Vinte Um

Arquivo : abril 2013

Prévia dos playoffs da Conferência Leste da NBA: Parte 1
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Giancarlo Giampietro

 1-MIAMI HEAT x 8-MILWAUKEE BUCKS

A história: os caras de Miami venceram 37 de suas últimas 39 partidas. Seus adversários? Venceram 38 em todo o campeonato. Precisa dizer mais?

O jogo: o Bucks… Bem, o Bucks tem dois armadores extremamente fominhas em Brandon Jennings e Monta Ellis, que podem ganhar um jogo por conta, mas perder muitos também da mesma maneira – com chutes descabidos restando 15 segundos de posse de bola, em flutuação, na cabeça do garrafão. Enquanto isso, Mike Dunleavy Jr. e JJ Redick, extremamente eficientes, correm o risco de ficarem apenas como espetacores. O duro é que, contra uma defesa tão ágil e atlética como a do Heat, talvez não haja escapatória além das investidas de seus dois pequenos. O que mais? Seu elenco é composto por 340 pivôs interessantes, mas que roubam uns dos outros o tempo de quadra, impedindo qualquer consistência. Um dos melhores defensores do campeonato, Larry Sanders vai ter de se virar no perímetro contra Chris Bosh. Luc Richard Mbah a Moute, caso estivesse bem fisicamente, poderia se meter no caminho de LeBron algumas vezes. Ersan Ilyasova se recuperou de um início de campanha calamitoso para justificar a bolada que recebeu na hora de renovar seu contratos, embora não cause tanto impacto assim no destino da equipe. Enfim, estamos procurando aqui mais e mais motivos que pudessem animar os anti-Heat, mas está complicado. Ao menos, Ellis e Jennings estrelaram o comercial mais legal da NBA em muito tempo, embora seja bizarro falar de união justamente sobre esses dois fominhas:

De dar nos nervos: Shane Battier é tão ingeligente, mas tão inteligente numa quadra de basquete, que pode dar raiva, sim. Estamos falando de um verdadeiro cdf. O ala conhecido como Sr. Presidente na China – isso vem dos tempos em que era companheiro de Yao no Rockets – ganhou ainda mais notoriedade no vestiário do Heat com seus discursos pré-jogo durante a sequência de vitórias histórica da equipe. Mas seus serviços mais importantes acontecem em quadra, cumprindo um posicionamento defensivo impecável, que compensa seu jogo, digamos, terreno. Battier é daqueles que sempre dá o passo à frente, para fora da área restrita ao redor da cesta. Daqueles que quase nunca salta diante da primeira tentativa de finta de seu adversário, mantendo os pés plantados, o braço erguido, forçando o oponente a tomar outra decisão. Forte, com estatura mediana, casou muito bem com LeBron na defesa, numa combinação vital para o aprofundamento do “basquete sem posição” planejado por Spoelstra. Não é à toa que, no ano em que se tornou agente livre, foi recrutado de imediato por LeBron e Dwyane Wade para juntar forças no Miami. Os astros sabiam o que era jogar contra ele.

Olho nele: depois do título, muitos davam a carreira de Mike Miller por encerrada. O ala mal conseguia celebrar direito na saída de quadra, totalmente travado nas costas. Os jogadores do Heat, mesmo, brincavam que ele estava precisando de uma cadeira de rodas ou, no mínimo, um andador para as férias. Aí que Pat Riley encontoru um meio de roubar Ray Allen de Boston, e o papel do ala parecida cada vez mais secundário. Em fevereiro, ele disputou apenas um jogo. Em março, só foi ganhar tempo de quadra significativo a partir do dia 24. Em abril, porém, quando Spo começou a descansar seus titulares, especialmente Wade e LeBron, Miller se apresentou surpreendentemente como um jogador que ainda pode ser relevante para o time: arremessando mais de seis bolas de três pontos em média durante nove partids, ele matou 51,8% delas. Suas médias foram de 12,1 pontos, 5,1 rebotes e, melhor, 3,7 assistências em apenas 27,2 minutos. Nos playoffs, com a tendência de jogos mais amarrados, apertados, ter um atirador de longa distância – e ótimo passador – disponível nunca é demais.

Palpite: Bucks 4-2.

(Brincadeira, é que por um minuto o Brandon Jennings hackeou minha máquina).

Miami 4-0, fora o baile.

 2-NEW YORK KNICKS x 7-BOSTON CELTICS

A história: Spike Lee espera muito mesmo por uma grande campanha dos Bockers nos playoffs. Mas muito mesmo. Dá para imaginar as capas dos tabloides nova-iorquinos todas pintadas de azul e laranja, e o Garden bombando. A expectativa é tanta que qualquer coisa abaixo de uma final de conferência seria considerada um fracasso. Agora, vá você tentar convencer os orgulhosos Paul Pierce, Kevin Garnett e Doc Rivers disso. Eu? Tou fora.

O jogo: resta saber apenas se KG terá condições de batalhar em quadra. O mesmo vale para Tyson Chandler do outro lado. Sem os pivôs, essa pode ser a primeira série na história pós-George Mikan a ter um jogador de 2,06 m de altura – Jeff Green, no caso, em registros oficiais… Vai saber se chega a isso – como o mais alto em quadra. O plano tático de Mike Woodson de small-ball ficou ainda mais aprofundado depois dos problemas físicos de Tyson Chandler (um baque) e Rasheed Wallace, Marcus Camby e Kurt Thomas (nenhuma novidade aqui). E toca tiro de três pontos: seu time foi o que mais arremessou de longa distância na temporada (2371, dois a mais que o Rockets, e 981 a mais que o Celtics!!!). A ideia é espaçar ao máximo a quadra para deixar Carmelo operar, o que quer dizer que Jeff Green terá um trabalhão danado. O ala enfim justificou a panca de superestrela, num grande campeonato. Por mais que Paul Pierce tenha os nova-iorquinos como suas vítimas preferidas, fica difícil de imaginar que ele possa, a essa altura, se equiparar ao potente cestinha do Knicks. Se JR Smith mantiver o ritmo das últimas semanas, o tempo fecha de vez.

De dar nos nervos: Raymond Felton, Pablo Prigioni, Jason Kidd… Respirem fundo, amigos, porque o Avery Bradley é uma peste que só na pressão quadra inteira, 3/4 ou meia quadra. Não importa onde e como o armador adversário drible a bola: contra Bradley, está correndo risco de ser desarmado. Sua movimentação lateral – ou “jogo de cintura” – é inigualável. Veja este clipe aqui:

Ou, se quiser, este:

 Como se diz mesmo? “Monstro”?

