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Arquivo : Isaiah Thomas

De Colangelo a Caboclo, quem levou a melhor na loteria do Draft da NBA?
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Giancarlo Giampietro

Dessa vez não teve surpresa. O Minnesota Timberwolves não pôde reunir as últimas três primeiras escolhas do Draft. Chega, né? E dessa vez o Cleveland Cavaliers nem estava por ali para roubar a cena também. Para os dois, chega, né? Tá bom, já deu. Na verdade, sabe o que aconteceu? A ordem do top 3 do Draft da NBA deste ano seguiu precisamente a das piores campanhas da temporada regular, com Philadelphia 76ers em primeiro, Los Angeles Lakers em segundo e Boston Celtics em terceiro, num ato de cortesia do Brooklyn Nets. Foi o resultado mais provável de todos, com uma chance de… 1,9%!

Para quem ficou sem conexão na Sibéria, aqui estão:

nba-draft-lottery-results-2016

Se quiser ver a ordem completa, clique aqui.

O sorteio da loteria da NBA é um dos eventos mais absurdos que você vai encontrar no mundo esportivo. São mais de 14 torcidas envolvidas — pensando em clubes que tenham trocado suas escolhas –, botando fé num sorteio que acaba recompensando, em geral, a incompetência, ou premiando quem sabe se aproveitar dos deslizes dos concorrentes. E, tá certo que, para alguns times, também poderia ser um remédio contra o azar, para indesejadas lesões e tal, como aconteceu com o New Orleans Pelicans. Ao mesmo tempo, é muito divertido. Já que são 1.001 combinações possíveis de sorteio, podendo influenciar realmente o destino de uma franquia.

O clima é tanto de final de campeonato para os clubes ali representados, que é só ver, no vídeo abaixo, o nível de nervosismo de Brett Brown, o técnico-mártir do Philadelphia 76ers, Mitch Kupchak, o quase eterno gerente geral do Lakers, e Isaiah Thomas, a formiguinha atômica do Celtics. Eles mal conseguiram sorrir, mesmo que o pior já tivesse passado para dois deles — Sixers e Lakers. Thomas depois disse que se sentiu tão nervoso quanto no dia em que foi draftado, em 2011:

Neste momento, os três tradicionalíssimos clubes já sabiam que dividiram as três primeiras escolhas do recrutamento. Mas havia um segundo filtro aqui, segundo a opinião da vasta maioria dos olheiros da liga: ficar entre os dois primeiros, para ter a chance de selecionar os alas Ben Simmons e Brandon Ingram, considerados os dois grandes prospectos do ano, alguns degraus acima dos demais candidatos, como apostas, hã, certeiras de “franchise players”.

Mas é claro que ninguém pode trabalhar com certezas absolutas neste ramo. O que se pode constatar apenas é um consenso. Cada dirigente, treinador e olheiro tem sua opinião, mas eles não deixam de ser influenciados pelas opiniões que circulam por aí. E erros de avaliação acontecem aos montes. Há casos de escolhas altíssimas que não dão em nada, por lesões (Greg Oden) ou não (Wesley Johnson, Michael Beasley, entre tantos. E há também diversos jogadores subestimados demais por esse senso comum. Basta lembrar o próprio episódio de Isaiah Thomas. O tampinha, hoje um All-Star, foi selecionado apenas na última posição há cinco anos. Se não é um talento salvador como Anthony Davis ou Karl-Anthony Towns, joga o suficiente para influenciar muito positivamente o nível de um time. E cada equipe tem suas necessidades.

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Neste ano, segundo Jonathan Givony, chapa que chefia o DraftExpress, principal referência no assunto, há uma grande massa cinzenta em torno dos candidatos deste ano. “Há muito pouco de consenso entre os times sobre quais são os melhores jogadores, especialmente quando passamos de um grupo de cerca de 15 atletas pensados para a loteria. O que é especialmente difícil é que vários jogadores são descritos prospectos legítimos por alguns times e o exato oposto por outros. Você pode perguntar para os 30 clubes da liga sobre um mesmo jogador e receber 30 opiniões diferentes, com um alcance que varia demais”, afirmou. Quer dizer: a vida dos especialistas que tentam projetar o recrutamento dos novatos não será nada fácil. Boa sorte a eles.

O que a gente sabe, hoje: dificilmente algum atleta vai desbancar Simmons e Ingram das duas primeiras escolhas. A dúvida fica para quem sairá em primeiro, e acho que não vai ter furo de Marc Stein ou Adrian Wojnarowski que solucione este impasse antes do dia 23 de junho. Se o Sixers ou o Lakers vão aceitar trocar essas escolhas? Duvido muito. A não ser que astros do porte de Blake Griffin e Carmelo Anthony entrem na conversa, não teria por que seus diretores ouvirem muitas propostas. A não ser que não sejam fãs de nenhum desses promissores alas. Improvável.

Mas vamos lá. Ainda em meio a incertezas, quem saiu sorrindo da loteria? Quem saiu frustrado?

POR CIMA

A pose de Brown ao lado do número 2 da NBA, Mark Tatum, é de quem quase teve um treco

A pose de Brown ao lado do número 2 da NBA, Mark Tatum, é de quem quase teve um treco

Brett Brown: dos 321 técnicos de NBA registrados na base de dados do Basketball Reference, o ex-treinador da seleção australiana e ex-assistente de Gregg Popovich tem o pior aproveitamento, excluindo técnicos interinos ou aqueles que tenham trabalhado em apenas uma temporada como head coach, com escabrosos 19,1%. E não dá para julgar sua competência no cargo. Não quando o melhor armador com quem ele pôde trabalhar em Philadelphia até agora tenha sido Ish Smith. Depois de tantas derrotas, de tantas surras, se há alguém que merecia uma boa notícia nesta terça-feira, era Brown, que, segundo consta, é uma das pessoas de convívio mais agradável que você vai encontrar pela liga.

Bryan Colangelo: ele mal chegou e já vai colhendo os frutos do trabalho impopular e radical de Sam Hinkie. Enquanto vai fazendo alterações no departamento de basquete do Sixers, pode se preparar para fazer uma escolha difícil entre Simmons e Ingram. Difícil, mas é aquele tipo de problema que todo gerente geral gostaria de ter no dia 23 de junho.

Sam Hinkie: é, pois é. Pelo menos algum cantinho da alma do cara que foi meio que forçado a pedir demissão deve estar sorrindo. Mas, mesmo que seja para se autoenganar, pode dizer para os mais chegados que, no final, o plano dele seria agraciado pela sorte. Além disso, pode gravar o clipezinho abaixo e entregá-lo para seu agente. Em Philly, ainda há uma forte crença n’O Processo:

Lakers: Mitch Kupchak mal deve ter dormido de segunda para terça-feira. Estava obrigado a dar a cara a tapa na loteria e poderia ser humilhado caso o clube californiano não ficasse entre os três primeiros do Draft (as chances estavam na casa de 45%). Se acontecesse, seria obrigado a conceder sua escolha para o Philadelphia 76ers.  Agora, está numa posição confortável: receber quem quer que sobre entre Simmons e Ingram. A outra certeza que tinha: “Não quero estar aqui no ano que vem”. Sabe por quê? Porque o time será submetido ao mesmo drama, caso não chegue aos playoffs, com Philly à espera. O cartola tem de pensar positivamente, mesmo, mas, para escapar da loteria, o Lakers teria de vencer cerca de 30 jogos a mais na temporada 2016-17. Complicado, mesmo que seu badalado calouro já produza como estrela no primeiro ano, algo também que não se pode cobrar.

Celtics: não, o Boston não conseguiu entrar no top 2. Por outro lado, não foi ultrapassado por ninguém na ordem, e a probabilidade para que isso acontecesse era maior que 50%. Além do mais, para um time que venceu 48 partidas, nem deveria estar aqui. Tudo o que viesse seria lucro, graças à negociação com o Brooklyn Nets envolvendo Paul Pierce e Kevin Garnett.

Bruno Caboclo: para o Toronto Raptors, vale o mesmo raciocínio do Boston Celtics. Na noite em que abriu a disputa das finais do Leste (tomando uma pancada do Cavs, é verdade), o clube canadense também tinha uma pequena chance, de 9,2%, de conseguir o direito de selecionar Ingram ou Simmons. Este foi o legado deixado por Andrea Bargnani em sua troca para o New York Knicks. Não aconteceu, e o caçula brasileiro da NBA agradece. A chegada de Simmons ou Ingram seria um tremendo empecilho para seu aproveitamento e desenvolvimento no Canadá.

POR BAIXO

Simmons e D'Angelo Russell campeões pelo Lakers? Talvez no futuro, assim como pela Montverde Academy

Simmons e D’Angelo Russell campeões pelo Lakers? Talvez no futuro, assim como pela Montverde Academy

– Sam Hinkie: bem… Ele entra aqui também, e, se fosse para evitar a brincadeira, só teria lugar nesta lista. Seu plano de entrega-entrega, enfim, gerou sorte no Draft. Mas são os Colangelos que vão desfrutar.

Ben Simmons:  o cenário ideal para o prodígio australiano era que o Lakers tivesse a primeira escolha. Pois os rumores do momento indicam que o ala de 20 anos e seu agente, Rich Paul (o comparsa de LeBron) têm apenas o clube angelino na mira para este Draft. Entre outros motivos, como a badalação de L.A. e o peso da camisa, o que talvez seja mais importante é que este casamento poderia valer milhões em um contrato com as gigantes dos calçados. Com o Lakers em segundo, isso ainda pode acontecer, claro. Mas Simmons, badalado há muito tempo, perderia o status de número um do Draft. Então já ficam as dúvidas: estariam dispostos, jogador e agente, a boicotar o Sixers e se recusar a fazer entrevista e exames? Teriam coragem para peitar uma figura tão proeminente como Jerry Colangelo? (Talvez não seja necessário, já que Ingram, em tese, combina melhor com o atual elenco de Philly, oferecendo muito mais capacidade como arremessador.)

– A juventude de Boston: sem poder alcançar Simmons ou Ingram, cresce a possibilidade de que Danny Ainge vá tentar trocar sua escolha. Mas é pouco provável que ela, sozinha, renda ao time um jogador veterano que possa fazer a diferença para a equipe de Brad Stevens. Então o que se deduz é que o gerente geral vá tentar montar um pacote em torno desta seleção com alguns outros trunfos de Draft e, sim, alguns jogadores para tentar um superastro. Então é de se esperar que a rapaziada fique inquieta até o final de junho. Se for para manter o terceiro lugar, Ainge afirmou que a ideia é escolher o melhor jogador disponível. Segundo os scouts, as opções seriam o croata Dragan Bender, ala-pivô que enche os olhos, mas é o atleta mais jovem do Draft, os armadores Kris Dunn e Jamal Murray e o ala Buddy Hield. O histórico do Boston não é tão profundo assim com jogadores europeus. Por outro lado, com Marcus Smart, Isaiah Thomas, Avery Bradley, Terry Rozier e RJ Hunter no elenco, haveria espaço para mais um ‘guard’?

– James Dolan: o bilionário dono do Knicks deve ter mentido para todo mundo, dizendo que ia se retirar para seus aposentos para tocar guitarra quando, na real, estava acompanhando o Draft pela TV, só para saber se as trapalhadas que ele autoriza (e muitas vezes força!) renderia algo de positivo a quem estava do outro lado do telefone, tal como nos desastrados tempos de Isiah Thomas. Para lembrar: a escolha do time foi endereçada ao Toronto Raptors em troca por Andreeeea Bargnani. O engraçado disso? É que, quando percebeu que seu clube havia sido surrupiado por Masai Ujiri, ele proibiu que seus dirigentes fechassem uma nova transação com o Raptors no ano seguinte, quando o nigeriano estava pedindo mais uma escolha futura de Draft para poder ceder Kyle Lowry, um legítimo All-Star.

– Sean Marks: quando aceitou o cargo, o novo gerente geral do Brooklyn Nets já sabia que não haveria o que fazer quanto a sua escolha de Draft deste ano. Com o Boston Cetics ficando em terceiro, o neozelandês ao menos não tem de conviver com a ideia de que Simmons e Ingram poderiam ser alicerces na reconstrução do time. Mas, que deve doer, deve. Dragan Bender seria um ótimo projeto de longo prazo para a franquia.

– Wizards e Markieff Morris: caso tivesse saltado para o Top 3, o time da capital poderia manter sua escolha. Era difícil de acontecer, e, ao ficar no número 13, teve de cedê-la ao Phoenix Suns. É bom que o ala-pivô bote a cabeça no lugar e ajude John Wall numa campanha de reação do Wizards. Ou isso, ou ele e o gerente geral Ernie Grunfeld vão ter de secar seja lá qual for o calouro que Ryan McDonough selecionar aqui.

TROLLER GERAL

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Dikembe Mutombo causou nesta terça. No tweet acima, quatro horas antes do sorteio em Nova York, o ex-pivô do Philadelphia resolveu ir ao Twitter para parabenizar o clube pela vitória na loteria. Imagine a barulheira feita pelos torcedores do Sixers, comemorando — e dos demais envolvidos com o evento, reclamando e acusando a liga de manipular os resultados. Desde que, em 1985, o New York Knicks venceu a primeira loteria promovida pela NBA, ganhando o direito de escolher Patrick Ewing, as teorias da conspiração em torno desse processo. Mutombo só atirou gasolina nas mãos dos chutadores de três pontos do Cavs destes playoffs: virou um fogaréu que só. Quando questionado sobre o significado de seu tweet, o pivô disse que havia se confundido com as regras do Draft, ao ver que seu antigo clube tinha as maiores chances de chegar ao primeiro lugar. Apagou o tweet e garantiu não ter dom premonitório nenhum. A pergunta que fica agora é a seguinte: quem acredita? : )

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Celtics está fora. Mas tem cenário otimista para voltar a lutar pelo Leste
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Giancarlo Giampietro

Brad Stevens ainda não sabe qual equipe terá em mãos em 2017. Mas é uma boa incerteza

Brad Stevens ainda não sabe qual equipe terá em mãos em 2017. Mas é uma boa incerteza

De todos os times que poderiam se despedir dos playoffs do Leste logo pela primeira rodada, o Boston Celtics é o que teria uma saída mais confortável. Ninguém gosta de perder. Isaiah Thomas estava com os olhos marejados no vestiário da equipe após a dura derrota sofrida contra o Atlanta Hawks nesta quinta-feira, para definir o segundo classificado às semifinais da conferência, para enfrentar o Cavs. Brad Stevens certamente esperava estender a bela série que fizeram contra o Hawks para um Jogo 7 em Atlanta. Com cara de bom moço, sempre calmo na lateral da quadra, o técnico é na verdade mais uma dessas figuras supercompetitivas, que não lida muito bem com as derrotas. Ainda assim, ele se sentiu obrigado a dizer como essa eliminação estava bem longe de significar o fim do mundo.

