Vinte Um

Arquivo : outubro 2012

Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: Brook Lopez
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Giancarlo Giampietro

Pode alguém que seja fanático por gibis ser um bom reboteiro?

Pode alguém que tenha aspirações ambiciosas artísticas se sustentar como um bom defensor no garrafão?

Brook Lopez e as comics

Brook Lopez tem algumas questões para responder, nas não sobre o Batman ou o Shazam

Aparentemente as perguntas acima não têm nexo algum, como acontece de praxe no mundo das histórias em quadrinhos, mas são cruciais para o (pow!) destino do Brooklyn Nets. Que espera ter Brook Lopez como seu (tcham!) guardião em sua temporada de estreia em Nova York.

Enquanto o gerente geral Billy King tentava de tudo em sua (claro) saga para tentar tirar Dwight Howard de Orlando, as (prometo, para por aqui) forças do mercado trataram de inflacionar o preço de Lopez, um dos maiores nerds da NBA e que sonha em entrar na indústria das HQs quando se aposentar das quadras. No fim, o cartola ficou encurralado e teve de desistir do sonho de montar um par Deron-Dwight para renovar logo com seu jogador, sob o risco de não conseguir o astro e ao mesmo tempo perder o prata-da-casa, supostamente cobiçado por Bobcats e Blazers.

A gente nunca sabe se esses dois times tinham, realmente, interesse no pivô, ou se apenas sopraram o rumor pelos corredores da liga para pressionar o Nets – já visado como uma rica superpotência a ser combatida pelos oprimidos primos pobres. Fato é que deu certo. A franquia teve de desembolsar pouco mais de US$ 60 milhões por quatro anos de contrato.

Na parte ofensiva, Lopez já mostrou que pode ser um cestinha confiável, de 20 pontos por jogo, com um bom arremesso de média para longa distância e um sólido arsenal de ganchos, embora um pouco lento. Uma lentidão que acaba sendo mais custosa na defesa, quando o pivô é atacado frontalmente por seus adversários, ainda mais quando envolvido em jogadas de pick-and-roll.

Brook: empurrão para o rebote

Rebote para Deron ou Brook em Brooklyn?

Mas a parte do jogo do pivô que se tornou cômica, mesmo, foi sua inaptidão para os rebotes em seus primeiros quatro anos como profissional – na verdade quatro, vai, já que perdeu praticamente toda a a temporada passada devido a uma complicada lesão no pé.  Esse fundamento, na adolescência, teria sido uma exclusividade seu irmão gêmeo Robin, do Hornets, quando os dois treinavam juntos.

Com 2,13 m de altura, ele tem média de apenas 7,5 capturas na sua carreira. Em uma projeção por 36 minutos, seus números caíram de 9,6 (15,8% dos rebotes disponíveis) como novato para míseros 6,1 (10%) em 2010-2011 – para constar: no ano passado, em apenas cinco jogos, foram apenas 4,8. Isso nosso Anderson Varejão consegue com os dois braços engessados.

Há os que apontam exatamente sua arrastada movimentação Lopez como o principal motivo por trás de números tão fracos. Mas há os que questionam, na verdade, seu empenho. Tudo por causa dos quadrinhos. Os críticos tomam seu gosto – na verdade, fixação – pelas HQs como a prova de alguém que não está muito interessado em basquete assim. Que ele seria um grandalhão muito gentil, bem-educado e legal para brigar por rebotes e agir ferozmente em quadra.

Acredita?

Pode ser uma conexão esdrúxula também. E também não importa agora.

Com Joe Johnson, Deron, Mirza Teletovic, CJ Watson, MarShon Brooks, o Nets está bem abastecido de pontuadores. Neste sentido, para que o novo clube nova-iorquino tenha sucesso, não só na área de marketing, qualquer avanço que Brook Lopez puder fazer nas áreas em que é deficitário será crucial. Nem que tenha que apelar para qualquer superpoder.

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Já que o tema é HQ, de certa maneira, a essa altura vocês já viram que a ESPN e a Marvel Comics fizeram uma parceria neste mês e criaram uma revistinha cascateira para transformar a turma toda em meta-humanos, zumbis e tudo o mais, né?

Rei dos Anéis. Dãr

A revistinha foi impressa e distribuída com a edição de prévia para a temporada da NBA da revista da ESPN norte-americana. Clique aqui para ler o gibi online. Em 2010, eles já haviam feito algo assim


O dia em que o Vasco da Gama e Mingão encararam o Spurs e as Torres Gêmeas
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Giancarlo Giampietro

Uma coisa vai levando a outra, e a outra, e a outra, navegando, e de repente pinta algo inesperado. Estava assistindo ao “Pontapé Inicial” da ESPN Brasil, passaram os gols de um duelo antigo entre Vasco e Internacional pelo Brasileirão, me deu vontade de acessar uma lista de jogadores históricos vascaínos, caí no verbete do clube na Wikipedia em inglês e lá, em meio a muitos e outros tópicos, havia o de “outros esportes” (que não o futebol). E, neste tópico, uma recordação bem legal que, admito, estava esquecida aqui na caixola: que no basquete o Vasco foi o primeiro time brasileiro a encarar um rival de NBA.