Olho nele: era para ser Leandrinho, mas a lesão no joelho tirou o brasileiro da temporada. Então vai de Jordan Crawford, glup. O ala ex-Wizards foi contratado de última hora para assumir as atribuições antes designadas ao brasileiro: carregar a bola vindo do banco e pontuar. Agora, nem sempre é bonito. Ou melhor, raramente é bonito de se ver. Porque Crawford realmente pode conduzir a bola, mas quem disse que ele é obrigado a passá-la? Um jogador muito talentoso, mas extremamente individualista. Observem e esqueçam, depois, por favor.

Palpite: Knicks em seis (4-2).

*PREVIA DO OESTE: Thunder x Rockets e Spurs x Lakers.
* PREVIA DO OESTE:
Nuggets x Warriors e Clippers x Grizzlies.


Prévia dos playoffs da Conferência Oeste da NBA: Parte 2
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Giancarlo Giampietro

3-DENVER NUGGETS X 6-GOLDEN STATE WARRIORS

A história: será que o Denver Nuggets consegue contrariar a tese de que um time não pode ir longe nos playoffs sem uma superestrela? Desde que trocou Carmelo Anthony por um pacote de ótimos jogadores para construir um dos elencos mais completos da NBA, George Karl e o gerente geral Masai Ujiri precisam responder essa questão, que é considerada um dogma na liga. Agora, pode ser apenas uma questão de tempo para que Ty Lawson ingresse nesse grupo especial. E quanto a Stephen Curry? Ele já foi promovido? Os dois vão ter um duelo espetacular nesta primeira fase, e, dependendo do desfecho da série, ambos têm a chance de resolver qualquer dúvida quanto a seu status. (Paralelamente, o embate entre os velhacos Andre Miller e Jarrett Jack também é bastante intrigante.)

O jogo: pisa fundo, acelera, sai da frente! Aqui a ordem é correr demais, sem freio. Esperem jogos decididos na casa de 11o pontos, muitos contra-ataques, cestas rápidas, alguns turnovers, seja na baía californiana ou na altitude de Denver. Vamos torcer apenas para que Stu Jackson não escale o velhinho Dick Bavetta para apitar – e, se o diretor estiver biruta e o fizer, ao menos ele terá o quebradiço Andrew Bogut como companhia. De um lado, o Nuggets procura as infiltrações de modo agressivo, com a velocidade de Lawson, Iguodala, Brewer, Wilson Chandler, Faried, McGee & cia., além dos movimentos matreiros de Miller. Do outro, o Warriors depende muito da avalanche de três pontos desencadeada por Curry e Klay Thompson.

De dar nos nervos: quando o apelido do cara é “Manimal”, você já sabe que vem chumbo grosso pela frente. Kenneth Faried precisa se recuperar de uma torção no tornozelo, sofrida no finzinho da temorada regular, mas, se estiver a 75% – ou, vá lá, a 60% –, David Lee e Carl Landry saberão que será necessária muita paciência durante a série. Porque Faried simplesmente não consegue parar: ele se movimenta de modo alucinado de ponta a ponta da quadra, de cima para baixo, atacando rebotes ofensivos e defensivos e perseguindo qualquer adversário que ouse pensar em concluir uma bandeja no contra-ataque.

Olho nele: são tantos os jogadores interessantes no elenco do Denver Nuggets, que fica difícil escolher um. Desde a lesão de Danilo Gallinari, fora da temporada, a importância de Wilson Chandler só cresceu para o time do Colorado. Um jogador muito versátil e atlético, cobre espaços na defesa com tempo de bola preciso na ajuda e, na ofensiva, sabe se esgueirar entre os marcadores com facilidade. Sua presença é fundamental para que o criativo ataque de Karl funcione.

Palpite: Nuggets em seis (4-2).

4-LOS ANGELES CLIPPERS x 5-MEMPHIS GRIZZLIES

A história: é guerra. Desde o confronto pelos playofs do ano passado, esses times adquiriram um sentimento bonito e enobrecedor: um odeia o outro. É o que dá quando você coloca em quadra por quatro, cinco, sete partidas seguidas gente com a intensidade de Chris Paul, Tony Allen, Blake Griffin, Zach Randolph, Caron Butler ou Marc Gasol. Sai faísca. Nesta conferência, este é o jogo com maior pegada de Leste, com pancada para tod0s os lados,e sem nenhum inocente. Quer dizer, tirando o Mike Conley Jr. Em tempo: em 2012, deu Clippers por 4-3.

O jogo: sempre que puder, o Clippers vai tentar sair no contra-ataque com a explosão física devastadora de Griffin ou mesmo de DeAndre Jordan. Isso, claro, se o pivô gigante do ex-primo pobre de LA conseguir ficar em quadra, sendo sacado constantemente por Vinny Del Negro devido a suas panes defensivas e ao péssimo aproveitamento nos lances livres. Em um jogo mais lento, de posses de bola trabalhadas, todas as fichas do treinador são depositadas em Chris Paul, que age quase como um técnico independente em quadra e vai ter de se desdobrar, mesmo, diante da segunda defesa mais forte do campeonato. Esse tipo de jogo mais arrastado favoreceria ao Grizzlies, com a inteligência e diversos recursos técnicos de Marc Gasol.

De dar nos nervos: Tony Allen, cedo ou tarde, vai tirar alguém do sério. Não tem jeito. Em forma – coisa que não aconteceu nos mata-matas de 2012 –, Allen é um dos melhores defensores de perímetro da liga, ou o melhor, mesmo, com pés e mãos extremamente ágeis. Sim, ele vai bater de frente com Chris Paul nos momentos críticos da série, e essa vai ser uma batalha imperdível.

Olho nele: no banco do Clippers, a dupla Eric Bledsoe e Jamal Crawford já tem um chamariz, e tanto. Impossível assistir a Bledsoe e não lembrar de Westbrook, quando ele explode rumo ao garrafão e deixa múltiplos defensores comendo poeira. Um, dois, ninguém viu, já colocou na redinha. E Crawford pode ser hoje o melhor jogador de playground na NBA, colocando a bola no chão, atacando no um-contra-um e matando bolas pela direita, pela esquerda, e o defensor nem viu por onde ele passou. Mas, se você conseguir desviar o olho dessas duas peças, poderá notar todo o trabalho de Matt Barnes fora da bola. O ala é um dos caras que mais joga duro na liga e para o qual pouca gente dá muita ou sequer uma bola. Cortando para a cesta de modo incessante, passando a bola confortavelmente, atacando a tábua ofensiva em busca de rebotes, peitando quem quer que seja do outro lado na defesa, é um operário perfeito para qualquer time que se pretneda vencedor.

