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Arquivo : Blazers

Rasheed Wallace (ainda) quer voltar. E, claro, vai treinar com o Knicks
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Giancarlo Giampietro

Wallace não jogou nada pelo Boston em 2009-2010 e deixou a liga

O “totalmente excelente” (valeu, Bonfá) repórter Ric Bucher, da ESPN, soltou no Twitter: Rasheed Wallace foi visto treinando em ginásio do Knicks neste fim de semana. E o clube de Manhattan está, claro, considerando sua contratação. Afinal, eles já têm Kurt Thomas, Marcus Camby e Jason Kidd…

Não é a primeira vez que ‘Sheed, agora 38, flerta com um retorno à NBA. No ano passado, ele esteve de namorico com Los Angeles Lakers e Miami Heat. Depois de ter supostamente se aposentado pelo Boston Celtics. Só a elite, reparem.

O perigo desse tipo de flerte é o seguinte: para quem não joga para valer desde 2010, Wallace deve estar, sim, se sentindo muito bem com seu corpo agora. Mas vai encarar uma temporada de 82 jogos para ver como fica… Mesmo que ele não jogue muito. Já bastam as incessantes e intermináveis viagens para desgastar bastante.

Para alguém que tinha a língua afiada, um dos temperamentos mais intrigantes e aversivos da liga, não deixa de ser irônica a busca do pivô pelo tempo perdido – justamente ele que foi acusado durante anos e anos de ser daqueles que mais desperdiçava seu talento em quadra com lances descabidos e preguiçosos, sem contar a quantidade de minutos em que ele parecia estar com a cabeça na Lua, em Marte, Vênus ou Mercúrio, mas certamente não no jogo.

“Ball don’t lie” – que a bola não mentiria, não enganaria –, foi uma de suas frases célebres, em referência a erros de arbitragem grosseiros que poderiam influenciar num resultado. Será que Rasheed realmente quer voltar? O que a bola tem a dizer a respeito?

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Rasheed Wallace recebe uma técnica

Sheed era recordista de faltas técnicas nos bons tempos

Rasheedl Wallace foi draftado em 1995 pelo Washington Bullets (saudades!) na quinta posição, depois de acelerar o envelhecimento do legendário Dean Smith em UNC. Ele já tinha aquela manchinha redonda na cabeça. Reserva de Chris Webber e Juwan Howard, só foi mostrar serviço pelo Blazers anos mais tarde. Foi uma grande estrela da era “Jail Blazer” – um dos ‘movimentos’ mais impagáveis da NBA, com uma ficha criminal impressionante. Também com grandes batalhas nos playoffs, diga-se. Mas sua melhor fase técnica durou por pouco mais de uma temporada, entre 2004 e 2004, pelo Detroit Pistons, onde se achou. Cercado por veteranos bem sérios, que o domaram, (Rip, Billups, Big Ben e um técnico maluco em Larry Browon), foi decisivo para a conquista do último título da Motown.

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Nos anos posteriores, quem tirava ‘Sheed do sério era Anderson Varejão. Pistons e Cavs se encontraram muitas vezes nos mata-matas, e as faltas ofensivas que o capixaba conseguia cavar ou descolar irritavam profundamente o rival. Ele achava que aquilo não era basquete.

Na verdade, sua frustração devia ser simplesmente pelo fato de que não conseguia dominar um brasileiro do qual ele nunca havia ouvido falar. Anderson sempre foi um defensor infernal e um veterano desmotivado era presa fácil. Ponto para o Brasil.

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“Cut the check”, risque o cheque, foi outra frase minimalista famosa do pivô. Tipo: me paga aí e não me torre a paciência. Se você riscar o cheque, tá valendo. Outra: “Both teams played hard”, os dois times jogaram sério, para comentar as partidas nas entrevistas obrigatórias ao final do jogo. Ele não queria falar nada.


Nash tenta se redimir com canadenses e transformar o país em uma potência
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Giancarlo Giampietro

Steve Nash partiu o coração dos fervorosos torcedores do Toronto Raptors há algumas semanas, ao acertar sua transferência para o Los Angeles Lakers, em vez de um tão aguardado retorno para casa. Snif.

