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Jukebox NBA 2015-16: o carma chega para abalar o Clippers
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Giancarlo Giampietro

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Em frente: já estamos nos playoffs e o blog vai tentando fazer uma ficha sobre as 30 franquias da liga, apelando ainda a músicas, fingindo que está tudo bem. A gente se esbalda com o YouTube para botar em prática uma ideia pouco original, mas que pode ser divertida: misturar música e esporte, com uma canção servindo de trilha para cada clube. Tem hora em que apenas o título pode dizer algo. Há casos em que os assuntos parecem casar perfeitamente. A ver (e ouvir) no que dá. Não vai ter música de uma banda indie da Letônia, por mais que Kristaps Porzingis já mereça, mas também dificilmente vai rolar algo das paradas de sucesso atuais. Se é que essa parada existe ainda, com o perdão do linguajar e do trocadilho. Para mim, escrever escutando alguma coisa ao fundo costuma render um bocado. É o efeito completamente oposto ao da TV ligada. Então que essas diferentes vozes nos ajudem na empreitada, dando contribuição completamente inesperada ao contexto de uma equipe profissional de basquete:

A trilha: “Instant Karma (We All Shine On)”, por John Lennon

Então. O último post, sobre as consequências imediatas da lesão de Stephen Curry, terminou com a lembrança de que Doc Rivers, no ano passado, para provocar e mexer no vespeiro, afirmou que o título do Golden State Warriors poderia se explicar muito pelo fator sorte. De não terem sofrido nenhuma baixa mais séria durante a campanha e por ver seus principais oponentes caindo mais cedo. Com a expectativa de reencontrar os atuais campeões pela semifinal do Oeste, esse comentário ganhava um grifo irônico e perigoso, já que poderiam enfrentar um adversário, agora, ferido e também com irritado, querendo provar algo. Ainda assim, no contexto das 21h (do horário de Brasília), o Clippers não teria mais do que reclamar. Era aquela coisa: calar-se e jogar.

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Bom… Esse contexto não durou nem cinco horas. Pelo Jogo 4 da série contra o Portland Trail Blazers, Chris Paul sofreu uma fratura na mão direita, que muito provavelmente vai afastá-lo do restante dos playoffs. Aí a observação impertinente de Rivers sobre o Warriors se tornou, digamos, cármica. Não se deve mexer jamais com essas coisas no esporte. Daí entra nosso amigo John, sempre mordaz, desconfiado e, também, sagaz. “O carma instantâneo, imediato vai vai te pegar. Vai te bater bem na cara. É melhor você ficar alerta, querido. Junte-se à raça humana”, escreve em um verso. Depois, você ainda vai encontrar estas linhas: “O carma instantâneo vai te pegar. Vai te tirar de derrubar. É melhor reconhecer seus irmãos. Todos que você encontrar.”

Ouch.

Por anos e anos, o Clippers cultivou duas imagens em Los Angeles. A primeira, otimista, de time do futuro na metrópole californiana. Uma hora chegaria a vez deles, preparadíssimos para desbancar o Lakers. A segunda, alvo de chacotas, veio como consequência dos constantes tropeços que o fortíssimo núcleo de Chris Paul, Blake Griffin, JJ Redick e DeAndre Jordan, gerido por Doc Rivers, não conseguiu evitar. Perder faz parte do jogo. Mas a choradeira insistente desses caras? Virou folclore. Agora, infelizmente, eles têm todos os motivos para resmungarem demais, ainda que, em seu protesto, só possam somente olhar para o céu, em vez de reclamar contra um trio de arbitragem qualquer, contra a liga etc.

Paul se lesionou em 'dividida' com Gerald Henderson

Paul se lesionou em ‘dividida’ com Gerald Henderson

Nesta campanha para tentar se afirmar como sério candidato ao título, que nunca foi tão mais forte como no ano passado, quando derrubaram o San Antonio Spurs num duelo épico, a equipe angelina até se habituou a jogar esporadicamente sem Chris Paul ou Blake Griffin. Mas nunca sem os dois ao mesmo tempo, por um longo período. É o que vai acontecer desta vez: no mesmo boletim médico que divulgou que o armador passou por uma cirurgia já nesta terça-feira, deixando-o afastado por tempo indeterminado, os assessores também informaram que o ala-pivô não jogará mais nesta temporada, devido à reincidência de sua lesão no quadril.

Isso que mata. Pela temporada 2011-12, Paul ficou fora de 22 partidas, e o time conseguiu segurar as pontas, curtindo as habilidades diversas de Griffin como criador, como uma arma ofensiva praticamente completa – só faltava o tiro exterior, mesmo. Nas últimas temporadas, isso foi raro. O armador poderia até estar com um estiramento de virilha aqui, ou uma outra lesão muscular ali, mas ele ao menos conseguia estar em quadra, pelas campanhas, hã, fracassadas pelos playoffs, de 2012 até agora.  No caso de Griffin, a onda de problemas físicos começou na temporada passada, quando perdeu 15 jogos. Na atual jornada, piorou: só pôde ir à quadra em 35 rodadas, abalado não só por uma distensão no quadril como, depois, pela fratura na mão que sofreu ao esmurrar um dos roupeiros do time. Coisa de TMZ e TV Fama. Para deixar claro, ele ficou muito sentido pelo ocorrido. Ok, ok.

Durante esta prolongada ausência, Doc Rivers viu seu time responder muito bem. Sem Griffin, fortaleceu sua defesa, que foi a quarta mais eficiente da liga desde o dia 26 de dezembro, sem Griffin. Do outro lado, manteve um ataque poderoso que se concentra nos pick-and-rolls entre Chris Paul e DeAndre Jordan e a ameaça do tiro exterior ao seu redor, sendo o oitavo sistema ofensivo mais eficiente no mesmo período. Uma encrenca para qualquer adversário, mesmo para os grandes favoritos. Jogaram tão bem que o retorno de seu ala-pivô estelar apresentava até alguns dilemas, de como integrá-lo, especialmente quando estava claro que ele não estava nem a 60% de seu potencial, números à parte. Faltava ritmo e força. Da pior forma possível, o técnico-presidente nem precisará mais se preocupar com isso. A dor de cabeça ficou muito maior.

Griffin também sofreu uma fratura em sua mão direita. Em janeiro, durante passagem por Toronto, quando, agrediu um amigo -- e roupeiro do time. Estava prestes a retornar de uma lesão no quadril. A mesma lesão que o tira dos playoffs agora. Ele voltou a jogar, mas não estava totalmente curado

Griffin também sofreu uma fratura em sua mão direita. Em janeiro, durante passagem por Toronto, quando, agrediu um amigo — e roupeiro do time. Estava prestes a retornar de uma lesão no quadril. A mesma lesão que o tira dos playoffs agora. Ele voltou a jogar, mas não estava totalmente curado

Sem a dupla, é difícil imaginar que alternativas Doc pode encontrar para montar um conjunto ainda competitivo para o nível que os playoffs exigem. Jeff Green, Paul Pierce e Wesley Johnson, por comitê, vão ter de assimilar o volume ofensivo dedicado a Griffin. Acontece que é difícil encontrar jogadores mais irregulares que Green e Johnson, duas escolhas top 10 de Draft que frustraram vários treinadores. Já Pierce está nas últimas: só participou de 27 minutos da série contra o Blazers, de 192 possíveis. A não ser que Rivers esteja errando feio em sua avaliação, é sinal de que não se pode esperar mais 20,0 pontos por jogo do ídolo do Celtics em um longo mata-mata. Na melhor das hipóteses, o Clippers poderia ao menos contar com o melhor de cada um em noites distintas.

Ainda assim, seria o bastante? A vida de qualquer finalizador fica mais fácil quando a bola está nas mãos de Chris Paul, um dos melhores armadores da história. Agora, a mudança de estilo não poderia ser mais radical: o filhão Austin Rivers assume a condução do ataque, de cabeça baixa, pensando quase sempre na cesta. Figura nada querida em Portland, Jamal Crawford também vai ter de se mexer, ao sair de sexto homem de vida fácil para ponto de referência no ataque. Da parte desse chutador maluco, eleito pela terceira vez o melhor sexto homem da liga, também valeria um esforço para envolver seus companheiros, ainda mais com Austin ao seu lado. Pablo Prigioni viria do banco para tentar dar alguma firmeza ao time.

Para constar: JJ Redick também está lidando com um problema no calcanhar, algo bastante significativo para alguém que não pára de correr pelo ataque, em busca de uma boa oportunidade para subir para o arremesso. Se ele não conseguir se movimentar com rapidez de um lado para o outro de quadra, o espaçamento do ataque fica ainda mais comprometido.

Sobrou para eles. E o banco do Clippers fica ainda mais fraco, algo que era aparentemente impossível

Sobrou para eles. E o banco do Clippers fica ainda mais fraco, algo que era aparentemente impossível

O baque não se limita à tarefa de fazer cestas, claro. A forte defesa do Clippers conta com a presença mastodôntica de DeAndre ao centro do garrafão, mas começa pela pressão que CP3 ainda consegue colocar em cima da bola. Contra o Blazers de Damian Lillard e CJ McCollum, ele vinha sendo figura fundamental para limitá-los. Não que jogasse sozinho: contava com a ajuda de dobras acima da linha de três pontos para forçar que os cestinhas se livrassem da bola. De certa forma, vinha dando certo, com ambos pontuando menos em relação a suas médias pela temporada regular. Rivers vai ter a disciplina para continuar este abafa? Prigioni vai ter fôlego?

Imagine a lista de tarefas que Rivers e seu badalado estafe teriam de cuidar na primeira reunião que tiveram após serem informados de seus desfalques? Um jogo que provavelmente devem ter estudado com carinho foi a derrota apertada para OKC, sofrida no dia 31 de março, por apenas dois pontos, fora de casa. Naquela ocasião, o técnico poupou o trio Paul-Jordan-Redick, enquanto Griffin ainda não estava pronto para jogar. Austin Rivers e Crawford marcaram, cada um, 32 pontos, enquanto Jeff Green contribuiu com mais 19 saindo do banco. Foi um desempenho surpreendente e que só não rendeu uma grande vitória pelo fato de sua defesa ter tomado 119 pontos. Alguns dias depois, novamente preservando seus principais atletas, a equipe venceria o Utah Jazz por três pontos, na prorrogação, também como visitante. Crawford fez 30 pontos e Prigioni somou 13, com mais sete assistências. O quão realista seria esperar a reprodução de um desempenho desses pelos playoffs? Em busca de informações, Terry Stotts muito provavelmente também colocou scouts e assistentes para dissecar essas duas *fitas*.

Aí, galera, que o Trail Blazers, tendo igualado a série em casa, virou favorito para um confronto melhor-de-três a partir desta quarta-feira. Mesmo que tenha um elenco muito jovem. Mesmo que o Clippers ainda tenha o mando de quadra. Mas o momento agora é todo favorável a Portland, e caras como Damian Lillard e CJ McCollum, na real, curtem esse tipo de situação, de encarar qualquer vestígio de pressão. Para um time que não estava tão bem cotado assim no início do campeonato, uau. Uma baita história. Para uma franquia que já sofreu com lesões de Bill Walton, Sam Bowie e Greg Oden no decorrer de sua história, acabando com sonhos ambiciosos, não vão lamentar tanto assim os problemas do oponente. O carma deles já foi pago há tempos e com juros elevadíssimos.

PS: a música inicialmente planejada para o Clippers era “Wouldn’t It Be Nice?”, clássico dos Beach Boys, banda icônica da Califórnia, muito mais apropriada. A pergunta era básica: não seria legal que os antigos primos pobres de Los Angeles ficassem juntos e se dessem bem dessa vez? Até esta segunda-feira, estava mantida. Tivemos de mudar.

