Vinte Um

Arquivo : Oden

Projeto Beasley: Riley aposta na reabilitação de seu próprio refugo
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Giancarlo Giampietro

B-easy? Não mais

Poderia Michael Beasley colocar a cabeça em ordem e deixar o Miami ainda mais forte? NBA aguarda

Garoto-propaganda da Armani por não sei quanto tempo, Pat Riley só pode ser um homem seguro de si. Ajuda também, imagino, o fato de já ter sido campeão da NBA como jogador, técnico e dirigente.

Pois, rumo ao campeonato 2013-2014, em busca do tricampeonato pelo Miami Heat, o presidente da equipe esbanja confiança de um jeito que até assustaria. Daria medo, sim, não contasse existisse no mesmo grupo com um certo LeBron James. Primeiro foi Greg Oden, o lesionado. Depois Michael Beasley, o desmiolado e um refugo da própria franquia da Flórida.

Não dá para dizer qual é o negócio mais arriscado. Para termos uma ideia da fama que o ala construiu com esmero, uma vez que o pivô não pisa em quadra desde 2009. É como se ele tivesse comprado, na loja online da Acme, um manual com o passo-a-passo de como se arranhar a imagem pública de alguém que, em 2008, estava envolvido em um ferrenho debate sobre a escolha número um do Draft, concorrendo com aquele tal de Derrick Rose. Até mesmo o armador sabia disso.

E, acreditem, para muitos olheiros não era nenhum absurdo essa proposição. Beasley, talento puro, fez uma temporada excepcional como calouro na NCAA, segundo qualquer perspectiva. Compare os seguintes números, num exercício de adivinhação que adoram fazer lá fora, especialmente o Sports Guy:

Jogador A: 35,9 min, 25,8 pts, 11, 1 reb, 1,9 blk, 1,9 st, 47,3% FG, 40,4% 3pt.

Jogador B: 31,5 min, 26,2 pts, 12,4 reb, 1,6 blk, 1,3 st, 53,2% FG, 37,9% 3pt.

Em 2013, fica difícil aceitar isso, mas o Jogador A é Kevin Durant, e o B, Michael Beasley. E não é que isso seja uma fraude estatística: um jogando contra as Dukes da vida e o outro, no circuito do Telecurso 2000 Nebraska. Ainda que em anos diferentes, Beasley, por Kansas State, na sequência de Durant, por Texas, os dois produziram essas estatísticas na mesma conferência, a Big 12.

Era esse tipo de craque que muitos esperavam quando o já rodado ala entrou na liga em 2008, com o aval de Riley. Aos poucos, contudo, o alarme foi tocando. Já no primeiro encontro dos calouros, numa semana, digamos, educativa promovida pela equipe de Stern e pelo sindicato dos atletas, Beasley foi multado em US$ 50 mil dólares por violar alguns protocolos ao lado do companheiro Mario Chalmers (e de Darrell Arthur, eternamente coadjuvante). O incidente teria envolvido “mulheres” e “odor de maconha”. A droga apareceria em reportagens de outras três ocorrências policias envolvendo o jogador, tendo a última delas resultado em sua dispensa pelo Phoenix Suns, depois de ser preso em Scottsdale.

“O Suns se dedicou muito pelo sucesso de Michael Beasley em Phoenix,” disse o presidente do clube, Lon Babby, em comunicado. “No entanto, é essencial que exijamos os mais altos padrões de conduta pessoal e profissional à medida que desenvolvemos uma cultura de campeão. A ação de hoje (a dispensa) reflete nosso compromisso com essas normas. O tempo e a natureza desta decisão e de todas as nossas transações recentes são baseadas no julgamento da nossas metas de basquete, assim como na melhor forma de alcançar o nosso objetivo singular de reconstruir e formar uma equipe de elite. “

Pegou?

E a questão aqui não é nem apelar para princípios moralistas. Os problemas vão muito além das questões legais. Em quadra, o jogador ainda não encontrou seu nicho – é um jogador que trabalha melhor do perímetro para dentro, ou do jogo interior para fora? Em meio a essa discussão, promovida pelos diversos técnicos com quem já trabalhou, o ala regrediu em diversos quesitos estatísticos desde seu ano de novato. As quedas mais sensíveis são detectadas no aproveitamento de arremessos de quadra: 47,2% em 2008-2009, 40,5% em 2012-2013 – e se refletem também nas métricas mais avançadas. Em Phoenix, o plano era que ele pudesse expandir seu jogo no ataque, ficando mais com a bola, desde que procurando passá-la um pouco mais, para variar. Meio que deu certo, com o jogador assistindo em 12,5% das cestas que os companheiros (a média de sua carreira é de 9,7%). O efeito colateral? Sua média de turnovers subiu, claro.