De certa forma, foi mais um ato do armador a frustrar quem gosta do basquete no Canadá, após mais de oito anos de distanciamento da seleção nacional. Se ele tivesse aceitado liderar o Raptors nas próximas temporadas, essas seguidas decepções poderiam ser facilmente esquecidas. Mas não deu. Snif-snif! Abre o berreiro!

Steve Nash, cartola no Canadá

Aos 38, Nash agora tem um outro uniforme para defender o Canadá. Bacana o lenço vermelho, né?

Para justificar esta ausência, Nash afirmava que não poderia mais emendar as férias da NBA com as atividades dos torneios Fiba. Que seu corpo não aguentaria. Tendo em vista sua forma física aos 38 anos, do ponto de vista profissional, pessoal, é complicado questionar sua opção.

Não que ele fosse obrigado a se apresentar, e tal, mas a gente sabe muito bem o quão pesada ficou a barra do Nenê por estas bandas nos últimos anos até ele jogar agora em Londres, né? Agora imagine o nível de apego e dependência dos canadenses com Steve Nash, alguém muito mais qualificado e, pior, insubstituível. A dor é insuportável. Pense nas músicas de Bryan Adams, Alanis Morissette e Avril Lavigne. Agora multiplique por dez. Pesado.

Agora, a partir desta semana, esse genial jogador tenta se redimir de alguma forma com seus patrícios basqueteiros, começando para valer no cargo de gerente geral da seleção masculina, num cargo parecido com o de Vanderlei aqui no Brasil. A primeira decisão foi a contratação de Jay Triano para o cargo de técnico. Triano, hoje assistente do Blazers, não foi muito bem como o comandante do Toronto Raptors na NBA, mas tem muita experiência no mundo Fiba, tendo sido um scout da seleção dos EUA por anos.

Seu desafio maior: aglutinar as hordas e hordas de talento que o país vem produzindo nos últimos anos, para tentar resgatar o respeito que o programa teve no começo da década passada. Tipo, quando o próprio armador entrava em quadra para liderar a equipe.

Para isso, Nash organizou um encontro de alguns de seus principais jogadores e apostas para esta semana. Seria o ponto de partida pensando no Mundial na Copa do Mundo da Espanha em 2014 e nas Olimpíadas do Rio-2016.

A lista inteira de convidados ainda não está clara, mas a imprensa canadense dá como certa ao menos as presenças do ala-pivô Tristan Thompson, do Cleveland Cavaliers, e do armador Cory Joseph, do San Antonio Spurs, além dos adolescentes Tyler Ennis (armador) e do prestigiado Andrew Wiggins (ala). Os dois meninos eram destaques da equipe  sub-18 que esteve em São Sebastião do Paraíso neste ano e que tiveram seus planos de desafiar os Estados Unidos na final frustrados pelo Brasil. Ops.

Andrew Wiggins, Canadá

Andrew Wiggins é a grande aposta canadense

Mas estes são apenas quatro nomes badalados de um grupo muito volumoso e de prestígio em cenário internacional que o Canadá pode contar. Realmente volumoso.  Contem aí veteranos como Joel Anthony, do Miami Heat, e Matt Bonner, o foguete ruivo do Spurs, recém-naturalizado – Sam Dalembert, que aprontou muito em 2007 e 2008, estaria fora. Também pode somar o ala Kris Joseph, companheiro de Fabrício Melo em Syracuse e agora no Boston Celtics. Ou o ala-pivô Andrew Nicholson, do Orlando Magic. Ou os armadores Mick Kabongo e Kevin Pangos, em atividade em times de ponta do basquete universitário norte-americano, respectivamente Texas e Gonzaga, que também revelou o pivô Robert Sacre, draftado em junho pelo Lakers.

Já deu quase um time inteiro só nessa rápida passadela, mas, juntando as peças de relatos de torneios e eventos de base dos últimos anos, teria muito mais para citar. A ponto de, mesmo com eventuais desistências, ser quase certa, ao menos em termos de nomes, a composição de uma grande equipe lá no Norte da América.