A pedida? Só um milagre, mesmo. Que Austin Rivers viva as melhores semanas de sua vida. Que DeAndre Jordan acerte 80% de seus lances livres. Que JJ Redick passe a pontuar não só com precisão nos arremessos e inteligência, mas com explosão física e dribles mortais.  Que Wesley Johnson ou Jeff Green possam fazer 20 pontos por jogo. Que Jamal Crawford tenha aproveitamento superior a 45% nos arremessos. Qualquer coisa nessa linha…

Doc fala como técnico ou presidente?

Doc fala como técnico ou presidente?

A gestão: sim, se o San Antonio perdesse Kawhi e LaMarcus, provavelmente diria adeus precocemente. Se Draymond Green se juntasse a Stephen Curry no banco, Golden State também diria que ficou para a próxima. Cleveland sem LeBron e Kyrie? O mesmo. OKC sem Durant e Wess? Vimos no ano passado: nem playoff dava. Então… Se o Clippers, completando sua quinta temporada de Chris Paul e Blake Griffin, não conseguir o título, dessa vez não haveria o que Doc Rivers pudesse ter feito no mercado para remediar a situação. O que não quer dizer que o trabalho do presidente não deva ser questionado.

Enquanto tiver Chris Paul e Blake Griffin, com DeAndre Jordan e JJ Redick dando suporte, a tendência é a de que os resultados em quadra desviem a atenção do que vem acontecendo no escritório. Vai chegar o momento em que as seguidas decisões (no mínimo)  questionáveis que tomou nos últimos anos cobrarão um preço. Não seria um exagero dizer que se trabalho de longo prazo beira o desastre. Ele já virou o pôster dos críticos que preferem a separação de Estado e Igreja, ou melhor, de dirigente e técnico. Qual o receio aqui?  Que o treinador esteja sempre muito mais preocupado com questões imediatistas. O futuro? Fica para depois, mesmo.

O último exemplo disso foi a troca por Jeff Green, em fevereiro. Você pode ser o maior fã deste ala. Até concedo isso. Mas não dá para justificar um negócio por Lance Stephenson e uma escolha de primeira rodada de Draft. Não só por Stephenson ser muito mais jogador (a despeito da insanidade latente) e ter se reencontrado em Memphis. Mas pelo fato de ter desperdiçado mais uma seleção de calouro, uma ferramenta muito valiosa para a montagem de elencos.

Sabe quem é este? Não? Sem problema: para ver CJ Wilcox com a camisa do Clippers, só em foto montada mesmo

Sabe quem é este? Não? Sem problema: para ver CJ Wilcox com a camisa do Clippers, só em foto montada mesmo

A piada aqui é que talvez o presidente Rivers nem se importe mais em trocar escolhas futuras. Afinal, o técnico Rivers não aprova nunca os jovens jogadores que recebe junho após junho, mesmo. Parece conversa de maluco? Os renegados discordam: o ala Reggie Bullock foi descartado rapidamente e teve bons momentos com Detroit neste ano;  CJ Wilcox é um chutador já de 25 anos que só joga pela D-League; Branden Dawson (cuja única manchete este ano foi um caso de polícia). Para um técnico renomado, que foi um armador condecorado, guiando diversos times rumo aos playoffs com os dois cargos, é surpreendente que, como diretor, tenha um aproveitamento pífio na hora do Draft.

A questão fica mais ampla quando vemos que, nem mesmo quando vai atrás de veteranos, Doc tem acertado — seja por problemas de avaliação do cartola ou do treinador. Spencer Hawes, Josh Smith, Glen Davis, Lance Stephenson, Jordan Formar, Chris Douglas-Roberts, Jared Dudley…  São vários os atletas que chegaram durante sua gestão e foram dispensados de modo apressado. Alguns deles passariam a render mais quase que imediatamente após trocas. É uma confusão que só, que fica mais grave quando notamos o estrangulamento de sua folha salarial.

Muitos de seus movimentos foram realizados com o intuito de livrar o clube de multas pesadas do chamado “hard cap”. Leia-se: livrar o clube das próprias armadilhas que ele mesmo arrumou. Como quando pagou mais uma escolha de primeira rodada de Draft ao Bucks para despachar o salário de US$ 4 milhões de Jared Dudley, um reserva de bom nível que durou apenas uma temporada em LA. Sua atuação foi fraca, é verdade, mas estava lesionado.

Enfim. Não dá nem para listar todas as bobagens feitas. O que deveria preocupar o torcedor do Clippers é que Doc pode muito bem decidir que chegou a hora de reformulação para o time, independentemente da azarada fratura sofrida por Chris Paul. Se for o caso, saberá por que caminho seguir?

Olho nele: Jamal Crawford

Sem CP3, sem Blake, o principal criador de jogadas de Clippers acaba sendo Jamal Crawford, mesmo, aos 36 anos, com seus crossovers indecifráveis no perímetro seguidos por arremessos-relâmpago. O problema: uma coisa é produzir contra as segundas unidades dos oponentes, tendo duas superestrelas ao seu lado. Agora, como referência, como vai ficar a vida do veterano? A gente sabe que coragem não falta. Arremessos também estarão mais do que disponíveis e, convenhamos, Crawford nunca viu um chute que ele achasse impossível de matar. Conforme citado acima, ele ainda pode ser explosivo na noite certa, ultrapassando a marca dos 30 pontos, com bolas heróicas que, sozinhas, lhes renderam o prêmio de melhor reserva do ano. Volume não é problema para ele. Duro é atingir essas marcas com um mínimo de eficiência. Sua média foid e 13,8 pontos e 41,8% nos arremessos em 29 minutos, com apenas 23,1% nos chutes de longa distância.

dominique-wilkins-trading-card-clippersUm card do passado: Dominique Wilkins. A atual versão do Los Angeles Clippers é certamente a mais promissora da franquia desde que ela adotou este nome. Numa história de muitas derrotas e derrapadas, todavia, o clube já teve seus momentos em que tudo parecia estar caminhando bem, que havia chegado a hora da virada. Voltando no tempo, temos o time de Elton Brand e Sam Cassell em meados da década passada. Um pouco antes, em 2002-03, a base formada por Andre Miller, Marko Jaric, Keyon Dooling, Corey Maggette, Quentin Richardson, Lamar Odom, Chris Wilcox e Michael Olowokandi prometia demais. Tá. Mas o time que mais empolgou Billy Cristal deve ser aquele do início dos anos 90, com Mark Jackson, Danny Manning, Ron Harper, Charles Smith, Ken Norman, entre outros. Sob o comando de Larry Brown, eles se classificaram para os playoffs tanto em 1992 como em 1993, o que era um estouro, já que não acontecia desde a época de Buffalo Braves, em 1976. Tá.

Em 1993, o time já contava com Dominique Wilkins como seu cestinha. O veterano de 34 anos havia chegado em troca por Manning. Nome por nome, parecia um tremendo negócio, né? Estavam recebendoum Hall da Fama, que iria anotar 29,1 pontos e 7,0 rebotes por sua nova equipe. Jogava bola o suficiente para ser convocado para a segunda seleção profissional norte-americana, que seria campeã em 1994. Mas aquele era o último ano de contrato de Wilkins. E você acha que ele renovaria com o Clippers?! Claro que não. Na temporada seguinte, assinou com o Boston Celtics. Manning também estava em vias de se tornar agente livre. Era mais jovem, de todo modo, uma estrela em ascensão, que havia sido selecionado pela franquia como a primeira escolha do Draft de 1988. Será que Manning renovaria em Los Angeles? Imagino que a chance era maior. De Atlanta, foi para Phoenix, onde faria parceria com Charles Barkley. Sua carreira nunca seria a mesma, porém, devido a diversas lesões no joelho. Manning era um ala-pivô versátil com muito talento. Mas Blake Griffin causou mais impacto em L.A. Se Doc achar que é a hora de trocá-lo, o retorno será mais duradouro?

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Fiquem de olho: Huertas quer tentar a NBA na próxima temporada
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Giancarlo Giampietro

Em 2012, amistoso e vitória contra o Mavs de Darren Collison

Em 2012, amistoso e vitória contra o Mavs de Darren Collison

A pergunta mais feitas a qualquer blogueiro ou comentarista de basquete nos últimos quatro, cinco anos deve ter sido esta: ué, o Marcelinho Huertas não tem bola para jogar na NBA? Ou essa, ou alguma de suas variantes – ninguém vai contratá-lo, quando ele vai tentar? Etc.

(Nos últimos meses, esse questionamento provavelmente foi superado por “Onde está Fab Melo?”, até que o pivô assinou contrato com o Caciques de Humacao, que é o lanterna da liga porto-riquenha. O pivô, afastado das quadras desde que foi dispensado pelo Paulistano em setembro, ainda não fez sua estreia.)

Mas esta nota aqui é para falar de Huertas, mesmo. O contrato do armador com o Barcelona vai expirar ao final da temporada, e, segundo o que apurou o VinteUm, pode ter chegado a hora: o jogador está realmente empenhado em explorar o mercado dos Estados Unidos. Não é garantia de que vá jogar na liga norte-americana, veja bem: depende do nível de interesse demonstrado pelos clubes e de que tipo de proposta toparia. É muito provável que, em termos financeiros, ganharia mais se continuasse na Europa. De todo modo, parece disposto a encarar esse novo teste.

É essa a intenção por trás da recente mudança de agente por parte do jogador, agora representado nos Estados Unidos por Alex Saratsis e por Gerard Darnes na Europa, ambos da Octagon. Saratsis também trabalha na campanha pré-Draft da dupla pinheirense Georginho e Lucas Dias e tem Giannis Antetokounmpo como um de seus principais clientes.

Huertas assina com a Octagon

Huertas assina com a Octagon

Um fator que favorece a transição a travessia do Atlântico para Huertas agora  é o fato de várias franquias estarem preparadas para fazer grandes contratações a partir de julho, quando começa o período de negociação com os agentes livres. Os alvos são, claro, astros estabelecidos (Kevin Love?, Marc Gasol, LaMarcus Aldridge, Goran Dragic, DeAndre Jordan, Paul Millsap), ou jovens emergentes (Kawhi Leonard, Jimmy Butler, Khris Middleton, Greg Monroe, Brandon Knight, entre outros).

Não são todos os clubes que conseguem acertar com os primeiros nomes em suas listas. Aí os dirigentes passam para opções secundárias, e tal. Até o momento em que têm de decidir se vale a pena gastar por gastar, ou poupar o dinheiro (e, principalmente, o espaço na folha salarial) para 2016. As pretensões salariais de Huertas não deve ser exorbitante – especula-se que ganhe algo em torno de US$ 1,7 milhão por temporada com o Barça. Isso é basicamente o que Pablo Prigioni ganha no Houston Rockets, tendo sido seu contrato elaborado pelo New York Knicks. Há de se considerar aqui, todavia, diferentes cargas tributárias e eventuais mimos que os clubes europeus dão aos atletas, como casa e carro.

O armador argentino, aliás, seria o paralelo mais próximo para o brasileiro. Prigioni também viveu seus melhores anos na Europa antes de migrar para os Estados Unidos, aos 35 anos, fechando um contrato bem baixo, de US$ 473 mil. Depois de mostrar serviço, com a competência de sempre – sereno com a bola, comete poucos erros e marca muito bem –, ganhou o aumento. A diferença é que  seu ex-companheiro de Baskonia chegaria mais jovem, aos 32, embora com habilidades diferentes: Huertas é muito mais criativo com a bola, mas tem dificuldade na defesa, especialmente no mano a mano. Essa seria a maior questão na transição do titular de Ruben Magnano, segundo scouts e dirigentes da liga consultados pelo VinteUm. Nem sempre é fácil, especialmente para armadores. Basta lembrar que verdadeiras lendas do basquete europeu como Sarunas Jasikevicius, Vassilis Spanoulis e Juan Carlos Navarro não tiveram as oportunidades que mereciam, se frustraram e voltaram correndo. Todos eles precisavam da bola em mãos para produzir – diferentemente de Prigioni.