“É difícil pensar nisso agora por causa da emoção do momento e por termos perdido do modo como perdemos estes últimos dois jogos, mas acho que, olhando a longo prazo, tendo isso em mente, me sinto bem sobre nosso progresso. E também temos ótimas oportunidades para seguir adiante com nossa flexibilidade”, afirmou.

Esse termo já apareceu em diversos artigos aqui no blog: fle-xi-bi-li-da-de. É a palavrinha-chave para a gestão moderna da NBA, enquanto as atuais regras trabalhistas vigentes, de contratos mais curtos firmados nos últimos anos e que se tornarão bem baratos quando confrontados com os acordos que estão prestes a serem assinados em julho, quando o teto salarial será elevado consideravelmente.

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É difícil vasculhar a liga e encontrar uma situação mais promissora que a do Celtics, num trabalho impecável de Danny Ainge. O chefão do departamento de basquete do clube conseguiu conduzir um trabalho de reformulação após a era Pierce-Garnett sem chafurdar como um Philadelphia 76ers. Foi um ano de mergulho, no primeiro ano de Brad Stevens, carregando um Gerald Wallace. Nas últimas duas temporadas, já voltaram aos playoffs. Com o brinde: o direito de projetar uma escolha alta no próximo Draft justamente por causa da troca de PP e KG ao Brooklyn Nets, sem proteção alguma.

Okafor já foi especulado como alvo de Ainge. É mais promissor que Smart? Mesmo vencendo, Celtics se reconstruiu com muito mais rapidez que o Sixers

Okafor já foi especulado como alvo. Mais promissor que Smart? Mesmo vencendo, Celtics se remontou com muito mais rapidez

Hoje, voltando a cabeça exclusivamente para o recrutamento de novatos, com o time nova-iorquino tendo terminado com a terceira pior campanha, o Celtics tem 15,6% de chances de ganhar a primeira posição. Na pior das hipóteses, fica em sexto. O Philadelphia 76ersm que escapou novamente por pouco de registrar a pior campanha da história, tem 25%. Quase 10% a mais, algo significativo, mas qual caminho você preferiria: vencer dez jogos e ter 25% de chances para a escolha número um, ou ganhar 48 jogos e ter 15,6%? Para ser justo, quando Sam Hinkie assumiu o Sixers, ele não tinha veteranos do gabarito de Garnett e Pierce para seduzir e surrupiar um time desesperado por luzes, com o Brooklyn Nets. Tá certo. Mas que o Celtics tenha conseguido aproveitá-los desta forma e já veja o Boston beirando a marca de 50 vitórias, diz muito sobre a visão de Ainge. Não é sorte isso.

Hoje, o cartola olha para o seu elenco, anota o que tem de salários garantidos para a próxima temporada e todos os trunfos em termos de Draft que tem em mãos e sabe que tem diversas trilhas para seguir daqui para a frente. É incrível até:

1) se o teto salarial for de US$ 90 milhões, o Boston vai ter um mínimo de US$ 23,7 milhões para investir em agentes livres. Se decidir renunciar aos direitos de Amir Johnson, Jonas Jerebeko e Tyler Zeller, pode chegar a US$ 49,4 milhões, permitindo a contratação, por exemplo, de dois salários máximos para atletas de até seis anos de experiência, sobrando um troco, ou um contrato máximo para alguém de sete a nove anos (Kevin Durant, por exemplo) e mais US$ 24 milhões para propor a um alvo ou diversos alvos.

(Quer saber a situação de seu time? Vale checar o estudo de Eric Pincus, do Basketball Insiders, referência no assunto.)

Thomas, Jae Crowder, Marcus Smart, Avery Bradley, Kelly Olynyk, Terry Rozier, ames Young, RJ Hunter e Jordan Mickey são os atletas com salário garantido. O detalhe: Thomas, Crowder e Bradley vão ganhar, juntos, pouco mais de US$ 20 milhões. Na economia da NBA, isso é mixaria, especialmente para três veteranos tão produtivos. Para comparar, David Lee, sozinho, embolsou US$ 15 milhões do time.

Amir Johnson e Jonas Jerebko, contratados no ano passado, têm cláusulas que Ainge pode ativar, ou, não valendo US$ 12 milhões e US$ 5 milhões, respectivamente. Zeller e Sullinger dão agentes livres restritos. Evan Turner estará disponível, tendo se valorizado nesta campanha, e não estranhe se receber oferta de Phil Jackson.

Thomas vai receber ajuda de alto nível, cedo ou tarde

Thomas vai receber ajuda de alto nível, cedo ou tarde

2) em termos de Draft, chega a ser ridículo: só neste ano, o Celtics tem três escolhas de primeira rodada e cinco (!?) de segunda. São oito no total. Uma das escolhas de segunda, na real, vale como uma de primeira, por ser a 31a.

A mais valiosa é a do Nets. Além disso, o time tem a do Dallas (número 16! Numa cortesia de Rajon Rondo) e sua própria (número 23). Obviamente, não há espaço para oito novos calouros na equipe. No mínimo, Ainge vai escolher diversos atletas que não façam questão de jogar na liga de imediato, os chamados stash picks. Gringos ou universitários que topem jogar na D-League, na Europa, na Austrália (como o ala-armador Marcus Thornton neste ano) ou em qualquer lugar. O mais provável, porém, é que ele faça pacotes. Que acumule escolhas e tente subir no Draft a partir de uma posição mais avantajada. Por exemplo: três escolhas de segunda e a 16a. pela 10a. Coisa do tipo. Ou trocar por escolhas futuras também.

A cesta, de todo modo, não vai ficar vazia após 23 de junho, data do recrutamento. Em 2017, o clube tem o dirigente de trocar sua escolha com a do Brooklyn e possui mais três escolhas extra de segunda rodada. Em 2018, nova escolha do Brooklyn. Em 2019, tem uma escolha de primeira do Memphis (valeu, Jeff Green). É muita munição: todas essas seleções podem ser envolvidas em negociações.

Com tudo isso na mesa — imagine um jogador de poker que até some atrás de seu monte de fichas –, Ainge certamente vai ser agressivo, mas podendo agir com paciência. Como tem feito. Dependendo do que acontecer com Cleveland nestes mata-matas, voltará à carga por Kevin Love. Outros nomes aos quais o clube já foi vinculado: Boogie Cousins e Jimmy Butler. E será que Blake Griffin vai estar disponível? Carmelo Anthony toparia? Por aí vai.

Danny Ainge: conjugando agressividade e paciência ao mesmo tempo

Danny Ainge: conjugando agressividade e paciência ao mesmo tempo

A opinião geral da NBA é de que, para o Celtics conseguir uma superestrela, uma troca seria a via mais provável. Historicamente, seja pelo clima frio ou, infelizmente, por questões raciais da cidade (válidas ou não), a franquia não tem muito sucesso na contratação de agentes livres. Dominique Wilkins topou uma oferta em 1994, mas já aos 35  e ficou apenas uma temporada por lá. No ano passado, Amir Johnson foi o grande prêmio. O prestígio crescente de Stevens e a competitividade da equipe seriam fatores para ajudar nessa empreitada.

Mas aí voltamos à flexibilidade. Ainge pode tentar de tudo em trocas, com jogadores valiosos e baratos e múltiplas possibilidades de Draft, com um escritório de excelente aproveitamento no assunto. Ao mesmo tempo, tem espaço salarial para insistir em reforços de mercado. Não precisa se precipitar.

O cenário ideal seria receber uma das duas primeiras escolhas deste ano, aguardando a loteria do dia 17 de maio. Isso valeria um dos pródigos mais elogiados pelos scouts: os alas Ben Simmons ou Brandon Ingram. Qualquer um dos dois seria sensacional para Stevens: Simmons poderia ser o armador do time, ou no mínimo aliviar a pressão em cima de Thomas. Dá para imaginar facilmente um quarteto com Thomas, Smart/Bradley, Crowder e Simmons correndo pela quadra. Já Ingram ofereceria aquilo que é uma carência: arremesso de fora e a capacidade para criar suas próprias situações de pontuação.

Ou isso, ou seriam moedas de troca muito atraentes. Entre os oito times do Leste classificados para os playoffs neste ano, o Celtics tem o segundo elenco mais jovem, ficando acima apenas do Pistons. Vale adicionar mais um garoto à rotação?  Ou é melhor buscar veteranos? O objetivo é voltar à briga pelo topo da conferência, algo que não acontece desde aquela grande série contra o Miami em 2012, quando chegaram a abrir 3-2. O último título do Leste, para lembrar, saiu só em 2010. Claro que seus fanáticos torcedores e Ainge estão cientes disso. Chega uma hora que esses trunfos futuros têm de ser traduzidos em realidade, em algo concreto. Parece que chegou a hora de capitalizar, mas nem sempre é tão fácil assim. No ano passado, por mais que tenha tentado, o clube não viu cenário algum que lhe favorecesse.

Simmons cairia como uma luva no sistema de Stevens, acelerando e passando

Simmons cairia como uma luva no sistema de Stevens, acelerando e passando

“Amo o que Boston tem feito na sua reconstrução: acumular ativos que podem um dia gerar um ‘home-run’, enquanto, simultaneamente, construíram uma equipe competitiva, disciplinada. Eles têm um dos baús de tesouro mãos ricos da liga para investir (qualquer combinação de escolhas de Draft e bons jogadores jovens com contratos amigáveis)”, disse Amin Elhassan, analista do ESPN.com e ex-dirigente do Phoenix Suns. “Mas é aí que reside a piada cruel da NBA: todos esses ativos não significam nada se você não pode comvertê-los em um negócio valha a pena. Então, basicamente o Celtics tem duas possíveis armadilhas para contornar: fechar uma troca por um jogador que não necessariamente vá fazer o programa avançar, ou não fechar nada, ficar estagnado e ver o valor desses ativos eventualmente cair. Recomendo uma atuação agressiva, que assuma riscos quando apropriado, mas o presidente Ainge tem de fazer seus ativos valer.”

Ainge é daqueles cartolas que sabendo manipular a mídia como bem entende, para plantar informações, mandar recados e tal. Só não abre o jogo ao falar sobre seus principais alvos e intenções. Ninguém sabe se ele prefere um dos calouros top ou uma jovem estrela. O fato se ter passado por julho e, agora, em fevereiro sem fechar grandes negócios indica que ele tem sido exigente em suas investidas. Nesse sentido, a evolução apresentada neste ano lhe dá mais segurança, amparo, esperando o negócio certo. Boa parte da liga adoraria estar nessa posição. Pensando longe, talvez até mesmo o Atlanta Hawks, que acabou de passar à semi do Leste.

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Para o Celtics, não importa se Isaiah Thomas é, ou não, uma superestrela
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Giancarlo Giampietro

Thomas conquistou Boston. É superestrela?

Thomas conquistou Boston. É superestrela?

É meio estranho levantar essa questão depois de o tampinha marcar 42 pontos para liderar o Boston Celtics em sua primeira vitória contra a defesa perturbadora do Atlanta Hawks, diminuindo para 2 a 1 sua desvantagem.

Ao passar dos 40 por um jogo dos playoffs, entrou num clube que tem Larry Bird, Paul Pierce, John Havlicek, JoJo White, Reggie Lewis e outras lendas da franquia mais vitoriosa da NBA. Thomas se recuperou depois de sofrer em Atlanta. Ele retornou à Boston com 43 pontos na conta, mas também com 24 arremessos errados (aproveitamento de 33,3%) e seis turnovers, e 14 pontos de lances livres. Pelo Jogo 3, para comparar, foram 12 cestas em 24 tentativas, 50%, e apenas um desperdício de posse de bola, com 13 pontos na linha. Quer dizer: as somas das duas primeiras partidas valeu a terceira.

Para estourar assim, contou com uma forcinha de seu técnico, o iluminado Brad Stevens. Esse cara é impressionante. Não é que ele tenha feito meros ajustes depois das dificuldades enfrentadas durante a visita à Geórgia. Foram duas trocas no quinteto titular — Evan Turner por Marcus Smart e Jonas Jerebko por Jared Sullinger — que desencadearam uma série de eventos. Para ajudar seu cestinha, ele e seus assistentes observaram até mesmo *fitas* de seus dias pela Universidade de Washington.

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Ambas as substituições tiveram impacto no jogo de Thomas. Com Jerebko, de 39,8% nos arremessos pela temporada regular, a quadra se espaçava muito mais. Sullinger, até hoje, só pensa que pode matar seus chutes de fora. Já a presença de Turner daria outro tipo de liberdade para o baixinho: ele precisou driblar muito menos para buscar a cesta. Turner atuou como o armador de fato por bons minutos, com Thomas agindo fora da bola, sendo acionado em movimento. Com bons corta-luzes, cortes pelo fundo e inversões rápidas de passe, o ataque do Celtics conseguiu dar alguns centímetros ou instantes preciosos para que ele pudesse ganhar ritmo e agredir. Ao final do primeiro período, arrasador (37 a 20), já havia anotado 18 pontos.