Palpite: sinceramente, não dá para arriscar nada aqui. Depende muito de jogo para jogo.


Prévia dos playoffs da Conferência Oeste da NBA: Parte 1
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Giancarlo Giampietro

1-OKLAHOMA CITY THUNDER x 8-HOUSTON ROCKETS

A história: James Harden, James Harden, James Harden. Ah! E tem ele também: o James Harden. Do ponto de vista do torcedor do Oklahoma City Thunder, talvez o mais fanático da liga hoje, não podia haver um adversário mais dolorido. Mal deu tempo de se esquecerem da troca feita em outubro passado, e aqui está o Sr. Barba de volta, para visitar a cidade para os dois primeiros jogos da série. Sério mesmo que não dava para evitar?

O jogo: o Rockets é a equipe mais jovem dos playoffs na média de idade e pode se dar por satisfeito só por ter chegado aqui? Pode ser, mas… Não vai deixar de se lamentar a perda do sétimo lugar na úuuuultima rodada da temporada regular. Porque sobrou agora um time que, com Durant, Westbrook, Ibaka, Reggie Jackson, Kevin Martin, não vai se importar em nada de correr com os novos amiguinhos de Harden. O Rockets acelera mesmo e busca geralmente dois tipos de investida: a bandeja, enterrada direto ao aro e os tiros de três pontos gerados a partir de infiltrações. Não espere tiros de média distância. Na temporada regular, essa proposta rendeu uma vitória em três duelos. O problema? As duas derrotas foram por 22 e 30 pontos de diferença, dois massacres. Espere pontuações altas.

De dar nos nervos: Serge Ibaka. Como se fosse um jogador de vôlei deslocado, sai dando cortada para tudo que é lado e gosta de berrar no ouvido dos adversários. Muito ágil e atlético para o seu tamanho, está sempre se metendo onde não é chamado. 😉

Olho nele: para o Houston ter alguma chance, vão precisar encontrar algum meio de, pelo menos, incomodar Kevin Durant. Entra em cena Chandler Parsons, jogando leve, alto e atlético, que pode perseguir o cestinha. Na temporada regular, ele marcou 63 pontos nos primeiros dois jogos e apenas 16 no terceiro. Ainda que tenha somado também 12 rebotes e 11 assistências – um absurdo –, foi limitado a 4/13 nos arremessos e cometeu cinco turnovers. Quer dizer: dá para atrapalhar. Do outro lado, Parsons evoluiu bastante desde que saiu da universidade e, como Jeff Van Gundy citou na quarta passada, lembra um pouco Hedo Turkoglu. E, acreditem, a referência é um elogio, pensando na primeira metade da carreira do turco.

Palpite: Thunder em cinco (4-1).

2-SAN ANTONIO SPURS x 7-LOS ANGELES LAKERS

A história: desde que Tim Duncan foi selecionado pelo Spurs em 1998, os times se enfrentaram seis vezes nos mata-matas, com quatro vitórias para o Lakers. Estamos falando, então, de um clássico do Oeste, ao qual, supostamente o Spurs chega como grande favorito, com uma campanha muito superior na temporada regular. Acontece que, em abril, com Ginóbili afastado por lesão e Tony Parker com o tornozelo arrebentado, a coisa desandou um pouco, com seis derrotas nos últimos nove jogos. Não ficou muito claro se era apenas o que dava para se fazer, considerando os problemas físicos, ou se Gregg Popovich permitiu que seu time relaxasse um pouco, mesmo, abrindo mão da disputa por mando de quadra nas etapas decisivas. Do lado do Lakers, certeza que Mike D’Antoni não vai se sensibilizar com os eventuais dilemas de Pop, uma vez que ele não contará com Kobe Bryant e deve ter um Steve Nash jogando no sacrifício.

O jogo: com seu time ideal, o Spurs foi ainda melhor este ano do que na temporad apassada, tornando sua defesa a terceira melhor da liga, combinada com o sétimo melhor ataque, num resultado formidável. Eles vão retomar esse padrão? Se conseguirem se aproximar desse padrão, o Lakers não deve ter muita chance, mesmo que funcione a nova abordagem ofensiva do time, minando os adversários com  Pau Gasol e Dwight Howard no garrafão. Agora, se Parker não estiver bem e não conseguir colocar pressão para cima da retaguarda angelina, as coisas podem mudar um bocado. Tim Duncan se veria obrigado a jogar no mano a mano contra Howard. Danny Green, Gary Neal, Kawhi Leonard e McGrady não teriam tantos arremessos livres, e a dinâmica da partida pode ser outra. Quanto mais lento e físico o jogo, melhor para o Lakers.

De dar nos nervos: estamos diante aqui de um monte de escoteiros e Ron Artest. O #mettaworldpeace jura que não se mete mais em confusão, e faz bastante tempo que a polícia não toca seu interfone ou que os juízes apitem com medo em sua direção. Por outro lado, difícil esquecer que o sujeito é o responsável por isso…

E isso…

 Olho nele: Tiago Splitter vai ter de se virar para fazer uma boa defesa em um redivivo Pau Gasol. Sem Kobe, a bola passa pelas mãos do espanho praticamente em todo ataque do Lakers, e caberá ao catarinense sua cobertura, muitas vezes bastante afastado da cesta, na cabeça do garrafão, ainda mais agora que Boris Diaw está fora de ação. É um baita desafio para Splitter, a não ser que Popovich queira se aventurar com Matt Bonner em seu lugar.

Palpite: Qualquer um em sete jogos ou surra do Spurs em quaro (4-0).


Confiante, armador afirma que Milwaukee Bucks pode vencer o Miami Heat em seis jogos
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Giancarlo Giampietro

Jennings, nas alturas

Brandon Jennings, uma figura contra o Miami Heat

Você dá aquela espreguiçada, calça o chinelo e o arrasta até a cozinha. Prepara o chá, encharca a torrada de requeijão e abre o HoopsHype. A primeira nota discorre sobre a possível reunião entre Mike Brown e Cleveland Cavaliers, tem um pouco sobre Bynum, Dallas Mavericks e Carmelo… Até que, de repente, lá está o Brandon Jennings para fazer da sua manhã algo muito mais feliz.

