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Arquivo : Nova Zelândia

A Austrália vem aí. Restam 9 vagas para o basquete masculino do Rio 2016
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Giancarlo Giampietro

Conta outra, vai, Bogut...

Conta outra, vai, Bogut…

Primeiro foram os Estados Unidos, campeões mundiais com facilidade. Depois, o Brasil, país-sede com muito orgulho, amor e, principalmente, custo. Agora… a Austrália, que, nesta terça-feira, terminou a série contra a Nova Zelândia e se tornou a terceira seleção a se classificar para o torneio olímpico masculino do Rio 2016.

Qualquer resultado diferente no playoff da Oceania seria uma baita zebra, mas é preciso dizer que os Tall Blacks deram um certo trabalho aos Boomers (nada como a tradição da região em apelidar tudo com muito bom gosto). No jogo de volta, em Wellington, após vitória em Melbourne por 71 a 59, os australianos abriram até 19 pontos de vantagem a sete minutos do fim, mas, seis minutos depois, viram os neozelandeses diminuírem o placar para  apenas cinco (82 a 77). Aí Matthew Dellavedova, o xodó de Cleveland e inimigo público número um da Conferência Leste, acertou uma bola de três da linha da NBA para esfriar as coisas.

Com a confiança lá no alto, aliás, Delly foi o cestinha de sua seleção, com 14 pontos em 25 minutos, depois de ter marcado 15 no primeiro duelo. Andrew Bogut, de volta ao batente pelo basquete Fiba pela primeira vez desde Pequim 2008 (!?), teve um segundo jogo muito mais produtivo que o primeiro, com 10 pontos e 10 rebotes em 20 minutos, além de 3 tocos para se estabelecer como presença intimidadora perto da cesta. Chamado de última hora, por conta da da lesão de infeliz lesão de Dante Exum, Patty Mills teve média de 13,5 pontos, 4,5 rebotes e 4,0 assistências nos dois jogos. O veterano David Andersen teve 14,0 pontos, enquanto o jovem Cameron Bairstow, ala-pivô do Chicago Bulls que agora tem um Cristiano Felício fungando no cangote, somou 9,0 pontos e 6,0 rebotes.

Dellavedova mantém alto rendimento em série contra a Nova Zelândia

Dellavedova mantém alto rendimento em série contra a Nova Zelândia

Em termos de desfalques, além de Exum, os Aussies jogaram sem Aron Baynes, que foi muito bem na última Copa do Mundo, mas teve um comportamento um tanto nojento, por assim dizer, e sem seu outro atleta do Utah Jazz, o ala Joe Ingles, que pediu dispensa para descansar um pouco. Ingles seria o equivalente ao Tiago Splitter deles, tendo batido cartão ano após ano em competições pela seleção, e não deve faltar aos Jogos Olímpicos.

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Vale ficar de olho nessa equipe. Em Londres e na Copa do Mundo, foram um time bastante chato de se enfrentar. Para o Rio, mesmo com uma ou outra ausência, precisam ser respeitados, e não apenas por sua safra recente de NBA. No geral, os caras têm um elenco muito forte fisicamente, versátil e experiente. A maioria de seus homens de rotação atuando também por fortes clubes europeus há um bom tempo. Na verdade, do time listado para enfrentar os Tall Blacks, apenas três jogam pela liga australiana.

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As demais vagas para as Olimpíadas serão distribuídas desta forma: apenas duas diretas para a Europa, duas para as Américas, uma para a Ásia e outra para a África, que inicia seu AfroBasket nesta quarta-feira. O torneio será disputado até 30 de agosto, um dia antes do início da Copa América, que vai até 12 de setembro. O EuroBasket sanguinário vai de 5 a 20 de setembro. Para fechar, o Copa Ásia será realizada apenas de 23 de setembro a 3 de outubro.

Restariam ainda três postos a serem distribuídos no famigerado Pré-Olímpico mundial, que terá outro formato neste ano. Em vez de um só torneio, a Fiba decidiu realizar três, com o campeão de cada um completando a chave do Rio de Janeiro, entre os dias 5 e 11 de julho. Se, por um lado, serão três disputas eletrizantes, por outro lado não dá para ignorar que a federação internacional encontrou mais uma forma de arrancar dinheiro de seus filiados, já que três países precisam se candidatar a sedes do evento – valendo vaga olímpica, imagino que não faltará interessados, especialmente com tantos bons times europeus no páreo. Além disso, com o calendário da modalidade já apertado, é óbvio que os clubes não gostaram nada dessa novidade. Por fim, como será a distribuição de países em cada torneio? A entidade ainda não divulgou e, dependendo dos critérios, algumas injustiças podem ser cometidas em nome da “pluralidade”. A ver.

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Com Valdeomillos e Ayón, México ganhou a Copa América de 2013

Com Valdeomillos e Ayón, México ganhou a Copa América de 2013

Ei, vocês aí, falando mal da CBB sem parar… Experimente curtir basquete no México para ver o que é bom para tosse. Prestes a receber o Pré-Olímpico das Américas, a federação mexicana vai ter de se explicar depois de uma, no mínimo, explosiva entrevista do técnico espanhol Sergio Valdeomillos, que comanda uma emergente seleção nacional, que, sob seu comando, ganhou a Copa América de 2013 e o CentroBasket de 2014. Em uma conversa com a rádio Reloj de 24, o treinador disse o seguinte sobre os dirigentes locais: “O problema é que dentro da federação mexicana existem gângsteres. Não é gente que ama o basquete, mas uns autênticos gângsteres sem vergonha. Algum dia vão ter de dar um jeito nisso, pois estão acabando com o segundo esporte do país. É uma pena. É incompreensível porque, depois de toda essa história, organizam um Pré-Olímpico. Algo inconcebível. É evidente que, diante de tudo isso, alguém está ganhando”.

Bem, do que o treinador está falando? Segundo deixa entender, de uma série de problemas estruturais que abalam a preparação de sua equipe, depois de um bom papel que cumpriram pela Copa do Mundo do ano passado. O último problema foi a falta de uniformes. “Existe uma anarquia de tal modo que todos querem mandar, e isso leva algumas pessoas a fazer coisas que não lhes corresponde. Então está sempre acontecendo uma coisinha aqui e ali. Toda hora tem uma notícia nova”, desabafa. “Nos anos anteriores, houve muitas anedotas e outros problemas desse tipo. Mas temos de superar essas coisas e pensar só no basquete.”

As questões, segundo o treinador, também ultrapassam as fronteiras da federação. Segundo o espanhol, sete dos seus jogadores não receberam sequer um tostão furado durante toda a temporada passada. Para constar: o próprio Valdeomillos chegou a romper com a entidade nacional devido ao atraso do pagamento de seu salário, mas foi convencido a retornar. Sem o treinador, que chegou a tirar dinheiro do próprio bolso na temporada passada, o astro Gustavo Ayón afirmou que não aceitaria a convocação. Novamente aos trancos e barrancos, com Ayón e o armador Jorge Gutiérrez no time, o México vai enfrentar Brasil, República Dominicana, Panamá e Uruguai na primeira fase da Copa América.

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Pitino fechou com Barea em Porto Rico

Pitino fechou com Barea em Porto Rico

Outra seleção que tem passado por alguns percalços nos últimos dias, tanto dentro como fora de quadra, é Porto Rico. Os pivôs Ricky Sánchez e Peter John Ramos se recusaram a jogar pelo time este ano, sem dar muitas explicações. Os dois não estavam lesionados. Carlos Arroyo também está fora, mas por opção do supertécnico Rick Pitino, que, em sua coletiva de apresentação, falou por cima sobre os conhecidos problemas de ego da seleção (é sabido que o veterano e Barea não se bicam…) e que, em sua gestão, não haveria espaço para isso. Além disso, Pitino questionou qual seria a motivação do astro porto-riquenho aos 36 anos de idade.

“Não creio que ele se encaixe nos nossos planos. Não estou seguro se, aos 36, lhe interessa fazer o sacrifício necessário para fazer o que se precisa para estar aqui. Ele já disse também que sua prioridade era voltar a jogar na Europa. E, no meu caso, também prefiro trabalhar com armadores de 32 anos ou menos, para efeitos de se fazer uma boa defesa”, afirmou. Quer dizer, foi um espancamento em praça pública, né? O curioso é que o técnico, depois, admitiu que não havia conversado pessoalmente com o armador. “Certamente não está descartado, mas depende dele.”

Arroyo, claro, não gostou nada das declarações. “Não foi prudente da parte dele”, disse. Por outro lado, em junho, ainda dizia ao jornal Primera Hora que ainda estava indeciso sobre defender, ou não, a seleção.  Agora já está fora, mas o problema é que José Juan Barea tem sido poupado de treinos e amistosos devido a uma lesão não divulgada. Outro jogador que preocupa, do ponto de vista clínico, é o ala John Holland, atleta de primeiro nível, excelente defensor e que ganhou relevância em suas últimas participações. A boa notícia é que o ala Maurice Harkless, agora do Portland Trail Blazers, se apresentou pela primeira vez e está pronto para a Copa, assim como o intempestivo Renaldo Balkman. Ainda assim,  dá para dizer que Pitino talvez tivesse oooutra coisa em mente quando topou abrir mão de suas férias para comandar a equipe, sonhando em treinar uma equipe olímpica pela primeira vez.