No Mundial 2010, uma vitória histórica escapou. D. Rose, R. Gay e K. Love se recordam

No Mundial 2010, uma vitória histórica escapou. D. Rose, R. Gay e K. Love se recordam

Um ponto que pesa a favor de Huertas é a boa imagem que deixou em confrontos recentes com o Team USA. Já virou tradição. Até por terem o mesmo fornecedor de material esportivo, a Nike, estão sempre se enfrentando rumo a alguma competição internacional importante. Um maestro na hora de conduzir jogadas de pick and roll, fazendo a festa de diversos pivôs como Tiago Splitter e Ante Tomic, o paulistano se esbaldou em quadra em muitas ocasiões contra a nata da NBA. Virou um personagem cult para a imprensa americana. Foram projeções numéricas, “show de Huertas” e coisas do tipo. Essa reputação foi construída a partir do grande susto que a seleção brasileira deu na equipe de Coach K no Mundial de 2010, na Turquia.

Além disso, também se saiu bem em amistosos contra clubes da grande liga. Em 2010, mesmo, enfrentou Spurs e Grizzlies e teve médias de 6,5 pontos, 10 assistências, 5,5 rebotes, em 33 minutos, acertando 6/15 arremessos. Em 2012, foi a vez de se testar contra o Dallas Mavericks, então com Darren Collison. Marcou 12 pontos e deu 3 assistências em 36 minutos. O gigante catalão venceu.

Foram amistosos, que não podem ser avaliados com exatidão, ainda mais por serem intercontinentais. De qualquer forma, é o mais perto que Huertas chegou da liga americana, em quadra. A cada jogo desses, o armador teve de responder muitas vezes se sobre o que acharia de jogar lá. Em 2013, por exemplo, falando com Juca Kfouri, estava ainda muito tranquilo a respeito, satisfeito como titular do Barcelona, ainda no meio de um grande contrato. Esse vínculo agora está chegando ao fim, e pode ser que seus fãs brasileiros tenham enfim a chance de botar a teoria em prática.

*    *    *

Se optar por um contrato de NBA, mesmo, Huertas se despediu da Euroliga nesta quinta-feira. Seu Barcelona foi eliminado pelo Olympiakos na fase de quartas de final da competição continental. Placar de 3 a 1 na série, com a equipe grega, bicampeã em 2012 e 2013, roubando o mando de quadra. Foi uma eliminação dolorosa. Não só pelo fato de o clube espanhol ter as mais altas aspirações, mas pelo modo como aconteceu, com cesta de Georgios Printezis no estouro do cronômetro. Atualizo a seção Euroligado do blog no fim de semana com mais detalhes. Para quem vem acompanhando a temporada do brasileiro aqui no VinteUm, sabe-se que ele perdeu muito espaço na rotação de Xavier Pascual nas últimas semanas. O tcheco Tomas Satoransky, um belíssimo jogador, assumiu a vaga de titular, com autoridade. Na Liga ACB, o Barça ocupa a terceira posição, com atordoantes nove vitórias.

*    *    *

Quem também falou esta semana sobre a possibilidade de jogar nos Estados Unidos foi o pivô Augusto Lima, hoje um dos principais nomes da Liga ACB. Em entrevista ao site EuroHoops, deixou as coisas em aberto – diferentemente do que vinha falando durante sua excepcional campanha, assegurando que a prioridade era renovar contrato com o Murcia, pelo qual já comemorou até mesmo vitória contra o Real Madrid. Seu contrato vai até 2016, mas… “Você nunca sabe. Todo jogador sonha em jogar no mais alto nível da Euroliga ou da NBA. Mas tenho de dar um passo de cada vez. No momento, estou concentrado em ajudar o Murcial. Posso jogar na NBA algum dia! Vou considerar as opções durante as férias e tomar a melhor decisão”, disse. No ano passado, ele já teve uma proposta do Philadelphia 76ers.

 


12 trocas de última hora: quem saiu ganhando na NBA?
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Giancarlo Giampietro

Jovem Enes Kanter chega a OKC para reforçar o banco e oferecer pontos no garrafão

Jovem Enes Kanter chega a OKC para reforçar o banco e oferecer pontos no garrafão

“Meu Deus”.

Depois de 11 12 trocas fechadas, com 36 39 jogadores envolvidos (mais de dois elencos completos, ou três de elencos mínimos de 13!) numa única quinta-feira, essa foi a simples e exausta reação do jornalista Adrian Wojanarowski, do Yahoo! Sports, talvez com a orelha quente e os dedos da mão calejado de tanto que usou o telefone.

Wojnarowksi, vocês sabem, é o jornalista mais quente quando chega a hora de anunciar negociações por toda a NBA. Mas hoje o trabalho foi tanto que nem ele aguentou. As coisas foram muito além do imaginado. Foi uma loucura.

(Atualização nesta sexta de manhã: para vermos o quanto a jornada foi maluca, mesmo: houve ainda uma 12ª troca entre Oklahoma City Thunder e New Orleans Pelicans, com o envio do armador ligeirinho Ish Smith para N’awlins, apenas para abrir espaço no elenco para o que segue abaixo. como disse o jornalista Marc Stein, do ESPN.com, mais uma fera nesse tipo de ocasião: “Talvez tenham sido 12 trocas.Perdi minha habilidade de fazer matemática em algum lugar durante esta tarde”.)

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Em termos de nomes, o destaque fica por conta do retorno de Kevin Garnett a Minnesota, 20 anos depois de ter sido draftado pela franquia. Uma história muito legal, mas cujas repercussões para a liga são reduzidas, é verdade. Thaddeus Young foi para Brooklyn, ocupar sua vaga no quinteto titular do Nets.

Quando KG foi draftado pelo Wolves, Wiggins tinha 4 meses de idade

Quando KG foi draftado pelo Wolves, Wiggins tinha 4 meses de idade

Pensando nos times de playoff… Ou melhor: pensando nos times que tentam chegar aos playoffs, Oklahoma City Thunder e Miami Heat foram os times que saíram triunfantes dessa jornada de extrema tensão – três trocas foram fechadas literalmente na última hora permitida.

Foi numa dessas negociações que OKC adquiriu o pivô Enes Kanter e o ala Steve Novak, do Utah Jazz, e o armador DJ Augustin e o ala Kyle Singer, do Detroit Pistons. De uma só vez, o gerente geral Sam Presti reformulou todo o seu banco de reservas e deixou seu time muito mais forte para as batalhas que se aproximam. Kanter oferece o tipo de jogo interior que a equipe jamais teve durante essa gestão, enquanto Augustin e Singler são belos arremessadores e jogadores competitivos que devem se encaixar perfeitamente na cultura, na química do time. Não obstante, Durant e Wess ainda viram o Phoenix Suns (meio que) se despedaçar, dando a entender que não se mete mais na briga pelo oitavo lugar do Oeste. Resta a Anthony Davis e os Monocelhas o papel de oposição ao Thunder.

Para reforçar sua segunda unidade, Presti precisou se desfazer apenas de Reggie Jackson (um enorme talento, mas já sem paciência alguma com o clube, prestes a entrar no mercado de agentes livres), que foi para Detroit para tentar salvar a temporada de SVG, Kendrick Perkins (RIP, provavelmente agora rumo ao Clippers), Grant Jerrett (um prospecto interessante, mas que não teria espaço tão cedo), os direitos sobre  o alemão Tibor Pleiss (um belo jogador) e uma ou outra escolha de Draft que ainda não foi revelada. O Utah apenas limpou o salário de Novak e ganhou alguma compensação futura por Kanter. Melho que nada.

O Miami Heat coneguiu algo aparentemente impensável: levou Goran Dragic (e o irmão Zoran). Está certo que o time da Flórida já aparecia na seleta lista de clubes desejados do armador esloveno, mas o difícil era imaginar que tipo de pacote Pat Riley poderia construir para convencer o Suns a abrir mão de um descontente Dragic, mas que ainda tinha valor de mercado e era seu principal jogador. Acabou fechando a conta ao mandar duas escolhas futuras de Draft (os anos ainda não estão definidos, mas devem ser daqui a um boooom tempo). De última hora, o New Orleans Pelicans também entrou no negócio e obteve o armador Norris Cole e o ala-pivô Shawne Williams. Para o Arizona, também foram o pivô Justin Hamilton e os veteranos John Salmons e Danny Granger. Afe.

Éramos três: sobrou apenas Bledsoe, agora com Knight na jogada

Éramos três: sobrou apenas Bledsoe, agora com Knight na jogada

Se antes Jeff Hornacek tinha armadores em excesso, viu, depois de Dragic, mais dois serem despachados, vindo Brandon Knight em contrapartida. Foi um dia violento para o caderno de jogadas do treinador. Ao menos Knight tem bom arremesso de três e se encaixa bem como segundo armador ao lado de Bledsoe – desde que, claro, não crie caso, como fez Dragic. Mais: o atleta revelado pela universidade de Kentucky vai se tornar agente livre restrito ao final da temporada. Qual será sua pedida? Haverá algum desconto em comparação com o esloveno? A conferir.

Numa troca tripla, o jovem Tyler Ennis foi enviado para Milwaukee Bucks, que também recebeu o pivô Miles Plumlee e Michael Carter-Williams, do Philadelphia 76ers. O Sixers ganha uma escolha de Draft do Lakers, via Suns, que é protegida para o top 5 do próximo recrutamento de calouros – só com muito azar Suns e Lakers perdem essa, de modo que, discretamente, o Sixers mostra que realmente não confiava em MCW como seu armador do futuro. Os números nem sempre contam toda a história… Ainda mais num sistema que infla as estatísticas. Ah, além disso o time ganhou uma escolha de Draft futura, via OKC, para recolher JaVale McGee, de Denver. Um perigo colocar um lunático desses ao lado de Joel Embiid, camaronês que ainda não fez sua estreia e, segundo dizem, já desperta uma certa preocupação por seu comportamento fora de quadra.

Carter-Williams e McDaniels pareciam promissores em Philly. Estão fora: reformulação até quando?

Carter-Williams e McDaniels pareciam promissores em Philly. Estão fora: reformulação até quando?

Depois, o Suns negociou o pequenino Isaiah Thomas com o Boston Celtics, que cedeu Marcus Thornton e uma escolha de draft de primeira rodada para 2016, pertencente ao Cleveland Cavaliers. E o Celtics, do hiperativo Danny Ainge, devolveu Tayshaun Prince ao Detroit Pistons, ganhando a dupla estrangeira Jonas Jerebko e Luigi Datome (acho que SVG foi mal nessa, mas… vale pela nostalgia). No geral, Ainge se envolveu em seis trocas neste campeonato: Rondo para Dallas, Green para Memphis, Wright para Phoenix, Nelson para Denver e as duas desta quinta. Celtics, Suns e, claro, Sixers são os clubes com mais escolhas de Draft para os próximos anos. Resta saber se vão transformar esses trunfos em jogadores de verdade.

Teve mais, com a sempre regular presença do Houston Rockets de Daryl Morey, que agora conta com Pablo Prigioni e com o ala novato KJ McDaniels. Para tê-los, mandou Alexey Shved para o New York Knicks, com mais duas escolhas de segunda rodada, e além de ter repassado o armador Isiah Canaan e uma escolha de 2ª rodada para o Sixers.