Só fica a dúvida sobre qual será o nível exato de ascendência de Nash sobre seus compatriotas. Sabemos que ele é um admirador sério do legendário Wayne Gretzky, ídolo do hóquei canadense e alguém que, suponho, deve deixar Adams, Alanis, Avril e Nelly Furtado no chinelo em termos de popularidade nacional. Nesse nível acho que só o Rush e o Neil Young. Teria o agora cartola esse tipo de influência? Como convencer os jovens recrutas a embarcar numa viagem que ele próprio recusa desde 2003?

Steve Nash, armador canadense

Os bons tempos de Nash vestido de vermelho

A diferença, a seu favor, é que as futuras estrelas da seleção canadense dividiriam responsabilidade, se desgastariam menos. Para quem se lembra do time olímpico de Sydney-2000 ou do Pré-Olímpico de San Juan-2003, a seleção dependia muito da criatividade do armador para jogar de igual para igual contra os principais times do continente. Desta vez, se pelo menos metade do contingente disponível aceitar as convocações, muda o cenário.

Isto é: para quem já comemorava o possível desmonte da República Dominicana sem John Calipari e torce desesperadamente pela aposentadoria dos craques argentinos, melhor começar a reservar desde já algumas horas  de secador também contra os homens de vermelho e Nash.

Por mais que os seguidores do Raptors e da seleção deles já estejam irados de tão tristes.


Após murro e derrota, furioso Batum detona seleção da Espanha
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Giancarlo Giampietro

Batum acerta soco em Navarro

Golpe baixo de Batum em Navarro

Quando você está perdendo a partida e resolve dar um soco (veja animação) em um de seus adversários, com golpe baixo, isso não estaria exatamente de acordo com o ideal espírito olímpico, não? O ala Nicolas Batum não está nem aí, porém: “Se perde você um jogo de propósito, isso é espírito olímpico?”, respondeu já perguntando o francês, ao ser questionado se a agressão em Juan Carlos Navarro feria a cartilha do Barão de Coubertin.

Foi um ataque, então, em todos os sentidos, e com raiva, contra os espanhóis, que teriam, digamos, facilitado a vida do Brasil no complemento da primeira fase olímpica para enfrentar os franceses nas quartas de  final e, principalmente, escapar dos Estados Unidos nas semis.

A essa altura, a imprensa internacional e a própria mídia do país assumem que a Espanha entregou a partida para a seleção de Magnano. Já dissemos que pouco importava.

Para Batum, no entanto, importou, e muito.

 Na mesma entrevista ao intrépido Adrian Wojnarowski, superjornalista do Yahoo! norte-americano,  o jogador do Portland Trail Blazers foi além ao comentar seu murro em Navarro: “Queria dar uma boa razão para ele se jogar”. (Na verdade, ele usa o termo “flop”, que seria o nosso “cavar falta”, fazer teatro para iludir a arbitragem.)

Pegou pesado o francês, que, ironicamente, muitas vezes é criticado na NBA por sua suposta passividade em quadra.

 Não ficou só nisso, aliás: durante a entrevista coletiva posterior ao jogo, o técnico francês Vincent Collet se recusou a responder uma pergunta de um repórter espanhol… Justamente pelo fato de ele ser espanhol.


Tabela 2012-2013 da NBA é divulgada: veja 5 reencontros imperdíveis
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Giancarlo Giampietro

Você, assinante do NBA League Pass, caçador de links na rede, madrugador do combo ESPN/Space, prepare-se. Pegue a caneta e a genda ou abra o bloco de notas, mesmo: a temporada 2012-2013 da liga norte-americana está toda definida, com a organização e os meses de antecedência de sempre.

