja de fora, de média distância, pela direita ou esquerda, em bandejas e infiltrações. Em todos os lugares, desde que estreou na liga em 2007.  Vejam o estudo de Kirk Goldsberry para o Grantland. Mas não é só isso: Durant também tem a melhor marca em assistências, roubos de bola e tocos. Melhor que números, é ver também a evolução de seu jogo como um todo, com maior dedicação e destreza na defesa e o amadurecimento como um líder, tendo de conviver sadiamente com a bomba-relógio que é Russell Westbrook.
Não fosse a aberração chamada Durant, quem mais poderia entrar aqui? Tim Duncan e Tony Parker, Spurs; Kobe Bryant, Lakers; James Harden, Rockets; Chris Paul, Clippers.

Melhor técnico: Gregg Popovich.
O primeiro time a alcançar a marca de 40 vitórias na liga, de novo. A melhor campanha em um Oeste ainda brutal, sem nenhum grande reforço. A máquina de Pop está totalmente azeitada, não importando o que se pense ou não dele por causa de Tiago Splitter. A ponto de ele vencer o Chicago Bulls sem ter Duncan, Parker ou Ginóbili em sua escalação. Afinal, respeitando seus papéis, Kawhi Leonard, Danny Green, Nando de Colo, Gary Neal e o pivô catarinense estão produzindo como gente grande, ganhando confiança aos poucos sob a orientação do treinador. Mas o mais importante dado para ser considerado nesta campanha dos texanos é o seguinte: hoje eles têm a terceira defesa mais eficiente do campeonato, superando até mesmo os maníacos de Thibodeau. Isso era algo recorrente entre 2004 e 2007, mas não vinha acontecendo nos últimos anos. Sem perder o ritmo no ataque, com a quarta melhor ofensiva. O Spurs é o único time no top 5 dos dois lados.
Quem mais poderia estar no páreo? Mark Jackson, Warriors; talvez, mas talvez George Karl, Nuggets.

– Melhor reserva:  Jarrett Jack.
O armador sai do banco para dar mais consistência ao time, podendo render o genial Stephen Curry ou atuar ao lado do rapaz, devido a sua força física e capacidade defensiva. Ale ajuda na organização do time, mas também pode definir por conta própria, com um dos melhores chutes de média distância da NBA.
Quem mais? Jamal Crawford, Eric Bledsoe e Matt Barnes, Clippers (e um mata o outro); Andre Miller, Nuggets; Derrick Favors, Jazz.

Tony Parker e seu chute em flutuação

Tony Parker, cada vez melhor

– Dois quintetos:
1) Chris Paul, James Harden, Durant, Duncan, Marc Gasol.
Ficou clara a influência que CP3 tem dentro do Clippers quando ele teve de descansar nas últimas duas semanas. Harden supera Kobe estatisticamente e em resultados (mais, adiante). Marc Gasol é a âncora da segunda melhor defesa e o pivô mais inteligente da liga hoje.

2) Tony Parker, Russell Westbrook, Kobe Bryant, Blake Griffin, Al Jefferson.
Aos 30 anos, o armador francês joga sua melhor temporada, acreditem. Incrível. Já Westbrook acaba muitas vezes punido por aquilo que não é: um armador. Ele pode ter essa função determinada na hora de se anunciar a escalação, mas jamais deveria ser encarado como alguém que compete com Steve Nash ou John Stockton. Bota pressão na quadra toda, nem sempre toma as melhores decisões, mas é uma força aterrorizante. Kobe começou o ano muito bem, mas já erdeu rendimento e também perde pontos por se apresentar como um capitão muito temperamental, que não ajuda em nada seu time a se estabilizar em meio ao caos. Griffin é outro que, aos poucos, vai trabalhando seu jogo em diversos aspectos, tendo agora um chute de média distância respeitável. Para Al Jefferson ninguém dá muita bola, mas ele segue o pivô ofensivo consistente de sempre, liderando o Utah Jazz rumo aos playoffs novamente.
Quem mais poderia ganhar um convite para o baile? Stephen Curry e David Lee, Warriors; Damian Lillard e LaMarcus Aldridge, Blazers.

– Três surpresas agradáveis:

James Harden, surpresa pelo Rockets

Harden, agora barba de elite

1) James Harden, o craque: não havia dúvida alguma de que estávamos diante de um jogador talentoso, em seus tempos de assessor de Durant e Westbrook. Mas aqui no QG 21 a expectativa não era a de que ele poderia tomar a liga de assalto desta maneira. Em seu quarto ano na NBA, o barbudo se transformou num cestinha implacável, numa das maiores dores-de-cabeça para qualquer defensor de perímetro, com seu estilo muito vistoso e agressivo. O maior volume de jogo custou a Harden a eficiência nos tiros de quadra em geral e nas bolas de três pontos (agora ele não tem a duplinha do Thunder para aliviar a pressão, claro), mas, ao mesmo tempo, o ala tem se colocado ainda mais na linha de lances livres, cobrando quase 10 por partida. Ele também não deixou de olhar para os companheiros: 25% de suas posses de bola terminam em assistência. Depois de tanto tentar a contratação de Dwight Howard nas férias, o Rockets enfim conseguiu sua superestrela em Harden.

2) Golden State Warriors defendendo: a equipe das vizinhanças de San Francisco conseguiu limitar seus adversários a uma pontaria de apenas 44% na temporada, o suficiente para ter a sexta melhor marca de toda a liga. Empatados, pasme, com o Boston Celtics. O Warrios é o time que também permite o sétimo pior aproveitamento de três pontos aos oponentes (34,2%). Tudo isso com o novato e ainda cru Festuz Ezeli de titular por um bom tempo e Andrew Bogut trajando seus elegantes no banco de reservas.