De tudo o que já se falou sobre Beasley, um discurso o acompanhou em  uníssono: a de que o jogo parece muito fácil – e parece, mesmo –, mas que ele não faria sua parte, entrando com o mantra do basquete (e do sonho) americano. De que tem de ralar a poupança, respeitando os adversários e o grande jogo, enquanto, ao mesmo tempo, deveria entender as limitações e trabalhar duro em cima delas. Antes de ser demitido, Lance Blanks, ex-gerente geral do Suns, confiava em tudo isso: que seria possível guiar o jogador rumo ao Éden e, com ele, iria o time junto. Nenhum dos dois durou mais de uma temporada a partir da assinatura do contrato. Mesmo com a franquia ainda precisando pagar US$ 12 milhões em salário.

Fim da linha?

Não. Pat Riley resolveu fazer a aposta. Justo ele, o primeiro a abrir mão do atleta em uma negociação com o Minnesota Timberwolves – recebeu, em contrapartida, uma quantia não especificada de dinheiro e duas escolhas de segunda rodada no Draft, pacote conhecido também por “troco de pinga” na NBA. Naquela época, precisava se livrar de qualquer centavo que julgasse supérfluo em sua folha de pagamento, para abrir espaço para a contratação de LeBron e Bosh, além da renovação de Wade. O ala ganharia US$ 4,9 milhões. Então foi “rua!” para ele.

“Estou feliz que ele esteja de volta, e acho que ele é a vela de ignição de que este time precisava do ponto de vista de talento”, afirmou Wade, que acompanhou de perto os altos e baixos do atleta entre 2008 e 2010. “Sempre digo que a grandeza de Michael depende só dele. O quão bom ele quer ser. Agora vamos nós todos ver no que dá.”

Três anos depois, o ala retorna para South Beach. “Todo mundo me acolheu. D-Wade ficou no meu ouvido o tempo todo”, disse Beasley após seu primeiro treino com o time, num início de pré-temporada… Nas Bahamas! Vamos ver se a turma se comporta.

Será que o Miami Heat andava tão entediado assim? Conquistar a NBA estava muito fácil? Era preciso mais emoção? Não, brincadeira. Aí seria muito sádico de sua parte – e não vão se esquecer tão cedo do sufoco que passaram perante Tim Duncan e Tony Parker.

A verdade é que Riley não tinha muito o que fazer, mesmo. Já tinha sido obrigado a anistiar Mike Miller para economizar e evitar as multas pesadas de gestão da liga. De novo foi uma questão de economia. Desta vez Beasley chega com desconto, recebendo o salário mínimo, e ão havia ninguém disponível no mercado com o “potencial” (sempre ele) deste problemático jogador para se adequar a essa mixaria. “Michael teve os melhores anos de sua carreira conosco. Sentimos que ele pode ajudar”, disse o presidente do clube.

Para fechar, porém, só um adendo: o contrato  de Beasley não tem garantia para toda a temporada. Aprontou, dançou. Aí não tem terno bem cortado e currículo vitorioso que passe tanta confiança assim.


Oden tenta reprisar em Miami o final de carreira de pivô legendário da NBA
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Giancarlo Giampietro

Bill Walton, capitão Blazer por pouco tempo

Desde os tempos de colegial, ele já era anunciado como mais um da linhagem dos superpivôs norte-americanos, inevitavelmente comparado a Kareem Abdul-Jabbar. Foi o número um do Draft da NBA via Trail Blazers. Sua imagem ficou abalada precocemente por uma série de lesões e, depois de celebrado em Portland, acabou descartado. Até que um time com tradição de títulos resolveu apostar nele. O cara se juntou ao “Big Three”, sem muita pressão – o que pudesse entregar em quadra já seria lucro, ao lado de tantos craques.

É, foi assim, em 1985-86, pelo Boston Celtics de Bird, McHale e Parish, que o legendário Bill Walton conseguiu um último suspiro em uma carreira que estava prometida, destinada a ser uma das maiores, mais dominantes da liga, mas cujos sonhos, a despeito do título em 1977, foram frustrados pouco a pouco, à medida em que seu corpo foi se quebrando, num sofrimento que parecia não ter fim.

Walton, glórias tardias pelo Boston

Walton e Oden: agonia Blazer

Mais de 20 anos depois, com um Sam Bowie no meio do caminho, os fiéis torcedores de Portland agora repetem esse processo e veem Greg Oden tentando reprisar a trajetória de Walton com o Miami Heat.

Troféu e queda
O ruivo, esguio e multitalentoso Walton se tornou jogador do Blazers em 1974. Excelente defensor, era daqueles que dava o toco não só no momento certo, mas como na direção precisa para se iniciar o contra-ataque, ágil na cobertura e no fechamento de espaços. No ataque, um passador de inteligência incrível, com domínio de qualquer fundamento que você possa imaginar. Com esse repertório, chegou ao clube, que nunca havia disputado os playoffs, como uma espécie de Messias.