Lembrando que tudo começou quando o Portland Trail Blazers acertou com o Denver Nuggets a transação do ala Arron Afflalo, dando Thomas Robinson, Will Barton, Victor Claver e uma escolha de primeira rodada e outra de segunda, e quando Washington Wizards e Sacramento Kings trocaram Andre Miller e Ramon Sessions. Miller vai reencontrar George Karl.

Meu Deus.

Quem ganhou e quem perdeu com tudo isso?

Sam Presti: o cartola-prodígio andava apanhando muito mais que o normal nos últimos meses, num processo de deterioração que começou com a saída de James Harden. Para piorar, graves lesões de Durant e Westbrook acabaram pondo a equipe numa situação delicada em uma Conferência Oeste extremamente dura. A pressão estava evidente, e ele mesmo admitiu isso. A resposta, em teoria, foi demais – os nomes não causam alvoroço, mas foram grandes achados. Depois de flertar, e muito, com Brook Lopez, encontrou em Kanter um ótimo plano B: o turco não vai ser muito exigido em OKC.Precisa apenas pontuar e pegar rebotes com eficiência saindo do banco e pode melhorar na defesa ao se integrar a um sistema mais bem entrosado. O que pagar para o turco ao final da temporada, quando ele vira agente livre restrito? Bem, não é a prioridade no momento. Singler merece minutos na rotação de perímetro, revezando com Roberson e dando um descanso a KD. Augustin já mostrou que sabe ser produtivo vindo do banco e ainda oferece um ritmo de jogo diferente, podendo cadenciar as coisas. Bônus: o armador é bem próximo a Durant, ajudando a compensar a perda de Perk no vestiário.

Quem aí quer partilhar a bola com Chalmers e Birdman, Dragic?

Quem aí quer partilhar a bola com Chalmers e Birdman, Dragic?

Goran Dragic: pelo simples fato de ter exigido uma troca em cima da hora e ainda conseguido uma transferência para um dos três clubes que imaginava defender (Lakers e Knicks eram os outros). Pelo preço que pagou, está implícito também que Riley vai concordar em assinar um contrato de US$ 100 milhões por cinco anos com o esloveno, que, além do mais, troca o sol do Arizona pelo da Flórida, e ainda leva o irmão na bagagem. Se em Phoenix precisava dividir a bola com Eric Bledsoe e Isaiah Thomas, agora vai tomá-la das mãos de Mario Chalmers.

Dwyane Wade: a temporada do Miami Heat parecia destinada ao purgatório até que… Primeiro apareceu o fenômeno Hassan Whiteside. Depois, essa megatroca. Que coisa, hein? Ter Dragic por perto significa menos responsabilidades criativas para o astro da franquia, tanto em transição como nas combinações de pick-and-roll/pop com Chris Bosh e Whiteside. Menos responsabilidades = mais descanso para o ala-armador, que já foi afastado por três períodos diferentes nesta campanha devido a problemas musculares. E é sabido que, assim como nas temporadas anteriores, o Miami só vai aspirar a alguma coisa se Wade estiver em forma nos mata-matas. Com LeBron ou com Dragic. Mais: precisamos ter um Cavs x Heat nos playoffs, não? Precisamos.

Reggie Jackson: mais um que forçou uma negociação e teve seu desejo atendido. Agora vai ter uns 30 jogos pelo Pistons para mostrar ao mercado que pode, sim, ser um armador titular, e de ponta. Stan van Gundy estava fazendo maravilhas por Brandon Jennings e agora tenta dar o seu toque especial a este jogador explosivo, com grande faro para pontuar, mas que foi um tanto inconsistente em Oklahoma City.

Arron Afflalo agora é chapa de Damian Lillard

Arron Afflalo agora é chapa de Damian Lillard

Terry Stotts: agora vai poder olhar para o seu banco de reservas e ver alguém quem confiar para hora que o jogo apertar e Nicolas Batum ainda estiver com a cabeça na lua. É de se questionar se o treinador fez de tudo, mesmo, para assimilar um prospecto interessante como Will Barton. O fato, porém, é que o Blazers não podia esperar uma revisão nas rotações de seu treinador e, assim como Memphis, Dallas, Houston etc., sente que existe uma boa chance este ano e foi de all in para cima de Afflalo, pagando caro num futuro agente livre.

Os experimentos de Jason Kidd: o Milwaukee Bucks perdeu seu cestinha e principal criador em Brandon Knight, mas ganha em Michael Carter-Williams um armador alto, de envergadura. Com ele em quadra, Kidd vai poder simplesmente instaurar um sistema de “troca geral” na defesa, trocando todas as posições, além de fechar para valer seu garrafão e as linhas de passe. Miles Plumlee, atlético e forte, também ajuda pra isso. Vai ser ainda mais chato enfrentar o Bucks.

Jerami Grant: quem? Bem, o filho do Harvey Grant, sobrinho do Horace, e ex-companheiro de Fab Melo em Syracuse. Selecionado na segunda rodada do Draft pelo Sixers, demorou para estrear ao se recuperar de uma lesão no tornozelo. Enquanto esteve fora, KJ McDaniels fez barulho pela equipe, com suas jogadas acrobáticas dos dois lados da quadra. Aos poucos, porém, Grant foi ganhando espaço, com flashes de muito potencial devido a sua envergadura e tamanho. Agora, terá mais minutos para convencer Sam Hinkie de que pode ser uma peça para o dia em que Philly quiser ser novamente competitivo. Talvez demore, todavia…

Pablo Prigioni: o argentino deixa a pior equipe da liga para se juntar a uma que sonha com o título. Nada mal para o veterano que está nas últimas em quadra. Nova York por Nova York, sempre dá para retornar nas férias, né?

Doc Rivers? Ele estava rezando para que ao menos um jogador de seu agrado fosse dispensado, e está a alguns minutos/horas de ver Kendrick Perkins virar um agente livre. O Utah Jazz não vai manter o pivô em seu elenco, abrindo caminho para uma rescisão. O vínculo entre Doc e Perk é óbvio, e o elenco do Clippers é dos raros casos para o qual o campeão pelo Celtics em 2008 ainda seria uma boa notícia em termos de basquete – e não só de liderança. O Cleveland Cavaliers, no entanto, pode atrapalhar seus planos.

Andrew Wiggins, Zach LaVine e Anthony Bennett: desde que saibam escutar os xingamentos de Kevin Garnett e entender o recado. KG vai tocar o terror no vestiário do Wolves e, ao mesmo tempo, servir como um líder, mentor que Kevin Love jamais foi. Ricky Rubio vinha assumindo essa, mas tem de entender a companhia especial que chega também de modo inesperado.


Barça desfalcado dá autonomia para Huertas atacar
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Giancarlo Giampietro

Huertas, solto como nos tempos de Bilbao, fazendo o que sabe

Huertas, solto como nos tempos de Bilbao, fazendo o que sabe

“Ninguém torce para que um companheiro de equipe vire desfalque, se lesione.”

Quantas vezes já não ouvimos uma declaração nessa linha vindo de esportistas? E nem poderia ser diferente. Qualquer atleta que tenha o mínimo de sangue verdadeiramente competitivo sabe que a pior coisa é ficar fora de ação, no estaleiro.

Mas as lesões acontecem e abrem oportunidades. É o que vem acontecendo no timaço do Barcelona, que perdeu de uma vez só três dos seus principais atletas na rotação de perímetro: Juan Carlos Navarro, Brad Oleson e Alejandro Abrines. Para delírio dos scouts, isso representa mais tempo de quadra para a promessa croata Mario Hezonja. Do ponto de vista brasileiro, o mais interessante é o efeito que esse plantão médico teve para Marcelinho Huertas, claro.

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O armador é daqueles que dificilmente foge do politicamente correto em suas declarações, preocupado sempre em não pisar em calos e não assumir tanto assim os holofotes. Simplesmente não é o estilo dele. Mas deve estar se divertindo um pouco mais em quadra este momento, arrisco dizer.

Sem Navarro e Oleson, dois dos principais finalizadores da equipe, dois ala-armadores fogosos, perigosos nos disparos de média e longa distância, cabe ao brasileiro uma carga ofensiva bem maior ao brasileiro. Que vai muito bem, obrigado, nessa. Apesar de a amostra de jogos ser pequena – foram três partidas apenas, uma pela Euroliga e duas  pela Liga ACB –, essa seqüência  já mostra um armador muito mais solto em quadra, com autonomia para criar, produzir, arriscar.

A grande atuação de Huertas contra o Fenerbahçe

A grande atuação de Huertas contra o Fenerbahçe

Pelo campeonato continental, Huertas tentou 16 arremessos em 41 minutos contra o Fenerbahçe, convertendo 8 deles, além de mais sete lances livres, para somar 25 pontos. Ele ainda distribuiu cinco assistências e cometeu quatro turnovers, é verdade.

São números elevados já quando isolados, mas, no contexto da competição, ficam ainda mais relevantes. Nas oito primeiras partidas, o brasileiro havia tentado apenas 53 chutes em 190 minutos (média de 0,27, abaixo dos 0,39 do último compromisso). Seus 25 pontos marcaram sua maior contagem na temporada, e de longe, superando os 15 que havia anotado contra o Bayern na sexta rodada. Sua média era de 7,25 e subiu direto para 9,19. O padrão de alta se manteve para assistências e desperdícios de posse de bola.

Na liga espanhola, nas nove primeiras jornadas, ele havia somado 39 arremessos (média de 4,3), 7 lances livres (0,7), 62 pontos (6,8), 44 assistências (4,8) e 24 turnovers (2,6), em 214 minutos (23,7). Nas 10ª e 11ª rodadas, o crescimento foi impressionante: 18 arremessos (média de 9), 5 lances livres (2,5), 31 pontos (15,5), 16 assistências (8) e 4 turnovers (2), em 58 minutos (29).

Nem mesmo o acréscimo nos minutos vai nivelar o salto de sua produção. Em termos de arremessos por minuto, por exemplo, entre as jornadas 1 e 9, ele arriscava 0,18. Nas jornadas 10 e 11, 0,31 – uma alta de 58%. Nos lances livres, foi de 37,5%.  Além dos números, o mais interessante foi ver o armador jogando. É um armador antes e outro depois. Dois estilos, duas abordagens de jogo completamente diferentes.

Huertas lembrou muito mais seus tempos de Bilbao, quando era o dono do time, com mais liberdade para atacar. Obviamente que ele ainda vai trabalhar para seus companheiros, já que está em sua natureza. A diferença é que ganhou autorização do controlador para também olhar mais para a cesta, usando e abusando de seu excelente chute em flutuação, por vezes com apenas um pé no chão, sua marca registrada.

Num Barcelona poderosíssimo, cheio de opções tanto para o jogo interior como exterior, ele vinha cumprindo nas últimas temporadas um papel muito mais semelhante ao de Pablo Prigioni ou Pepe Sánchez nos bons dias da seleção argentina. Aquela armação econômica, mas necessária para envolver os companheiros estelares.

Por isso o lembrete de sempre: não dá para avaliar um jogador exclusivamente pelos números (especialmente quando checamos apenas a tabela de estatísticas e não a fita da partida). Acumular, ou não estatísticas, não significa “jogar bem” ou “jogar mal”. Tudo depende de como o objeto de estudo se encaixa em sua equipe. O Barça, diga-se, sofreu duas derrotas nesses últimos três jogos.

Primeiro, perdeu fora de casa para o Sevilla por 85 a 74 – numa partida excepcional do jovem pivô Willy Hernangómez, que acumulou 29 pontos e 13 rebotes. O ginásio estava abarrotado de olheiros, que teriam a chance de ver, de uma só vez, Hezonja (6 pontos em 26 minutos) e o ala-pivô Kristaps Porzingis, sensação da Letônia, tido hoje como um dos cinco melhores prospectos do próximo Draft da NBA. Brad  Oleson se lesionou neste jogo, depois de oito minutos em quadra.