3) Damian Lillard, mais um armador de elite: a moral do novo queridinho de Portland é tamanha que ele foi o primeiro jogador escolhido no falso “Draft” entre Charles Barkley e Shaquille O’Neal para o jogo festivo da molecada no fim de semana do All-Star. Sim, ele saiu antes mesmo de Kyrie Irving (o que mostra, aliás, que o Chuckster talvez não desse um bom gerente geral, mas tudo bem). Quando deixou a modestíssima universidade de Weber State, nenhum especialista ou gerente geral estava apostando em uma coisa dessas. Lillard enfrentava basicamente o segundo escalão da NCAA. Hoje, bate de frente, em igualdade, com os melhores do mundo, que têm dificuldade para conter seu jogo bastante burilado. Ele não é o mais rápido, o mais explosivo, o de maior impulsão, ou melhor chute e visão de jogo. Mas combina um pouco de tudo na média ou acima da média nesses quesitos para se tornar o grande favorito a novato do ano.

– Três surpresas desagradáveis:
1) Los Angeles Lakers: Sério?! Não acredito!

2) As lesões em Minnesota: Ricky Rubio começou a temporada de muletas. Kevin Love depois fratura a mão. JJ Barea sofre com concussão e um tornozelo esquerdo. Os problemas crônicos no joelho de Brandon Roy, adivinhem, seguem crônicos. Chase Budinger rompe o menisco do joelho esquerdo. Nikola Pekovic torce o tornozelo esquerdo. O promissor ala-armador Malcom Lee, ótimo defensor, lesiona o joelho. Andrei Kirilenko começa a lidar com espasmos musculares nas costas. Kevin Love volta a fraturar a mão direita. Alexey Shved torce o joelho esquerdo. Andrei Lirilenko enfrenta problemas musculares no quadríceps. Ah, e Dante Cunningham ficou doente. E lá se foi o sonho de playoffs para o Wolves.

3) Phoenix Suns, o lanterna: Goran Dragic não chega a ser Steve Nash, está bem longe disso, mas se mostrou um armador competente, de acordo com o que o clube pagou. O resto? Um elenco extremamente lento numa liga que valoriza mais e mais a velocidade. Um elenco também desequilibrado, com muitos jogadores duplicados, o que não ajuda na hora de tentar diversificar o plano de jogo. A aposta em Michael Beasley se mostra um fracasso. O resultado é um time habituado a competir nos playoffs amargando a lanterna da conferência.

– O que resta para os brasileiros:
Bem, com a dispensa de Scott Machado pelo Rockets, sobrou apenas Tiago Splitter para contar história. O catarinense se tornou titular de Popovich, enfim, mas isso não quer dizer que fique tanto tempo em quadra assim. Num elenco vasto, lhe cabem por enquanto 23,8 minutos por jogo – e o tempo subiu, aliás, também pela lesão recente de Duncan. O interessante é que, estatisticamente, seus números são inferiores aos da campanha passada e, ainda assim, ainda lhe posicionam entre os jogadores mais eficientes da NBA. E o mais importante é que, com ele em quadra, o Spurs como um todo rende bem mais, como o chapa Rafael Uehara já nos alertou.

PS: encontre o Vinte Um no Twitter: @vinteum21.


Menos um: Leandrinho aumenta a lista de baixas brasileiras na NBA
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Giancarlo Giampietro

Leandrinho abatido

Começou com um recorde, mas agora sobraram apenas os cacos para contar. Quer dizer: eram seis brasileiros na ativa na NBA, agora ficaram três, se tanto.

A última baixa no contingente nacional é Leandrinho. O ala-armador sofreu uma lesão no joelho esquerdo na derrota do Celtics para o Charlotte Bobcats, nesta segunda-feira, e a expectativa nos bastidores da franquia de Boston já era bastante pessimista antes mesmo da realização de uma ressonância magnética. Feito o exame, foi constatada uma ruptura no ligamento cruzado anterior do ligeirinho – a mesma causa para o afastamento de Rajon Rondo,  inclusive.

Leandrinho agora se junta a Anderson Varejão numa lista bastante desconfortável para um certo país tropical. Lista de baixas da qual Scott Machado também faz parte. São menos três… Que fase!

Sobraram agora Tiago Splitter, Nenê e Fabrício Melo.

Mas sabemos que o pivô novato vai passar muito mais tempo na D-League, aprendendo aos poucos, do que com a equipe principal. Então é como se, na segunda metade da temporada 2012-2013, tivessem restado, para valer, apenas dois brasileiros para contar história. Ao menos são dois jogadores que estão em ascensão.

Tiago Splitter se fixou como titular do Spurs e, com a lesão de Tim Duncan, se tornou a referência solitária no garrafão de Greg Popovich – e quem diria? (Aliás, como questionar o técnico-general? Alguém reparou que seu time acabou de derrotar o Chicago Bulls sem Parker, Ginóbili e Timmy? A melhor equipe da temporada, mais uma vez).

Enquanto, em Washington, Nenê vai se desvencilhando de sua fascite plantar para ajudar John Wall a trazer um pouco de dignidade para o Wizards. Seu time venceu quatro dos últimos cinco jogos – tendo perdido apenas para o Spurs, diga-se –, com o pivô brilhando em quadra. Com uma saudável média de 31,8 minutos, vem com 16 pontos, 9,4 rebotes e excepcionais 4 assistências por partida. Sem contar o aproveitamento de 60,3% nos arremessos de quadra.

Muito bem. Mas não dá para dizer que isso alivie o clima na hora de digerir a lesão de Leandrinho. Ainda mais na hora em que ele estava encontrando seu papel na rotação de Doc Rivers…

Leandrinho está fora


Splitter se entrosa com Duncan, cresce em quadra e vira peça-chave pelo Spurs
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Giancarlo Giampietro

Uma bandeja ao estilo Splitter

Splitter agora divide quadra com Duncan, sem perder sua eficiência

Por Rafel Uehara*

O Vinte Um já cobriu exaustivamente como o San Antonio Spurs continua um concorrente legítimo ao título, mesmo que sem badalação. Tim Duncan permanece um dos jogadores mais impactantes da liga aos 36 anos de idade, Tony Parker lidera um rolo compressor ofensivo com sua capacidade de criar no pick-and-roll, e Greg Popovich controla os minutos de seus veteranos como um mago. Muitos pensam, incluindo este que os escreve, que o time da temporada passada (que em um momento venceu 20 jogos seguidos a caminho das finais da conferencia oeste) deveria ter ganhado o título, não fosse o crescimento do jovem e superatlético Thunder.