Na universidade, jogando pela mítica UCLA de John Wooden, o pivô havia capitaneado duas temporadas regulares com resultados perfeitos: 30 vitórias e nenhuma derrota, participando da maior série invicta do campeonato: 88 partidas. Um time bicampeão e eternizado. Não havia como, então: era uma aposta certeira para transformar o Blazers de saco de pancadas a um time dominante.

Não fossem seus problemas médicos que começaram já aos 22 anos. Já nas duas primeiras temporadas ele sofreu com fraturas múltiplas (do pé ao nariz), limitado a apenas 86 partidas de 164 possíveis, pouco mais da metade. Sua equipe, claro, seguiu fora dos mata-matas, mesmo num período de declínio técnico da NBA, com o talento norte-americano dissipado entre a liga e a ABA.

Até que, em 1976-77, mesmo perdendo mais 17 jogos, trabalhando com mais um treinador histórico, Jack Ramsay, Walton conseguiu se recuperar fisicamente. Liderou o campeonato em rebotes (14,4) e tocos (3,2), somando ainda 18,6 pontos, 3,8 assistências em 34,8 minutos, para ganhar um dos títulos mais especiais da história, varrendo o Lakers de Abdul-Jabbar na final do Oeste e batendo na grande decisão o Philadelphia 76ers de Julius Erving, Darryl Dawkins e George McGinnis – e de Doug Collins (!) Mike Dunleavy (!!), Joe “Pai do Kobe” Bryant (!!!), além do inesquecível World B. Free, o precursor do #mettaworldpeace em nomes forjadamente utópicos.

Este time simbolizaria o que de melhor o basquete poder oferecer, com jogadores repartindo a bola feito socialistas, o talento de um complementando o do outro, fazendo com o que o conjunto fosse maior que a soma das partes – habilidade por habilidade, o Sixers era, disparado, o favorito ao título. Com Walton, a equipe parecia a caminho de dominar a liga. Mas os problemas físicos do pivô não cessaram, os egos cresceram a partir da conquista, a diretoria se viu pressionada a buscar outras alternativas e, rapidamente, o sonho se deteriorou. O ponto positivo dessa triste história é que ela nos proporcionou um relato imperdível no livro “The Breaks of the Game“, do jornalista David Halberstam. Aqui, o Sports Guy discorre com o brilho de sempre tanto sobre a obra como o falecido autor. Não houve tradução para o português, infelizmente, mas é possível ao menos ler Halberstam em uma definitiva biografia de Michael Jordan, relançada pela Editora 34.

Walton, NBA e contracultura

Walton, em tempos de angústia

Em 1977-78, o time chegou a vencer 50 de seus primeiros 60 jogos. Até que Walton sofreu uma fratura no pé. Sua produção era tão impressionante que, mesmo tendo disputado apenas 58 partidas, foi eleito o MVP da temporada. Retornando nos playoffs, o pivô voltou a se lesionar e, a partir daí, mergulhou em um período infernal, com seguidas decepções, até que entrou em conflito com os médicos e diretores do Blazers, crente de que estariam mentindo sobre seus diagnósticos, forçando que ele jogasse em condições distantes das ideais.

Walton não jogou em 1978-79 e, desiludido, se transferiu para o Clippers, que ainda tinha base em San Diego, aonde ironicamente iria encontrar Joe Bryant e World B. Free e mais alguns elementos que em nada lembravam seus ex-companheiros de Blazers – destaque para Sidney Wicks, um pretenso astro que viu sua média de pontos regredir temporada após temporada desde os 24,5 que fez como novato. Após participar de 14 jogos em 1979-1980, ele perdeu as duas temporadas seguintes também em razão de fraturas nos pés. Somou, enfim, 155 jogos entre 1982 e 1985 (de 246 possíveis), já de volta a Los Angeles com a franquia, mas sem conseguir elevar o time, que terminou os três anos na 11ª posição da conferência. Nesse período, chegou a cogitar o suicídio.

Um outro time perfeito
Sair do Clippers para o Boston Celtics, em 1985, era como trocar hoje o Charlotte Bobcats pelo San Antonio Spurs ou Miami Heat. Algo desse nível. Foi o que aconteceu com Bill Walton. Não deveria, então, haver sujeito mais sorridente naquele campeonato, depois de ele ser trocado por Cedric Maxwell e uma escolha de Draft que resultaria em Arvydas Sabonis. Ironicamente, essa escolha seria repassada ao… Portland Trail Blazers, claro.

Na Beantown, o ruivão se juntou a Bird, McHale, Parish, Dennis Johnson, Danny Ainge, Scott Wedman (e, ok, Greg Kite) para formar aquele que seria um dos maiores times da história. Para grande parte dos orgulhosos torcedores do Celtics, essa é considerada ao menos a melhor equipe que tiveram, superando os esquadrões de Bill Russell nos anos 60. Eles tiveram o terceiro ataque mais produtivo, a defesa menos vazada e conseguiram 63 vitórias, contra 19 derrotas – a melhor campanha da temporada regular. Mas estes números talvez não façam justiça ao que jogaram.