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O torneio olímpico feminino já conta com cinco times garantidos. A Brasil, Estados Unidos e Sérvia se juntaram, nos últimos dias, o Canadá, campeão com folga da Copa América em que o Brasil deu mais um vexame, e a Austrália, que também não teve dificuldade para superar a Nova Zelândia no torneio da Oceania.

 


O 8º dia da Copa: Grupo do Brasil 100% e milagre turco
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Giancarlo Giampietro

Os turcos vibram com virada no finzinho

Os turcos vibram com virada no finzinho

Era difícil julgar a chave de Grupo da Morte. Afinal, esse jargão implica que algum time favorito vá ficar pelo caminho, de modo precipitado, já na primeira fase de um torneio. No Grupo A da Copa do Mundo de basquete, tínhamos a superfavorita Espanha acompanhada por Brasil, França e Sérvia. Grandes times, sem dúvida. Mas aqueles que o complementavam eram o Irã, que não inspira medo, e o Egito, pior time da competição. Num cenário em que os quatro primeiros se classificavam, não havia risco, mesmo que os iranianos tenham dado trabalho aos franceses. Mesmo que não possa ser considerado mortal, as oitavas de final trataram de comprovar a força de seus candidatos. Com a classificação de Brasil e Sérvia neste domingo, os quatro classificados para o mata-matas seguem vivos nas quartas de final.

O jogo do dia: Turquia 65 x 64 Austrália
O que há de se lamentar nesta jornada foi a impossibilidade de assistir aos instantes finais deste jogo. Acontece que a partida em Barcelona atrasou bastante devido a um problema de cronômetro no ginásio. Fora minutos preciosos que acabaram levando o desfecho dramático confronto a coincidir com o primeiro quarto de Brasil x Argentina. E aqui já registro minha admiração pelos comentaristas de futebol que falam com a maior naturalidade sobre como estão com duas ou três TVs ligadas em casa, monitorando múltiplas partidas. Com basquete, não consigo.

O que a gente levanta, então, pelos relatos é que o ala multifuncional Emir Preldzic, um dos atletas mais singulares do basquete europeu, acertou uma bola de três a cinco segundos do fim, para definir uma vitória dramática e de virada. Do jeito que os mais malucos dos torcedores turcos mais gostam.  Vejam:

Os Boomers ainda tentaram um último ataque, mas Joe Ingles foi desarmado. A equipe da Oceania controlou o placar durante 30 minutos. Entrou no quarto período com quatro pontos de liderança, mas chegou a abrir 12 no primeiro tempo, fazendo bom uso de seus pivôs fortes, que conseguiram se impor mesmo contra um garrafão de respeito como turco. Mas tomaram essa adaga no final. O que não deixa de ser carma, lembrando que eles foram acusados de terem entregado um jogo para Angola, na tentativa de evitar um confronto com os Estados Unidos nas quartas. Caíram nas oitavas, mesmo, e a Turquia vai enfrentar a Lituânia.

A surpresa: Sérvia 90 x 72 Grécia
A maior prova como a chave de cima dos mata-matas da Copa do Mundo ficou muito desequilibrada. O quarto colocado do Grupo A derruba o 1º do B. Fora isso, a Grécia continua sendo um grande time e que provavelmente passaria com tranquilidade pelas oitavas se fosse pegar México (4º do D) ou Nova Zelândia (4º do C, ainda que eles tenham engrossado as coisas com a Lituânia hoje).

Bogdan-Bogdan encara defesa grega

Bogdan-Bogdan encara defesa grega

O placar acima é exagerado pelo que foi a partida. Os sérvios abriram uma senhora diferença a partir do início do quarto período, quando os helênicos passaram a jogar com aquela nuvenzinha escura sobre a cabeça. Passou a dar tudo errado para os líderes do Grupo B. Umas duas dúzias de bandejas foram perdidas, enquanto o adversário exalava confiança. Bogdan Bogdanovic (21 pontos) se soltou em quadra. Milos Teodosic (13 pontos, 5 assistências e incrível liderança positiva) está sempre solto em quadra. Mas o time todo esteve bem, com destaque também para o ala Nikola Kalinic, que nem chegou a enfrentar o Brasil durante a semana. O sérvio estrelou dois dos highlights da competição (veja mais abaixo).

O técnico Sacha Djordjevic encontrou um equilíbrio perfeito entre o jogo interior e o de perímetro, em vez de pingar insistentemente a bola no bisnagão chamado Miroslav Raduljica. O pivô está fazendo bom Mundial e anotou 16 pontos em 24 minutos hoje. Mas é muito lento e desengonçado. Se for a única via de escape do ataque, acaba travando todo o time. Mas a Sérvia soube dosar as pancadas do seu grandalhão com a habilidade dos homens de fora e fez uma das exibições mais bonitas e eficientes desta competição. Etão está nas quartas.

O que é ótimo sinal para a seleção brasileira, de alguma forma. Seu Grupo por enquanto tem 100% nos duelos de oitavas de final, com os balcânicos se juntando a Espanha e França. Desses, dois já foram derrotados pelo Brasil. A Sérvia espancou a Grécia, que havia derrotado a Argentina na última rodada da fase de grupos com certa tranquilidade.

Um causo
Vocês se lembram que, na primeira fase, o técnico Jonas Kazlauskas reclamou da virulência australiana na defesa, né? Falou em “basquete-rúgbi” até. Pois bem. A pressão que os Boomers fizeram foi só um aperitivo para o que a Lituânia enfrentaria neste domingo contra a Nova Zelândia. Os Tall Blacks não têm tantos jogadores habilidosos assim, mas em termos de intensidade e sede pela bola, poucos os igualaram nesta Copa. Depois de venceremo primeiro quarto por 23 a 9, os lituanos se comportaram com certa complacência em Barcelona, talvez acreditando que tivessem vencido a partida em 10 minutos. Nada disso.

Os neozelandeses brigaram bastante, foram tirando a diferença quarto a quarto até assumir a liderança do placar a menos de sete minutos para o fim. Ênfase em briga: não houve nenhum jogo desleal, mas o fato é que eles desceram a marreta na defesa, cometendo 28 faltas. Em uma delas, o armador Taj Webster fez um corta-luz tão duro que aparentemente causou uma fratura de costela do ala Simas Jasaitis. O lituano saiu de quadra andando, mas com muitas dores e dificuldade para respirar. Dessa vez Kazkauskas achou tudo normal. “A Nova Zelândia fez um jogo excelente”, afirmou. “Foram muito duros na defesa, mas nós vencemos o jogo”, completou. Então é isso.

O Haka – e a intensidade – de sempre dos neozelandeses

O Haka – e a intensidade – de sempre dos neozelandeses

Alguns números
48 – com os 27 pontos de Bojan no sábado e os 21 de Bogdan neste domingo, temos 48 pontos para o sobrenome Bogdanovic nas oitavas de final da Copa. Os dois alas brilharam em Madri. A diferença é que o sérvio se classificou para as quartas. Uma curiosidade: na próxima temporada, Bogdan-Bogdan vai substituir o Bojan-Bogdan no Fenerbahçe, da Turquia.

26 – pontos marcou Corey Webster na derrota da Nova Zelândia. Obviamente este não é o padrão do armador. Sua média no Mundial foi de 13,7 por jogo. Na estreia contra a Turquia, ele havia feito 22 pontos. Então dá para se ter uma ideia de que é um jogador explosivo, pronto para produzir aqui e ali. Cria bastante a partir do drible, é agressivo e forte, embora um pouco cabeça-dura na hora de soltar a bola. A despeito de seus defeitos, é de se imaginar como ele ainda não saiu do basquete neozelandês. Chegou a ficar um ano como universitário nos Estados Unidos, jogando pelos  Eagles de Lambuth (oi?), mas voltou para ser profissional em casa, aos 20. Seu irmão mais novo, Taj, joga por uma equipe mais tradicional da NCAA, Nebraska. O pai, Tony, também foi jogador.

6 – Jonas Valanciunas dominou o garrafão para a Lituânia no embate com os  Tall Blacks, que são aguerridos, mas nem tão altos assim. Foram 22 pontos e 13 rebotes (5 ofensivos, muitos deles cruciais no quarto final!) para o ainda jovem pivô lituano. Sem contar seus 35 pontos de eficiência. Mas prefiro destacar aqui as seis conversões em seis tentativas de lances livres do lituano: 100% para o grandalhão, que agora chega a 70% no campeonato. Valanciunas vai jogar com Lucas Bebê e Bruno Caboclo na próxima temporada da NBA, mas como titular absoluto do Toronto Raptors.