O argumento pode ser feito que o time deste ano seja na verdade ainda melhor que o da temporada passada, devido a sua melhor capacidade defensiva. O Spur tem permitido a quarta menor taxa de pontos por 100 posses do adversário. Em 2011-2012, ficaram em 11º nesse departamento. E o brasileiro Tiago Splitter, titular em 17 dos 39 jogos da equipe em 2012-2013, é um dos motivos pra isso. Depois de um primeiro ano em que mal viu a quadra e um segundo ano de avanço, mas ainda sem total confiança de Popovich, Splitter é agora peça-chave em San Antonio.

O desenvolvimento de Splitter para esta temporada era visto como crucial para os Spurs, devido ao panorama da Conferência Oeste. O Thunder de Kevin Durant e Russell Westbrook ainda era previsto como o time a ser batido (mesmo após trocar James Harden), sendo um caso especial, graças ao porte físico de suas estrelas. De resto, todos os demais concorrentes ou semi-concorrentes à vaga nas finais apresentam torres gêmeas no garrafão: o Lakers com Pau Gasol e Dwight Howard, o Grizzlies com Zach Randolph e Marc Gasol e o Clippers com Blake Griffin e DeAndre Jordan. Para ir à guerra contra estes, San Antonio necessitava que o par Duncan-Splitter desenvolvesse melhor sincronia e, para isso, que Splitter fosse mais confiável.

Em maior tempo de quadra na temporada passada, ficou evidente que Splitter tem talento pra jogar na NBA. Seu entrosamento com Manu Ginóbili e Stephen Jackson nos pick-and-rolls o permitiu várias oportunidades para contribuir no ataque. Mas, em vários momentos, Splitter levou Popovich à loucura com erros de atenção na defesa e falta de firmeza ao finalizar contra contato ao redor da cesta. Isso agora é coisa do passado, e Splitter tem sido um dos jogadores mais consistentes, produtivos e efetivos em toda a liga.

Splitter tem o sétimo maior PER entre alas-pivôs, com 19,87 (na merdição desenvolvida pelo hoje vice-presidente do Memphis Grizzlies e ex-analista da ESPN, John Hollinger, que avalia a produção estatística dos jogadores por minuto). De acordo com o portal mysynergysports.com, Splitter é o segundo maior anotador por posse em pick-and-rolls, marcado em média 1,39 ponto a cada jogada. Também está entre os 25 melhores defensores em post-ups, jogadas em que se recebe a bola de costas para a cesta próximo à linha de fundo, e entre os 40 melhores defendendo o pick-and-roll. E, de acordo com NBA.com/advancedstats/, com Splitter em quadra, o Spurs permite menos pontos que o Grizzlies, segunda melhor rankeada defesa na liga, e marca em média 9,5 a mais que o adversário em comparação a 6,3 com ele de fora. Esses dois números, em especial, são fantásticos.

Tem mais: de acordo com 82games.com, Splitter e Duncan estiveram em quadra 222 minutos juntos até o momento e, nesse tempo, San Antonio marcou um total de 95 pontos a mais que o adversário.

A maior preocupação com relação a formações envolvendo Duncan e Splitter juntos (motivo pela qual Popovich as usou em apenas 48 minutos na temporada regular passada) era o espaçamento do ataque. Matt Bonner e Boris Diaw proporcionam melhor espaçamento devido as suas habilidades de acertar tiros de três pontos com consistência.

Mas, segundo Zach Lowe, do site Grantland, a combinação tem funcionado melhor esse ano devido a maior variação de armações, inteligente visão de quadra e passes de ambos os pivôs, e a crescente química entre eles. Eles constantemente se posicionam em lados opostos de quadra, às vezes armam corta-luzes um para o outro, e a comissão técnica é atenta em sempre orientar um para que faça algo que chame a atenção da defesa quando o outro arma um corta-luz para Parker.

O brasileiro deve ganhar alguma consideração para o prêmio de quem mais evoluiu na temporada, o MIP (“Most Improved Player”), mas será difícil que ele ganhe, considerando que o Spurs está sempre fora do radar e que estrangeiros que não são estrelas já recebem menor atenção pra começo de conversa – aliás, mesmo se o caso não fosse esse, o montenegrino Nikola Pekovic tem tido um maior impacto em Minnesota.

Isso não muda o fato, porém, de que Splitter tem tido em temporada fenomenal e se desenvolveu em parte essencial para as aspirações do time. Agora não só por seu potencial, mas, mais importante, por sua produção.

 *Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.


Spurs se aproxima de contratar australiano; negociação pode interferir nos planos de Splitter
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Giancarlo Giampietro

Para quem viu esta espécime em ação durante os Jogos Olímpicos, era de se pensar mesmo o que ele estava fazendo fora da NBA. Pois parece que o San Antonio Spurs, claro, está disposto a resolver esse disparate.  Segundo informação de diversos veículos na Europa, o clube texano está bem próximo de anunciar a contratação do pivô Aron Baynes, uma negociação que nos faz ponderar sobre qual seria o futuro de Tiago Splitter por lá.

Mais um produto do formidável Instituto Australiano do Esporte, que forma de tenistas a nadadores, Baynes é o que se chama de “late bloomer”, alguém que despontou no esporte relativamente tarde. Graduado na universidade de Washington State, rodou um bocado na Europa até se destacar no ano passado pelos Aussies nas Olimpíadas e, depois, arrebentar na Euroliga.

Aron Baynes imenso

Aron Baynes: físico imponente e basquete mais refinado

Contra o Brasil, na primeira rodada, deu um trabalhão danado. Lembram? Foram 10 pontos e cinco rebotes em apenas 15 minutos de jogo. Foram só 15 devido ao excesso de faltas. Ufa. Terminou o torneio com 7,5 pontos e 3,3 rebotes, numa rotação de pivôs fortíssima. Na seleção australiana, aliás, Baynes trabalhou com o técnico Brett Brown, que calha de ser um dos assistentes de Popovich em San Antonio.