Foi um alívio. Suas atuações em Atlanta de certa forma ecoavam o que havia feito contra o Cleveland Cavaliers no ano passado, quando sofreu contra Iman Shumpert e Matthew Dellavedova: ficou limitado a 17,5 pontos, também com aproveitamento baixíssimo de quadra (coincidentemente os mesmos 33,3% dos dois primeiros jogos em Atlanta) e média de 3,5 turnovers em quatro duelos, uma varrida.

E aqui entra outro número que nunca pode ser ignorado quando falamos sobre Thomas: 5-9. De cinco pés e nove polegadas, ou 1,75m, sua altura. Por mais incrível e, vá lá, bonitinho que seja ver o armador sustentar médias de 22,2 pontos e 6,2 assistências na temporada, para chegar ao All-Star, e 17,1 pontos e 5,0 assistênciasna carreira, quando chega a hora de playoff, tudo fica mais complicado para qualquer cestinha. Ainda mais para alguém diminuto assim. Ainda mais contra um sistema como a do Hawks, que que não é fácil de se encarar. Naaada fácil, amizade.

De tudo o que vi até aqui em uma semana de mata-matas, não há defesa mais coordenada e opressora que a do Hawks, gente. Eles não têm um Kawhi Leonard, ou nem mesmo mais um DeMarre Carroll, mas causam danos coletivamente, com agilidade invejável nos pés e nas mãos. Nenhuma bandeja parece ser tão tranquila assim, enquanto o executor não ber a bola passar pela redinha. No meio do caminho, corre-se sempre o risco de um Thabo Sefolosha ou um Kent Bazemore bater sua carteira. Se você passa pelas primeiras armadilhas, ainda vai ter de se virar contra Al Horford e Paul Millsap antes de chegar ao aro. Os dois alas-pivôs estão honrando o espírito de Dikembe Mutombo e Tree Rollins nesta série. Horford tem média de 3,7 tocos, enquanto Millsap, 2,3.

Você passa por vários no perímetro e ainda encontra isso à frente do aro

Você passa por vários no perímetro e ainda encontra isso à frente do aro

Esta solidez ainda faz deles os favoritos na série. Assim como aconteceu para o Celtics no Jogo 1, o Hawks soube reagir, simplesmente por ter um time sólido demais dos dois lados da quadra. Agora virão mais ajustes e contragolpes. Mike Budenholzer vai ter pouco mais de um dia para ver o que fazer a respeito. O fato se seu time já ter reagido em quadra é um bom sinal. Tem mais: pode ser que sua comissão nem precise pensar em Thomas para o Jogo 4. Pois existe a possibilidade de o armador ser suspenso. Está a perigo por ter se envolvido em entrevero com Schrödinho, que, sabemos, é enjoado toda a vida. Parece que rolou tabefe, ou um simples *peba*. Independentemente da intensidade, hoje em dia, não duvido que venha um gancho. Aí não há milagre que Stevens possa fazer.

Para derrubá-los, Thomas tem de ser esse pontuador folgado e fogoso, quando se torna um dos cestinhas mais explosivos da liga. O que deu para notar é que, no mano a mano, em investidas mais simples, não vai funcionar. E aqui chegamos a um ponto importante,  sobre ser superastro, ou não. Que envolve números também.

Quando o tampinha arremessa 8-21, como aconteceu no primeiro jogo, é porque teve dificuldade. Então por que não maneirou? Simplesmente porque no seu contexto, o do Boston Celtics, é necessário que ele seja muito agressivo. O elenco gira em torno dele. Mais ou menos como acontecia com Allen Iverson e o Philadelphia 76ers de 2001, campeão do Leste. O grau de dependência só é um pouco menor: naquele time de Larry Brown, o segundo cestinha era Dikembe Mutombo, com 11,7 pontos por jogo pela temporada regular. Agora, quando você pega Kyrie Irving e o atual Cleveland Cavaliers, com LeBron e Love ao seu lado, o cenário é completamente diferente. Nesse sentido, não há slogan para os mata-matas que supere o do Celtics este ano: “Somos todos uma superestrela”.

Turner e Jerebko foram promovidos para resolver

Turner e Jerebko foram promovidos para resolver

A frase tem autor, aliás, é não se trata de nenhum gênio do marketing. Foi Jae Crowder que a soltou numa coletiva corriqueira, as supostas necessidades da equipe antes de o prazo para trocas se encerrar em fevereiro, quando Danny Ainge, o chefão, estava envolvido em rumores por Kevin Love e o próprio Al Horford, entre outros. “Acabamos de ter um jogador escolhido para o All-Star. Então não sei que outra superestrela você quer. Há todo esse papo de que precisamos de um jogador desses, coisas do tipo. Mas nossos cinco jogadores em quadra estão tão concentrados, tão engajados que somos uma superestrela como um todo”, disse o ala. “Jogamos todos juntos. É assustador quando um time não sabe quem marcar, quem vai brilhar de noite no ataque. E, defensivamente, nós todos brigamos juntos e jogamos juntos também. É uma abordagem assustadora.”

Crowder, aliás, ao meu ver, é o jogador mais valioso do time em relação ao que se passa na liga. Ele joga dos dois lados também, e muito bem. Na defesa, tem garra, agilidade e força para marcar de Jeff Teague a Paul Millsap. O problema é que, contra o Hawks, seu rendimento ofensivo tem sido praticamente nulo, com horrível aproveitamento de 19,4% nos arremessos e 16,7% de longa distância Não é que esteja marcado de maneira implacável. Ele tem aparecido livre em diversos momentos para o disparo de três. Acontece que esse tipo de chute exige pernas descansadas, inteiras. E o ala está jogando com um grande desconforto no tornozelo direito, lesionado no mês passado. Além de ter seu equilíbrio abalado, ele não vai conseguir botar a bola no chão e atacar. (Por que ele não diz nada? Não é de seu feitio. Crowder não vai ficar dando desculpas, choramingando em público. Uma nota a respeito? Quando se destacou pelo Junior College, enfim foi recrutado pelas principais universidades do país. Escolheu Marquette por acreditar que o técnico Buzz Williams era o único que estava sendo totalmente honesto com ele, comentando suas deficiências como jogador, sem fazer falsas promessas. Não à toa, Wes Matthews e Jimmy Butler vieram do mesmo programa.)

Os obstáculos para Stevens vão além. Avery Bradley sofreu um estiramento muscular na perna direita no Jogo 1.Dificilmente poderá participar do restante da série. Kelly Olynyk voltou a sentir dores em seu ombro direito, local onde teve uma separação no início de fevereiro. Está mais perto de jogar. São dois desfalques relevantes. Não só Stevens perdeu seu melhor defensor de perímetro, como alguém que acelera em transição, algo fundamental também para dar um respiro a Thomas, desviando a atenção da defesa: marca 15,2 pontos por partida, num desenvolvimento contínuo de suas habilidades ofensivas. Além disso, Bradley e Olynyk estão entre os três principais gatilhos de três da equipe. O canadense é o líder, com 40,5%, enquanto o ala é o terceiro, com 36,1%.

É uma pena, mas não há o que fazer. Se o Celtics é uma superestrela coletiva, tem de arrumar soluções para compensar essas ausências. Fato que Stevens tem um conhecimento profundo do jogo e das capacidades e limitações de seus atletas. Sabe o que fazer para manter o coletivo forte o bastante para enfrentar um adversário muito bom. Isso passa pelos pontos de Isaiah Thomas. Mas não só.

*   *   *

Sobre Marcus Smart: o dia em que ele aprender a arremessar, se é que vai acontecer, saia da frente. O sujeito é um verdadeiro animal em quadra. A gente fala e lê tanto por aí sobre caras que jogam duro, e tal. Não sei se existe alguém que se esforce tanto como o armador reserva-faz-tudo-ou-quase-isso do Celtics, em seu segundo ano de liga. Não à toa, sua lista de lesões já preocupa.

*   *   *

Jerebko cobriu Okynyk no ataque e ainda fez muito mais ao fechar espaços na defesa, freando alas no perímetro, dobrando ou vindo cobrir pelo lado contrário, especialmente nos minutos finais da partida, quando fazia o papel hipotético do ‘cinco’, sendo o último jogador na linha de proteção da cesta. Estava visivelmente pregado, mas ainda interveio aqui e ali de modo providencial contra uma dupla do porte de Horford e Millsap. O sueco é um jogador muito interessante. O Celtics tem o poder de validar seu salário de US$ 5 para a próxima temporada, uma pechincha. Se não tiver muita convicção de que poderá contratar uma grande figura que possa exercer suas funções, como agente livre ou via Draft, não há por que deixá-lo sair.

*    *    *

Imagine os dois quintetos em quadra: Thomas, Turner, Crowder, Jerebko e Amir Johnson. Teague, Korver, Bazemore, Millsap e Horford. Ok. Agora, pensando na trajetória dessa cambada, algumas perguntas:

1) Quantos chegaram à NBA como escolhas top 10?

2) Quantos mais foram selecionados na primeira rodada do Draft?

3) Quantos saíram na segunda rodada do recrutamento de calouros?

Respostas: 1) só dois, Horford e Turner, respectivamente os números 3 e 2 em 2007 e 2010 ; 2) só Jeff Teague, o 17 em 2009; 3) foram seis! Thomas (que, a propósito, foi o último escolhido em 2011, pelo Celtics), Crowder, Jerebko, Johnson, Korver e Millsap. Para completar, Bazemore nem draftado foi em 2012, quando se formou por Old Dominion.

Quer dizer… Tal como Warriors e Spurs, esses dois belos times são compostos por jogadores que nem sempre foram tão badalados assim. Com o Draft se aproximando, não dá para esquecer isso.

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Jukebox NBA 2015-16: Celtics, David Bowie e as constantes mudanças
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Giancarlo Giampietro

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Vamos lá: a temporada da NBA se aproxima rapidamente, e o blog inicia sua série prévia sobre o que esperar das 30 franquias da liga. É provável que o pacote invada o calendário oficial de jogos, mas tudo bem, né? Afinal, já aconteceu no ano passado. Para este campeonato, me esbaldo com o YouTube para botar em prática uma ideia pouco original, mas que sempre acho divertida: misturar música e esporte, com uma canção servindo de trilha para cada clube. Tem hora em que apenas o título pode dizer algo. Há casos em que os assuntos parecem casar perfeitamente. A ver (e ouvir) no que dá. Não vai ter música de uma banda indie da Letônia, por mais que Kristaps Porzingis já mereça, mas também dificilmente vai rolar algo das paradas de sucesso atuais. Se é que essa parada existe ainda, com o perdão do linguajar e do trocadilho. Para mim, escrever escutando alguma coisa ao fundo costuma render um bocado. É o efeito completamente oposto ao da TV ligada. Então que essas diferentes vozes nos ajudem na empreitada, dando contribuição completamente inesperada ao contexto de uma equipe profissional de basquete:

A trilha: “Changes”, por David Bowie

Por quê? David Bowie foi um dos maiores camaleões da história da indústria pop. Um torcedor do Boston Celtics regular teria dificuldade em listar ao menos 10 jogadores do elenco do clube nas últimas duas temporadas. Simples assim. “Mudanças (vire e encare o desconhecido)… Mudanças, você apenas vai ter de ser um homem diferente”, canta Bowie no refrão. A diferença aqui é que o técnico Brad Stevens é o mesmo, a princípio. O que está mudando é o cenário ao seu redor, forçando adaptações táticas do personagem principal.

Bowie mudava constantemente para seguir na vanguarda, e aí que a gagueira do refrão “ch-ch-ch-ch-chaaanges” faz ainda mais sentido, retratando uma cabeça no mínimo agitada, pensando nas mais diferentes personalidades e formas que poderia assumir. Ainge não vai pintar a cara, obviamente, nem mexer muito no cabelo para chegar ao topo, como fazia o artista em 1971, quando essa compôs a música. Mas, no que depender dele, vai sacodir seu plantel sem parar.

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Já brincamos no ano passado, e a piada continua: Danny Ainge não larga o telefone, né? Deve ser cliente platinum de sua operadora. Desde que percebeu que o núcleo formado por Pierce, Garnett, Rondo e Allen não seria mais o suficiente para dar a Boston um novo título, seu gerente geral tem perturbado a concorrência com ligações, vasculhado todo e qualquer software que analise atletas e visitado ginásios para tentar identificar algum prospecto que caia bem em seu time. Ainge vai fazer troca atrás de troca em busca de uma combinação ideal de jogadores que devolva a Boston o status a que seu torcedor mais velho está habituado.

E, bem, em meio a tantas mudanças, que Stevens cuide do resto.

Veja este gráfico aqui, elaborado pelo Basketball Reference:

nba-roster-changes

Continuidade dos elencos: o percentual equivale ao total de minutos replicados por um time entre duas temporadas. Por exemplo: o Hawks aparece com 88% na campanha passada, todo verdinho. Isso quer dizer que 88% de seus minutos foram distribuídos a jogadores que já estavam no elenco da temporada anterior (2013-2014). Avaliando só pelas cores, você vai perceber que apenas Dallas, Lakers e Philly tiveram três anos mais avermelhados do que Boston. Dois desses times foram para a loteria, enquanto o Mavs deu um jeito de se manter nos playoffs, no Oeste, graças a Rick Carlisle (e Dirk Nowitzki). Brad Stevens fez esse tipo de mágica no campeonato passado para por o Celtics no mata-mata

O censo extraoficial da NBA comprova o fluxo constante no elenco do Celtics desde a última campanha de Doc Rivers e a chegada de Stevens em 2013. De um campeonato para o outro, Ainge montou equipes em que ao menos metade dos minutos utilizados eram endereçados a caras novas.  Mas tem mais que isso.

Na temporada passada especificamente, 22 jogadores diferentes vestiram a camisa do Boston Celtics. Dá mais que quatro times. Para contextualizar, o New York Knicks, que passou por um expurgo promovido por Phil Jackson e “brigou” pela lanterna do início ao fim, escalou 20 atletas. O Los Angeles Lakers, todo despedaçado, teve 18 caras. Oklahoma City Thunder teve uma lesão atrás de outra, também realizou trocas e, ainda assim, ficou em 21. Para bater esse número de Ainge, só mesmo apelando a Sam Hinkie, que botou 25 jogadores em quadra pelo Sixers. O Phoenix Suns, depois de seu saldão pós-All-Star Game, chegou a 23, e, não por acaso, seu gerente geral é discípulo do poderoso chefão de Boston.

