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Arquivo : Blatche

Febre filipina: Robin Lopez se candidata para vaga de Blatche
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Giancarlo Giampietro

Lopez tenta bloquear Blatche e uma história bonita de redescoberta

Lopez tenta bloquear Blatche e uma história bonita de redescoberta

Na madrugada californiana, enfrentando o fuso horário ingrato que separa Madri de Fresno, o pivô Robin Lopez deixou a emoção das histórias e quadrinhos e animes de lado para se entregar a outro tipo de aventura: acompanhar a seleção filipina de basquete durante a Copa do Mundo disputada na Espanha. O time mais fora da linha mais desajustado da competição, no bom sentido, valia a perda do sono.

Agora, o cabeleira do Portland Trail Blazers, irmão gêmeo do Brook tem mais um problema para encarar o travesseiro: está sonhando acordado em participar do programa dos chamados Smart Gilas. Na maior cara-de-pau, já pensa em desbancar Andray Blatche como a estrela de NBA da equipe asiática, que foi eliminada na primeira fase do Mundial, mas não antes de deixar sua marca. Argentina e Croácia que o digam.

Durante uma visita promocional em solo filipino, Lopez abriu seu coração para a mídia local. “Se essa coisa toda de Andray Blatche não funcionar, estou aqui, livre para os Gilas”, afirmou o espigão, guarda-costas de LaMarcus Aldridge, depois de um training camp em conjunto com a NBA Filipinas. Sim, não estranhem: a devoção dos filipinos pelo basquete é tão grande que pede a instalação de um escritório da liga norte-americana também por lá. É uma nação de Manny Pacquiao e de bola ao cesto.

E pensar que Balkman já foi contratado para jogar na liga filipina e aprontou um barraco por lá. Blatche? Conduta exemplar

E pensar que Balkman já foi contratado para jogar na liga filipina e aprontou um barraco por lá. Blatche? Conduta exemplar

Antes de causar qualquer incidente diplomático, o bem-humorado e excelente defensor Lopez se aprontou em dizer que seus mais íntimos desejos não significam uma apunhalada nas costas de Blatche, que jogou com seu irmão em Brooklyn nos últimos dois anos. “Não desejo mal nenhum para Dray, porque obviamente ele deu seu coração para aquele time, além de se encaixar bem na equipe”, reparou.

Mas não tem jeito, galera: uma vez em contato com a febre filipina, isso toma conta de você. Mesmo que diga agir em boa fé em relação a Blatche, o pivô do Blazers simplesmente não conseguiu se controlar durante a entrevista. “Mas eu adoraria jogar (pelo país). Agora sei da paixão que essas pessoas têm pelo basquete. Adoro a cultura daqui”, disse.

E não é só isso: de maneira sorrateira, num ardil de supervilão,  Lopez também fez questão de indicar aos Gilas que seria ainda mais filipino que Blatche. Vamos lembrar: o pivô que encantou a todos na Copa do Mundo dizia, com a boca semicerrada, que seu pai teria uma autêntica ascendência. Ninguém acreditou. Agora, surge esse atleta do Blazers revelando  vínculos mais modestos, mas que podem realmente fazer a cabeça das pessoas. Ok, ok, ele não tem sangue de lá. Mas avisou que um de seus melhores amigos, Ryan Reypon, de quem foi companheiro de time no high school…  já até jogou na D-League filipina! Vixe. Imaginem a reação de Blatche quando seus espiões asiáticos lhe passarem essa nota. Uma bomba atômica em seus planos de adoração pública em Manila.

É ou não é de se ficar aturdido?

Antes de mais nada, e até para ajudar a digerir esse parágrafo todo, vale o reforço: sim, as Filipinas também têm sua D-League oficial, com 12 times inscritos. Posto isso, gostaria de saber o que o técnico Chot Reyes pensa a respeito disso. A resposta veio na lata: “chegou tarde”, ele afirmou. E de que forma aqueles tampinhas corajosos e chutadores malucos da seleção filipina que quase fez história na Espanha vão receber esses despachos no retorno triunfal para casa? Pois a verdade é que Blatche virou parte da família nacional filipina, superando qualquer desconfiança que seu turbulento passado nas quadras pudesse despertar, um passado que força vaias dos tristes e rancorosos torcedores de Washington a cada vez que ele enfrenta o Wizards.

 “O tipo de relacionamento que ele construiu com os caras da equipe, em um mês e meio, e o empenho deles nos jogos e treinos realmente disseram muito sobre o Andray. Ele estava comprometido desde o Dia 1”, afirmou o capitão da equipe, Jim Alapag, o maior terror de Julio Lamas, ao HoopsHype. “Nós todos sabíamos (de seus problemas), mas isso foi há um tempão, e não queríamos julgá-lo pelo que aconteceu, mas apenas por seu desempenho e sua atitude hoje, seu comprometimento. Fiquei muito feliz com o modo como se comportou, chegando o time assim tão de repente, realmente lutando por todos nós”, completou.

Blatche e Alapag, unidos para sempre

Blatche e Alapag, unidos para sempre

Coisa linda. Vocês percebem que foi uma história de amizade e descobertas, em que o pivô contratado naturalizado entendeu todos os erros que já cometeu, os deixou para trás e participou do sonho de um verão filipino. Se ele ganhou mais de US$ 1 milhão para defender a seleção na Copa, mais que Leandrinho pode ganhar em uma temporada inteira pelo Warriors, está bem claro, pelas palavras de Alapag, que isso não importa. A camaradagem vem em primeiro lugar.

Blatche foi proibido pela sucursal olímpica da Ásia de disputar os Jogos continentais deste ano, já que nunca morou nas Filipinas nem por 24 horas – ao passo que o comitê exige que um atleta naturalizado tenha passado um mínimo de três anos em seu país adotivo. A Fiba, entidade sem fins lucrativos, muito mais apegada ao aspecto humano do esporte, disse que era bobagem isso, que deixassem o pivô seguir sua jornada. Mas não teve jeito.

De modo que Blatche teve de embarcar solitário de volta a Miami, onde tem residência, com uma bagagem cheia de lembranças e de adrenalina a mil. Ainda está sem contrato na NBA, mesmo que tenha realizado em Brooklyn as duas melhores temporadas de sua carreira – saindo do banco para produzir de maneira extremamente eficiente. Ainda assim, o gerente geral do Nets não quer nem saber de ouvir falar dele. Existe a pequena possibilidade de ele jogar pelo Heat, mesmo, de quem recebeu uma sondagem, mas pode ser que fique mais um tempo inativo, desempregado, entregue aos caprichos da noite, digamos. Seus problemas de insônia têm outra natureza.

E agora vem essa: Robin Lopez, com seu salário de US$ 6 milhões garantido para a próxima temporada, como peça integral de um time competitivo como o Blazers, feito um Lex Luthor, disposto a usurpá-lo da condição de o mais filipinos de todos os pivôs em atividade. Entende-se o apelo, mas o posto já está ocupado. Boa noite, e durma bem.

Blatche e toda uma nação por trás

Blatche e toda uma nação por trás


O 5º dia da Copa do Mundo: Agora afunilou
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram daquelas jornadas triplas da Copa do Mundo da FIFA, né? Um jogão atrás do outro, dominando sua agenda. Pois bem. Pegue esse agito todo e multiplique por quatro. O resultado é a Copa do Mundo da Fiba. É muito basquete num dia só: 12 partidas! Uma tabela de estatística vai atropelando a outra, os fatos vão se acumulando, e pode ficar difícil de dar conta de tudo. Vamos dar um passada, então, pela rodada. Para o básico, deixe de ser preguiçoso e acesse o site oficial da competição, né? Veja lá a situação dos grupos e os todos os resultados. Sobre a vitória brasileira sobre a Sérvia, clique aqui.

Luis Scola (22 pontos, 14 rebotes, 29 minutos) não se importunou com os atletas senegaleses. E agora?

Luis Scola (22 pontos, 14 rebotes, 29 minutos) não se importunou com os atletas senegaleses. E agora?

Quatro de cinco rodadas da fase de grupos já foram disputadas. Muitos sustos, poucas sacoladas, e sete vagas ainda abertas para que a chave do mata-mata seja preenchida. Foi um dia cheio de jogos, com todas as seleções novamente em quadra, resultando em 12 partidas, muitas delas simultâneas, para tornar qualquer resumo insuficiente. Fazemos aqui nosso melhor (humilde) esforço. Depois de ter chorado com os filipinos.

As contas
A essa altura do campeonato, todo mundo quer saber, mesmo, de quem vai enfrentar quem nas oitavas de final. Bom, conforme dito na croniqueta da vitória brasileira sobre a Sérvia, o time de Magnano assegurou a segunda posição do Grupo A, atrás da Espanha. O que quer dizer que vai enfrentar o terceiro do Grupo B. A partir daí, a segunda pergunta que – dá para sentir – muita gente está fazendo é: vai dar Argentina, ou não? Olha, pode acontecer, mas precisa de uma combinação tripla de resultados: que Luis Scola & Cial percam para a Grécia + vitória da Croácia sobre Porto Rico + vitória das Filipinas contra Senegal. Hoje, o adversário seria o time africano, mesmo. Os senegaleses assegurariam o terceiro lugar com uma vitória sobre os filipinos, ou se Porto Rico superar a Croácia.  Pode dar Croácia, se eles vencerem Porto Rico e… a) a Argentina vencer a Grécia e as Filipinas, Senegal ou b) a Grécia derrotar a Argentina e Senegal, as Filipinas. A Fiba mostra os cenários, mas o site Eurohoops vai além.

O jogo da rodada: Turquia 77 x 73 Finlândia
Com 15 segundos no relógio, o armador Petteri Koponen tinha dois lances livres para bater, com a chance de garantir mais uma vitória histórica – lideravam por 68 a 65, afinal. O líder do time escandinavo, porém, errou os dois arremessos. Tempo pedido. Na reposição de bola, a Finlândia decidiu pagar para ver o que os turcos podiam, sem fazer a falta e jogar um adversário para a linha de lance livre – talvez abalados pelas falhas de seu atleta. Aí que o ala Cenk Akyol, que já foi tido como uma grande promessa do basquete europeu, foi draftado pelo Atlanta Hawks e hoje é um medíocre ala do Galatasaray, acabou matando uma bomba de longa distância, aproveitando passe de Emir Preldzic, a quatro segundos do fim, forçando a prorrogação (Koponen ainda erraria uma bola de dois antes do estouro do cronômetro). No tempo extra, Preldzic passou de organizador a definidor, anotando cinco de seus 13 pontos, incluindo suas únicas duas cestas de quadra, para garantir a vitória. Ele ainda contribuiu com 8 rebotes e 5 assistências. Destaque também para os incríveis 22 pontos (com oito lances livres desperdiçados) de Omer Asik, que virou, de uma hora para a outra, uma força ofensiva no Mundial. O resultado ainda não garante a classificação turca, mas praticamente elimina os finlandeses: para eles avançarem ao mata-mata, precisam derrotar a Nova Zelândia (plausível) e torcer para que a Ucrânia vença… os EUA (atchim!).

Asik e Gonlum consolam Koponen. Coisa linda

Asik e Gönlum consolam Koponen. Coisa linda

A surpresa: Manimal!!!
Vamos lá: ninguém ganha esse apelido de bobeira. Ele é o Manimal simplesmente por fazer coisas que valham o nome. O pivô mexe com um jogo de diversas maneiras. Em sua linha estatística, deveriam constar também itens como: “bolas perdidas recuperadas sem ninguém perceber”, “atropelamentos sem falta”, “saltos”, “chicotadas com o cabelo”, entre outras. Isso tudo o torcedor do Denver Nuggets sabia. Agora, o alcance de sua influência era desconhecido até mesmo pelo público geral americano.  Após quatro jogos, ele aparece como o segundo cestinha do time, com média de 14,8 pontos por jogo e aproveitamento de 78,4% nas tentativas de cesta. Afe.. Por mais que tenha refinado seu arremesso, com os pés plantados ou em progressão, por mais energia que leve para a quadra, ninguém contava com isso. “Espere o inesperado”, ele mesmo resume, após liderar o ataque americano com 16 pontos em controlados 17 minutos, tendo errado três de seus 11 chutes. Credo.

Alguns números
1.000 – O confronto entre EUA e República Dominicana foi o milésimo na história dos Mundiais.

17 – Foram os reduzidos minutos de Goran Dragic contra a Angola nesta quarta, não importando que os africanos tenham feito um jogo parelho por mais de três quartos. Quando a parcial final começou, aliás, os eslovenos perdiam por um ponto (66 a 65). Ainda assim os eslovenos maneiraram no tempo de quadra de sua estrela, que marcou 14 pontos e cometeu 3 faltas. Nenhum jogador do time, na verdade, passou  da marca de 25 pontos (Dormen Lorbek, cestinha com 17 pontos).  Aí tem coisa? Não sei: não faria sentido entrega-entrega, uma vez que o líder do Grupo D escaparia de um duelo com Estados Unidos e Espanha nas semifinais.