Confira aqui cinco reencontros imperdíveis da campanha:

Nenê, Washington Wizards

Nenê já tem data para vestir este uniforme bacana nas Montanhas Rochosas pela primeira vez

Nenê vai fazer sua primeira partida em Denver como jogador do Washington Wizards no dia 18 de janeiro. Imagino que para ouvir aplausos na cidade de onde vem sua esposa e onde ainda deve ter casa;

Jeremy Lin, agora do Houston Rockets, encara Carmelo Anthony e o Madison Square Garden no dia 17 de dezembro para testar o que ainda restará de Linsanidade em Manhattan;

– Phoenix vai receber um Steve Nash vestido de roxo, mas o do Lakers, numa cena que certamente vai lhes parecer bizarra no dia 3 de janeiro. Feliz ano novo?

Ray Allen se veste de preto ou vermelho em Boston como um atleta do Miami Heat apenas no dia 18 de março: vai ser tratado como um pula-cerca ou ovacionado pelos serviços prestados?

– O ex-aposentado Brandon Roy, agora um Timberwolf, revê os hipongas e ex-companheiros de Portland no dia 23 de novembro. Se os seus joelhos permitirem, claro.

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A temporada vai começar no dia 30 de outubro e terminará no dia 17 de abril, restabelecida com 82 partidas para cada franquia. A noite de abertura terá três jogos, com destaque apra o confronto entre Cavaliers e Wizards, em Cleveland.

Hã…

Brincadeira. As principais atrações são: Los Angeles Lakers x Dallas Mavericks, para Dirk morrer de vontade de jogar com Nash novamente, e Miami Heat x Boston Celtics, que dispensa comentários.

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Para virar clássico, eles precisam se enfrentar. O primeiro duelo de New York Knicks e Brooklyn Nets está marcado para o dia 1º de novembro, na novíssima arena do Nets, que vai estrear Joe Johnson e Mirza Teletovic. Se o blog fosse muito maldoso, também falaria da estreia de Deron Williams, que não jogou nada desde que saiu de Utah Jazz. Mas xapralá.

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A revanche entre Oklahoma City Thunder e Miami Heat é uma das atrações da tradicional rodada natalina da liga.


Tony Parker representa um desafio diferente ao Brasil neste sábado
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Giancarlo Giampietro

Na Argentina, Pablo Prigioni prima como um armador muito mais cerebral, que sabe controlar o relógio como poucos, mas que não agride muito a defesa adversária. Por outro lado, Chris Paul pode fazer um carnaval para cima de qualquer defesa. Deron Williams também se infiltra feito um trator. Mas ambos mudam um bocado pela seleção norte-americana, considerando o tamanho do arsenal com que jogam nessas ocasiões, diminuindo bastante suas responsabilidades como matadores.

Tony Parker, de óculos, FrançaEm seu penúltimo amistoso antes das Olimpíadas, contra a França de Tony Parker, a seleção brasileira vai enfrentar um desafio totalmente diferente: um armador que fica muito tempo com a bola em mãos, mas buscando sempre o ataque, tentando de modo agressivo vencer a primeira barreira adversária.

O que a França não tem muito são exímios chutadores de longa distância – ainda mais se o ala Nicolas Batum estiver fora de ação ou sintonia, visto que sua preparação para as Olimpíadas foi atrapalhada pela negociação arrastada com o Minnesota Timberwolves que, no fim, não deu em nada. Ele teve de encarar, por exemplo, uma looooonga viagem nesta semana de Paris até Portland para ser examinado pelos médicos da franquia, que cobriu a oferta milionária encaminhada. O outro companheiro de perímetro de Parker, Nando De Colo, recém-contratado pelo Spurs, tem média de apenas 34% em sua carreira na Liga ACB, com 36% na última temporada.

Então, teoricamente, dá para congestionar o garrafão e ver o que acontece. Se fosse tão fácil assim, contudo, muitos clubes da Conferência Oeste da NBA não teriam sofrido tanto para anular Parker. Uma vez que ele passa, as ramificações são diversas e perigosas: ele pode avançar rapidamente até o aro para a bandeja com velocidade. Se essa bola lhe for tirada, seu floater de curta distância é um chute muito difícil de ser marcado. Além disso, os pivôs franceses são na maioria ótimos atletas capazes de reagirem com rapidez para aproveitar as assistências e estufar a redinha.