2 – são os países convidados (que, na verdade, pagaram um milhão de euros para participar da festa) pela Fiba que estão entre os oito melhores: Brasil e Turquia. Grécia e Finlândia foram os outros dois.

O que o Giannis Antetokounmpo fez hoje?
Num jogo de extrema pressão como esse contra os sérvios, o prodígio grego recebeu a confiança de Fotis Katsikaris, ganhando 14 minutos, e alternou bons (7 pontos, 100% de quadra) e maus momentos (4 turnovers, 4 faltas), de acordo com a idade. Ao mesmo que ainda comete bobeiras no ataque (andada ao receber a bola em movimento em direção ao aro, falta de ataque em jogada individual ao utilizar demais os braços), pode fazer um lance destes aqui:

Então, ânimo garoto! Muita coisa pela frente ainda:

Giannis chateou.

Giannis chateou.

Tuitando:

 O ala Nikola Kalinic estrela uma das de melhores jogadas do torneio na certa. De 22 anos, ele nem foi aproveitado na partida contra o Brasil pela fase de grupos. Nas oitavas, somou 12 vitórias, 4 rebotes e 2 assistências. E ainda faria isto aqui:

Mais uma falta e cesta/enterrada de Kalinic para cima dos gregos, e aí o ala abusou, subindo no aro com tudo. Lembrando a turma de:

A legenda do basquete de playground: Woody Harrelson! Digo: Billy Hoyle, craque de Homens Brancos Não Sabem Enterrar.

O armador Mantas Kalnietis, afastado do Mundial devido a um deslocamento na clavícula, assiste angustiado ao confronto entre sua Lituânia e a Nova Zelândia.


Mas o Twitter inteiro estava esperando, mesmo, por outro jogo, como demonstra o armador Rafael Luz, que poderia muito bem estar nesta Copa.


O 6º dia da Copa do Mundo: Tudo conspira para Brasil x Argentina
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram daquelas jornadas triplas da Copa do Mundo da FIFA, né? Um jogão atrás do outro, dominando sua agenda. Pois bem. Pegue esse agito todo e multiplique por quatro. O resultado é a Copa do Mundo da Fiba. É muito basquete num dia só: 12 partidas! Uma tabela de estatística vai atropelando a outra, os fatos vão se acumulando, e pode ficar difícil de dar conta de tudo. Vamos dar um passada, então, pela última rodada da 1ª fase, depois de uma semi-overdose. Para o básico, deixe de ser preguiçoso e acesse o site oficial da competição, né? Veja lá a classificação final dos grupos e os todos os resultados. Sobre a vitória brasileira sobre o Egito, clique aqui.

Sim, o universo basqueteiro conspirou para isso: que Brasil e Argentina se enfrentem pelo terceiro torneio intercontinental seguido num mata-mata, tal como ocorreu no último Mundial e nas Olimpíadas de 2012. É um longo retrospecto, que precisou da combinação de três resultados nesta quinta-feira: derrota de Senegal para Filipinas, vitória da Croácia contra Porto Rico e o derradeiro revés dos argentinos contra a Grécia. hermanos terminaram, assim, com o terceiro lugar do Grupo B, encarando o segundo do A. O Brasil, claro. Nenhum desses três jogos terminou com uma surpresa, mas não deixa de ser notável que os três desfechos necessários para levar ao clássico tenham ocorrido. Veja abaixo os demais confrontos (nesta sexta, dia de folga geral, vamos abordar cada embate):

Os mata-matas: Parte superior da tabela é sensivelmente mais fraca que a de baixo. EUA têm caminho teoricamente tranquilo até a final

Os mata-matas: parte superior da tabela é sensivelmente mais fraca que a de baixo. EUA têm caminho tranquilo até a final

O jogo do dia: Pode passar?
Falando sério, é muito difícil escolher.

Os Tall Blacks, com Isaac Fotu, eliminam a Finlândia e sua empolgada torcida na #Espanha2014

Os Tall Blacks, com Isaac Fotu, eliminam a Finlândia e sua empolgada torcida na #Espanha2014

Em termos de emoção – e justiça histórica : ) –, poderíamos escolher Filipinas 81  x 79 Senegal. A equipe asiática merecia uma vitóriazinha que fosse, depois de amedrontar Argentina, Croácia e Porto Rico. Ela saiu em sua despedida, na segunda prorrogação que disputaram em cinco partidas. Melhor: nos minutos finais do tempo extra, o pivô contratado naturalizado foi excluído com cinco faltas, e seus nanicos tiveram de se virar contra os africanos, que já estavam classificados, mas tentavam sair do quarto para o terceiro lugar do grupo e escapar da Espanha nas oitavas. Não deu certo. E esta acabou sendo a primeira pedra a cair para levar a este grande Brasil x Argentina.

Mas teve outros tantos momentos intensos e mais relevantes para a continuidade do evento: a Nova Zelândia suou, mas venceu a Finlândia num confronto direto que lhe rendeu a classificação para os mata-matas, em jogo decidido realmente nos últimos segundos. E o que mais? O Irã quase apronta uma para cima da França, sonhando discretamente com a quarta posição do Grupo A. Os campeões europeus venceram por cinco pontos apenas.

A (quase) surpresa: Angola 91 x 83 Austrália
O placar em si foi inesperado. Mas a forma como ele foi construído não chega a surpreender, embora ainda possa deixar indignado quem leve a sério de mais o espírito esportivo. A gente conta essa história com mais detalhe em outro post: a Austrália não vai admitir nunca, mas entregou um jogo para a Angola, manipulando a tabela do Grupo D: terminou com o terceiro lugar. O motivo? Se passar para as quartas de final, não terá os Estados Unidos pela frente. Goran Dragic ficou uma arara, uma vez que sua Eslovênia se deu mal nessa.

Um causo
De manhã, bem cedo, estourou o rumor: os jogadores croatas teriam se rebelado contra o técnico Jasmin Repesa e ameaçavam boicotar o jogo contra Porto Rico se ele não fosse afastado, passando o comando para um de seus assistentes: o ex-pivô Zan Tabak. Depois de uma chocante derrota para Senegal, lembremos, Repesa havia detonado sua equipe: disse que, se pudesse escolher, não teria nascido nos Bálcãs, para não ter de lidar com o tipo de mentalidade que permite uma zebra dessas acontecerem. Antes de a partida começar, Tabak foi o primeiro a se pronunciar a respeito, negando de modo veemente o suposto motim. “Em toda a minha vida no basquete, nunca vou entender essas pessoas que gostam de inventar esse tipo de coisa. Estou surpreso que alguém precise mentir desse jeito”. Mas a maior resposta, mesmo, veio da própria seleção croata em quadra: uma exibição primorosa do início ao fim para eliminar os porto-riquenhos por 103 a 82, com aproveitamento de 57,9% nos arremessos no geral, 45,8% de três. Com Repesa dirigindo o time normalmente e dando bronca: eram 24 pontos de vantagem no segundo tempo e ele esbravejava: “Quem acha que este jogo já acabou? Quem?” – mas, bem, eventualmente acabou , mesmo, e a Croácia asseguraria a segunda colocação do Grupo B.

Uma curiosidade foi a presença na plateia, em Sevilha, do trio Michael Carter-Williams, Nerlens Noel e Joel Embiid, jovens talentos do Philadelphia 76ers que foram ver de perto seu futuro companheiro: Dario Saric, sensação croata que não decepcionou, com 15 pontos, 4 rebotes, 3 assistências e 100% nos arremessos de quadra, em apenas 14 minutos de muita eficiência.

MCW, Noel e Embiid foram bater um papo com Saric em Sevilha

MCW, Noel e Embiid foram bater um papo com Saric em Sevilha

Alguns números
564 –
Luis Scola marcou 17 pontos em derrota para a Grécia e alcançou a terceira colocação na lista histórica de cestinhas da competição, com 564. Acima dele, só Oscar Schmidt (843) e o australiano Andrew Gaze (594). Nesta jornada, o mítico ala-pivô argentino deixou três lendas para trás, entre eles o ala Marcel, agora o quinto nessa relação, com 551 pontos.

Olho na Grécia de Printezis e Bourousis: time está com excelente química e uma linha de frente em forma, assessorada pelo cerebral Nick Calathes. Time não sente ausência de Vasilis Spanoulis e pinta como forte candidato ao pódio, guiado pelo técnico Fotis Katsikaris, nome em alta no mercado europeu

Olho na Grécia de Printezis e Bourousis: time está com excelente química e uma linha de frente em forma, assessorada pelo cerebral Nick Calathes. Time não sente ausência de Vasilis Spanoulis e pinta como forte candidato ao pódio, guiado pelo técnico Fotis Katsikaris, nome em alta no mercado europeu

100% – Três seleções venceram todos os seus compromissos na primeira fase: Estados Unidos, Espanha e Grécia. A melhor campanha foi dos norte-americanos, com 166 pontos de saldo, acima dos 126 dos espanhóis. Os gregos tiveram +63. O Brasil aparece em quarto na tabela geral, acima de Lituânia, Eslovênia e Argentina, vejam só, com saldo de +83. Graças a…

63 – Já destacamos durante o dia, mas não custa alardear novamente: nesta quinta, o Brasil deu sua maior lavada na história dos Mundiais ao vencer o Egito por 63 pontos de vantagem.