Nos playoffs do Leste, sofreram só uma derrota na semifinal para o Atlanta Hawks de Dominique Wilkins, tendo varrido o Chicago Bulls do jovem Michael Jordan, apenas em sua segunda temporada na liga, com média de, glup!, 43,6 pontos no confronto. Na final, tiveram a sorte (ou o azar, no ponto de vista de alguns fãs, que juram que eles esmigalhariam os arquirrivais) de enfrentar o Houston Rockets, que havia surpreendido o Lakers no Oeste. Com Hakeem Olajuwon também como um segundanista e o pirulão Ralph Sampson (outro que se lesionaria constantemente e não realizaria seu potencial), os texanos tinham um time muito promissor (e que naufragou mais adiante, servindo como exemplo numa caçada antidrogas da liga…), mas que não foram páreo para uma supermáquina como a de Boston. Vejam este massacre, no terceiro quarto do Jogo 5 da decisão:

Contra as “Torres Gêmeas”, Walton foi uma presença tranquilizadora para o Boston, dando bom descanso a McHale e Parish. Aliás, foi o seu papel durante toda a temporada, para ganhar o prêmio de melhor sexto homem. Foi um encaixe perfeito: Walton já não tinha mais condições atléticas para carregar uma equipe, ao passo que o Celtics poderia muito bem contar com uma ajudinha extra para um combate que nunca chegou a acontecer nos playoffs contra Jabbar. Feliz em quadra, cabeça em dia, milagre médico: Walton só ficou fora de duas partidas naquela temporada, estabelecendo um recorde pessoal. “Ele só joga quando quer, algumas vezes precisamos implorar para ele jogar”, brincaria Bird anos mais tarde.

Este acabou sendo seu campeonato informal de despedida. Na temporada seguinte, voltou a se lesionar. Ainda voltou para os playoffs, mas impossibilitado de causar qualquer impacto. E aí, sim, o Celtics voltaria a enfrentar o Lakers, perdendo por 4 a 2.

Remake
Obviamente, os paralelos entre Oden e Walton ficam limitados a coincidências: 1) era uma grande promessa colegial, comparado a Jabbar; 2) foi selecionado pelo Blazers como número um do Draft; 3) passou mais tempo na enfermaria, vivendo anos completamente conturbados; 4) tenta um recomeço com um time de ponta, liderado por outro big 3, de LeBron, Wade e Bosh. Em quadra, ele nunca chegou nem perto de produzir como o legendário pivô, nem mesmo esteve num time candidato a título. Também é bem mais jovem.

De qualquer forma, embora o ruivo tenha sido privado do auge, sem conseguir, estatisticamente, competir com os grandes pivôs da história, a história de Oden pode ser ainda mais triste, considerando que nem mesmo pôde desfrutar do início de sua carreira, perdendo toda a temporada de novato e sendo escalado, desde que ingressou na liga, em apenas 82 partidas no total, entre 2008 e 2009.

Qualquer contribuição que o pivô possa fazer o Miami neste próximo campeonato já será vista como enorme lucro para Pat Riley (técnico do Lakers em 1986 e 1987, aliás) – e, sem dúvida, virá como alívio, consolação e, quiçá, uma recompensa para alguém que teve de superar uma profunda depressão,  como se estivesse proibido a jogar basquete. Bill Walton certamente estará na torcida.


Na tabela 2013-2014 da NBA, os jogos (alternativos) que você talvez queira ver
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Giancarlo Giampietro

Com olançamento sempre adiantadíssimo de tabela, agora da temporada 2013-2014, a NBA já reservou em seu calendário – sem nem consultá-los, vejam só! – algumas noites ou madrugadas de suas vidas. E nem feriado eles respeitam, caramba.

Já é hora, então, de sentar com o noivo, avisar a namorada, checar se não é o dia da apresentação do filho, e que a universidade não tenha marcado nenhuma prova para essas datas: Kobe x Dwight, retorno de Pierce e Garnett com Boston, o Bulls abrindo a temporada contra os amáveis irmãos de Miami, Kobe x Dwight, as tradicionais visitas de LeBron ao povoado de Cleveland, Nets x Knicks, revanche Heat x Spurs, Kobe x Dwight etc. etc. etc. Não precisa nem falar mais nada a respeito.

