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Paul Pierce venceu os playoffs. Agora não sabe se continua
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Giancarlo Giampietro

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Já temos as duas finais de conferência definidas com Golden State Warriors x Houston Rockets e Atlanta Hawks x Cleveland Cavaliers, com os dois primeiros cabeças-de-chave de ambos os lados ainda no páreo, algo que não acontece desde… Desde… O ano passado. Ufa, nem precisou pesquisar tanto assim. De todo modo, ainda vamos falar sobre o Paul Pierce, tá? O cara que venceu estes playoffs da NBA. E que agora vai passar por alguns dias, ou talvez algumas semanas de indecisão, sobre aquele tema que atormenta qualquer jogador: é a hora de parar?

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“Eu nem sei se vou conseguir jogar mais basquete”, afirmou, nos vestiários do Verizon Center em Washington, após a dolorida e derradeira derrota para o Atlanta Hawks, na sexta-feira. Aquele jogo em que ele até acertou um arremesso (supostamente) decisivo, que levaria a partida para a prorrogação. DeMarre Carroll inicialmente mal poderia acreditar, até respirar aliviado. “O John Wall entregou na mão dele, e eu o perseguia. Quando girei e vi Paul Pierce arremessando a bola, estava prestes a chorar. Pensei: ‘De novo não’. Ela caiu, mas os deus do basquete estavam ao nosso lado. Eles nos permitiram passar por essa”. O ala do Hawks, claro, tinha em mente a cesta matadora do Jogo 3, dessa vez sem dúvida alguma sobre sua validade. Aquela que levou Pierce a dar uma declaração já célebre. Dias depois, porém, não haveria bravata, ao ser informado que a bola havia saído atrasada de sua mão direita por qualquer coisa de um ou dois décimos de segundo. Não valeu, e o recurso tecnológico está aí para isso.

Não foi a única cesta do veterano que parecia encaminhar o Wizards à final do Leste, para depois ser revertida. No Jogo 5, ele matou uma bola de três pontos, da mesma zona morta, a 8s3 do fim, para colocar seu time acima no placar, 81 a 80. Na posse de bola seguida, no entanto, o Hawks conseguiu a virada com uma jogada excepcional de Al Horford na coleta do rebote e a cravada. (Aqui, teve de engolir um tremendo de um sapo. No momento em que acertou seu chute, estava ao lado do banco adversário. Gritou para todos ouvirem: “Acabou a série”. Não foi bem assim.)


Mesmo um jogador com a personalidade e rodagem de Pierce sente o baque após duas frustrações seguidas dessa. Ele achou que havia feito sua parte, mas não foi o suficiente. Saiu de quadra emocionado na eliminação, o que durou até a hora das entrevistas. Uma cena bastante incomum de se presenciar quando o assunto é Paul Pierce. E aí, quando começou a falar, tudo fez sentido. Saiu este baita depoimento:

“Honestamente, o que passava por minha cabeça é que eu não tenho muitos jogos desses mais sobrando. Talvez não tenha mais nenhum, mesmo. Essas caminhadas durante uma temporada regular de NBA, durante os playoffs são muito emotivas. Ela exige muito não só de seu corpo, mas de sua mente, de seu espírito. Afeta não só você, mas as pessoas ao seu redor. Em dias como esse, você vai para casa, está com sua família, mas não sente vontade de falar com eles, nem de fazer nada devido ao que o jogo causa. Derruba você. Você vai para casa, e foi um dia ruim. É duro. As pessoas acham que você apenas joga basquete e vai para casa, e está com corpo dolorido. Não é isso. Mentalmente e as pessoas ao seu redor: é isso que afeta. Sei que vou para casa e não vou ter o que falar com minha mulher ou minha mãe. Provavelmente só posso ficar com minhas crianças agora. Elas me trazem alegria. Na hora de parar, provavelmente vai ser a coisa mais difícil que terei de fazer. De abandonar o jogo. Mas sei que vai acontecer um dia. Só nunca vou me arrepender de nada, e tanto faz se eu pendurar o tênis agora ou mais tarde. Sei que as pessoas que estiveram comigo durante todos esses anos sabem que o Paul Pierce compareceu todos os dias e deu tudo o que tinha todos os dias. Sei que fiz tudo o que podia na quadra.”

Depois de falar tanto a respeito de um tema tão doloroso, não haveria muito o que se conversar em casa, mesmo. Não se trata de um tom negativista decorrente das três derrotas seguidas para Atlanta e da anulação de algumas cestas que julgava salvadoras. É simplesmente o processamento de uma ideia que seria natural para um atleta de 37 anos: a de que o fim está próximo. Natural, mas que não significa que seja fácil. E aí vem a melancolia nas palavras do craque. Ele produziu ainda, ele teve seus grandes momentos, como quando desestabilizou o Toronto Raptors primeiro com os comentários no jornal, para depois esmagar corações de uma torcida fanática no ginásio. Muito legal. Realizador. Mas será que foi a última vez? Para alguém de sua grandeza – estamos falando de um dos maiores nomes da história do Boston Celtics, o que não é pouco –, vale a pena iniciar mais uma caminhada se não for para ser relevante esportivamente?

Há casos como o de Robert Parish, outro pilar do Celtics, que conseguiu, topou ir bem mais longe em sua carreira, e nem dá para ignorar o aspecto econômico de algumas decisões como essa, considerando a discrepância salarial entre a NBA da década de 80 e a de 90. Aos 43 anos, todavia, Parish ganhou seu quarto título, então pelo Chicago Bulls. A diferença é que o pivô, a essa altura, era muito mais um assistente técnico do que jogador, tendo participado de apenas duas partidas em todo o campeonato. Pergunte a Randy Wittman, e ele vai atestar na hora a importância do veterano ala nesse sentido. “Caras que são de Hall da Fama como ele nunca param de te maravilhar. Ele foi uma grande influência para nós este ano. Não apenas pelo que ele fez em quadra, mas por sua liderança e direção que nos deu no vestiário. Isso é algo que você não ensina. É algo que ou você tem, ou não tem. Ele fez tudo por nós nessas duas séries. Seguimos ele”, disse o técnico do Wizards.

Do seu lado, o treinador confia que terá Pierce ao lado de John Wall por mais uma temporada, a segunda de seu contrato. “Eu adoraria. Ficaria surpreso se ele não voltasse. Claro, não quero colocar palavras na boca dele, mas acho que ele pôde ver os caras de nosso time e o coração que essa equipe tem. Por que você não gostaria de encerrar sua carreira com um grupo desses?”, questionou.

Querer, obviamente PP quer. O difícil é saber simplesmente se dá para jogar. Ao anular sua cesta no estouro do cronômetro, a arbitragem decretou que estes seriam os seus números na última partida contra o Hawks: 4 pontos, 4 faltas e 1-7 nos arremessos. Do outro lado, DeMarre Carroll e Paul Millsap, os oponentes que ele teoricamente deveria vigiar, somaram 45 pontos. Pierce é daquele tipo orgulhoso, que está atento ao que os outros pensam, mas que provavelmente liga muito mais para a sua própria percepção das coisas.

No momento, está nessa fase autoavaliação. Ao lado de Kobe, Manu, Duncan, Dirk, Gasol… Um grupo de lendas vivas, devotas ao basquete, perto do fim – ou distante do auge atlético. Uns estão muito mais para lá do que para cá, outros ainda rendem em alto nível. Uns falando bastante a respeito, outros em reclusão. E nós aqui, aguardando uma decisão. Pedindo mais, mas igualmente aflitos por eles.

Paul Pierce: uma verdade difícil de se contrariar na hora da decisão

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Nos playoffs, não são apenas os superastros que brilham
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Giancarlo Giampietro

Matthew Dellavedova, aprovado por LeBron

Matthew Dellavedova, aprovado por LeBron

LeBron James, Derrick Rose, Stephen Curry, Blake Griffin, Chris Paul, Anthony Davis, Paul Pierce… É natural que, chegando os playoffs, o noticiário se concentre mais e mais nas grandes figuras da liga, aqueles que tendem a resolver a parada por suas equipes, naqueles momentos mais complicados. Os caras dos números arrebatadores, das bolas no estouro do cronômetro.

Na vitória do Cleveland Cavaliers sobre o Chicago Bulls nesta terça, para o Cavs abrir 3 a 2 na série, um lance que chamou muito a atenção foi este belíssimo toco de LeBron para cima de Rose, quando o armador tentava empatar o placar e completar uma reação assustadora dos visitantes no quarto período. Não só é um lance bastante plástico, como envolve duas estrelas:

Nesses lances de transição defensiva que tanto adora, LBJ foi lá no alto e deu a raquetada. Em slow, fica ainda mais bacana. Com a arrancada do armador e voo do bloqueador, é muito fácil ignorar o trabalho sutil de Matthew Dellavedova na jogada. O australiano, duro na queda, não se intimidou em ver o camisa 1 partindo em sua direção, a 100 por hora. Pelo contrário. Guardou posição e, no último momento, ainda se deslocou milimetricamente para a direita para forçar um ângulo  mais complicado no arremesso.  Desta forma, também retardou o movimento de Rose, permitindo a chegada de seu companheiro para a cobertura. Pimba.

São os pequenos detalhes igualmente relevantes num confronto tão equilibrado como esse, que tem toda a cara de sete jogos – isso, claro, desde que, em meio a tantas lesões, os dois times consigam listar o mínimo de jogadores exigido pela liga. Dellavedova, aliás, fez uma bela partida, que faz justiça ao papel que desempenhou durante o campeonato. Ele não vai produzir estatísticas, fazer cestas mirabolantes, mas o torcedor do Cavs e, principalmente, David Blatt sabe que pode contar com o australiano para o que der e vier.

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Não, não dá para esperar que ele vá fazer tuuuudo. Aquele tiro de três de LeBron, espremido na zona morta, com o Jimmy Butler vindo em sua direção? Melhor esquecer. Dificilmente o “Delly” refugaria na situação. Mas uma coisa é ter força de vontade, outra é a capacidade atlética e técnica para executar a jogada. Por outro  lado, se precisar que ele marque, ou torre a paciência de alguém, vai estar lá. A briga por um rebote ofensivo aparentemente perdido? Conte com essa também, mesmo que ele mal alcance no aro e que não seja nem o sétimo atleta mais veloz em quadra. Simplesmente encara. Alguém disposto a movimentar a bola ou para ficar de canto, sem reclamar se está tendo oportunidades que seu agente esperava? Mas, claro!

Durante a primeira metade caótica que foi a temporada do Cavs, Dellavedova foi importante justamente por isso, por sua entrega constante, ainda que seu rendimento estatístico em geral tenha sido inferior ao de sua campanha de novato. Foi alguém em quem tanto o contestado Blatt como o arredio LeBron poderiam confiar. Mesmo nesses mata-matas, em que seu aproveitamento de três pontos caiu de 40,7% para 36,5%, você vai ver em diversas ocasiões o Rei de Akron acionar o australiano em transição para um disparo de fora.

Contra o Bulls, obviamente não foi sua semi-interceptação de Rose que ganhou atenção.

Mas, sim, esse enrola-enrola com Taj Gibson, que resultou na exclusão do ala-pivô. Não dá para elogiar sua atuação nesse lance específico: um jogador de basquete presumidamente não precisa dar uma chave de perna no adversário. Ainda mais quando a bola já caiu na cesta. Por outro lado, rapaziada, são os mata-matas, né? Ou melhor: os playoffs. Os caras já se enfrentaram cinco vezes em menos de duas semanas. Essas coisas vão acontecer cedo ou tarde. Falou ao trio de arbitragem a perspicácia para também dar uma técnica no armador reserva do Cavs, ao passo que, se num primeiro momento a reação de Gibson parece indicar a exclusão como a melhor decisão, podendo rever o lance em quadra poderiam muito bem ter levado em consideração o fator “reação”. Enfim. Em sua estreia na fase decisiva, Dellavedova foi mais malandro que um veterano. “Delly é provavelmente o cara mais durão de nosso time”, comentou LeBron.

Pensando nesse, veja bem, valentão operário valente, que tal fugirmos um pouco da regra e listarmos, então, outros personagens periféricos das semifinais de conferência? Um exercício que o leitor corajoso de longa data do blog sabe ser recorrente por aqui. Não dá para escapar dele:

Mike Dunleavy Jr., Chicago Bulls: sim, pois o Jimmy Butler não conta. O ala já virou uma estrela e vai ser muito bem pago ao final do campeonato. Minha única preocupação com esse faz-tudo é a sua saúde. Ver Noah e Gibson se arrastando contra o Cavs traz ecos de Luol Deng para a quadra, e resta saber apenas como Butler estará daqui a quatro anos, mesmo que Thibs seja dispensado. Talvez boa parte do estrago já esteja feito. De todo modo, voltemos a Dunleavy, o ala que entrou na liga em 2002, também conhecido como o Draft de Yao, Amar’e e Nenê. Foi a terceira escolha, vindo de Duke já como campeão universitário e muita expectativa. Foi mais uma ser comparado a Larry Bird – hoje isso não está tão em moda, mas há 10, 15 anos qualquer ala branco minimamente talentoso que despontava nos Estados Unidos ouvia essa comparação. Obviamente o cara não chegou nem perto disso. Muitos questionam uma suposta falta de ambição e esperavam mais, se não, hã, top 10 da história, mas pelo menos algo mais consistente com os números que teve por Indiana em 2007-08 (19,1 pontos, 5,2 rebotes e 3,5 assistências, 42,4% de três pontos).