Foi em 1999, em Milão, pelo extinto McDonald’s Championship, que funcionava como uma espécie de campeonato mundial, de dois em dois anos. Naquele ano, o clube carioca entrou em uma fase preliminar, na qual bateu o Adelaide 36ers por 90 a 79. Nas semifinais, conseguiram uma bela vitória sobre o Zalgiris Kaunas, tradicionalíssima fábrica de craques lituanos, por 92 a 86, na prorrogação. Então na decisão se depararam com o San Antonio Spurs e suas “Torres Gêmeas” – o jovem Tim Duncan e o veterano David Robinson. Não deu muito jogo para o time dirigido pelo porto-riquenho Flor Meléndez: 103 a 68.

É claro que o YouTube teria um compacto da partida nos esperando. No vídeo abaixo, em transmissão também da ESPN (narração de Milton Leite e comentários do Zé Boquinha), vocês podem ver Demétrius, Charles Byrd, Rogério Klafke, Janjão, Vargas, Sandro Varejão, Aylton Tesch e o… Mingão! Baita saudade do Mingão, daqueles clássicos malucos entre os cariocas nos anos 90. Pelo Spurs, tem Avery Johnson, Terry Porter, Mario Elie, Steve Kerr, Antonio Daniels e mais. Confiram:

 

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Outro vínculo óbvio do Vasco com a NBA é o pivô Nenê. O paulista de São Carlos estava jogando pela equipe cruzmaltina quando decidiu largar tudo e partir para uma aventura até então inédita por aqui: ir para os Estados Unidos e passar alguns meses em preparação específica para o Draft da NBA. Guiado por seu ex-agente Michael Coyne, ele ficou em um ginásio no estado de Ohio, trabalhando seu físico já respeitável e a técnica. Acabou selecionado na sétima posição, pelo New York Knicks, mas a mando do Denver Nuggets, envolvido em uma troca por Antonio McDyess. Para liberar o pivô, no entanto, o Vasco exigiu o pagamento de multa rescisória, mesmo que estivesse devendo meses de salário para o jogador. A CBB, na época gerida por um presente de grego, intercedeu a favor do clube. Essa foi a origem das divergências entre Maybyner Hilário e Gerasime Bozikis, aquele que tenta retomar o poder em 2013. Afe.


Arenas deve ser próxima estrela renegada da NBA a jogar na China
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Giancarlo Giampietro

Stephon Marbury abriu o caminho. Tracy McGrady partiu ano. E já, já os dois jogadores devem ter a companhia de mais uma estrela renegada da NBA na China: Gilbert Arenas, que, segundo consta, recebeu… Hã… Zero propostas para estender sua carreira na liga norte-americana.

Marbury eterno

Marbury eterno: ex-armador de Knicks, Suns, Nets e Wolves é ídolo em Pequim

Ao que tudo indica, levando em conta  a cultivação intensa de novos talentos nos Estados Unidos, a crise europeia, o dinheiro das corporações chinesas e a carência de ídolos no campeonato do país, não seria de se estranhar que outros antigos All-Stars também sigam esta rota.

Tal como T-Mac, Arenas sofreu com muitas lesões nos últimos anos, mas sua ficha corrida de problemas fora de quadra pesa ainda mais para forçar seu exílio.

Que tipo de problema? Bem, tirando o episódio de ter sacado uma pistola e ameaçado um bangue-bangue com Javaris Crittenton no vestiário do Washington Wizards, ele acabava incomodando mais suas franquias, no aspecto corporativo, devido ao seu comportamento errático. Em um primeiro momento, seu senso de humor atraía fãs e rendia um bom lucro para a franquia. Desde o episódio das armas, porém, qualquer piada do veterano, descambava para o mau gosto para a opinião pública.

Orlando Magic e Memphis Grizzlies ainda estenderam a mão para o escolta, mas seu basquete já não lembrava em nada o daquele astro da década passada – em 2005-2006, foram 29,3 pontos de média –, nos tempos em que perturbava as defesas com um primeiro passo explosivo, muita criatividade no drible e um arremesso que funcionava de muitos ângulos diferentes. Aos 30, ele deixa a NBA com 20,7 pontos por jogo.

Na China, pode ser que o Agente Zero, caso acerte mesmo com o Guangdong Southern Tigers, chegue a esse tipo de número. No ano passado, devido ao locaute, alguns americanos se precipitaram e fecharam contrato com times chineses. Entre eles estavam JR Smith e Wilson Chandler. Suas estatísticas foram de videogame. Smith chegou a marcar 60 pontos numa partida, com direito a 14 chutes certos em 18 tentativas da linha de três pontos. Sim, pode ler a frase anterior den ovo que é tudo verdade. Em seu jogo de estreia, Wilson Chandler somou 43 pontos e 22 rebotes. Tipo Wilt Chamberlain.