Até jogar em Londres 2012, o gigante australiano (na verdade, ele nasceu na Nova Zelândia, mas tudo bem) vinha jogando em clubes modestos da Europa, como o grego Ikaros Kallitheas e o alemão Oldenburg. Mas o potencial demonstrado em julho e agosto lhe valeu uma transferência para o Union Olimpija. O time esloveno é um regular saco de pancadas na Euroliga, mas tem tradição no desenvolvimento de seus atletas.

Acabou que Baynes fez um grande torneio, embora sua equipe tenha conseguido apenas três vitórias em dez rodadas: foram 13,8 pontos e 9,8 rebotes de média em apenas 26 minutos por jogo, além de um aproveitamento de 58,7% nos arremessos de quadra. Ele foi o jogador que mais fez cestas de dois pontos na primeira fase, o maior reboteiro, o maior reboteiro ofensivo, o jogador mais eficiente e o décimo cestinha. Dominante, ou seja.

O Spurs acompanhou de perto, fazendo uso mais uma vez de seu vivíssimo departamento de scouts na Europa. É uma atrás da outra para a turma gerenciada por RC Buford. Segundo o site Sportando, a multa rescisória do pivô é de US$ 400 mil, quantia risível para um clube da NBA. O pivô deve fechar um contrato multianual, e o Union Olimpija já até estaria no mercado procurando um substituto.

Baynes oferece a Popovich um corpanzil que assusta, com muita força debaixo da tabela e ótima referência ofensiva. Embora seus movimentos sejam um tanto robóticos, pouco criativos, sua coordenação e pontaria cresceram evoluíram consideravelmente desde que iniciou sua carreira no basquete universitário americano. Aos 26 anos, volta aos Estados Unidos no auge.

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E como fica Tiago Splitter nessa?

Bem, se Popovich mantiver coerência com o que fez nas últimas temporadas, Baynes não deve ser muito aproveitado logo de cara. Ainda mais chegando no meio do campeonato. Só vai para quadra se o técnico e a diretoria realmente entenderem que é alguém para fazer diferença, assim como aconteceu com o veterano Boris Diaw no ano passado.

E não custa lembrar: o Spurs assediou para valer o esloveno Erazem Lorbek, do Barcelona, durante as férias, com a esperança de convencer o astro europeu a tentar a sorte na NBA, enfim, sete anos após ter sido selecionado pelo Indiana Pacers. A grana e o glamour do Barcelona fizeram a diferença.

A longo prazo, porém, é de se pensar o que isso representa para o catarinense. Tim Duncan envelhece, mas segue ainda bastante produtivo. Diaw tem mais dois anos de contrato. Sobra quanto de tempo de jogo se o australiano cair nas graças da comissão técnica?

Por outro lado, a contratação de Baynes pode também apenas indicar um temor do Spurs em perder Splitter no mercado de agentes livres deste ano. Teriam encontrado, desta forma, um substituto barato, algo importante para um time sediado em um mercado pequeno e que já paga uma boa grana para o trio Duncan-Parker-Ginóbili.

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Splitter ao menos hoje é titular do Spurs. E o que dizer de seu amigo DeJuan Blair, com quem brigou por espaço no time nos últimos dois anos? Taí um nome que pode ser envolvido a qualquer momento em uma troca.

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Por um 2013 melhor para a turma brasileira da NBA
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Giancarlo Giampietro

Varejão, Leandrinho e Splitter

Vamos tirar logo isso da frente: eles ganham um belo salário, bem acima da média do esportista tupiniquim, jogam em alguns dos melhores ginásios, cercados de mimos incontáveis, com estafes gigantescos à disposição. Conforme o próprio Nenê disse a seus jovens descabeçados companheiros, eles ocupam algumas das vagas mais cobiçadas no esporte e certamente as mais desejadas do basquete. É só saber aproveitar.

Agora, segundo um dos dogmas expostos na lousa central de diretrizes do QG 21, “dinheiro e luxo não compram ou valem toda a felicidade do mundo”. Mesmo você, leitor mais cínico, precisa abrir o coração nesta época festiva, de cordialidades, resoluções e expiação de culpa, e dar uma colher de chá para os caras.

Vejamos:

Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers)
Individualmente, nunca houve uma temporada melhor para o capixaba do que a que ele vive neste ano. Na verdade, é provavelmente a melhor campanha de um brasileiro na história da liga. Com recordes de pontos, rebotes, assistências, roubadas de bola e lances livres, o pivô virou uma unanimidade para os jornalistas de lá, embasbacados com seus números. Pena que nada disso sirva para fazer do Cleveland Cavaliers um time decente. A equipe de Byron Scott (até quando, aliás?) tem um aproveitamento até mesmo pior que o do Charlotte Bobcats, gente. Difícil de aturar isso. De que vale tanto esforço se o resultado, no fim, é invariavelmente uma derrota? Quem sabe, então, se não aparece um time vitorioso interessado em sua cabeleira, que enxergue seu basquete aguerrido como uma grande cartada para se brigar pelo título em maio e junho? Alô, Brooklyn Nets, Atlanta Hawks, San Antonio Spurs, Oklahoma City Thunder e afins.

– Nenê (Washington Wizards)
É uma situação bem mais deprimente do que a de Varejão. Ao menos seu compatriota pode se consolar com a presença de Kyrie Irving ao seu lado e dos promissores Thompson, Waiters e Zeller. Há uma base evidente ali para se construir um bom time. Em Washington, porém, a perspectiva é de terra desolada. Um clube ainda sem comando algum, tático ou gerencial, numa prova clara de que JaVale McGee e Andray Blatche não eram exatamente a causa de todos os seus problemas. E aí temos um jogador que vem se arrebentando em quadra, pisando em uma perna só, aguentando sabe-se lá como 26 minutos por  partida, a serviço da pior equipe da liga. Em Denver, o são-carlense ouviu muitas críticas de que não fazia jus ao seu salário, de que qualquer resfriado era o suficiente para lhe afastar. Na capital norte-americana, o discurso é justamente o contrário. Ainda assim, talvez não seja o suficiente para convencer alguma franquia a investir em seu pesado contrato.