Dunleavy, discreto, eficiente e importante

Dunleavy, discreto, eficiente e importante

Pode ter frustrado alguns, mas é inegável que tenha talento: basta desviar os olhos de Rose e das caretas de Noah por alguns instantes e observá-lo em ação, mesmo aos 34 anos. No ataque, ele chuta que é uma beleza, se movimenta de modo muito inteligente pela quadra, é um excelente passador. Falta o arranque para a cesta, coisa que nunca fez parte de seu repertório, nem mesmo no auge. Ele não vai ser um cara para carregar um ataque, mas seu pacote de habilidades ofensivas é extremamente importante, para espaçar a quadra para as infiltrações de Rose e Butler, ainda mais quando a dupla de pivôs é Noah e Gibson, sem chute nenhum. “É uma das razões para eu ter vindo para cá: apenas fazer parte de um grupo que vença muitos jogos. Não ligo para o resto. Gosto de me apresentar, fazer meu trabalho e ir para a casa”, afirma o ala. Thibs adora: “Ele é o profissional exemplar. Joga para o time. É simplesmente um jogador de basquete. Tem horas que você apenas precisa mexer a bola de um lado para o outro. Ele vai lá e faz. Não se reflete em assistências, mas ele te dá movimento.”

Otto Porter Jr., Washington Wizards. Nenê é um candidato eterno nessa categoria, enquanto sua carreira durar. Mas vamos virar o disco aqui, pegando alguém que ainda pode ser considerado um lançamento no mercado. Porter teve apenas 319 minutos de jogo em sua primeira temporada, o que não dá nem 7 jogos inteiros. Nos playoffs, então, foram apenas seis minutinhos. Espirrava em quadra e saía. Um ano depois, porém, as coisas estão mudando: em oito jogos pela fase decisiva, ele já recebeu 263 minutos de jogo (43 vezes mais). Não se trata de caridade do técnico Randy Wittman.  Ainda que possa dar aquela viajada em quadra, o ala aos poucos se integrou ao time, dando enfim provas do basquete que fez dele também uma terceira escolha de Draft (num recrutamento bem fraco, é verdade).  Quando o selecionou, o gerente geral Ernie Grunfeld não tinha em mente um futuro craque, mas um complemento para seus jovens destaques. Como se fosse um Tayshaun Prince para Chauncey Billups e Rip Hamilton. Demorou um pouco, mas está acontecendo.

“Sua presença no rebote, seu arremesso… Isso é o seu crescimento. Sabíamos do que ele era capaz quando o selecionamos. Ele cresce a cada vez que vai para a quadra agora”, afirma Beal. Num elenco abarrotado de veteranos, Porter oferece a mais companhia na hora de acelerar, abrindo para o tiro de três pontos, ou cortando com sua passada larga rumo ao aro. Perto da tabela sua influência cresce, devido aos braços compridos e sua energia. Características agora bem empregadas do outro lado da quadra, algo com que DeMar DeRozan certamente não contava. Além disso, seu crescimento permite que Paul Pierce jogue mais minutos como  um ala-pivô aberto e também poupa o veterano de correr atrás alas mais rápidos pelo perímetro.

Dennis Schröder, Atlanta Hawks. DeMarre Carroll ainda é bizarramente o cestinha da equipe nos playoffs. Então acaba tendo sua candidatura impugnada dessa vez, e também já passamos por sua trajetória singular aqui. Legal, pois aí sobra espaço para falar sobre um reserva que vai subindo com determinação a escadaria dos queridinhos do blog. Pode chamá-lo até de Schrödinho, que tudo bem. O armador foi vital em diversas vitórias do Hawks na temporada regular, e ainda assim tem gente que pode achar que é uma “surpresa” o que ele fez nos últimos dois jogos em Washington. É que os rapazes de Mike Budenholzer venceram tantas partidas, mesmo, no campeonato, que se corre o risco, sim, de que uma ou outra contribuição fique para trás. O sucesso fica diluído.

Sem John Wall, o Wizards perdeu não só o seu principal organizador como também uma presença física imponente na marcação. Ao lado de Jeff Teague, o alemão vai se esbaldando. Ramon Sessions e Will Bynum não conseguem acompanhá-lo. Seu perfil é diferente dos demais listados. Estamos falando de um cestinha agressivo. Quando consegue forçar a troca após o corta-luz, fica mais fácil ainda, dando voltas em torno de Marcin Gortat, Paul Pierce e mesmo de um pivô ágil como Nenê. “Fico dizendo para o Jeff: ‘Continue atacando’. E ele me diz a mesma coisa. Era uma motivação para nós. Vamos para a cesta, que eles não conseguem nos parar”, diz o armador que, vejam só, numa projeção por 36 minutos, aparece como o principal pontuador do time, com 20,1 por jogo, além das 7,8 assistências. Teague precisou esperar um tempinho até assumir o posto de titular em Atlanta. Para mim, é questão de tempo para Schrödinho ganhar o mesmo status. Mesmo que em outro clube.

Tony Allen, Memphis Grizzlies. Hã… Quer dizer… Periférico?! Por dois jogos esse sujeito tirou os Splash Brothers da linha, desarmando o ala do Golden State Warriors. Estrelou vines e clipes do YouTube sem parar ao invadir uma roda de dança das criancinhas em Oakland, desarmar Klay Thompson na maior, dizer que Curry é bonitinho, e tal, mas que não é nada que não tenha visto antes e lançado sua campanha fervorosa para o “Primeiro Time de Defesa” do Conselho de Segurança e…  Precisa de mais?

Já foi, Klay

Já foi, Klay #1stTeamAllDefense

Mas, sim, periférico. Nas vitórias do Grizzlies, Mike Conley foi o protagonista, e pudera. O sujeito mal abre o olho esquerdo direito. Acabou de passar por uma cirurgia facial, por conta de múltiplas fraturas, e ainda está disposto a encarar um Andrew Bogut e um Draymond Green lá embaixo. Eu, hein? No ataque, Gasol e Z-Bo também carregam a pecha de dupla que joga na contramão da liga, lá embaixo, com se fossem os anos 80, 90. O armador e os homens de garrafão, além do mais, jogam dos dois lados da quadra. Allen causa um impacto enorme na defesa – e sua ausência no Jogo 4, com surra do Warriors, evidenciou isso –, mas suas deficiências ofensivas foram novamente expostas por Steve Kerr no Jogo 4 contra o Warriors. Seguindo tática empregada por Gregg Popovich no ataque, o técnico ordenou que seus atletas não se incomodassem que o ala ficasse livre no perímetro. Livre, mesmo, para arremessar enquanto bem entendesse. Se consultarmos o aproveitamento de arremessos em sua carreira, faz sentido. Nos playoffs, tem acertado apenas 33,3% dos arremessos de média distância e 10% de fora.


Mais uma na conta de Pierce. Na vitória do Wizards, essa e outras verdades
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Giancarlo Giampietro

Começaram os playoffs, né?

Desde aquele jogo histórico há uma semana, um clássico instantâneo de Chris Paul, as coisas começaram a pegar fogo. Depois da cesta milagrosa de Derrick Rose em Chicago, para deixar os sonhos do torcedor do Bulls mais intensos, foi a vez de Paul Pierce aprontar mais uma neste sábado, para dar a vitória ao Washington Wizards contra o Atlanta Hawks. A equipe da capital venceu por 103 a 101 e reassume a liderança da série, por 2 a 1. Mais um final emocionante.

O que aprendemos com esse jogo?

Bem, primeiro que é muito difícil você contrariar A Verdade. Paul Pierce, no caso.

Paul Pierce: uma verdade difícil de se contrariar na hora da decisão

The Truth: difícil de se contrariar na hora da decisão

Não importa se tem John Wall, se tem Bradley Beal, se tem Marcin Gortat. Na caminhada firme do Wizards nestes playoffs, o técnico Randy Wittman já sacou que, para definir um jogo na última bola, não há caminho melhor que colocar a bola no veterano astro, que ainda está em forma e nunca permitiu que sua confiança caísse para o nível dos meros mortais.

Tudo bem: essa mensagem já é meio batida, mas Pierce fez questão de reforçá-la para evitar uma derrota catastrófica no quintal de Obama.

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Fora isso, no entanto, há uma outra mensagem que o jogo passou, uma que deveria ter impacto maior para qualquer um envolvido com (ou apaixonado por) um jogo de basquete: a história da liga americana diz que são os supercraques que resolvem a parada em quadra, mas isso não quer dizer que você não consiga sobreviver sem eles.

Já havia acontecido com o Los Angeles Clippers vencendo o Houston Rockets sem Chris Paul – mas aí estaríamos falando de uma meia verdade, uma vez que Blake Griffin está jogando como um autêntico MVP durante toda essa fase decisiva. Neste sábado, porém, o repeteco se mostrou valioso: sem John Wall, afastado por tempo indeterminado, enquanto o inchaço em sua mão esquerda não diminui, o Wizards fez uma grande partida com base no coletivo e construiu larga vantagem. No quarto período, a vantagem de até 20 pontos se evaporou, claro. Mas aí que as coisas ficam mais legais: pois foi a segunda unidade de Mike Budenholzer que tirou toda essa diferença.

John Wall foi forçado a atuar como torcedor e assistente neste sábado

John Wall foi forçado a atuar como torcedor e assistente neste sábado

Ok, vamos evitar ser simplistas: obviamente que  ajuda ter um Derrick Rose, mesmo que a 80% de sua capacidade. Ele pode fazer a diferença aqui e ali, mas LeBron, um Wade ou Bosh no time. Os três juntos, então? Afe: isso pode resultar em até quatro finais consecutivas. Mas o Miami só conseguiu seu título quando os três foram fundidos num só time. Um time de verdade. Sem o devido contexto, conjunto, todos eles ficam pelo caminho.

E foi com uma abordagem exemplar que o Washington conseguiu vencer três quartos por 85 a 66, com pontuação distribuída por diversos atletas, boas trocas de passe, num bom e velho jogo solidário. Agora essa é a parte em que você pode falar: ué, mas não é que o John Wall arremesse 30 bolas por jogo feito Westbrook ou Kobe. Sim, não, mesmo. Mas Wall dominava o jogo para o Wizards de outra forma, com sua habilidade para quebrar a primeira linha defensiva, ganhar terreno e criar para os companheiros. Nas cinco partidas que realizou, o armador gerou 30,8 pontos em assistências – 11 a mais que James Harden, o segundo da lista. Some aí os 17,4 pontos que lee fazia por conta, e temos um número absurdo para quantificar sua influência no time.

Nenê: 17 pontos, 7 rebotes, 4 assistências, 7-9 nos arremessos, em 30 minutos

Nenê: 17 pontos, 7 rebotes, 4 assistências, 7-9 nos arremessos, em 30 minutos

Seria facilmente compreensível se o time perdesse controle. Mas, não. Sentado no banco, a jovem estrela ficou toda orgulhosa ao ver seus companheiros distribuírem 27 assistências para 37 cestas de quadra. Ramon Sessions, titular provisório, deu seis assistências, duas a menos que Bradley Beal. Nenê e Otto Porter Jr. contribuíram com quatro cada. Marcin Gortat, com três. Cada um assumindo um quinhão de responsabilidade. Sete jogadores terminaram com pontuação entre 8 e 17, com Beal e Nenê sendo os cestinhas.

O brasileiro, aliás, fez o que podemos considerar sua estreia no confronto. Depois de passar batido nas primeiras duas partidas, sem nenhuma cesta de quadra, o pivô converteu sete de nove arremessos. Emblemático que, num esforço coletivo, ele tenha brilhado: vários de seus técnicos já pediram para que grandalhão fosse um pouco, pelo menos um pouco mais egoísta e usasse sua habilidade com a bola para chamar mais jogadas.

O que aconteceu no quarto período? Simples complacência por parte do time da casa, um clima de “já ganhou”, ainda mais quando Budenholzer sacou todos seus titulares e limpou o banco de reservas, pondo em quadra até mesmo Shelvin Mack, ex-Washington. É um momento sempre perigoso, não só pelo risco de se menosprezar o adversário do outro lado, mas principalmente por tirar sua própria equipe do trilho.

A bola parou de rodar da forma apropriada. Vimos Will Bynum queimar um ou outro chute de média distância sem passe, por exemplo. Duas ou três posses de trapalhada, e a vantagem já estava em dez pontos, restando cinco minutos. Aí a pressão aumenta, e, quando o time vai ver, já não consegue retomar o ritmo de dez minutos atrás. Enquanto o oponente está sedento, acreditando numa virada salvadora. Foi quase, porém. Os reservas do Hawks podem ter saído decepcionados, mas não deveriam ficar cabisbaixos de modo algum.

Dennis Schröder deu mais indícios de que logo mais vai poder ter o seu próprio time para conduzir. Uma das melhores defesas da liga simplesmente não conseguia conter o alemão, que anotou 16 de seus 18 pontos no quarto final. Aceleração máxima rumo ao aro, bandejas, assistências e faltas recebidas. Ao redor dele, durante quase toda a parcial, estavam Mike Scott, Kent Bazemore, Mack e Mike Muscala. Sim, Muscala, o pivô draftado pela franquia em 2013 na segunda rodada, 28 posições atrás de Lucas Bebê e que jogou na temporada passada ao lado de Rafael Luz na Espanha. O mesmo que converteu uma bola de três a 14 segundos do fim, para empatar o placar.

Budenholzer até utilizou Jeff Teague nos primeiros cinco minutos do quarto, colocou Korver na vaga de Bazemore a 3min42s do fim e chamou DeMarre Carroll para uma defesa a 23 segundos. No geral, porém, abraçou os suplentes da mesma forma que seu mentor, Gregg Popovich, fez em diversas ocasiões pelo Spurs. Mesmo com o jogo parelho no final, deixou a cavalaria fora, premiando o esforço dos coadjuvantes, ao mesmo tempo que dava um recado aos principais atletas, que fizeram um jogo apático demais. A segunda unidade que se comportou como um time verdadeiramente empenhado em lidar com os problemas apresentados em quadra sem esperar pela aparição de alguma figura messiânica.

Até que…

Sim, um personagem com essa aura brilhou no último ataque. Pierce já não é mais o cara do Boston Celtics, obviamente. Não aguenta carregar um time durante toda a temporada. Se o que temos é a oportunidade de matar uma partida com a última bola, no entanto, aí muda a história. Aí é como se ele fosse aquele supercraque. Pronto para finalizar o serviço preparado por todo um time.