JR Smith, na maior folga

JR Smith sofreu para se adaptar fora de quadra; quando jogava, reinava na China

Tratado como um pária em Nova York, Stephon Marbury, aliás, já virou estátua na capital chinesa depois de ter ajudado o Beijing Ducks os Patos de Pequim a conquistar o título na última  campanha ao marcar 41 pontos no Jogo 5 das finais do campeonato. Ele está no país há três temporadas.

Por isso, na hora de receber uma oferta com um ano de contrato garantido, de poder explorar um mercado gigantesco e ainda mandar em quadra, fica difícil para um veterano dizer não. “Os jogadores que podem ganhar um salário mínimo na NBA podem muito bem decidir ir para a China, em vez de esperar por um contrato da NBA”, afirmou o agente Mark Bartelstein, que trabalha com mais de 30 atletas na liga americana.

A não ser que esse veterano se chame Allen Iverson. Sempre do contra, o genial e genioso baixinho do Sixers já disse não aos chineses.

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Um artigo recente do HoopsHype expõe o quanto a crise europeia está mudando o mapa do mercado de transferências do basquete. Neste ano, um número muito reduzido de jogadores com selo NBA se transferiu para países que antes eram contumazes importadores como Espanha, Itália e Grécia.

“A Liga ACB espanhola costumava ser a melhor liga, mas a base do que eles podem bancar mudaram bastante. Os times de nível médio para baixo sofreram um grande golpe. Atletas que talvez estivessem ganhando US$ 250 mil por ano estão fazendo agora entre US$ 80 e 100 mil”, disse Bartelstein.

Isso quando o dinheiro cai de verdade no banco, claro. “Não há mais lugares seguros na Europa. A Fiba pode até ajudar, mas em muitos, se não na maioria dos lugares na Europa, você agora gasta mais tempo lutando pelo dinheiro de seu jogador do que administrando sua carreira”, afirmou o empresário Bill Neff.

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A temporada 2012-2013 da NBA começa pela primeira vez sem um chinês desde 2001, ano em que o pivô Wang Zhizhi assinou com o Dallas Mavericks para ser o primeiro atleta do país a jogar na grande liga. Depois de tanto vagar pelos EUA, sem confirmar seu talento, Yi Jianlian voltou para casa. Ele agora aguarda a chegada de Arenas ao Guangdong Southern Tigers.


Palavra-chave para Tiago Splitter na temporada 2012-2013: minutos
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Giancarlo Giampietro

Tempo é dinheiro? Para Tiago Splitter, a máxima vale, sim, para a temporada 2012-2013. Ô se vale: afinal, ele entra em seu último ano de vínculo com o San Antonio Spurs e precisa mostrar serviço para receber um bom cheque para os próximos anos. Lembrando que o catarinense abriu mão de dinheiro ao deixar a Espanha para jogar nos Estados Unidos, ciente de que geralmente é no segundo contrato da NBA que os atletas ganham uma bolada.

Tiago Spliter, Spurs, NBA

Splitter ainda em busca do protagonismo de ACB

O que o pivô não contava era com a mudança significativa na economia da liga desde o locaute do ano passado, afetando especialmente o pelotão intermediário, algo que Leandrinho teve de assimilar da pior maneira nas últimas semanas, perdendo US$ 6 milhões em salário da tempora passada para esta.

Em termos de projeções numéricas por minuto, o catarinense já está na elite. Com a crescente expansão dos analistas de dados no gerenciamento dos clubes, esse tipo de informação acaba disseminada de um modo ou de outro. Mas ainda conta também a impressão que ele deixa em quadra. Quanto mais jogar, mais ela tem chances de pegar. Mas não que seja fácil.

Depois de ótimo rendimento na temporada 2011-2012, sabemos que seu ano terminou em baixa. Contra o Thunder, na final da Conferência Oeste, depois de errar seis lances livres no primeiro jogo e ter a confiança minada, o pivô foi limitado a apenas oito minutos por jogo, com médias ínfimas de 2,8 pontos, 1 rebote e 1 assistência.

Foi, claro, uma resolução drástica encampada por Gregg Popovich, mas supostamente circunstancial. O problema é que, recuperando toda a campanha do brasileiro, nota-se um desdobramento preocupante. Splitter caiu gradativamente dos 24,8 minutos que recebeu nos poucos jogos de outubro para 16,8 em abril, último mês da temporada. Seus minutos minguaram especialmente após a contratação de Boris Diaw – que teve seu contrato renovado, aliás.

Acontece que o encaminhamento da atual pré-temporada do San Antonio Spurs até agora não anima muito os fãs de Splitter. Atrapalhado por espasmos musculares nas costas no início do training camp, acabou poupado de diversas atividades e vem sendo inserido aos poucos nos amistosos do time texano dos últimos dias. E bota pouco nisso: em quatro jogos, foram apenas 10,3=8 minutos de ação, embora seu aproveitamento nos arremessos seja excelente, com 54,5%.