– Leandrinho e Fabrício Melo (Boston Celtics)
O ligeirinho anunciou que está retornando a Boston, depois de passar pelo Brasil para resolver problemas particulares. Esperemos, desde já, que não seja nada de mais grave, com repercussão para os próximos meses, e que ele possa, agora, se concentrar em sua profissão. Porque, a partir de janeiro as coisas ficam ainda mais complicadas para o ala-armador, com o retorno de Avery Bradley. Havíamos escrito aqui desde o momento em que assinou com a franquia mais vitoriosa da liga: não parecia uma situação propícia para ele dar sequência a sua carreira. Muitos fatores conspiravam contra isso, entre eles as contratações de Jason Terry e Courtney Lee muito antes da sua, com vínculos de longo prazo. Isto é, esses caras seriam a prioridade para Danny Ainge & cia. De modo que o brasileiro precisaria jogar demais para assegurar seu espaço.

E como estamos até agora? Em termos de produção estatística, com menos tempo de quadra, Leandro apresenta números mais eficientes do que os de Terry e Lee – mas talvez não o suficiente para lhe valer uma vaga cativa na equipe. Além disso, sabemos bem que a defesa nunca foi um forte do paulistano. É algo que deve explicar sua ação reduzida nas últimas rodadas. Por outro lado, o Celtics não melhorou em nada desde que Doc Rivers optou por reduzir sua carga de minutos (perdendo dez partidas em 19 disputadas).

Com a volta de Bradley, um exímio marcador – um dos melhores de toda a liga, não importando sua pouca idade –, esse quebra-cabeça fica ainda mais intrigante. Dá para pensar em dois desdobramentos completamente diferentes: 1) Barbosa será completamente enterrado no banco de reservas; 2) Bradley dá uma segurança maior ao treinador na retaguarda e acaba liberando alguns minutos de Terry ou Lee para o brasileiro. Talvez essas duas alternativas hipotéticas nem importem. Talvez o melhor, mesmo, seja encontrar um meio de se transferir para o Lakers e se reunir com Nash e D’Antoni num time que precisa, e muito, de um arremessador extra.

Sobre Fabrício? Bem, não mudou muito desde sua seleção no Draft: continua como um projeto do Celtics, que vai se desenvolver aos poucos na D-League, mas que ainda está longe de ser visto como uma solução imediata para o garrafão. Vide a chegada do atlético Jarvis Varnado, um cara draftado pelo Heat, mas que nunca foi aproveitado na Flórida e nem pertencia ao clube afiliado de Boston, mas que foi contratado como uma esperança de fortalecimento de sua combalida rotação.

– Tiago Splitter (San Antonio Spurs)
Opa! Seu pedido é uma ordem. O catarinense hoje aparece como o terceiro pivô mais utilizado por Popovich em sua rotação, com dez minutos a menos do que Duncan e três abaixo de Diaw. Um pequeno, mas bem-vindo avanço para o jogador que tem o terceiro melhor índice de eficiência do clube, superior até mesmo ao de Manu Ginóbili. A ironia é que a promoção ao time titular significa menos oportunidades ofensivas para o pivô, uma vez que ele agora passa mais tempo de quadra ao lado de Duncan e Parker. E mais: a promoção também não significou mais minutos: hoje ele tem 20,2 por partida, contra 19 da temporada passada. A expectativa é a de que essa quantia suba um pouco no decorrer dos próximos dois terços de campeonato e que Splitter possa chegar aos mata-matas em grande forma, pronto para ajudar os texanos e, ao mesmo tempo, subir sua cotação para o próximo mercado.

– Scott Machado (Houston Rockets)
Discutimos aqui.


Temporada revigorada de Tim Duncan também ajuda a explicar limitações para Splitter
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Giancarlo Giampietro

A estreia como profissional de Anthony Davis foi contra Tim Duncan e o San Antonio Spurs. Número um do Draft, badalado por dez em cada dez scouts, o garotão do New Orleans Hornets não decepcionou: 21 pontos, 7 rebotes, um toco, uma roubada e nenhum desperdício de bola em apenas 29 minutos.

Tim Duncan, eternamente jovem

Deixem Duncan ser Duncan enquanto ele quiser ou puder. Pedido do Timmy

Normal, então, que, nas entrevistas ao final da partida, os repórteres abordassem o veterano para perguntar o que ele achava daquela comparação que ganhava força em torno da jovem promessa: “Ele é o novo Tm Duncan”. “Bem, eu ainda não fui embora. Posso continuar sendo eu por algum tempo enquanto isso?”, devolveu o astro.

Ô se pode.

Aos 36 anos, em sua 16ª temporada, o ex-nadador das Ilhas Virgens não dá sinal algum de que esteja em desvantagem naquela briga inevitável contra um adversário imponente, o tempo. No confronto com Davis e o Hornets, largou com tudo, com 24 pontos, 11 rebotes e três tocos – e não era fogo de palha. Em 11 partidas até aqui, suas médias são de 18 pontos, 10 rebotes, 2,4 assistências, 2,7 tocos e um roubo de bola, além de 51% nos arremessos e 75% nos lances livres.

Apenas 13,4% da temporada foi disputada ainda, numa ressalva relevante. O duro é produzir lá na frente, na reta final, quando pesa demais o desgaste das viagens e o acúmulo de jogos (e hematomas). Mas poucos poderiam imaginar um início tão vigoroso assim mesmo por parte de alguém que não se dá por satisfeito com quatro títulos, dois prêmios de MVP e mais de, glup, US$ 204 milhões apenas em salários.

Considerando que Gregg Popovich controla os minutos de seu pivô com muito cuidado, a avaliação de seus números atuais em projeções por 36 minutos se mostra mais justa, e daí saem dados impresssionantes: Duncan vem com as melhores marcas de sua carreira em tocos, roubos de bola e rebotes defensivos, a melhor em lances livres desde 2001-2002, a melhor em pontos desde 2005-2006 e a melhor em rebotes desde 2007-2008.

Descobriram a fonte da juventude, e ninguém avisou no Twitter?