Plantão médico: lista de enfermos é ameaça séria nos playoffs da NBA
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Giancarlo Giampietro

Varejão foi uma das primeiras baixas bastante relevantes da temporada

Varejão foi uma das primeiras baixas bastante relevantes da temporada

Quer uma tradição impregnada nos Playoffs da NBA? Daquelas mais desagradáveis e, ao mesmo tempo, mais importantes para a definição de um título? Que pode ter tanta influência no resultado final de um campeonato como toda a preparação, todo o refinamento tático obtido em uma looooonga temporada? A contagem de feridos. As lesões, mesmo.

E aí que você pode falar também de sorte ou azar, ainda que o trabalho de um técnico e seu estafe médico possam ajudar na prevenção delas…

Mas pegue por exemplo o caso de Tiago Splitter. O pivô foi para as finais da liga por dois anos seguidos. Pode ter dito não a Rubén Magnano em 2013, mas aceitou nova convocação no ano passado, para a Copa do Mundo. Não dá para saber o quanto a carga extra de treinos e jogos, num mês que seria de férias, deixa o atleta em uma situação mais propícia para sentir algo. O que dá para dizer, imagino, é que ajudar, não ajuda, e que o catarinense não conseguiu fazer a pré-temporada ideal, perdeu quase 20 jogos no início da campanha e demorou um tempo para entrar em forma, lidando com problemas musculares na panturrilha (uma área sempre complicada). Sem pressa, com um elenco vasto, o clube texano teve toda a precaução do mundo com ele, como de praxe. Sabemos como Gregg Popovich é extremamente consciente no uso de seus atletas. Mesmo assim, Splitter teve o azar de, a duas semanas dos mata-matas, voltar a sentir dores bem incômodas.

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(Um parêntese importante: não estou dizendo que ele não deveria ter jogado o Mundial. O pivô muito provavelmente ficaria bem irritado só com a mera insinuação, por ser daqueles que só abriu mão da seleção uma única vez, e num torneio que, convenhamos, sua presença era totalmente desnecessária. Só faço a lembrança aqui para percebermos como esse tipo de questão é muito mais complexa do que ser patriota ou fugir da raia – e de como diversos fatores interferem na caminhada de um time de NBA. Do ponto de vista do torcedor brasileiro, tudo ótimo. Agora vá perguntar para os admiradores do Spurs o que eles pensam a respeito.)

Splitter não chega inteiro para o mata-mata contra Jordan

Splitter não chega inteiro para o mata-mata contra Jordan

Por mais formidável que seja o plantel de Pop e RC Buford, talvez o mais vasto da liga, que Aron Baynes tenha comprovado suas virtudes em sua melhor temporada nos Estados Unidos (joga duro demais, bom finalizador, mas um tanto robótico, nada criativo) e que Boris Diaw tenha redescoberto em março a alegria de se jogar basquete, já deu para reparar a importância do pivô na equipe, não? Com Splitter em quadra, a defesa fica bem mais sólida, aumentando a densidade demográfica no garrafão. Algo importante para enfrentar Blake Griffin e DeAndre Jordan, por exemplo. O ataque também funciona com ele, mas sua efetividade vai depender do sistema do adversário. De qualquer forma, pergunte ao seu técnico sobre sua importância. “Gostaríamos jogar com ele o máximo que pudéssemos”, disse antes de a série contra o Clippers começar. “Mas vamos ver.”

Neste domingo, no plantão corujão, pudemos ver, então, o brasileiro em ação, pela primeira vez desde o dia 3 de abril, numa vitória arrasadora contra o Denver Nuggets, quando o Spurs dava indícios de que havia novamente potencializado toda a sua fantástica química em quadra. Com uma escalação decidida apenas no domingo mais cedo, Tiago teve seu tempo controlado: jogou por exatos 9min57s de jogo, terminando com 4 pontos, 3 rebotes e 3 faltas, além de uma assistência e um roubo de bola. Foi máximo que Popovich pôde usá-lo. Afinal, ele só havia feito um treino, e com participação limitada, em 16 dias.

Baynes atuou por 20 minutos. Diaw, por 28. Tim Duncan ficou com sua tradicional meia hora de partida. Quando o veterano foi para o banco, a equipe sentiu. Ali poderia estar Splitter tentando ao menos incomodar uma figura assustadora como DeAndre Jordan – só Andre Drummond tem hoje essa combinação de altura, envergadura, impulsão e ombros largos. Jordan descansou por menos de dez minutos. Blake, por menos de seis. Estavam quase sempre em quadra, sendo muito agressivos, combinando para 35 pontos, 26 rebotes, 7 tocos e 7 assistências. Clippers 1 a 0, com 15 pontos de vantagem.

O torcedor do Spurs, porém, não é o único a se lamentar. Longe disso. Basta pegar o celular e trocar mensagens com a galera do Trail Blazers para sentir o drama. O departamento de infográfico de qualquer emissora de TV precisa estar muito atento nos jogos entre Portland e Memphis. A lista de enfermos é gigante, sempre com o risco de se adicionar mais um – ou de ter atualizar o status deles. Na série Rockets x Mavericks, teve atleta que precisou até mesmo calçar um tênis de numeração maior que a sua para devido a um inchaço no dedão.

E aí? Não há como negar que a temporada de 82 jogos causa um desgaste absurdo. Por mais que os atletas viagem em voos fretados, com acentos personalizados. Por mais que possam pagar um estafe médico e de preparação física por conta própria. Há um limite que o corpo pode aguentar. Dia desses, Rafael Uehara, que já deu sua contribuição valiosa aqui no VinteUm, destacou no Twitter uma passagem interessante no livro Soccernomics, sobre como o excesso de jogos do futebol inglês impede que a seleção do país faça boas campanhas em seus torneios. É uma declaração de Daniele Tognaccini, chefe do departamento atlético do Milan Lab, explicando o que acontece quando um jogador de futebol tem de disputar 60 partidas em um ano: ‘O nível de performance não é otimizado. O risco de lesão é muito alto. Podemos dizer que o risco de lesão em um jogo, depois de uma semana de treino, é de 10%. Se você joga a cada dois dias, o risco cresce para 30 a 40%. Se você joga quatro ou cinco partidas seguidas sem a recuperação certa, o risco de lesão é incrível. A probabilidade de você ter uma performance abaixo de sua capacidade é muito alta”.

Um gráfico que The OC Register preparou na temporada passada para mostrar todas as lesões que Kobe havia sofrido em sua carreira até então

Um gráfico que The OC Register preparou na temporada passada para mostrar todas as lesões que Kobe havia sofrido em sua carreira até então

Agora tente traduzir essa declaração para o mundo da NBA. O jogo de futebol pode ter maior duração (90 minutos x 48), mas vá falar para um ala do basquete ficar encostado na ponta direita da quadra, na sombra, esperando que seus quatro companheiros protejam a cesta do outro lado… Quer dizer: é difícil de dimensionar quais os cálculos que Tognaccini faria. O comissário Adam Silver sabe disso. Tanto que, em sua coletiva após a última reunião com os proprietários de clubes, afirmou que há uma preocupação (enfim!) séria em reduzir os famigerados back-to-back (dois jogos em duas noites consecutivas) e as semanas de quatro partidas em cinco dias.

Pensando nisso, segue a relação dos lesionados. Ou, pelo menos: dos atletas oficialmente lesionados. Aqueles que os clubes se sentem obrigados a informar. Inúmeras ocorrências não vêm a público, como Serge Ibaka nos explicaem uma entrevista bem bacana ao HoopsHype: “Veja, há muitas pessoas, torcedores e aqueles não estão dentro do time, que não sabem o que se passa. Você ouve gente falando que tal cara não está jogando bem. Mas eles não sabem o que está acontecendo. Posso dizer a você o que aconteceu comigo, por exemplo. Meu tornozelo estava doendo a temporada inteira. As costas também. Não é que eu tenha me lesionado apenas no final, que é o que todo mundo sabe. Eu machuquei meu tornozelo jogando com a seleção (espanhola, na Copa do Mundo…) durante o verão, e ele ficou ruim o tempo todo. Tive de tomar pílulas para poder jogar sem dor. Não sou só eu. Muitos dos meus companheiros passaram pelo mesmo problema”.

Também juntei aqui um ou outro caso de atletas que acusaram problemas em quadra ou em entrevistas, ainda que não tenham sido afastados. Sim, a temporada é desgastante demais, e suas consequências podem ser graves:

Atlanta Hawks
Thabo Sefolosha: o ala suíço está fora da temporada devido a uma fratura na perna causada por ação de policiais em uma casa noturna nova-iorquina – sim, essa não teve nada a ver com a quadra. A diretora executiva do sindicato dos jogadores, Michele Roberts, está em cima do caso, cheia de suspeitas. Sem o suíço, Kent Bazemore vai receber minutos importantes numa equipe de playoff pela primeira vez, com a missão de sustentar uma forte defesa no perímetro quando DeMarre Carroll for para o banco. Sefolosha era o nome ideal para a função.

Al Horford e um dedinho

Al Horford e um dedinho

Paul Millsap: jogando com uma camisa que faz compressão, além de uma proteção no ombro direito, depois de sofrer uma torção em jogo contra o Brooklyn Nets, na reta final da temporada. Mike Budenholzer ao menos respirou aliviado, por não ser algo mais grave. De qualquer modo, para um ala-pivô, não é nada legal jogar com o ombro dolorido. Pense nos movimentos que ele precisa executar em quadra.

Mike Scott: o ala perdeu 11 jogos em março devido a uma bipartição e uma torção aguda no osso sesamóide do pé direito. Não, não foi uma fratura. Voltou em abril e sentiu uma contusão nas costas, perdendo treinamentos e mais uma partida.

Al Horford: essa aconteceu na primeira partida da série contra o Nets, mesmo. Coisa de jogo, com o dedinho da mão direita virando para o lado contrário. Não houve fratura, só um deslocamento.

Boston Celtics
– A rotação vasta de Brad Stevens parece render benefícios: seus atletas simplesmente não constam no prontuário médico recente da liga.

Brooklyn Nets
Bem… Deron Williams e Joe Johnson parecem jogar machucados o tempo todo, não?

Mirza Teletovic: considerando a gravidade de sua questão médica, ao ser afastado por conta de uma embolia pulmonar, ter o bósnio de volta aos treinos é uma excelente notícia, na verdade. Mas ele ainda não está liberado para jogar. Já o ala Sergey Karasev está fora de vez, com uma lesão no joelho.

Mirza Teletovic: recuperado de embolia pulmonar

Mirza Teletovic: recuperado de embolia pulmonar

Alan Anderson: o ala-armador reserva perdeu sete partidas em abril devido a uma torção de tornozelo.

Chicago Bulls
Derrick Rose, vocês lembram, passou por mais uma cirurgia no joelho, dessa vez por causa de uma ruptura no menisco, e perdeu 20 partidas entre março e abril. Na primeira partida da série contra o Bucks, jogou demais, e era como se a torcida de Chicago vivesse um sonho. Rose pode ser uma influência para lá de positiva para a equipe. Só é preciso evitar a armadilha de pôr muita responsabilidade nas costas de um atleta que sofreu tanto nas últimas temporadas.

Kirk Hinrich sofreu uma hiperextensão no seu joelho esquerdo na última semana do calendário regular. Há quem despreze tanto o veterano (um cara ainda muito útil na defesa), que essa ausência pode ser até comemorada.

Taj Gibson sofreu um estiramento no joelho direito no primeiro duelo com o Bucks. Por sorte, Nikola Mirotic está pronto para receber mais e mais minutos, no caso de o excepcional defensor estiver abalado.

Joakim Noah, para variar, joga com uma tendinite no joelho esquerdo.

Chicago: adoração e apreensão pela dupla

Chicago: adoração e apreensão pela dupla

Cleveland Cavaliers
– Anderson Varejão
só poderá torcer por seus companheiros, em recuperação de uma cirurgia para reparar o tendão de Aquiles.

Kevin Love (principalmente) e LeBron James foram poupados de treinos e jogos durante todo o campeonato devido a dores nas costas.

Dallas Mavericks
– Chandler Parsons está com uma joelheira direita mais larga que a coxa de Karl Malone. Vem enfrentando inchaço e dores daquelas. Na primeira partida, precisou sair de quadra e ir para o vestiário para receber tratamento. O Mavs precisa de suas habilidades ofensivas, especialmente o arremesso de longa distância, para abrir a quadra para infiltrações de Rondo e Ellis.

Parsons explica a Mark Cuban como está difícil jogar contra o ex-time em Houston

Parsons explica a Mark Cuban como está difícil jogar contra o ex-time em Houston

Devin Harris: o inchaço é no dedão do pé esquerdo. Está tão inchado que o armador reserva enfrentou o Rockets no sábado usando um tênis maior na canhota, para tentar aliviar o desconforto. Sim, é verdade.

Golden State Warriors
David Lee: fora do início da série contra o Pelicans devido a um estiramento muscular nas costas. E ninguém parece nem reparar, tamanho o crescimento de Draymond Green.

Houston Rockets
– Uma ruptura nos ligamentos do pulso esquerdo tirou o armador e excelente defensor Patrick Beverley da temporada. Quem também não joga mais pela equipe nesta jornada é o ala-pivô lituano Donatas Motiejunas, devido a uma lesão nas costas. Duas peças que ganhariam bons minutos. Beverley é um dos melhores marcadores em sua posição, jogando com uma energia descomunal, enquanto Motijeunas ofereceria uma referência no jogo interior mais segura que Josh Smith e Terrence Jones, para os momentos em que Howard for para o banco.

Terrence Jones levou uma joelhada de Kenneth Faried nas costelas em duelo com o Denver Nuggets em março e teve uma perfuração no pulmão. É o mesmo ala-pivô que mal jogou em novembro e dezembro por conta de um problema nevrálgico nas pernas.

Dwight Howard parou por cerca de dois meses para tratar de uma lesão no joelho direito, embora não houvesse nenhuma lesão estrutural. Ainda não está 100%, e seus minutos são vigiados até hoje por Kevin McHale.

– O ala novato KJ McDaniels tem uma lesão no cotovelo, mas dificilmente iria jogar, mesmo.