Para a campanha 2015-2016, o Celtics já conta com cinco novos jogadores: os calouros Terry Rozier, RJ Hunter e Jordan Mickey e os veteranos David Lee e Amir Johnson. Perry Jones III pode ser outra novidade, mas tende a ser dispensado antes de a temporada começar. Mas é bom que o torcedor do Boston não se apegue tanto assim a esses caras. Em questão de meses, a caixa postal de todos eles pode ser outra, algo que Ainge não se dá ao trabalho de negar, pois seria a mentira mais deslavada.

David Lee pode ajudar o Celtics, mas não era um alvo prioritário

David Lee pode ajudar o Celtics, mas não era um alvo prioritário

A pedida? Uma superestrela, por favor. Pelo menos uma!  Sim, pensando na quadra, nos resultados imediatos, qualquer coisa que não seja o playoff significaria um retrocesso para Stevens e sua cabeça de técnico. Ainda mais porque, no papel, seu time tem tudo para ser melhor que o do ano passado.

O pequenino Isaiah Thomas, líder da arrancada na metade final da temporada, agora trabalha desde o training camp, livre de lesões. Lee (100% ataque) e Johnson (um jogador especial para cuidar das pequenas coisas) chegam para reforçar a rotação anterior, com habilidades que casam perfeitamente, dando, com Tyler Zeller, Kelly Olynyk e Jared Sullinger, uma infinidade de combinações para um treinador evidentemente criativo. Além disso, a expectativa é que Marcus Smart se acalme um pouco em quadra, passada a adrenalina de calouro, e possa dar uma contribuição mais consistente.

Mas nenhum desses caras aqui teria presença garantida numa seleção de All-Star, nem mesmo no Leste. Como conjunto, creio que eles podem até mesmo desafiar o Toronto Raptors pelo título da Divisão do Atlântico. Pensar em algo maior que isso, porém, pediria muito mais boa vontade.

Ainge confia que a credibilidade crescente de Stevens seja um atrativo

Ainge confia que a credibilidade crescente de Stevens seja um atrativo

A gestão: Danny Ainge tem o quinto mandato mais longo da liga americana quando o assunto é o controle sobre as operações de basquete. As quatro administrações mais longevas que a dele: Heat (Riley), Spurs (Popovich/RC Buford), Mavs (Cuban/Nelson) e Lakers (Kupchak/família Buss). Só isso. Para se manter no cargo, o ex-armador alia diversos fatores, a começar por sua popularidade por lá. Isso não adiantaria nada, porém, se não tivesse conquistado o título em 2008, o primeiro desde 1986, quando Larry Bird ainda era um dos maiorais. O título saiu justamente por seu arrojo, pela predisposição a assumir riscos, fechar trocas, até que reuniu Garnett e Allen em torno de Pierce e Rondo. Essas negociações também lhe dão fôlego, independentemente do produto apresentado em quadra: ninguém pode dizer que ele não esteja tentando.

Uma tacada certeira de Ainge foi a escolha de Stevens como substituto de Doc Rivers, algo que não parecia tão óbvio assim na época. Quando contratado, o técnico tinha apenas 36 anos. Era mais jovem que Garnett e um pouco mais velho que Pierce. Vindo da Universidade de Butler, pela qual desempenhou um trabalho incrível, desafiando grandes equipes da NCAA para alcançar a final do torneio nacional em duas temporadas seguidas, o gêniozinho era cotado para suceder o Coach K em Duke ou qualquer outra potência da categoria. Bastava enrolar um pouco mais em seu emprego, que uma dessas ofertas certamente chegaria. Foi convencido, porém, a assumir um Celtics em reconstrução, com a segurança de um contrato de seis anos, valendo muito (US$ 22 milhões). Com vasta cultura de jogo, a cabeça aberta e ótimo trato com os atletas, construiu sua reputação rapidamente. Hoje, é visto como um dos trunfos do time para atrair o tão esperado astro.

Além disso, o escritório do Celtics é reconhecido como um dos pioneiros no uso das estatísticas avançadas e de qualquer ferramenta tecnológica que tenha surgido desde a década passada e que possa por o Boston em posição de vantagem. Antes de assumir o Houston Rockets, Daryl Morey passou três anos por lá.

Olho nele: Amir Johnson. Na falta de Kevin Love ou LaMarcus Aldridge, Ainge foi atrás de uma contratação pontual que cobre uma das deficiências de seu atual elenco: um pivô atlético para reforçar a última linha defensiva. As medições de saldo de pontos tendem a apontar o jogador ex-Raptors como um marcador de elite, com agilidade, impulsão e bom senso de colocação para oferecer cobertura a Lee, Sullinger, Zeller ou Olynyk, todos vulneráveis na proteção de cesta. Seu contrato é de US$ 24 milhões por dois anos, mas o segundo é opcional para o Celtics, dando ao time flexibilidade na busca por novos alvos.

card-avery-bradleyUm card do passado: Avery Bradley. Aqui, nem precisamos viajar tanto no tempo assim. O card ao lado é da coleção 2010-2011, quando o armador havia acabado de trocar a Universidade do Texas pelo Boston Celtics. Sabe o que isso significa? Que ele é o jogador que há mais tempo veste a camisa alviverde. Está indo apenas para sua sexta temporada pelo clube, sem ainda ter completado 25 anos.

Ao lado de Jared Sullinger, Bradley é o único atleta que Stevens herdou de Rivers ao assumir o time em 2013.  Seu papel pode ser reduzido neste campeonato, dependendo do grau de evolução de Marcus Smart. De qualquer forma, ainda vai compor uma rotação interessante com o segundanista e com Thomas, com três atletas que colocam muita pressão no drible dos oponentes. No ataque, seu papel é um pouco mais simples: nunca vai ser confundido com um maestro, ficando preferencialmente de canto, ainda que possa forçar a barra em alguns chutes de média distância.

Desde que se profissionalizou, Bradley melhorou sensivelmente seu arremesso, que era considerado uma atrocidade. Em sua primeira campanha, ele arriscou apenas cinco chutes de longa distância em 162 minutos, sem acertar nenhum. Na campanha passada, foram, respectivamente, 352 em mais de 2.400, convertendo 35,2% deles. Não estamos falando de um atirador de elite, mas é algo relevante para quem veio literalmente do zero. Foi algo que não aconteceu com Rajon Rondo, por exemplo.


Os playoffs começaram! Panorama da Conferência Leste
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Giancarlo Giampietro

Por algumas semanas ou meses, a Conferência Leste prometia mais. Toronto e Washington estavam lá em cima na classificação geral, enquanto o Cleveland enfrentava dificuldades. A ideia era a de que o Cavs se recuperaria, o que eventualmente aconteceu. Mas os dois clubes que despontavam caíram: desde o All-Star Game, estão com aproveitamento abaixo de 50%, inferior ao do Boston Celtics e a do Brooklyn Nets. Seus técnicos procuraram mexer nas rotações, sem conseguir arrumar a casa. Curiosamente, se enfrentam agora para ver quem tem a fase menos pior. E aí que ficamos com os LeBrons em franca ascensão, preparados para derrubar o Atlanta Hawks, soberano no topo da conferência desde janeiro. O Chicago Bulls, irregular, sem conseguir desenvolver a melhor química devido a lesões, corre por fora.

Não deixa de ser irônico que LeBron volte aos playoffs pelo Cleveland justamente contra o Boston Celtics, o time que os eliminou em 2010: um revés de impacto, que levou o astro a repensar os rumos da carreira, "levando seus talentos para South Beach". Agora volta mais maduro e consagrado. Mas a pressão na cidade é a mesma

Não deixa de ser irônico que LeBron volte aos playoffs pelo Cleveland justamente contra o Boston Celtics, o time que os eliminou em 2010: um revés de impacto, que levou o astro a repensar os rumos da carreira, “levando seus talentos para South Beach”. Agora volta mais maduro e consagrado. Mas a pressão na cidade é a mesma

Palpites, que é o que vocês mais gostam
Atlanta em 4 – especialmente se Jarret Jack estiver jogando mais que Deron Williams. Jeff Teague e Dennis Schröder podem dar volta nos veteranos.
Cleveland em 5 – Stevens promete dar trabalho a Blatt num playoff, mas o desnível de talento é muito acentuado.
Chicago em 6 – Milwaukee defende bem e vai tentar cortar a linha de passe para Gasol. Mirotic pode ser importante aqui para espaçar a quadra.
Washington em 7 (juro, antes do 1º jogo) – Pierce jura estar em ótima forma, e John Wall precisa de sua ajuda. Toronto precisa de Lowry a 80%, no mínimo.

Números
77, 3% –
O aproveitamento do Cleveland Cavaliers desde o dia 13 de janeiro, quando LeBron James retornou de suas duas semanas de férias. Foram 34 vitórias e 10 derrotas, a melhor campanha do Leste, com saldo de pontos de 8,5 – também o melhor da conferência. O rendimento de três pontos também foi elevado, o melhor, com 38,2%. Nesse mesmo período, tiveram o ataque mais eficiente e a décima melhor defesa. Sim, você pode dividir a temporada do Cavs em antes e depois das férias (e das trocas também, claro, realizadas nesta mesma época).

Horford foi para o All-Star com mais três companheiros. Quando voltaram, o time não funcionou da mesma forma

Horford foi para o All-Star com mais três companheiros. Quando voltaram, o time não funcionou da mesma forma

60,7% – O aproveitamento do Atlanta Hawks depois do All-Star, abaixo até do Boston Celtics (64,5%). Na temporada, o rendimento foi de 73,2%, o segundo melhor no geral. Mero relaxamento, ou produção de fato mais baixa?

46 – Juntos, Bruno Caboclo e Lucas Bebê somaram apenas 46 minutos em sua primeira campanha de NBA. Foram 23 minutos para cada.

22 – O total de jogadores escalados por Brad Stevens durante a temporada do Boston Celtics. Dá mais de quatro times completos. Fruto das constantes negociações do irrequieto Danny Ainge. De outubro a fevereiro, o dirigente fechou oito trocas diferentes. Houve gente que chegou no meio do campeonato e já foi repassada, como Brandan Wright, Austin Rivers e Jameer Nelson.

12 – Jason Kidd quebrou os padrões de rotação da NBA. Oito, nove homens recebendo tempo de quadra regular? Nada: em Milwaukee,  12 jogadores ativos no elenco do Bucks chegaram ao fim da temporada com mais de 10 minutos em média. Se formos arredondar, pode aumentar esse número para 13, já que Miles Plumlee teve 9,9 minutos desde que foi trocado pelo Phoenix Suns. Giannis Antetokounmpo é quem mais joga, com 31,4, seguido por Michael Carter-Williams (30,3) e Khris Middleton (30,1).

1,6 – É o saldo de Derrick Rose se  pegarmos o número de arremessos de três pontos que ele tentou em média na temporada (5,3) e subtrairmos os lances livres (3,7). Pela primeira vez em sua carreira, o armador do Bulls tentou mais chutes de longa distância do que na linha – excluindo, claro, as dez partidas que disputou na campanha 2013-14. Um claro sinal de como seu jogo se alterou devido ao excesso de cirurgias. O problema é que seu aproveitamento nesses arremessos vem sendo apenas de 28%. O armador obviamente pode ajudar Chicago em seu retorno aos playoffs pela primeira vez em três anos, mas Thibs obviamente enfrenta um dilema aqui: até que ponto precisa envolver o astro no ataque, sem atrapalhar o que Pau Gasol e Jimmy Butler vêm fazendo?

A lesão contra Philly em 2012, que suscitou uma série de cirurgias para Rose; armador volta aos mata-matas, ainda como a grande esperança da torcida de Chicago. Mas o time tem talento o suficiente para não depender exclusivamente de atuações milagrosas do seu xodó

A lesão contra Philly em 2012, que suscitou uma série de cirurgias para Rose; armador volta aos mata-matas, ainda como a grande esperança da torcida de Chicago. Mas o time tem talento o suficiente para não depender exclusivamente de atuações milagrosas do seu xodó

Panorama brasileiro
Nenê é fundamental no plano de jogo do Washingon, especialmente por sua capacidade para marcar. A questão é saber como ele estará fisicamente, depois de ter perdido cinco dos últimos sete jogos do Wizards pela temporada regular, sendo os dois últimos por uma contusão no tornozelo. (PS: a julgar pelo primeiro jogo está muito bem, obrigado). Para os talentosos garotos de Toronto, a expectativa é que ver de perto a atmosfera de um jogo de playoff os motive a treinar duro, duro e duuuuro nas férias para entrar na rotação na próxima temporada. Por ora, o mata-mata serve apenas para tirar os ternos estilosos do armário. Em Cleveland, Anderson Varejão pode quebrar um galho como assistente. Em Murcia, na Espanha, Faverani vai tocando sua reabilitação após uma cirurgia no joelho. Um retorno ao Celtics ainda é possível, em julho.

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Alguns duelos promissores
Kyrie Irving x Isaiah Thomas: Thomas é, de certa forma, uma versão em miniatura de Irving, sendo muito veloz, sempre um perigo com a bola, ainda que um tanto fominha. Mesmo que Kyrie tenha se mostrado mais atento durante essa campanha, por vezes sendo realmente agressivo na pressão, ainda não pode ser considerado um defensor capaz. Vai ter de se esforçar muito para frear o rival. Então é de se imaginar um tiroteio aqui, já que, do outro lado, não há como o tampinha contestar o belíssimo chute da jovem estrela.