No segundo compromisso, acabaram caindo em casa diante do Fenerbahçe, num jogo duríssimo, emocionante pela Euroliga, definido apenas na prorrogação. Não custa lembrar que o Fener tem em seu elenco seis atletas que já foram draftados pela liga americana. São todos caras de seleção nacional.

No último fim de semana, se recuperaram, ao vencer por 90 a 67 o Zaragoza, um adversário que está na oitava colocação, na zona de classificação para os playoffs, com uma campanha bem melhor que a do Sevilla, o 16º.

Claro que acaba sendo mais divertido para o brasileiro ver um Huertas com sinal verde para atacar. Mas não quer dizer que a outra versão, a mais comedida, esteja errada. O simples fato de ele poder executar os dois papéis com propriedade já diz muito sobre seu talento e sua evolução na posição.


Brasil x Argentina: o clássico em números
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Giancarlo Giampietro

Neste domingo, tem Brasil x Argentina pela Copa do Mundo de basquete (17h no horário de Brasília). Acho que vocês já sabem, né? Seguem então alguns links relacionados ao jogo e, logo abaixo, um apanhado de números da história recente dos confrontos:

161 – minutos Luis Scola passou em quadra nas primeiras cinco rodadas do campeonato (32,2). Foi o quinto que mais jogou, atrás de Andray Blatche (Filipinas), Gorgui Dieng (Senegal), Bojan Bogdanovic (Croácia) e Samad Nikkah Bahrami (Irã).

116 – já Leandrinho foi aquele que ficou menos tempo sentado no banco brasileiro, com 116 minutos (23,2) de ação, apenas 63ª maior média do torneio.

77,7% – é o aproveitamento da Argentina contra o Brasil com Luis Scola em quadra, em nove jogos desde o Mundial 2002. Foram sete vitórias (Mundial 2002, Copa América 2003, 2 na Copa América 2007, Mundial 2010, Copa América 2011 e Olimpíadas 2012) e duas derrotas (Copa América 2009 e 2011).

Huertas, efetivado como titular com Moncho, numa rara vitória sobre Argentina de Scola (2009)

Huertas, efetivado como titular com Moncho, numa rara vitória sobre Argentina de Scola (2009)

37 – no Mundial da Turquia 2010, Scola arrebentou a defesa brasileira com 37 pontos, numa atuação verdadeiramente histórica (recorde individual de seu país no torneio). Sabe quantos minutos ele descansou na ocasião? Um. Apanhou ainda nove rebotes, deu três assistências e matou 14 de seus 20 arremessos, para um aproveitamento absurdo de 70%.

Hettsheimeir brilhou em 2011. Pivô é o segundo mais jovem da seleção hoje aos 28 anos

Hettsheimeir brilhou em 2011. Pivô é o segundo mais jovem da seleção hoje aos 28 anos

31 – anos é a idade média do elenco brasileiro, o mais velho do torneio. Apenas três de seus atletas estão abaixo dos 30 (Raulzinho, o caçula, com 22, Hettsheimeir, 28, e Splitter, 29). A média de idade argentina é de 28 anos, com sete atletas abaixo dos 39 (o mais jovem é o pivô Matías Bortolín, de 21 anos, que jogou apenas quatro minutos no torneio até aqui).

21,6 – A média de pontos de Scola neste Mundial. É o cestinha argentino e também o cestinha entre os atletas que ainda estão vivos na disputa por pódio. José Juan Barea, estrela de Porto Rico, anotou 22 pontos por jogo na 1ª fase, mas já está eliminado.

19 – os pontos de Rafael Hettsheimeir na última vitória brasileira no clássico, em Mar del Plata 2011, uma atuação marcante e surpreendente, em 22 minutos. Na atual Copa do Mundo, o pivô perdeu espaço na rotação e anotou só 13 pontos no total, em 59 minutos. Huertas anotou 17 pontos naquele jogo, seguido pelos 14 de Marquinhos e outros 13 de Giovannoni.

18 – maior pontuador do Brasil na primeira fase, com 13,6 em média, Leandrinho foi apenas o 18º na lista de anotadores da fase de grupos, numa prova de um ataque dissipado para a seleção – não há concentração nas mãos de um só atleta.

Splitter tinha apenas 17 anos em 2002, para seu primeiro Brasil x Argentina. Jogou 2 minutos

Splitter tinha apenas 17 anos em 2002, para seu primeiro Brasil x Argentina. Jogou 2 minutos

10 – atletas das seleções jogam ou já jogaram partidas oficiais na NBA: seis brasileiros (Alex, Marquinhos, Leandrinho, Varejão, Splitter e Nenê) e quatro argentinos (Nocioni, Herrmann, Scola e Prigioni). O armador Raulzinho já foi draftado no ano passado pelo Utah Jazz.

9 – jogadores vão disputar a próxima temporada do NBB: Alex, Marcelinho, Marquinhos, Hettsheimeir, Larry, Giovannoni, Herrmann, Laprovíttola e Marcos Mata. O Flamengo tem quatro deles, enquanto o Bauru aparece com três.

8 – o primeiro confronto de mata-mata entre as duas gerações aconteceu no Mundial de 2002, Indianápolis, pelas quartas de final. E não é que, 12 anos depois, oito atletas que estiveram em quadra naquele dia 5 de setembro estão listados para o jogo deste domingo? Diz muito sobre a (falta de) renovação de ambos os times. Pela Argentina, Luis Scola, Andrés Nocioni e Leo Gutiérrez. Pelo Brasil, uma penca: Alex, Marcelinho, Anderson Varejão, Splitter e Giovannoni. Se Leandrinho tivesse saído do banco, seriam nove. O cestinha brasileiro naquela ocasião é hoje diretor de seleções da CBB: Vanderlei Mazzuchini (20 pontos).l

4,5 – a média de pontos das vitórias argentinas nos últimos dois confrontos entre as seleções.

4 – por quatro temporadas, Scola e Splitter foram companheiros de clube, no Saski Baskonia, da Liga ACB. São amigos de longa data. Juntos, ganharam a Copa do Rei em duas ocasiões (2004 e 2006). Já o armador Pablo Prigioni acompanhou o pivô catarinense por seis temporadas.

3 – a Argentina ocupa a terceira posição no Ranking da Fiba vigente. O Brasil aparece em décimo.

 


O 1º dia da Copa do Mundo de basquete
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram daquelas jornadas triplas da Copa do Mundo da FIFA, né? Um jogão atrás do outro, dominando sua agenda. Pois bem. Pegue esse agito todo e multiplique por quatro. O resultado é a Copa do Mundo da Fiba. É muito basquete num dia só: 12 partidas! Uma tabela de estatística vai atropelando a outra, os fatos vão se acumulando, e pode ficar difícil de dar conta de tudo. Vamos dar um passada, então, sobre a rodada. Para o básico, deixe de ser preguiçoso e acesse o site oficial da competição, né? Veja lá a situação dos grupos e os todos os resultados. Sobre a vitória brasileira sobre a França, clique aqui.

O jogo do dia: Croácia x Andray Blatches (vulgo Filipinas)
Quem diria, né? O jogo de abertura da Copa do Mundo também foi aquele mais dramático, definido apenas na prorrogação, com as Filipinas dando um senhor susto na Croácia. A equipe balcânica chegou a abrir vantagem de 15 pontos. Venceu o primeiro quarto por 23 a 9, mas permitiu a reação do oponente.  No quarto período, Jeff Chan teve a bola do jogo nas mãos, mas errou um arremesso de três, desequilibrado, no estouro do cronômetro. No minuto final da prorrogação, o classudo Bojan Bogdanovic matou quatro lances livres, chegando a 26 pontos, para afastar a zebra (81 a 78) e esfriar a galera filipina, que lotou a arena em Sevilha. É deste Grupo B que sairá o adversário brasileiro nas oitavas de final.

Jeff Chan, foi quase

Jeff Chan, foi quase

A surpresa
Selem Safar. Aos 27 anos, ala argentino fez sua estreia numa competição de alto nível – sim, a esculhambada Copa América de 2013 não conta – e arrepiou a defesa porto-riquenha ao anotar 18 pontos em 29 minutos. Um terço de seus pontos vieram de tiros de longa distância, com 4/8, número fundamental para abrir a quadra para Scola, Herrmann e Nocioni operarem (50 pontos para o trio + 30 rebotes!!!). O resultado foi uma sacolada inesperada dos hermanos neste clássico latino-americano: 98 a 75. Safar é daqueles arremessadores, digamos, temperamentais. Nas últimas três temporadas da liga argentina, teve, respectivamente, 38,7%, 32,5% e 37,6% de aproveitamento. Quando pega confiança, porém, vira um terror. Raulzinho e Rafael Hettsheimeir, que o enfrentaram no Sul-Americano, sabem. No quarto período, engatou uma sequência de disparos da zona morta que culminou em virada na semifinal.

Selem Safar deu as caras contra Porto Rico

Selem Safar deu as caras contra Porto Rico

A surra
Os Estados Unidos venceram a… Finlândia. Por 114 a 55. Agora espere um pouco, por favor. Vamos fazer umas contas.

(…)

(…)

É, dá mais que o dobro.

Foi a maior contagem de uma equipe na jornada de abertura, acima dos 98 da Argentina. Klay Thompson se esbaldou, com 18 pontos em 22 minutos. Pegava na bola e fazia cesta. Mas sua média fica bem abaixo do que Anthony Davis conseguiu. O monocelha marretou 17 pontos em 14 minutos. Baita apelão. Os 12 atletas norte-americanos pontuaram.

Pau Gasol sobrou contra o Irã

Pau Gasol sobrou contra o Irã

Alguns números
100% –
O pivô Jonas Valanciunas não errou nenhuma de suas oito tentativas de cesta em vitória da Lituânia contra o México por 87 a 74. O curioso é que, com o jogador do Toronto Raptors em quadra,  sua seleção perdeu por -2 pontos.

37,7% – Das equipes que conseguiram vencer neste sábado, o Brasil teve o pior aproveitamento nos arremessos: 37,7%, bastante atrapalhado pela envergadura dos defensores franceses e também por sua própria movimentação de bola deficiente. Mesmo os sacos de pancada Egito e Irã foram superiores neste quesito, com 39% e 38,1%, respectivamente.

34 + 33 – Pau Gasol iniciou de maneira dominante aquele que talvez seja seu último torneio pela Espanha. Contra a frágil equipe do Irã, em vitória por 90 a 60, ele marcou 33 pontos em 29 minutos, acertando 60% dos seus arremessos e 90% nos lances livres. Foi o cestinha da rodada e também o atleta com o maior índice de eficiência (34, contra os 26 do senegalês Gorgui Dieng em derrota por 87 a 64 para a Grécia).

26 – minutos em que Goran Dragic foi aproveitado pela Eslovênia em vitória sobre a Austrália por 90 a 80. O jogo não foi fácil. Então por que o astro do Phoenix Suns ficou 14 minutos no banco de reservas? É que a franquia do Arizona e a federação eslovena chegaram a um acordo: existe um limite de minutos para que o armador seja aproveitado – uma situação que vale monitorar daqui para a frente. Contra os aussies, ele também cometeu quatro faltas, o que também contribui. o Quando jogou, Dragão aproveitou ao máximo, somando 21 pontos, sete rebotes e quatro assistências.

18 – Foi o número de assistências que Pablo Prigioni e Facundo Campazzo somaram. Para contextualizar, apenas dois times no geral deram mais passes para cesta do que os dois armadores argentinos: EUA (20) e Grécia (19). Esta vitória argentina rendeu, viu?