Los Angeles Clippers
Também está no grupo dos times menos abalados no momento. Jamal Crawford, com uma lesão na panturrilha, era quem mais preocupava, mas parece devidamente recuperado. Blake Griffin também não dá sinais de que sinta algo no cotovelo

Memphis Grizzlies
– Mike Conley Jr.:
ultimamente, só se fala de sua fascite plantar no pé esquerdo, com inflamação e dores, que quase não se comenta o fato de ele também estar jogando com dores no pulso esquerdo durante quase todo o campeonato. “Não acho que vou estar nem perto de 100%, mas nunca pensei que perderia um jogo de playoffs”, afirmou, antes da estreia contra o Blazers. Beno Udrih fez uma bela temporada, mas a equipe precisa demais de seu armador titular, pela defesa e a liderança.

Tony Allen: o pitbull da equipe ficou fora das últimas dez partidas da temporada regular por conta de uma lesão na coxa. Retornou contra Portland e jogou por 25 minutos, ao menos. Está aqui o caso de um atleta que precisa estar bem fisicamente para render (pressionando os adversários de um modo sufocante, não importando a altura e o currículo deles), uma vez que sua habilidade com a bola deixa a desejar.

Marc Gasol sofreu uma torção de tornozelo na penúltima partida da temporada, mas não parece nada grave.

Milwaukee Bucks
Considerado um sério candidato ao prêmio de novato do ano, o ala Jabari Parker teve sua primeira temporada abreviada em dezembro por uma ruptura no ligamento colateral do joelho esquerdo. Khris Middleton aproveitou essa brecha, mas, para o futuro da franquia, é uma pena o atraso no desenvolvimento do número dois do Draft.

A proteção no dedinho esquerdo do Monocelha: nada muito grave, mas incomoda

A proteção no dedinho esquerdo do Monocelha: nada muito grave, mas incomoda

New Orleans Pelicans
Tyreke Evans, um cara que depende muito de seu arranque para a cesta, sofreu uma pancada no joelho esquerdo no primeiro jogo contra o Warriors e foi para o segundo duelo no sacrifício. Talvez tivesse minutos controlados, mas Jrue Holiday não retornou bem de uma reação por estresse na perna direita que o afastou por metade do campeonato.

Anthony Davis está jogando com o dedinho da mão esquerda protegido, depois de tê-lo deslocado. Aparentemente algo simples? Bem, no primeiro jogo ele estava segurando a mão sem parar, claramente desconfortável.

Portland Trail Blazers
Wesley Matthews ficou fora de combate, após uma ruptura no tendão de Aquiles. Recuperado de cirurgia, tenta dar apoio moral aos parceiros no banco de reservas. Arron Afflalo, aquele que seria seu substituto, sofreu um estiramento no ombro em jogo contra o Warriors, no dia 9 de abril. Está fazendo treinos leves e pode retornar no segundo ou no terceiro jogo da série.

LaMarcus Aldridge está jogando desde janeiro com um tendão da mão esquerda rompido. Precisa de cirurgia.

Dorell Wright sofreu uma fratura na mão esquerda no início de abril também, em derrota para o Clippers. Só poderá jogar em maio, se o time estiver em atividade até lá.

Arron Afflalo mal chegou e também se contundiu

Arron Afflalo mal chegou e também se contundiu

– Como se não bastasse, Nicolas Batum (numa temporada para se esquecer) e CJ McCollum (o jovem ala-armador que estava começando a engrenar), se contundiram em jogo contra OKC no dia 13. O problema do francês foi no joelho direito, enquanto McCollum torceu o tornozelo esquerdo.

– Sim, tem mais um: Chris Kaman, limitado por contusão nas costas. E uma temporada que se desenhava muito promissora… ficou complicada demais.

San Antonio Spurs
Tony Parker sofreu uma torção de tornozelo no primeiro jogo contra o Clippers. Teve uma campanha bem fraca para os seus padrões ao lidar com lesão e dores na coxa.

– Sobre Splitter, já falamos o bastante.

Toronto Raptors
– Kyle Lowry mal consegue parar em pé esses dias sem colocar a mão nas costas. É sempre um problema quando o jogador acusa dores ali. Inicialmente, os médicos na metrópole canadense não se mostravam preocupados. Três semanas depois, Dwane Casey já estava dizendo que ele não teria condição de jogar nem se já tivessem chegado aos playoffs. Foi afastado por nove partidas e, quando retornou, definitivamente não era mais o mesmo, acertando apenas 34,4% de seus arremessos nas últimas quatro rodadas, embora a pontaria de três pontos tenha sido elevada em relação a sua média.

Washington Wizards
Para fechar, outro time que está abaixo da média em termos de uso de medicamento. Até mesmo Nenê parece estar bem, na medida do possível.


Os playoffs começaram! Panorama da Conferência Leste
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Giancarlo Giampietro

Por algumas semanas ou meses, a Conferência Leste prometia mais. Toronto e Washington estavam lá em cima na classificação geral, enquanto o Cleveland enfrentava dificuldades. A ideia era a de que o Cavs se recuperaria, o que eventualmente aconteceu. Mas os dois clubes que despontavam caíram: desde o All-Star Game, estão com aproveitamento abaixo de 50%, inferior ao do Boston Celtics e a do Brooklyn Nets. Seus técnicos procuraram mexer nas rotações, sem conseguir arrumar a casa. Curiosamente, se enfrentam agora para ver quem tem a fase menos pior. E aí que ficamos com os LeBrons em franca ascensão, preparados para derrubar o Atlanta Hawks, soberano no topo da conferência desde janeiro. O Chicago Bulls, irregular, sem conseguir desenvolver a melhor química devido a lesões, corre por fora.

Não deixa de ser irônico que LeBron volte aos playoffs pelo Cleveland justamente contra o Boston Celtics, o time que os eliminou em 2010: um revés de impacto, que levou o astro a repensar os rumos da carreira, "levando seus talentos para South Beach". Agora volta mais maduro e consagrado. Mas a pressão na cidade é a mesma

Não deixa de ser irônico que LeBron volte aos playoffs pelo Cleveland justamente contra o Boston Celtics, o time que os eliminou em 2010: um revés de impacto, que levou o astro a repensar os rumos da carreira, “levando seus talentos para South Beach”. Agora volta mais maduro e consagrado. Mas a pressão na cidade é a mesma

Palpites, que é o que vocês mais gostam
Atlanta em 4 – especialmente se Jarret Jack estiver jogando mais que Deron Williams. Jeff Teague e Dennis Schröder podem dar volta nos veteranos.
Cleveland em 5 – Stevens promete dar trabalho a Blatt num playoff, mas o desnível de talento é muito acentuado.
Chicago em 6 – Milwaukee defende bem e vai tentar cortar a linha de passe para Gasol. Mirotic pode ser importante aqui para espaçar a quadra.
Washington em 7 (juro, antes do 1º jogo) – Pierce jura estar em ótima forma, e John Wall precisa de sua ajuda. Toronto precisa de Lowry a 80%, no mínimo.

Números
77, 3% –
O aproveitamento do Cleveland Cavaliers desde o dia 13 de janeiro, quando LeBron James retornou de suas duas semanas de férias. Foram 34 vitórias e 10 derrotas, a melhor campanha do Leste, com saldo de pontos de 8,5 – também o melhor da conferência. O rendimento de três pontos também foi elevado, o melhor, com 38,2%. Nesse mesmo período, tiveram o ataque mais eficiente e a décima melhor defesa. Sim, você pode dividir a temporada do Cavs em antes e depois das férias (e das trocas também, claro, realizadas nesta mesma época).

Horford foi para o All-Star com mais três companheiros. Quando voltaram, o time não funcionou da mesma forma

Horford foi para o All-Star com mais três companheiros. Quando voltaram, o time não funcionou da mesma forma

60,7% – O aproveitamento do Atlanta Hawks depois do All-Star, abaixo até do Boston Celtics (64,5%). Na temporada, o rendimento foi de 73,2%, o segundo melhor no geral. Mero relaxamento, ou produção de fato mais baixa?

46 – Juntos, Bruno Caboclo e Lucas Bebê somaram apenas 46 minutos em sua primeira campanha de NBA. Foram 23 minutos para cada.

22 – O total de jogadores escalados por Brad Stevens durante a temporada do Boston Celtics. Dá mais de quatro times completos. Fruto das constantes negociações do irrequieto Danny Ainge. De outubro a fevereiro, o dirigente fechou oito trocas diferentes. Houve gente que chegou no meio do campeonato e já foi repassada, como Brandan Wright, Austin Rivers e Jameer Nelson.

12 – Jason Kidd quebrou os padrões de rotação da NBA. Oito, nove homens recebendo tempo de quadra regular? Nada: em Milwaukee,  12 jogadores ativos no elenco do Bucks chegaram ao fim da temporada com mais de 10 minutos em média. Se formos arredondar, pode aumentar esse número para 13, já que Miles Plumlee teve 9,9 minutos desde que foi trocado pelo Phoenix Suns. Giannis Antetokounmpo é quem mais joga, com 31,4, seguido por Michael Carter-Williams (30,3) e Khris Middleton (30,1).

1,6 – É o saldo de Derrick Rose se  pegarmos o número de arremessos de três pontos que ele tentou em média na temporada (5,3) e subtrairmos os lances livres (3,7). Pela primeira vez em sua carreira, o armador do Bulls tentou mais chutes de longa distância do que na linha – excluindo, claro, as dez partidas que disputou na campanha 2013-14. Um claro sinal de como seu jogo se alterou devido ao excesso de cirurgias. O problema é que seu aproveitamento nesses arremessos vem sendo apenas de 28%. O armador obviamente pode ajudar Chicago em seu retorno aos playoffs pela primeira vez em três anos, mas Thibs obviamente enfrenta um dilema aqui: até que ponto precisa envolver o astro no ataque, sem atrapalhar o que Pau Gasol e Jimmy Butler vêm fazendo?

A lesão contra Philly em 2012, que suscitou uma série de cirurgias para Rose; armador volta aos mata-matas, ainda como a grande esperança da torcida de Chicago. Mas o time tem talento o suficiente para não depender exclusivamente de atuações milagrosas do seu xodó

A lesão contra Philly em 2012, que suscitou uma série de cirurgias para Rose; armador volta aos mata-matas, ainda como a grande esperança da torcida de Chicago. Mas o time tem talento o suficiente para não depender exclusivamente de atuações milagrosas do seu xodó

Panorama brasileiro
Nenê é fundamental no plano de jogo do Washingon, especialmente por sua capacidade para marcar. A questão é saber como ele estará fisicamente, depois de ter perdido cinco dos últimos sete jogos do Wizards pela temporada regular, sendo os dois últimos por uma contusão no tornozelo. (PS: a julgar pelo primeiro jogo está muito bem, obrigado). Para os talentosos garotos de Toronto, a expectativa é que ver de perto a atmosfera de um jogo de playoff os motive a treinar duro, duro e duuuuro nas férias para entrar na rotação na próxima temporada. Por ora, o mata-mata serve apenas para tirar os ternos estilosos do armário. Em Cleveland, Anderson Varejão pode quebrar um galho como assistente. Em Murcia, na Espanha, Faverani vai tocando sua reabilitação após uma cirurgia no joelho. Um retorno ao Celtics ainda é possível, em julho.

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Alguns duelos promissores
Kyrie Irving x Isaiah Thomas: Thomas é, de certa forma, uma versão em miniatura de Irving, sendo muito veloz, sempre um perigo com a bola, ainda que um tanto fominha. Mesmo que Kyrie tenha se mostrado mais atento durante essa campanha, por vezes sendo realmente agressivo na pressão, ainda não pode ser considerado um defensor capaz. Vai ter de se esforçar muito para frear o rival. Então é de se imaginar um tiroteio aqui, já que, do outro lado, não há como o tampinha contestar o belíssimo chute da jovem estrela.

O Cleveland tem de tirar o baixinho Thomas do garrafão

O Cleveland tem de tirar o baixinho Thomas do garrafão

John Wall x Kyle Lowry: Wall é pura velocidade, um dos integrantes da impressionante geração de armadores superatléticos a conquistar a liga. Com o tempo, aprendeu a usar suas habilidades fenomenais do modo correto, sendo dominante em transição, mas sabendo ditar o ritmo de jogo e explodir na hora certa em situações de meia quadra. Enxerga seus companheiros como poucos. Já Lowry é um tratorzinho com a bola, usando sua força e uma ou outra artimanha com a bola para ganhar espaço, olhando mais para a cesta. O problema é que ele sofreu bastante nas últimas semanas com dores fortes nas costas. Estilos bem diferentes.

Al Horford x Brook Lopez: por falar em contrastes… Horford é dos pivôs mais ágeis e versáteis que se tem por aí, pontuando com eficiência por todo o perímetro interno, desde a faixa de média distância ao semicírculo. Excelente passador e driblador também, ágil, faz um pouco de tudo em quadra, dando ao Hawks flexibilidade tanto na defesa como no ataque. Um cara especial e subestimado demais. Do outro lado, Lopez recuperou sua boa forma na reta final da temporada. Também estamos falando um cara que pode flutuar por todo o ataque, ainda que seja bem mais eficiente próximo ao garrafão. A diferença: é lento toda a vida e pouco passa a bola, mesmo que não se complique diante de marcação dupla. Na defesa, é muito vulnerável quando  deslocado para longe da zona pintada.

Jimmy Butler x Khris Middleton: Jimmy Butler deu um salto impressionante nessa temporada. Poucos imaginavam que ele poderia funcionar como arma primária no ataque, e em vários jogos do Bulls isso aconteceu, com sucesso. O maior volume de jogo no ataque resultou em queda na defesa – algo que o adversário do Bucks já faz muito bem. Ambos têm uma trajetória parecida como profissionais. Eram destaques universitários que entraram na liga com projeções modestas, mas, quietinhos, foram construindo uma reputação sólida. Mais jovem, Middleton pode usar uma boa atuação nos playoffs para inflar ainda mais sua cotação, sendo já considerado uma opção interessante no mercado de agentes livres que se aproxima.