“Estou realmente confiante. Estou certo de que todo mundo já está nos descartando, mas eu nos vejo vencenco a série em seis jogos”, disse o armador do Milwaukee Bucks, em uma premiação do mundo dos esportes no estado do Winsconsin, lá onde o Bon Iver montou sua cabana-estúdio e onde a adolescente Jennifer Lawrence se revelou ao mundo em “Inverno da Alma” (Winter’s Bone).

Acontece que, mesmo no Winsconsin, você não pode sair falando o que der na telha sem que as pessoas te julguem. Lembrem que o Bucks tem pela frente o grande favorito ao título, o Miami Heat. Então nem mesmo os nativos puderam receber a declaração de Jennings sem espanto. Percebendo a reação apavorada dos jornalistas, o armador, então, sorriu e ao menos escapou com essa: “Não tem pressão alguma sobre nós!”

Bem, isso é verdade. Não há expectativa alguma em torno dos rapazes de Milwaukee nessa. Afinal, eles mais perderam do que ganharam no campeonato, com 38 vitórias e 44 derrotas.

E, por mais que ele nunca tenha terminado uma temporada da NBA com mais de 42% de pontaria nos arremessos de quadra, Jennings não deixa de lado, mesmo, a empáfia. Badalado desde os tempos de High School, seguiu uma rota incomum ao ignorar o basquete universitário para ganhar como profissional em Roma, chegou com tudo à NBA, anotando 55 pontos já em sua sétima partida.

O problema é que, até hoje, quatro anos depois, este continua sendo o grande momento de sua carreira. O jogador não progrediu muito em Milwaukee, mas ainda acredita que vale o salário máximo da liga e que seu time pode despachar o Miami Heat por 4 a 2.

Bom dia, sexta-feira.


As melhores atuações, partida, contratações e mais no fechamento da temporada da NBA
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Giancarlo Giampietro

Curry foi o último a brilhar no Garden

Stephen Curry fez chover no Garden em uma atuação marcante nesta temporada

Escrevemos que foi realmente uma temporada excepcional da NBA, né? Pelo menos foi a sensação aqui no QG 21, embora a senhorita 21 não tenha achado muita graça de tudo isso, não, ainda mais quando o fuso horário fica bastante ingrato e o League Pass invade a madrugada. De qualquer jeito, vamos relembrar alguns momentos que possam sublinhar, justificar essa impressão de um belo campeonato fincado em uma era que tem tudo para ser reconhecida no futuro também como de ouro. Vamos neste post um pouco além das tradicionais premiações/palpites na conclusão da jornada da temporada regular. De sexta em diante, viramos a página para falar de playoffs.

As melhores atuações
Stephen Curry anota 54 pontos no Garden (27 de fevereiro)
São tantos os armadores talentosos na liga hoje que é muito fácil de alguém passar despercebido. Pois o filho de Dell Curry fez questão de deixar sua marca da melhor forma possível com uma partida incrível contra o Knicks. A naturalidade e confiança nos movimentos do jovem astro do Golden State Warriors. No vídeo abaixo, repare na marca de 2min20s sua cesta de três pontos em contra-ataque, na qual a bola mal toca na redinha. Embora sua equipe tenha perdido, ninguém pode dizer que Steph não tentou. Foi um bombardeio: 18 arremessos convertidos em 28 tentativas, com O-N-Z-E tiros de longa distância em 13, para chegar ao recorde da temporada. Sem contar os seis rebotes e as sete assistências. Para provar que não foi apenas uma noite acidental, agora há pouco, em Los Angeles, ele anotou 47 pontos, 9 assistências e 6 rebotes contra o Lakers

Kobe Bryant saiu aplaudido do Rosen Garden (10 de abril)
A cidade de Portland, com seu grupo de torcedores que estão entre os mais fiéis da liga, sempre recebeu o astro do Lakers, da forma mais abrasiva possível, em termos de hostilidade – afinal, o cara já aprontou muito em sua vida contra o Blazers, ainda mais em playoffs. Mas seu último desempenho em seu ginásio não abriu nenhuma outra alternativa que não a admiração. Com o Lakers contra a parede, Kobe justificou a frase que usou durante todo o ano – “Vencer a qualquer custo” – ao ficar em quadra por todos os 48 minutos em uma vitória crucial, somando 47 pontos, 8 rebotes, 5 assistências, 4 tocos e 3 roubos de bola, matando todos os seus 18 lances livres. Sim, uma atuação heroica:

Kevin Durant e Westbrook contra a rapa em Dallas (18 de janeiro).
Em um jogo de duas equipes que se detestam, devido ao histórico recente nos mata-matas, o Thunder feriu ainda mais o orgulho de Dirk Nowitzki com essa vitória por 117 a 104 na casa do Mavs, com direito a prorrogação. A duplinha dinâmica visitante arrebentou com o jogo: foram 52 pontos, 9 rebotes e 21/21 lances livres em 50 minutos para Kevin Durant e 31 pontos, 6 rebotes e 6 assistências em 45 minutos para Wess.

– Oi, eu sou o Jamers Harden. Lembram de mim? (20 de fevereiro)
Não foi o primeiro confronto entre o Capitão Barba e seus ex-companheiros de Thunder. Mas foi sua primeira vitória contra eles (122 a 119, em Houston), com a maior partida de sua ainda jovem e promissora carreira. O rapaz foi um assaassino em quadra: 46 pontos, 7 rebotes, 6 assistências e 14/19 nos arremessos e 11/12 nos lances livres, com uma eficiência incrível:

LeBron James, uma noite qualquer.
Escolha: a) 40 pontos, 16 assistências e 8 rebotes em vitória por 141 a 129 sobre o Sacramento Kings no dia 26 de fevereiro; b) 39 pontos, 8 assistências, 7 rebotes e 17/25 nos arremessos em vitória por 99 a 90 sobre o Lakers em Los Angeles; c) 39 pontos, 12 rebotes, 7 assistências em vitória por 110 a 100 sobre o Thunder em Oklahoma City; d) 32 pontos, 10 assistências, 8 rebotes, 11/14 nos arremessos e 10/11 nos lances livres em vitória por 109 a 77 sobre o Charlotte Bobcats… Dava para cumprir o abecário inteiro aqui, de modo que iríamos estourar nossa cota de clipes do YouTube.