10 – Foram os limitados minutos para Omer Asik na estreia turca. Que coisa. O veterano Keren Gonlum e o jovem Furkan Aldemir começaram como titulares. Mas quem mandou bem, mesmo, no garrafão foi o gigante Ogus Savas, do Fenerbahçe, que anotou 16 pontos em 12 minutos, acertando 5/8 nos arremessos e 6/7 nos lances livres.

Um causo
A Nova Zelândia abriu sua participação na Copa do Mundo da mesma maneira de sempre: fazendo o Haka em quadra. Acontece que a Turquia não deu nem tchum para eles. Foram para o banco bater um papo com o técnico Ergin Ataman. O gesto teria sido considerado ofensivo pelos Kiwis. “A Turquia sempre nos respeitou nas outras vezes que jogamos, mas hoje, não. Eles ofenderam algo que representa nosso país, nossa cultura, nossa tradição. É uma coisa para eles falarem. Nós temos muito orgulho de fazê-lo. É algo que nos une e que seguiremos fazendo no resto do torneio”, afirmou o pivô Frank Casey, de 36 anos, que é americano naturalizado neozelandês. Ataman respondeu: “Respeitamos muito a importância do Haka para a Nova Zelândia, mas queria manter concentrada nossa equipe, porque se tratava de um jogo importante. Se todas as equipes fizerem um ritual histórico de dois minutos anes dos jogos, não nos concentraremos”. A Turquia venceu por 76 a 73. Concentração é tudo.

Dois hippies neozelandeses buscam o rebote, depois do Haka

Dois hippies neozelandeses buscam o rebote, depois do Haka

Andray Blatche: contagem de arremessos
24! – O jogador mais filipino do torneio saiu de quadra todo orgulhoso com seu esforço: tentou 24 dos 79 arremessos do time asiático, que quaaaase derrotou a Croácia. Seu aproveitamento foi de 7/20 nos tiros de dois pontos e 3/4 de longa distância (28 pontos, com mais 12 rebotes). Mas não importa: se os alas Jeff Chan e Marc Pingris não tivessem ousado combinar para 18 arremessos entre eles e feito mais passes para Blatche, quem sabe não teriam vencido o jogo!? Absurdo.

Blatche precisa da bola. Deem uma bola para Blatche

Blatche precisa da bola. Deem uma bola para Blatche

Nueva Zelanda estuvo a punto de dar la sorpresa e imponerse a Turquía en su primer partido en el Mundial. Un choque que estuvo marcado por la tradicional ‘haka’ maorí que los otomanos tuvieron a bien ver desde el banquillo creando una fuerte controversia

“Turquía nos respeto siempre otras veces pero ellos decidieron no hacerlo con nuestra Haka esta ocasión. Ellos eligieron no respetar y ofendieron algo que representa a nuestro país nuestra cultura, nuestro equipo y nuestra tradición. Es cosa de ellos. Nosotros nos sentimos muy orgullosos de ello. Es algo que nos une y seguiremos haciéndolo el resto del torneo”, señaló a MARCA Frank Casey, jugador de Nueva Zelanda.

“Turquía nos respeto siempre otras veces pero ellos decidieron no hacerlo con nuestra Haka esta ocasión. Ellos eligieron no respetar y ofendieron algo que representa a nuestro país nuestra cultura, nuestro equipo y nuestra tradición. Es cosa de ellos. Nosotros nos sentimos muy orgullosos de ello. Es algo que nos une y seguiremos haciéndolo el resto del torneo”,

“Turquía nos respeto siempre otras veces pero ellos decidieron no hacerlo con nuestra Haka esta ocasión. Ellos eligieron no respetar y ofendieron algo que representa a nuestro país nuestra cultura, nuestro equipo y nuestra tradición. Es cosa de ellos. Nosotros nos sentimos muy orgullosos de ello. Es algo que nos une y seguiremos haciéndolo el resto del torneo”,

O que o Giannis Antetokounmpo fez hoje?
Foram 11 pontos em 19 minutos para o prodígio grego, com mais cinco rebotes e três roubos de bola contra o Senegal de Gorgui Dieng. Detalhe: sete pontos saíram na linha de lance livre, numa prova da mentalidade cada vez mais agressiva do ala do Milwaukee Bucks. Agora, se sete pontos saíram desta maneira, sobram apenas quatro para cestas de quadra. Dois deles saíram assim:

   

Tuitando:

Com cinco jogos em seis dias pela primeira fase, tem de se cuidar, mesmo. E será que tem algum jogo em que Varejão não saia estrupiado?

O analista do NBA.com geralmente se apega aos números. No mundo Fiba, solta um pouco seu humor com uma performance dominante de Pau Gasol – contra ala-pivôs iranianos.


Ex-dirigente do Phoenix Suns, hoje colunista do ESPN.com, Amin Elhassan relembra a dificuldade do time em acertar o nome do finlandês Petteri Koponen durante os treinos pré-Draft. Koponen, um armador vigoroso, acabou sendo escolhido pelo Portland Trail Blazers no Draft, antes de ser repassado para o Dallas Mavericks. Mas ele nunca jogou nos Estados Unidos. Hoje defende o Kimkhi, da Rússia.


Em seu momento mais frágil, Magnano reforça ofensiva contra jogadores. Entendam o que quiser…
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Giancarlo Giampietro

(Atualização: 15h50, com declarações ao programa Arena SporTV)

Magnano e Splitter, antes ou depois do churrasco?

Magnano e Splitter em abril nos Estados Unidos: sorrisos

É difícil entender aonde Rubén Magnano quer chegar com tudo isso. Se a meta é atingir um suicídio político – intencional ou não –, está encaminhando as coisas muito bem, obrigado.

Na pior hora possível, depois de conduzir um trabalho lamentável na Copa América, o argentino resolveu contestar, bater de frente com os jogadores que pediram dispensa do torneio continental. Está claro que se sente traído por “três ou quatro” desses atletas, que teriam dito que se apresentariam e, depois, mudaram de posição.

“Nem para elogiar nem para criticar sou uma pessoa que cita nomes. Mas em três ou quatro dispensas, eles haviam falado ‘sim’ para mim. Achava que a presença desses três ou quatro jogadores me dava uma condição de segurança interior, de que poderiam pegar a equipe em suas mãos. Não aconteceu assim, por isso fiquei um pouco abatido com isso. São caras que decepcionaram muito a gente”, afirmou durante o desembarque da seleção em São Paulo.

Ainda de cabeça quente e, principalmente, com o orgulho de campeão olímpico duramente ferido por derrotas que não poderia imaginar de forma alguma, o argentino resolveu que seria de bom tom fazer esse tipo de  ataque no saguão de um aeroporto – e, ainda por cima, sem levar sua ofensiva até as últimas consequências. Digo: se é para continuar colocando o dedo na ferida, que falasse, sim, quem seriam aqueles que julga traidores, em vez de generalizar.

Mas, a despeito do mistério, pudor, cuidado, reserva ou “ética” do treinador, eu, você e toda a torcida do Flamengo sabemos que Tiago Splitter é um desses alvos, se não o principal deles. Afinal, o treinador, mesmo, já havia se dito surpreso com sua ausência. Detesto esse tipo de marketing pessoal, da panca de sabe-tudo, mas, ao ler as declarações do técnico na época, a sensação de estranheza foi enorme. Daí a motivação para escrever este post. Ou este aqui: quando chegou a hora de se desentender também publicamente com Marquinhos.

Não pegou nada bem esse tipo de bate-boca naquela ocasião. Agora, depois do vexame que foi a campanha na Venezuela, repetir esse tipo de discurso é de deixar qualquer um pasmo. Inclusive o próprio Splitter, geralmente muito discreto, mas que se sentiu impelido a redigir uma carta pública para rebater “críticas” sem identificar em quem mirava. Em quem será?

“Alguns falaram que a culpa foi dos jogadores que não foram. Lembro que, quando não estava na minha melhor forma e totalmente no sacrifício, fui criticado por jogar abaixo do que podia. Quando nasceu meu filho, fui diretamente aos treinamentos e passei os primeiros dois meses longe da família. Quando minha irmã estava vivendo seus últimos dias de vida, lá estava eu representando meu país”, escreveu Splitter.

E aí temos este  trecho de abrir os olhos: “Na derrota é onde nos conhecemos melhor e nunca qualquer um de nós apontou o dedo para o outro , ao contrário, nos uníamos mais ainda”.

Mensagem recebida.

Anderson Varejão, divulgando seu comunicado em pílulas de 140 caracteres no Twitter, foi um pouco mais brando em sua intervenção. Recuperando-se de uma embolia pulmonar e de mais uma lesão gravíssima, suponho que não era uma atitude tão necessária assim. Mas lá foi ele se justificar. Em sua explanação, contudo, não só contemporizou, como defendeu a continuidade do trabalho. “O momento é de reflexão, de pensar o que se pode tirar de lições dessa campanha ruim e olhar para frente, seguir trabalhando. O Brasil vinha crescendo e esse resultado não pode interromper nossa evolução”, escreveu. “Não pode interromper” é o ponto-chave aqui, atentem.

De qualquer forma, Varejão falou isso ontem. E foi hoje que Magnano veio com sua marreta em punho. Que tipo de situação ele esperava criar com estes comentários? Direcionar as críticas ao seu trabalho para aqueles que não se apresentaram? Está tentando jogar lenha na fogueira para incentivar sua demissão? Ou simplesmente se atrapalha todo quando o momento requer um mínimo de cuidado político?

Sinceramente, difícil julgar agora. Ainda mais quando, na mesma entrevista no saguão de um aeroporto, Magnano afirmou o seguinte:  “Não adianta rancor, a seleção brasileira está acima de todos nós. Não tenho nenhum problema com eles, não temos que criar muito mais polêmica. Temos que trabalhar sobre isso e buscar uma maneira dos jogadores se comprometerem mais. São caras que ainda vão representar em muitas ocasiões a seleção brasileira”.

E quem entende uma coisa dessas? Esse morde e assopra: primeiro detona os caras e, depois, como que se a vida seguisse normalmente, fala em “trabalhar sobre isso e buscar maneiras”, que “não adianta criar muito mais polêmica”. Que loucura. E mais: sabe aquele papo de que não cita nomes e tal? Leiam esta declaração: “Sabia que seria difícil de alguns jogadores que convoquei virem, como o Leandrinho. Fisicamente seria muito difícil ir à competição, mas ele ainda tentou. A convocação foi para que os caras falem ‘não’ e expliquem isso também, porque não iriam”. Hã… O que ele acabou de fazer?

Em meio a essa saraivada, o diretor de seleções Vanderlei não emite nenhum comunicado sequer, não chama a responsabilidade. Muito menos o Carlos Nunes, o presidente Carlinhos da CBB, o mais fiel partidário daquela boa e velha tática da raposa política que só aparece para falar nas vitórias.

Mas não é de se estranhar: numa terra de cegos, Magnano, com seu histórico, fez o que bem entendeu na administração da seleção durante anos e anos, sem tem com quem debater ou quem o controlasse. Por que agora seria diferente?

O problema é que, na sua intempérie e em seu discurso incoerente (ou não…),  o treinador, um cara digno, competente, dos melhores no ramo, derrama mais um balde de óleo numa situação pronta para fritura.

Atualização: Em participação inócua no programa Arena SporTV, Carlos Nunes ao menos afirmou que Magnano segue na seleção até 2016 – e, se quiser, ainda mais. Esqueceu-se que não tem mandato eterno no cargo. De qualquer forma, mesmo que não do modo mais firme, garantiu que não vai ter demissão. Antes, em entrevista gravada, quando questionado se havia pensado em sair, o argentino arregalou os olhos, meio que indicando: “Jamais”. E aí lembrou então o seguinte ditado: “O que não te mata, te endurece”… Quando perguntado se há chance de jogar por medalha no Rio 2016, disse: “Se o Brasil fizer um trabalho mediano e se houver um comprometimento importante, o time tem condições de brigar por medalha”.