*  *  *

Agora, quanto mais Duncan aguentar o ritmo como um pivô ainda de elite, fica ainda mais complicado contexto envolvendo Tiago Spliter no Spurs.

De acordo com o site Basketball-Reference.com, dos 20 quintetos utilizados com maior frequência por Popovich nesta temporada, Duncan está presente em 14. Destes, apenas em um ele dividiu a quadra com o catarinense, contando com a companhia de Tony Parker, Danny Green e Kawhi Leonard por 20min41s – efeito da escalação empregada especificamente para bater de frente com as torres do Lakers. De resto, o superpivô fica muito mais tempo ao lado de DeJuan Blair e Boris Diaw.

(Para constar, Splitter aparece em outras quatro formações entre as 20 mais utilizadas,, e seu companheiro de garrafão seria ou Matt Bonner – duas vezes – ou Boris Diaw, sendo a quarta uma equipe baixa com quatro atletas abertos – Ginóbili, Stephen Jackson, Gary Neal e Danny Green.)

Uma explicação: Splitter pontua basicamente no garrafão ou bem próximo dele. Ainda que Duncan tenha um bom chute de média distância, quase até os limites da linha de três, você não vai querer afastá-lo tanto assim da cesta. Com os dois em quadra, então, corre-se o risco de congestionar o garrafão e tirar o espaço para as infiltrações de Parker e Ginóbili. Defensivamente, os dois também são muito mais aptos a conferir adversários mais altos do que alas-pivôs mais baixos e ágeis. Não tem química, e Popovich não vai forçar a barra.

Vale tudo contra Dwight Howard

Contra Dwight Howard e o Lakers, rara ocasião em que Splitter e Duncan formaram dupla


Tiago Splitter e DeJuan Blair seguem batalhando minutos na rotação do Spurs. Culpa do Pop?
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Giancarlo Giampietro

Nas fronteiras de Pittsburgh já foram cultivados muito mais quarterbacks do que jogadores de basquete para as ligas profissionais do país. Entre os poucos basqueteiros de expressão, ganha destaque o ala Chuck Cooper, o primeiro jogador negro a ser draftado por uma franquia da NBA – em 1950, pelo Boston Celtics. De lá para cá nem a cidade, nem sua principal universidade, que leva o mesmo nome, revelaram muitos atletas para a elite (o famigerado Charles Smith, do Knicks nos anos 90, é um deles). O mais recente dessa esporádica safra foi o pivô DeJuan Blair.

O mais baixo de seus irmãos, meio gordote, Blair aprendeu os macetes da modalidade num centro recreativo administrado por seu tio. Aos poucos, foi crescendo no jogo até se tornar uma sensação local. Pela Schenley High School, teve um retrospecto de 103 vitórias e 16 derrotas, com direito a 57 vitórias em 57 jogos na liga municipal. Levou sua equipe a um título estadual em 2007, o primeiro de uma equipe colegial da cidade desde 1978. Até que chegou a hora de partir para a universidade, uma época difícil em que, pressionado,quebrou seu celular ao atirá-lo na parede. Que raiva! Não paravam de ligar: ele recebeu proposta de 18 (!) agremiações. Enquanto os pais achavam melhor que ele mudasse de ares, pesou a opinião da vovó por parte de mãe, que teve grande influência em sua criação. Ficou em casa, mesmo.

Blair, "Pitt it is"

O orgulho de Pittsburgh

De modo, então, que seria mais do que justificado se a reduzida fração dos amantes do bola ao cesto em Pittsburgh não for muito com a cara de um certo Gregg Popovich, aquele técnico multicampeão pelo San Antonio Spurs.

Quem ele pensa que é?

Oras, o que Blair precisa fazer mais para ganhar o tempo de quadra devido pelo clube texano? Já está em seu quarto ano na liga, pagou o que devia no banco de reservas e hoje ainda não consegue mais que 17,1 minutos de ação, a despeito das diversas batalhas em que ajudou Tim Duncan no garrafão. Quando recebe suas chances, costuma corresponder.

Aos 23 anos, ainda tem muito o que desenvolver e contribuir. Só falta o treinador duro-na-queda abrir a porteira e deixar esse touro arrebentar…

(Pausa para reflexão…)

(O café já tá quentinho…)

(Agora sim:)

Entenderam as semelhanças com Tiago Splitter?

Pode ser, na verdade, que ninguém em Pittsburgh se importe com o que se passa com Blair, desde que o Steelers continue bem-sucedido na NFL. Mas, no nicho dos basqueteiros, certamente Blair haverá de ser apreciado. Agora, se a gente inverter a linha de raciocínio, não é capaz que algum cara de lá pense o mesmo sobre os brasileiros? Que ninguém aqui vai se importar com Tiago Splitter, desde que o futebol esteja levantando Copas do Mundo? Contudo, como temos acompanhado nos últimos anos, existem, sim, aqueles que acompanham os passos do catarinense são acompanhados bem de perto, e com sangue nos olhos.

Splitter já se aqueceu

De agasalho não fica legal, Popovich

É normal que se fiscalize o trabalho do vitorioso Popovich e seu modo de gerir o Spurs, tendo em vista que isso afeta diretamente o progresso de Splitter, um dos poucos brasileiros a entrar na NBA e um dos principais jogadores do basquete nacional. É preciso entender, por outro lado, que na cabeça do técnico o pivô talvez seja só mais uma ótima peça para o time – e os dirigentes e scouts da franquia têm trabalhado regularmente para que não faltem ótimas peças para Pop escalar, vide, por exemplo, as sorrateiras contratações de Danny Green, Kawhi Leonard, Nando de Colo, Cory Joseph e Patty Mills.

Será que o fato de o catarinense estar no banco e jogar pouco é realmente fruto de uma birra pessoal? Ou tem mais a ver com o fato de ele fazer parte de uma das melhores equipes da NBA? Não se esqueçam: com Splitter em seu elenco, o Spurs não foi campeão, mas venceu 161 partidas de temporada regular e perdeu apenas 69, bom para um aproveitamento de 70%. Sete vitórias em cada dez jogos. Quer dizer: se a marcha do clube texano vai bem obrigado, por que a vida do treinador seguiria de outra forma? Considerando esses resultados, onde estão as injustiças? Splitter merece mais tempo para mostrar serviço? Talvez. E quanto a DeJuan Blair?