14 – Contra a enchouriçada linha de frente de Senegal, Scola apanhou 14 rebotes, seu recorde nesta competição. Mesmo sem mal sair do chão, o pivô argentino é o quarto em média nesse fundamento, com 9,8 por jogo. Acima dele aparece justamente um adversário com quem lidou durante o dia: o pivô Gorgui Dieng (média de 10,8, a segunda), mas que não conseguiu se destacar contra os hermanos. Marcado por Nocioni no início, teve seu pior jogo, disparado: 11 pontos, 8 rebotes e 5 turnovers, com 4/11 nos arremessos. Dessa vez não deu para os supreendentes africanos, atropelados por 81 a 46.

2 – No duelo dos sacos de pancada do Grupo A, o Irã venceu o Egito por 88 a 73, com 23 pontos, 15 rebotes e 4 assistências de Hamed Haddadi. Foi apenas seu segundo triunfo em um Mundial, novamente contra uma seleção do norte africano. Em 2010, eles haviam batido a Tunísia, arquirrival egípcia, por 71 a 58.

O Irã de Haddadi ainda tem chances remotas no grupo do Brasil: precisam vencer a França e torcer para uma vitória da Sérvia contra a Espanha. Qual é a mais difícil de acontecer?

O Irã de Haddadi ainda tem chances remotas no grupo do Brasil: precisam vencer a França e torcer para uma vitória da Sérvia contra a Espanha. Qual é a mais difícil de acontecer? Se vencerem a França por mais de 8 pontos, não importaria se a Espanha derrotasse a Sérvia. Tenha fé!

0 – A Lituânia arrasou a Coreia do Sul: 79 a 49. E aí que você pode tentar matar a charada: “Dãr, chance zero de os sul-coreanos vencerem”. Sim, a resposta se sustenta. Mas o mais curioso e bizarro, mesmo, é que a vitória aconteceu sem nenhum lance livre convertido – ou batido!!! – pelos bálticos. Sim, todos os 79 pontos lituanos aconteceram em chutes com a bola em jogo (26 de dois pontos, 9 de três). Fair play dos coreanos, né? Donatas Motiejunas, pivô do Houston Rockets, foi o nome do jogo, com 18 pontos, 7 rebotes e 5 assistências em 29 minutos. Depois de sofrer com a forte marcação australiana na véspera, o armador Adas Juskevicius sorriu com 20 pontos em 21 minutos.

Andray Blatche: contagem de arremessos
67! – Em um jogo de matar ou morrer contra Porto Rico, Blatche ficou no meio do caminho. Não varou a casa dos 20 arremessos, mas ultrapassou os 10. Terminou com 16 – 10 de dois pontso e 6 de longa distância. Para quem viu a partida, porém, sabe que poderia ter sido mais. O pivô, na verdade, enxergou A Luz e passou a respeitar de verdade seus companheiros, fazendo a bola girar do jeito que dava (com um ou meia dúzia de turnovers no meio do caminho), em vez de encarar a marcação por vezes tripla dos porto-riquenhos. Ele terminou com duas assistências, mas buscou muito mais passes decisivos do que os estatísticos puderam computar. O basquete enobrece, uma coisa linda. Além do mais, ele ainda mantém uma distância confortável para a concorrência no quesito: Luis Scola é quem chega mais perto, com 57 tentativas de cesta.

O que o Giannis Antetokounmpo fez hoje?
Hoje foi dos dias em que o treinador grego não deu muita bola para o menino – com a vitória sobre a Croácia por 76 a 65, assegurou a primeira ou segunda posição do Grupo B, dependendo do confronto desta quinta com a Argentina. Giannis ficou em quadra por 12 minutos, como se fosse um quarto de NBA, anotando dois pontos na sua única investida próxima da cesta. Uma enterrada cortando por trás da defesa, que a Fiba gravou e exibe no vídeo abaixo. Coisa pouca para os padrões dele, né? Fora isso, o futuro craque do Bucks errou dois arremessos de três e pegou quatro rebotes. Amanhã, ele vai ter Andrés Nocioni pelo caminho. Cuidado!

Tuitando:

Nove das 16 vagas nas oitavas de final estão preenchidas.


A galera do Mondo Basquete tem publicado as estatísticas avançadas de cada jogo do Brasil no Mundial. Leia-se: os números que vão além dos números divulgados nas tabelas mais simples, medindo o impacto qualitativo – que nem sempre é reproduzido fielmente pelo quantitativo – do desempenho de cada jogador. Tiago Splitter foi destaque contra os sérvios.

 

Sem um miniclipe do Vine, não tem graça. Lá vai o companheiro de Bruno Caboclo e Lucas Bebê para a enterrada: DeRozan jogou 18 minutos contra os dominicanos e anotou 11 pontos (mas cometeu cinco desperdícios de bola).


O sonho filipino (quase) acabou
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Giancarlo Giampietro

Você abre o Twitter, e a Fiba já te brinda com o cardápio do dia. Um menu salivante, de modo que é impossível escolher o melhor jogo do dia. Mas, de entrada, você já sabe exatamente o que quer: Filipinas x Porto Rico! Diversão! E drama! Como podemos notar:

porto-rico-filipinas

Nada contra México x Austrália, um jogo bastante intrigante ao seu jeito, algo que não deve acontecer num torneio internacional desde os anos 70, se é que não tenha sido inédito. Mas como desperdiçar a chance de ver José Juan Barea partir contra seus irmãos distantes, seus clones perdidos desta nação asiática.

Em tempo: já cabe a referência geopolíticonômica (e esse free-style, hein? Acha que é só a turma da Marina que sabe falar difícil? Basqueteiro também inventa das duas). Mas, bem, aqui estamos falando de dois países de colonização hispânica, cujos territórios são arquipélagos, que estão no raio de algumas milhas náuticas de duas superpotências globais (EUA e China) e que, por fim, são apaixonados por basquete.

Barea pareceu mais alto contra as Filipinas: partidaça do armador do Wolves

Barea pareceu mais alto contra as Filipinas: partidaça do armador do Wolves

Com o Sérgio Hernández colocou no Twitter: são dois dos cinco países em que o ato de jogar uma bola numa cesta é o esporte número um. (Aí perguntaram pro técnico qual seriam os outros três. Ele foi de China e Lituânia. “Em breve te passo o outro… Acho que a Letônia”, disse o Oveja, com humor talvez involuntário.)

Os filipinos têm comprovado durante todo o torneio essa paixão, com uma das torcidas mais entusiasmastes do torneio, perdendo apenas para os finlandeses, que estão em outro patamar no momento – nem torcida de vôlei Banco do Brasil atinge. Contra os porto-riquenhos, os asiáticos mandaram na arquibancada.

Daqui do sofá confortabilíssimo de casa, a adrenalina também corria solta. Começar o dia com Barea contra um exército de tampinhas é o outro extremo de ver um Turquia x Ucrânia, como aconteceu na terça. É um tapa na cara.

A seleção filipina começou o jogo como gosta. Acelerando tudo. Seus baixinhos ficam o tempo todo juntos em quadr, já que não há alternativas. Para entender: na escalação deles, são apenas três caras acima de 2,00 m – e um deles não sabe jogar (Japeth Aguilar, superatlético, mas ruim demais). Acima de 1,90 m, são mais três, embora o 1,98 m atribuído a Gabe Norwood (jogador interessante, subutilizado) e Marc Pingris seja deveras generoso. De qualquer forma, temos, oficialmente, seis atletas de 1,87m para baixo. Esta foto diz tudo:

Jim Alapag, Andray Blatche e Jayson William: dois de 1,77 m e um de 2,10 m de altura

Jim Alapag, Andray Blatche e Jayson William: dois de 1,77 m e um de 2,10 m de altura

O do meio, vocês sabem, é uma das estrelas da Copa do Mundo. Andray Blatche, o pivô mais filipino da competição, direto de Syracuse, Nova York. Blatche, odiado em Washington, bastante produtivo em Brooklyn nas últimas duas temporadas da NBA, foi naturalizado neste ano. Diz que tem pai filipino, e ninguém acredita. Nem a família dele.

Blatche tentou 52 arremessos nas três primeiras partidas do Mundial. Na última, contra a Argentina, se pendurou em faltas e abaixou sua média. Era para ele ter passado da casa dos 60 chutes tranquilamente. Ficando mais tempo no banco, contudo, ele viu que seus companheiros sabem jogar. Os baixinhos fizeram frente aos argentinos e quase aprontaram uma tremenda zebra.

E aí a gente percebe como o esporte pode ser bonito, edificante. O grandalhão veio transformado para a quadra nesta quarta, confiando nos seus, hã, compatriotas, distribuindo a bola feito John Stockton. Inspirador, tocante, uma coisa linda. Snif.

Com o maestro Blatche, as Filipinas abriram 14 pontos de vantagem no início do segundo quarto, partindo de um placar empatado em 13 a 13 na primeira parcial. Estavam no seu melhor momento: bombardeando de três pontos, atacando com velocidade, movimentando a bola, buscando bons chutes.

Aos poucos, porém, Porto Rico (desfalcado de Arroyo) soube o que fazer em quadra. O técnico Paco Olmos mexeu bem em seu time, sem hesitar em por Renaldo Balkman no banco. O time começou a alternar sua defesa, muitas vezes pressionando a saída filipina. Desaceleraram os oponentes e passaram a rodar na defesa com muito mais empenho e precisão, cortando os arremessos de fora (permitiram apenas 6/28, 21%), coisa que a Argentina havia sido incapaz de fazer.

Arremesso muito bem contestado no perímetro. Filipinos não tiveram espaço para torpedear o aro porto-riquenho, graças a uma defesa exemplar, que deve ter feito o treinador Paco Olmos (ali no canto da foto) se perguntar: onde estava esse tipo de esforço antes?!

Arremesso muito bem contestado no perímetro. Filipinos não tiveram espaço para torpedear o aro porto-riquenho, graças a uma defesa exemplar, que deve ter feito o treinador espanhol Paco Olmos (ali no cantinho da foto) se perguntar: onde estava esse tipo de esforço antes?!

Acontece que o elenco porto-riquenho é muito mais veloz, no geral. Bastou uma boa coordenação – e que eles aceitassem essas ordens –, para que fizessem excelente defesa até o final da partida e conseguido a virada já ao final do terceiro período. No bom e velho jogo de gato-e-rato, também fizeram os asiáticos pagarem pela baixa estatura, coletando uma série de rebotes ofensivos (12 no total, com destaque para o a ala Alex Franlkin e o jovem pivô Jorge Díaz). Esses rebotes ofensivos também eram outra forma de anular o contra-ataque.

Com 30 pontos – 11deles em lances livres –, José Juan Barea também fez um partidaço para enfim liderar sua equipe em um jogo digno neste Mundial. Aliás, fica o registro sobre como tudo é realmente relativo nesta vida: perto dos filipinos, Barea nem parecia tão diminuto assim (5 rebotes pra ele, incluindo um ofensivo!).

No quarto final, os dois times trocaram golpes, mas os caribenhos estavam muito mais inteiros em quadra – física, tática e psicologicamente. Andray Blatche pagou o preço por sua forma física questionável. Terminou o jogo com os números fantásticos de sempre (26 pontos e 14 rebotes), mas estava completamente esgotado, tomando decisões ruins no ataque, chegando a seis turnovers. Crédito também para o limitado, porém aguerrido Ramón Clemente, pivô reserva que desgastou o adversário durante o jogo de tanto brigar pela bola.

Blatche em versão armador. Exaurido, puxa o jogo pro mano-a-mano, no meio da quadra, inexplicavelmente. Ele partiria para a cesta bem marcado e seria forçado a fazer o passe: o sexto e derradeiro turnover, com o jogo no fim. "De onde saiu essa ideia?", perguntou o comentarista Alvaro Martín, em excelente transmissão da Fiba TV. Um salve para a Fiba TV

Blatche em versão armador. Exaurido, puxa o jogo pro mano-a-mano, no meio da quadra, inexplicavelmente. Ele partiria para a cesta bem marcado e seria forçado a fazer o passe: o sexto e derradeiro turnover, com o jogo no fim. “De onde saiu essa ideia?”, perguntou o comentarista Alvaro Martín, em transmissão excelente, detalhista muito bem informada da Fiba TV – era para ser o básico, mas infelizmente nem sempre acontece. Um salve para a Fiba TV!

Porto Rico venceu por 77 a 73, ganhando sobrevida no torneio. Para se classificarem neste equilibradíssimo Grupo B, precisam primeiro torcer para uma vitória da Grécia sobre a Croácia. Depois, na última rodada, têm de vencer os balcânicos.

As Filipinas estão eliminadas, com quatro derrotas, mas não deixam de ser a sensação do torneio. Sem Blatche eles teriam alguma chance? Provavelmente não, ainda que tenham encarado a Argentina muito bem, obrigado. Com um elenco de pouca experiência internacional, sem envergadura ou estatura, mas muita velocidade, habilidade nos arremessos e uma filosofia de jogo definida, levaram os croatas para a prorrogação e exigiram ao máximo de times latino-americanos muito mais tarimbados. Contra Senegal, eles ainda têm a chance de conquistar uma honrada e merecida vitória. Como Julio Lamas disse: é um dos times mais estranhos que já vimos. E estranho é diferente. Diferenças são boas, bem-vindas.