Conclusão: que esteja mantido no cargo é uma rara decisão sensata da atual gestão da CBB – mas isso não serve, não pode servir como que estejam assinando embaixo de tudo o que o treinador fez e tem feito. O fiasco esportivo na Copa América não pode ser ignorado de modo algum.

Sobre o fator NBA: obviamente apenas com a equipe completa que a seleção terá chance de brigar por resultados expressivos no futuro imediato. Transferir, porém, toda a responsabilidade para o comprometimento – ou amor – destes atletas ao país não pega nada bem. Aliás, lembremos: em 2011 a vaga olímpica foi conquistada com o vice-campeonato na Copa América, e, de diferente, lá estavam apenas Tiago Splitter (arrebentado e fora de forma), Marquinhos e Marcelinho Machado.

Não obstante, fica ainda mais deslocada sua ofensiva contra os jogadores. Se eles são tão fundamentais assim, Magnano vai precisar de um esforço diplomático nos próximos meses e temporadas com a mesma energia e verve que gastou nas últimas 48 horas, quando partiu para o ataque.

*  *  *

Em seu rompante, Magnano também cometeu um equívoco, ou, no mínimo, uma injustiça histórica ao falar sobre como era mais fácil contar com seus principais jogadores na época de Argentina. Não dá para comparar uma coisa com a outra – e não só pelo distanciamento de 10, 14 anos atrás. “Tive a felicidade treinando a Argentina de, em quatro anos, não ter nenhum pedido de dispensa. Aqui você vê que é muito difícil, temos que trabalhar muito para criar uma consciência de seleção, um orgulho”, afirmou.

Só faltou completar que, no ciclo que o consagrou como campeão olímpico, na base Argentina apenas Manu Ginóbili estava na NBA, tendo chegado ao San Antonio Spurs em 2005. Andrés Nocioni e Carlos Delfino? Fecharam com Chicago Bulls e Detroit Pistons depois dos Jogos de Atenas 2004. Fabricio Oberto se juntou a Manu em 2005. Luis Scola? Assinou com o Houston Rockets apenas em 2007. Por que então eles pediriam dispensa se não havia impedimento algum?

E, lembrem-se: uma vez de contrato assinado nos Estados Unidos, Ginóbili se tornou uma presença bissexta na seleção, assim como Nocioni e, agora, no mais recente caso, Pablo Prigioni.

*  *  *

Fica um registro obrigatório: sem que ninguém divulgasse nada em Caracas, a seleção sofreu com problemas internos de saúde durante a Copa América. “Pouca gente falou nisso [virose], mas nos afetou demais. Isso não é uma desculpa, mas quando um time está em uma situação limite, a ausência de dois ou três jogadores afeta realmente a produção”, disse Magnano. Foi uma crise de virose que abalou, no mínimo, Larry Taylor, Alex, Cristiano Felício e Rafael Luz. Resta saber quantos quilos eles perderam, se estavam febris na hora de ir para quadra etc. E se isso por acaso afetou alguma outra delegação na capital venezuelana.


Lucas Bebê, Raulzinho e Augusto encaram as incertezas do Draft da NBA. Saiba como funciona
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Giancarlo Giampietro

Lucas Bebê, o Nogueira

Nesta terça-feira, enquanto apenas um punhado de clubes ainda tem em mente o título da NBA, 14 estarão de olho em outra decisão: o sorteio da ordem das primeiras posições do Draft, com o Orlando Magic tendo a maior probabilidade para ganhar a primeira escolha, seguido por Charlotte Bobcats, Cleveland Cavaliers, Phoenix Suns e New Orleans Hornets.

É um primeiro passo para desanuviar algumas das diversas questões que rondam o recrutamento de novatos da liga. A partir do momento em que a sequência das equipes seja definida, as projeções se tornam mais interessantes, considerando as necessidades de cada elenco e os jogadores disponíveis. Mas é pouco: essa é uma novela que só vai durar até o dia 27 de junho, quando David Stern subirá a um palanque no ginásio do Nets para conduzir a cerimônia pela última vez, mas, até chegarmos lá, encara-se muitos rumores, informações plantadas, espionagem, negociações e trocas consumadas – e muitas outras que ficam no quase.

Envolvidos nessa confusão toda estão Raulzinho (ou “Raul Neto” lá fora) e Lucas Bebê (“Lucas Nogueira”), duas de nossas maiores revelações/promessas, além do talentoso, mas enigmático ala Alexandre Paranhos, do Flamengo, que mal pisou em quadra no NBB deste ano e, ainda assim, levantou sua candidatura. Além deles, qualquer jogador nascido em 1991 também pode ser selecionado, sem precisar se declarar para o Draft – caso do pivô Augusto Lima.

O processo todo é muito complexo. Então vamos por partes:

– A inscrição (para jogadores nascidos entre 1992 e 1994, de 19 a 21 anos): é um movimento natural para as carreiras de Bebê e Raulzinho. São dois garotos na mira dos scouts da liga americana há anos, especialmente depois da ótimas apresentações pela Copa América Sub-18 de 2010, na qual o Brasil não derrotou na final os Estados Unidos por pouco, mas por pouco mesmo. Ali eles competiram de igual para igual com Kyrie Irving, Austin Rivers e outros.

Depois de assinados os primeiros contratos na Espanha, é sempre necessário um período de adaptação a uma nova cultura de basquete, em nível mais alto. Lucas, após um ano praticamente perdido, resgatou toda a expectativa em torno de seu desenvolvimento com uma campanha 2012-2013 bastante promissora pelo Estudiantes, enquanto Raul já foi um dos principais atletas do Lagun Aro, o Gipuzkoa de San Sebastián, um clube rebaixado – fato que, no entanto, não diminui o feito do jovem armador.

Raulzinho, filho do Raul

Raulzinho teve papel de protagonista

Projeções, cuidado: os sites especializados na cobertura do Draft elaboram listas que são atualizadas regularmente com base tanto no que eles ouvem de scouts, dirigentes e técnicos da liga, como também em avaliações pessoais. Não são, então, ciência exata. Mas há quem se esforce muito para tentar fazer as previsões mais corretas possíveis. No momento, porém, vamos descartar os palpites precoces – de que time X escolheria o jogador Y –, uma vez que nem mesmo a ordem das equipes está estabelecida, para nos concentrarmos nas chamadas “big boards”, um ranking geral das revelações.

Pensando em longo prazo, em suas características físicas – envergadura, mobilidade e agilidade impressionantes para alguém de sua altura –, o pivô Lucas se aproxima do Draft muito mais bem cotado.  O DraftExpress, do chapa e ultracompetente Jonathan Givony, o lista como o 28º melhor jogador entre os atuais participantes. O NBADraft.net o tem como o 16º em sua lista. No ESPN.com ele seria apenas o 39º, mas apontado pelo especialista da casa, Chad Ford, também como um possível candidato ao primeiro round. Raulzinho tem cotações bem mais modestas: só aparece entre os 100 melhores prospectos para o DraftExpress, como o número 99. Já Augusto está um pouco acima: 75º para o ‘DX’, 54º para o NBADraft.net e 80º para a ESPN americana.

Lucas Bebê

Lucas, bem cotado pelos sites especializados. Mas ainda é muito cedo no processo

Essas são apenas estimativas de gente que cobre o assunto há anos e que podem ser alteradas drasticamente nas próximas semanas. E outra: basta um gerente geral se encantar com algum dos três, que tudo isso pode vai pelo ralo. Outro fator que pode influenciar: por terem carreira na Europa, os clubes não se sentiriam obrigados a levá-los para os Estados Unidos imediatamente. Poderiam deixá-los em seus atuais times por mais algum tempo de desenvolvimento. O Denver Nuggets, por exemplo, tem um plantel abarrotado e a escolha número 27 a seu dispor. Será que eles terão espaço para adicionar um calouro? Eles poderiam, então, trocar sua escolha ou seguir justamente essa rota de despachar um gringo na Europa, esperando aproveitá-lo no futuro – como o Spurs já fez com Manu Ginóbili lá atrás e o Chicago Bulls faz hoje com Nikola Mirotic.

Os treinos privados: com suas campanhas encerradas na Espanha ao final da temporada regular, tanto Lucas como Raul têm condição de viajar para os Estados Unidos para participar de seções individuais ou com alguns poucos atletas nos ginásios das franquias da NBA – Augusto também pode embarcar nessa, já que o Unicaja Málaga acaba de ser eliminado. É uma chance para se fazer testes físicos que avaliem a capacidade atlética, participar de entrevistas e enfrentar alguns concorrentes diretos. Os times tiram daí informações importantes, especialmente as que saem no bate-papo, mas por vezes os dirigentes podem se enamorar com um atleta que salte por cima de cadeiras com a maior facilidade do mundo, mesmo que ele não tenha ideia de como lidar com uma marcação dupla em quadra.

NBA Draft Combine: de 15 a 19 de maio, um grupo de cerca de 60 atletas – eleitos pelos clubes – se reuniu em Chicago para serem examinados, medidos e realizarem alguns exercícios com bola. Lucas e Raul não compareceram, mas devem tomar parte do…

Augusto Lima, em grupo de promessas

Augusto tem a chance de mostrar serviço no Eurocamp depois de jogar pouco pelo Málaga

Adidas Eurocamp: de 8 a 10 de junho, em Treviso, a multinacional promoverá aquela que seria a versão europeia do Draft Combine, voltada para os talentos mais promissores em atividade na Europa e em outras regiões do mundo. Os clubes da NBA se deslocam para a Itália, mas os times do Velho Continente também marcam presen≥ça para avaliar os dezenas de revelações. Augusto já participou deste camp algumas vezes, assim como Bebê, que não foi nada bem em 2011, aliás. A lista de inscritos ainda não está definida, mas é grande a chance de que o trio esteja por lá. Muitos europeus já conseguiram usar este camp para emplacar suas candidaturas ao Draft. O francês Evan Fournier, do Nuggets, foi o caso mais recente.

17 de junho, prazo final: isso, Bebê e Raul têm até essa data para decidirem se vão ficar, ou não, no Draft, podendo retirar seu nome caso não se sintam confortáveis com o que estejam ouvindo. Seus agentes podem reunir informações por cerca de um mês antes de tomarem a decisão. Caso desistam, eles participarão do processo em 2014 como candidatos automáticos, mesma situação por que Augusto passa hoje.

27 de junho, o Draft: no Brooklyn. São 60 escolhas divididas entre as equipes, sendo que algumas possuem mais picks do que outras, dependendo de negociações passadas. Para Augusto, a noite interessa de qualquer jeito, uma vez é o seu último ano como candidato ao recrutamento. Caso ele não seja selecionado, não é o fim do mundo. Pode continuar com sua carreira tranquilamente na Europa e, se quiser, tentar a NBA no futuro como um agente livre (rota seguida por Andrés Nocioni, Walter Herrman, Pablo Prigioni e que Rafael Hettsheimeir teve a chance de tentar no ano passado, por exemplo). Se ouvir seu nome na segunda rodada do Draft, entre os picks 31 e 60, posição na qual os contratos não são garantidos, sua transição para os EUA dependeria de seus interesses e, principalmente, de sua franquia (como no caso de Paulão, cujos direitos pertencem ao Minnesota Timberwolves, clube que não chegou a fazer uma proposta para o pivô, mesmo depois de ele ter sido avaliado de perto na liga de verão de Las Vegas em 2012).


Knicks diversifica ataque e resgata Carmelo Anthony para empatar série
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Giancarlo Giampietro

Melo no ataque

Carmelo ataca o grandalhão Hibbert em movimento

Em seus últimos quatro jogos, Carmelo Anthony havia arremessado 110 vezes. E acertado 35. Isso dá um aproveitamento de 31,8%, e não estamos falando de chutes de três pontos, mas arremessos de todos os cantos da quadra, incluindo os mais próximos ao aro.