Splitter: eficiência ofensiva

Splitter pode não ser o maior saltador do mundo, mas é um ótimo finalizador próximo ao aro

Alguns fatores que podem ajudar a explicar esses minutos limitados: 1) nessa fase de testes, Popovich está dando mais de 15 minutos por jogo para Eddy Curry (uma frase que parece inacreditável, mas é isso mesmo… O pivô está na briga por um contrato);  2) DeJuan Blair chegou de férias revigorado, em ótima forma e recebeu bons elogios do treinador, podendo ter pulando na frente na rotação; 3) talvez Pop ainda tenha o brasileiro em altíssima conta e esteja apenas preservando o brasileiro, usando de precaução diante de seus problemas físicos antes que seja dada a largada.

Em amistoso do Spurs contra a forte defesa do Miami Heat, derrota por 104 a 101 no sábado passado, foram 9 minutos e quatro cestas de quadra em quatro tentativas para Splitter. Espera-se que esse tipo de rendimento seja o suficiente para que seja mais acionado na hora que vale, a temporada regular.



Nowitzki, Love, Stoudemire… As lesões já abalam a NBA antes de seu início
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Giancarlo Giampietro

Estamos ainda a uma semana do início da temporada 2012-2013 da NBA, e já tem um monte gente fora do páreo: as lesões se acumulam e algumas equipes já sofrem um grande impacto em seus planos, com rotações e jogadas combinadas avariadas, sem contar o dano contra a confiança.

O impacto maior vem na Conferência Oeste:

– Dirk Nowitzki está fora por seis semanas no Dallas Mavericks.
E os campeões de 2011 ficam ainda mais distantes do título… Mas o Mark Cuban certamente vai dizer que não tem nada disso. Aliás, aagora já torcem para que o jogador se recupere em três semanas. Tem de apelar para a boa fé, mesmo. Depois do fracasso nas negociações por Deron Williams, que apontou sua ausência nas negociações como algo decisivo em sua opção para ficar com o Nets, o ricaço ficou ainda mais pê da vida e saiu falando aos montes. Sem o alemão ao seu lado, as bravatas perdem muita força. Quando contratou OJ Mayo, Darren Collison e Chris Kaman, Cuban os imaginava como peças complementares a Dirk. Agora os três vão precisar se desdobrar para suprir os 20 e poucos pontos fáceis que o craque proporcionava. O velhaco Elton Brand ganha mais minutos ao lado de Kaman, naquele que pode ser o par de pivôs mais lentos da liga.  Shawn Marion e o novato Jae Crowder – olho neste sujeito aqui, viu? – também devem quebrar um galho por lá. A cuca de Rick Carlisle não poderia ser mais exigida que isso: o técnico vai ter de mostrar toda sua inventividade se quiser manter o Mavs bem posicionado para chegar aos playoffs. Se conseguirem, de alguma forma, flertar com a mediocridade, será um lucro canado.

Kevin Love está fora por seis ou oito semanas no Minnesota Timberwolves.
E a comunidade toda de Mineápolis já achando que o longo afastamento de Ricky Rubio já era problema o bastante… Pumba. Love quebra a mão fazendo musculação em hora extra porque achava que precisava se dedicar mais na pré-temporada. Que fase a dos técnicos chamados Rick, hein? Assim como seu xará no Texas, o mais experiente Adelman precisa sambar um bocado agora. Em primeiro momento, era de se pensar que o ala Derrick Williams fosse herdar os minutos do astro campeão olímpico, mas o treinador já se apressou em dizer que não é bem assim, não, e cogitou que até mesmo Dante Cunningham poderia ser o titular. O que nos leva a deduzir que o calouro número dois do Draft de 2011 não tem tanto prestígio assim como chefe. Atacar com Williams e Kirilenko ao mesmo tempo, com os dois alas amparando Nikola Pekovic, seria uma opção interessante. As esperanças de fazer barulho nesta temporada ficam reduzidas. A não ser, claro, que Brandon Roy tenha voltado no tempo.

Amar’e Stoudemire está fora por duas ou três semanas no New York Knicks.
Sinceramente? Considerando tudo o que vimos nas temporadas passadas, essa aqui nem assusta mais, né. Dessa vez os médicos dos Bockers encontraram um cisto no joelho do ala-pivô – para um ignorante como este blogueiro, essa é uma novidade. Mas enfim. Justo agora que Mike Woodson estava bem animado com o preparo físico do cestinha, aparece um probleminha desses. Intimamente, ou inconscientemente, o ego de Carmelo Anthony deve ter se inflamado: “Abrir mão de 40 pontos por jogo? Passar a bola? Tá maluco?!”… E no fim é como ala-pivô que Melo pode render mais, mesmo. O palpite é que não fará tanta falta assim para o Knicks. O impacto, porém, pode ser sentido mais adiante: Stoudemire vai voltar sem ritmo e precisará ser integrado ao sistema, correndo o risco de que as polêmicas todas da última campanha retornem. O New York Post já tá de olho, fato.