Não dá para pedir que Huertas jogue tanto no ataque e ainda fique com uma incumbência defensiva pesada dessas. Então… Magnano vai deslocar Alex para marcar o armador? Larry vai ganhar mais tempo de quadra? Vamos ver qual caminho o argentino vai seguir, sem ignorar o fato de que ele talvez não esteja assim tão disposto a mostrar todas as suas cartas em uma partida preparatória a poucos dias dos duelos que realmente importam.


Conheça os 15 jogadores “anistiados” da NBA
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Giancarlo Giampietro

Desculpem o trocadilho, mas é inevitável: boa parte destes aqui nem a Anistia Internacional deve defender. Pá-pum, o Vinte Um recapitula os 15 jogadores que já foram  alvos da chamada “cláusula de anistia” da NBA, à qual os clubes da liga podem recorrer para tirar de sua folha salarial um contrato indesejado, embora ainda sejam obrigados a pagar o prometido ao atleta:

Gilbert Arenas x Baron Davis

Arenas e Davis já foram mais felizes

Armadores: Gilbert Arenas (Orlando Magic), Baron Davis (Cleveland Cavaliers) e Chauncey Billups (New York Knicks)
São três jogadores com passagem pelo All-Star Game, que assinaram contratos gigantescos e supostamente liderariam seus clubes no auge de suas carreiras a campanhas de sucesso nos playoffs. No caso de Billups, deu certo, e fica até injusto listá-lo ao lado dos outros dois figuras. Campeão em 2004 pelo Detroit Pistons, MVP das finais daquele ano, ele só foi dispensado pelo Knicks no ano passado porque o clube vislumbrou a possibilidade de contratar Tyson Chandler – tanto que, prontamente, ele foi contratado pelo Los Angeles Clippers, pelo qual vai jogar a próxima temporada também.

Baron Davis assinou seu contrato com o Los Angeles Clippers para teoricamente formar uma grande dupla com Elton Brand em sua cidade preferida. Acontece que o pivô se mandou para Philadelphia, o primo pobre de LA se afundou novamente e o armador ficou mais interessado em sua carreira de produtor cinematográfico do que entrar em forma para jogar. Foi trocado para o Cleveland Cavaliers, que, na verdade, só estava interessado, mesmo, na escolha de Draft que levaria no negócio, ganhando no futuro um Kyrie Irving de presente. No campeonato passado, acabou ocupando a vaga de Billups em Nova York, mas esteve longe de causar qualquer tipo de impacto em quadra, privado de sua explosão física. Nos mata-matas, acabou sofrendo uma grave lesão no joelho e não joga mais neste ano.

Já Arenas… Bem… Por onde começar? Após defecar no tênis dos companheiros (sim, isso mesmo) e quase começar um bangue-bangue no vestiário, ser indiciado criminalmente e cair bastante de produção devido a uma cirurgia no joelho e o tempo inativo, ele ainda convenceu seu amigo Otis Smith, ex-gerente geral do Magic, a apostar em seu talento. Não deu nada certo, embora tenha ficado amigo de Dwight Howard. Foi cortado antes do campeonato, treinou sozinho por um tempão e descolou uma vaguinha no Memphis Grizzlies. Sua presença como reserva de Mike Conley foi insignificante, no fim.

– Alas: Charlie Bell (Golden State Warriors), Brandon Roy (Portland Trail Blazers), Travis Outlaw (Brooklyn/New Jersey Nets), James Posey (Indiana Pacers), Ryan Gomes (Los Angeles Clippers) e Josh Childress (Phoenix Suns).
Em uma quase-palavra: “Aaaargh”. Quem dá mais?

Bell: já não estava jogando nada mesmo, foi preso dirigindo alcoolizado, armou um barraco e público e acabou demitido para o time se aventurar no mercado de agentes livres , mesmo sem ganhar tanto assim. Roy: um craque, mas cuja estado precário dos joelhos lhe forçou uma aposentadoria precoce – ele agora tenta reviver a carreira. Outlaw: assinou um contrato de US$ 7 milhões por temporada com o Nets que ninguém entendeu, foi cortado um ano depois e já foi recolhido do lixo pelo Kings por US$ 4 milhões anuais, e todos continuaram sem entender. Posey: não era nem sombra do defesor implacável dos tempos de Celtics e Grizzlies. Gomes: dispensado para o Clippers contratar o quarentão Grant Hill. Josh Childress: quando voltou da Grécia, onde defendeu o Olympiakos, esqueceu seu jogo por lá.