Mas, moçada, preparem-se. Que não ficaria só com isso, claro. A liga tem muito mais o que oferecer para ocupar seu tempo de outubro a junho. Muito mais. Colocando a caixola para funcionar um pouco – acreditem, de vez em quando isso acontece –, dá para pescar mais alguns jogos alternativos que talvez você esteja interessado em assistir, embora não haja nenhuma garantia de que eles vão ocupar as manchetes ou a conversa de bar – porque basqueteiro também pode falar disso no bar,  sem passar vergonha. Pode, né?

Hora de rabiscar novamente a agenda, pessoal. Mexam-se:

– 1º de novembro de 2013: Miami Heat x Brooklyn Nets
Depois de encarar o Bulls na noite de abertura, de descansar um pouco diante do Sixers, lá vem o Nets para cima dos atuais campeões logo em sequência. Essa turma de David Stern não toma jeito. Querem colocar fogo em tudo. Bem, obviamente esse jogo não é tão alternativo assim, considerando as altíssimas expectativas em torno dos rublos do Nets. Mas há uma historieta aqui para ser acompanhada em meio ao caos: será que Kevin Garnett, agora que não se veste mais de verde e branco, vai aceitar cumprimentar Ray Allen? Quem se lembra aí de quando o maníaco pivô se recusou a falar com o ex-compadre no primeiro jogo entre eles desde que o chutador partiu para Miami? Vai ser bizarro para os dois e Paul Pierce, certamente. Assim como a nova dupla de Brooklyn quando chegar a hora de enfrentar o Los Angeles Clippers de Doc Rivers em 16 de novembro.

No hard feelings? KG x Allen

E o KG nem aí para esse tal de Ray Allen ao chegar a Miami

1º de novembro de 2013:  Houston Rockets x Dallas Mavericks
Sim, uma noite daquelas! Mas sem essa de “clássico texano”. O que vale aqui é o estado psicológico de Dirk Nowitzki e o tamanho de sua barba. Contra o Rockets, o alemão vai poder se perder no tempo, divagando no vestiário sobre como poderiam ser as coisas caso o plano audacioso de Mark Cuban tivesse funcionado: implodir um time campeão para sonhar com jovens astros ao lado de seu craque. Dois astros como Harden e Howard, sabe? Que o Houston Rockets roubou sem nem dar chance para o Mavs, que teve de se virar com um pacote Monta Ellis-Samuel Dalembert-José Calderón e mais cinco chapéus e três botas de vaqueiro para tentar fazer de Nowitzki um jogador feliz.

Hibbert x Gasol

E que tal um Hibbert x M. Gasol?

– 11 de novembro de 2013: Indiana Pacers x Memphis Grizzlies
Vimos nos playoffs: dois times que ainda fazem do jogo interior sua principal força, e daquele modo clássico (pelo menos que valeu entre as décadas de 70 e 90), alimentando seus pivôs, contando com sua habilidade e físico para minar os oponentes*. Então temos aqui David West x Zach Randolph e Roy Hibbert x Marc Gasol. Só faça figas para que eles não esmaguem o Mike Conley Jr. acidentalmente. Candidatos a título, são duas equipes que estão distante dos grandes mercados, mas merecem observação depois do que aprontaram em maio passado.  Não dá tempo de mudar. (*PS: com a troca de Lionel Hollins por Dave Joerger, o Grizzlies deve adotar algumas das diretrizes analíticas de John Hollinger, provavelmente buscando mais arremessos de três pontos, mas não creio que mudem taaaanto o tipo de basquete que construíram com sucesso nas últimas temporadas e, de toda forma, no dia 11 de novembro, talvez ainda esteja muito cedo para que as mudanças previstas sejam totalmente incorporadas pelos atletas.)

– 22 de dezembro de 2013: Indiana Pacers x Boston Celtics
O campos da universidade de Butler está situado no número 4.600 da Sunset avenue, em Indianápolis. De lá para o ginásio Bankers Life Fieldhouse leva 17 minutos de carro. Um pulo. Então pode esperar dezenas e dezenas de seguidores de Brad Stevens invadindo a arena, com o risco de torcerem para os forasteiros de Boston, em vez para o Pacers local, time candidato ao título. Sim, o novo técnico do Celtics é venerado pela “comunidade” de Indianápolis e esse jogo aqui pode ter clima de vigília. (E, sim, mais um jogo do Pacers: a expectativa do VinteUm é alta para os moços.)

– 28 de dezembro de 2013: Portland Trail Blazers x Miami Heat
Se tudo ocorrer conforme o esperado para Greg Oden, três dias depois do confronto com o Lakers no Natal, ele voltará a Portland já como um jogador ativo no elenco do Miami Heat, deixando o terno no vestiário, indo fardado para a quadra. Da última vez em que ele esteve no Rose Garden, foi como espectador, sem vínculo com clube algum, sendo vaiado e aplaudido, tudo moderadamente. E se, num goooolpe do destino, o jogador chega em forma, tinindo, tendo um papel importante nos atuais bicampeões? Imaginem o tanto de corações partidos e a escala de depressão que isso pode – vai? – gerar na chamada Rip City.