O Cleveland tem de tirar o baixinho Thomas do garrafão

O Cleveland tem de tirar o baixinho Thomas do garrafão

John Wall x Kyle Lowry: Wall é pura velocidade, um dos integrantes da impressionante geração de armadores superatléticos a conquistar a liga. Com o tempo, aprendeu a usar suas habilidades fenomenais do modo correto, sendo dominante em transição, mas sabendo ditar o ritmo de jogo e explodir na hora certa em situações de meia quadra. Enxerga seus companheiros como poucos. Já Lowry é um tratorzinho com a bola, usando sua força e uma ou outra artimanha com a bola para ganhar espaço, olhando mais para a cesta. O problema é que ele sofreu bastante nas últimas semanas com dores fortes nas costas. Estilos bem diferentes.

Al Horford x Brook Lopez: por falar em contrastes… Horford é dos pivôs mais ágeis e versáteis que se tem por aí, pontuando com eficiência por todo o perímetro interno, desde a faixa de média distância ao semicírculo. Excelente passador e driblador também, ágil, faz um pouco de tudo em quadra, dando ao Hawks flexibilidade tanto na defesa como no ataque. Um cara especial e subestimado demais. Do outro lado, Lopez recuperou sua boa forma na reta final da temporada. Também estamos falando um cara que pode flutuar por todo o ataque, ainda que seja bem mais eficiente próximo ao garrafão. A diferença: é lento toda a vida e pouco passa a bola, mesmo que não se complique diante de marcação dupla. Na defesa, é muito vulnerável quando  deslocado para longe da zona pintada.

Jimmy Butler x Khris Middleton: Jimmy Butler deu um salto impressionante nessa temporada. Poucos imaginavam que ele poderia funcionar como arma primária no ataque, e em vários jogos do Bulls isso aconteceu, com sucesso. O maior volume de jogo no ataque resultou em queda na defesa – algo que o adversário do Bucks já faz muito bem. Ambos têm uma trajetória parecida como profissionais. Eram destaques universitários que entraram na liga com projeções modestas, mas, quietinhos, foram construindo uma reputação sólida. Mais jovem, Middleton pode usar uma boa atuação nos playoffs para inflar ainda mais sua cotação, sendo já considerado uma opção interessante no mercado de agentes livres que se aproxima.

Ranking de torcidas
1 – Toronto. A torcida mais radical da NBA, que perturba cada jornalista que coloque um mero senão na hora de falar sobre o clube. Lotam a praça Maple Leaf, do lado de fora do ginásio, com hordas e hordas de “nortistas” para assistirem ao jogo num telão. Não existia isso no mundo da liga americana. Os caras já estavam exaltados, e aí veio o gerente geral Masai Ujiri novamente com um clamor incendiário. Um ano depois de mandar Brooklyn se f*#@, subiu ao tablado neste sábado para dizer que não dá a mínima para Paul Pierce, de uma forma menos amorosa, claro. (Mais abaixo.)

2 A – Chicago. Na semana passada, gravamos eu e o chapa Marcelo do Ó, no Sports+, uma série de transmissões com jogos clássicos da liga. E como fazia barulho a galera dessa metrópole blue collar. Há que se entender uma coisa: por maior que seja a cidade, sempre se colocaram numa situação de inferioridade em relação a Nova York, por exemplo. O clima do povo de lá, em geral, ainda é de cidade pequena, tentando mostrar seu valor. Nesse contexto, adotam as franquias locais de um modo especial. Se Rose aprontar, o ginásio explode. Afinal, é o garoto da casa. Teve a maior média de público na temporada.

#OsLoucosDoNorte

#OsLoucosDoNorte

2 B – Boston. Se é para falar em tradição… Bem, esses caras aqui já comemoraram 17 vezes. Imagino a festa que farão neste retorno aos mata-matas após um ano sabático. Só ficam um degrau abaixo, ou meio degrau abaixo pelo  fato de que a equipe não ter lá muita chance. O estilo de jogo é divertido, há jovens valores para se adotar, mas ainda estamos muito distantes dos tempos de Pierce, Garnett e Rondo, caras venerados.

4 – Cleveland. Um público agraciado pelo retorno de LeBron, ainda vivendo uma segunda lua de mel, com a segunda maior média do campeonato. Fora dos playoffs desde 2010, vão muito provavelmente botar para quebrar. Só não vão ter as trombadas de Anderson Varejão para aplaudir. Outros pontos a favor: a belíssima apresentação de seus atletas com projeção 3D na quadra e um DJ dos mais antenados.

5 – Washington. Um grupo um tanto traumatizado por seguidos fracassos na construção de times promissores que acabam não chegando a lugar algum. Agora, têm um legítimo jovem astro por quem torcer, John Wall, e outra aposta em Bradley Beal, além de uma série de veteranos.

6 – Milwaukee. É a segunda pior média do campeonato, mesmo com um time jovem, cheio de potencial, e já fazendo boa campanha. Mas há um fator importante para se ponderar aqui: a ameaça de que a equipe deixe a cidade, devido ao lenga-lenga na aprovação/construção de uma nova arena. Os proprietários pressionam, divulgando na semana passada como seria o projeto. Só não há muito entusiasmo na população local para o investimento de dinheiro público na empreitada. Tendo isso em vista, talvez queiram ao menos conferir os garotos nos playoffs, com a sensação de que “foi bom enquanto durou”. De qualquer forma, a Squad 6 sozinha para superar as duas abaixo.

A possível nova arena de Milwaukee ficaria assim

A possível nova arena de Milwaukee ficaria assim

7 – Atlanta. A despeito da temporada maravilhosa que a equipe fez, sua torcida foi apenas a 17ª torcida no ranking de público.  O tipo de ginásio que precisa da intervenção do DJ para emular o barulho de torcida, na hora de se pedir coisa básica: como “defesa”. Por essas e outras, também a despeito da tradição da franquia, se fosse para escolher arbitrariamente um time para ser realocado para Seattle, apontaria na direção do Hawks. A pasmaceira já vem de longa data.

(…)

15 – Brooklyn. Mas não tem público mais desanimado e desconectado que esse. O que é um contrasenso, se a gente for pensar da relevância do bairro nova-iorquino para a história do jogo. A marca ainda não colou por lá, e esse tipo de coisa demora, mesmo. Não havia Jay-Z que pudesse acelerar o processo.

Meu malvado favorito: Paul Pierce. O ala do Wizards não está mais nem aí. A cada entrevista, solta um comentário cada vez mais raro de se escutar num mundo excessivamente controlado pelas relações públicas. Em bate-papo recente e imperdível com a veterana repórter Jackie MacMullan, falou algumas verdades sobre Deron Williams e Joe Johnson, questionou a paparicação em torno das jovens estrelas da liga. Também disse que não botava fé no Raptors, seu adversário. Depois, disse que não era bem assim. Como se realmente se importasse com a repercussão – deve estar se divertindo com o papel de antagonista a seita #WeTheNorth. Amir Johnson mordeu a isca e retrucou: “É um cara velho, sabe? Ele precisa de algo para se motivar, e acho que é para isso que esses comentários servem. É como quando você usa viagra, para dar uma animada”. A torcida também prestou suas homenagens.

Para não deixar passar batido
Gerente geral do Nets, Billy King vai ter de se concentrar muito no que se passa em quadra agora. Se for pensar no futuro, vai doer a cabeça. Afinal, ao mesmo tempo em que seu time deve se esforçar para não tomar quatro surras do Hawks, sabe que a escolha de Draft deste ano vai ser endereçada ao adversário, mesmo que o time de Mike Budenholzer tenha sido o melhor da conferência. Ainda é um reflexo da famigerada troca por Joe Johnson, na qual o mais correto fosse que Atlanta pagasse a Brooklyn algumas considerações de Draft, já que o time nova-iorquino estaria fazendo um favor ao assimilar o salário mastodôntico do ala, que ainda mata uma ou outra bola decisiva, mas está longe de justificar o salário de mais de US$ 20 milhões. Ao menos, com a classificação aos playoffs, o Nets evitou a cessão de uma escolha de loteria. Imagine o Hawks saltando para as três primeiras posições nesse cenário? Desastre.


Por que você pode (quase) gostar da briga pelos playoffs no Leste?
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Giancarlo Giampietro

Enquanto a NBA mantém divisão Leste-Oeste, Pacers e Celtics têm chances

Enquanto a NBA mantém divisão Leste-Oeste, Pacers e Celtics têm chances

Não, esta não é uma tentativa de autoplágio, tá?

É que, desde o momento em que este polêeeemico (coff! coff!) artigo foi publicado, as coisas mudaram bastante. E a não-corrida pelas últimas vagas dos playoffs da Conferência Leste se tornou quase uma corrida de verdade, com a ascensão de alguns times que já estariam mortinhos da Silva no Oeste, mas que, no lado oriental dos EUA, sempre tiveram chances.

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Um termo recorrente aqui vai ser o “quase”. Sim, quase dá para gostar do que está acontecendo por lá. Só não dá para curtir de verdade quando você se toca que, enquanto equipes que mais perdem do que ganham sonham com os mata-matas, no Oeste vamos ter pelo menos dois desses caras assistindo tudo de fora: Anthony Davis, Russell Westbrook, Kevin Durant, Serge Ibaka, Dirk Nowitzki, Rajon Rondo, Monta Ellis, ou Tyson Chandler. Isso para não falar de Mitch McGary, Perry Jones, o Terceiro, Luke Babbitt, Alex Ajinça, JJ Barea e do sargento Bernard James.

Muita sacanagem, gente.

Especialmente no caso do Monocelha, que ainda sustenta o maior índice de eficiência da história da liga.

De qualquer forma, aqui estamos. Com o Indiana Pacers, agora em sétimo, tendo uma das melhores campanhas do Leste desde o All-Star Game. Com o Boston Celtics curtindo a segunda maior sequência de vitórias em voga – cinco, atrás apenas das seis do Utah Jazz de Rudy Gobert. Esses dois times (quase) emergentes estão empatados com o Miami Heat, restando 16 partidas para ambos. O atual tetracampeão do Leste vive um sufoco danado para manter a oitava posição. Um pouquinho abaixo, em décimo, com apenas um triunfo a menos, o Charlotte Hornets também vai dizer que tem boas chances nessa. Jesus, até mesmo o Brooklyn Nets ainda acredita.

Assumindo desde já um risco aqui de considerar que o Milwaukee Bucks, mesmo sentindo falta dos chutes de fora de Brandon Knight, ‘está’ classificado. Restariam, então, duas vagas, mesmo. Vamos examinar, então, novamente os candidatos? Por que dá para (quase) gostar deles?

INDIANA PACERS (30-36)

Hill e Vogel: reflexos de uma cultura vencedora

Hill e Vogel: reflexos de uma cultura vencedora


– O que deu errado:
o quinteto vice-campeão do Leste do ano passado jamais poderia ser repetido, uma vez que Lance Stephenson se mandou para Charlotte. E aí o Paul George ainda fraturou a perna. Já era motivo para muita tristeza. Mas Frank Vogel mal podia imaginar que, por conta de mais e mais lesões, nem mesmo o trio George Hill-David West-Roy Hibbert ele poderia escalar por 20 jogos. Muita crueldade.

Como se viraram: Palmas para Frank Vogel, por favor. Mais palmas. Pode até levantar da cadeira. Que o que o técnico fez este ano é de fato admirável. O Pacers ainda marca muito. Desde 1º de fevereiro, tem a segunda defesa mais eficiente, atrás apenas de Utah. A coesão defensiva é e também um testamento da cultura estabelecida pelo treinador nos últimos anos, sempre com a orientação dos senadores Larry Bird e Donnie Walsh. Nunca, jamais subestimem a química, que amplifica o talento em quadra. A ironia é que, devido aos desfalques, Vogel se viu obrigado a buscar diversas soluções, ampliando sua rotação e preservando seus atletas (ninguém passa da casa dos 30 minutos em média). No ataque, Hill vem jogando o melhor basquete de sua carreira, enquanto Rodney Stuckey redescobriu o caminho da cesta, para compensar as diversas noites de aro amassado durante a campanha. Luis Scola também ressuscitou e segue aplicando seus truques para cima dos adversários, mantendo o alto nível no garrafão quando West sai. Viver de Solomon Hill e CJ Miles para pontuar seria impossível.

– Campanha na conferência: 22-18.

Últimos 10 jogos: 7-3.

O que vem por aí: 7 jogos em casa, 9 fora, e adversários com aproveitamento de 51,2% e 4 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

MIAMI HEAT (30-36)

erderam um tal LeBron James. De modo que a equipe voltaria a ser de Dwyane Wade. Mas as constantes lesões de Wade, mesmo quando ele era apenas o braço direito de LBJ seriam um problema. Foi o que aconteceu. O entra-e-sai do astro, que já perdeu 18 partidas, atrapalha demais, quebrando o ritmo da equipe. Ainda mais depois de Chris Bosh ter sido afastado por conta de uma embolia pulmonar e de Josh McRoberts mal ter feito sua estreia. Contar com jogadores desgastados como Luol Deng, Chris Andersen e Udonis Haslem na rotação também pesa numa reta final de temporada.

Como se viraram: encontraram Hassan Whiteside perdido por aí. E, claro, fecharam uma troca por Goran Dragic. Vai precisar de mais tempo para o esloveno sacar quais as características peculiares de seus companheiros, mas sua visão de jogo, agressividade e categoria compensam demais. Era isso, ou Norris Cole: escolham. Pat Riley deve ganhar todos os elogios devidos por essa negociação, mas também precisa ser louvado pela atenção que tem com sua filial da D-League, recrutando jogadores mais que úteis – e baratos – como Tyler Johnson e Henry (ex-Bill) Walker para encorpar o banco de Erik Spoelstra.

Últimos 10 jogos: 5-5.

– O que vem por aí: 8 jogos em casa, 8 fora, adversários com aproveitamento de 49,6% e só 2 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

BOSTON CELTICS (30-36)

Brad Stevens obviamente saberia como usar os talentos de Thomas

Brad Stevens obviamente saberia como usar os talentos de Thomas


– O que deu errado:
se Indiana e Miami sofreram com lesões, em Boston os desfalques foram “forçados” – pelas constantes trocas de Danny Ainge. Rajon Rondo e Jeff Green, enfim, foram negociados. Brandan Wright, Tayshaun Prince e Jameer Nelson mal chegaram e já foram repassados. Dos que estão fora hoje, só Jared Sullinger foi encaminhado para o departamento médico. Ao todo, Brad Stevens teve 22 jogadores em quadra (mais que quatro quintetos) e 11 titulares diferentes.