Mais Filipinas! Se for contra Porto Rico, melhor.

Os baixinhos

Os baixinhos

O talento, a empolgação e a contratação de Blatche

O talento, a empolgação e a contratação de Blatche

Sim, mais Filipinas!

Sim, mais Filipinas!


O 4º dia da Copa do Mundo: E o rúgbi da Austrália?
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram daquelas jornadas triplas da Copa do Mundo da FIFA, né? Um jogão atrás do outro, dominando sua agenda. Pois bem. Pegue esse agito todo e multiplique por quatro. O resultado é a Copa do Mundo da Fiba. É muito basquete num dia só. Com metade do evento de folga, a carga diminuiu um pouco, mas, ainda assim, foram 6 partidas! Uma tabela de estatística vai atropelando a outra, os fatos vão se acumulando, e pode ficar difícil de dar conta de tudo. Vamos dar um passada, então, pela rodada. Para o básico, deixe de ser preguiçoso e acesse o site oficial da competição, né? Veja lá a situação dos grupos e os todos os resultados. O Brasil não jogou.

Não foi a rodada mais empolgante, ainda mais considerando os eventos de tirar o fôlego da segunda-feira. Nesse clima relativo quieto – isso, quando os finlandeses não estavam gritando para apoiar seus rapazes –, a Austrália aproveitou a brecha para mostrar o que é capaz. De ganhar no basquete e no rúgbi, segundo a oposição.

O jogo da rodada: Austrália 82 x 75 Lituânia
Acho curioso isso. Para boa parte da mídai europeia, esse resultado foi encarado como uma tremenda zebra. Um eurocentrismo surpreendente neste sentido, pois a seleção australiana vem juntando diversas peças valiosas para formar um conjunto competitivo. Mesmo sem Patty Mills e Andrew Bogut. O trabalho do Instituto Australiano do Esporte dá o pontapé inicial na maioria dessas carreiras e depois os libera, em geral, para o basquete universitário dos Estados Unidos, pela facilidade do idioma. Quando o prospecto é muito talentoso, acaba indo direto para os profissionais, como no caso de Dante Exum, grande aposta do Utah Jazz, ou do ala Joe Ingles, que está há tempos na Europa. Seus atletas podem ainda não ter o cartaz, ou a grife, mas são muito bem preparados. E estão entrosados já.

Em alta na central de especulações da NBA, Ingles marca Jonas Maciulis

Em alta na central de especulações da NBA, Ingles marca Jonas Maciulis

Com essa base, estariam preparados, ao meu ver, para bater de frente com a Lituânia em qualquer circunstância. Ok, os bálticos têm obviamente mais experiência e melhores resultados recentes. Mas daí a considerar uma vitória dos Boomers uma zebra, já me parece exagero. Imagine, então, o susto que a galera tomou quando viu os australianos vencerem o primeiro tempo por 19 pontos de vantagem! Ingles estava fazendo chover em quadra, acertando chutes de longa distância, chutes em flutuação e botando a canhotinha para funcionar em infiltrações. Se algum scout da NBA estivesse tomando notas a seu respeito pela primeira vez, correria a pedir uma oferta por parte de seu gerente geral. Se bobear, de max contract até. Outro que estava muito bem era o brutamontes Aron Baynes, pivô que foi companheiro de Splitter no Spurs nos últimos dois anos e agora está sem contrato. Ele está fazendo ótimo torneio, aliás, acertando mais de 70% de seus arremessos. Aliás, o repórter Marc Stein, o boa praça do ESPN.com, afirma que o Philadelphia 76ers está interessado, entre outros sete ou oito clubes.

Defensivamente, a Austrália adiantou sua defesa e pressionou bastante a condução de bola dos lituanos. Sem seu principal armador, Mantas Kalnieits, a equipe (que era?) candidata ao pódio penou. Sem brincadeira: por vezes seus Juskevicius e Vasiliauskas eram desarmados antes da linha central (mais sobre isso abaixo, uma vez que o treinador JonasKazlauskas chiou bastante da arbitragem).. No geral, terminaram o confronto com 22 desperdícios de posse de bola – contra 14 dos adversários. É muita coisa.

A Lituânia deu o troco, porém, no terceiro quarto ao anotar, em três minutos, dez pontos em sequência. A partir daí, o panorama se alterou. Os Boomers já não demonstravam mais tanta confiança assim. Baynes (14 pontos e 6 rebotes, 5/12 no FG) e Ingles (18 pontos e 4 assistências, 7/11) foram contidos, e restou ao ala Brad Newley, que já foi considerado uma grande promessa na época de juvenil, mas virou um jogador mediano na Liga ACB, carregar o piano, partindo aos trancos e barrancos para a cesta (10 pontos, 4 rebotes e 2 assistências). A despeito da pressão que pôs no adversário, a seleção europeia, com o ala Renalda Seibutis fazendo as vezes de armador – sem inventividade nenhuma, mas com pulso firme –, não conseguiu aproveitar o momento. Em nenhum momento assumiu a liderança do placar e viu o veterano David Andersen matar dois ou três chutes de média distância nos dois minutos finais para garantir a vitória. Os times agora estão empatados com dois triunfos e um revés na zona de classificação do Grupo D. A Eslovênia lidera.

Um causo
Para ficar na seara de beligerância e um país na Oceania, registramos aqui os protestos inflamados do técnico lituano Jonas Kazlauskas após a derrota para a Austrália. Sem delongas, segue o discurso do veterano, que já dirigiu a China: “Já estive na Austrália algumas vezes. Esse é o estilo de basquete que eles jogam. Eu chamo de basquete-rúgbi. O modo como os árbitros apitaram foi favorável para eles. Especialmente contra nossos jovem armadores, que não embalaram. Talvez esse tipo de basquete, no qual por vezes você não entende o que está acontecendo, seja tolerado nos países de onde os juízes são”.

Um dos integrantes do trio de arbitragem era o brasileiro Marcos Benito, ao lado do porto-riquenho Luis Roberto Vazquez e do dominicano Reynaldo Mercedes, que era o principal. Do que vi no jogo, é fato que os australianos jogaram de modo físico, mas não acho que tenham exagerado na dose. No total, para constar, foram marcadas 44 faltas, 23 para os australianos.

E aí? Quem quer brincar de rúgbi com o Nathan Jawai?

E aí? Quem quer brincar de rúgbi com o Nathan Jawai?

A surpresa: Os 20 minutos sul-coreanos de fama
Depois do que Senegal e Filipinas andaram fazendo no Grupo B…. Após fazerem um primeiro tempo totalmente equilibrado contra a Eslovênia… É de se imaginar que os jogadores da Coreia do Sul tenham se reunido no vestiário, todos eles inspirados, falando bastante, discutindo os acontecimentos e, num ápice de emoção, começaram a se questionar: “Por que não? Por que nós também não podemos?”, num elevado tom de voz. Vibrantes. Aí a sirene do ginásio nas Ilhas Canárias tocou, e era hora de eles voltarem para o jogo e despertaram do sonho. Quando voltaram para a segunda etapa, estavam perdendo apenas por 40 a 39. Ao final da partida, o placar foi de 89 a 72, com os eslovenos abrindo já 14 pontos no terceiro quarto. Goran Dragic, sempre ele, marcou 22 pontos em 25 minutos. Foi a terceira derrota da Coreia, mas pelo menos eles nos deixam esta memória: o armador Chan Hee Park usando o quadradinho para acertar seus lances livres.

Alguns números
73 – arremessos foram desperdiçados por ucranianos e turcos nesta jornada. As duas equipes acertaram apenas 43 de 116 tentativas. No fim, a Ucrânia – só ela para nos proporcionar jogos terríveis desses – venceu por 64 a 58 e ficou em boa posição para se classificar no Grupo C.

40 – Ao superar a Angola por 79 a 55, o México ficou muito perto de assegurar a quarta posição do Grupo D. Antes de pensar nisso, porém, vale comemorar sua primeira vitória no Mundial depois de 40 anos. Gustavo Ayón segue levando sua emergente seleção adiante, com 17 pontos e 12 rebotes. Dessa vez, ele contou com valiosa ajuda do ala Héctor Hernández, que marcou 24 pontos, 18 deles em cestas de três.

#Susijengi

#Susijengi

29 – Foi o índice de eficiência do pivô dominicano Eloy Vargas, o maior do dia ao lado do armador Petteri Koponen, obtido em vitória sobre a Finlândia por 74 a 68, num confronto direto pelo Grupo C. Os caribenhos estão vivos na disputa, muito por conta da força do jogador revelado pela universidade de Kentucky, que somou 18 pontos e 13 rebotes, dominante na zona pintada – nenhum finlandês conseguiu pegar mais que seis rebotes. No total, sua equipe pegou 47, contra 28, diferença brutal e suficiente para silenciar o mais caloroso de toda a competição: sim, a torcida do gélido país escandinavo.

19 – O armador ucraniano Olexandr Mishula, 22 anos, basicamente surtou nesta terça, terminando como o cestinha, com 19 pontos. Ele nunca havia marcado mais que 10 pontos num jogo oficial pela seleção principal. Nas duas rodadas anteriores, havia anotado 16 pontos – em minutos reduzidos, é verdade. Com a lesão de Sergii Gladyr, o técnico Mike Fratello precisava desesperadamente de alguém que pudesse pontuar e criar no perímetro, e parece ter suprido essa carência com o jovem atleta, que não fugiu da responsabilidade no quarto período.

4 – Quatro seleções estão invictas ao final de três rodadas: Estados Unidos, Espanha, Grécia e Eslovênia, líderes dos quatro grupos do Mundial.

Outro causo
A gente imaginava que, no dia 2 de setembro de 2014, a história de a Nova Zelândia fazer o Haka antes de seus jogos já não fosse nem mais nota de rodapé. Acontece que, na primeira rodada, a Turquia virou de costas para os oponentes, indo para o banco de reservas atendendo ao chamado do técnico Ergin Ataman. Os Tall Blacks acharam isso um baita desrespeito. Nesta terça, contra os norte-americanos, alardeados por muita gente do contra como “arrogantes”, ficaram lá, na metade da quadra deles, observando tudo. No clipe abaixo, a expressão de Derrick Rose e James Harden está até engraçada. No final, aplaudiram a dança:

O jogo? Hã… Os neozelandeses até que não fizeram tão feio. Quer dizer, perderam por 98 a 71, e tal. Mas vejam só: chegaram a ganhar o terceiro período por 19 a 18! Na primeira parcial, estavam atrás no marcador apenas por 27 a 20. Então não foi de todo o pior, mesmo, não. Anthony Davis e Kenneth Faried barbarizaram novamente no garrafão, com uma capacidade atlética realmente apelativa, com 36 pontos e 20 rebotes em conjunto. Das enterradas eu já perdi a conta, mas foram cenas fortes. Claro que nada tão impressionante como a apresentação inicial os homens de preto.

Andray Blatche: contagem de arremessos
O pivô mais filipino da Copa e seus assessores não foram para a quadra hoje, tendo a chance de repensar toda a emoção que viveram  contra argentinos e croatas, podendo muito bem terem chocado o mundo do basquete. De qualquer forma, mesmo que não tenha jogado, Blatche mantém a liderança no ranking de quem mais chutou no torneio até agora, com 51 tentativas de cesta em três partidas. Pau Gasol é o segundo, com 43. Se os árbitros não o tivessem boicotado na véspera, certeza de que um dos jogadores mais odiados da história do Washington Wizards teria uma liderança confortável neste ranking. Sacanagem.

O que o Giannis Antetkounmpo fez hoje?
Também seu dia de folga,  gente espera que, no seu dia de folga, a revelação grega tenha descansado um pouco, saído de tapas mais tarde e curtido um pouco as ruas de Sevilla – em vez de ficar sentado o dia inteiro no quarto do hotel jogando videogame!

Tuitando:

Na arquibancada da ucraniana, um senhor flagrado constantemente pelas câmeras da Fiba TV. Todos nós assumimos que seja o paí do armador Eugene “Pooh” Jeter, mais um americano naturalizado. Pooh precisava de todo o apoio possível, mesmo. Marcou dez pontos, deu seis assistências, mas foi muito incomodado pela defesa turca, desperdiçando a bola cinco vezes. Além disso, errou oito de seus dez arremessos. Sua equipe venceu, porém. 


Para termos uma ideia do quanto funcionou como sonífero o embate entre Ucrânia e Turquia. Na reta final da partida, o pivô Omer Asik, um excelente reboteiro e defensor, mas um atacante bastante limitado, liderava a tabela dos cestinhas. Algo difícil de acreditar e aturar.

A maré branca para acompanhar os #susijengi na Espanha.

Esse tweet ainda repercute um jogo do Yugobasket (aliás, vai ser difícil encontrar melhor nome de conta que esse) de ontem, mas a declaração é imperdível: “Se eu pudesse escolher, eu nunca teria nascido nos Bálcãs. Devido à nossa mentalidade, sempre sofremos em jogos como esse contra Senegal”, diz o técnico da seleção croata, depois da inesperada derrota para os africanos.