Andray Blatche

Torcida da capital já não aturava mais Blatche

Alas-pivôs: Andray Blatche (Washington Wizards) e Luis Scola (Houston Rockets).
Dois jogadores opostos em termos de pacote físico: enquanto Scola faz o máximo com o mínimo (lento correndo, impulsão quase nula, mais baixo do que a média da posição), Blatche poderia ser rápido e explosivo e pular razoavelmente, além de bater os 2,10 m de altura. Poderia, mas não que quisesse. O desgosto da torcida do Washingotn com sua falta de preparo físico e intensidade em quadra chegou a um extremo em que, a cada vez que pegava na bola durante a última temporada, era vaiado. A cada bola. Já Scola é uma aberração aqui. Na ânsia de contratar Dwight Howard ou Andrew Bynum ou Neymar, o clube texano simplesmente decidiu limpar o salário do craque argentino, que havia perdido um pouco de rendimento, mas aind é extremamente produtivo. Voi resgatado na hora pelo Phoenix Suns.

Pivôs: Darko Milicic (Minnesota Timberwolves), Brendan Haywood (Dallas Mavericks), Elton Brand (Philadelphia 76ers) e Chris Andersen (Denver Nuggets).
Os grandalhões bem pagos de sempre. Darko já nem eterna promessa é mais, o que não impedirá de assinar mais um contrato milionário este ano. Haywood é imenso, ainda apanha rebotes e protege o aro, mas nada que justifique seu salário de US$ 21 milhões que tinha de contrato com o Mavs para as próximas três temporadas – por um preço menor, o Bobcats topou. Elton Brand receberia US$ 18 milhões do Sixers este ano, mas o time da Filadélfia optou por seguir outro caminho – agora, US$ 2 milhões desse total ao menos serão bancados pelo mesmo Mavs. Andersen, outro jogador ainda produtivo, o cara mais tatuado da história da liga, 100% carisma e impulsão, já não se encaixava  mais na jovem e pulsante rotação de pivôs do Nuggets.

Algumas notas para entender isso direito:

– cada jogador dispensado fica por 48 horas em estado de “waiver”, período  no qual os clubes abaixo do teto salarial podem tentar sua contratação em uma espécie de leilão, fazendo seus lances para a direção da liga sigilosamente;

– a partir do momento que o clube contrata esse jogador, o valor de seu lance vencedor será deduzido do que a franquia que o dispensou tem a pagar de salários;

– uma vez recolhido o jogador, ele não pode ser trocado por seu treinador pelo menos até o final da temporada. Isto é, Haywood obrigatoriamente fica em Charlotte até o fim da campanha 2012-2013;

– o prazo para “anistiar” os jogadores nesta temporada se enceroru na terça-feira. Isso não impede os clubes de sispensarem mais nomes eventualmente nos próximos meses, mas o saleario deles ainda constará na folha de pagamento.

– se o jogador não for recrutado por ninguém durante a fase de leilão, vira um agente livre total no mercado, podendo negociar com quem quiser. E, não, por enquanto ninguém teve coragem de assumir o risco Blatche.


Mercado da NBA: Panorama da Divisão Noroeste
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Giancarlo Giampietro

O post poderia ficar imenso, então vamos direto ao assunto. Desde a quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quinta, resumimos o Oeste. Veja o rolou em que cada franquia da Divisão Noroeste se meteu, ou não, abaixo:

JaVale McGee enterra

JaVale McGee: um dos nomes mais promissores e temerosos ainda sem contrato

Denver Nuggets: o gerente geral Masai Ujiri trabalhou tanto desde que assumiu o cargo, considerando a troca de Carmelo Anthony e a renovação e posterior troca envolvendo Nenê, que merece um descanso por ora, mesmo. Ele tratou de segurar o armador Andre Miller, está negociando com JaVale McGee, mas por enquanto é só nas montanhas do Colorado. Não sabem se o francês Evan Fournier assina agora ou volta para a Europa por um tempo.