As médias da carreira do brutamonte são de 8,4 pontos, 6,3 rebotes e 52,6% nos chutes de quadra. Splitter tem, respectivamente, 6,9 pontos, 4,2 rebotes e 58,1%.

– Ah, mas o Tiago jogou bem menos!

Então seguem as projeções por 36 minutos de cada um: a) Blair aparece com 15,1 pontos, 11,3 rebotes; b) Splitter, com 15,9 pontos e 9,6 rebotes. Nos playoffs, as contas também são bem semelhantes: 15,1 pontos e 12,4 rebotes para o americano e 15,9 pontos e 8,3 rebotes para o brasileiro. Em termos de índice de eficiência, o catarinense leva a melhor por 0,8 (18,3 contra 17,5). É tudo muito parelho.

– Ah, mas número não quer dizer tudo!

O superlotado banco de Popovich

Splitter, Blair e Bonner: todos no banco ao mesmo tempo. E aí, Pop?

Justamente. É preciso ver do que Popovich necessita – ou pensa necessitar – em quadra em seu esquadrão. Quem se encaixa melhor com quem? O deslocamento e a defesa de Splitter são mais qualificados? Mas o dia em que ele converter um chute a quatro ou cinco metros da cesta pode ser também o primeiro de sua breve trajetória na NBA. Vale mais, então, ter um reboteiro do porte de Blair para acompanhar Duncan? Mas o pivô de 2,01 m é bem vulnerável quando confrontado com pivôs talentosos ofensivamente (por isso Splitter começou sua única partida como titular este ano contra o Los Angeles Lakers).

Tanto um como o outro possuem qualidades valorizadas ao seu modo e seriam cobiçados no mercado, mas que não se manifestam, por enquanto, como o parceiro ideal ao complementar quem ainda é, de fato, a estrela da companhia: Tim Duncan. Enquanto nenhum deles se separar do outro, para Popovich o que resta é tirar proveito de dois ótimos jogadores da forma que achar melhor, ainda mais que seu Spurs não para de vencer

*  *  *

Splitter e Blair estão ligados de outra maneira: ambos deveriam ter sido escolhidos muito antes em seus respectivos Drafts, mas acabaram despencando no dia do recrutamento. Quando caíram nos braços do Popovich, toda a concorrência exclamou ao mesmo tempo, muito bem ensaiado: “Sempre o Spurs”, “Que sorte!”, “Os ricos cada vez mais ricos” etc. Como se não tivessem deixado os caras passarem. Vai entender.

O catarinense foi escolhido na posição 28, em 2007, uma vez que as demais franquias não teriam a paciência para esperar seu contrato com o Baskonia, da Espanha, vencer – algo que só aconteceria três anos mais tarde. Detalhe: nenhum atleta que saiu entre as 15ª e 27ª escolhas segue em seu clube de origem, e quatro deles já não estão nem mais empregados na liga.

Blair caiu ainda mais longe: foi apenas a 37ª escolha de 2009, quando rumores sobre a suposta condição precária de seus joelhoes assustou boa parte dos times. Até o momento, ele ficou for de apenas quatro partidas de 238 possíveis em sua carreira. LeBron James não ficou nada contente ao ver o Cleveland Cavaliers deixar o prestigiado pivô passar na 30ª posição para apostar no ala Christian Eyenga , outro que já está sem clube.

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Falamos aqui de brasileiros e nativos de Pittsburgh. Imaginem, então, como não devem estar furiosos os moradors da pequenina cidade de Concord, no estado de New Hampshire, com o que vem acontecendo com Matt Bonner?! Ao ala-pivô, conhecido iconicamente como Foguete Ruivo, foram relegados míseros dez minutos por partida neste ano, mesmo com ele acertando 63,6% de seus arremessos de três pontos nas sete primeiras partidas (melhor marca do ano). Ele é o único – reforçando: o único! – jogador nascido em New Hampshire a ter pisado em uma quadra da NBA. Pop, então, que não ouse levar sua vara de pescar para os lagos da região.

 


Varejão agora estabelece recorde de pontos na NBA, mas Cavs perde
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Giancarlo Giampietro

Depois de estabelecer seu recorde pessoal de rebotes logo na estreia, Anderson Varejão dessa vez superou sua marca pessoal de pontos em um jogo da NBA, num início de temporada simplesmente arrasador. O capixaba dessa vez somou 35 pontos e 18 rebotes em 37 minutos de ação. E seu Cleveland Cavaliers ainda perdeu para o Brooklyn Nets por 114 a 101.

Anderson Varejão x Brook Lopez

Varejão ataca o molenga Brook Lopez

A melhor marca do brasileiro na liga norte-americana até então havia sido a de 26 pontos contra o Chicago Bulls em fevereiro de 2009. Os 35 pontos da noite desta terça-feira podem ter sido, aliás, um recorde pessoal do jogador em sua trajetória como profissional. Nos tempos de Barcelona, no final de sua adolescência, é extremamente difícil pensar que tenha atingido uma marca dessas. Alguém aí de Franca por acaso se lembra de algo parecido em seu início pelo clube?

Pela seleção, o máximo que consegui achar foram 27 pontos contra Porto Rico pela Copa Tuto Marchand de 2009, um quadrangular amistoso preparatório para a Copa América em que o Brasil, dirigido por Moncho Monsalve, venceu tanto a Argentina de Luis Scola como os portorriquenhos, novamente, na casa deles. Naquele torneio continental, aliás, ele fez sua melhor campanha com o time nacional, em ótima dupla com Tiago Splitter.

Agora voltando ao campeonato 2012-2013 de Varejão em Cleveland. Afastado de boa parte da temporada passada devido a uma lesão grave no pulso, jogando enferrujado nas Olimpíadas, fica meio claro que ele entrou babando em quadra neste mês. É como se todo o aspecto selvagem de seu jogo – Wild Thing, tá? 🙂 – estivesse represado por um tempo. Abriram a porteira.