Ranking de torcidas
1 – Toronto. A torcida mais radical da NBA, que perturba cada jornalista que coloque um mero senão na hora de falar sobre o clube. Lotam a praça Maple Leaf, do lado de fora do ginásio, com hordas e hordas de “nortistas” para assistirem ao jogo num telão. Não existia isso no mundo da liga americana. Os caras já estavam exaltados, e aí veio o gerente geral Masai Ujiri novamente com um clamor incendiário. Um ano depois de mandar Brooklyn se f*#@, subiu ao tablado neste sábado para dizer que não dá a mínima para Paul Pierce, de uma forma menos amorosa, claro. (Mais abaixo.)

2 A – Chicago. Na semana passada, gravamos eu e o chapa Marcelo do Ó, no Sports+, uma série de transmissões com jogos clássicos da liga. E como fazia barulho a galera dessa metrópole blue collar. Há que se entender uma coisa: por maior que seja a cidade, sempre se colocaram numa situação de inferioridade em relação a Nova York, por exemplo. O clima do povo de lá, em geral, ainda é de cidade pequena, tentando mostrar seu valor. Nesse contexto, adotam as franquias locais de um modo especial. Se Rose aprontar, o ginásio explode. Afinal, é o garoto da casa. Teve a maior média de público na temporada.

#OsLoucosDoNorte

#OsLoucosDoNorte

2 B – Boston. Se é para falar em tradição… Bem, esses caras aqui já comemoraram 17 vezes. Imagino a festa que farão neste retorno aos mata-matas após um ano sabático. Só ficam um degrau abaixo, ou meio degrau abaixo pelo  fato de que a equipe não ter lá muita chance. O estilo de jogo é divertido, há jovens valores para se adotar, mas ainda estamos muito distantes dos tempos de Pierce, Garnett e Rondo, caras venerados.

4 – Cleveland. Um público agraciado pelo retorno de LeBron, ainda vivendo uma segunda lua de mel, com a segunda maior média do campeonato. Fora dos playoffs desde 2010, vão muito provavelmente botar para quebrar. Só não vão ter as trombadas de Anderson Varejão para aplaudir. Outros pontos a favor: a belíssima apresentação de seus atletas com projeção 3D na quadra e um DJ dos mais antenados.

5 – Washington. Um grupo um tanto traumatizado por seguidos fracassos na construção de times promissores que acabam não chegando a lugar algum. Agora, têm um legítimo jovem astro por quem torcer, John Wall, e outra aposta em Bradley Beal, além de uma série de veteranos.

6 – Milwaukee. É a segunda pior média do campeonato, mesmo com um time jovem, cheio de potencial, e já fazendo boa campanha. Mas há um fator importante para se ponderar aqui: a ameaça de que a equipe deixe a cidade, devido ao lenga-lenga na aprovação/construção de uma nova arena. Os proprietários pressionam, divulgando na semana passada como seria o projeto. Só não há muito entusiasmo na população local para o investimento de dinheiro público na empreitada. Tendo isso em vista, talvez queiram ao menos conferir os garotos nos playoffs, com a sensação de que “foi bom enquanto durou”. De qualquer forma, a Squad 6 sozinha para superar as duas abaixo.

A possível nova arena de Milwaukee ficaria assim

A possível nova arena de Milwaukee ficaria assim

7 – Atlanta. A despeito da temporada maravilhosa que a equipe fez, sua torcida foi apenas a 17ª torcida no ranking de público.  O tipo de ginásio que precisa da intervenção do DJ para emular o barulho de torcida, na hora de se pedir coisa básica: como “defesa”. Por essas e outras, também a despeito da tradição da franquia, se fosse para escolher arbitrariamente um time para ser realocado para Seattle, apontaria na direção do Hawks. A pasmaceira já vem de longa data.

(…)

15 – Brooklyn. Mas não tem público mais desanimado e desconectado que esse. O que é um contrasenso, se a gente for pensar da relevância do bairro nova-iorquino para a história do jogo. A marca ainda não colou por lá, e esse tipo de coisa demora, mesmo. Não havia Jay-Z que pudesse acelerar o processo.

Meu malvado favorito: Paul Pierce. O ala do Wizards não está mais nem aí. A cada entrevista, solta um comentário cada vez mais raro de se escutar num mundo excessivamente controlado pelas relações públicas. Em bate-papo recente e imperdível com a veterana repórter Jackie MacMullan, falou algumas verdades sobre Deron Williams e Joe Johnson, questionou a paparicação em torno das jovens estrelas da liga. Também disse que não botava fé no Raptors, seu adversário. Depois, disse que não era bem assim. Como se realmente se importasse com a repercussão – deve estar se divertindo com o papel de antagonista a seita #WeTheNorth. Amir Johnson mordeu a isca e retrucou: “É um cara velho, sabe? Ele precisa de algo para se motivar, e acho que é para isso que esses comentários servem. É como quando você usa viagra, para dar uma animada”. A torcida também prestou suas homenagens.

Para não deixar passar batido
Gerente geral do Nets, Billy King vai ter de se concentrar muito no que se passa em quadra agora. Se for pensar no futuro, vai doer a cabeça. Afinal, ao mesmo tempo em que seu time deve se esforçar para não tomar quatro surras do Hawks, sabe que a escolha de Draft deste ano vai ser endereçada ao adversário, mesmo que o time de Mike Budenholzer tenha sido o melhor da conferência. Ainda é um reflexo da famigerada troca por Joe Johnson, na qual o mais correto fosse que Atlanta pagasse a Brooklyn algumas considerações de Draft, já que o time nova-iorquino estaria fazendo um favor ao assimilar o salário mastodôntico do ala, que ainda mata uma ou outra bola decisiva, mas está longe de justificar o salário de mais de US$ 20 milhões. Ao menos, com a classificação aos playoffs, o Nets evitou a cessão de uma escolha de loteria. Imagine o Hawks saltando para as três primeiras posições nesse cenário? Desastre.


Temporada especial: relembre grandes momentos da NBA 2014-15
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Giancarlo Giampietro

“Foi uma temporada e tanto.”

A tendência, ao final de uma jornada de 1.230 jogos, é que sempre falemos isso, né? Pois história não falta para contar. Na hora de separar os principais acontecimentos da campanha 2014-2015 da NBA, porém, dá para perceber que realmente testemunhamos um campeonato especial. Claro que muita coisa chata aconteceu, como as lesões de Durant e Kobe, o empurrão de LeBron em David Blatt, goteira em ginásio, as paralisações constantes no final das partidas, o fundo do poço para Lakers e Knicks e mais alguma coisa. Mas vamos nos apegar a boas lembranças, vai? Então, sem mais delongas, seguem alguns momentos que devem – ou deveriam – ficar guardados na memória dos admiradores em geral da liga americana, ou, pelo menos, das torcidas envolvidas.

nba-season-2014-14-highlights

Tem espaço aí no hard drive? ; )

O Retorno
Sim, a temporada já se tornava marcante antes mesmo de seu início, com LeBron James anunciando que o bom filho a casa tornava (sim, surpreendentemente sem crase, mesmo), se desquitando de Dwyane Wade e Pat Riley. Houve romaria em Cleveland, e as lavanderias devem ter lucrado horrores com o tanto de camisa 23 resgatadas do fundo do baú, quiçá até mofadas. Para aqueles que tostaram, rasgaram ou picharam seus antigos uniformes, o jeito era abrir a carteira. Estudos e estudos foram divulgados para mostrar qual seria o impacto para a economia da cidade e de Ohio. A euforia só cresceu quando ficou claro que uma troca por Kevin Love estaria orquestrada. No fim, demorou um pouco para as coisas se acertarem, com o astro fazendo uma primeira metade de campeonato muito aquém do esperado, mas, depois de duas semanas de férias e de duas trocas certeiras, o Cavs decolou. Aqui, vale abrir espaço para dois episódios memoráveis que são consequência direta da mudança de South Beach para Akron. O Rio de Janeiro teve a sorte de sediar um jogo de pré-temporada que colocaria LBJ pela primeira vez contra seus ex-companheiros, enquanto o primeiro jogo oficial acabou reservado, claro, para a tradicional rodada natalina. Orgulhoso que só, Wade jogou demais e conduziu o Miami ao triunfo.

A carta, a volta, o rei

A carta, a volta, o rei

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A estreia de Caboclo e Bebê
A vida é engraçada, né? Dependendo do ponto de vista e do contexto, um jogo aparentemente insignificante entre Toronto Raptors e Milwaukee Bucks, no qual o time canadense trucidou o adversário, pode se tornar especial. Para o público brasileiro, talvez tenha sido a noite de maior algazarra. A história, afinal, era muito legal – desde a seleção do ala do Pinheiros numa surpreendente 20ª posição do Draft. Havia rumores de promessa, mas ninguém imaginava escutar seu nome na primeira rodada. O movimento gerou alta expectativa, tanto dos radicais torcedores do Raptors como no público daqui. E aí que, naquela sexta-feira 21 de novembro, ele foi para a quadra pela primeira vez num jogo oficial (depois de aquecer na Liga de Verão e na pré-temporada). Duas bolas de três pontos, uma ponte aérea maluca para Caboclo, e a loucura instaurada na América-do-Norte-ao-Sul. Lucas Bebê também foi chamado para a festa. A Internet quase quebrou, de tanto frenesi. Um blogueiro varou a madrugada imaginando o diário de um adolescente. Quem viu, viu. No final, porém, essa noite acabou sendo um acontecimento isolado. O gás do Toronto Raptors acabou cedo, as lavadas minguaram, e o ala só teria algum tempo de quadra significativo na D-League, se tanto. Até que a central do zum-zum-zum da liga contou o que estava acontecendo: problemas fora de quadra, com muita imaturidade deixando o caminho para seu desenvolvimento ainda mais intrincado. Bebê ao menos ainda voltaria a jogar também pela D-League, produzindo mais. Mas, ao final da temporada de calouro, o progresso da dupla ainda é um mistério. Mas o YouTube vai ter sempre isto:

Kobe supera Jordan. Literalmente
Foi no dia 14 de dezembro, em Minnesota. Muito melhor teria sido no Staples Center. Mas, enfim. Os deuses do basquete escolheram o ginásio do Timberwolves para esse marco. Com dois lances livres, o já ancião ala-armador do Lakers desbancou Sua Alteza Michael Jordan na lista de cestinhas históricos da NBA,  assumindo o terceiro post, logo abaixo de Kareem Abdul-Jabbar e Karl Malone, com 32.293 pontos. Nada mal, hein? Diga-me com quem andas… Ao menos a torcida e a gerência do Target Center tiveram a grandeza de celebrar o ocorrido, aplaudindo uma lenda viva em quadra. Kobe terminou a partida com 26 pontos, numa vitória por 100 a 94. Foi uma aberração de numa noite em meio a uma temporada deprimente da franquia. (Ah, em mais uma campanha em que as lesões o derrotaram, Kobe também conseguiu um recorde daqueles que já não orgulha tanto: desbancou John Havliceck, o ídolo do Boston dos anos 60 e 70, para se tornar o atleta da NBA que mais desperdiçou arremessos na história. Eram, então, 13.418 chutes errados.)

(Se for para falar de registros históricos, não dá para deixar Dirk Nowitzki de fora, né? De modo bem mais discreto, como de praxe, o alemão também vem subindo a ladeira dos maiores pontuadores que a NBA já viu. Entre 11 de novembro e 5 de janeiro, o genial líder do Mavs deixou passa Hakeem Olajuwon, Elvin Hayes e Moses Malone para trás – curiosamente, três pivôs com passagem pelo Houston Rockets –, para alcançar a sétima posição na lista. Além disso, ao ultrapassar Olajuwon, Dirk se tornou o principal cestinha estrangeiro da liga, em vitória de virada sobre o Sacramento, com um característico chute de média distância. Depois, no dia 24 de março, ao apanhar seu rebote de número 10 mil, o craque inaugurou um clube só seu, tendo também mais de 25 mil ponto. 1.000 tocos e 1.000 cestas de três pontos em sua carreira. Prost!)

Klay Thompson: incendiário
Depois dessa exibição, as mensagens de texto com o seguinte dizer – ALERTA KLAY THOMPSON – ganha um outro sentido. Vai obrigar você a dar pause no Netflix, a abandonar a mesa de jantar, a levantar a coberta, seja o que for, e ligar a TV ou o computador. O que o ala do Warriors fez contra o Sacramento não existe. Ou melhor, não existia até o dia 23 de janeiro. Com as mãos flamejantes e estabelecendo uma série de recordes, deixou toda a liga em estado de choque ao marcar 37 pontos no terceiro período. É difícil de processar isso ainda hoje. Ele finalizou a partida com 52 pontos no geral. Mas um detalhe: apenas 33 minutos. Numa projeção por 48 minutos, teria feito 75. (Para eternizar o apelido de Splash Brothers, Stephen Curry também passou da marca cinquentenária ao fazer 51 contra o Dallas Mavericks menos de duas semanas depois. E os dois se amam, não há rivalidade nenhuma.)

Uncle Drew em quadra
Ou: a noite em que LeBron James teve certeza de que havia tomado a decisão certa. Foi quando Kyrie Irving torturou a defesa do San Antonio Spurs ao marcar 57 pontos naquele que foi um dos melhores jogos do campeonato. Contando o minuto final do tempo regulamentar e a prorrogação, ele marcou 20 pontos – três a mais que toda a equipe texana. O tipo de atuação que também força os jornalistas a fuçar mais uma vez nos livros de recordes e que trouxe o Uncle Drew para uma quadra de verdade. Desta forma, o armador do Cavs terminou com as duas maiores contagens do ano, depois de já ter marcado 55 pontos contra o Portland Trail Blazers, numa partida em que seu companheiro mais famoso estava apenas na plateia.

Aqui, vale gastar mais algumas linhas e segundos para lembrarmos outras atuações magníficas do ano. Entre elas, constam os 50 pontos de James Harden contra o Denver Nuggets no dia 19 de março, dos quais quase a metade vieram em lances livres. O ala-armador do Rockets converteu 22 de 25 lances livres numa partida que é emblemática – não teve fanfarra nenhuma para o Sr. Barba, uma vez que lances livres são, hã, entediantes. Mas muito eficientes, de qualquer maneira. Harden ainda faria 51 pontos em vitória sobre o Kings, com oito bolas de longa distância. Aliás: o Sacramento é uma constante aqui. Também não podemos nos esquecer dos improváveis 52 pontos de Maurice Williams contra o Indiana Pacers.