Minnesota Timberwolves: já falamos aqui sobre o estranho fetiche de David Kahn pela cidade de Portland, depois da proposta encaminhada para Nicolas Batum e um suposto acordo com Brandon Roy. Mas o Wolves também cruza fronteiras mais longínquas, tendo contratado o ala-armador Alexey Shved, um ótimo jogador que tem tudo para fazer uma bela dupla com Rubio. De resto, voltando a Portland, Kahn agora precisa decidir, mesmo, se vai investir pelo ala francês. De acordo com as contas dos matemáticos (não há ninguém com esse perfil aqui no QG 21), caso todos esses contratos passem, alguns jogadores precisarão ser dispensados ou trocados para limpar salário. Entre a turma dos cortes, podem esperar por Darko Milicic (que choque!) e Martell Webster.

Oklahoma City Thunder: apesar das quatro derrotas seguidas na final, respirando fundo, de cabeça fria, não resta muito o que fazer com esse elenco.  Sam Presti pode trocar algumas pequenas peças, mas a base já é forte o suficiente. O ala novato Perry Jones III tem um potencial incrível e encontrou talvez o melhor clube para se desenvolver, treinando com um Durant todos os dias. O russo Andrey Vorontsevich, ala-pivô versátil do CSKA, também foi sondado. Derek Fisher ainda não sabe se permanece.

Joel Freeland, seleção britânica e Portland

Joel Freeland chega com mais status

Portland Trail Blazers:e o Pacers não permitiu que o novo gerente geral Neil Olshey, homem que levou Chris Paul ao Clippers, contratasse o gigante Roy Hibbert, o time do Oregon se voltou adotar a revolução espanhola! Chegam o ala Victor Claver, do Valencia, e o pivô Joel Freeland, que é inglês, mas se formou como jogador no país ibérico e brilhou pelo Málaga nos últimos anos. Os dois chegam para compor o elenco inicialmente, mas têm potencial para produzirem logo de cara, ao lado do armador Damien Lillard ­– o pivô Meyers Leonard ainda não estaria pronto. O ponto mais importante do cartola, pensando em longo prazo, a ser resolvido é ponderar se considera Batum uma das principais peças do time para o futuro ao lado de LaMarcus Aldridge. Caso o Wolves confirme sua oferta, o salário será de jogador top.

Utah Jazz: com muitos jogadores jovens e promissores no elenco aliados a veteranos ainda bastante produtivos, não é preciso se precipitar. Daí o verão bem tranquilo por que passa a franquia. A única ação até o momento divulgada foi a troca de Devin Harris pelo ala Marvin Williams solidifica sua linha de frente, mas deixa o elenco sem um armador titular. Então alguma outra negociação vem por aí, e essa, sim pode chacoalhar: quem sabe algo envolvendo Al Jefferson ou Paul Millsap? Do contrário, caberia ao Jazz aguardar mais algumas peças caírem no mercado para escolher um armador-tampão para a próxima temporada.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Sudoeste e Pacífico.

Leste: veja o que aconteceu até agora nas Divisões Atlântico, Central e Sudeste.


Um estranho fetiche por Portland
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Giancarlo Giampietro

David Kahn, presidente de operações do basquete do Minnesota Timberwolves, tem uma formação bastante peculiar. Formado em Inglês pela UCLA, começou a trabalhar como jornalista freelancer para o Los Angeles Times, até que voltou a sua cidade natal, Portland, empregado pelo The Oregonian. Foi repórter lá de 1983 a 1989, tendo feito coberturas até do Blazers. Depois que se cansou da vida no periódico, decidiu se formar em direito e advogou por uma empresa bem envolvida com as grandes ligas esportivas do país. Trabalhou por Indiana Pacers, times de beisebol e virou homem de negócios até chegar ao cargo, um pouco mais técnico, que ocupa hoje. Ninguém entendeu muito bem, mas chegou lá.