– 13 de março de 2014:  Atlanta Hawks x Milwaukee Bucks
O tão aguardado reencontro entre Zaza Pachulia com essa fanática torcida de Atlanta, que faz a Philipps Arena tremer a cada jogo do Hawks. Não dá nem para imaginar como eles vão se comportarem na hora de acolher de volta esse cracaço da Geórgia, ainda mais vestindo a camisa do poderoso Bucks de Larry Drew – justo quem! –, o ex-técnico do Hawks. E, para piorar as coisas, o Milwaukee ainda tentou roubar desses torcedores o armador Jeff Teague. Não vai ficar barato! (Brincadeira, brincadeira.) Na verdade, an 597otem aí o dia 20 de novembro, bem mais cedo no campeonato, que é quando Josh Smith jogará em Atlanta pela primeira vez com o uniforme do Detroit Pistons. Neste caso, os 597 torcedores do Hawks presentes no ginásio e que consigam fazer mais barulho que o sistema de som vão poder aloprar o ala sem remorso algum quando ele optar por aqueles chutes sem-noção de média distância, desequilibrado, com 17 segundos de posse de bola ainda para serem jogados.

Ron-Ron tem um novo amigo agora

Ron-Ron agora vai acompanhar Melo em Los Angeles

– 25 de março de 2014: Los Angeles Lakers x New York Knicks
Já foi final de NBA, Carmelo Anthony seria um possível alvo do Lakers no mercado de agentes livres ao final da temporada, Mike D’Antoni não guarda lembrança boa alguma de seus dias como técnico Knickerbocker. São muitas ocorrências. Mas a cidade de Los Angeles tem de se preparar mesmo é para o retorno de Ron Artest ao Staples Center. Na verdade, o ala já terá jogado na metrópole californiana em 27 de novembro, contra o Clippers, mas a aposta aqui é que apenas quando ele tiver o roxo e o amarelo pela frente que suas emoções vão balançar, mesmo. E um Ron-Ron emocionado pode qualquer coisa. Nesta mesma categoria, fiquem de olho no dia 21 de novembro para o reencontro de Nate Robinson, agora um Denver Nugget, com seus colegas do Bulls, a quem ele jurou amor pleno. Robinson também é uma caixinha de… Fogos de artifício, e não dá para saber o que sai daí. Ele volta a Chicago no dia 21 de fevereiro.

– 12 de abril de 2014: Charlotte Bobcats x Philadelphia 76ers
O Sixers lidera os palpites das casas de apostas a pior time da temporada. O time nem técnico tem hoje – o único nesta condição –, seu elenco tem uma série de refugos do Houston Rockets, eles vão jogar com um armador novato que não sabe arremessar e lá não há sequer um jogador que possa pensar em ser incluído na lista de candidatos ao All-Star Game. Desculpe, Thaddeus Young, nós amamos você, mas tem limite. E, Evan Turner, bem… Estamos falando talvez da última chance. Então, no quarto confronto entre essas duas equipes na temporada, Michael Jordan espera, desesperadamente, que o seu Bobcats esteja beeeeem distante do Sixers na classificação da Conferência Leste. Se não for em termos de posições, que aconteça pelo menos em número de vitórias. Do contrário, é de se pensar mesmo se, antes de o time voltar ao nome Hornets, não era o caso de fechar as portas.

– 16 de abril de 2014: Sacramento Kings x Phoenix Suns
Como!? Deu febre?!? Não, não, tá tudo bem. É que… no crepúsculo da temporada, essa partida tem tudo para ser uma daquelas em que ninguém vai querer ganhar. Embora os torcedores do Kings tenham esperanças renovada com um nova gestão controlando o clube, a concorrência no Oeste ainda é brutal o suficiente para que eles coloquem a barba de molho e não sonhem tanto com playoffs assim. Ou nem mesmo com uma campanha vitoriosa. Fica muito provável que esses dois times da Divisão do Pacífico estejam se enfrentando por uma posição melhor no Draft de Andrew Wiggins (e Julius Randle, Aaron Gordon, Jabari Parker, Dante Exum e outros candidatos a astro). Então a promessa é de muitos minutos e arremessos para os gêmeos Morris em Phoenix, DeMarcus Cousins mandando bala da linha de três pontos, defesas de férias e mais esculhambação.


Greg Oden tenta, mais uma vez, deixar o limbo. Heat, Spurs e mais três estão interessados
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Giancarlo Giampietro

Greg Oden, prestes a sair do limbo

Greg Oden vai tentar novamente

Miami Heat e San Antonio Spurs vão brigar pelo título.  New Orleans Pelicans e Dallas Mavericks tentam chegar aos playoffs na duríssima Conferência Oeste. E ainda tem o Sacramento Kings, franquia que enfim entra em um processo de reformulação em sua gestão.  O que esses diferentes clubes têm em comum?