O melhor jogo
Aqui não há dúvida alguma: a vitória do Chicago Bulls sobre o Miami Heat, encerrando a sequência histórica do time de LeBron James. Atmosfera de playoff, uma torcida completamente envolvida com o jogo, um time de operários se levantando para fazer frente aos astros visitantes, inesquecível:

A melhor cobertura
Zach Lowe, do site Grantland, foi a revelação da temporada, pelo menos para quem foi conhecer seu trabalho apenas agora. Assistindo sabe-se lá quantas horas de jogos nos últimos meses, fraturando cada posse de bola em busca de pequenos detalhes que ajudam a contar uma grande história, mas sem deixar de ir ao ginásio, conversando com dirigentes, ténicos e jornalistas, o jornalista/analista deu um banho na concorrência, misturando um pouco da velha e da nova cobertura da liga. Leitura obrigatória para os próximos anos, isso se o cara não seguir os passos de John Hollinger como cartola de alguma franquia.

As melhores trocas
Houston Rockets tira James Harden de Oklahoma City: já falamos aqui, mas não custa repetir que as novas regras da liga serviriam, supostamente, para complicar a vida das franquias mais ricas, como o Lakers, e isso até pode se mostrar verdadeiro nos próximos anos. A ironia é que, no meio do caminho, o reformulado acordo trabalhista primeiro abalou um dos clubes de pequeno porte mais competentes, o Thunder, que se sentiu obrigado a negociar Harden agora, antes de perdê-lo por nada no futuro, considerando que não poderiam arcar com as taxas que sua contratação renderia. E o Rockets ganhou essa ave de penugem rara, ou barba rara no caso: uma superestrela.

Orlando Magic de alguma forma se sai bem com a troca de Dwight Howard: quem? Mas quem mesmo poderia imaginar que Nikola Vucevic produziria tanto assim como pivô do Orlando Magic? Ora, a própria diretoria do clube da Flórida! Nem sempre as projeções se confirmam, mas sabe quando o jogador de origem suíça (!) tinha  na temporada passada por 36 minutos? Algo como 12,5 pontos, 10,9 rebotes e 1,5 toco. Este ano? Efetivado como titular, sem as restrições de Doug Collins, os números passaram para 14,2 pontos, 12,9 rebotes e 1,1 toco. Subiram em geral, mas não foi um salto de outro mundo. O cara só precisava de tempo de quadra. Além disso, o Magic conseguiu um diamante bruto em Maurice Harkless, que ganhou, neste ano, a companhia de outro jogador bastante promissor, Tobias Harris, envolvido em um pacote por JJ Redick. De repente, há um núcleo em que se apostar na Disneylandia.

As melhores contratações custo x benefício
– JR Smith pelo New York Knicks, US$ 2,8 milhões
Smith tinha certeza de que valia mais e justificou essa confiança toda em sua melhor temporada na NBA, como um dos melhores reservas da liga. Mais aplicado na defesa e nos rebotes, um pooouco mais consciente no ataque, supriu a ausência de Amar’e como escudeiro de Carmelo. Extremamente improvável que continue nessa faixa salarial, uma vez que pode excercer uma cláusula que o tornaria um agente livre ao final do campeonato.

– Carl Landry pelo Golden State Warriors, US$ 4 milhões
Houve um tempo em que Landry estaria hoje no meio de um contrato de US$ 32 milhões por quatro ou cinco anos, completamente tranquilo a respeito de seu futuro. Em uma NBA mais econômica, teve de se contentar com um contrato de apenas dois anos – sendo que a segunda temporada também depende de sua decisão. Um leão debaixo do aro, ótimo reboteador ofensivo, ótimo pontuador no garrafão e nos chutes de média distância, deu estabilidade a um time que conviveu o ano todo com as incertezas em torno de Andrew Bogut.

Por essa poucos esperavam
Chris Andersen (Miami Heat), Matt Barnes (Los Angeles Clippers), Nate Robinson (Chicago Bulls), Chris Copeland (New York Knicks), Andray Blatche (Brooklyn Nets), Patrick Beverley (Houston Rockets)… Todos eles assinaram pelo salário mínimo – que varia de acordo com a experiência de cada atleta na liga –, ou pouco mais, e se tornaram peças importantes  em equipes de playoffs.


Quais foram os destaques individuais de uma grande temporada da NBA?
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Giancarlo Giampietro

LeBron

Somos todos testemunhas, sim. O marketing acertou

Foi mais uma grande temporada, que pareceu ainda melhor sucecendo um campeonato sabotado pelo lo(u)caute de 2011. As 27 vitórias seguidas do Miami Heat de LeBron James. A evolução contínua e assustadora de Kevin Durant. Os heroísmos de um desesperado Kobe Bryant (em sua, glup, despedida!?). O ano em que Carmelo cumpriu sua promessa e, enfim, jogou sério do início ao fim. Indiana e Chicago resgatando os tempos das defesas ferozes de Knicks e Pistons. A renascença de Tim Duncan, com Splitter efetivado ao seu lado. A correria frenética do Nuggets e seu basquete “sem estrela”, mas com o maníaco Kenneth Faried. Stephen Curry. James Harden. Russell Westbrook. Damian Lillard e Anthony Davis, bem-vindos sejam. O Charlote Bobcats. Quer dizer, o Charlote Bobcats, não. Mas tudo bem. Teve bastante coisa para acompanhar de outubro para cá. Agora, então, a de passar a régua e fechar a conta, ou, pelo menos de pedir aquela parcial pro garçom, enquanto os playoffs. Sem mais delongas, a lista de prêmios do Vinte Um pela qual você mal podia esperar:

Melhor jogador
Kevin Durant manteve sua altíssima média de pontuação, chutando estonteantes 51% de quadra, 41,6% de três pontos e 90,5% de lances livres, sendo um terror em todos os cantos a partir da meia-quadra. Melhorou como um passador, criador de jogadas para os outros – suas posses de bola terminam em assistências em 21,7% das vezes, contra 15,2% da carreira. Melhorou como reboteador e como marcador. Seus índices de eficiência estão no topo. E, não, ele não foi o melhor jogador da liga. Para você ter uma ideia do quão estepacular foi o ano vivido por…
LEBRON JAMES, Miami Heat
(Durant é o segundo da lista, algo que também não se discute. Na sequência, qualquer trio dentro do grupo de Melo, Paul, Duncan, Parker, Kobe, Marc Gasol, Wade pode completar um top 5 de respeito.)