Relembre o Mundial até aqui: 1º dia, e .


O 3º dia da Copa do Mundo: Thrilla in Sevilla
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram daquelas jornadas triplas da Copa do Mundo da FIFA, né? Um jogão atrás do outro, dominando sua agenda. Pois bem. Pegue esse agito todo e multiplique por quatro. O resultado é a Copa do Mundo da Fiba. É muito basquete num dia só. Com metade do evento de volta, a caga diminuiu um pouco, mas, ainda assim, foram 6 partidas! Uma tabela de estatística vai atropelando a outra, os fatos vão se acumulando, e pode ficar difícil de dar conta de tudo. Vamos dar um passada, então, pela rodada. Para o básico, deixe de ser preguiçoso e acesse o site oficial da competição, né? Veja lá a situação dos grupos e os todos os resultados. Sobre a derrota brasileira para a Espanha, clique aqui.

Laprovíttola vibra com El Alma: foi contra Filipinas, mas vale toda a comemoração

Laprovíttola vibra com El Alma: foi contra Filipinas, mas vale toda a comemoração

Vocês já ouviram falar do Thrilla in Manila, né? Foi quando Muhammad Ali and Joe Frazier se enfrentaram pelo título dos pesos pesados na capital filipina, em 1975, que passou a ser conhecido desta forma graças a tudo o que Ali tinha de verve. Foi definida a favor do mítico boxeador, ao final do 14º assalto, sendo talvez a luta mais famosa de todos os tempos. Na Copa do Mundo, as Filipinas não chegam a ser nenhum peso pesado, é verdade. Só perderam até agora, mas não se cansam de nos entreter. Enquanto isso, Senegal partiu para cima dos grandes, a Grécia está classificada para as oitavas de final e Porto Rico, sem Arroyo lesionado, virou uma draga que só. Vamos nessa:

O jogo do dia: Argentina 85 x 81 Filipinas
Não só o melhor jogo do dia, mas também o mais divertido de todo o campeonato. Foi uma coisa alucinante em Sevilha, com os argentinos sofrendo horrores para garantir a segunda vitória no Grupo B. Veteranos como Scola, Nocioni e Prigioni simplesmente não conseguiam lidar com a equipe mais heterodoxa da paróquia. “É o time mais maluco e estranho que já enfrentei na minha carreira”, sintetizou o técnico Júlio Lamas, que já beira os 30 anos de engajamento com a profissão.

As coisas ficaram realmente malucas a partir do momento em que o norte-americano naturalizado Andray Blatche cometeu a segunda falta logo no início do primeiro quarto. Pendurado, foi para o banco. A partir daí, vimos diversos quintetos dominados por tampinhas, um monte de gente abaixo ou um tico acima dos 1,80 m, mesmo, criando um estardalhaço que só. Descobriram que podiam jogar muito bem, obrigado, sem o cara da NBA. Com muita velocidade, botavam pressão em qualquer defensor da Argentina, um dos times mais lentos do Mundial, isso se não for o mais lerdo, mesmo. É um conjunto bem singular o de Lamas, aliás: não são nem altos e fortes, nem baixos e velozes. Ficam no meio termo, vulneráveis a diferentes estilos. Os argentinos não conseguiram defender uma série de jogadas básicas com corta-luz na linha de três e foram castigados: Jimmy Alapag converteu 5/7 no seu bombardeio, seguido por 4/8 de Ranidel De Ocampo e 3/5 de Jayson William.

(Embora o ataque deles não tenha sido feito só de arremessos, conforme Marcos Mata, o mais novo francano, pode atestar:)

Nocioni (que depois se redimiria no último minuto, pegando dois rebotes ofensivos seguidos e convertendo lances livres) e Herrmann passaram um bom tempo em quadra sem saber o que fazer na defesa, tendo de correr atrás dos baixotinhos no perímetro e tomando cortes e bombas de três na cabeça. Aliás, choveu cesta de fora, com os hermanos também usando desse artifício diante das quebras defensivas que a mera presença de Scola causava no garrafão. Ele pede a dobra, e as rotações filipinas simplesmente não davam conta. O já legendário camisa 4 também lidou com problemas de faltas, mas foi decisivo nos bons momentos de sua equipe, com 19 pontos (7/12), 7 rebotes e 4 assistências em 32 minutos. O flamenguista Nícolas Laprovíttola, estreando na competição também foi muito bem, com 10 pontos e 4 assistências e bom papel defensivo, assim como Mata, com 17 pontos (5/7 nos três pontos, completamente livre) e 9 rebotes. O ala também foi o responsável por anular a última posse de bola dos asiáticos. De Ocampo saltou para o chute de três, buscando o empate, mas foi desencorajado pela pressão do defensor. Acabou caindo sem soltar a bola, cometendo uma andada infantil.

O climão também valeu, com participação empolgante do público. Ginásio lotado e dividido realmente entre duas torcidas, com os filipinos, claro, em maior número para apoiar os Smart Gilas, mas encarando uma galera argentina apaixonada por El Alma.

A surpresa: Senegal!!!
O Irã bem que tentou derrubar a Sérvia, mas acabou derrotado por 83 a 70. Então a zebra fica para eles de novo, gente: a rapaziada de Senegal agora aprontou para cima da Croácia, triunfando por 77 a 75, depois de ter batido Porto Rico na véspera. Eu realmente não esperava escrever uma frase dessas, mas cá está. Os africanos lideraram praticamente a partida toda, resistindo a uma pressão balcânica nos minutos finais. Krunoslav Simon teve a chance de empatar o jogo, mas arriscou um chute completamente despropositado (mais abaixo). O pivô Gorgui Dieng, já um forte candidato a quinteto do torneio, foi novamente dominante, com 27 pontos, 8 rebotes, 3 assistências e 2 tocos, mais 8/14 nos arremessos – Nikola Pekovic que se prepare: o Timberwolves já deve estar tentando negociá-lo. Essa foi a apenas a quarta vitória senegalesa na história dos Mundiais, e a classificação está praticamente definida (vai depender muito do confronto direto com as Filipinas). Deve ser muito legal jogar no Senegal.

Dieng, uma revelação até aqui

Dieng, uma revelação até aqui

Alguns números
91,6% –
Aproveitamento nos lances livres de Gorgui Dieng por Senegal nesta rodada. Sim, pivô também sabe bater lance livre, ao contrário do que dizem por aí.

65 – Foi a soma de arremessos de três pontos no confronto entre Argentina e Filipinas, com 43% de acerto.

31 – Assistências a França somou em sua vitória sobre o Egito, que valeu para a surra do dia (94 a 55). Detalhe: 31 assistências para 38 cestas de quadra. Isto é, apenas sete investidas francesas foram consideradas individuais o bastante para não terem o passe anterior computado na tabela de estatística da Fiba. No total, dez atletas deram ao menos uma assistência, liderados pelas oito de Thomas Heurtel, armador do Baskonia. Solidarité.

13 – É a série de vitórias que a Espanha tem com Pau Gasol em quadra em jogos de Mundial. A última vez que a Roja perdeu com seu supercraque aconteceu na edição de 2002, diante da Alemanha de um ainda jovem Dirk Nowitzki.

9 – Aliás, foi logo na partida seguinte que os caras desandaram a vencer. O primeiro obstáculo superado? Justamente o Brasil. Do jogo disputado em Indianápolis 12 anos atrás, nove atletas estão presentes nos elencos de hoje: Calderón, Navarro, Gasol, Reyes, Alex, Leandrinho, Giovannoni, Varejão e Splitter. Marcelinho estava lesionado.

Andray Blatche: contagem de arremessos
51! – Conforme relatado acima, não foi um dia produtivo para o pivô mais filipino da Copa, e seu agente não deve ter gostado nem um pouco. Blatche tentou apenas nove arremessos nesta segunda, em 24 minutos, depois de 42 durante o final de semana. É. Uma lástima, mesmo. O ala De Ocampo teve a audância, vejam só, de arriscar 14 arremessos! De qualquer forma, contra um time baixinho como o argentino, conseguiu pontuar com eficiência, com 14 pontos. Aproveitou também o tiroteio promovido por seus companheiros para apanhar 15 rebotes. Neste quesito, lidera todo o campeonato até agora, com média de 13,7.

Companheiros e árbitros claramente boicotaram Blatche desta feita

Companheiros e árbitros claramente boicotaram Blatche desta feita

O que Giannis Antetokounmpo fez hoje?
Foi dia de festa e alegria! Depois que os gregos abriram 19 pontos de vantagem no primeiro tempo, o emergente treinador Fotis Katsikaris teve liberdade para deixar o garotão em quadra. Mesmo com os porto-riquenhos repentinamente apertando o placar no quarto período, o ala já havia se estabelecido de tal forma que não dava para tirá-lo. No fim, comemorou a vitória por 90 a 79 e uma vaga nos mata-matas. A exuberância atlética de Giannis ficou mais uma vez evidente. Mas ele deu diversas amostras de que seu jogo tem muito conteúdo para além da forma, da estética, surpreendendo seus adversários, forçando erros, botando pressão. Marcou 15 pontos em 23 minutos, novamente descolando muitos lances livres (7 cobrados). Dois deles saíram desta forma, deixando Renaldo Balkman (que fez ótima partida, diga-se, com 23 pontos, 5 rebotes e 4 roubos e bola). Reparem que ele precisa de dois dribles para chegar ao garrafão e fazer a bandeja:

GIF: Giannis Antetokounmpo strips Renaldo Balkman, runs the f... on Twitpic

Tuitando:

 

As Filipinas são completamente apaixonadas pelo basquete. Talvez sejam a Lituânia da Ásia, grosso modo. Neste Mundial, além de Blatche, eles bem que poderiam contar com uma, digamos, forcinha do pugilista Manny Pacquiao, que está bem distante da Espanha. O supercampeão mundial bateu uma bola nas quadras de treino do Warriors na Califórnia.

 
A Croácia precisava de um arremesso de três pontos para levar o jogo ao tempo extra, depois do armador Xaviler D’Almeida matar dois lances livres. O ala Krunoslav Simon, que, na temporada, fez algumas cestas milagrosas pelo Lokomotiv Kuban, achou que era a hora de ele se consagrar também em uma plataforma Mundial. Partiu para o arremesso da foto acima. Que tal?


O 1º dia da Copa do Mundo de basquete
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram daquelas jornadas triplas da Copa do Mundo da FIFA, né? Um jogão atrás do outro, dominando sua agenda. Pois bem. Pegue esse agito todo e multiplique por quatro. O resultado é a Copa do Mundo da Fiba. É muito basquete num dia só: 12 partidas! Uma tabela de estatística vai atropelando a outra, os fatos vão se acumulando, e pode ficar difícil de dar conta de tudo. Vamos dar um passada, então, sobre a rodada. Para o básico, deixe de ser preguiçoso e acesse o site oficial da competição, né? Veja lá a situação dos grupos e os todos os resultados. Sobre a vitória brasileira sobre a França, clique aqui.

O jogo do dia: Croácia x Andray Blatches (vulgo Filipinas)
Quem diria, né? O jogo de abertura da Copa do Mundo também foi aquele mais dramático, definido apenas na prorrogação, com as Filipinas dando um senhor susto na Croácia. A equipe balcânica chegou a abrir vantagem de 15 pontos. Venceu o primeiro quarto por 23 a 9, mas permitiu a reação do oponente.  No quarto período, Jeff Chan teve a bola do jogo nas mãos, mas errou um arremesso de três, desequilibrado, no estouro do cronômetro. No minuto final da prorrogação, o classudo Bojan Bogdanovic matou quatro lances livres, chegando a 26 pontos, para afastar a zebra (81 a 78) e esfriar a galera filipina, que lotou a arena em Sevilha. É deste Grupo B que sairá o adversário brasileiro nas oitavas de final.

Jeff Chan, foi quase

Jeff Chan, foi quase

A surpresa
Selem Safar. Aos 27 anos, ala argentino fez sua estreia numa competição de alto nível – sim, a esculhambada Copa América de 2013 não conta – e arrepiou a defesa porto-riquenha ao anotar 18 pontos em 29 minutos. Um terço de seus pontos vieram de tiros de longa distância, com 4/8, número fundamental para abrir a quadra para Scola, Herrmann e Nocioni operarem (50 pontos para o trio + 30 rebotes!!!). O resultado foi uma sacolada inesperada dos hermanos neste clássico latino-americano: 98 a 75. Safar é daqueles arremessadores, digamos, temperamentais. Nas últimas três temporadas da liga argentina, teve, respectivamente, 38,7%, 32,5% e 37,6% de aproveitamento. Quando pega confiança, porém, vira um terror. Raulzinho e Rafael Hettsheimeir, que o enfrentaram no Sul-Americano, sabem. No quarto período, engatou uma sequência de disparos da zona morta que culminou em virada na semifinal.