– Como se viraram: tal como Vogel, Stevens merece a ovação popular, por ter conseguido manter um senso de unidade e competitividade num elenco itinerante, no qual nenhum jogador parecida estar 100% garantido. Não só isso: soube desenvolver ou aproveitar melhor as diversas peças que recebeu, com um quê de Rick Carlisle nessa. Poderia até ser candidato a técnico do ano em um campeonato mais frágil, mas só vai ganhar, mesmo, menções honrosas em listas lideradas por Steve Kerr e Mike Budenholzer – para não falar de Terry Stotts, sempre subestimado. Está certo que as mudanças não foram sempre para o mal. Isaiah Thomas perdeu os últimos jogos, mas se encaixou perfeitamente num time carente por cestinhas, enquanto Tyler Zeller, contratado em julho, vai surpreendendo como referência na tábua ofensiva. Para não falar de Luigi Datome, o Gigi, já um herói popular em Boston e que mal via a quadra em Detroit.

Campanha na conferência: 18-21.

Últimos 10 jogos: 7-3

– O que vem por aí: 7 jogos em casa, 9 fora, adversários com aproveitamento de 49,8% e 4 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

CHARLOTTE HORNETS (29-36)

MKG: um dos maiores malas na defesa, né, Wess?

MKG: um dos maiores malas na defesa, né, Wess?

– Os problemas: para um time cheio de carências no ataque, a contratação de Lance Stephenson foi uma tremenda decepção. O ala-armador só contribuiu para uma coisa: deixar o vestiário conturbado. E aí que, para piorar, Al Jefferson perdeu dez partidas e em algumas de suas incursões estava claramente debilitado. Para completar, Kemba Walker passou por uma cirurgia no joelho. Ficava difícil pensar em fazer pontos. Do outro lado, Michael Kidd-Gilchrist fez muita falta por cerca de 20 jogos.

As soluções: Steve Clifford respirou fundo em um início de campanha horroroso e conseguiu colocar as coisas no trilho, contando com uma senhora ajuda da fragilidade de seus adversários. Quando a defesa encaixou – coincidentemente, com o retorno de MKG, um Tony Allen supersize –, Charlotte já não se preocupava mais com a frequência que a bola estava caindo. Até porque essa fase coincidiu com as melhores semanas de Kemba como profissional, até sua lesão acontecer. De qualquer forma, uma troca totalmente subestimada por Maurice Williams acabou se revelando salvadora. O armador veio do Minnesota para cumprir aquilo que faz melhor: esquentar a munheca aqui e ali oupor um curto período de tempo. Tudo de que o Hornets precisava.

Campanha na conferência: 22-17.

– Últimos 10 jogos: 6-4.

O que vem por aí: 7 jogos em casa, 10 fora, adversários com aproveitamento de 50% e 5 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

BROOKLYN NETS (27-38)

Um Thaddeus Young não é o bastane para Brooklyn

Um Thaddeus Young não é o bastane para Brooklyn

– O que deu errado: Um russo bilionário que já teve a ousadia de desafiar Vladmir Putin em uma eleição presidencial ordenou que o time vencesse, e vencesse o título logo de cara? Sim. Seu gerente geral, que já havia se atrapalhado todo com movimentos imediatistas em seu emprego anterior, abraçou a causa? Claro que sim. Para isso, ele torrou escolhas de Draft para contratar estrelas que obviamente já haviam passado de seu auge há um bom tempo? Hmm… SIM! O que será que deu errado, então? Nem sei. Sem contar as constantes trocas de técnico, um ginásio lindo, mas que não pode ser chamado de casa, mais lesões de Brook Lopez etc.

– As soluções: fora Thaddeus Young, a primeira vez na história em que o jogador que eles receberam ser a peça mais jovem numa troca (por Kevin Garnett)? Difícil de achar outra. Ok, talvez o fato de não terem se precipitado ao demitir Lionel Hollins. Nem mesmo o fato de estarem no Leste é tão relevante aqui…

– Campanha na conferência: 11-19.

– Últimos 10 jogos: 4-6.

– O que vem por aí: 11 jogos em casa, 6 fora, adversários com aproveitamento de 52,3%, 4 situações de dois jogos em duas noites seguidas.

Se for pensar, Indiana vive o melhor momento, mas pode ser algo frugal, com uma tabela difícil pela frente. Miami simplesmente não pode pensar em perder Wade (e o cabeça-de-vento Whiteside) por dois ou três jogos, enquanto tem o calendário mais fácil entre esses. Boston está no meio do caminho entre eles e é o time que menos depende de um só atleta. Charlotte precisa resolver o que fazer com a dinâmica Kemba/Mo Williams agora, ao passo que vai jogar muito mais como visitante e tem seis jogos back-to-back, no final do campeonato. Já o Brooklyn nem tem um fator casa verdadeiro para se empolgar com as 11 partidas em seu ginásio. Tudo isso para dizer que não tenho ideia do que vai sair dessa disputa.

A única certeza é a de que o Detroit Pistons já está eliminado, podendo Stan Van Gundy se concentrar no que Reggie Jackson não consegue fazer em quadra. De resto, um palpite mais conservador poderia pender para os finalistas da conferência dos últimos dois anos, não? Se os playoffs já começaram para os cinco clubes acima, a experiência do que sobrou de seus núcleos poderia fazer a diferença. Mas eles obviamente estão numa posição tão frágil como a dos demais. De novo: são times que mais perderam do que venceram durante a campanha. Boa sorte apostando em qualquer um deles. Talvez o melhor fosse realmente virar os olhos para o Oeste e aproveitar os últimos jogos do ano para Wess ou Monocelha. Um deles infelizmente vai ficar no quase.


12 trocas de última hora: quem saiu ganhando na NBA?
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Giancarlo Giampietro

Jovem Enes Kanter chega a OKC para reforçar o banco e oferecer pontos no garrafão

Jovem Enes Kanter chega a OKC para reforçar o banco e oferecer pontos no garrafão

“Meu Deus”.

Depois de 11 12 trocas fechadas, com 36 39 jogadores envolvidos (mais de dois elencos completos, ou três de elencos mínimos de 13!) numa única quinta-feira, essa foi a simples e exausta reação do jornalista Adrian Wojanarowski, do Yahoo! Sports, talvez com a orelha quente e os dedos da mão calejado de tanto que usou o telefone.

Wojnarowksi, vocês sabem, é o jornalista mais quente quando chega a hora de anunciar negociações por toda a NBA. Mas hoje o trabalho foi tanto que nem ele aguentou. As coisas foram muito além do imaginado. Foi uma loucura.

(Atualização nesta sexta de manhã: para vermos o quanto a jornada foi maluca, mesmo: houve ainda uma 12ª troca entre Oklahoma City Thunder e New Orleans Pelicans, com o envio do armador ligeirinho Ish Smith para N’awlins, apenas para abrir espaço no elenco para o que segue abaixo. como disse o jornalista Marc Stein, do ESPN.com, mais uma fera nesse tipo de ocasião: “Talvez tenham sido 12 trocas.Perdi minha habilidade de fazer matemática em algum lugar durante esta tarde”.)

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Em termos de nomes, o destaque fica por conta do retorno de Kevin Garnett a Minnesota, 20 anos depois de ter sido draftado pela franquia. Uma história muito legal, mas cujas repercussões para a liga são reduzidas, é verdade. Thaddeus Young foi para Brooklyn, ocupar sua vaga no quinteto titular do Nets.

Quando KG foi draftado pelo Wolves, Wiggins tinha 4 meses de idade

Quando KG foi draftado pelo Wolves, Wiggins tinha 4 meses de idade

Pensando nos times de playoff… Ou melhor: pensando nos times que tentam chegar aos playoffs, Oklahoma City Thunder e Miami Heat foram os times que saíram triunfantes dessa jornada de extrema tensão – três trocas foram fechadas literalmente na última hora permitida.

Foi numa dessas negociações que OKC adquiriu o pivô Enes Kanter e o ala Steve Novak, do Utah Jazz, e o armador DJ Augustin e o ala Kyle Singer, do Detroit Pistons. De uma só vez, o gerente geral Sam Presti reformulou todo o seu banco de reservas e deixou seu time muito mais forte para as batalhas que se aproximam. Kanter oferece o tipo de jogo interior que a equipe jamais teve durante essa gestão, enquanto Augustin e Singler são belos arremessadores e jogadores competitivos que devem se encaixar perfeitamente na cultura, na química do time. Não obstante, Durant e Wess ainda viram o Phoenix Suns (meio que) se despedaçar, dando a entender que não se mete mais na briga pelo oitavo lugar do Oeste. Resta a Anthony Davis e os Monocelhas o papel de oposição ao Thunder.

Para reforçar sua segunda unidade, Presti precisou se desfazer apenas de Reggie Jackson (um enorme talento, mas já sem paciência alguma com o clube, prestes a entrar no mercado de agentes livres), que foi para Detroit para tentar salvar a temporada de SVG, Kendrick Perkins (RIP, provavelmente agora rumo ao Clippers), Grant Jerrett (um prospecto interessante, mas que não teria espaço tão cedo), os direitos sobre  o alemão Tibor Pleiss (um belo jogador) e uma ou outra escolha de Draft que ainda não foi revelada. O Utah apenas limpou o salário de Novak e ganhou alguma compensação futura por Kanter. Melho que nada.

O Miami Heat coneguiu algo aparentemente impensável: levou Goran Dragic (e o irmão Zoran). Está certo que o time da Flórida já aparecia na seleta lista de clubes desejados do armador esloveno, mas o difícil era imaginar que tipo de pacote Pat Riley poderia construir para convencer o Suns a abrir mão de um descontente Dragic, mas que ainda tinha valor de mercado e era seu principal jogador. Acabou fechando a conta ao mandar duas escolhas futuras de Draft (os anos ainda não estão definidos, mas devem ser daqui a um boooom tempo). De última hora, o New Orleans Pelicans também entrou no negócio e obteve o armador Norris Cole e o ala-pivô Shawne Williams. Para o Arizona, também foram o pivô Justin Hamilton e os veteranos John Salmons e Danny Granger. Afe.

Éramos três: sobrou apenas Bledsoe, agora com Knight na jogada

Éramos três: sobrou apenas Bledsoe, agora com Knight na jogada

Se antes Jeff Hornacek tinha armadores em excesso, viu, depois de Dragic, mais dois serem despachados, vindo Brandon Knight em contrapartida. Foi um dia violento para o caderno de jogadas do treinador. Ao menos Knight tem bom arremesso de três e se encaixa bem como segundo armador ao lado de Bledsoe – desde que, claro, não crie caso, como fez Dragic. Mais: o atleta revelado pela universidade de Kentucky vai se tornar agente livre restrito ao final da temporada. Qual será sua pedida? Haverá algum desconto em comparação com o esloveno? A conferir.

Numa troca tripla, o jovem Tyler Ennis foi enviado para Milwaukee Bucks, que também recebeu o pivô Miles Plumlee e Michael Carter-Williams, do Philadelphia 76ers. O Sixers ganha uma escolha de Draft do Lakers, via Suns, que é protegida para o top 5 do próximo recrutamento de calouros – só com muito azar Suns e Lakers perdem essa, de modo que, discretamente, o Sixers mostra que realmente não confiava em MCW como seu armador do futuro. Os números nem sempre contam toda a história… Ainda mais num sistema que infla as estatísticas. Ah, além disso o time ganhou uma escolha de Draft futura, via OKC, para recolher JaVale McGee, de Denver. Um perigo colocar um lunático desses ao lado de Joel Embiid, camaronês que ainda não fez sua estreia e, segundo dizem, já desperta uma certa preocupação por seu comportamento fora de quadra.

Carter-Williams e McDaniels pareciam promissores em Philly. Estão fora: reformulação até quando?

Carter-Williams e McDaniels pareciam promissores em Philly. Estão fora: reformulação até quando?

Depois, o Suns negociou o pequenino Isaiah Thomas com o Boston Celtics, que cedeu Marcus Thornton e uma escolha de draft de primeira rodada para 2016, pertencente ao Cleveland Cavaliers. E o Celtics, do hiperativo Danny Ainge, devolveu Tayshaun Prince ao Detroit Pistons, ganhando a dupla estrangeira Jonas Jerebko e Luigi Datome (acho que SVG foi mal nessa, mas… vale pela nostalgia). No geral, Ainge se envolveu em seis trocas neste campeonato: Rondo para Dallas, Green para Memphis, Wright para Phoenix, Nelson para Denver e as duas desta quinta. Celtics, Suns e, claro, Sixers são os clubes com mais escolhas de Draft para os próximos anos. Resta saber se vão transformar esses trunfos em jogadores de verdade.

Teve mais, com a sempre regular presença do Houston Rockets de Daryl Morey, que agora conta com Pablo Prigioni e com o ala novato KJ McDaniels. Para tê-los, mandou Alexey Shved para o New York Knicks, com mais duas escolhas de segunda rodada, e além de ter repassado o armador Isiah Canaan e uma escolha de 2ª rodada para o Sixers.

Lembrando que tudo começou quando o Portland Trail Blazers acertou com o Denver Nuggets a transação do ala Arron Afflalo, dando Thomas Robinson, Will Barton, Victor Claver e uma escolha de primeira rodada e outra de segunda, e quando Washington Wizards e Sacramento Kings trocaram Andre Miller e Ramon Sessions. Miller vai reencontrar George Karl.

Meu Deus.

Quem ganhou e quem perdeu com tudo isso?