45 – Foi o índice de eficiência atingido pelo angolano Yanick Moreira, de 23 anos, contra uma Austrália não muito motivada. O pivô marcou 38 pontos e apanhou 15 rebotes, acertando 17 de 24 arremessos. Uma linha estatística que certamente ganhará destaque em seu currículo, na hora de sair do basquete universitário americano em busca de uma carreira profissional.

2 – A Eslovênia entrou em colapso em seu confronto direto com a Lituânia, de olho na primeira posição do Grupo D. A equipe de Dragic venceu o jogo praticamente de ponta a ponta, mas tomou a virada num quarto período desastroso, em que anotou apenas dois pontos, contra 12 do adversário, numa parcial bastante travada. A equipe caiu deste modo para o segundo lugar, sendo posicionada na chave dos Estados Unidos.

Andray Blatche: contagem de arremessos
86! – O pivô mais filipino da Copa do Mundo se despede do torneio – e, quiçá, do mundo Fiba –, com média de 17,2 arremessos por partida, num esforço comovente.  Scola tentou 75 arremessos na primeira fase e foi aquele que mais chegou perto do grandalhão. O argentino, afinal, não tem o apetite suficiente para competir com Blatche, que efetuou 4,4 disparos de três por confronto, a despeito do aproveitamento de 27,3%. Outra estatística que ele liderou foi a de rebotes: 13,8, acima dos 11,4 de Gorgui Dieng e Hamed Haddadi. Seria realmente o fim de uma era? Esperemos que não. Tomara que não.

O que o Giannis Antetokounmpo fez hoje?

Giannis tentou uma enterrada em rebote ofensivo, mas errou a mira. Seria highlight, na certa

Giannis tentou uma enterrada em rebote ofensivo, mas errou a mira. Seria highlight, na certa

Num jogo valendo a liderança da chave, o ala foi limitado novamente a 12 minutos, saindo zerado de quadra. Poxa. De qualquer forma, pegou seis rebotes e deu um toco em Facundo Campazzo sem nem precisar sair do chão. A linha estatística é fraca, mas você precisa vê-lo em ação para acreditar em seu potencial. O garoto de 19 anos ajuda a levar a bola, fecha espaço na defesa e corta linhas de passe com braços muito longos e agilidade e joga com muita energia. A inexperiência ainda custa alguns erros de fundamentos e a perda de posição . Em geral, porém, ele injeta vitalidade a um time muito bem equilibrado.

Tuitando:

Joel Embiid pode nem jogar na próxima temporada, mas já é disparado o favorito a MVP do Twitter na NBA 2014-15. Depois de flertar com a popstar Rihanna em público, mas virtualmente, o pivô camaronês agora corteja o ala-pivô croata, que foi escolhido pelo Philadelphia 76ers no mesmo Draft e fez bela partida contra Porto Rico. O prodígio, porém, só vai se apresentar ao time provavelmente em 2016, após cumprir dois anos de um robusto contrato com o Anadolu Efes, da Turquia.  

O armador finlandês poderia ter definido a vitória sobre a Turquia na terceira rodada. Teve novamente a chance de matar o jogo contra a Nova Zelândia nesta quinta. Passou em branco em ambas as oportunidades, acabando com a festa da torcida mais animada do Mundia. Vai para casa pouco deprimido o rapaz.

O armador soltou os cachorros para cima dos compatriotas durante a amalucada derrota para o Brasil na quarta-feira. Assistam.

Enquanto isso, na Croácia, o jovem Saric desce o porrete na apresentação da equipe, derrotada na véspera pelos gregos por 76 a 65.


O jornalista espanhol resume tudo isso. Viva os basqueteiros balcânicos!

Relembre o Mundial até aqui: 1º dia, , , e 5º.


O 4º dia da Copa do Mundo: E o rúgbi da Austrália?
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram daquelas jornadas triplas da Copa do Mundo da FIFA, né? Um jogão atrás do outro, dominando sua agenda. Pois bem. Pegue esse agito todo e multiplique por quatro. O resultado é a Copa do Mundo da Fiba. É muito basquete num dia só. Com metade do evento de folga, a carga diminuiu um pouco, mas, ainda assim, foram 6 partidas! Uma tabela de estatística vai atropelando a outra, os fatos vão se acumulando, e pode ficar difícil de dar conta de tudo. Vamos dar um passada, então, pela rodada. Para o básico, deixe de ser preguiçoso e acesse o site oficial da competição, né? Veja lá a situação dos grupos e os todos os resultados. O Brasil não jogou.

Não foi a rodada mais empolgante, ainda mais considerando os eventos de tirar o fôlego da segunda-feira. Nesse clima relativo quieto – isso, quando os finlandeses não estavam gritando para apoiar seus rapazes –, a Austrália aproveitou a brecha para mostrar o que é capaz. De ganhar no basquete e no rúgbi, segundo a oposição.

O jogo da rodada: Austrália 82 x 75 Lituânia
Acho curioso isso. Para boa parte da mídai europeia, esse resultado foi encarado como uma tremenda zebra. Um eurocentrismo surpreendente neste sentido, pois a seleção australiana vem juntando diversas peças valiosas para formar um conjunto competitivo. Mesmo sem Patty Mills e Andrew Bogut. O trabalho do Instituto Australiano do Esporte dá o pontapé inicial na maioria dessas carreiras e depois os libera, em geral, para o basquete universitário dos Estados Unidos, pela facilidade do idioma. Quando o prospecto é muito talentoso, acaba indo direto para os profissionais, como no caso de Dante Exum, grande aposta do Utah Jazz, ou do ala Joe Ingles, que está há tempos na Europa. Seus atletas podem ainda não ter o cartaz, ou a grife, mas são muito bem preparados. E estão entrosados já.

Em alta na central de especulações da NBA, Ingles marca Jonas Maciulis

Em alta na central de especulações da NBA, Ingles marca Jonas Maciulis

Com essa base, estariam preparados, ao meu ver, para bater de frente com a Lituânia em qualquer circunstância. Ok, os bálticos têm obviamente mais experiência e melhores resultados recentes. Mas daí a considerar uma vitória dos Boomers uma zebra, já me parece exagero. Imagine, então, o susto que a galera tomou quando viu os australianos vencerem o primeiro tempo por 19 pontos de vantagem! Ingles estava fazendo chover em quadra, acertando chutes de longa distância, chutes em flutuação e botando a canhotinha para funcionar em infiltrações. Se algum scout da NBA estivesse tomando notas a seu respeito pela primeira vez, correria a pedir uma oferta por parte de seu gerente geral. Se bobear, de max contract até. Outro que estava muito bem era o brutamontes Aron Baynes, pivô que foi companheiro de Splitter no Spurs nos últimos dois anos e agora está sem contrato. Ele está fazendo ótimo torneio, aliás, acertando mais de 70% de seus arremessos. Aliás, o repórter Marc Stein, o boa praça do ESPN.com, afirma que o Philadelphia 76ers está interessado, entre outros sete ou oito clubes.

Defensivamente, a Austrália adiantou sua defesa e pressionou bastante a condução de bola dos lituanos. Sem seu principal armador, Mantas Kalnieits, a equipe (que era?) candidata ao pódio penou. Sem brincadeira: por vezes seus Juskevicius e Vasiliauskas eram desarmados antes da linha central (mais sobre isso abaixo, uma vez que o treinador JonasKazlauskas chiou bastante da arbitragem).. No geral, terminaram o confronto com 22 desperdícios de posse de bola – contra 14 dos adversários. É muita coisa.

A Lituânia deu o troco, porém, no terceiro quarto ao anotar, em três minutos, dez pontos em sequência. A partir daí, o panorama se alterou. Os Boomers já não demonstravam mais tanta confiança assim. Baynes (14 pontos e 6 rebotes, 5/12 no FG) e Ingles (18 pontos e 4 assistências, 7/11) foram contidos, e restou ao ala Brad Newley, que já foi considerado uma grande promessa na época de juvenil, mas virou um jogador mediano na Liga ACB, carregar o piano, partindo aos trancos e barrancos para a cesta (10 pontos, 4 rebotes e 2 assistências). A despeito da pressão que pôs no adversário, a seleção europeia, com o ala Renalda Seibutis fazendo as vezes de armador – sem inventividade nenhuma, mas com pulso firme –, não conseguiu aproveitar o momento. Em nenhum momento assumiu a liderança do placar e viu o veterano David Andersen matar dois ou três chutes de média distância nos dois minutos finais para garantir a vitória. Os times agora estão empatados com dois triunfos e um revés na zona de classificação do Grupo D. A Eslovênia lidera.