Selem Safar deu as caras contra Porto Rico

Selem Safar deu as caras contra Porto Rico

A surra
Os Estados Unidos venceram a… Finlândia. Por 114 a 55. Agora espere um pouco, por favor. Vamos fazer umas contas.

(…)

(…)

É, dá mais que o dobro.

Foi a maior contagem de uma equipe na jornada de abertura, acima dos 98 da Argentina. Klay Thompson se esbaldou, com 18 pontos em 22 minutos. Pegava na bola e fazia cesta. Mas sua média fica bem abaixo do que Anthony Davis conseguiu. O monocelha marretou 17 pontos em 14 minutos. Baita apelão. Os 12 atletas norte-americanos pontuaram.

Pau Gasol sobrou contra o Irã

Pau Gasol sobrou contra o Irã

Alguns números
100% –
O pivô Jonas Valanciunas não errou nenhuma de suas oito tentativas de cesta em vitória da Lituânia contra o México por 87 a 74. O curioso é que, com o jogador do Toronto Raptors em quadra,  sua seleção perdeu por -2 pontos.

37,7% – Das equipes que conseguiram vencer neste sábado, o Brasil teve o pior aproveitamento nos arremessos: 37,7%, bastante atrapalhado pela envergadura dos defensores franceses e também por sua própria movimentação de bola deficiente. Mesmo os sacos de pancada Egito e Irã foram superiores neste quesito, com 39% e 38,1%, respectivamente.

34 + 33 – Pau Gasol iniciou de maneira dominante aquele que talvez seja seu último torneio pela Espanha. Contra a frágil equipe do Irã, em vitória por 90 a 60, ele marcou 33 pontos em 29 minutos, acertando 60% dos seus arremessos e 90% nos lances livres. Foi o cestinha da rodada e também o atleta com o maior índice de eficiência (34, contra os 26 do senegalês Gorgui Dieng em derrota por 87 a 64 para a Grécia).

26 – minutos em que Goran Dragic foi aproveitado pela Eslovênia em vitória sobre a Austrália por 90 a 80. O jogo não foi fácil. Então por que o astro do Phoenix Suns ficou 14 minutos no banco de reservas? É que a franquia do Arizona e a federação eslovena chegaram a um acordo: existe um limite de minutos para que o armador seja aproveitado – uma situação que vale monitorar daqui para a frente. Contra os aussies, ele também cometeu quatro faltas, o que também contribui. o Quando jogou, Dragão aproveitou ao máximo, somando 21 pontos, sete rebotes e quatro assistências.

18 – Foi o número de assistências que Pablo Prigioni e Facundo Campazzo somaram. Para contextualizar, apenas dois times no geral deram mais passes para cesta do que os dois armadores argentinos: EUA (20) e Grécia (19). Esta vitória argentina rendeu, viu?

10 – Foram os limitados minutos para Omer Asik na estreia turca. Que coisa. O veterano Keren Gonlum e o jovem Furkan Aldemir começaram como titulares. Mas quem mandou bem, mesmo, no garrafão foi o gigante Ogus Savas, do Fenerbahçe, que anotou 16 pontos em 12 minutos, acertando 5/8 nos arremessos e 6/7 nos lances livres.

Um causo
A Nova Zelândia abriu sua participação na Copa do Mundo da mesma maneira de sempre: fazendo o Haka em quadra. Acontece que a Turquia não deu nem tchum para eles. Foram para o banco bater um papo com o técnico Ergin Ataman. O gesto teria sido considerado ofensivo pelos Kiwis. “A Turquia sempre nos respeitou nas outras vezes que jogamos, mas hoje, não. Eles ofenderam algo que representa nosso país, nossa cultura, nossa tradição. É uma coisa para eles falarem. Nós temos muito orgulho de fazê-lo. É algo que nos une e que seguiremos fazendo no resto do torneio”, afirmou o pivô Frank Casey, de 36 anos, que é americano naturalizado neozelandês. Ataman respondeu: “Respeitamos muito a importância do Haka para a Nova Zelândia, mas queria manter concentrada nossa equipe, porque se tratava de um jogo importante. Se todas as equipes fizerem um ritual histórico de dois minutos anes dos jogos, não nos concentraremos”. A Turquia venceu por 76 a 73. Concentração é tudo.

Dois hippies neozelandeses buscam o rebote, depois do Haka

Dois hippies neozelandeses buscam o rebote, depois do Haka

Andray Blatche: contagem de arremessos
24! – O jogador mais filipino do torneio saiu de quadra todo orgulhoso com seu esforço: tentou 24 dos 79 arremessos do time asiático, que quaaaase derrotou a Croácia. Seu aproveitamento foi de 7/20 nos tiros de dois pontos e 3/4 de longa distância (28 pontos, com mais 12 rebotes). Mas não importa: se os alas Jeff Chan e Marc Pingris não tivessem ousado combinar para 18 arremessos entre eles e feito mais passes para Blatche, quem sabe não teriam vencido o jogo!? Absurdo.

Blatche precisa da bola. Deem uma bola para Blatche

Blatche precisa da bola. Deem uma bola para Blatche

Nueva Zelanda estuvo a punto de dar la sorpresa e imponerse a Turquía en su primer partido en el Mundial. Un choque que estuvo marcado por la tradicional ‘haka’ maorí que los otomanos tuvieron a bien ver desde el banquillo creando una fuerte controversia

“Turquía nos respeto siempre otras veces pero ellos decidieron no hacerlo con nuestra Haka esta ocasión. Ellos eligieron no respetar y ofendieron algo que representa a nuestro país nuestra cultura, nuestro equipo y nuestra tradición. Es cosa de ellos. Nosotros nos sentimos muy orgullosos de ello. Es algo que nos une y seguiremos haciéndolo el resto del torneo”, señaló a MARCA Frank Casey, jugador de Nueva Zelanda.

“Turquía nos respeto siempre otras veces pero ellos decidieron no hacerlo con nuestra Haka esta ocasión. Ellos eligieron no respetar y ofendieron algo que representa a nuestro país nuestra cultura, nuestro equipo y nuestra tradición. Es cosa de ellos. Nosotros nos sentimos muy orgullosos de ello. Es algo que nos une y seguiremos haciéndolo el resto del torneo”,

“Turquía nos respeto siempre otras veces pero ellos decidieron no hacerlo con nuestra Haka esta ocasión. Ellos eligieron no respetar y ofendieron algo que representa a nuestro país nuestra cultura, nuestro equipo y nuestra tradición. Es cosa de ellos. Nosotros nos sentimos muy orgullosos de ello. Es algo que nos une y seguiremos haciéndolo el resto del torneo”,

O que o Giannis Antetokounmpo fez hoje?
Foram 11 pontos em 19 minutos para o prodígio grego, com mais cinco rebotes e três roubos de bola contra o Senegal de Gorgui Dieng. Detalhe: sete pontos saíram na linha de lance livre, numa prova da mentalidade cada vez mais agressiva do ala do Milwaukee Bucks. Agora, se sete pontos saíram desta maneira, sobram apenas quatro para cestas de quadra. Dois deles saíram assim:

   

Tuitando:

Com cinco jogos em seis dias pela primeira fase, tem de se cuidar, mesmo. E será que tem algum jogo em que Varejão não saia estrupiado?

O analista do NBA.com geralmente se apega aos números. No mundo Fiba, solta um pouco seu humor com uma performance dominante de Pau Gasol – contra ala-pivôs iranianos.


Ex-dirigente do Phoenix Suns, hoje colunista do ESPN.com, Amin Elhassan relembra a dificuldade do time em acertar o nome do finlandês Petteri Koponen durante os treinos pré-Draft. Koponen, um armador vigoroso, acabou sendo escolhido pelo Portland Trail Blazers no Draft, antes de ser repassado para o Dallas Mavericks. Mas ele nunca jogou nos Estados Unidos. Hoje defende o Kimkhi, da Rússia.


A (outra) esquadra americana no Mundial
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Giancarlo Giampietro

Blatche, versão Smart Gilas

Blatche, versão Smart Gilas

No dia 26 de maio, ao final de uma sessão do Senado na capital Manila, o senador filipino Juan Edgardo “Sonny” Angara estava exultante. O projeto de Lei nº 2108 havia sido aprovado de modo unânime, e a seleção nacional de basquete estava muito perto de garantir os serviços de Andray Blatche na Copa do Mundo deste ano. Bastava apenas uma aprovação final do gabinete presidencial. O famoso carimbo.

“Blatche é possivelmente o melhor pivô da NBA que podemos conseguir, que esteja disposto a evitar algumas ofertas mais lucrativas agora e no futuro apenas para integrar nossa equipe”, disse Angara, chefe da comissão de Jogos, Esportes e Lazer do Congresso filipino. “Ter jogadores naturalizados é a regra nas competições internacionais em vez da exceção. É algo bastante aceito. Apenas vamos tirar vantagem dessa regra”, completou.

Pragmaticamente, o digníssimo senador Angara está correto. É a esse o ponto que a Fiba permitiu o jogo de seleções chegasse. Os torneios de seleção viraram, também, uma extensão do balcão de negócios do mercado da bola. Até ganhar um passaporte, Blatche nunca havia pisado por lá, embora jure que tenha sangue filipino.

A regra atual da federação permite que cada seleção conte com um jogador estrangeiro em seu plantel, sem exigência de vínculo algum desse atleta com o país adotivo. Não precisa ter morado por lá, não precisa ter um tio avô do cunhado, nem nada dessas besteiras. A justificativa: aumentar o poder de competitividade. E algo mais.

“O processo de naturalização é permitido pela Fiba para dar a outros países a chance de se igualar em termos de altura e talento. Não há nada errado com isso”, afirma o agente Danny Espiritu nesta matéria aqui, que advoga pela naturalização – haja propaganda. Mas veja bem: se equiparar não só em talento, como em… Altura! Não precisa nem fazer piada a respeito. Para constar: Blatche tem algo em torno de 2,10 m de altura (a gente nunca sabe a medida exata, então ficamos nessa generalização).

Daí que Filipinas, equipe que não joga o Mundial desde 1978, saiu de modo agressivo em busca de um reforço. JaVale McGee chegou a se candidatar publicamente a esta vaga, mas sua temporada avariada por lesões no joelho o tirou do páreo. Então, optaram (ou aceitaram uma oferta?), por Blatche, que fez uma bela campanha pelo Brooklyn Nets.

Marcus Douthit deu para o gasto e agora é substituído por Blatche

Marcus Douthit deu para o gasto e agora é substituído por Blatche

Ele ficou fora dos Jogos Asiáticos, uma vez que a autoridade olímpica do vasto continente exige que, para um atletas naturalizados ser inscrito, ele precisaria ter passado um mínimo de três anos seguidos eu seu novo país. Não que fosse um grande problema, pois o time já contava com outro pivô gringo, Marcus Douthit, que já foi escolhido pelo Lakers na década passada e teve, por exemplo, um double-double de 10 pontos e 22 rebotes em confronto com a China.

Superado o empecilho regional – ainda que no torneio FIBA local, o impacto de gringos também seja descarado –, durante a fase de treinos e amistosos, o pivô filipino norte-americano assumiu o controle de uns 90% dos ataques da equipe. Virou cada Blatche por si, e um Blatche contra todos, basicamente. O cara tem movimentos de costas para a cesta, agilidade para bater os grandalhões no ataque frontal e bom chute de média distância, além de ser bom passador. Fosse um pouco mais dedicado ao condicionamento físico e aos treinos em geral – em Washington, é persona non grata –, teria recursos de sobra para ser um protagonista na NBA. No Mundial, porém, já faz o necessário para brilhar.

Em sua estreia contra a França, em derrota por 75 a 68, ainda fora de sintonia, ele tentou 17 arremessos e 2 lances livres em 26 minutos, acertando cinco. Somou 12 pontos e 7 rebotes. Contra a Austrália, derrota por 97 a 75, no dia seguinte, foram 17 arremessos (sete de três pontos!) e 3 lances livres em 28 minutos, com rendimento superior: 20 pontos e 10 rebotes.

(Para constar: no terceiro dia do quadrangular, foi poupado contra a Ucrânia, e seu time tomou uma sacolada de 114 a 64. Sabe quando será a próxima vez que a Ucrânia vai superar a marca de 100 pontos? Quando colarem aqui na Vila Guarani e enfrentarem o time do bairro. Só assim: no restante dos amistosos, o máximo que conseguiram foram os 73 pontos contra o México. Contra Lituânia e Eslovênia, não chegaram nem a 65 pontos.)

Depois, voltou a jogar contra Angola, em mais uma derrota pro 83 a 74, a despeito de seus 33 pontos e 17 rebotes. Há amistosos contra Egito, País Basco e tudo o mais, mas já deu para sacar, né? Se houvesse uma competição de Fantasy no Mundial, dá para dizer que o passe de Blatche estaria bem cotado.

Não é a primeira vez que os Gilas apelam para jogadores naturalizados. Douthit está aí como prova. Nos anos 80, eles contaram com alguns norte-americanos em seu time, incluindo um nome surpreendente: Chip Engelland, hoje um dos assistentes técnicos mais cobiçados da NBA, devido ao seu trabalho com o San Antonio Spurs. Foi ele que reinventou a mecânica de lance livre de Splitter.

