NBA 2013-2014: razões para seguir ou lamentar os times da Divisão Atlântico
Giancarlo Giampietro
Cada equipe tem suas particularidades. Um estilo mais ofensivo, uma defesa mais brutal, um elenco de marmanjos cascudos, outro com a meninada babando para entrar em quadra. Depois da Divisão Sudeste, amos dar uma passada, agora, pela Divisão Atlântico, mirando o que pode ser legal de acompanhar e algumas coisas que provavelmente há de se lamentar. São observações nada científicas, estritamente pessoais, sujeitas, então, aos caprichos e predileções de uma só cabeça (quase) pensante:
BOSTON CELTICS
Para curtir:
– Os americanos se divertindo com o suposto apelido de Vitor Faverani de “El Hombre Indestructible” em suas crônicas, admirados como o jogo durão do brasileiro.
– Avery Bradley oprimindo, com sua movimentação lateral implacável, postura perfeita e muita garra, quem quer que tente driblar em sua direção, ou em qualquer direção, na verdade.
– O eventual segundo quarto em que Jeff Green vai parecer um All-Star, atacando a cesta com tudo e convertendo chutes da zona morta.
– Jared Sullinger coletando rebotes ofensivos, mesmo que não consiga pular um par de chinelos – e tomando impulso na corrida.
– Kelly Olynyk mostrando que força não pode ser tudo no basquete, mesmo quando se tem mais de 2,10 m de altura.
Para chiar:
– Os jogos em que Brandon Bass e Kris Humphries vão apanhar toda a vida o garrafão, mas nada de Faverani na quadra.
– Avery Bradley amassando o aro, do outro lado da quadra.
– Os outros três quartos em que Jeff Green fica vagando na quadra, sem muito propósito.
– Jordan Crawford algemando a bola em um garbage time no Boston Garden, com o Celtics perdendo por 20 pontos.
– As caretas de MarShon Brooks no banco de reservas.
– Cada cheque gordo mensal depositado na conta de Keith Bogans e Humphries.
BROOKLYN NETS
Para curtir:
– Para delirar, na real, imaginando o quão forte pode ficar a defesa do time nos minutos em que Garnett e Kirilenko estiverem juntos em quadra. Vai ser um terror para qualquer coordenador ofensivo.
– Pierce e Garnett, aos poucos, dominando o vestiário e tentando dar um jeito na prima donna que se tornou Deron Williams.
– Kirilenko, Pierce e Garnett podendo um dar descanso ao outro, para que cheguem bem aos playoffs.
– Brook Lopez dominando embaixo da cesta, mas também matando seus chutes de média distância e aprendendo uma coisa ou outra com Garnett na cobertura e imposição defensiva.
– As partidas de 15 ou mais rebotes de Reggie Evans, mesmo que ele nem passe dos 20 minutos de ação.
Para chiar:
– A deterioração no jogo de Joe Johnson e sua passividade em quadra.
– Se Deron tiver problema em dividir os holofotes com os veteranos que chegaram.
– Qualquer limitação física que abale a equipe rumo aos mata-matas.
– Jason Terry, afoito para fazer suas cestinhas, abortando alguns ataques.
– Jason Kidd atendendo ao celular durante jogos. Difícil que ele repita o que fez na liga de verão. Em todo o caso…
NEW YORK KNICKS
Para curtir:
– Quando Carmelo Anthony incendeia o Madison Square Garden; aqueles momentos em que ele fecha dos olhos, atira para cima e cai tudo, mas tudo mesmo, como um robozinho preparado para fazer cestas.
– As acrobacias de JR Smith que fazem o queixo cair.
– Toda a calma e inteligência de Pablo Prigioni, fazendo os passes corretos, na hora certa, além de sua esperteza para bater a carteira de rivais muito mais rápidos e jovens.
– Tyson Chandler brincando de vôlei perto da tabela e, com aquele tamanho todo, sendo capaz de defender alas no mano a mano (desde que as costas estejam 100%, claro).
– Os ataques do jornalista Frank Isola, do New York Daily News, ao conglomerado de James Dolan, via Twitter. Imperdível.
– O fantástico mundo de Ron Artest.
Para chiar:
– Quando Carmelo Anthony e JR Smith simplesmente não vão passar a bola para ninguém.
– Os diversos momentos em que, por desatenção ou preguiça, Carmelo concede cestas fáceis aos adversários. Para depois reclamar de seus companheiros.
– A triste derrocada de Amar’e Stoudemire, que mal consegue parar em pé há duas temporadas e já vem estourado desde a pré-temporada.
– Contratar Chris Smith só pelo fato de ele ser o caçulinha de JR.
– Os quilinhos a mais de Raymond Felton.
– Andrea Bargnani e um potencial nunca realizado.
– O bilionário mundo de James Dolan.
PHILADLEPHIA 76ERS
Para curtir:
– Thaddeus Young e seu jogo silencioso, mas muito eficiente e vistoso, sim, senhor, com suas passadas largas rumo ao aro.
– A liberdade plena de criação para Brett Brown, mais um discípulo de Gregg Popovich a tentar a vida fora de San Antonio.
– Prospectos até hoje escondidos, mas com muito talento e uma grande oportunidade para mostrar serviço: James Anderson, Daniel Orton e Tony Wroten.
– Hã… Bem… Difícil ir além disso. Que Nerlens Noel possa se juntar a Michael Carter-Williams em quadra o mais rápido possível em um dos elencos mais limitados dos últimos anos.
Para chiar:
– As claras intenções de se sabotar toda uma temporada em busca de uma boa posição no Draft; do ponto de vista coletivo, de credibilidade da liga, lamentável, ainda que a estratégia faça sentido para a franquia.
– Evan Turner batendo cabeça com Carter-Williams.
– Cada salário depositado na conta de Kwame Brown.
TORONTO RAPTORS
Para curtir:
– As maquinações de Masai Ujiri nos bastidores, em busca da próxima troca em que vá rapelar o outro negociador.
– A adoração dos torcedores do Raptors por Jonas Valanciunas, e desenvolvimento deste promissor gigantão lituano.
– A leveza e capacidade atlética de Rudy Gay, DeMarr DeRozan e Terrence Ross.
– Amir Johnson, pau-pra-toda-obra.
– O arremesso de Steve Novak.
– Tyler Hansbrough trombando com todo mundo que não atenda pelo nome de #mettaworldpeace.
Para chiar:
– As tijoladas intempestivas, pouco inteligentes de Rudy Gay.
– Toda a falta de mobilidade de Aron Gray, provavelmente o jogador mais pesado da NBA (oficialmente com 122 kg).
– As lesões e os chiliques de Kyle Lowry.
– Landry Fields e toda a sua saudade dos tempos de Linsanidade.
– A perda total de confiança por parte do diminuto DJ Augustin.