Vinte Um

E o Houston, agora, quer Jeremy Lin

Giancarlo Giampietro

A intenção do post não é nem para avacalhar a franquia texana. Porque eles mesmo estão encarando com muito bom-humor seu namoro recente com Jeremy Lin, aquele da Linsanidade, lembram?

Pode passar a impressão de que foi há uma eternidade, mas o armador foi dispensado pelo Houston Rockets no finalzinho de dezembro do 2011. Feliz ano novo, então, né?

Jeremy Lin no Houston Rockets?

Jeremy Lin no Rockets? Por enquanto, só essa imagem de 2011 com o fundo em chroma key, mesmo. Knicks deve mantê-lo

Na quarta-feira, o sino-americano visitou a diretoria do Rockets para ouvir o que eles tinham para lhe oferecer. O que foi, no caso, mais uma proposta marvada daquelas por parte de Daryl Morey, o patrono dos nerds estatísticos da NBA. Tal como fez com Omer Asik, do Bulls, com duas parcelas suaves (padrões norte-americanos, claro) de US$ 5 milhões e outras duas batendo na casa de US$ 10 milhões, aí já mais pesadas.

A intenção neste movimento? Bem, primeiro que para um agente livre nas condições de Asik e Lin, os times têm um limite a oferecer nas duas primeiras temporadas do contrato. A partir delas, porém, podem propor o que bem entenderem. E, ao inflar as outras parcelas, a tentativa é assustar os clubes que têm o direito de cobrir a oferta. Tanto o Bulls como o Knicks podem elevar suas folhas salariais, daqui a duas temporadas a um nível em que tenham de pagar taxas pesadíssimas para cada dólar excedente.

Bem, o Bulls não parece disposto a entrar nesse tipo de terreno minado, a despeito de perder uma peça muito importante – o turco não só é um excpecional defensor, como vale também como um seguro perante as constantes lesões de Noah. Coisa que o Knicks nunca teve problema para topar, ora, ainda mais considerando o lucro incrível obtido com o armador na temporada passada.

Ontem, Morey estava dizendo por aí que ao menos teria a chance de mostrar a cidade para o jogador, já que ele não havia tido muito tempo da última vez. O técnico Kevin McHale foi além, apelando para o condicional: se eles soubessem, se pudessem imaginar que uma Linsanidade estava prestes a ocorrer, teriam dispensado meio time antes de mandarem o armador embora.

Agora eles podem estar tentando desfazer o erro, mas o flerte com Lin tem muito mais chance de terminar como apenas mais uma travessura, forçando o Knicks a abrir os cofres, do que como um ato que vá redimir a franquia. Lembrando que o desfecho dessa trama tem muito a ver com nosso Scott Machado.

Ironicamente, o Rockets passou por uma situação oposta em relação a Goran Dragic. Desacreditado no Phoenix Suns, o armador brilhou no ano passado pelo time de Houston, com números, inclusive, muito parecidos que os de Lin. Como titular, Dragic somou 18 pontos e 8,4 assistências. Lin, no Knicks, teve 18,2 pontos e 7,7 assistências. Agora, o esloveno voltou a ser alvo do próprio Suns, e acertou seu retorno por um contrato de US$ 30 milhões por quatro anos, uma fortuna.

Uma prova de que, embora tenham estruturas incomparáveis no mundo basquete, com dezenas de empregados entre dirigentes, scouts, estatísticos e técnicos, os clubes da NBA não estão imunes a bobagens. Pelo contrário.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Jeremy Lin em sua encarnação passada