São José vence Franca com chute no finalzinho e fecha as semis do Paulista
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Giancarlo Giampietro

Murilo x Lucas Mariano

Subindo para marcar dois pontos contra Lucas Mariano, Murilo voltou nesta segunda para ajudar em vitória dramática

Mesmo com a derrota, a educação do jovem elenco de Franca reunido pelo técnico Lula Ferreira foi certamente acelerada nesta noite de segunda-feira. Depois de lutarem e levarem a série para o quinto e derradeiro confronto com São José, a equipe foi derrotada por 82 a 81, fora de casa, numa partida eletrizante pelas quartas de final do Campeonato Paulista.

Num daqueles finais que ficaria ótimo para a TV, o clube do Vale do Paraíba, atual vice-campeão do NBB, precisou de um arremesso de três pontos de Jefferson William a dois segundos do fim para garantir sua classificação para as semis. Eles agora enfrentam o fortíssimo Bauru (a série começa na quinta-feira, com transmissão da ESPN Brasil20h15 no horário de Brasília), enquanto Pinheiros e Paulistano estão do outro lado da chave num clássico da capital (o duelo começa na quarta-feira, 20h).

Os visitantes chegaram ao quarto final com dez pontos de vantagem, mas acabaram arrefecendo na defesa e perdendo a parcial por 31 a 20. Nos três períodos anteriores, a ofensiva de seu oponente havia convertido apenas 19, 16 e 16 pontos.

Fora das duas partidas realizadas em Franca e limitado a apenas sete minutos de ação no segundo duelo da série, o pivô Murilo voltou para quadra nesta segunda e contribuiu com 23 pontos e 7 rebotes por São José. O espanhol Álvaro teve também uma noite ainda mais inspirada, com 27 pontos e 7 rebotes.

Mesmo com o retorno de seu melhor jogador, ainda se recuperando de uma cirurgia no joelho que lhe tirou as chances de competir por uma vaga na seleção brasileira olímpica, São José escapou da eliminação por muito pouco. Faltando pouco menos de 20 segundos, os francanos lideravam por quatro pontos. Dois lances livres convertidos, um bola roubada e a cesta de Jefferson definiram a virada.

Quer dizer: de tanto que tentaram da linha de três pontos, foi por ali que eles conseguiram a bola vitoriosa. No total, o time da casa arriscou bizarramente 38 bolas de longa distância – dez a mais do que somou no perímetro interno. O plano de jogo de Régis Marrelli vem valorizando cada vez mais esse tipo de (des)equilíbrio, mas desta vez os números parecem extremamente exagerados. Cada um caça com o que acha melhor… O aproveitamento no fundamento foi de apenas 32% – isto é, 26 posses de bola terminaram com chutes errados, que talvez pudessem ter dado melhor resultado. Repetindo aqui, então, aquilo que já foi escrito sobre a classificação do Pinheiros pela Liga Sul-Americana: um pouquinho a mais de parcimônia no ataque poderia ter ameaçado muito menos o coração de sua torcida.

Torcida que, agora, claro, talvez não queria saber de nada disso… Afinal, estão em mais uma semifinal.

Para Franca, a derrota é extremamente dolorida, mas é certo que, quando baixar a adrenalina, a cidade deverá receber seus rapazes com a cabeça erguida, de modo orgulhoso. Afinal, o clube começou praticamente do zero na virada da temporada anterior para esta e, em seu primeiro confronto de mata-mata, exigiu o máximo de um dos times mais potentes do país. Difícil imaginar que sua diretoria já esperasse tão cedo assim desdobramentos deste tipo.

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Franca terminou o jogo com acerto de 47% (7/15, bem mais comedido) nos tiros de três pontos e 58% de dois (22/38), números altíssimos, mas acabou cometendo seis turnovers a mais do que os oponentes. O último destes desperdícios acabou sendo realmente decisivo.

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Os placares de toda a série:

1) São José 90 x 75 Franca
2) São José 87 x 72 Franca
3) Franca 86 x 77 São José
4) Franca 89 x 73 São José
5) São José 82 x 81 Franca


Cartolas apontam Miami como grande favorito ao título e LeBron como o melhor da NBA
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Giancarlo Giampietro

Não um, mas dois, mas três...

Não adiantou o Los Angeles Lakers contratar Dwight Howard e Steve Nash de uma vez, não. Em sua pesquisa anual com os 30 gerentes gerais de suas franquias, o site da NBA constatou que esses dirigentes ainda consideram o Miami Heat como o grande candidato ao título da próxima temporada.

A equipe da Flórida recebeu 70% dos votos na enquete. O Lakers ao menos tem o consolo de ser um dos outros dois clubes mencionados, com 23,3%, superando os 7,7% do Oklahoma City Thunder, atual campeão do Oeste, que o eliminou nos últimos playoffs.

A enquete também constata uma clara elevação no status do astro nos bastidores da liga.

Dãr.

Nada como um título.