O pivô tem agora médias de 15,8 pontos e 13,7 rebotes por partida, em sete jogos (contra 7,4 e 7,2, respectivamente, em sua carreira de oito temporadas). Ele ficou fora apenas do confronto com o Golden State Warriors, devido ao joelho direito inchado após levar uma pancada duas noites antes, contra o Los Angeles Clippers. Apesar dos esforços do brasileiro, o Cavs já perdeu seis de suas oito partidas. Cinco desses duelos, porém, foram realizados fora de casa, resultando em quatro reveses.

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Enquanto o brasileiro esteve em quadra contra o Nets, o Cavs venceu por quatro pontos. Dado inferior apenas ao saldo de seis pontos que o ala Alonzo Gee conseguiu em 38 minutos. A equpe de Byron Scott sofreu, na verdade, com a produção de seus reservas, com míseros seis pontos vindos do banco, em mais de 60 minutos combinados entre seis atletas. Afe.

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Outro recorde de Anderson nesta terça: o cabeleira conseguiu 16 cestas de quadra. Até então, em sua carreira, só havia encaçapado a bola dez vezes num mesmo jogo, em quatro ocasiões diferentes – a última delas contra o Bucks em março deste ano.

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Dos 18 rebotes que Varejão apanhou contra o molenga Brook Lopez, 11 foram ofensivos. Istoé, ele já teria um double-double mesmo se não tivesse coletado nenhuma sobra na tábua defensiva. No total, na temporada ele agora soma 35 rebotes no ataque, média de cinco por partida.


Houston Rockets manda Scott Machado e mais dois para liga de desenvolvimento
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado vai ter de arrumar as malas e cair na estrada. Ele tem uma viagem de cerca de 500 km para fazer entre Houston e Hidalgo, pequena cidade localizada ainda no Texas. Passadas duas semanas de temporada regular na NBA, o Rockets decidiu, enfim, enviar o jovem armador para sua filial na D-League, o Rio Grande Valley Vipers.

Scott Machado pelo Rockets em Las Vegas

Scott vai ter tempo de quadra pela primeira vez desde a pré-temporada

Sem ser aproveitado no elenco, ficando fora até mesmo do banco de reservas, o movimento por parte da franquia não pode ser encarado como um rebaixamento para o nova-iorquino brasileiro. Em meio a dezenas de viagens, um corre-corre danado, é mais fácil que ele mostre serviço para sua diretoria e comissão técnica e diretoria jogando com regularidade, em vez de depender dos minutos escassos de coletivos.

Aliás, em sua mudança, Scott vai acompanhado de dois companheiros do Rockets, o ala Royce White e o ala-pivô Donatas Motiejunas, duas escolhas de primeira rodada do clube nos últimos anos e que também mal vinham sendo aproveitados pelo técnico Kevin McHale – ele tem dado prioridade a seus jogadores mais experientes. Dos novatos, apenas Terrence Jones fica, então, em Houston, embora tenha minutos esporádicos nas partidas.

O salário do armador não muda. Ele continua sendo pago pelo clube surpreendeu ao contratá-lo este ano, torrando mais de US$ 5 milhões em salários de jogadores dispensados, e pode ser chamado de volta para a qualquer momento por McHale para o time principal. O que muda é sua rotina: as instalações, as viagens, a rotina de um atleta da D-League são bem mais modestas do que os luxos que rodeiam os astros do primeiro escalão.

O nível de competitividade também é intenso. Cada um dos jogadores inscritos no campeonato de desenvolvimento sonha com uma contratação por parte dos primos ricos. Atletas como Scott, Motiejunas e White são vistos como alvos preferenciais dos concorrentes – é a chance de competir com caras que desfrutam da “mamata” e mostrar que são melhores ou que pelo menos têm nível para voos mais altos. Mas não que isso vá assustar o armador, que teve de batalhar bastante para entrar no radar da NBA jogando pela pequena universidade de Iona. Depois de ser ignorado no Draft, suou um pouco mais para garantir seu contrato. Então não tem nada de novo para o rapaz.

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Veja alguns jogadores que o Houston Rockets já mandou para Hidalgo: o armador Aaron Brooks, o ala Steve Novak, o pivô Joey Dorsey, o ala-armador Jermaine Taylor, o armador Ish Smith, além do pivô Greg Smith, do ala-pivô Patrick Patterson e do ala Marcus Morris (os três ainda no Rockets). Desses, apenas Dorsey e Taylor estão fora da NBA hoje, sendo que o primeiro por opção – foi campeão europeu pelo Olympiacos na temporada passada e recusou propostas que considerou baixas por parte da liga. Taylor acabou de acertar com o Lagun Aro na Liga ACB espanhola e vai fazer companhia ao nosso Raulzinho.

Outros atletas passaram pelo Vipers e ainda têm contratos: o ala Terrell Harris, reserva de Dwyane Wade e Ray Allen no Miami Heat, o ala Ivan Johnson, duro-na-queda do Atlanta Hawks, e o armador Will Conroy, que conseguiu neste ano uma vaga no Minnesota Timberwolves.

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Quem não reagiu nada bem ao comunicado sobre a decisão do Rockets foi o ex-técnico de Motiejunas na Euroliga, Tomas Pacesas, com quem trabalhou no Asseco Prokom. Na real, o cara ficou furioso. “Não fiquei só surpreso, mas nervoso com esse tipo de decisão. Na minha opinião, Donatas é um dos melhores pivôs não só da Europa, mas no mundo também. Suas capacidades físicas e técnicas deixariam jogá-lo bem mesmo na piada que é essa liga” disse. “Para mim, Donatas é tão bom quanto Jonas Valanciunas e poderia jogar tão bem ou talvez melhor que ele na NBA.”

O treinador teria sugerido, então, que seu ex-pupilo – paparicado pelos olheiros europeus há anos e anos, isso é fato – se daria melhor num time como o Toronto Raptors ou o San Antonio Spurs, duas franquias historicamente ricas em seus relacionamentos com jogadores vindos da Europa. Mal sabe ele o que anda acontecendo com Tiago Splitter…