Seus dirigentes ainda acreditam.

Que Greg Oden ainda pode ser um pivô de NBA.

Perdido num limbo para lá de melancólico, tentando colocar o corpo em ordem, seis anos depois de ter sido escolhido com o número um do Draft, o pivô negocia com essas cinco franquias (no momento) seu eventual retorno às quadras.

Criado em Indiana, um estado sagrado na produção de craques e no cultivo do grande jogo como um todo, o adolescente Oden parecia destinado a grandes feitos. A ser mais um da linhagem dos superpivôs americanos, dialogando no colegial com gente como Alcindor e Chamberlain. Acreditem, este era o papo que rondava o garotão em seus anos de colegial, badaladíssimo. Não havia dúvidas a respeito.

A ponto de, em 2007, mesmo com algumas questões médicas já levantadas na época, o Portland Trail Blazers o escolher à frente de Kevin Durant, que havia barbarizado a NCAA inteira em seu primeiro ano por Texas. Você simplesmente, na cabeça de muita gente, não podia virar as costas para um grandalhão talentosos desse.

Já sabemos no que deu tudo isso. Uma tragédia.

Oden, queria ser grande

O que aconteceria se Oden…?

Oden só conseguiu disputar dois campeonatos pelo Blazers. Na somatória dessas duas campanhas, chegou a 82 partidas, um número extremamente irônico, já que representa a exata medida de uma temporada regular. Foram diversas contusões e lesões, as mais graves no joelho. Ao todo, o atleta precisou passar por cinco (5!) cirurgias nos joelhos, três delas daquelas mais temidas, as de microfratura. Não disputa uma partida desde 5 de dezembro de 2009 (sim, 2009, muito triste).

Nesse período, o sujeito imergiu em um estado depressivo, assumiu publicamente ter se tornado um alcoólatra e teve muita dificuldade para lidar com a pressão/decepção dos apaixonados torcedores da única franquia profissional de Portland (entre as quatro grandes ligas). Já não bastassem os problemas físicos, ainda teve fotos, digamos, íntimas suas vazadas na rede e perdeu um primo de quem era muito próximo, devido ao câncer. Além disso, ainda viu um cachorro cego, do qual cuidou por quatro anos, cair da varanda do oitavo andar de um hotel. Sem brincadeira.

Por duas pré-temporadas ele se apresentou ao Blazers sem estar 100% reabilitado. Foi apressado para a quadra mesmo assim – e isso obviamente não deu certo. Acabou dispensado em 2012, quando o clube precisava abrir espaço em sua folha salarial para fechar uma troca que, meses depois, lhe renderia o armador Damien Lillard.

Para tirar tudo isso da cabeça, Oden se afastou de quadra por um tempo. Retomou as aulas na universidade de Ohio State, fugiu dos microfones, tentou viver uma vida normal, na medida do possível. Até retomar as atividades em quadra, gradativamente, trabalhando primeiro seu corpo – chegou a passar pelo mesmo tratamento com plasma na Alemanha, um procedimento eternizado por Kobe Bryant e Alex Rodríguez. O fato de ter visitado Portland em abril só pode ser encorajador – aparentemente, não há mais traumas ali a serem revisitados. Pelo menos da sua parte. “Foi como (ver) um fantasma”, disse sem muitas cerimônias o ala-pivô LaMarcus Aldridge, na ocasião. Aldridge que supostamente viria a formar com o rapaz uma nova edição das Torres Gêmeas no Noroeste americano. “Ele pareceu magro. Disse que estava vestindo seus ternos da noite do Draft”, completou. No dia 5, de todo modo, estava lá o grandão na plateia para ver a partida contra o Memphis Grizzlies. Quando foi mostrado no telão do ginásio, ouviu aplausos e vaias. Terapia.

Agora, aos 25 anos, ele tenta um (?)m último retorno. Com todo o cuidado do mundo, abortou qualquer plano de disputar a última temporada, mesmo que estivesse fisicamente apto – e que o assédio dos clubes já tenha sido grande, especialmente por parte de Boston e Cleveland. Mas não tinha motivo para pressa. Ficou treinando por conta, entrando em forma.  Segundo relatos do ala DeShaun Thomas, recém-draftado pelo Spurs e formado na mesma universidade, o jogador está magro, em forma. “Ele parece incrível. Está correndo, puxando peso. Podemos estar diante de um regresso, mesmo”, afirmou.

Difícil dizer o que esperar do jogador nessa situação. Primeiro pela desconfiança quanto a sua durabilidade. Fora isso, o quanto suas habilidades estariam apuradas depois de mais de quatro anos sem jogar uma partida para valer? Mesmo que esteja inteiro, o que ele poderia oferecer hoje? Não há como saber até que um contrato seja assinado e ele passe a ser testado em treinos contra atletas de alto calibre. “Espero que possa contribuir para um bom time. Eu definitivamente me considero este tipo de jogador, mas primeiro tenho de entrar em quadra”, afirma.