Melhor técnico
Essa é disparada a categoria mais difícil, com tantos ótimos trabalhos. Por mais que queiram diminuir o jogo praticado na liga americana, a carga tática lá praticada é riquíssima, cheio de pequenos detalhes que podem facilmente passar despercebidos quando se quer observar apenas ***as estrelas*** em ação. Há diversas formas também de se abordar essa escolha: quem fez mais com menos, o trabalho mais surpreendente, quem tem o time mais consistente, o time mais inventivo etc. Desses caminhos, certamente o Miami Heat não se enquadra na primeira: com LeBron, Wade, Bosh, Battier, Allen, Andersen, Chalmers, Miller, mão-de-obra não falta. Ainda assim, engatar uma sequência de 27 triunfos? Ter o melhor ataque e a sétima melhor defesa? Ousar e quebrar uma série de paradigmas e dogmas, explorando ao máximo as características particulares de seus atletas? Ele fez tudo isso, levando um timaço a outro patamar…
ERIK SPOELSTRA, Miami Heat
(George Karl com seu divertidíssimo e traiçoeiro Denver Nuggets, Mike Woodson controlando Melo e JR Smith em Manhattan e explorando os velhinhos Prigioni e Kidd, Kevin McHale levando aos playoffs a equipe mais jovem da liga, Lionel Hollins e sua maquininha de basquete no Grizzlies sem Rudy Gay, Frank Vogel com sua defesa sufocante, esmagadora, tendo DJ Augustin, Orlando Johnson, Sam Young, Tyler Hansbrough e Ian Mahinmi como seu quinteto reserva… Gregg Popovich, oras!, voltando ao top 3 defensivo, com o sétimo melhor ataque, a despeito das lesões de seus craques… Enfim, a categoria é REALMENTE difícil.)

Melhor sexto homem
JR Smith teve momentos espetaculares pelo New York Knicks, ainda mais em tórrido início e final de campanha. No meio do caminho, porém, Mike Woodson testemunhou uma ou outra loucura em quadra, para variar.  Um cara mais consistente durante toda a temporada, tão importante como para sua equipe, o único a ter médias superiores a 10 pontos (12,9) e 5 assistências (5,5) por jogo vindo do banco, acertando 40,4% de três, 45,2% de quadra (criando quase sempre a partir do drible, assim como JR), mas que, por não jogar na Big Apple e ter sempre operado em franquias periféricas, andou sempre escondido foi…
JARRET JACK, Golden State Warriors
(Mas, olha, JR Smith realmente jogou uma barbaridade pelo Knicks quando Amar’e Stoudemire não esteve em quadra. Em abril, suas médias foram de 22 pontos, 6,6 rebotes (!), 2,4 assistências com 48,3% de pontaria. Nate Robinson também incendiou muitos jogos em Chicago, para o bem e para o mal. Mais regular foi Kevin Martin, que se virou muito bem, conforme o esperado, com as sobras de Wess e Durant em Oklahoma. O combo Eric Bledsoe/Jamal Crawford  também merece menção, mas a presença de um atrapalha a do outro.)

Melhor defensor
Hoje há diversos índices estatísticos que mostrem a relevância de um defensor para sua equipe, mas vamos nos dar ao direito de nem conferi-los agora, se limitando apenas a um dado levantado por Tom Haberstoth, do ESPN.com: 4,4 km corridos é a média por jogo de…
JOAKIM NOAH, Chicago Bulls
(Sério, Noah é o atleta que mais acumulou milhagem na temporada, mesmo tendo perdido as últimas semanas devido a essa mardita fascite plantar. O sujeito se mata. Ele correu mais até que Luol Deng, que liderou a temporada em minutos por jogo, com 38,9. E sabemos bem que Noah corre de modo inteligente em quadra, cobrindo espaços com velocidade lateral e vertical impressionantes, tendo que se virar como a âncora defensiva de um time que perdeu Asik e teve Taj Gibson também jogando no sacrifício; em Nova York, Tyson Chandler é a defesa do Knicks; Marc Gasol oferece uma presença intimidadora para sustentar a segunda melhor retaguarda da liga; Larry Sanders cria o caos em quadra. LeBron James, quando necessário, é acionado por Spo para anular um oponente. Até isso ele faz.)

Jogador que mais evoluiu
Diversos astros fizeram as melhores temporadas de suas vidas, como LeBron, Durant e Melo. Deron Williams terminou o ano como o cara que mais evoluiu dentro da mesma campanha, lembrando muito mais aquele craque de Utah do que o do gordote desinteressado e desvairado de Nova Jersey – mas isso não vale nesta categoria. Ainda assim, prefiro sempre os jogadores mais subestimados que conseguem se inserir no mapa das figuras mais relevantes da liga, como o garoto que assumiu a liderança de sua equipe, aprendendo com os próprios erros, com uma capacidde atlética impressionante e um pacote técnico que ainda pede aprimoramento, mas já avançou significativamente…
PAUL GEORGE, Indiana Pacers
(Pelo Sixers, Jrue Holiday seguiu o mesmo script de George, assim como Brook Lopez em Brooklyn; Larry Sanders conseguiu segurar, na maior das vezes, seu ímpeto exagerado, maneirando nas faltas, podendo jogar por mais tempo e influenciar a defesa do Milwaukee Bucks de um modo como Andrew Bogut fazia antes de sua terrível lesão; Andray Blatche deixou de ser um vagal para contribuir para um time de playoff; Greivis Vasquez, por fim, terminou como o terceiro principal assistente da liga, atrás apenas de Rondo e Paul, e nem o chavista mais fanático poderia imaginar isso.)