Depois de sua atuação dominante no campeonato empastelado graças ao locaute, LeBron James foi votado por 66,7% dos cartolas como favorito ao prêmio de MVP de 2013 (mesma votação de Kevin Durant no ano passado, diga-se) – 20% foram com Kevin Durant, 16,7%, com Dwight Howard e 6,7%, com Chris Paul.

LeBron no auge

Agora, sim, LeBron é o rei da NBA para os gerentes

Quando questionados sobre qual atleta eles gostariam de ter para começar as operações de uma franquia, 80% responderam seu nome, contra 16,7% de Durant e 3,3% de Howard. Em 2011, a pesquisa teve um empate entre Durant e James, com 37%. LeBron também foi eleito como o jogador que mais força os técnicos fazerem ajustes em seus sistemas para tentar conter (50%) e o melhor ala da liga (73,3%) – algo relativo, considerando as tantas funções que o craque desempenha em uma partida.

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Na eleição posição por posição, Chris Paul bateu forte concorrência para ser apontado como o melhor armador, com 69%, seguido por Derrick Rose (20,7%), Rajon Rondo (6,9%) e Tony Parker (3,4). Rose havia vencido em 2011 com 59,3%.

Kobe Bryant ganhou como melhor shooting guard: 66,7%, diante de 23,3% de Dwyane Wade, que certamente não gostou nada, nada do resultado.  Durant e seu companheiro de Thunder, James Harden, e Manu Ginóbili foram outros lembrados.

Entre os alas-pivôs, outro posto com diversos candidatos, Kevin Love brilhou com 30%, de modo até surpreendente, dado o conservadorismo que costuma predomuniar nas diregções dos clubes. O segundo foi Dirk Nowitzki, com 23,3%, enquanto LeBron  teve 16,7%, LaMarcus Aldridge, 10%, e Kevin Garnett e Blake Griffin, 6,7% – Tim Duncan e Pau Gasol também figuraram na liga.

Por fim, Dwight Howard liderou com folga (93.3%), mas houve dois dirigentes que apontaram aquele que ele substituiu em Los Angeles, Andrew Bynum, reforço do Philadelphia 76ers.

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Entre os brasileiros, Tiago Splitter foi citado em uma de suas perguntas, recebendo um voto quando os gerentes gerais foram questionados sobre qual jogador estrangeiro da NBA teria o desempenho, digamos, mais surpreendente na próxima temporada. Neste quesito, quem levou recebeu mais votos foi o jovem pivô Jonas Valanciunas, do Toronto Raptors (17,2% ou seis).

Kobe, decisivo?

Kobe é outro que não vai gostar muito da pesquisa

Já Anderson Varejão aparece em duas questões, com um voto em cada: “Quem faz mais considerando habilidades naturais limitadas?” e “Quem é o jogador mais durão da liga?”. Engraçado que o capixaba é um jogador extremamente atlético ao seu modo. Pode não ter a força física ou estar longe da impulsão de um Howard ou Blake Griffin, mas é muito veloz, ágil e coordenado. Essa discrepância mostra um pouco como alguns diretores enxergam o jogo.

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Para fechar, claro, os tiros no estouro do cronômetro. Pela primeira vez em muitos anos, Kobe Bryant não foi o mais votado quando perguntados sobre qual atleta gostariam de ver com a bola nas mãos para fazer o arremesso decisivo de um jogo. Dessa vez deu Kevin Durant, com 46,7%, contra 40% do veterano. Carmelo Anthony teve 6,7%. Chauncey Billups e LeBron tiveram um voto cada.

Clique aqui para conferir todas as perguntas da gigantesca enquete que o NBA.com elabora. Sempre muito divertido de conferir.


Palavra-chave para Varejão na temporada 2012-2013: saúde
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Giancarlo Giampietro

“A saúde não tem preço.”

Passei o fim de semana todo pensando em qual dito popular poderia entrar aqui neste post como uma gracinha apropriada. Voltas e voltas, e ficamos com essa máxima aí, mesmo, replicada por cem em cada cem vovós que aprenderam a viver a vida delas sem fartura e tinham que cuidar de outros afazeres. Desde que inteiras, prontas para tudo.

Anderson Varejão lesionado

De terno e munheca imobilizada, Varejão não contribui tanto assim para o Cavaliers vencer

Saúde não tem preço, mas custou caro para Anderson Varejão em suas duas temporadas passadas na NBA. O capixaba jogou apenas 37,8% da última campanha. E o bizarro é que ele atingiu o mesmo baixo percentual na penúltima temporada. Que as pessoas mais próximas de seu círculo evitem o número ou qualquer combinação em torno dos três digitos, por favor. Coisa boa não sai daí.

No campeonato que o locaute tornou um tanto maluco, o brasileiro vinha em sua melhor jornada. Recorde no aproveitamento de rebotes – tanto nos ofensivos como nos defensivos ele estava no top 5 da liga –, nas assistências, na pontuação, caminhando com um duplo-duplo de média, sem perder o espírito de Wild Thing. Aquele jeito serelepe de ser em quadra, trombando com todo mundo, acompanhando armadores na corrida, marcando a cobrança de um lateral como se estivesse valendo o título, se jogando atrás de bolas (nem tão) perdidas. É de se imaginar quantas joelheiras no uniforme escolar a família não teve de costurar em sua infância.