Um causo
Para ficar na seara de beligerância e um país na Oceania, registramos aqui os protestos inflamados do técnico lituano Jonas Kazlauskas após a derrota para a Austrália. Sem delongas, segue o discurso do veterano, que já dirigiu a China: “Já estive na Austrália algumas vezes. Esse é o estilo de basquete que eles jogam. Eu chamo de basquete-rúgbi. O modo como os árbitros apitaram foi favorável para eles. Especialmente contra nossos jovem armadores, que não embalaram. Talvez esse tipo de basquete, no qual por vezes você não entende o que está acontecendo, seja tolerado nos países de onde os juízes são”.

Um dos integrantes do trio de arbitragem era o brasileiro Marcos Benito, ao lado do porto-riquenho Luis Roberto Vazquez e do dominicano Reynaldo Mercedes, que era o principal. Do que vi no jogo, é fato que os australianos jogaram de modo físico, mas não acho que tenham exagerado na dose. No total, para constar, foram marcadas 44 faltas, 23 para os australianos.

E aí? Quem quer brincar de rúgbi com o Nathan Jawai?

E aí? Quem quer brincar de rúgbi com o Nathan Jawai?

A surpresa: Os 20 minutos sul-coreanos de fama
Depois do que Senegal e Filipinas andaram fazendo no Grupo B…. Após fazerem um primeiro tempo totalmente equilibrado contra a Eslovênia… É de se imaginar que os jogadores da Coreia do Sul tenham se reunido no vestiário, todos eles inspirados, falando bastante, discutindo os acontecimentos e, num ápice de emoção, começaram a se questionar: “Por que não? Por que nós também não podemos?”, num elevado tom de voz. Vibrantes. Aí a sirene do ginásio nas Ilhas Canárias tocou, e era hora de eles voltarem para o jogo e despertaram do sonho. Quando voltaram para a segunda etapa, estavam perdendo apenas por 40 a 39. Ao final da partida, o placar foi de 89 a 72, com os eslovenos abrindo já 14 pontos no terceiro quarto. Goran Dragic, sempre ele, marcou 22 pontos em 25 minutos. Foi a terceira derrota da Coreia, mas pelo menos eles nos deixam esta memória: o armador Chan Hee Park usando o quadradinho para acertar seus lances livres.

Alguns números
73 – arremessos foram desperdiçados por ucranianos e turcos nesta jornada. As duas equipes acertaram apenas 43 de 116 tentativas. No fim, a Ucrânia – só ela para nos proporcionar jogos terríveis desses – venceu por 64 a 58 e ficou em boa posição para se classificar no Grupo C.

40 – Ao superar a Angola por 79 a 55, o México ficou muito perto de assegurar a quarta posição do Grupo D. Antes de pensar nisso, porém, vale comemorar sua primeira vitória no Mundial depois de 40 anos. Gustavo Ayón segue levando sua emergente seleção adiante, com 17 pontos e 12 rebotes. Dessa vez, ele contou com valiosa ajuda do ala Héctor Hernández, que marcou 24 pontos, 18 deles em cestas de três.

#Susijengi

#Susijengi

29 – Foi o índice de eficiência do pivô dominicano Eloy Vargas, o maior do dia ao lado do armador Petteri Koponen, obtido em vitória sobre a Finlândia por 74 a 68, num confronto direto pelo Grupo C. Os caribenhos estão vivos na disputa, muito por conta da força do jogador revelado pela universidade de Kentucky, que somou 18 pontos e 13 rebotes, dominante na zona pintada – nenhum finlandês conseguiu pegar mais que seis rebotes. No total, sua equipe pegou 47, contra 28, diferença brutal e suficiente para silenciar o mais caloroso de toda a competição: sim, a torcida do gélido país escandinavo.

19 – O armador ucraniano Olexandr Mishula, 22 anos, basicamente surtou nesta terça, terminando como o cestinha, com 19 pontos. Ele nunca havia marcado mais que 10 pontos num jogo oficial pela seleção principal. Nas duas rodadas anteriores, havia anotado 16 pontos – em minutos reduzidos, é verdade. Com a lesão de Sergii Gladyr, o técnico Mike Fratello precisava desesperadamente de alguém que pudesse pontuar e criar no perímetro, e parece ter suprido essa carência com o jovem atleta, que não fugiu da responsabilidade no quarto período.

4 – Quatro seleções estão invictas ao final de três rodadas: Estados Unidos, Espanha, Grécia e Eslovênia, líderes dos quatro grupos do Mundial.

Outro causo
A gente imaginava que, no dia 2 de setembro de 2014, a história de a Nova Zelândia fazer o Haka antes de seus jogos já não fosse nem mais nota de rodapé. Acontece que, na primeira rodada, a Turquia virou de costas para os oponentes, indo para o banco de reservas atendendo ao chamado do técnico Ergin Ataman. Os Tall Blacks acharam isso um baita desrespeito. Nesta terça, contra os norte-americanos, alardeados por muita gente do contra como “arrogantes”, ficaram lá, na metade da quadra deles, observando tudo. No clipe abaixo, a expressão de Derrick Rose e James Harden está até engraçada. No final, aplaudiram a dança:

O jogo? Hã… Os neozelandeses até que não fizeram tão feio. Quer dizer, perderam por 98 a 71, e tal. Mas vejam só: chegaram a ganhar o terceiro período por 19 a 18! Na primeira parcial, estavam atrás no marcador apenas por 27 a 20. Então não foi de todo o pior, mesmo, não. Anthony Davis e Kenneth Faried barbarizaram novamente no garrafão, com uma capacidade atlética realmente apelativa, com 36 pontos e 20 rebotes em conjunto. Das enterradas eu já perdi a conta, mas foram cenas fortes. Claro que nada tão impressionante como a apresentação inicial os homens de preto.

Andray Blatche: contagem de arremessos
O pivô mais filipino da Copa e seus assessores não foram para a quadra hoje, tendo a chance de repensar toda a emoção que viveram  contra argentinos e croatas, podendo muito bem terem chocado o mundo do basquete. De qualquer forma, mesmo que não tenha jogado, Blatche mantém a liderança no ranking de quem mais chutou no torneio até agora, com 51 tentativas de cesta em três partidas. Pau Gasol é o segundo, com 43. Se os árbitros não o tivessem boicotado na véspera, certeza de que um dos jogadores mais odiados da história do Washington Wizards teria uma liderança confortável neste ranking. Sacanagem.

O que o Giannis Antetkounmpo fez hoje?
Também seu dia de folga,  gente espera que, no seu dia de folga, a revelação grega tenha descansado um pouco, saído de tapas mais tarde e curtido um pouco as ruas de Sevilla – em vez de ficar sentado o dia inteiro no quarto do hotel jogando videogame!

Tuitando:

Na arquibancada da ucraniana, um senhor flagrado constantemente pelas câmeras da Fiba TV. Todos nós assumimos que seja o paí do armador Eugene “Pooh” Jeter, mais um americano naturalizado. Pooh precisava de todo o apoio possível, mesmo. Marcou dez pontos, deu seis assistências, mas foi muito incomodado pela defesa turca, desperdiçando a bola cinco vezes. Além disso, errou oito de seus dez arremessos. Sua equipe venceu, porém. 


Para termos uma ideia do quanto funcionou como sonífero o embate entre Ucrânia e Turquia. Na reta final da partida, o pivô Omer Asik, um excelente reboteiro e defensor, mas um atacante bastante limitado, liderava a tabela dos cestinhas. Algo difícil de acreditar e aturar.

A maré branca para acompanhar os #susijengi na Espanha.

Esse tweet ainda repercute um jogo do Yugobasket (aliás, vai ser difícil encontrar melhor nome de conta que esse) de ontem, mas a declaração é imperdível: “Se eu pudesse escolher, eu nunca teria nascido nos Bálcãs. Devido à nossa mentalidade, sempre sofremos em jogos como esse contra Senegal”, diz o técnico da seleção croata, depois da inesperada derrota para os africanos.

Relembre o Mundial até aqui: 1º dia, e .


O 1º dia da Copa do Mundo de basquete
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram daquelas jornadas triplas da Copa do Mundo da FIFA, né? Um jogão atrás do outro, dominando sua agenda. Pois bem. Pegue esse agito todo e multiplique por quatro. O resultado é a Copa do Mundo da Fiba. É muito basquete num dia só: 12 partidas! Uma tabela de estatística vai atropelando a outra, os fatos vão se acumulando, e pode ficar difícil de dar conta de tudo. Vamos dar um passada, então, sobre a rodada. Para o básico, deixe de ser preguiçoso e acesse o site oficial da competição, né? Veja lá a situação dos grupos e os todos os resultados. Sobre a vitória brasileira sobre a França, clique aqui.