Novato do ano
Um pouco por causa dos constantes problemas físicos do Monocelha, mas muito mais por suas habilidades e ousadia, quebrando recordes em Portland, surpreendendo a liga toda, esta categoria é tão barbada como a de MVP…
DAMIAN LILLARD, Portland Trail Blazers
(Anthony Davis não teve o impacto que muitos esperavam em Nova Orleans, até porque sua campanha foi sabotada por pequenas lesões, mas mostrou muito potencial, com 13,5 pontos, 8,2 rebotes, 1,8 bloqueio, 1,2 roubo de bola e 51,6% mesmo sem o físico ideal para aguentar um campeonato brutal; potencial absurdo também tem o gigante Andre Drummond, de Detroit; e muito mais refinado já está o jovem ala-armador Bradley Beal em Washington. Pablo Prigioni tecnicamente se enquadra como um novato, mas não vamos ter a desfaçatez de inseri-lo nesta lista, embora tenhamos acabado justamente de fazer isso.) 🙂


Lakers avança aos playoffs em sétimo; veja como ficaram todos os confrontos
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Giancarlo Giampietro

Foi um jogo em clima de playoffs. E, suando como o Los Angeles Lakers teve de suar nas últimas partidas, semanas, não havia nada de estranho nisso. É como se eles ja estivessem jogando numa condição de mata-mata há tempos. Nesta temporada inclassificável, eles conseguiram superar uma série de lesões e intrigas desnecessárias para, na última rodada, enfim, assegurar que seguiriam adiante na Conferência Oeste da NBA

Gasol, em grande fase novamente, aleluia

Gasol, mais um jogo brilhante de um astro que D’Antoni destratou no início da temporada

Com direito a prorrogação, depois de um chute de três pontos de Chandler Parsons, uma das revelações do campeonato, no último segundo, a equipe de Mike D’Antoni bateu o Houston Rockets por 99 a 95 em mais um jogo dramático – porque, francamente, esta campanha não poderia terminar de outra maneira.

O time californiano foi para quadra já classificado, devido ao revés do Utah Jazz contra o Memphis Grizzlies, mas ninguém entre os tropeiros de Lakers e Rockets queria aliviar em nada. Tudo pela sétima colocação nos playoffs e o sonho de eliminar o San Antonio Spurs.

E não é que é possível?

Resumidamente: o Spurs hoje parece vulnerável. Manu Ginóbili concluiu a temporada afastado das quadras, Tony Parker estava em frangalhos, e eles ainda perderam Boris Diaw e Stephen Jackson, dois veteranos talentosos, para deixar o banco de reservas ainda mais fraco. Ou Tracy McGrady ainda pode produzir algo em uma quadra de NBA?

Sério? O T-Mac?

Stephen Jackson deve estar se matando de rir, ou chorando de raiva a essa altura. Talvez em Porto Rico, vai saber.

Por outro lado, claaaaaaro que ninguém vai duvidar da capacidade de Gregg Popovich e claaaaro que só dá para se impressionar com o ano que Tim Duncan teve.

Mas…

Se Parker não estiver inteiro para acelerar um pouco o jogo e atacar de modo agressivo e efetivo no pick-and-roll, na meia-quadra, de uma hora para a outra, você tem um time texano mais vulnerável diante de Lakers que realmente poderia pensar em alguma coisa nesta série,  um clássico da liga, mesmo sem Kobe.

Ainda mais com a grande fase de um ressurrecto Pau Gasol – foram 17 pontos, 20 rebotes e 11 assistências contra o Rockets! Aleulua, D’Antoni, aleluia! – e a possibilidade de Steve Nash retornar nos playoffs. Ainda que Steve Blake, vivendos seus melhores dias como um Laker, possa dizer uma coisa ou outra a respeito sobre o desfalque de seu xará.

*  *  *

Por que o Spurs é melhor para o Lakers, fora as lesões de Parker e Ginóbili?

A dificuldade em geral da defesa angelina em parar Harden, Parsons, Beverley (aquele que roubou a vaga de Scott Machado) e qualquer Rocket que pudesse criar a partir do drible só serve para sublinhar todo o empenho do time em tentar subir para o sétimo lugar do Oeste nesta quarta. Contra Durant e Westbrook? Não teriam a menor chance.

*  *  *

Confira todos os playoffs da NBA 2012-2013 (voltaremos a eles até sábado):

OESTE

– 1-Oklahoma City Thunder x 8-Houston Rockets
Quis o destino que James Harden realmente tivesse de enfrentar os ex-companheiros

– 4-Los Angeles Clippers x 5-Memphis Grizzlies
Blake Griffin e Zach Randolph se odeiam; na verdade, praticamente tudo se odeia aqui

– 3-Denver Nuggets x 6-Golden State Warriors
Os times vão correr tanto que Bogut pode  ter um piripaque em quadra; Ty x Steph?? Uau.

– 2-San Antonio Spurs x 7-Los Angeles Lakers
Ok, Pop, taí o que você queria. Era o que você queria mesmo, né!?

LESTE

– 1-Miami Heat x 8-Milwaukee Bucks
Porque, com Jennings e Ellis no ataque e Sanders na cobertura, o Bucks pode com todo mundo. Claro.

– 4-Brooklyn Nets x 5-Chicago Bulls
Serve para algo o mando de quadra do Nets? Noah vai jogar? E rose? Vamos de Deron x Thibs no fim?

– 3-Indiana Pacers x 6-Atlanta Hawks
Para fugir do Heat, o Hawks fez de tudo. Não sei se, fisicamente, vão ficar tão satisfeitos. Podem vencer, mas com hematomas.

– 2-New York Knicks x 7-Boston Celtics
Clássico é clássico, e vice-versa, já ensinou Jardel. Mas o Knicks é o favorito, a não ser que os médicos tenham alguma surpresa.


Nenê diz ter contemplado aposentadoria e descarta jogar pela seleção na Copa América
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Giancarlo Giampietro

Nenê, na seleção

Bom, imagina-se que, durante sua visita recente a Washington, Rubén Magnano já tenha ouvido de antemão que não poderia contar com Nenê para a disputa da próxima Copa América, a partir de 30 de agosto, em Caracas. Na dúvida, republicamos aqui o que o brasileiro afirmou em entrevista ao Washington Post: “Foi uma honra representar meu pais nas Olimpíadas. Fiz o sacrifício, sabe. Foi minha decisão, mas agora vou ter o verão inteiro para me recuperar e ter meu corpo direito, com força”.

Sem parar durante as últimas ‘férias’, o pivô jogou a temporada toda de 2012-2013, sua 11ª na liga, com uma fascite plantar no pé  esquerdo que se recusou a ir embora, sem contar as dores no joelho direito que se agravaram com o acúmulo de jogos. A situação estava tão crítica, que ele revelou que chegou a contemplar a aposentadoria precoce das quadras.

“O quão duro foi? Duro o bastante para pensar a encerrar minha carreira? Sim, foi duro desse jeito. Foi tão difícil jogar deste jeito. Pensei em encerrar minha carreir porque é muito doloroso, meu corpo não consegue suportar. Estou feliz de ter finalizado a temporada, mas do modo como sofri, espero, nunca mais passar por isso”, disse.