Eles não são os únicos, claro. Um dos maiores ídolos do basquete grego é natural de Union City, Nova Jersey. Estamos falando de Nick/Nikos Galis, já nomeado para o Hall da Fama da Fiba em sua primeira classe, apontado também como um dos 50 melhores da história e da Euroliga. O cestinha se formou por Seton Hall, foi selecionado no Draft de 1979 pelo Boston Celtics, mas foi pelo Aris BC, ao lado de Panagiotis Giannakis, que entraria para o panteão. Ele é dos poucos que realmente merece o apelido de “mito”, ainda mais na Grécia.

Mais recentemente, tivemos um armador americano liderando, oras, a Rússia. JR Holden conseguiu algo que, nos anos 80, pareceria menos provável do que Arvydas Sabonis recusar um copo de cerveja. JR Holden teve seu passaporte providenciado diretamente por Vladimir Putin e ajudou o país a ganhar o Eurobasket de 2007, com David Blatt de técnico.

Importar armadores, aliás, virou uma prática realmente de se abrir os olhos na Europa. No Eurobasket 2013, sete países diferentes, incluindo Croácia e Itália, tiveram de usar essa cartada extra.

Por aí vamos. Em 2008, Chris Kaman resolveu ativar sua cidadania alemã, por conta de seus avós paternos. Nem seu pai, já nascido nos Estados Unidos, aprovou a ideia. “Mas eu não me importo”, disse o pivô, agora do Blazers. “Faço o que quiser, não tenho de agradar a ninguém. Ainda sou um americano. Ainda jogo na NBA. Ainda sou de Michigan. Apenas escolhi seguir minha ascendência de um pouco mais atrás e ver se eles me permitiram jogar pela Alemanha.”

Chris Kaman, neto de alemão com muito orgulho e muito amor, jogou as Olimpíadas de 2008

Chris Kaman, neto de alemão com muito orgulho e muito amor

Simples assim. Num país como os Estados Unidos, de imigração incessante, a fonte se torna praticamente inexaurível. Se a Alemanha já conseguiu que um neto se prontificasse a ajudar Dirk Nowitzki, imagine a facilidade que Porto Rico (território americano, aliás), República Dominicana e outros países caribenhos têm para procurar reforços.

Foi assim com Renaldo Balkman. O ala-pivô jamais poderia sonhar em defender os Estados Unidos. Então sorriu e topou na hora quando a federação “rival” foi procurá-lo. Melhor: sua mãe (cujo ramo familiar era porto-riquenho), diferentemente do caso de Kaman, aprovou tudo. “Ela sempre me disse que eu deveria visitar aqui, e eu finalmente vim. E veja no que deu. Agora estou na seleção. Na primeira vez que vim, achei as coisas diferentes. Agora é por nosso país, pelo nosso orgulho.”

O ala-pivô defende Porto Rico desde 2010 e se tornou uma peça-chave de uma equipe que promete dar um trabalho danado nesta Copa do Mundo. Entre dominicanos, o escolta nova-iorquino James Feldeine foi recrutado mais recentemente, iniciando sua trajetória pela seleção no ano passado. Para o futuro, a aposta fica no jovem ala-pivô Karl Towns, ainda um adolescente, considerado um dos dez melhores recrutados da NCAA este ano, por Kentucky.

Por aí vamos, sem nos esquecermos do bauruense Larry Taylor. Claro que cada caso é um caso. O armador natural de Chicago já passou muitos Carnavais por aqui para contar história.

Começando por ele, então, aqui vão os americanos que defenderão outras nações, com os mais diferentes contextos. Comparando com os torneios de Europa e Ásia do ano passado, até que o povo maneirou:

Larry Taylor (Brasil)
O que para Shamell não aconteceu, para Larry foi até rápido: a naturalização e sua convocação intrínseca para defender o Brasil. Obviamente, Rubén Magnano adora o atleta: desde que foi liberado burocraticamente, o astro do Bauru, um tremendo boa praça, está no grupo de intocáveis do técnico.

Na Espanha, Larry vai ter papel integral na rotação, revezando com Huertas e com os alas, dependendo do adversário. Tal como fez com Goran Dragic em amistoso na semana passada, esperam que ele seja usado para atazanar os armadores oponentes com forte pressão em cima da bola, usando sua velocidade e tenacidade. É algo que consegue executar muito bem, mesmo.

O problema está do outro lado da quadra. Na hora de atacar, não está nada acostumado a jogar sem a bola, por vezes fincando os pés em um lado da quadra, isolado. Rende melhor quando parte no drible, um contra um – algo que na seleção vai acontecer bem menos do que em Bauru. Como arremessador de três pontos, somando Olimpíadas e a última Copa América, acertou apenas duas de 21 tentativas. Ai.

Eugene “Pooh” Jeter (Ucrânia)
A primeira referência que acompanha o armador de 30 anos é o fato de ele ser irmão da velocista Carmelita Jeter, uma das estrelas do atletismo dos Estados Unidos. É um bom dado para qualquer enquete, sem dúvida. Mas o americano já construiu uma respeitável carreira no exterior a ponto de ter reconhecimento próprio.

Vamos colocar desta maneira: se Jeter não tivesse comprado a ideia, os ucranianos jamais teriam se classificado para o Mundia. No Eurobasket passado, era um dos poucos atletas dessa seleção capazes de produzir a partir do drible. Num time que adora gastar a posse de bola, cabia ao baixinho muitas vezes desafiar os oponentes e o relógio para pontuar. Teve médias de 13,5 pontos e 4,1 assistências, com 47,6% nos arremessos de 2 pontos e 35,7% de três. Considerando toda a carga sobre seus ombros, é um desempenho sensacional.

Pooh jogou na China no ano passado e reclama de que nunca teve uma chance real para mostrar seus talentos na NBA, depois de passar apenas um ano como reserva do caótico Sacramento Kings de 2010-11. Ao menos, em seu currículo tem uma passagem pelo basquete ucraniano, tendo defendido o BC Kyiv em 2007-08.

– Oliver Lafayette (Croácia)
Depois de usar Dontaye Draper no Eurobasket, a Croácia agora decidiu investir em Lafayette para compor sua armação no Mundia. Sim, deus do basquete, até a Croácia enfrenta séria dificuldade para produzir um armador local que lhe deixe confortável em competições de ponta.

O convite aconteceu de úuuultima hora. Vejam só: em junho. Dito o sim, o passaporte saiu rapidamente. Assim que se faz. Aos 30 anos, então, o veterano, ainda muito rápido e forte, entra no mundo das seleções, ajudando Roko Ukic, em busca de qualquer entrosamento possível com os novos companheiros.

Lafayette, mais um pontuador do que um organizador, se formou na universidade de Houston em 2005 e vagou pela D-League até assinar com o Boston Celtics em 2010 para fazer precisamente um jogo pelo clube. E não é que foi bem? Anotou sete pontos, um recorde para um atleta nessas condições.

Dali para a frente, com a NBA inscrita em seu currículo, migrou para a Europa e rodou por grandes clubes como Partizan Belgrado, Zalgiris Kaunas e Valencia, na temporada passada – mas nunca por uma agremiação croata. Agora, vai se juntar ao Olympiakos, vindo de boa campanha na Espanha.

Nick Calathes (Grécia)
Com avô grego, Calathes foi um jogador de ponta na NCAA, como estrela de Florida, mas se concentrou em defender os helênicos desde cedo, tal como seu xará Galis. Ele se vestiu de azul e branco já no Eurobasket sub-20 de 2008. Um ano depois, faria sua estreia pela seleção.

Alto, forte, de excelente visão de jogo, o armador se beneficiou da dupla cidadania para assinar um acordo generoso com o Panathinaikos, ignorando, num primeiro momento, a NBA. Seu contrato foi assinado em maio de 2009, antes mesmo do Draft, valendo nada menos que 2,4 milhões de euros limpos por três anos. Sem contar o fato de que tinha residência e carro pagos pelo clube, mais a grana dos patrocínios. Uma bolada.

Quando questionado se a decisão de jogar pela seleção grega estava incluída neste mesmo pacote, Calathes foi enfático em negar, em 2011: “Não, não. Nada disso. É uma honra jogar pela Grécia, por minha ascendência, minha família. Espero poder jogar muito mais pela equipe”.

E aqui está Calathes, como um dos protagonistas da seleção grega – algo que seu irmão mais velho, Pat Calathes, uma vez cotado como um belo prospecto, não realizou. Já liberado depois de cumprir gancho de quatro meses por dar positivo em exame antidoping, vai para o Mundial e cheio de responsabilidades para guiar a seleção que sente a falta de Vassilis Spanoulis.

Renaldo Balkman e Alex Franklin (Porto Rico)
Já escrevi até que bastante sobre o ala-pivô no ano passado, antes da Copa América, e suas encrencas por aí. Para atualizar, vale a menção de que ele arrebentou no torneio continental, com médias de 18,7 pontos e 8,9 rebotes pelos vice-campeões. Com seu vigor físico e mais liberdade no ataque, pode fazer diferença, ainda que contra concorrência mais dura.

Já Franklin, natural da Pensilvânia, faz a sua segunda campanha pela seleção porto-riquenha, herdando a vaga que seria de John Holland. Um ala hiperatlético, Holland havia se tornado peça fundamental da equipe, mas virou desfalque este ano devido a uma lesão. Aprovado no Centrobasket, seu substituto tenta segurar o rojão no perímetro ao lado de Barea e Arroyo. Um ala de 26 anos, jogou pela universidade de Siena, pela qual foi uma estrela. Depois, virou profissional na Espanha e no México, até chegar aos Indios de Mayagüez.

James Feldeine e(República Dominicana)
Feldeine vem de uma vizinhança barra-pesada de Nova York, ao norte de Manhattan. “Washington Heights me fez virar o homem que sou hoje. Foi muito duro crescer em um lugar tão difícil. Havia muita violência por parte das gangues”, conta. Você já imagina todo o cenário, né? E que o basquete, como em diversos casos, serviu de refúgio para o garoto de mãe dominicana.

Dos playgrounds nova-iorquinos, o ala-armador foi para a modestíssima universidade de Quninnipiac, de Hamden. O sonho de NBA ficou longe, mas ele se tornou um jogador de ponta na Espanha, jogando a Liga ACB pelo Fuenlabrada, com médias de 15,9 e 13,9 pontos por jogo em duas temporadas. Nada mal. Agora, tem contrato com o Cantú, da Itália.

Explosivo em suas infiltrações, um bandejeiro de primeira, Feldeine estreou pela República Dominicana no ano passado, na Copa América, com 14 pontos por partida. Seu estilo casa bem com o de Francisco Garcia.

O país ainda poderia contar com Karl Towns, de 18 aninhos,  uma das maiores promessas do basquete universitário americano deste ano. Ao mesmo tempo que o recrutou para Kentucky, John Calipari também o pôs para jogar na seleção caribenha – uma opção surpreendente para um garoto tão badalado desde cedo. Do alto de seus 2,13 m, com envergadura e leveza impressionantes, o pivô ainda está nos primeiros passos de seu desenvolvimento como jogador, mas não jogará na Espanha, vetado por sua universidade.  Pena.

­- Erik Murphy (Finlândia)
Esse o torcedor do Bulls conhece. Pelo menos um pouco. O ala-pivô foi selecionado pela equipe no Draft passado, na onda do stretch 4 da NBA. Graduado pela universidade de Florida, subiu de cotação devido ao seu potencial no arremesso de três pontos. Frágil fisicamente, porém, foi pouco aproveitado por Tom Thibodeau em seu ano de novato. Rapidamente, viu como funcionam os negócios da liga rapidamente.

Para limpar espaço em sua folha salarial e evitar o pagamento de multas, a franquia de Chicago o dispensou antes mesmo de sua temporada de calouro se encerrar. O Utah Jazz aceitou seu contrato, mas nunca chegou a escalá-lo. Em julho deste ano, foi repassado para o Cleveland Cavaliers. Não se sabe se há realmente um interesse em aproveitá-lo ao lado de LeBron James.

Pensando nisso, a Copa do Mundo vem bem a calhar para o atleta de 23 anos – hora de mostrar serviço, com todos observando, afinal. Erik tem passaporte finlandês por parte da mãe, Päivi, que foi jogadora da seleção do país. Aqui, estamos falando, na verdade, de uma família só de basqueteiros: seu pai, Jay Murphy, fez carreira na Europa. O irmão caçula, Alex, começou na NCAA sob o comando do Coach K em Duke, mas pediu transferência para Florida.

“Os garotos vão para a Finlândia a cada verão. Meu irmão ainda está lá, meus sobrinhos. Falamos sobre como seria divertido ele jogar pela seleção. Mas o mais importante é algo que serve de inspiração, e eles estão orgulhosos disso”, conta a mãe em entrevista ao site do Bulls.