O jogo do dia: Croácia x Andray Blatches (vulgo Filipinas)
Quem diria, né? O jogo de abertura da Copa do Mundo também foi aquele mais dramático, definido apenas na prorrogação, com as Filipinas dando um senhor susto na Croácia. A equipe balcânica chegou a abrir vantagem de 15 pontos. Venceu o primeiro quarto por 23 a 9, mas permitiu a reação do oponente.  No quarto período, Jeff Chan teve a bola do jogo nas mãos, mas errou um arremesso de três, desequilibrado, no estouro do cronômetro. No minuto final da prorrogação, o classudo Bojan Bogdanovic matou quatro lances livres, chegando a 26 pontos, para afastar a zebra (81 a 78) e esfriar a galera filipina, que lotou a arena em Sevilha. É deste Grupo B que sairá o adversário brasileiro nas oitavas de final.

Jeff Chan, foi quase

Jeff Chan, foi quase

A surpresa
Selem Safar. Aos 27 anos, ala argentino fez sua estreia numa competição de alto nível – sim, a esculhambada Copa América de 2013 não conta – e arrepiou a defesa porto-riquenha ao anotar 18 pontos em 29 minutos. Um terço de seus pontos vieram de tiros de longa distância, com 4/8, número fundamental para abrir a quadra para Scola, Herrmann e Nocioni operarem (50 pontos para o trio + 30 rebotes!!!). O resultado foi uma sacolada inesperada dos hermanos neste clássico latino-americano: 98 a 75. Safar é daqueles arremessadores, digamos, temperamentais. Nas últimas três temporadas da liga argentina, teve, respectivamente, 38,7%, 32,5% e 37,6% de aproveitamento. Quando pega confiança, porém, vira um terror. Raulzinho e Rafael Hettsheimeir, que o enfrentaram no Sul-Americano, sabem. No quarto período, engatou uma sequência de disparos da zona morta que culminou em virada na semifinal.

Selem Safar deu as caras contra Porto Rico

Selem Safar deu as caras contra Porto Rico

A surra
Os Estados Unidos venceram a… Finlândia. Por 114 a 55. Agora espere um pouco, por favor. Vamos fazer umas contas.

(…)

(…)

É, dá mais que o dobro.

Foi a maior contagem de uma equipe na jornada de abertura, acima dos 98 da Argentina. Klay Thompson se esbaldou, com 18 pontos em 22 minutos. Pegava na bola e fazia cesta. Mas sua média fica bem abaixo do que Anthony Davis conseguiu. O monocelha marretou 17 pontos em 14 minutos. Baita apelão. Os 12 atletas norte-americanos pontuaram.

Pau Gasol sobrou contra o Irã

Pau Gasol sobrou contra o Irã

Alguns números
100% –
O pivô Jonas Valanciunas não errou nenhuma de suas oito tentativas de cesta em vitória da Lituânia contra o México por 87 a 74. O curioso é que, com o jogador do Toronto Raptors em quadra,  sua seleção perdeu por -2 pontos.

37,7% – Das equipes que conseguiram vencer neste sábado, o Brasil teve o pior aproveitamento nos arremessos: 37,7%, bastante atrapalhado pela envergadura dos defensores franceses e também por sua própria movimentação de bola deficiente. Mesmo os sacos de pancada Egito e Irã foram superiores neste quesito, com 39% e 38,1%, respectivamente.

34 + 33 – Pau Gasol iniciou de maneira dominante aquele que talvez seja seu último torneio pela Espanha. Contra a frágil equipe do Irã, em vitória por 90 a 60, ele marcou 33 pontos em 29 minutos, acertando 60% dos seus arremessos e 90% nos lances livres. Foi o cestinha da rodada e também o atleta com o maior índice de eficiência (34, contra os 26 do senegalês Gorgui Dieng em derrota por 87 a 64 para a Grécia).

26 – minutos em que Goran Dragic foi aproveitado pela Eslovênia em vitória sobre a Austrália por 90 a 80. O jogo não foi fácil. Então por que o astro do Phoenix Suns ficou 14 minutos no banco de reservas? É que a franquia do Arizona e a federação eslovena chegaram a um acordo: existe um limite de minutos para que o armador seja aproveitado – uma situação que vale monitorar daqui para a frente. Contra os aussies, ele também cometeu quatro faltas, o que também contribui. o Quando jogou, Dragão aproveitou ao máximo, somando 21 pontos, sete rebotes e quatro assistências.

18 – Foi o número de assistências que Pablo Prigioni e Facundo Campazzo somaram. Para contextualizar, apenas dois times no geral deram mais passes para cesta do que os dois armadores argentinos: EUA (20) e Grécia (19). Esta vitória argentina rendeu, viu?

10 – Foram os limitados minutos para Omer Asik na estreia turca. Que coisa. O veterano Keren Gonlum e o jovem Furkan Aldemir começaram como titulares. Mas quem mandou bem, mesmo, no garrafão foi o gigante Ogus Savas, do Fenerbahçe, que anotou 16 pontos em 12 minutos, acertando 5/8 nos arremessos e 6/7 nos lances livres.

Um causo
A Nova Zelândia abriu sua participação na Copa do Mundo da mesma maneira de sempre: fazendo o Haka em quadra. Acontece que a Turquia não deu nem tchum para eles. Foram para o banco bater um papo com o técnico Ergin Ataman. O gesto teria sido considerado ofensivo pelos Kiwis. “A Turquia sempre nos respeitou nas outras vezes que jogamos, mas hoje, não. Eles ofenderam algo que representa nosso país, nossa cultura, nossa tradição. É uma coisa para eles falarem. Nós temos muito orgulho de fazê-lo. É algo que nos une e que seguiremos fazendo no resto do torneio”, afirmou o pivô Frank Casey, de 36 anos, que é americano naturalizado neozelandês. Ataman respondeu: “Respeitamos muito a importância do Haka para a Nova Zelândia, mas queria manter concentrada nossa equipe, porque se tratava de um jogo importante. Se todas as equipes fizerem um ritual histórico de dois minutos anes dos jogos, não nos concentraremos”. A Turquia venceu por 76 a 73. Concentração é tudo.

Dois hippies neozelandeses buscam o rebote, depois do Haka

Dois hippies neozelandeses buscam o rebote, depois do Haka

Andray Blatche: contagem de arremessos
24! – O jogador mais filipino do torneio saiu de quadra todo orgulhoso com seu esforço: tentou 24 dos 79 arremessos do time asiático, que quaaaase derrotou a Croácia. Seu aproveitamento foi de 7/20 nos tiros de dois pontos e 3/4 de longa distância (28 pontos, com mais 12 rebotes). Mas não importa: se os alas Jeff Chan e Marc Pingris não tivessem ousado combinar para 18 arremessos entre eles e feito mais passes para Blatche, quem sabe não teriam vencido o jogo!? Absurdo.

Blatche precisa da bola. Deem uma bola para Blatche

Blatche precisa da bola. Deem uma bola para Blatche

Nueva Zelanda estuvo a punto de dar la sorpresa e imponerse a Turquía en su primer partido en el Mundial. Un choque que estuvo marcado por la tradicional ‘haka’ maorí que los otomanos tuvieron a bien ver desde el banquillo creando una fuerte controversia

“Turquía nos respeto siempre otras veces pero ellos decidieron no hacerlo con nuestra Haka esta ocasión. Ellos eligieron no respetar y ofendieron algo que representa a nuestro país nuestra cultura, nuestro equipo y nuestra tradición. Es cosa de ellos. Nosotros nos sentimos muy orgullosos de ello. Es algo que nos une y seguiremos haciéndolo el resto del torneo”, señaló a MARCA Frank Casey, jugador de Nueva Zelanda.

“Turquía nos respeto siempre otras veces pero ellos decidieron no hacerlo con nuestra Haka esta ocasión. Ellos eligieron no respetar y ofendieron algo que representa a nuestro país nuestra cultura, nuestro equipo y nuestra tradición. Es cosa de ellos. Nosotros nos sentimos muy orgullosos de ello. Es algo que nos une y seguiremos haciéndolo el resto del torneo”,

“Turquía nos respeto siempre otras veces pero ellos decidieron no hacerlo con nuestra Haka esta ocasión. Ellos eligieron no respetar y ofendieron algo que representa a nuestro país nuestra cultura, nuestro equipo y nuestra tradición. Es cosa de ellos. Nosotros nos sentimos muy orgullosos de ello. Es algo que nos une y seguiremos haciéndolo el resto del torneo”,

O que o Giannis Antetokounmpo fez hoje?
Foram 11 pontos em 19 minutos para o prodígio grego, com mais cinco rebotes e três roubos de bola contra o Senegal de Gorgui Dieng. Detalhe: sete pontos saíram na linha de lance livre, numa prova da mentalidade cada vez mais agressiva do ala do Milwaukee Bucks. Agora, se sete pontos saíram desta maneira, sobram apenas quatro para cestas de quadra. Dois deles saíram assim:

   

Tuitando:

Com cinco jogos em seis dias pela primeira fase, tem de se cuidar, mesmo. E será que tem algum jogo em que Varejão não saia estrupiado?