Sam Presti: o cartola-prodígio andava apanhando muito mais que o normal nos últimos meses, num processo de deterioração que começou com a saída de James Harden. Para piorar, graves lesões de Durant e Westbrook acabaram pondo a equipe numa situação delicada em uma Conferência Oeste extremamente dura. A pressão estava evidente, e ele mesmo admitiu isso. A resposta, em teoria, foi demais – os nomes não causam alvoroço, mas foram grandes achados. Depois de flertar, e muito, com Brook Lopez, encontrou em Kanter um ótimo plano B: o turco não vai ser muito exigido em OKC.Precisa apenas pontuar e pegar rebotes com eficiência saindo do banco e pode melhorar na defesa ao se integrar a um sistema mais bem entrosado. O que pagar para o turco ao final da temporada, quando ele vira agente livre restrito? Bem, não é a prioridade no momento. Singler merece minutos na rotação de perímetro, revezando com Roberson e dando um descanso a KD. Augustin já mostrou que sabe ser produtivo vindo do banco e ainda oferece um ritmo de jogo diferente, podendo cadenciar as coisas. Bônus: o armador é bem próximo a Durant, ajudando a compensar a perda de Perk no vestiário.

Quem aí quer partilhar a bola com Chalmers e Birdman, Dragic?

Quem aí quer partilhar a bola com Chalmers e Birdman, Dragic?

Goran Dragic: pelo simples fato de ter exigido uma troca em cima da hora e ainda conseguido uma transferência para um dos três clubes que imaginava defender (Lakers e Knicks eram os outros). Pelo preço que pagou, está implícito também que Riley vai concordar em assinar um contrato de US$ 100 milhões por cinco anos com o esloveno, que, além do mais, troca o sol do Arizona pelo da Flórida, e ainda leva o irmão na bagagem. Se em Phoenix precisava dividir a bola com Eric Bledsoe e Isaiah Thomas, agora vai tomá-la das mãos de Mario Chalmers.

Dwyane Wade: a temporada do Miami Heat parecia destinada ao purgatório até que… Primeiro apareceu o fenômeno Hassan Whiteside. Depois, essa megatroca. Que coisa, hein? Ter Dragic por perto significa menos responsabilidades criativas para o astro da franquia, tanto em transição como nas combinações de pick-and-roll/pop com Chris Bosh e Whiteside. Menos responsabilidades = mais descanso para o ala-armador, que já foi afastado por três períodos diferentes nesta campanha devido a problemas musculares. E é sabido que, assim como nas temporadas anteriores, o Miami só vai aspirar a alguma coisa se Wade estiver em forma nos mata-matas. Com LeBron ou com Dragic. Mais: precisamos ter um Cavs x Heat nos playoffs, não? Precisamos.

Reggie Jackson: mais um que forçou uma negociação e teve seu desejo atendido. Agora vai ter uns 30 jogos pelo Pistons para mostrar ao mercado que pode, sim, ser um armador titular, e de ponta. Stan van Gundy estava fazendo maravilhas por Brandon Jennings e agora tenta dar o seu toque especial a este jogador explosivo, com grande faro para pontuar, mas que foi um tanto inconsistente em Oklahoma City.

Arron Afflalo agora é chapa de Damian Lillard

Arron Afflalo agora é chapa de Damian Lillard

Terry Stotts: agora vai poder olhar para o seu banco de reservas e ver alguém quem confiar para hora que o jogo apertar e Nicolas Batum ainda estiver com a cabeça na lua. É de se questionar se o treinador fez de tudo, mesmo, para assimilar um prospecto interessante como Will Barton. O fato, porém, é que o Blazers não podia esperar uma revisão nas rotações de seu treinador e, assim como Memphis, Dallas, Houston etc., sente que existe uma boa chance este ano e foi de all in para cima de Afflalo, pagando caro num futuro agente livre.

Os experimentos de Jason Kidd: o Milwaukee Bucks perdeu seu cestinha e principal criador em Brandon Knight, mas ganha em Michael Carter-Williams um armador alto, de envergadura. Com ele em quadra, Kidd vai poder simplesmente instaurar um sistema de “troca geral” na defesa, trocando todas as posições, além de fechar para valer seu garrafão e as linhas de passe. Miles Plumlee, atlético e forte, também ajuda pra isso. Vai ser ainda mais chato enfrentar o Bucks.

Jerami Grant: quem? Bem, o filho do Harvey Grant, sobrinho do Horace, e ex-companheiro de Fab Melo em Syracuse. Selecionado na segunda rodada do Draft pelo Sixers, demorou para estrear ao se recuperar de uma lesão no tornozelo. Enquanto esteve fora, KJ McDaniels fez barulho pela equipe, com suas jogadas acrobáticas dos dois lados da quadra. Aos poucos, porém, Grant foi ganhando espaço, com flashes de muito potencial devido a sua envergadura e tamanho. Agora, terá mais minutos para convencer Sam Hinkie de que pode ser uma peça para o dia em que Philly quiser ser novamente competitivo. Talvez demore, todavia…

Pablo Prigioni: o argentino deixa a pior equipe da liga para se juntar a uma que sonha com o título. Nada mal para o veterano que está nas últimas em quadra. Nova York por Nova York, sempre dá para retornar nas férias, né?

Doc Rivers? Ele estava rezando para que ao menos um jogador de seu agrado fosse dispensado, e está a alguns minutos/horas de ver Kendrick Perkins virar um agente livre. O Utah Jazz não vai manter o pivô em seu elenco, abrindo caminho para uma rescisão. O vínculo entre Doc e Perk é óbvio, e o elenco do Clippers é dos raros casos para o qual o campeão pelo Celtics em 2008 ainda seria uma boa notícia em termos de basquete – e não só de liderança. O Cleveland Cavaliers, no entanto, pode atrapalhar seus planos.

Andrew Wiggins, Zach LaVine e Anthony Bennett: desde que saibam escutar os xingamentos de Kevin Garnett e entender o recado. KG vai tocar o terror no vestiário do Wolves e, ao mesmo tempo, servir como um líder, mentor que Kevin Love jamais foi. Ricky Rubio vinha assumindo essa, mas tem de entender a companhia especial que chega também de modo inesperado.


Phoenix Suns: ser bom já não é o bastante
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Giancarlo Giampietro

30 times, 30 notas sobre a NBA 2014-2015

De fácil para o Suns no Oeste, só mesmo o Lakers. Afe

De fácil para o Suns no Oeste, só mesmo o Lakers. Afe

O Phoenix Suns 2013-2014 foi uma das histórias mais empolgantes da  NBA. Um time que 99,9% da liga projetava para disputar as primeiras posições do Draft acabou se colocando na briga pelos playoffs. No final, a rapaziada de Jeff Hornacek ficou fora. O que nos leva ao outro lado dessa história, bastante difícil de se assimilar: num Oeste selvagem que só, ser um bom time já não basta mais. Você tem de ser excelente, e esse é o desafio da franquia do Vale do Sol para uma nova jornada.

Quando o Suns conseguiu 48 vitórias e, ainda assim, não conseguiu entrar nos mata-matas, esse acabou virando o dado oficial para mostrar como sua conferência é inóspita. Pensem assim: se essa equipe estivesse no Leste, não só teria se garantido com tranquilidade na fase decisiva, como ainda teria mando de quadra ao lado de Pacers, Heat e Raptors. O Suns virou o pôster do desequilíbrio que há entre o lado do Atlântico e do o Pacífico neste momento.

Os gêmeos Morris: química e uma negociação de contrato singular

Os gêmeos Morris: química e uma negociação de contrato singular

Se o desfecho de dois jogos apertados tivesse resultado favorável a eles, esses caras teriam passado. Neste Oeste, porém, não dá para falar de “se”, de hipóteses. O nível de exigência é altíssimo, e os times têm de executar noite após noite. E noite após noite, mesmo, considerando a ascensão de DeMarcus Cousins e Anthony Davis para transformar Sacramento e New Orleans em escalas também indesejáveis na estrada. Hoje, só sobraram Timberwolves (mas só por causa das diversas lesões)e, gasp!, Lakers como oponentes que não despertem tanta preocupação assim. Até mesmo a jovem equipe de Utah exige respeito, até porque jogar em Salt Lake City nunca foi fácil.

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Para Phoenix, resta saber de onde tirar forças para elevar seu padrão de jogo e atingir a excelência. Um fator óbvio já pesa contra eles: ninguém vai mais ser pego de surpresa pela correria promovida por Hornacek. Toda a liga já teve uma temporada para se acostumar com seu sistema que põe dois armadores em quadra ao mesmo tempo, incentiva a definição individual de jogadas e enfatiza o combo da moda: infiltrações/tiros de três pontos.

Entre os reforços, se for julgar apenas por sua produção numérica, o baixinho Isaiah Thomas foi uma pechincha. Um dos jogadores mais eficientes da temporada passada fechou por menos de US$ 8 milhões anuais? Isso só se explica pela baixa estatura do armador, mesmo. Agora ficou aquela pergunta para todo mundo: e o clube realmente precisava dele?

Está certo que a negociação de Eric Bledsoe se arrastava de modo perigoso. Que Goran Dragic vai virar agente livre ao final da temporada. Então poderia ser um bom plano de precaução?

Acontece que, depois de tantos blefes e cartadas de ambos os lados, a diretoria comandada por Lon Babby e o matador gerente geral Ryan McDonough cedeu em praticamente tudo na hora h para renovar com Bledsoe. Thomas ficaria no banco, uma situação sobre a qual sempre reclamou em Sacramento. Haveria, então, uma disputa intensa por minutos, e Hornacek teria de controlar bem as coisas.

Há uma sensação de desconforto geral para aqueles que acompanham o time mais de perto – Dragic, por exemplo, não lembra em nada o jogador que foi eleito para o terceiro melhor time da liga. Thomas segue extremamente produtivo – é o jogador mais eficiente da equipe e aparece novamente no top 15 da liga. Vem fazendo uma dupla explosiva com Gerald Green e já foram vários os casos em que os dois terminaram a partida jogando, enquanto Bledsoe e Dragic, os xodós do ano passado, só assistiam.

Goran Dragic: sinais de infelicidade? Ou só cansaço mesmo?

Goran Dragic: sinais de infelicidade? Ou só cansaço mesmo?

Ah, mas que jogue quem estiver melhor, não? É o que Hornacek vem dizendo. Mas todo mundo sabe que um vestiário não funciona de modo tão simples. E que o basquete não se explica só por números. Thomas é o atleta que mais dá assistências no time, por exemplo, mas isso se explica também pelo fato de que ele em quadra, a bola tem um dono apenas.

A temporada é longa, lesões vão acontecer eventualmente, e o técnico e diretoria vão ter de realmente monitorar o desenrolar dessa história. Qualquer fragmentação que atrapalhe a incrível química que a equipe desenvolveu na última campanha seria mortal. Afinal, como as 48 vitórias vão sempre lembrar, com o time inteiro já era muito difícil.

O time: o Phoenix Suns é um time que joga duro, corre demais e exige preparo físico de seu adversário. Tudo começa com o ataque constante de Bledsoe, Dragic e Thomas. Esses caras são extremamente velozes com a bola e vão, sempre que possível, agredir as defesas em transição em busca de cestas fáceis. Atrás deles vêm os alas, abrindo para o chute de três pontos. Muitos arremessos de fora, sim.

Thomas: jogando muito, mas com um problema

Thomas: jogando muito, mas com um problema

Em situação de meia quadra, porém, Hornacek ainda insiste muito em jogadas individuais. O Suns progrediu um pouco nesse sentido: depois de terminar a temporada passada em penúltimo em média de assistências por posse de bola, acima apenas do Sacramento de Thomas, hoje é o 20º. De times de ponta, abaixo deles só aparecem Raptors e Rockets, o que não é uma coincidência. São dois times que regem muitos de seus princípios ofensivos com base em planilhas estatísticas, procurando os arremessos mais eficientes em quadra. O clube do Arizona segue o mesmo princípio. É um modelo, ok. E os três seguem entre os dez melhores ataques. Aqui no meu canto, porém, ainda prefiro um time que passe mais a bola, que peça mais movimentação, como Steve Kerr está tentando com o Golden State.

O que o Suns tem de imprevisível é o cestinha da vez. Veja a pontuação em média de seu elenco: são cinco jogadores entre 14,1 pontos e 15,5, algo bem raro. O oponente nunca sabe quem vai comandar o ataque, quem vai estar com a mão quente e isso requer ajustes para o decorrer da partida. A segunda unidade, com Thomas e Gerald Green (insano-para-o-bem-e-para-o-mal), virou um terror.

Gerald Green e suas insanidades

Gerald Green e suas insanidades

Na defesa, o time vai melhor do que a fama sugere. PJ Tucker é um dos marcadores mais chatos e físicos no perímetro, Miles Plumlee protege bem o garrafão ao lado de Markieff Morris – algo que Alex Len também deve fazer –, enquanto Bledsoe e Thomas põem pressão nas linhas de passe.

A pedida: voltar aos playoffs pela primeira vez desde 2010, quando Nash e Amar’e ainda estavam em plena forma e Steve Kerr era o gerente geral. Desde 1975, a franquia nunca havia ficado fora da fase decisiva por quatro anos seguidos.

Olho nele: Alex Len. O jovem pivô, de 21 anos, mal conseguiu ficar em pé em seu primeiro ano como profissional, tendo passado por duas cirurgias nos tornozelos – uma delas, no esquerdo, antes mesmo do Draft e outra, no direito, na pré-temporada. Isso, claro, atrasou o desenvolvimento do ucraniano, que foi limitado a apenas 42 jogos e 8,6 minutos. Para a segunda temporada, a torcida se assustou quando ele sofreu duas fraturas no dedinho da mão direita – uma na liga de verão de Las Vegas e outra no training camp. Dessa vez, porém, não era tão grave, e o garoto foi liberado para acompanhar o time desde o início da campanha. Como reserva de Miles Plumlee, vem tendo seus momentos de brilho que sugerem que pode ganhar mais e mais minutos e até mesmo uma promoção. Fica bem claro o apelo que Len despertava no ano passado: estamos falando de um cara gigante, bastante espichado, mesmo, e com muita mobilidade. Um potencial incrível a ser explorado e que pode ser um diferencial para o Suns em sua batalha. Desde que ele escape da enfermaria.