Curiosidade: quem também tentou entrar na festa foi o veteranaço Drew Gooden, do Washington Wizards – sua mãe também tem ascendência escandinava. A papelada não foi regularizada a tempo, porém. “Mesmo que não seja possível este ano, ainda vou para a Espanha apoiar o time e os jogadores e começar a construir uma relação para os próximos anos. De qualquer forma, vou conseguir minha dupla cidadania e vou me tornar um cidadão finlandês”, assegurou.

Reggie Moore (Angola)
É, até nossos irmãos entraram na onda. Formado na universidade de Oral Roberts em 2003, Moore jogou em Portugal, Israel e Espanha até migrar para Angola em 2009. Está lá desde então, defendendo hoje o Primeiro de Agosto. Em suma: como se fosse o Larry Taylor angolano.

Sua naturalização gerou um burburinho, mas, em maio de 2013, o presidente da federação do país, Paulo Madeira, simplesmente se defendeu dizendo que a seleção precisava de um pivô, e que Moore havia se oferecido. “O atleta manifestou publicamente interesse em representar a seleção, como fruto dos vínculos familiares que está a criar. E a nós interessa ter um jogador como ele”, disse o dirigente.

Reggie Moore, da Califórnia para Angola

Reggie Moore, da Califórnia para Angola

Moore correspondeu em sua estreia por Angola no Afrobasket do ano passado, com 10,1 pontos e 3,6 rebotes em média, sendo bastante regular na campanha do título. Baixo, com 1,98 m, e forte, com bom arremesso, gosta de atacar a cesta de frente.


Um giro rápido pelas 24 seleções do Mundial
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Giancarlo Giampietro

A Copa do Mundo está chegando, faltam só cinco dias. Então chegou a hora de o blog largar a preguiça (quem dera!) de lado e entrar no clima. Enquanto as seleções ainda se estapeiam nos amistosos, publicamos aqui um giro de observações, notas, comentários ou seja lá o que forem…. sobre cada uma das seleções participantes. Vamos pôr assim: é  um guia de iniciação básico, mas nada objetivo sobre o que vem por aí:

Angola: um time em transição, mas de pura simpatia e empatia depois da breve passagem deles pelo Rio. Estamos todos na torcida por nossos irmãos, que reinam na África e também . merecem glórias e glórias internacionais, não?

Argentina: quantos jogadores Andrés Nocioni vai tirar do sério? Como Llamas vai encaixar tantos atletas similares num mesmo quinteto? Quantas vezes por jogo seremos lembrados que, sim, é uma pena que Ginóbili e Delfino não estejam listados? Há time mais velho e devagar que esse? E a renovação? E a crise política? Incrível como adoramos questionar os hermanos. Falta terminar acima deles na tabela uma vez que seja…

Austrália: quietinhos, quietinhos no paralelo 27º S, os Aussies vão montando um time de muito respeito, para agora e para muitos anos à frente (Dante Exum, este ano, só por alguns minutinhos). Choremos todos, porém, a ausência de um empolgadíssimo Patty Mills após suas jornadas de arromba com o Spurs. Por conta própria, o formiguinha atômica poderia incitar toda uma revolução na Espanha.

Brasil: Vocês sabiam que, para muita – mas muita gente, mesmo –, a seleção tupiniquim entra no Mundial como séria candidata a medalha, né? E, imagino, também sabiam que, para entrar nessa festa, a CBB desembolsou mais de R$ 2 milhões por um convite. Isso quer dizer pressão.

Coreia do Sul: confesso minha ignorância. Esperava um monte de baixinhos de 1,70m, rodeando o poste humano que atende por Ha Seung-Jin, atirando de três pontos sem parar. Pelo menos era o que meu avô me dizia. Mas, putz, nem o Seung-Jin está nessa.

Croácia: eles importaram mais um norte-americano, o que representa um sacrilégio, mas a verdade é que há uma nova geração surgindo cheia de potencial. Dario Saric já vale para agora, enquanto Mario Hezonja não deve jogar por mais que 10 minutos em média. Daqui até a próxima edição, porém, vale monitorar como estará, especialmente, o adolescente Dragan Bender. Guardem os nomes.

Egito: estão no Mundial muito mais para preencher a frase: “O time para o qual o Brasil não pode perder de jeito nenhum é o _______”. Dois rapazes têm NCAA em seus currículos, mas não esperem nem mesmo um Salah Mejri aqui.

Eslovênia: Dragic ou Dragic? Na dúvida, vai de Dragic, mesmo. Os irmãos Goran e Zoran – que não são gêmeos, apesar da foto abaixo –, vão descer a quadra a mil. Pegue todo o estereótipo que o mundo faz de armadores americanos, embrulhe e jogue no lixo. Aqui é adrenalina, e que os malas Sasha Vujacic e Beno Udih, fora da festa, fiquem muito bem de pernas para o ar.

Goran e Zoran. Ou Zoran e Goran: na época de Houston, fotografos por Daryl Morey

Goran e Zoran. Ou Zoran e Goran: na época de Houston, fotografos por Daryl Morey

Espanha: também a despedida de uma geração histórica? Difícil imaginar Pau Gasol, Navarro e Calderón reunidos daqui a dois anos no Rio. O Rudy Fernández, porém, na certa virá. Ele que é desde já o candidato a grande ator do Mundial, jogando seu topete de maneira dramática para um lado e para o outro, a cada perspectiva de pancada.

Estados Unidos: desde a retomada guiada por Jerry Colangelo, encaram seu maior desafio. E mais: em casa, só serão notícia no caso de não voltarem com o ouro para casa.

Filipinas: quais as chances de Andray Blatche abandonar o navio antes do final da fase de grupos, no caso de receber todos os seus cheques com antecedência? Eu chutaria que estão acima de 87%.

Finlândia: Os lobos. Hanno Möttölä. Angry Birds. O basqueteiro conservador mais que angry, irado. Tudo aqui: #Susijengi.

França:  há vida sem Tony Parker, JoJo e, agora, De Colo? Acho que sim. Mais uma chance para Boris Diaw mostrar que é um novo homem, com menos hambúrgueres na cintura, e para Nic Batum botar em prática seu vasto arsenal. No garrafão, Joffrey Lauvergne vai brigar por todos os rebotes, enquanto o espigão Rudy Gobert pede passagem. O pior é que, num excesso de precaução, Ian Mahinmi pode ser o escolhido. Oui, aquele.

Grécia: Vamos lá, gente, todo mundo junto: Giannis A-n-t-e-t-o-k-o-u-n-m-p-o. Giannis Antetokounmpo. Agora rápido: Giannisantetkounmpo! Em grego, “menino de ouro” deve ser uma expressão bonita.

Irã: É o show de Hamed Haddadi, e não se fala mais nisso.

Lituânia: é a terra do basquete, aonde o futebol quase não tem vez. Além do mais, pode não haver nenhum sobrenome do peso de Sabonis, Karnisovas, Siskauskas ou Jasikevicius, mas estamos diante de um timaço aqui, com uma penca de pivôs habilidosos.

México: vamos, cabrones. Campeões da Copa América. Campeões do Centrobasket. Esses muchachos estão na crista da onda, liderados pelo ainda subestimado Gustavo Ayón. Precisa ver apenas se já não chegam ao Mundial consagrados demais.

Nova Zelândia: são esforçados, e tal, mas, sem Steven Adams, não há muito com o que se distrair aqui. Que puxa. Podemos colocar assim: já houve um tempo em que eles eram verdadeiros rivais da Austrália, como o veterano Kirk Penney bem sabe. Se ele já sente saudades do Sean Marks, hoje dirigente do Spurs, imagine do Pero Cameron!?

Porto Rico: são eles que agora  desfrutam da ideia de que alcançaram a maturidade sob o comando de um estrangeiro: Paco Olmos, que já foi técnico do ano na ACB. Ao mesmo tempo, fica a impressão de que estamos a um ou dois estalos de dedo para ver Balkman perdendo as estribeiras em quadra e/ou Barea e Arroyo se pegarem pelo pescoço em disputa pela chave do carro. Se os baixinhos coexistirem em harmonia, pode ir longe o time.

República Dominicana: que faz falta o craque Al Horford, ô se faz. Mas ainda formam um time traiçoeiro, com sua turma doidinha toda vida no perímetro, com destaque para James Feldeine, um bandejeiro de primeira. De resto, fiquem de olho garotão Karl Towns, uma das maiores promessas das Américas, que vai da Espanha para o campus de Kentucky.

Senegal: aqui também não dá para fugir muito do estereótipo que todos vão evocar sobre uma seleção senegalesa. De que será uma equipe hiperatlética, com Gorgui Dieng fazendo das suas no garrafão, mas com alguns problemas no controle de bola. Que nos provem o contrário.

Sérvia: a cada torneio, de um mês para outro, temos a sensação de que eles trocam de geração – e de que estão sempre envolvidos por uma presepada. Mas sempre surge quem tenha toda a pinta, mesmo, de que pode carregar um país dessa tradição nas costas. Bogdan Bogdanovic ainda não precisa fazer isso, mas pode ser que num futuro bem próximo seja esse o seu papel.

Turquia: 98 pivôs de razoáveis para bons, incluindo ao totalmente excelente Omer Asik, mas esbarrando numa armação precária, com jogadores que fazem até mesmo nossos amigos peladeiros venezuelanos parecerem mestres Gedai.

Asik, Kanter, Erden, Ilyasova, Savas, Gonlum... Grandalhões não faltam para a Turquia

Asik, Kanter, Erden, Ilyasova, Savas, Gonlum… Grandalhões não faltam para a Turquia

Ucrânia: tem tudo para estrelar as partidas mais chatas do campeonato. O índice Morfeu é altíssimo, acreditem – parabéns a quem editou o vídeo abaixo, dando alguma emoção. Com exceção de Viacheslav Kravtsov (ex-Suns e Pistons), seus pivôs jogam arrastando maças de ferro de no mínimo 50 kgs no pé de apoio. Dá até dó de Pooh Jeter e Sergii Gladyr, dois caras (que tentam ser) criativos. Tudo sob a orientação minuciosa de Mike Fratello, o mesmo técnico que já dirigiu alguns dos times mais modorrentos da história da NBA nos tempos de Cleveland. Seu apelido é Czar, mas isso vem de muito antes, tá?


Resumão de intertemporada da NBA: Conferência Leste
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Giancarlo Giampietro

Com a temporada 2012-2013 da NBA fazendo sua pausa tradicional para o fim de semana das estrelas em Houston, é hora de fazer um resumão do que rolou até aqui. Começamos pela Conferência Oeste e agora publicamos a do Leste:

LeBron, sobrando

LeBron: nem o Bulls incomoda mais?

Melhor jogador: LeBron James.
O jogo desta quinta-feira passou para todo mundo ver. LeBron atingiu um nível absurdo, que fica difícil de escrever qualquer coisa aqui que não pareça fraca ou estúpida. Com seu tamanho, força e capacidade atlética, o basquete sempre pareceu fácil. Mas vocês se lembram dos tempos em que ele não conseguia acertar nada de três pontos? Nesta temporada, já estamos falando de 42,4%, não importando que os melhores defensores da liga se dediquem diariamente a tentar, pelo menos tentar incomodá-lo de alguma forma. E, se ele não quiser chutar de fora, já que nem precisa mesmo, que ataque o interior da defesa adversária mesmo, causando estragos irreparáveis. Daqui a pouco os playoffs chegam, e será que alguém realmente vai conseguir pará-lo?
Não fosse a aberração chamada Durant, quem mais poderia entrar aqui? Carmelo Anthony, New York Knicks, e só.

Melhor técnico: Frank Vogel.
Se você não tem o elenco mais talentoso ofensivamente à disposição, você segue o manual de Tom Thibodeau, não? Que seu time se mate na defesa para tentar fazer a vida do adversário tão sofrida, miserável como a sua, vencendo 60% das partidas. Sem contar com um armador cerebral ou jogadores mais criativos no perímetros, o Pacers tem o sétimo pior ataque da liga. Mas, em termos de retaguarda, estamos falando do conjunto mais eficiente da temporada, e de longe, bem mais distante do segundo colocado, o Memphis, do que o próprio Grizzlies está do sexto, o Clippers. Mesmo que um gigantão como Roy Hibbert pareça hoje um monstro em extinção no esporte, se arrastando pela quadra – quando, na verdade, ele se torna um trunfo, congestionando o garrafão. E vocês já deram uma olhada para o que Vogel tem no banco para mudar um jogo?
Quem mais poderia estar no páreo? Mike Woodson, Knicks; Tom Thibodeau, Bulls.

Melhor reserva: Andray Blatche.
Hã… Sim, esse, mesmo. O cara que era vaiado a cada vez que recebia um passe na temporada passada pelo Wizards e hoje é o segundo jogador mais eficiente do Brooklyn Nets na temporada, um clube que conta com cinco atletas ganhando mais de US$ 10 milhões nesta temporada (Deron, Johnson, Wallace, Lopez e Humphries). Extremamente coordenado, ágil para um pivô, oferece ao técnico PJ Carlesimo uma opção ofensiva versátil e coesão defensiva, algo antes impensável para um jogador que era notório pela capacidade de caçar borboletas enquanto a bola quicava.
Quem mais? Amar’e Stoudemire e JR Smith, Knicks; Jimmy Butler, Bulls.