O analista do NBA.com geralmente se apega aos números. No mundo Fiba, solta um pouco seu humor com uma performance dominante de Pau Gasol – contra ala-pivôs iranianos.


Ex-dirigente do Phoenix Suns, hoje colunista do ESPN.com, Amin Elhassan relembra a dificuldade do time em acertar o nome do finlandês Petteri Koponen durante os treinos pré-Draft. Koponen, um armador vigoroso, acabou sendo escolhido pelo Portland Trail Blazers no Draft, antes de ser repassado para o Dallas Mavericks. Mas ele nunca jogou nos Estados Unidos. Hoje defende o Kimkhi, da Rússia.


Onda de eliminações surpreendentes atinge Europa; Finlândia passa, Rússia e Turquia ficam
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Giancarlo Giampietro

Koponen e o expresso finlandês

A Finlândia de Petteri Koponen (d) apronta no EuroBasket

A Copa América ainda realiza nesta terça e quarta-feira sua disputa por medalhas. O EuroBasket ainda caminha para sua segunda rodada. De qualquer forma, com o AfroBasket e o Campeonato Asiático já encerrados, um cenário nesta temporada 2013 já fica bem claro: as seleções desfalcadas e, antes de tudo, despreparadas tendem a ficar pelo caminho, não importando seu histórico ou potencial.

Para quem ainda não juntou tudo o que vem acontecendo nessas últimas agitadas semanas, segue uma lista das principais seleções habituadas a frequentar a Copa do Mundo, mas que já estão eliminadas, dependendo agora exclusivamente de um dos quatro convites disponibilizados pela Fiba para entrar na festa:

Europa
Alemanha, Rússia e Turquia (a lista vai acrescer ainda, pois ainda temos 12 times vivos disputando seis vagas).

Américas
Brasil e Canadá.

África
Nigéria e Tunísia.

Ásia
China.

Nesse apanhado de times, em termos de elenco, há de tudo: extremamente desfalcados (Brasil, Alemanha, Rússia), moderadamente desfalcados (Canadá) e os que tinham basicamente o que têm de melhor em quadra e, ainda assim, fracassaram (Turquia, Nigéria e China). Então não é que tenha uma explicação única por trás dessas surpresas.

Nem mesmo no caso das ausências. Por exemplo a Rússia. Ficar sem Andrei Kirilenko ou Viktor Khryapa já seria ruim – ainda mais AK, Kirilenko, cuja escalação tem feito toda a diferença nos últimos anos, ganhando bronze olímpico em Londres ou conquistando um EuroBasket batendo a Espanha lá. Agora, perder os dois ao mesmo tempo? A coisa complica, mesmo. Mas o que teria pesado mais para o fiasco de uma eliminação na primeira fase do campeonato continental? Não contar com seus dois principais jogadores (+ os gigantescos Timofey Mozgov e Sasha Kaun) ou o fato de não terem mais o inventivo David Blatt no comando? Ou que seu substituto, o grego Fotios Katsikaris, tenha pedido demissão agora em julho e a bomba, caído no colo de Vasily Karasev, ex-armador da seleção nacional que virou técnico em 2010 e só assumiu um time adulto pela primeira vez em 2012?

Sim, foi dessa forma que os caras chegaram ao torneio continental, em frangalhos, com um treinador jovem e, pior, interino. Aí não há Aleksey Shved, Vitaly Fridzon ou Sergey Monya que deem conta e evitem uma campanha de apenas uma vitória em cinco partidas, perdendo para Finlândia e Suécia.

E sobre quem foi esse único triunfo?

A Turquia. Sim, a Turquia de Ersan Ilyasova, Omer Asik, Hedo Turkoglu, Semih Erden, Emir Preldzic e outros. Que também venceu apenas um jogo, contra os suecos, igualmente eliminados. Que também definiu seu treinador de última hora, ainda que  este não fosse uma novidade: o experiente e vencedor Bogdan Tanjević, com quem foram vice-campeões mundiais em 2010 (jogando em casa, diga-se).

Foi aquela boa e velha baderna: dificuldade para definir o grupo final, um monte de grandalhões no mínimo competentes, mas armação falha, Turkoglu se comportando como o craque nunca foi e amassando o aro (indesculpável  aproveitamento 17,9% nos arremessos de quadra), atletas desinteressados durante pedidos de tempo, o ignorado Enes Kanter dando risada no Twitter depois da eliminação em uma derrota para os arquirrivais da Grécia para, depois, decidir que não era a melhor ideia, apagando o post… Enfim, tudo o que de caótico você pode esperar, ainda que dinheiro não seja problema para a federação local e que suas principais estrelas estivessem fardadas.

Hahahaha, Kanter

Turkoglu sozinho deve ganhar mais que todo o elenco finlandês, mas isso não foi o suficiente para evitar o revés por 61 a 55 na estreia diante dos nórdicos, que lideraram o confronto de ponta a ponta. Quem podemos destacar nesse time? O armador Petteri Koponen é o mais conhecido e talentoso. Aos 25 anos, ele defende o endividado Khimki Moscou, tendo sido selecionado na 30ª posição do Draft de 2007 pelo Portland Trali Blazers, mas cujos direitos foram repassados mais tarde ao Dallas Mavericks. Um jogador corajoso e atlético, que vem liderando sua equipe com 14 pontos, 4,8 assistências e 3,8 rebotes no torneio. Para os torcedores mais saudosistas do Atlanta Hawks, listamos também o pivô Hanno Mottola, aparentemente um imortal aos 37 anos, que jogou na NBA entre 2000 e 2002 e voltou a jogar depois de ter anunciado a aposentadoria em 2008!

Pois é. Estamos numa temporada em que avança a Finlândia, enquanto Rússia e Turquia ficam pelo caminho, não importando quem tenha se apresentado.

Ter Ike Diogu e Al-Farouq Aminu também não livrou a Nigéria de uma derrota para Senegal nas quartas de final na África. A Tunísia caiu ainda mais cedo, nas oitavas, diante do Egito, mesmo apresentando a base campeã continental em 2011. Na Ásia, da mesma forma precoce dançou a acomodada China, com Yi Jianlian e tudo, em uma derrota para Taiwan. Num início de trabalho com Steve Nash atuando como dirigente, o Canadá conseguiu juntar boa parte de sua molecada talentosa da NBA, mas lhe faltou experiência na luta pela vaga no hexagonal americano.

A distância entre as supostas potências (ou “favoritos”) e os (não mais) eternos sacos de pancada diminuiu consideravelmente. Entrar com credenciais já não serve de mais nada. Esses vão ter de jogar, e jogar bem, para vencer, como os jamaicanos deixaram claro para brasileiros e argentinos.

Daí vem a frustração com o trabalho de Rubén Magnano este ano – especificamente neste ano. Com o time completo talvez a campanha brasileira na Copa América tivesse sido completamente diferente, muito provavelmente sim, mas, considerando o que vem acontecendo em todo o globo, nem mesmo essa hipótese pode ser mais encarada como uma garantia. E, de qualquer forma, essa hipótese, de time completo, já estava  aparentemente descartada para todos, menos o treinador.

Num contexto em que todos se veem no mesmo balaio, o argentino era para ser um trunfo da seleção brasileira, alguém que pudesse fazer a diferença, deixando-a bem preparada para as batalhas que viriam. Obviamente não aconteceu dessa vez. Difícil aceitar isso, até para ele, e daí saem os ataques aos que não embarcaram, de pura frustração. Que ele se acostume a partir de agora.

No mundo Fiba versão 2013, de fácil, mesmo, só a vida de Austrália e Nova Zelândia, que só precisa cumprir tabela em dois amistosos no (coff! coff!) Campeonato da Oceania para garantirem suas vaguinhas.


Austrália é o sexto país a se garantir na Copa do Mundo de basquete masculina
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Giancarlo Giampietro

Impressionante. Dá para acreditar numa coisa destas!?

Na Oceania, a Austrália conseguiu duas vitórias sobre a Nova Zelândia, se sagrou campeã continental e garantiu a sexta vaga na Copa do Mundo de basquete masculina de 2014.

A Formiguinha Atômica

Patty Mills, e tudo numa boa na Oceania

Passado o susto, um breve resumo sobre o que aconteceu na série. Na primeira partida, em Auckland, fora de casa, os Boomers venceram por 70 a 59. Na segunda, deu 76 a 63. Bem, vemos, então, que não chegou a ser uma surra para os australianos mas eles também não chegaram a ter grandes problemas.