A tempestade Russell Westbrook
Sem Kevin Durant, o enfezado alienígena de OKC se viu sem amarras nesta temporada, e os críticos tiveram de aturar toda a sua exuberância atlética. Resultado: uma sequência de triple-doubles assustadora. Ao todo, Wess conseguiu 11 jogos dessa natureza, mais que o dobro do segundo colocado na lista, Harden, e mais que o triplo de Michael Carter-Williams, Evan Turner e Rajon Rondo. De 24 de fevereiro a 4 de março, foram quatro em sequência, sendo o primeiro a conseguir essa façanha desde Michael Jordan em 1989. Teve linhas como 49 pontos, 15 rebotes e 10 assistências contra o Sixers e 40 pontos, 13 rebotes e 11 assistências contra o Blazers. Em março, suas médias foram de 30,9 pontos, 10,2 assistências e 8,5 rebotes. Em abril, 32,5 pontos, 8,1 assistências e 8,0 rebotes. Ironicamente, de certo para os mesmos críticos, quando somou 54 pontos (com quase incontáveis 43 arremessos), 9 rebotes e 8 assistências contra o Pacers, o Thunder saiu derrotado, e foi esse o revés que acabou tirando o time dos playoffs.

Mascarado, com marra e muita explosão em quadra

Mascarado, com marra e muita explosão em quadra

Atlanta Hawks, o MVP do mês
Depois de tantas performances individuais destacadas, que tal abrir um espacinho, então, para um esforço coletivo admirável? A NBA teve essa grande ao eleger todo o quinteto titular do Atlanta Hawks para o prêmio de MVP do Leste no mês de janeiro. Most Valuable Players, afinal. Sim, como você vai escolher um atleta num time em que as peças se encaixam perfeitamente? Korver atrai marcadores – e, se eles não comparecem, pune essa mesma defesa na linha de três. Jeff Teague quebra a primeira linha defensiva e passa justamente para Korver. Paul Millsap e Al Horford pontuam por todo o perímetro interno, são confiáveis nos rebotes e solidários. DeMarre Carroll tem de marcar os LeBrons da vida. Com esse conjunto, o Hawks terminou janeiro com 17 vitórias em 17 partidas e se tornou primeiro time da história a concluir um mês invicto.

MVP, MVP, MVP e MVP. Cheio de MVP

MVP, MVP, MVP e MVP. Cheio de MVP

Triplas prorrogações
A terceira semana de dezembro foi a prova máxima da brutalidade do Oeste da NBA, como Gregg Popovich pode confirmar. O Spurs teve dois jogos seguidos com três prorrogações, contra Grizzlies e Blazers. Foram mais de duas horas de basquete, e os atuais são campeões saíram derrotados em ambas. O Grizzlies, na véspera da batalha com o Spurs, havia batido o Golden State Warriors, encerrando uma sequência de 16 triunfos do líder da conferência. Um verdadeiro bangue-bangue.

Cirurgia candelada
LaMarcus Aldridge era para ter aumentado a lista de baixas da temporada. No dia 22 janeiro, o Portland Trail Blazers anunciou que o pivô precisava passar por uma cirurgia na mão esquerda, devido uma ruptura de tendão. A operação o tiraria de quadra por seis a oito semanas. Numa conferência tão competitiva, isso poderia significar uma derrocada para a equipe – sem menosprezar o talento de Damian Lillard, claro. Pois, 48 horas depois, Aldridge surpreenderia a torcida e a liga ao anunciar que ignoraria as recomendações médicas e seguiria em quadra. No mesmo dia, marcou 26 pontos e pegou 9 rebotes em vitória sobre o Washington Wizards. Nos dois jogos seguintes, somou 75 pontos e 22 rebotes. Demais. Wes Matthews, porém, não teve a mesma sorte. Não dá para ignorar uma cirurgia por conta de uma ruptura no tendão de Aquiles. Depois da cirurgia, porém, o aguerrido ala também mostrou como a química em Portland é algo especial: já com alta hospitalar, viu o time vencer o Houston Rockets fardado em casa:

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Vida em trânsito
O último dia para a realização de trocas na temporada foi uma verdadeira loucura, com um recorde de 39 jogadores e 17 times envolvidos, num total de 12 negociações.  Foi, na verdade, uma temporada com muitas mudanças.  Muita gente se antecipou e foi às compras mais cedo. Como o Dallas Mavericks, que acertou uma troca inesperada por Rajon Rondo em dezembro. O Boston Celtics, aliás, agitou geral, despachando sete atletas durante toda a campanha – o que só enaltece o papel do técnico Brad Stevens ao levar essa metamorfose ambulante aos playoffs. A negociação precoce de Rondo gerou um momento bacana também. Apenas duas semanas depois do negócio, Rondo retornou a Boston e recebeu bela homenagem no telão do Garden. Daqueles atletas de coração aparentemente pétreo, Rondo quase chorou. Quaaase:

A serventia da casa
Já Stan Van Gundy não teve paciência para esperar a data final de trocas, numa possível tentativa de encontrar um novo lar para Josh Smith. De forma abrupta, o técnico (e presidente) do Detroit Pistons decidiu demitir o talentoso, mas inconstante ala-pivô. Smith simplesmente não conseguiu se encaixar na rotação com Andre Drummond e Greg Monroe. Chegava a enervar o novo comandante e os torcedores com sua predisposição ao chute de três, sem pontaria alguma, e as diversas partidas com a cabeça nas nuvens. Em vez de procurar interessados, SVG usou sua autonomia total no clube e simplesmente comunicou a Smith que ele estava fora. Na rua, mesmo, causando espanto geral. O ala vai receber o seu salário na íntegra, mesmo prestando serviços para outro clube. De qualquer forma, com o movimento, o Pistons abriu espaço em sua folha salarial na próxima temporada, por ter, digamos, parcelado os vencimentos de Smith. A ver se a moda pega… (O Houston Rockets gostou e o contratou rapidamente. No Texas, tem rendido um pouco mais, sem dar trabalho nenhum dentro e fora de quadra.)

A saideira
Um campeonato desses só poderia terminar com uma noite eletrizante, com muita coisa em aberto. E Anthony Davis enfim conseguiu centralizar as manchetes ao liderar o New Orleans Pelicans a uma grande vitória sobre o San Antonio Spurs para assegurar sua estreia nos playoffs, tirando Westbrook do páreo. Com 31 pontos, 13 rebotes, 3 tocos, 2 assistências e 2 roubos de bola, ainda complicou a vida dos atuais campeões. A comemoração em N’awlins foi como a de um título. Mais que merecida: não só a temporada do jovem ala-pivô pedia mais atenção, como sua diretoria acabou premiada, depois de ver tantas transações questionadas surtirem efeito. Além disso, a classificação do Pelicans deixou a Divisão Sudoeste 100% nos mata-matas. Todos os seus cinco integrantes chegaram lá, sendo apenas a terceira vez na história que isso acontece e a primeira em nove anos. Com uma diferença: foi a primeira vez que todo o quinteto teve aproveitamento superior a 50% na temporada.

Faltou algo? Alguma memória particular?


Fim de semana das estrelas, com entretenimento: parte final
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Giancarlo Giampietro

As mascotes infláveis. Só mais uma das atrações da noite (e a melhor, para mim)

As mascotes infláveis. Só mais uma das atrações da noite (e a melhor, para mim)

Acho que o basqueteiro mais purista precisa aceitar, de uma vez por todas, que o fim de semana All-Star da NBA tem propósitos de entretenimento. Ou que, pelo menos, o aspecto de diversão do esporte se sobrepõe ao de competitivo. Pelo menos por três dias, gente. Temos 82 partidas da temporada regular para nos preocuparmos com quem está vencendo – ou entregando – jogos para valer.

Neste ano, a convite do Canal Space, fiz minha primeira cobertura do evento ao vivo. Faz diferença. Ainda que o alcance de audiência TV seja infinitamente maior que o dos felizardos ou abnegados que decidiram comprar um dos ingressos para o Barclays Center ou o Madison Square Guarden, que tenhamos HD e atee Ultra HD, televisores enormes, som estéreo etc. etc. etc., não se pode ignorar que algumas coisas têm impacto maior para quem está no ginásio. Ainda mais com os próprios telões enormes ali para complementar o que está sendo visto ao vivo – aliás, o público reagiu sempre muito mais a qualquer brincadeira veiculada no telão do que nos trechos de Jersey Boys, Mamma Mia! e Chicago que vimos.

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Pegue, por exemplo, a partida deste domingo. Entre o aquecimento dos atletas e o apito final, foram três apresentações de números da Broadway e dois shows de popstars. Mais as intervenções das mascotes, que, acreditem, funciona muito mais com a visão geral da quadra. Figuras. Você pode até não gostar de uma coisa ou de outra – como foi o meu caso com a senhorita Ariana Grande, já correndo o risco aqui de irritar seus mais de 20 milhões de seguidores do Twitter. Mas a festa é bem armada e extrapola, e muito, o limite das quatro linhas. Literalmente, para quem viu o palco permanente montado atrás de uma das cestas.

A partida não tem defesa? Tem arremessos de três pontos a mais de dois metros da linha, tem ponte aérea, não tem defesa etc. etc. etc. Mas, num universo em que se contesta muito as lesões dos atletas, em que o clamor por menos jogos na temporada cresce, não vamos querer realmente que LeBron James entre em quadra sedento para fazer Klay Thompson ou Damien Lillard zerarem.

O Oeste venceu por 163 a 158, com um recorde de 321 pontos combinados entre ambas as seleções, os minutos finais tiveram um certo suspense, e tal, mas não dá para analisar o jogo como se fosse uma partida qualquer.

Seguem umas notas, então, do que reparei na plateia:

– Bill Clinton foi a personalidade mais aplaudida no Garden, e de longe, deixando Jay-Z, Beyoncé e Rihanna na saudade. Pega essa, cultura pop. Até Dwyane Wade foi tietá-lo antes do início do segundo tempo, pedindo uma foto. Para o meu gosto, o ator Ethan Hawke era aquele que merecia aplausos de pê pelo combo Boyhood, Dia de Treinamento e a trilogia de Antes do Amanhecer, mas tudo bem.

– Clinton e os milicos estavam no ginásio, mas não se iludam: quem anda naquilo tudo é o Little CP3, que, em determinados momentos, iria até o banco de reservas e se sentava ao lado do pai, empurrando algum companheiro de time para o lado.

Pequeno Chris não perde uma

Pequeno Chris não perde uma

– De novo: não dá para crucificar ninguém, mas parece que Carmelo Anthony decidiu encerrar suas atividades nesta temporada antes mesmo de o Jogo das Estrelas começar. O ala anfitrião teve diversos arremessos livres, mas não acertou a mão, desperdiçando 14 de 20 chutes. Com 14 pontos dele e apenas três de Kevin Durant, tivemos apenas 17 no geral para os dois últimos jogadores a vencer o prêmio de cestinha da liga. Devido a dores crônicas no joelho, essa pode ter sido a despedida melancólica de Melo nesta temporada absolutamente deprimente do Knicks.

– Os jogadores mais empolgantes de se ver foram Stephen Curry e Russell Westbrook. Cada ao seu modo, né? Curry com seu controle de bola fenomenal, por vezes ignorado devido a sua habilidade no arremesso, enquanto o MVP Wess desafia as leis da física em suas arrancadas corriqueiras. Além do mas, houve momento em que baixou o santo de Kyle Korver nele nos tiros de fora. LeBron James, do seu lado, consegue combinar um pouco dos dois astros em seu jogo.

– Por falar em Korver, ele terminou com 21 pontos, todos eles em arremessos de longa distância. Quando a bola não caía, ele ficava realmente nervoso. Não por ter lhe custado algum recorde – mas pelo simples fato de que o ala do Hawks parece, hoje em dia, não acreditar que seja possível que a bola bata no aro e caia fora da cesta.

– Foi por apenas um minutinho que o técnico Mike Budenholzer pôde fazer um exercício hipotético no qual seu Hawks tivesse Jeff Teague, Korver, Paul Millsap e Al Horford acompanhados por… LeBron James na ala, em vez do valente DeMarre Carroll. O Rei só foi escalado para acompanhar o quarteto por um breve momento no terceiro período, até dar o lugar a Jimmy Butler.

– O lance mais engraçado, para mim, aconteceu no primeiro tempo ainda, quando Dirk Nowitzki desafio as recomendações ortopédicas e saltou para completar uma ponte aérea de Stephen Curry com uma enterrada. O astro alemão, depois, fez uma graça em quadra, empolgado que só com aquela que talvez tenha sido sua primeira enterrada desde o título de 2011.  : )

– O Garden é a meca, sim. Mas o retorno ao ginásio do Knicks depois de ter passado duas noites no Barclays Center proporciona um contraste incrível. O clima da torcida em Manhattan, vaiando airball de LeBron, tendo boas sacadas durante a partida, porém, acaba compensando.

– Pelos corredores do ginásio, em um giro pré-jogo, foi possível visualizar os aposentados Kevin Willis e Jason Collins, além do jovem ala-armador Victor  Oladipo, o único que sonhou em desafiar Zach LaVine no torneio de enterradas. O legal é que o rapaz do Orlando Magic, sem crecencial vip nenhuma, foi reconhecido aos poucos pelo público, enquanto batia o maior papo com um amigo. Pelo que vi, depois da primeira, porém, ficou mais de dez minutos tirando fotos com quem se aproximava.