Dois quintetos:

Brooklin Lopez

Brooklyn: mais assertivo pelo Nets

1) Dwyane Wade, Paul George, LeBron James, Carmelo Anthony, Joakim Noah.
Wade e LeBron hoje não têm mais nenhum problema em repartir a bola, nenhuma síndrome sobre quem deve, ou não, controlar o jogo. O que não faz de Dwyane um jogador menos brilhante. Carmelo curte sua melhor temporada, justamente quando efetivado como um ala-pivô móvel, sem ter de se prender ao perímetro massageando a bola sem objetividade alguma. Noah é tão bom defensor quanto Chandler, com posicionamento impecável, presença física e garra, e ainda contribui mais no ataque com seus passes astutos. Sobre George, mais adiante.

2) Kyrie Irving, Jrue Holiday, Paul Pierce, Brook Lopez, Tyson Chandler.
Se há alguma coisa parecida com uma defesa aceitável em Nova York (o Knicks ocupa o meio da tabela nesse quesito, em 15º), é porque existe lá um Tyson Chandler, dando cobertura a seus armadores e Melo. Pierce segurou as pontas enquanto os reforços estavam perdidos, teve um péssimo mês de janeiro, e agora vem compensando essa queda em fevereiro, com média de 7,3 assistências no mês, ajudando a aliviar a perda de Rajon Rondo. Brook Lopez é o segundo jogador mais consistente do Leste no momento. Ele se livrou das lesões no pé e se tornou uma figura mais afirmativa no garrafão, dos dois lados, compensando o ano decepcionante de Deron Williams, Gerald Wallace e Joe Johnson. Kyrie Irving vai caminhando rapidamente para o grupo dos dez melhores da NBA, ao passo que sua dedicação na defesa também se intensifica, enquanto Jrue Holiday faz o que pode para o time não choramingar seu pivô lesionado.
Quem mais poderia estar no páreo? Chris Bosh, Heat; Al Horford, Hawks; Kevin Garnett, Celtics; David West, Pacers; Josh Smith, Hawks.

Três surpresas agradáveis:

1) Knicks brigando no topo: O time de Mike Woodson conseguiu bloquear aquela que era a maior ameaça ao sucesso em quadra: o choque de egos. A presença de Jason Kidd não poderia ter sido mais positiva. Carmelo, enfim, consegue se empenhar noite após noite. Amar’e aceitou as críticas e o banco. Raymond Felton esqueceu seu ano perdido em Porland. As peças complementares funcionaram. Os Bockers enfim voltam a ser respeitáveis.

John, Pau George e Paul

Paul George: subindo

2) Paul George, chegou a hora: Ele saiu pouco badalado da universidade de California State, mas alguns scouts o consideravam um dos melhores da fornada de 2010. Olhando a lista agora, dá para imaginar que pelo menos Sixers (Evan Turner), Wolves (Wes Johnson!!!), Warriors (Ekpe Udoh), Clippers (Al-Farouq Aminu) e Jazz (Gordon Hayward) talvez se arrependam de sua escolha, diante do que vem se transformando o décimo da lista. Sem Danny Granger, George assumiu maior responsabilidade no ataque, ganhando mais confiança e aprendendo aos poucos. Na defesa, coloca muita pressão nos adversários devido a sua envergadura e capacidade atlética no perímetro, ajudando a compor o paredão de Vogel. O trabalho do técnico e de sua comissão liderada por Brian Shaw no desenvolvimento do jovem ala se mostra exemplar.

3) Andre Drummond, impacto imediato: Ah, que ele talvez nem goste tanto de basquete assim que não trabalhe duro, que não sei mais o quê. As previsões dos mais pessimistas vão sendo refutadas energicamente pelo pivô adolescente do Pistons, uma força já temida debaixo da tabela, com média provavelmente de 79 enterradas por jogo. Também já é um reboteiro de respeito, com atributos físicos que lhe permitem capturar rebotes em zonas bem distantes de onde está posicionado. E, sim, ele realmente só tem 19 anos. Uma pena que tenha sofrido a lesão nas costas para desacelerar seu desenvolvimento.

– Três fatos desagradáveis:

1) Deron Williams, saudades de Jerry Sloan: A lista era para ser de surpresas desagradáveis. Mas, se você for levar em conta o histórico de Deron pelo Nets, não há novidade alguma em sua decepcionante campanha. Cada vez mais insistindo nos disparos de longa distância, que não o seu forte, abrindo mão das infiltrações e de agredir a defesa, hoje o (pretenso) astro sofre para acertar  apenas 41,3% de seus arremesos de quadra. Pior: em termos de assistências, tem sua pior média (7,5, por 36 minutos) desde o ano de novato (5,6), e sem maneirar nos desperdícios de bola, ainda elevados para alguém que ataca menos o garrafão. Agora amparado por um time competitivo, o armador simplesmente não tem conseguido justificar toda a atenção que recebeu durante as férias, muito menos seu salário de US$ 20 milhões anuais.

2) Andrew Bynum x O Grande Lebowski: Mais um caso daqueles… Não dá para dizer que ninguém esperava por isso. O pivô ainda não conseguiu entrar em quadra devido a problemas crônicos no joelho e ainda atrasou sua recuperação durante uma partida disputadíssima de boliche. Sem mais.

3) Anderson Varejão e a enfermaria: O capixaba era para estar na trinca acima, com a melhor temporada de sua já longínqua carreira nos Estados Unidos. Mas infelizmente a lesão na região do joelho e, depois, a descoberta de um coágulo no pulmão acabaram por afastá-lo novamente de modo muito precoce das quadras.

– O que resta para os brasileiros:
Com a baixa de Leandrinho e Anderson e as longas passagens de Fabrício Melo pela D-League, Nenê é quem fica de porta-bandeira solitário na conferência. Depois de se arrastar por boa parte da primeira metade do campeonato, lidando com uma para lá de incômoda fascite plantar, em fevereiro o paulista de São Carlos conseguiu se recuperar, com médias mais similares ao que produziu em Denver. Que ele fique saudável e consiga jogar basquete para valer até maio.


Conheça os 15 jogadores “anistiados” da NBA
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Giancarlo Giampietro

Desculpem o trocadilho, mas é inevitável: boa parte destes aqui nem a Anistia Internacional deve defender. Pá-pum, o Vinte Um recapitula os 15 jogadores que já foram  alvos da chamada “cláusula de anistia” da NBA, à qual os clubes da liga podem recorrer para tirar de sua folha salarial um contrato indesejado, embora ainda sejam obrigados a pagar o prometido ao atleta:

Gilbert Arenas x Baron Davis

Arenas e Davis já foram mais felizes

Armadores: Gilbert Arenas (Orlando Magic), Baron Davis (Cleveland Cavaliers) e Chauncey Billups (New York Knicks)
São três jogadores com passagem pelo All-Star Game, que assinaram contratos gigantescos e supostamente liderariam seus clubes no auge de suas carreiras a campanhas de sucesso nos playoffs. No caso de Billups, deu certo, e fica até injusto listá-lo ao lado dos outros dois figuras. Campeão em 2004 pelo Detroit Pistons, MVP das finais daquele ano, ele só foi dispensado pelo Knicks no ano passado porque o clube vislumbrou a possibilidade de contratar Tyson Chandler – tanto que, prontamente, ele foi contratado pelo Los Angeles Clippers, pelo qual vai jogar a próxima temporada também.

Baron Davis assinou seu contrato com o Los Angeles Clippers para teoricamente formar uma grande dupla com Elton Brand em sua cidade preferida. Acontece que o pivô se mandou para Philadelphia, o primo pobre de LA se afundou novamente e o armador ficou mais interessado em sua carreira de produtor cinematográfico do que entrar em forma para jogar. Foi trocado para o Cleveland Cavaliers, que, na verdade, só estava interessado, mesmo, na escolha de Draft que levaria no negócio, ganhando no futuro um Kyrie Irving de presente. No campeonato passado, acabou ocupando a vaga de Billups em Nova York, mas esteve longe de causar qualquer tipo de impacto em quadra, privado de sua explosão física. Nos mata-matas, acabou sofrendo uma grave lesão no joelho e não joga mais neste ano.

Já Arenas… Bem… Por onde começar? Após defecar no tênis dos companheiros (sim, isso mesmo) e quase começar um bangue-bangue no vestiário, ser indiciado criminalmente e cair bastante de produção devido a uma cirurgia no joelho e o tempo inativo, ele ainda convenceu seu amigo Otis Smith, ex-gerente geral do Magic, a apostar em seu talento. Não deu nada certo, embora tenha ficado amigo de Dwight Howard. Foi cortado antes do campeonato, treinou sozinho por um tempão e descolou uma vaguinha no Memphis Grizzlies. Sua presença como reserva de Mike Conley foi insignificante, no fim.

– Alas: Charlie Bell (Golden State Warriors), Brandon Roy (Portland Trail Blazers), Travis Outlaw (Brooklyn/New Jersey Nets), James Posey (Indiana Pacers), Ryan Gomes (Los Angeles Clippers) e Josh Childress (Phoenix Suns).
Em uma quase-palavra: “Aaaargh”. Quem dá mais?

Bell: já não estava jogando nada mesmo, foi preso dirigindo alcoolizado, armou um barraco e público e acabou demitido para o time se aventurar no mercado de agentes livres , mesmo sem ganhar tanto assim. Roy: um craque, mas cuja estado precário dos joelhos lhe forçou uma aposentadoria precoce – ele agora tenta reviver a carreira. Outlaw: assinou um contrato de US$ 7 milhões por temporada com o Nets que ninguém entendeu, foi cortado um ano depois e já foi recolhido do lixo pelo Kings por US$ 4 milhões anuais, e todos continuaram sem entender. Posey: não era nem sombra do defesor implacável dos tempos de Celtics e Grizzlies. Gomes: dispensado para o Clippers contratar o quarentão Grant Hill. Josh Childress: quando voltou da Grécia, onde defendeu o Olympiakos, esqueceu seu jogo por lá.

Andray Blatche

Torcida da capital já não aturava mais Blatche

Alas-pivôs: Andray Blatche (Washington Wizards) e Luis Scola (Houston Rockets).
Dois jogadores opostos em termos de pacote físico: enquanto Scola faz o máximo com o mínimo (lento correndo, impulsão quase nula, mais baixo do que a média da posição), Blatche poderia ser rápido e explosivo e pular razoavelmente, além de bater os 2,10 m de altura. Poderia, mas não que quisesse. O desgosto da torcida do Washingotn com sua falta de preparo físico e intensidade em quadra chegou a um extremo em que, a cada vez que pegava na bola durante a última temporada, era vaiado. A cada bola. Já Scola é uma aberração aqui. Na ânsia de contratar Dwight Howard ou Andrew Bynum ou Neymar, o clube texano simplesmente decidiu limpar o salário do craque argentino, que havia perdido um pouco de rendimento, mas aind é extremamente produtivo. Voi resgatado na hora pelo Phoenix Suns.

Pivôs: Darko Milicic (Minnesota Timberwolves), Brendan Haywood (Dallas Mavericks), Elton Brand (Philadelphia 76ers) e Chris Andersen (Denver Nuggets).
Os grandalhões bem pagos de sempre. Darko já nem eterna promessa é mais, o que não impedirá de assinar mais um contrato milionário este ano. Haywood é imenso, ainda apanha rebotes e protege o aro, mas nada que justifique seu salário de US$ 21 milhões que tinha de contrato com o Mavs para as próximas três temporadas – por um preço menor, o Bobcats topou. Elton Brand receberia US$ 18 milhões do Sixers este ano, mas o time da Filadélfia optou por seguir outro caminho – agora, US$ 2 milhões desse total ao menos serão bancados pelo mesmo Mavs. Andersen, outro jogador ainda produtivo, o cara mais tatuado da história da liga, 100% carisma e impulsão, já não se encaixava  mais na jovem e pulsante rotação de pivôs do Nuggets.

Algumas notas para entender isso direito:

– cada jogador dispensado fica por 48 horas em estado de “waiver”, período  no qual os clubes abaixo do teto salarial podem tentar sua contratação em uma espécie de leilão, fazendo seus lances para a direção da liga sigilosamente;

– a partir do momento que o clube contrata esse jogador, o valor de seu lance vencedor será deduzido do que a franquia que o dispensou tem a pagar de salários;

– uma vez recolhido o jogador, ele não pode ser trocado por seu treinador pelo menos até o final da temporada. Isto é, Haywood obrigatoriamente fica em Charlotte até o fim da campanha 2012-2013;

– o prazo para “anistiar” os jogadores nesta temporada se enceroru na terça-feira. Isso não impede os clubes de sispensarem mais nomes eventualmente nos próximos meses, mas o saleario deles ainda constará na folha de pagamento.

– se o jogador não for recrutado por ninguém durante a fase de leilão, vira um agente livre total no mercado, podendo negociar com quem quiser. E, não, por enquanto ninguém teve coragem de assumir o risco Blatche.


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