Os dois jogos apresentaram um padrão: a Austrália saiu na frente, a Nova Zelândia venceu sempre o segundo quarto (saldo de +19 pontos para eles em 20 minutos, vai entender), e aí que os favoritos voltavam do vestiário dispostos a acabar com a brincadeira, colocando forte pressão em cima da bola, com uma marcação adiantada, desestabilizando os Tall Blacks, que não contam com bons armadores.

“Fiquei bastante satisfeito com a defesa da equipe, em termos de aonde temos de ir, nos posicionar, avançando em quadra e  perturbando”, afirmou o técnico Andrej Lemanis, técnico local que assumiu o comando da seleção no lugar de Brett Brown, ex-assistente de Gregg Popovich e recém-nomeado treinador do Philadelphia 76ers. Lemanis dirigiu o New Zealand Breakers por oito temporadas consecutivas e vem de um tricampeonato na liga australiana.

O cestinha dos Boomers nos dois confrontos foi o armador Patty Mills – e aqui não há nenhuma surpresa também. Disparado o jogador mais perigoso com a bola entre os escalados, ele anotou 41 pontos em 59 minutos no confronto, acertando 50% dos arremessos (66,7% de dois e 38,9% na linha de três pontos).

Vestindo a camisa de sua seleção, Mills tem sinal verde para disparar. O time adota uma configuração interessante para liberar seu matador, com múltiplos jogadores de drible talentoso. Lemanis confiou que Matthew Dellavedova, Adam Gibson e Joe Ingles pudessem levar a bola, ajudando a desafogar o jogo a Formiguinha Atômica do Spurs entrar em ação.

Outro ponto interessante dos confrontos foi a possibilidade de dar cancha ao ala-armador Dante Exum e ao ala Ben Simmons, dois garotos nascidos, respectivamente, em 1995 e 1996. Juntos, eles tiveram 25 minutos nas duas partidas. Exum é considerado uma das maiores promessas do basquete mundial, vindo de um torneio dominante no Mundial Sub-19 deste ano, enquanto o caçula Simmons joga no basquete colegial norte-americano.

Esses são todos atletas versáteis, talentosos e ainda em um ponto de evolução nas suas carreiras, de modo que a Austrália vai chegar ao Mundial bem servida no per≥ímetro. Contra os neozelandeses, os pivôs Andrew Bogut e Aaron Baynes foram desfalques, deixando que o decadente David Andersen segurasse as pontas acompanhado de Luke Nevill e do jovem Cameron Bairstow. Com o garrafão completo, temos aí um time capaz de incomodar muita gente.

E sai para lá, Taiti.

 


Campeão asiático, Irã está no Mundial. E o que mais sobre o 1º torneio classificatório?
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Giancarlo Giampietro

Haddadi ali com o bração aberto

Irã: WE ARE THE CHAMPIONS! Via @HamedHaddadi

A profecia se fez como previsto: 2013, e Hamed Haddadi lidera o Irã a mais um título do campeonato asiático da Fiba. Como MVP, claro.

Daria para fazer aquela autopromoção básica, né? Sacar aquele bacaninha, supimpa “conforme antecipamos”, mas isso já está mais batido que a própria rotina de glórias e dominância do pivô no vasto continente. Pensou em basquete de seleções na Ásia, pensou em Haddadi, meus amigos.

Na final, já com a vaga na Copa do Mundo da Espanha 2014 garantida, o iraniano se aproveitou da ausência do americano Marcus Douthit e trucidou os pivôs das Filipinas, os donos da casa, somando 29 pontos, 16 rebotes e 2 tocos, matando 12 de 15 arremessos de quadra, em 29 minutos. Escreveria aqui que ele teve sua jornada de Shaquille O’Neal, mas nem isso vale, já que converteu 71,4% de seus lances livres.

Agora, descentralizando um pouco o post, fugindo da sombra de Haddadi, vale destacar que a final em Manila não foi exatamente um passeio para o país do Oriente Médio. O primeiro tempo terminou com uma vantagem de apenas um ponto (35 a 34) para os visitantes. Até que as parciais de 27 a 19 e 23 a 18 nos quartos seguintes resolveram a parada (85 a 71).

Foi um contraste de duas abordagens ofensivas distintas.

Os filipinos, por Deus!, arremessaram 34 vezes da linha de três pontos, contra 35 de dois. Por uma mísera e infeliz bolinha de dois que eles não conseguem a maioria absoluta das tentativas do meio da quadra. Um pecado certamente lamentado por Porto Rico e muitos patrícios. Não importando de onde dispararam, o fato é que a turma deixou os dois aros significativamente avariados, com uma pontaria de apenas 31,9% no geral – se de fora eles fizeram 29,4%, não dá para dizer que havia uma bola de segurança interna (apenas 34,3%).

Já os iranianos ao menos tinham Haddadi para desequilibrar. Com ele, acertaram 61,4% dos chutes de dois pontos, para compensar os desastrosos 17,6% de longa distância (3/17, uma blasfêmia). Eles também se atrapalharam todos com a bola, cometendo 19 turnovers.

De todo modo, mesmo com essa carência evidente no seu jogo de perímetro, é de se admirar o fato de que o Irã tocou sua campanha sem contar com a ajuda de nenhum estrangeiro, algo cada vez mais raro em competições internacionais. Jogaram, mesmo, e de forma competente, com seus Davoudichegani, Afagh e Jamshidijafarabadi, para pesadelo dos locutores nacionais.

Coreia é bronze!

Coreia do Sul de Eric Sandrin está na Copa também

O mesmo vale, aliás, para a Coreia do Sul, que beliscou a terceira vaga ao bater Taiwan na disputa pelo bronze, por 75 a 57. Quer dizer, se formos levar ao pé-da-letra, havia um estrangeiro no time: o veterano ala-pivô Lee Seung-Jun, de 35 anos, também conhecido como Eric Sandrin, norte-americano filho de uma coreana e que andou jogando até mesmo pelo Brasil na década passada – foi parceiro de Sandro Varejão e Ratto no Brasília. Andarilho, passou também por Luxemburgo e Portugal até se estabelecer lá por perto de Seul. Então é como se ele fosse um Scott Machado veterano.

Para os torcedores saudosistas do Portland Jail Blazers, a nota triste fica pela ausência do gigante Ha Seung-Jin. Xuim. Nesta preliminar, o sul-coreanos ensinaram aos filipinos como se faz, convertendo 45,8% de seus arremessos de três pontos (pontaria superior ao que tiveram de dois, 43,9%). Inicialmente, esse número seria um alívio. Tudo o que gostaríamos de escrever aqui era que, a despeito de toda essa mudança climática e da revolução 2.0, ainda poderíamos respirar em paz sabendo que um time coreano ainda chuta bem de fora. Mas, no geral, eles tiveram rendimento de apenas 34% no campeonato (66/194), algo alarmante. Estamos todos fritos, mesmo.

Quer dizer: todos menos Haddadi.

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A China, com todo a grana, astros (ou ‘astros’, coff, coff!) da NBA importados para sua liga nacional, protagonizou a grande façanha do Campeonato Asiático, ao ficar sem vaga direta para a Copa do Mundo. A equipe passou por um papelão na fase de quartas de final ao perder Taiwan por 96 a 78. Justo para quem! Nessa partida, os chineses venceram o primeiro tempo por dez pontos de vantagem, mas tomaram uma virada escandalosa no terceiro período (31 a 12). Para registrar, o pivô Yi Jianlian perdeu alguns jogos no torneio devido a uma contusão, mas esteve em quadra nos mata-matas. Em cinco jogos, ele teve médias de 17,4 pontos e 6,6 rebotes em apenas 24,6 minutos por partida. Na hora de distribuição dos quatro convites para o torneio, porém, é bem provável que a Fiba lhes reservem um.

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Interessante a classificação das Filipinas para o Mundial. O país é doente por basquete, a ponto de entender que JaVale McGee é uma espécie de Deus – vejam que coração bom têm os católicos de lá. Kobe Bryant anda por lá neste momento, enfrentando tempestade e tudo, LeBron James fez uma visita-relâmpago há pouco, e a capital Manila conta com uma arena de primeiro nível, que, depois de receber o torneio continental neste mês, vai acolher um amistoso de pré-temporada entre Rockets e Pacers, no dia 10 de outubro.

Mall of Asia Arena

A Mall of Asia Arena, com capacidade para 16 mil espectadores

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Os torneios qualificatórios regionais continuam nesta semana com o clássico entre Austrália e Nova Zelândia, na Oceania. O primeiro jogo será na quarta-feira, em Auckland, e o segundo, domingo, em Canberra. Com Patty Mills, Joe Ingles, David Andersen, Matthew Dellavedova e a revelação Dante Exum no elenco, os Boomers são claramente os favoritos. Pelos Tall Blacks, nada de Steven Adams (jovem pivô selecionado na 12ª posição do Draft da NBA pelo Oklahoma City Thunder) e do veterano Kirk Penney. Destaque para o ala-armador Corey Webster, um cestinha explosivo, e para o ala faz-tudo Tom Abercrombie.


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