Porque machuca.

Não foi apenas de 2010 a 2012 que Anderson teve dificuldade para se manter na ativa. Entrando em seu nono ano na liga norte-americana, somente em três campeonatos ele conseguiu passar da casa de 70 jogos (de 82 possíveis): 2006-2007 (81), 2008-2009 (81) e 2009-2010 (76). Na verdade, ele já soma quatro campeonatos em que não passou dos 50 jogos.

Varejão, Wild Thing

“Wild Thing”

E não adianta pedir para maneirar. A intensidade em quadra provavelmente é seu maior talento. Acompanhada do corpo veloz e elástico e do instinto especial para saber para onde vai a bola, é o que fazem de Varejão um jogador único e especial, predileto de técnicos e torcedores. “Meu objetivo é ficar saudável. Isso é o mais importante este ano”, afirmou o cabeleira. “Mas eu não vou mudar nada. Vou continuar jogando da mesma forma. Não há nada que você possa fazer para prevenir.”

Pois é. O capixaba não tem nenhuma lesão crônica estrutural. No joelho ou nas costas, por exemplo – ou pelo menos nada que ele ou Cavs revelem. No ano passado, ele sofreu uma fratura em seu punho direito num lance infortuito contra o Milwaukee Bucks ao tentar apanhar um rebote e levar um tapa de um adversário.

Varejão vai entrar em quadra e se colocar em situações em que corre-se o risco.

Risco não combina com saúde. Talvez a palavra-chave aqui, então, devesse ser outra. Risco tem mais a ver com sorte.


Dwight Howard estreia bem pelo Lakers, mas não evita 6ª derrota na pré-temporada
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Giancarlo Giampietro

Manchete no Lakers.com

Falta em Howard: como nos tempos de Shaq, é bom que o Lakers se habitue com isso

Acabou a espera, mas não cessaram as derrotas.

Dwight Howard chorou e fez sua primeira partida pelo Lakers na noite deste domingo em derrota para o Sacramento Kings por 99 a 92 em amistoso disputado no Staples Center. Essa foi a sexta derrota em seis compromissos da equipe angelina pela pré-temporada.

“Eu, na verdade, chorei um pouco. Durante o anúncio dos times titulares, um de meus companheiros me flagrou, então tentei esconder, mas estava empolgado. É realmente algo que emociona, porque não ia para a quadra há um tempo. Não sabia o que esperar, mas é uma experiência que põe as coisas em ordem”, disse.

Por mais que se diga que a pré-temporada pouco importa em termos de resultados, isso não impede que a rapaziada em Los Angeles já comece a querer entrar em pânico – afinal, até o Charlotte Saco de Pancadas já venceu a sua. Porque é deste modo que as coisas acontecem entre os torcedores do clube.

Mesmo que Howard não tivesse participado dos cinco reveses anteriores. Que os titulares tenham jogado pouco mais de 20 minutos na maioria deste compromissos. Que o time esteja instaurando um novo sistema ofensivo, e com uma série de novos atletas, entre eles um cara como Steve Nash, que, comparado com Derek Fisher, Steve Blake e, opa!, Smush Parker, muda consideravelmente a dinâmica do que acontece em quadra. Leva um tempo para tudo isso se acomodar.

O quinteto reserva pode ser extremamente frágil, sim – ontem jogaram Chris Duhon, Meeks (aquele que pegou a suposta vaga de Leandrinho), Devin Ebanks, Antawn Jamison e Robert Sacre (que vai dar lugar a Jordan Hill, uma boa melhora, mas não exatamente decisiva). Mas durante a temporada regular seus minutos serão regulados, e alguns dos integrantes da estelar formação titular serão mesclados aqui. Fique tranquilo, que o Lakers não vai entrar com um time desses num quarto período de partida oficial contra o Oklahoma City Thunder. (Ainda que, ontem, nos minutos finais estivessem jogando os titulares de LA e os reservas da capital californiana. Oooops.)

Com Howard, o clube tem a certeza de que conta novamente com um superpivô em suas fileiras. Depois de meses e meses parado por conta de uma cirurgia nas costas, ele voltou com tudo contra o Kings, com 19 pontos, 12 rebotes, 4 tocos e 2 assistências em 33 minutos, tendo de lidar com o colosso que é DeMarcus Cousins (16 pontos, 6 rebotes e 4 bolas recuperadas).

A defesa de Mike Brown ganha uma nova dimensão ao se rodear em torno de Howard, um atleta de primeiro, mas primeiro mesmo, time, capaz de cobrir seus companheiros num relance, protegendo o aro e intimidando os adversários com suas decolagens e trancos. Com ele em quadra no domingo, a equipe teve saldo positivo de cinco pontos, na verdade, enquanto Nash, Kobe e Ron Artest e seu fantástico mundo tiveram +7.