O que temos em mãos hoje é muito pouco. Nas 82 partidas que realizou, Oden somou 9,4 pontos, 7,3 rebotes e 1,4 toco. A princípio, nada de outro mundo.  Sua média de minutos, porém, era de apenas 22,1tes. Fazendo as projeções por 36 minutos, então, chegamos a números mais expressivos como 15,3 pontos, 11,9 rebotes e 2,3 tocos. com 57,7% de acerto nos arremessos e um lance livre de dar inveja em Dwight Howard (66,6% no geral e 76,6% em 2009). Para os que não são muito fãs de projeções estatísticas, vale notar, então,que em seus últimos sete jogos antes da lesão do dia 5 de dezembro, ele tinha médias de 15,6 pontos, 9,1 rebotes e 2,4 tocos em apenas 26 minutos. As coisas estavam se encaixando e, para ter uma ideia melhor de seu potencial, vejam os melhores momentos abaixo:

 Os reflexos e explosão física impressionam. Veja o tamanho das mãos do sujeito também. Era para Oden ser uma força da natureza. Mas suas articulações não permitiram. De todo modo, levando em conta as centenas de milhões que a liga americana movimenta, não é de se estranhar que algum  dirigente ainda se sinta disposto – ou impelido – a apostar no jogador. E se dá certo? O dedo coça, mesmo.

Em Miami e San Antonio, Oden encontraria dois times que não dependeriam dele para nada – o que viesse desse investimento seria lucro. Caso se juntasse aos atuais bicampeões, haveria ainda menos cobranças. Se não der certo, Riley ao menos pode dizer que tentou. Por outro lado, para alguém tímido como o pivô, faria bem voltar à liga num time que chama tanta atenção? LeBron certamente o protegeria, mas sua simples presença já atrai holofotes demais. Em San Antonio, tudo isso se dissiparia rapidamente.

Oden, chega de blazer

Oden, chega de Blazer

Agora, se ele estiver realmente confiante e interessado em mais oportunidades para jogar, mostrar serviço, obviamente os outros clubes seriam mais indicados, especialmente o Pelicans, que tem uma lacuna imensa no garrafão a ser preenchida após a ida de Robin Lopez para, veja bem, Portland. Imaginem um cenário desses, que não dói nada. O renovado time de Nova Orleans brigando por vaga nos mata-matas do Oeste com o Blazers, com uma defesa ancorada por Oden? A Rip City entraria em colapso. Além disso, o Pelicans teria mais dinheiro a oferecer que os concorrentes: US$ 3 milhões por um ano. Para alguém que já fez US$ 23 milhões na carreira, será que a grana pesaria agora?

Provavelmente, não.

A essa altura, o pivô já se daria por satisfeito só de poder segurar uma bola de basquete nas mãos, poder dar dois dribles firmes e subir para a cravada. Podendo soltar o aro, cair com os dois pés firmes em quadra e poder voltar para a defesa sem mancar. Feliz só de se dizer um jogador de basquete.

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O autor Mark Titus, ex-companheiro de Oden no time de Ohio State, foi o último a fazer uma grande entrevista com o pivô, para o Grantland. Imperdível. O material gerou uma baita repercussão em Portland. Em entrevistas aos sites locais, Titus relatou uma história bastante saborosa, que revela muito do humor que o pivô tem, mas que nunca pôde manifestar em público, devido a tantos contratempos em sua carreira. Os dois foram jantar. Na saída, iriam para a casa de Oden, que dirigia uma van nada luxuosa, “que provavelmente custou US$ 18 mil”, segundo Titus. “O interior estava um pouco trabalhado, mas nada muito maluco. Tinha algumas luzes, um CD player legal, e só. Olhei para ele meio que dizendo: ‘É isso mesmo?’. E ele: “Sim, não quero desperdiçar meu dinheiro em carros luxuosos’. E aí ele continuou: ‘E quer saber de uma coisa? Uma semana depois de ter comprado esta van, descobri que Kevin Durant teve exatamente a mesma van por dois anos’. Eu apenas sorri. E ele: ‘Eu nunca vou conseguir sair da sombra de Kevin Durant’, dando risada.”

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O Draft de 2007 deu à NBA muito mais que Durant. Outros dois craques saíram dessa lista: Al Horford, a escolha número três, e Joakim Noah, que saiu apenas em nono, bizarramente atrás de Jeff Green, Yi Jianlian e Brandan Wright. Mike Conley Jr. (o quarto) e Thaddeus Young (12º) foram outros destaques na loteria. Mais adiante na lista apareceram ainda Tiago Splitter (28º) e, epa!, Marc Gasol (48º).


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