Oladipo, no meio da galera

Oladipo, no meio da galera

Para fechar, segundo números extraoficiais, os cinco primeiros dias em NYC, até a conclusão do ASG, tiveram:

18 viagens de metrô
1 corrida de táxi
2 carona de ônibus
1 princípio de gripe
2 cheesebúrgueres (juro!)
1 pedaço de pizza
6 donuts
11 chocolates quentes


Prêmios! Prêmios! Os melhores do Leste antes do All-Star
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Giancarlo Giampietro

Estamos na fase de premiação, né? Logo mais o Boyhood deve, precisa, merece ganhar os prêmios mais importantes na cerimônia do Oscar. Bem longe do glamour de Hollywood, aqui na base do conglomerado 21, sediado na Vila Bugrão paulistana, é hora de olhar para o que aconteceu em mais de metade da temporada da NBA e distribuir elogios. Claro que elogios totalmente irrelevantes para os astros da NBA, mas tudo bem.

De primeira, saímos com a Conferência Leste, que é uma tristeza que só, com exceção desta galera aqui:

MVP, MVP, MVP e MVP. Cheio de MVP

MVP, MVP, MVP e MVP. Cheio de MVP

MVP: O quinteto do Atlanta Hawks. Se a NBA pode escolher, oficialmente, os cinco para “Jogador do Mês de Janeiro”, por que um blog raé do Brasil não poderia? Al Horford, com suas múltiplas habilidades, é o principal jogado do líder da conferência, mas não dá para pinçar um, e só, no jogo bonito de Atlanta. A influência de Korver é muito difícil de ser medida em estatísticas, mas obviamente que as defesas entram em pânico diante da possibilidade de ele ficar livre por dois centímetros na linha de três pontos. Paul Millsap, com seu arsenal ofensivo impressionante, dá a Mike Budenholzer muita flexibilidade. Jeff Teague vai resolver as coisas na hora do aperto, entrando no garrafão com facilidade. DeMarre Carroll faz o serviço sujo e ainda desenvolveu seu tiro exterior. Esse time é uma verdadeira máquina.

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>> 30 times, 30 fichas sobre a NBA 2014-2015

Lowry mereceria o prêmio em novembro, dezembro talvez, mas deu uma esfriada. John Wall já o superaria, para mim, devido a sua consistência e imposição física em quadra. Pelo andar da carruagem, porém, um certo Rei de Cleveland deve aparecer aqui ao final da temporada, como o MVP do Leste – mas que dificilmente vai recuperar o terreno perdido, nas minhas contas, para Monocelha, Curry e Harden no geral. LeBron vem jogando muito desde que retornou de sua licença premiada, mas isso significa que, por ora, são apenas algumas semanas de alto nível (para os seus padrões). Antes de sua parada, para botar o corpo e a cuca em dia, o astro reclamou demais e deu contribuição significativa para os tropeços do Cavs. Ah, e Pau Gasol, rejuvenescido longe da sombra de Mike D’Antoni, lidera a liga em double-doubles, com 33 até esta segunda-feira.

Melhor treinador: Mike Budenholzer. Por causa disto tudo aqui. É muito difícil instaurar o tipo de química que vemos em quadra em Atlanta, gente, e o Coach Bud aprendeu direitinho depois de anos e anos como assistente de Gregg Popovich. Jason Kidd, guiando um elenco jovem, valente e extremamente versátil em Milwaukee, seria minha segunda opção. Acho que muitos subestimaram a qualidade do plantel do Bucks. Mas não esperava que fosse encontrá-los com aproveitamento superior a 50% no início de fevereiro. Kidd começou muito mal como chefe do Brooklyn Nets na temporada passada, mas se ajustou no decorrer da campanha e se revela um treinador do tipo que adoro: aquele que sabe aproveitar o que tem em mãos, em vez de forçar os jogadores a se entregarem completamente ao ‘seu’ sistema. Dwane Casey também precisa ser mencionado, pelo excelente trabalho que faz em Toronto há um tempinho já. Outro elenco que rende muito mais por conta de química do que pelo talento individual de suas peças.

Sobra até Derrick Favors para Middleton na defesa

Sobra até Derrick Favors para Middleton na defesa

Melhor defensor: Khris Middleton. Quem? James Khristian Middleton, nascido em Charleston, no dia 12 de agosto de 1991. Ele, mesmo, o ala titular do Milwaukee Bucks que está envolvido diretamente no esquema agressivo orquestrado por Jason Kidd. O técnico quer ver seus atletas trocando a marcação constantemente. Isso requer muita atenção aos detalhes e, ao mesmo tempo, perna firme e resistente. Middleton, aos 2,01 m, é forte e ágil para dar conta de marcar um ala-armador ou um ala-pivô (isso, claro, se não for um brutamontes como David West ou um gigante que nem Pau Gasol… Vai depender de quem estar do outro lado). Na melhor defesa da conferência, ele causa o maior impacto: o Bucks toma 8,9 pontos a mais, a cada 100 posses de bola, quando ele está descansando no banco.

DeMarre Carroll e Al Horford oferecem a mesma versatilidade ao Hawks. John Wall pressiona demais o drible do adversário com agilidade e tamanho, e ainda protege o aro em transição e vindo do lado contrário e comanda a forte defesa do Wizards, com uma boa ajuda de Nenê na cobertura. Quando Michael Kidd-Gilchrist está em forma, o Charlotte Hornets se posiciona entre as dez melhores retaguardas.  É muito estranho escrever este parágrafo sem mencionar Joakim Noah e Taj Gibson, mas, ao que parece, os anos de trabalho puxado com Thibs cobram, invariavelmente, um preço. Os dois não têm conseguido repetir as performances sensacionais do campeonato passado, e acredito que isso tem muito mais a ver com um desgaste físico e mental do que a chegada de Pau Gasol, que lhes rouba minutos e toques.

Melhor sexto homem: Lou Williams. Um Jamal Crawford mais baixinho, mas muuuuito mais eficiente, . A missão de Lou é criar arremessos por conta própria.  Rasual Butler – virge! – já resolveu uma porção de jogos para o Wizards saindo do banco 98,5% das vezes com a mão já pegando fogo. Aaron Brooks se encaixou perfeitamente no módulo de “Armador Tampinha Reserva do Chicago Bulls”, mas ninguém mais parece notar sua existência. Dennis Schröder causa o mesmo impacto pelo Hawks. Em Milwaukee, são diversos reservas qualificados, mas nenhum que desponte.

Em Toronto, é "Loooooooouuuu" sempre que ele pega na bola

Em Toronto, é “Loooooooouuuu” sempre que ele pega na bola

Jogador que mais evoluiu: Hassan Whiteside. Ele jogou o ano passado no Líbano. Hoje, representa uma dor-de-cabeça para 29 equipes que não lhe ofereceram nem mesmo um contrato não-garantido antes de a bola subir. Mais detalhes aqui. O engraçado é que Jimmy Butler, até outro dia desses, parecia a maior barbada de toda a liga nessa categoria, independentemente da conferência. O que o ala do Bulls ralou para elevar seu jogo ao patamar de All-Star vale como exemplo para qualquer jogador subestimado na liga. Talvez seja precipitado indicar Whiteside, pelo fato de ele ter jogado pouco até agora. Vamos ver se dura até o final da temporada. Jeff Teague também deu um belo salto, passando de jogador “ok, muito bom” para “putz grila, excelente”, algo nem sempre fácil de se fazer.

Melhor novato: Nikola Mirotic. O que é uma injustiça, né? De calouro, o montenegrino naturalizado espanhol não tem nada. Muito menos a barba. De qualquer forma, poder qualificar Mirotic “tecnicamente” como novato nos livra a cara aqui, pois seria difícil seguir em outra rota. As lesões não deixaram Jabari Parker, Marcus Smart e Aaron Gordon competir adequadamente aqui. Elfrid Payton é o estreante que joga mais pressionado, com máxima responsabilidade devido a sua posição, e faz um trabalho competente em diversas esferas menos aquela que pede cestas – o mesmo problema para Nerlens Noel.

Primeiro time
Jowh Wall
Kyle Lowry
Jimmy Butler
LeBron James
Al Horford

Segundo time
Jeff Teague
Dwyane Wade
Kyle Korver
Paul Millsap
Pau Gasol

Terceiro time
Kyrie Irving
Brandon Knight
Khris Middleton
Chris Bosh
Greg Monroe

Observações: fiquei entre Kemba Walker e Brandon Knight na terceira formação, e aí preferi decidir pela melhor campanha do Bucks, ainda que Walker tenha levado o Hornets nas costas enquanto Al Jefferson estava lesionado e Lance Stephenson curtia sua piração, até ser afastado por causa de uma cirurgia no joelho. Middleton ganha a vaga que seria de Carmelo Anthony, mas não dá para botar um time com aproveitamento abaixo de 20%. Por números, pode parecer um crime excluir Nikola Vucevic. Se for assim, desde que Josh Smith foi mandado para um breve exílio, Monroe vem abafando – inclusive seu companheiro Andre Drummond. Wade jogou pouco, mas o suficiente para entrar aqui – sem ele, o Miami Heat estaria completamente atolado.

Nesta quarta, sai a lista do Oeste.


Chegou a hora de aceitar o Atlanta Hawks como sério candidato
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Giancarlo Giampietro

Estão aí para ficar

Estão aí para ficar

Há alguns caminhos básicos para aceitar um time qualquer como favorito, ou forte candidato ao título. Cada vez mais se valoriza números e números, dentre os quais o saldo de pontos acumulado durante a campanha se destaca como um grande indicador para além da óbvia comparação entre vitórias e derrotas. O seguidor mais conservador pode se apegar a outros fatores como a quantidade de superestrelas em um elenco e o retrospecto, histórico recente dessa equipe nos mata-matas. Ainda assim, essa abordagem também tem uma base empírica, já que são raríssimos os casos de clubes que conquistaram a NBA sem contar com um craque transcendental em sua formação.

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Tanto que o Detroit Pistons virou a menção obrigatória de exceção dessa regra, com os Wallace que não eram irmãos e a dupla entrosadíssima de Billups e Hamilton. Todos All-Stars, bem acima da média, que se entenderam muito bem e entraram para os livros históricos. Mas nenhum deles vai entrar no panteão. O Spurs de 2014 poderia até entrar nessa lista também, mas vai depender de como você avalia o fato de a equipe contar com Parker, Duncan e Ginóbili, que já não estavam no auge mais, mas cujo currículos causam, de qualquer forma, inveja em muita gente.

Deixemos os atuais campeões de lado, todavia. Ou melhor: nem tanto, já que, para falar sobre o Atlanta Hawks, não dá para ignorar o fator #SpursDoLeste, com um time armado sob os mesmos princípios saudáveis que Gregg Popovich consolidou em San Antonio. Em seu segundo ano de trabalho na Geórgia, Mike Budenholzer vai obtendo resultados incríveis. Nesta quarta, por exemplo, ele já se assegurou como o técnico da seleção do Leste no All-Star Game, com a melhor campanha da conferência, por ora inatingível. Seus atletas venceram 28 das últimas 30 partidas que disputaram, vindo de 14 vitórias seguidas, igualando o recorde da temporada 1993-94. Os falcões estão voando, mesmo, como nunca antes na história da franquia. Ainda assim, guiada por princípios históricos – resumidos na marcante frase de Jordan sobre crianças, homens e playoffs –, a crítica demorou a reconhecê-los como séria ameaça na liga americana. Pode incluir esta besta quadrada aqui nesse pacote. Pode, também, esquecer qualquer preconceito. O Atlanta veio para ficar.

Não quer dizer que o título é deles já, de modo antecipado. Que seja impossível de perder. Qualquer lesão de Al Horford, Jeff Teague, Kyle Korver e Paul Millsap já os deixariam em maus lençóis. O Washington segue jogando de igual para igual com a maioria dos grandes. Mesmo em espiral, Toronto não pode ser desrespeitado. Para não falar de Chicago e Cleveland, esses, sim, os conjuntos estelares, que vão chegar aos mata-matas, independentemente da histeria ao redor de ambos. Importante dizer que todos esses times já foram surrados pelo Hawks. De qualquer modo, muita coisa pode acontecer em 40 partidas, em três meses de temporada regular até a chegada aos mata-matas.

Se tivéssemos, no entanto, a chance de congelar o tempo e deslocar esse Hawks de hoje, 22 de janeiro de 2014, e descolá-lo para os primeiros dias de abril, teríamos no páreo um favorito, e tanto. Favorito e encantador, ainda que sem o sex appeal de um Golden State Warriors comandado por um técnico tão carismático e vitorioso e liderado em quadra por um talento precioso como o de Stephen Curry.

O irônico é que o gerente geral Danny Ferry, ainda afastado por uma gafe-ou-comentário racista, fez de tudo para contratar a chamada superestrela. Alguém da estirpe de Curry – ou do ala-pivô Bob Pettit, que guiou a equipe nos tempos de St. Louis ao título em 1958, desbancando Bill Russell, Red Auerbach e o Celtics. Foi atrás de Chris Paul e Dwight Howard, nativos da Geórgia, quis também se reunir com Carmelo e LeBron. Dikembe Mutombo, Joe Johnson e Isaiah Rider (risos) que nos desculpem, mas o clube não conta com ninguém desse porte desde as cravadas inigualáveis de Dominique Wilkins nos anos 80.

Sefolosha não tem nem 5% do apelo de um LeBron, mas se encaixou bem no banco de reservas, para dar um descanso a Carroll. Ele e Bazemore fortalaceram a rotação de Budenholzer com energia e pegada defensiva

Sefolosha não tem nem 5% do apelo de um LeBron, mas se encaixou bem no banco de reservas, para dar um descanso a Carroll. Ele e Bazemore fortalaceram a rotação de Budenholzer com energia e pegada defensiva

Não rolou, claro. Fechou, então, com Millsap, Korver, DeMarre Carroll, Mike Scott, Pero Antic, Thabo Sefolosha e Kent Bazemore. E não é que deu certo? Com um basquete eficiente, consistente, de movimentação de bola totalmente solidária e arremessadores perigosos para quebrar qualquer sistema defensivo, de Thibs a marcação por zona, a turma de Al Horford está arrebentando. Ênfase em solidariedade, por favor. É um conceito que pode ser banalizado se usado a cada crônica de jogo, a cada análise de uma equipe. Neste caso, contudo, não precisa se preocupar, pois o termo cabe ferfeitamente.