“Perdemos o jogo, mas há muitos pontos positivos para tirar, e vamos seguir melhorando. Vamos nos entrosar e começar a ler o jogo de cada um de uma forma melhor, mas neste momento ainda estamos cedo no processo”, disse Howard.

Para tentar, de todo modo, vencer uminha que seja, a estelar equipe tem mais dois amistosos pela frente: quarta-feira contra o Clippers e quinta novamente contra o Kings. Howard deve participar de apenas um desses jogos, por precaução da comissão técnica.

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A principal missão defensiva de Howard deverá ser fazer a cobertura de Steve Nash. O genial armador pode contribuir muito no ataque para organizar tantas armas, mas na defesa ele pode significar até mesmo uma piora em relação ao que Fisher, Blake e Ramon Sessions ofereciam. Contra o Kings, os baixinhos de lá fizeram a festa: foram 31 pontos somados entre Isiah Thomas, Aaron Brooks e Jimmer Fredette. Aliás, o técnico Keith Smart tem uma decisão intrigante pela frente – se é que algo pode ser intrigante quando estamos falando de Sacramento: como encontrar tempo de quadra para os três jogadores ou quem escolher como carregador de toalha e gatorade durante a temporada.


Cartola do Thunder quebra barreira e contrata técnico sérvio para filial
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Giancarlo Giampietro

Criado sob as asas de RC Buford e Gregg Popovich em San Antonio, Sam Presti viu o Spurs se estabelecer como um modelo de gestão da NBA na década passada. A ponto de, a cada ano, seus concorrentes buscarem em seus escritórios as cabeças pensantes que possam renovar suas operações.

Darko Rajakovic, novo técnico do Tulsa 66ers

Da Espanha para a D-League: Rajakovic

Agora ele vai criando a sua própria escola. Nesta quarta, o Yahoo Sports norte-americano divulgou que cartola chegou a um acordo para contratar o sérvio Darko Rajakovic para ser o treinador da filial de D-League do Oklahoma City Thunder, o Tulsa 66ers.

Aguardando apenas a conclusão de seu processo imigratório, Rajakovic está prestes a se tornar, desta forma, o primeiro estrangeiro a assumir o comando de um clube da liga de desenvolvimento – e, desta forma, ligado à NBA.

Não é de se estranhar, considerando a franquia de onde o gerente geral saiu, uma das que mais investiu em estrangeiros na década passada. Foi seu pedigree de Spur, aliás, que motivou sua própria contratação pelo Oklahoma City, então Seattle Supersonics, em 2007. Desde então, Presti virou um símbolo por si só de como um dirigente deveria agir ao reformular sua equipe, considerando que ele levou sua equipe de pior campanha a candidato ao título em três, quatro anos.

Ele pode ter dado a sorte com a preferência do Blazers por Greg Oden, em vez de Kevin Durant, mas suas escolhas seguintes de Russell Westbrook, James Haden e Serge Ibaka são inquestionáveis. Assim como a condução se sua folha salarial, com a paciência para montar o time, ainda que um ou bom aparente bom negócio tenha sido descartado em prol de uma visão a longo prazo.

Todos esses movimentos deram a Presti uma carta branca para agir do modo que quiser, tomar a decisão que bem entender. Como apostar num sérvio para guiar os jogadoers mais jovens ligados ao seu clube e que passarão um tempo em Tulsa. Aos 33, Rajakovic estava no Torrelodones, da Espanha, elogiado justamente por seu trabalho no desenvolvimento de atletas.

Ettore Messina trabalhou na campanha passada como consultor de Mike Brown em Los Angeles e viu de perto uma temporada insana nos bastidores para o Lakers e se mandou para a Rússia. Também sérvio, Igor Kokoskov é assistente do Phoenix Suns e trabalha na liga há 12 temporadas, sendo o primeiro europeu contatado para um cargo integral de comissão técnica na liga.

Mas Rajokovic é quem primeiro cruza fronteiras para ser o chefe, ainda que na liga menor.

Teriam Presti, Bryan Colangelo, Popovich – na hora da saideira – ou outro dirigente a coragem de entregar seus times principais na mão de um estrangeiro, um europeu? Quanto maior o contato e o intercâmbio entre os dois continentes, é provável que um dia aconteça.

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Petrovic e Karl em Madri

George Karl teve o privilégio de dirigir Drazen Petrovic pelo Real Madrid

Também não é muito comoum ver a rota oposta: norte-americanos com selo de NBA dirigindo clubes da Europa. Dois vêm na cabeça agora.

O primeiro seria George Karl, sabiam? Depois de dirigir Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors nos anos 80 e não ter muito sucesso, o hoje treinador do Nuggets comandou o Real Madrid em duas temporadas, revezando-se com o Albany Patroons da CBA.

Ídolo de infância de Kobe Bryant na Itália, Mike D’Antoni começou como técnico no basquete de lá, trabalhando no Milano e, depois, no Bennetton Treviso.