Brandon Roy - NBA

Brandon Roy está voltando, via Minnesota

Agora, em sua eterna reformulação do Wolves, o cartola parece ter uma nova obsessão: conseguir tudo e qualquer um que já teve qualquer vínculo com Portland.

– o ala-pivô Kevin Love, astro do clube, começou sua carreira como colegial em Portland0;

– o técnico Rick Adelman comandou o Blazers histórico de Clyde Drexler nos anos 80 para os anos 90;

– assistente-técnico Terry Porter era o armador dessa equipe de Adelman;

– o assistente-técnico Bill Bayno foi assistente do Blazers de 2005 a 2008;

Ok. No atual mercado, Kahn elegeu também o ala Nicolas Batum como seu principal alvo, estudando oferecer uma proposta para o agente livre restrito francês, do Blazers, claro. Além disso, o time já chegou a um acordo para contratar o ala-armador Brandon Roy, que voltou de uma aposentadoria tristemente precoce por problemas graves e crônicos no joelho. Em qual clube Roy havia brilhado a gente nem precisa falar.

Desse jeito, não vai espantar se aparecer algum primo hispano-americano de Ricky Rubio no Oregon, não

* * *

Sobre Roy, seria prematuro julgar a contratação e sua decisão de voltar a jogar antes de saber exatamente quais são suas condições. Só dá para constatar como deve ser duro para qualquer esportista abrir mão de sua tão cedo. Ele vai completar 28 anos no dia 23 de julho.


O período mais insano da NBA
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Giancarlo Giampietro

Acha que já era suficiente a loucura que vimos nos últimos meses pela temporada compensada pelo locaute? Que foi maluquice que o Draft tenha quase emendado com as finais, dando pouco tempo para muitos clubes se prepararem?

Deron Williams, cobiçado no mercado

Uma bolada Deron vai ganhar, certeza. E o restante?

Segure-se, que o período mais insano da NBA só está começando. Desde a meia-noite de domingo, os clubes foram autorizados a entrar em contato com agentes, pais, amigos, puxa-sacos e com os próprios jogadores em si, na tentativa de compor seus elencos para o próximo campeonato.

Os nomes mais badalados vocês já sabem: Deron Williams, que se reúne com Nets e Mavs nesta segunda, Jason Kidd, que definiu um raro “tamo-junto” com Deron, Steve Nash, que já andou conversando com o Raptors, Roy Hibbert, já apalavrado para assinar proposta gigantesca com o Blazers, tendo o Pacers o direito a cobrir, Ray Allen, Eric Gordon, Jeremy Lin etc.

Mas pensem o seguinte: esses são os destaques, aqueles que estavam para receber bem de qualquer jeito. Quando eles definirem seus destinos, ainda haverá muitas vagas abertas e, principalmente, muito dinheiro a ser gasto.

Nick Young, Randy Foye, Jamal Crawford, Jeff Green, Greg Stiemsma, Jordan Hill, Kirk Hinrich, Brandon Rush, Alonzo Gee, Nazr Mohammed, Delonte West, Ian Mahinmi, Brian Cook, Jared Jeffries, Anthony Randolph e outras dezenas de jogadores estão aguardando o encaixe das primeiras peças para saberem qual a fatia do bolo que vai lhes restar.

E tenha certeza de que sempre sobra, e muito, para se esbaldar. Novos cartolas querem impressionar sua base de torcedores. Outros precisam se livrar de erros antigos e acabam só piorando a coisa, e por aí vamos, com dinheiro chovendo.

Embora esse seja o primeiro verão (Hemisfério Norte) em que os times negociarão contratos com o locaute mais distante e teoricamente mais conscientes sobre as limitações do novo acordo trabalhista da liga, as primeiras horas de negociações já indicam o frenesi de sempre. A ponto de um contrato de US$ 40 milhões parecer insignifcante – valor especulado para o acordo verbal entre o mesmo Nets e Gerald Wallace, um ala que está prestes a completar 30 anos e depende muito do seu físico para desequilibrar.