Cruzes, hein?

Dos números acima, o número que assusta mais, acho, são as 110 tentativas. Média de 27,5 por jogo. Quer dizer, Melo estava, no mínimo, jogando por 55 pontos possíveis por duelo, sem contar os tiros de longa distância e os lances livres. Chuta, chuta, chuta, e chuta mais um pouco. Depois perguntam por que o Tyson Chandler tem dores nas costas. Vai pular tanto assim por rebote, vai. 😉

Mas é desta forma que o New York Knicks foi construído, mesmo. Seu plano de jogo vive ou morre por seu superastro. Felton vai ciscar aqui e ali para tentar abrir a defesa. Os chutadores vão se espalhar pelos cantos do ataque e o ala vai aparecer no “cotovelo” do garrafão para entrar em ação e gastar seu vasto repertório de movimentos.

O problema é que, de tanto recurso que o cara tem, por vezes o ataque da equipe pode ficar muito acomodado, estagnado, um prato cheio para boas defesas. Bota no Melo que ele resolve, ué. E a estrela gosta – tem a vocação de Oscar, Kobe, Jordan, Marcelinho neste caso, de atirar primeiro e perguntar depois.

Nesta terça, porém, na surra por 105 a 79, sobre o Pacers, igualando a série em 1 a 1, o Knicks procurou diversificar um pouco suas ações ofensivas e, enfim, resgatou seu cestinha do Pólo Norte.

Em vez de se contentar com jogadas de isolamento contra um defensor versátil e eficaz como Paul George. Em diversas ocasiões, mas, especialmente no segundo tempo, Felton e  Prigioni davam aquela enroladinha básica com a bola ao cruzar a quadra, enquanto o ala partia em direção a Chandler para uma série de corta-luzes diferentes – e Chandler, com sua envergadura e agilidade, é um dos melhores nesse quesito, daí que, se você for olhar sua linha estatística e dizer que, poxa, “fulano fez só oito pontos e pegou quatro rebotes”, pode correr o risco de julgar sua partida como ‘fraca’, ‘apagada’, quando há muitas outras formas de se contribuir para uma vitória no basquete.

Para ficar mais divertido, por vezes, o próprio Carmelo fazia um corta-luz prévio em cima do marcador de Chandler para, depois, receber a troca de favores do pivô, numa ação que pode deixar os defensores desnorteados, liberando o atacante por alguns segundos preciosos. O passe vem na mão e aí é caixa. Além disso, Anthony partiu para outros cantos da quadra e também procurou se desgarrar rapidamente, em movimento, em situações de transição, antes que a sufocante defesa do Pacers se recompusesse inteiramente.

Resultado: oele voltou a ter um a ter um volume de jogo altíssimo, com 26 disparos, mas com um rendimento bem mais palatável, convertendo exatamente a metade, aproveitando seu melhor posicionamento. Terminou com sua linha clássica de 32 pontos e 9 rebotes.

Se os chutes de longa distância no geral não caíram com a frequência desejada – foram apenas 10 cestas em 30 –, a (nem tão) simples reabilitação de Carmelo é uma notícia para o técnico Mike Woodson e o torcedor  (e cineasta genial nas horas vagas) Spike Lee.

Agora só resta mais uma expedição ao frio polar para recuperar JR Smith. Este ainda está com as mãos congeladas.

*  *  *

O que mais deu certo para o Knicks?

Na defesa, para tentar cortar o jogo interior potente do Pacers, Woodson resolveu atacar a raiz, com razão. Sua defesa pressionou bastante as linhas de passe e desestabilizou os limitados atletas de perímetro do adversário, que cuidaram muito mal da bola, cometendo 21 turnovers. Quatro atletas de Nova York tiveram dois roubos de bola – foram 11 no geral para equipe.

Esse abafa funcionou com perfeição do final do terceiro período em diante, quando os visitantes ficaram mais de dez minutos sem fazer uma cesta de quadra. Impressionante: sem saber o que fazer, a rapaziada tacava bolas desequilibradas de fora para amassar o aro do Garden. Foi essa sequência que tornou um jogo apertado em 36 minutos numa lavada ao final dos 48.

*  *  *

Pablo Prigioni teve um jogo perfeito: com 10 pontos, 4 assistências, 4 rebotes, convertendo todos os seus quatro arremessos, dois deles de longa distância, sem perder a bola uma vez sequer. A exigente torcida nova-iorquino aprovou e gritava “Pablo!” toda hora. Engraçado ver um veterano como o argentino virando mascote a essa altura da carreira.

*  *  *

Do lado do Pacers, a despeito de seus sete erros com a bola, impressiona a confiança com que Paul George vem se apresentando nos playoffs. Dá para perceber de cara por sua postura corporal, agindo com desenvoltura e firmeza em seus movimentos. Cresceu demais o rapaz na ausência de Danny Granger e com as tentativas, erros e acertos ao longo do campeonato.

 


Argentina vence o Brasil novamente, e dessa vez não há um carrasco ou vilão. Foi só o jogo
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Giancarlo Giampietro

Nenê x Juan Gutiérrez

Nenê e Varejão tiveram juntos os mesmos 11 pontos de Gutiérrez

Por muito tempo, uma crítica predominou sobre a seleção brasileira: a de que basquete da seleção brasileira era por vezes muito destrambelhado. Nesta quarta-feira, o time foi bastante cuidadoso – foram somente oito bolas desperdiçadas de graça em 40 minutos, um fato raro. O problema é que essa passividade atingiu a equipe do outro  lado da quadra também. Por três períodos, faltou a combatividade na defesa que vinham apresentando até então na competição.

Era como se o time de Magnano estivesse esperando que a Argentina se cansasse no fim, para que aí, sim, desse o bote. Se foi isso mesmo, quase deu certo.

Quase.

Com 1min45s para o fim, uma larga diferença de até 15 pontos caiu para três, 74 a 71.

Os brasileiros conseguiam, a essa altura, enfim defender, liderados por Nenê, que, no sacrifício, brecou Luis Scola, impedindo que o argentino fosse acionado. Quando os adversários conseguiam envolver o pivô brasileiro em simples trocas, o pivô também foi bem, mesmo quando atacado frontalmente por Carlos Delfino.

O problema é que… Uma vez feito o “serviço sujo”, uma vez tendo o time voltado ao jogo, as precipitações voltaram, e com tudo, no ataque. Primeiro, Alex, com uma falta de ataque atropelando Manu Ginóbili, e Marcelinho Huertas, com um chute de três pontos mesmo tendo um Scola carregado de faltas à sua frente. No fim, com Leandrinho abaixando a cabeça e se deixando encurralar na lateral da quadra. Entre o primeiro erro e o terceiro, foram três pontos para o ligeirinho, dois para Nocioni e quatro lances livres convertidos por Ginóbili, Scola e Delfino (dois cada). O placar pulava para 80 a 71, restando 30 segundos. Aí já era.

A ideia aqui não é apontar culpados.

Chegando a esse ponto, a seleção penava para alcançar a marca da medíocridade, 50%, nos lances livres. Foram 12 desperdiçados em 24 batidos. Se pelo menos seis amais tivessem caído… Os argentinos também erraram seus chutes parados na linha (9 em 28, 68%), mas saíram com sete pontinhos preciosos a mais no fundamento.

Mas podemos ir além. Splitter e Nenê sempre se atrapalharam com lances livres, mesmo. Então talvez fosse injusto colocar esse fardo em seus ombros, ainda mais com os argentinos fazendo faltas descaradamente.

Então, o que falar daquela velha coqueluche? Os tiros de três pontos. Depois de duas partidas atípicas diante de chineses e espanhóis – convenhamos, galera, não dá nem para comparar a intensidade desses dois duelos com os três primeiros do grupo –, a seleção caiu na arapuca: voltou a atirar desenfreadamente de fora.

Foram apenas 7 convertidos em 23 tentativas, resultando em anêmicos 30% de aproveitamento. Se lembrarmos que duas dessas caíram em chutes no desespero de Leandrinho no finzinho, é provável que a seleção tivesse uma pontaria de apenas 25% até os minutos finais. Um número pífio, que foi cultivado durante todo o torneio e acaba, no fim, jogando contra, sabotando seu próprio empenho defensivo. E, ainda assim, superior aos 29% dos oponentes. Creiam.  Mas não que a falha de um redima a do outro.

De novo o Brasil teve chances, mas não soube capitalizá-las. Pesa a experiência de nossos vizinhos, o maior talento individual de dois jogadores, mas contam também erros que se repetem com uma frequência que acaba sendo implacável.

*  *  *

O Bala havia cantado a pedra já no primeiro tempo, o Murilo, que cobriu o torneio in loco, só reforçou: a Argentina propôs ao Brasil, especialmente no primeiro tempo, a mesma armadilha do confronto das oitavas de final do Mundial de Istambul-2010. Pablo Prigioni estava claramente com sua movimentação debilitada, não conseguia e nem tentava acompanhar Huertas, mas Júlio Lamas não se mostrava nada preocupado. Manteve em quadra seu veterano, que perdeu dois jogos devido a cólica renais, e só usou o novato Campazzo por dois minutinhos na etapa inicial. Que o armador chutasse todas, mesmo, privando o jogo interno do Brasil de mais algumas investidas. Lembrando que o jogo com os pivôs funcionava muito bem no primeiro quarto, com Splitter e Varejão, forçando inclusive as duas faltas em Scola.

No fim, muitos jogadores foram alienados: enquanto o Brasil teve 22 pontos de Huertas e outros 22 de Leandrinho, fora a dupla, só Alex passou teve dois dígitos na pontuação (11). De resto, foram 2 pontos de Machado, 2 de Larry, 4 de Varejão, 7 de Nenê, 2 de Giovannoni e 6 de Splitter.

*  *  *

Dessa vez não houve um “carrasco”, um “algoz”, um super-herói argentino que tenha esmigalhado. Com um ataque mais solidário, nossos vizinhos contaram com 17 pontos de Scola, 16 de Ginóbili, 16 de Delfino, 12 de Nocioni e 11 de Juan Gutiérrez. Creiam: o pivô reserva argentino, sozinho, marcou o mesmo número de pontos de Nenê (7) e Varejão (4) somados.

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Terminar os Jogos de Londres em quinto lugar não é o fim do mundo, claro. No fim, a seleção mais venceu (quatro) do que perdeu (duas). Para quem não participava da competição há 16 anos, parece algo satisfatório. E aí você que tem de decidir em qual grupo se enquadrar: numa faixa mais condescendente e/ou conformada, está de bom tamanho a campanha. O Brasil competiu em alto nível, fez o que dava e parabéns. Se for mais minucioso, inevitável também a sensação de que dava, sim, para buscar mais neste torneio.

*  *  *

O basquete volta a ser discutido. As pessoas voltam a torcer por basquete no Brasil. Mas estamos bem distantes de presenciar uma massificação do esporte. A CBB contratou um ótimo técnico, ok, mas este é apenas um paliativo, um movimento de curto prazo. Podem elogiar a seleção pela campanha londrina, mas as palavras não podem ser usurpadas por quem não é de direito.

*  *  *

O discurso de que o Brasil ao menos resgatou um pouco de seu prestígio internacionalmente se justifica até a segunda página. A seleção foi elogiada, jogou no pau contra um time duas vezes medalhista olímpico, e tal. Inegável. A dúvida que fica é: até que ponto esse prestígio vai ser levado adiante? Em breve, venho  as datas de nascimento com mais calma (vocês podem checá-las aqui), mas exsiste  a possibilidade de que a participação em Londres pode ter sido a primeira e última de muitos dos jogadores do Magnano.