O Atlanta é o segundo time em assistências por jogo, atrás do Golden State. Mas acho que já aprendemos que se basear apenas em números absolutos não cola mais, né? Cada equipe joga num ritmo, produzindo mais ou menos números. O melhor, sempre, é saber o quão eficiente o conjunto se apresenta. Então que tal conferir o ranking de assistências por posse de bola e ver que, nessa medição, eles aparecem em primeiro? Lideram também a coluna de percentual de cestas de quadra que são assistidas – o Spurs, observem, está em terceiro. Esse padrão se mantém para seus chutes de três pontos: apenas 7,1% dos tiros de longa distância decorrem de jogadas individuais, em vez de um passe, contra 9,2% do Spurs. Istoé, Jamal Crawford, Nick Young e JR Smith não teriamm espaço por lá. Nas bolas de dois pontos sem assistências, o percentual sem assistências é maior (39,9%, e aqui entram as infiltrações de Jeff Teague e Dennis Schröder), mas ainda é o menor da liga.  Por fim, na média de assistências para cada turnover, estão em terceiro. Nas últimas sete vitórias, em seis ocasiões eles bateram a marca de 30 assistências. Vamos todos juntos, então, repetir: jo-go so-li-dá-rio. Pode soletrar também, se achar necessário.

A excelente visão de quadra e a predisposição para passar a bola resultam, obviamente, numa bola seleção de arremessos. A equipe é a terceira no aproveitamento efetivo de arremessos, a medição que dá um pouco mais de valor para os arremessos de três pontos, já que… segundo minhas contas, três é maior que dois. Sim, Budenholzer também é um adepto dos arremessos de três como peça integral de uma ofensiva, tendo o segundo melhor aproveitamento da liga nesse quesito (atrás apenas do Golden State). O sistema do ex-assistente do Coach Pop enfatiza o chute de fora, mas não chega a ser obcecado como o Houston Rockets, sendo o nono que mais arrisca, mas com oito tentativas a menos que os texanos). Por ter um excelente rendimento, no entanto, é o quarto time que mais depende da bola de longa distância para gerar pontos.

Parêntese obrigatório aqui para o Sr. Kyle Elliot Korver, nascido no dia 17 de março de 1981, natural de Lakewood, na Califórnia. O que ele está fazendo nesta temporada não existe. Quer dizer: existe, mas é inédito – nunca um atleta terminou a temporada regular com mais de 50% tanto nos arremessos de dois como de dois e 90% nos lances livres. Seus números, respectivamente: 51,8%, 53,5% e 92,2%. Ele lidera a liga no aproveitamento do perímetro pelo segundo campeonato seguido. Sua habilidade neste fundamento faz com que seus companheiros ataquem com 4 contra 4, já que ele não pode ficar livre de modo algum. Ele transformou um chute de três em bandeja, gente. E aí que foi engraçado ver o cara enterrar nesta quarta contra o Indiana Pacers, em transição. Foi sua primeira cravada desde desde 16 de novembro de 2012, contra o Kings! No meio do caminho, ele matou 484 chutes de fora em 198 jogos. Vejam abaixo e, logo depois, seu esmeraldino gráfico de arremessos:

É de se lamentar o péssimo aproveitamento na zona de média distância pela direita do ataque. Tsc, tsc

É de se lamentar o péssimo aproveitamento na zona de média distância pela direita do ataque. Tsc, tsc

Korver merece estar no All-Star. Mas este também é o caso de Teague, jogando seu melhor basquete, Millsap, que vai receber uma bolada no mercado de agentes livres, e Horford, o faz-tudo perfilado por Zach Lowe com a maestria de sempre e que só não tem o status de superestrela por jogar em Atlanta e pelas lesões peitorais bizarras. Dificilmente os técnicos vão encontrar espaço no banco da seleção do Leste para fazer justiça a todos eles.

Ao menos eles não dão a mínima para isso. Millsap ficou todo orgulhoso ao ser selecionado no ano passado, mas vai sobreviver se a façanha não se repetir. O mesmo vale para os outros. Afinal, numa unidade dessas, é muito complicado separar o sucesso de um e o do outro. “Sentimos que temos peças realmente boas que combinam bem, e entendemos que temos de jogar juntos para ter sucesso”, diz o atirador de elite.

Korver e seu arremesso perfeito

Korver e seu arremesso perfeito

Depois de longa consulta nos números, são poucos os pontos fracos a serem apontados para um raro caso de time que está entre os dez melhores no ranking de eficiência ofensiva e defensiva (Golden State, soberano, e Portland são os outros). O máximo que dá para falar é de uma fragilidade nos rebotes. Na tábua defensiva, ocupa apenas a 18ª posição na coleta de rebotes disponíveis, situação da qual Greg Monroe e Andre Drummond tiraram proveito na segunda-feira (juntos, somaram 12 rebotes ofensivos). Além disso, o Hawks é o 19º em contra-ataques: apenas 11,6% de seus pontos saem em transição, contra 18,6% do Warriors, e também o 18º em lances livres (17,1%). Esses pontos, porém, não preocupam tanto, devido a sua excelência na execução em meia quadra. Para os mata-matas, porém, podem fazer falta.

Ah, claro, se for para falar de números, o pior de todos é o de público, o sétimo pior da liga, com 16.327 espectadores em média – 2.500 a mais que o lanterna Timberwolves. O torcedor de Atlanta tem demorado para se interessar pela excelente fase. A despeito do incidente com Ferry, passar os dias sem prestigiar essa equipe é um pecado. Contra o Pistons, no feriado em homenagem a Martlin Luther King, a arena teve capacidade esgotada (19.108). Contra o modorrento time do Pacers, nesta quarta, só 15.045 foram ao ginásio. A baixa audiência só não impede que o valor da franquia tenha subido quase 100% no último ranking divulgado pela Forbes.

Vale mencionar também que o Hawks encarou até o momento a quinta tabela mais fraca da liga. Juntos, seus adversários têm aproveitamento de 48,9,%. Por outro lado, estão empatados com o Bulls nesse quesito. O Wizards, concorrente direto, teve a segunda jornada mais fácil, com 48%. O time de Budenholzer também fez mais jogos fora do que em casa (22 x 21, é verdade).

Então é isso: você precisa se esforçar para encontrar algum senão nessa jornada do Hawks, que se tornou apenas o terceiro time da história do Leste a somar 28 vitórias em um intervalo de 30 jogos. Os outros dois? Miami em 2012-2013 e Chicago em 1995-96, e ambos levaram o título.  Bastam mais três triunfos para que eles igualem as 38 da temporada passada (38). Com aproveitamento de 81,3% na atual campanha, a equipe cresceu até o momento 34,7%, o maior salto.

Recordes? All-Star? Favoritismo? Não que isso tudo valha algo para eles. “Todos nós sabemos de verdade que ainda não conquistamos nada”, disse Korver. “Eu amo quando a melhor equipe vence os melhores jogadores. Foi o que aconteceu nas finais do ano passado para mim.”

A final vencida pelo Spurs. Vocês sabem, o Hawks do Oeste.


Quais presentes os times da NBA mais querem? Lado Leste
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

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Pode espinafrar, tudo bem. O gancho não é nadica original: o que cada equipe da NBA quer de Natal? Mas, poxa, gente, vamos olhar por outro lado: ao menos ele oferece a chance para uma zapeada rápida por cada um dos 30 clubes, além do fato de dar um descanso para essa cuca aqui, que é mais que lerda. Alguns pedidos são praticamente impossíveis, outros mais viáveis. Vamos lá, então:

Dá para o armador alemão do Hawks melhorar, e muito, seu arremesso

Dá para o armador alemão do Hawks melhorar, e muito, seu arremesso

ATLANTA HAWKS
– Que Al Horford, por favor, não tenha mais nenhuma lesão muscular bizarra no peito?

– Um pouco mais de carinho por parte do público local? A equipe hoje ocupa apenas a 25ª posição no ranking de público. Uma evolução em relação ao campeonato passado (28º), é verdade, mas é muito pouco para um clube de campanha tão bacana.

– Dennis Schröder bem que poderia subir mais um degrau ainda neste campeonato. O time só vai ganhar com isso. E a gente, se divertir.

– Kyle Korver terminando um ano com um lindão 50%-40%-90%.

BOSTON CELTICS
– Danny Ainge quer muito, mas muito mesmo uma nova superestrela. Via Draft, ou troca.

– Um bom Draft em 2015, com muitos pivôs bem cotados.

– Se Rondo sair, o show será de Marcus Smart. Para tanto, o novato precisa se distanciar da enfermaria.

– Consistência por parte de Kelly Olynyk e Jared Sullinger.

BROOKLYN NETS
– Alguém que veja algum apelo nas caríssimas peças que Billy King juntou, sendo que seu elenco em nada se assemelha a um candidato a título.

– Adaptação mais acelerada para Bojan Bogdanovic, que tem um jogo muito vistoso para ficar escondido no banco de reservas. Uma hora o chute de três vai cair, assim como o de Teletovic.

Está acabando para KG

Está acabando para KG

– Um fim digno de carreira para Kevin Garnett, que vê Duncan e Nowitzki, mesmo no brutal Oeste, em situações muito melhores.

– Uma retratação por parte daqueles que alopraram a convocação de Mason Plumlee para a Copa do Mundo.

CHARLOTTE HORNETS
– Um novo endereço para Lance Stephenson, e para já. Ele e Kemba Walker simplesmente não combinam.

– 40% de aproveitamento nos chutes de longa distância para Michael Kidd-Gilchrist.

– Uma sequência de seis, sete vitórias que ponha o time na zona de classificação dos playoffs. Com o nome Hornets de volta no pedaço, esses uniformes sensacionais e a quadra mais bonita da liga, a cidade precisa disso.

– Agora que está liberado, uma caixa com os melhores charutos cubanos disponíveis para Michael Jordan.

CHICAGO BULLS
– Um Derrick Rose 100%. Ou 87%, vai.

– Que tenhamos a dupla Noah-Gasol saudável nos playoffs.

– Um jogo de 50 pontos para Aaron Brooks.

– Tá, este aqui é meu: mais Nikola Mirotic, muito mais, Thibs. A defesa se acerta.

CLEVELAND CAVALIERS

Anderson Varejão, Cavaliers, Cavs
– Um novo endereço para Dion Waiters, ou ao menos que o rapaz se dê conta de que, no momento, está muito mais para Jordan Crawford do que Dwyane Wade.

– Um contrato novinho e folha acertado informalmente por Kevin Love. Mas sem a liga saber, claro.

– Mais atenção de Kyrie Irving na defesa. A velocidade já está lá.

– 75 partidas + os playoffs para Anderson Varejão.

DETROIT PISTONS
– Dúzias e dúzias de comprimidos de calmante para Stan Van Gundy, o chefão.

– 65% de aproveitamento nos lances livres para Andre Drummond.

– A reconciliação com Greg Monroe.

– Qualquer poema altruísta que convença Brandon Jennings a soltar a bola.

Topa um Lance aí?

Topa um Lance aí?

INDIANA PACERS
– Mais nenhum susto, mais nada que dê mais trabalho para os médicos. A hora extra vai custar caro.

– Recuperação segura para Paul George.

– Vogel quer os playoffs, mas o melhor para Larry Bird e para o clube seja uma boa escolha de Draft.

– Lance Stephenson!?

MIAMI HEAT
– Dwyane Wade inteirão para os playoffs.

– Chris Bosh retornando da lesão muscular no mesmo nível de antes.

– Que Shawne Williams consiga sustentar seu ritmo nos chutes de longa distância.

– Mais minutos para Shabazz Napier, desde que a defesa não sofra ainda mais.

MILWAUKEE BUCKS
– Um contrato assinado para a nova arena. Para ontem.

– Sem Jabari, a manutenção desta campanha surpreendente que faz o passe de Jason Kidd inflacionar bastante.

Brandon Knight e o Bucks vão continuar em Milwaukee?

Brandon Knight e o Bucks vão continuar em Milwaukee?

– Média de ‘só’ 3 faltas por jogo para Larry Sanders.

– John Henson realizando seu potencial efetivamente.

NEW YORK KNICKS
– Marc. Gasol.

– Um novo endereço para JR Smith.

– Um arremesso para Iman Shumpert.

– Que Phil Jackson seja tão bom de Draft quanto Isiah Thomas.

ORLANDO MAGIC
– O retorno de Aaron Gordon o quanto antes.

– Um contrato razoável para Tobias Harris (a essa altura, depois de vários buzzer beaters, um pouco abaixo do máximo permitido para ele).

– 44% nos arremessos para o calouro Elfrid Payton, que já cuida do resto muito bem.

– Victor Oladipo deslocado mais para a finalização de jogadas.

PHILADELPHIA 76ERS
– 10 vitórias para evitar um vexame histórico e muita paz de espírito para Brett Brown.

– Menos turnovers para Michael Carter-Williams e Tony Wroten.

Robert Covington e o Sixers chutam para evitar pior campanha da história

Robert Covington e o Sixers chutam para evitar pior campanha da história

– Uma boa relação com o agente de KJ McDaniels, que vai virar agente livre.

– Uma palhinha de Joel Embiid nas últimas semanas da temporada?

TORONTO RAPTORS
– Mando de quadra nos playoffs, como cabeça-de-chave número 1.

– Muito mais Jonas Valanciunas no quarto período. É um pivô que bate bem lances livres.

– “Let’s Go, Bru-No!”, sabendo que todos precisam de paciência.

– De resto, não tem muito o que melhorar aqui, né? Que DeRozan volte bem.

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WASHINGTON WIZARDS
– O sumiço definitivo dessa coisa chata que é a fascite plantar de Nenê.

– Que não expire a poção mágica do incrível Rasual Butler.

– Sequência de jogo constante para Bradley Beal.

– 59 horas de entrevistas com Marcin Gortat.

E qual presente você quer para seu time? Amanhã, sai uma listinha do Oeste.

PS: Para quem não viu, uma abordagem bem mais detalhada sobre os clubes está aqui: 30 times, 30 fichas sobre a temporada