Alex Len é grande, gente

Alex Len é grande, gente

Abre o jogo: “A vontade de vencer e a intensidade do Zoran se destacam toda vez que ele entra em quadra. Ele tem sido um jogador produtivo na Euroliga, na Liga ACB e em competições Fiba. Ele vai bem defensivamente e em transição, e acho que nossos torcedores vão reconhecer rapidamente sua paixão pelo jogo”, Ryan McDonough, explicando a contratação do caçula esloveno. Obviamente a transação não teve nada a ver com uma tentativa de agrado a Goran, que vai muito provavelmente virar um agente livre ao final da temporada… A negociação por Zoran acabou se estendendo bastante e ele perdeu parte do training camp do time. Até o momento ele só fez uma partida pelo calendário oficial, ganhando dois minutos numa derrota para o Clippers.

Você não perguntou, mas… a renovação de contrato dos gêmeos Morris foi das coisas mais engraçadas e curiosas da pré-temporada. Em vez de cada um negociar seu contrato, Markieff e Marcus trataram de valores sempre lado a lado, com a assessoria do superagente Leon Rose. No final, a diretoria ofereceu um total de US$ 52 milhões para eles, por quatro anos. A divisão? Eles que se acertassem. Markieff ficou com 32 (média de US$ 8 milhões) e Marcus, com 20 (média de US$ 5 mi). Não tem confusão nenhuma, aliás, já que os irmãos garantem operar a mesma conta bancária. “Eles queriam resolver isso e continuar juntos. E sabiam que, se entrassem no mercado, dificilmente conseguiriam. Eles são muito próximos, então foi melhor negociar a quantia total e depois deixar que eles dividissem. Eles queriam desesperadamente ficar juntos. E jogam melhor juntos também. Um motiva o outro, e tem sido divertido assistir ao amadurecimento deles”, disse o presidente do clube, Lon Babby. “Dissemos para eles que não importava”, assegura Markieff. “Se eles simplesmente pudessem colocar US$ 13 milhões por ano para os gêmeos Morris, já seria ótimo. Não precisava nem dizer nossos nomes. Somos jogadores de US$ 52 milhões.”

2581-87FrUm card do passado: Steve Nash. Na temporada 1996-97, o Phoenix também contou com três armadores de ponta em sua rotação: Jason Kidd, Kevin Johnson e o brilhante canadense. Todos eles de carreiras estelares. A diferença é que Nash, na ocasião, era apenas um calouro, vindo da modestíssima Universidade de Santa Clara, ainda sem condições de brigar para valer com tempo de quadra com os demais astros. Kidd havia acabado de chegar de Dallas depois de uma supertroca. Johnson, hoje prefeito de Sacramento, conseguiu se manter saudável por grande parte do campeonato. Os dois começavam o jogo em situação de dupla armação num time que acabou apelando de verdade ao small ball, com Rex Chapman, Wesley Person e Cedric Ceballos se revezando nas posições 3 e 4. Nash disputou 60 partidas em seu ano de novato, com média de 10,5 minutos, 2,3 pontos e 2,1 assistências, acertando já 41,8% de seus chutes de longa distância. Guiado por Danny Ainge, o Suns se recuperou durante o campeonato e conseguiu chegar aos playoffs como o 8º colocado. E aí vinha outra diferença: naquele ano, eles mais perderam (42) do que venceram (40), e ainda assim entraram nos mata-matas.


Sacramento Kings complica ainda mais a conferência Oeste
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Giancarlo Giampietro

30 times, 30 notas sobre a NBA 2014-2015

Boogie Cousins chegando lá, levando o Sacramento Kings junto

Boogie Cousins chegando lá, levando o Sacramento Kings junto

Era tudo de que a Conferência Oeste menos precisava, gente. Jeff Hornacek, Monty Williams, Brian Shaw e muitos técnicos estão neste exato momento chacoalhando a cabeça de um lado para o outro, batendo nervosamente os pés no avião, pensando em quão dura essa vida pode ser: “Valeu, mesmo, Sacramento. Como se já não tivéssemos problemas o bastante”.

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Em seu processo de reformulação, o clube da capital californiana vai dando um passo importante nesta temporada para se recolocar, enfim, na briga por uma vaga nos playoffs. E a gente sabe como é difícil isso nesses dias, em que times com 48 vitórias não conseguem a classificação. Só assim, mesmo para o novo proprietário Vivek Ranadivé sossegar.

Formado em escolas de ponta, fazendo fortuna com empresas de tecnologia, sendo um dos protagonistas na digitalização dos sistemas de Wall Street, o empreendedor indiano se tornou o acionista majoritário da franquia em maio de 2013 e, desde então, vem balançando suas estruturas. Trocou toda a sua diretoria e escolheu mais um nerd, Pete D’Alessandro, ex-assistente de Masai Ujiri em Denver, como seu gerente geral. Antes do cartola, porém, já havia contratado o técnico Mike Malone, com quem já havia desenvolvido um relacionamento no seu tempo de acionista do Golden State Warriors.

Ranadivivé, o agitador indiano

Ranadivivé, o agitador indiano

Montada a estrutura, essa turma começou a fuçar no elenco. O primeiro grande passo foi deixar Tyreke Evans partir para Nova Orleans. Depois veio a aquisição de Rudy Gay numa troca seriamente contestada na época – o ala não andava com a melhor cotação na liga. No Draft, selecionaram em anos consecutivos jogadores que teoricamente dividem a mesma posição: Ben McLemore e Nik Stauskas. Isaiah Thomas também foi outro que saiu, abrindo espaço para Darren Collison.

A ideia era clara, porém: apostar todas as fichas em DeMarcus Cousins, transformar o temperamental pivô no jogador indiscutível da franquia. Seus recursos técnicos nunca foram discutidos: Boogie é dos poucos grandalhões de hoje que chama a marcação dupla obrigatoriamente. Perto da tabela, sua combinação de força, habilidade e agilidade no jogo de pés é devastadora. Mais difícil era domar seu comportamento explosivo e infantil – ou infantil e explosivo, escolha a ordem que preferir.

As faltas técnicas que o pivô cometia já faziam parte do folclore da NBA. Nesse quesito, ele foi o líder por duas temporadas seguidas, cometendo 33 nas últimas duas campanhas. Em 2011-12, só foi superado por Kendrick Perkins, com 12. Em 2011, ficou em quinto, com 14. Enfim, era uma média de uma técnica a cada sete jogos. Se o descontrole fosse apenas com os árbitros, tudo bem. Mas obviamente que ele também dava trabalho no dia-a-dia, em relação variando de arredia a conflituosa com diversos treinadores.

No que Ranadivé e D’Alessandro acreditavam, todavia? Que  os problemas causados pela jovem estrela tinham muito a ver com a falta de amparo por parte do clube. Não os mimos, em si. Mas a falta de uma estrutura hierárquica respeitável, mesmo, dado o desgoverno nos últimos anos com a família Maloof. Contavam também com o amadurecimento natural de Cousins. Amadurecimento que também ajuda a colocar as coisas sob perspectiva no tratamento de jovens atletas.

Aconteceu, a ponto de Jerry Colangelo e o Coach K, mesmo, terem feito concessões e recrutado o pivô para a Copa do Mundo. Está certo que eles estavam precisando, para compensar tantos desfalques. Mas não teriam convocado o atleta se ele ainda fosse considerado uma ameaça ao entrosamento de um grupo que tinha pouco tempo para se preparar. Boogie se enquadrou e se encaixou legal e foi um dos líderes da seleção em quadra.

Ranadivivé, D'Alesandro, Ryan Hollins, Gay e Malone

Ranadivivé, D’Alesandro, Ryan Hollins, Gay e Malone

Voltou ainda melhor para Sacramento e disposto a falar sobre as coisas. “Isso me irrita mesmo. Acho que a mídia tem muito controle sobre o tipo de pessoa que você pode ser, e não importa o que a realidade seja. Já vi muitas pessoas serem elogiadas, de que seriam as mais legais, e eles são uns *****s, são as piores pessoas. E já vi pessoas que são julgados de forma ruim, seja lá por qual motivo, e que são bacanas demais. Odeio isso. Algumas das críticas que recebo eu mereço. Faço coisas bestas algumas vezes. Mas não mereço a percepção que se tem sobre mim”, afirmou em longa entrevista a Ric Bucher, do Bleacher Report.

Cousins está hoje no seleto grupo dos melhores da liga. É já um dos dez maiores talentos. O que deixa o Sacramento numa posição privilegiada. Ainda falta muito o que se acertar ao seu redor, claro. Ainda mais nessa conferência. O plano dos caras é deixar tudo isso bem mais complicada.

O time: para ganhar conjunto, química, o Sacramento precisou abrir mão de muito talento. Fizeram sacrifícios que talvez pudessem ser evitados com um melhor trabalho de preparação de terreno na gestão anterior, mas agora o estrago está feito, e não tem volta. Falo a respeito das saídas de Tyreke Evans e Isaiah Thomas, dois talentos indiscutíveis com a bola nas mãos, mas cujo santo não bateu com o de Cousins. O pivô era claramente o melhor prospecto da equipe, então não há muito o que discutir a priorização dele no ataque. Agora, talvez eles pudessem ter conseguido algo melhor pelos dois atletas que saíram.

Darren Collison volta a ser titular e agrada a Boogie

Darren Collison volta a ser titular e agrada a Boogie

O que acontece é que, hoje, o Kings  não tem muito banco. Qualquer lesão mais séria para um dos sete principais atletas da rotação vaiatrapalhar a vida do técnico Malone. O lado bom disso tudo, de todo modo, é que cada um dos reservas sabe muito bem o seu papel: Carl Landry sai para pontuar, Omri Casspi corre a quadra toda. Reggie Evans, quando for usado, será para bater e pegar rebotes. Stauksas ainda não está confortável, mas precisa matar seus arremessos. Ramon Sessions tem de fazer a bola girar e descolar seus lances livres – a não ser que perda o emprego de primeiro reserva da armação para o jovem Ray McCallum. Derrick Williams foi colocado de canto, e paciência.

Em termos de eficiência, a moçada de Sacramento hoje ocupa basicamente uma posição intermediária tanto em produção ofensiva como defensiva. A longo prazo, talvez isso não seja o suficiente para se colocar entre os oito melhores do Oeste. Cousins vai ficar cada vez mais marcado e, para sustentar seu ritmo, precisará de um Rudy Gay jogando em alto nível.

A pedida: uma vaguinha nos playoffs nem que seja no desempate na última rodada não faria mal algum.

"The Great Casspi", nas palavras de Jerry Reynolds, ex-jogador e hoje comentarista do Kings

“The Great Casspi”, nas palavras de Jerry Reynolds, ex-jogador e hoje comentarista do Kings

Olho nele: Omri Casspi. O primeiro israelense a jogar na NBA parecia uma aposta certeira da franquia em 2009, quando foi selecionado na 23ª posição do Draft. Seu ano de novato, vindo do poderoso Maccabi Tel Aviv, foi um sucesso, com 10,3 pontos em 25 minutos, além de 4,5 rebotes e 36,9% de acerto nos tiros de três. Desde então, porém, Casspi só caiu. Todas as suas estatísticas foram reduzidas ano a ano. Ele passou por Cleveland e Houston e não conseguiu reverter essa tendência. Quando virou agente livre, o mais natural era pensar que ele fosse voltar para casa, para retomar a carreira antes que fosse muito tarde – está com 26 anos. Mas Sacramento apareceu novamente em seu caminho, e o reencontro vem sendo produtivo. Casspi é um jogador útil para qualquer banco de reservas, por sua energia em quadra e versatilidade. Mais forte e preparado depois de trabalhar com David Thorpe nas férias, o ala vem causando impacto com muita correria e o basquete mais eficiente de sua carreira. Melhor: caiu nas graças de Boogie. Está garantido.

Abre o jogo: “Tem sido incrível, uma transição bem suave. A movimentação de bola está muito melhor. Ela não fica emperrada em um lugar só. Não vem sendo driblada demais por ninguém em quadra”, Cousins, sobre as mudanças na armação da equipe, com a saída de Thomas e Darren Collison. Um recado bem claro, que o próprio Thomas reconheceu a indireta.

Você não perguntou, mas… o Sacramento Kings é hoje um dos times mais irrequietos fora de quadra. Não apenas pelo apetite para fechar trocas. O agito vai além do departamento de basquete. Comercialmente, eles já anunciaram camisetas em parceria com uma rede de pizzaria – que hoje perderam sentido com a saída do garoto-propaganda –, têm aceito as chamadas bitcoins em vendas de produtos e ingressos e prometem muito mais. Para Ranadivé, a ideia é criar a chamada NBA 3.0, com muito mais interação com o público e o mundo de negócios. As operações esportivas também são afetadas. No último draft, por exemplo, o gerente geral D’Alessandro recrutou jovens estatísticos na Internet para supostamente ajudá-lo a tomar uma decisão.

kings-otis-thorpe-cardUm card do passado: Otis Thorpe. Antes da geração de Mitch Richmond e do fantástico time de Chris Webber, Divac, Bibby e Peja, o Kings jogou os playoffs pela primeira vez quando sediado em Sacramento em 1986 com um grupo que não era dos mais estrelados, cheio de veteranos. Vejam só: Mike Woodson, Larry Drew, Reggie Theus… Todos caras que virariam treinadores adiante. Só venceram, de qualquer maneira, 37 jogos, e entraram nos mata-matas somente por viverem uma rara época de vacas magras da conferência. Naqueles tempos, Thorpe era dos mais jovens, com 23 anos, com médias 9,9 pontos e 5,6 rebotes e 58,7% de aproveitamento, com 23 anos. Estava em sua segunda temporada, começando uma carreira admirável. O ala-pivô não era de fazer lances brilhantes em quadra, mas que fazia seu serviço, pontuando com eficiência, ajudando nos rebotes e defendendo. O tipo de peça em que a atual versão da equipe tem apostado, com razão. Em 1988, Thrope seria trocado para o Houston Rockets e viraria até mesmo um All-Star em 1992. Dois anos depois, ganharia o título como fiel escudeiro de Hakeem Olajuwon.


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