Na hora em que li essa declaração, pensei automaticamente na raiva que Kobe Bryant sentiu ao ver seu campeonato encurtado devido a uma ruptura no tendão de Aquiles. Segundo a grande maioria dos especialistas, a lesão do ala do Lakers foi mero acidente, enquanto Nenê lidou com problemas crônicos durante meses e meses. Realmente não dá para imaginar que tenha sido o ano mais feliz da carreira do paulista de São Carlos, ter de jogar enfrentando uma dor daquelas.

O reflexo desse desgaste físico se viu claramente em seu rendimento: pela primeira vez ele chutou abaixo dos 50% de aproveitamento (sem contar 2007-2008, quando teve de superar o câncer). Para comparar, nas últimas três temporadas, ele teve mira de 53,7%, 50,9% e 60,7%. Suas médias em rebotes e bloqueios também sofreram, assim como na de pontos por partida – apenas 12, a menor desde 2006.

Esses números não serão alterados, já que Nenê decidiu que não vai participar das últimas duas partidas do Wizards, nesta semana. Chega. “Não me importo com o que as pessoas pensam, por que elas não estnao comigo todo os dias. Não sabem o quanto eu sofro, o quanto eu choro, o quanto eu fiz de fisioterapia para poder jogar. Não me importo. Sei pelo que passei. Vou voltar forte e eles vão ver.”

Só não será pela seleção, mesmo.

 *  *  *

Resta saber apenas se o pivô vai estar em forma para disputar o amistoso entre Wizards e Chicago Bulls, pela pré-temporada da NBA, pela primeira vez no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro.


Warriors assina com Scott Machado até o fim da temporada, diz site
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado, a luta continua

Scott Machado, do Santa Cruz (e Golden State) Warriors

Resta saber precisamente quais os detalhes do acordo, mas o Golden State Warriors estendeu seu contrato com o armador Scott Machado até o fim da temporada. A informação é do fura-bolo Adrian Wojnarowski, do Yahoo Sports americano. Muito provavelmente, o brasileiro de Nova York fechou um negócio semelhante ao que tinha com o Houston Rockets: a franquia tem o direito de mantê-lo em seu elenco para a próxima campanha, mas sem vínculo garantido. Isto é, podem dispensá-lo quando bem entenderem.

Então não quer dizer que a guerra do rapaz, para se dizer um jogador de NBA para valer, esteja vencida. De qualquer forma, é mais uma grande batalha definida a favor do jogador, que tem pouco tempo de filiação ao clube californiano, mas já causou boa impressão a ponto de ser “promovido” para o time de cima. Passou, assim, na frente de um monte de gente que estava lá desde o início da D-League – como o ala-armador Travis Leslie, e os alas Darington Hobson, ex-Bucks, e Taylor Griffin, irmão de Blae e ex-Suns.

O Golden State havia assinado com Scott um contrato de dez dias em 7 de abril. No dia 8, o devolveu para o Santa Cruz, e ninguém entendeu muito bem o que estava acontecendo. Agora está tudo mais claro: queriam apenas blindar o armador, impedindo que algum concorrente o tirasse de sua equipe de apoio.

Aliás, Scott deve continuar como jogador do Warriors “B” nas próximas semanas, uma vez que eles estão também nos mata-matas da liga de desenvolvimento, acabando de eliminar na primeira rodada o Fort Wayne Mad Ants – 🙂 – por 2 a 0 na série melhor-de-três.  Na segunda e decisiva partida, com vitória por 110 a 92, brasileiro jogou por 23 minutos e somou nove pontos, duas assistências e um rebote.


Time de Rafael Luz completa sequência especial como “mata-gigantes” na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Olho nele, Magnano: Rafael Luz

“Rafa Luz, ex-Freire” ataca o Real Madrid em mais uma sólida atuação na Espanha

Falamos há pouco sobre o crescimento do talentoso Rafael Luz na Espanha. Agora dá para destacar sua equipe numa abordagem mais abrangente, geral, depois de o Obradoiro vencer o Real Madrid por 64 a 61 e completou uma sequência especial na Liga ACB, o Campeonato Espanhol de basquete: venceu todos os quatro participantes do país na Euroliga fora de casa. Antes do triunfo em Madri, o Obradoiro havia vencido Barcelona, Caja Laboral e Unicaja Málaga como visitantes.

A abertura do relato do site oficial da liga espanhola para destacar essa “quadra” completa é demais: “Cuando la sorpresa se viste de rutina, deja de ser sorpresa, mas cuando la excelencia se convierte en frecuente, no deja de ser excelencia. Es el caso del Blusens Monbus. Etiqueta de revelación, de sensación, de matagigantes. Etiqueta ganada en pista, ganada con el juego, ganada con el tiempo”, escreveram.

A excelência, no caso, reside no sucesso longe de casa. O último clube que bateu Real, Barça e Baskonia (o atual Caja Laboral, ex-TAU Cerámica) em seus domínios acabou avançando até a final. Difícil imaginar que isso possa acontecer com o aguerrido, mas modesto time de Rafael. De todo modo, é uma façanha, e o brasileiro tem participação direta nisso.

Contra o Real, para celebração de seus 120 torcedores que visitaram a capital espanhola, ele jogou por pouco mais de 26 minutos, vindo do banco, e converteu apenas um arremesso em quatro tentativas. Porém, encontrou outras formas de contribuir, somando cinco pontos, seis assistências e três rebotes. Novamente, o Obradoiro rendeu muito mais com o mais novo representante da “Dinastia Luz”: enquanto ele esteve em quadra, a equipe teve um saldo de cestas de + 12, sua melhor marca no jogo. O quer dizer ainda que, com Rafael no banco, o time perdeu (ou “teria perdido”) por seis pontos de diferença.

*  *  *

Cabe ressaltar que o Real, que enfrenta o Maccabi Tel Aviv pelas quartas de final da Euroliga, maneirou em sua escalação, controlando os minutos dos dois Sergios armadors, Llull e Rodríquez, e de mais dois titulares regulares, o ala Carlos Suárez e o pivô Mirza Begic. O que não quer dizer, claro, que, diante de um elenco fortíssimo, seja fácil batê-los em Madri. Quem se beneficiou dessa opção do técnico Pablo Laso foi Rafael Hettsheimeir, xará de seu compatriota. Se muito tempo para mostrar serviço na Euroliga, ele pôde começar a partida como titular, terminando com seis pontos e cinco rebotes em 28min54s. Essa é uma situação que precisa ser monitorada, pensando em convocação: um dos heróis da classificação olímpica da seleção masculina, o pivô revelado em Ribeirão Preto está um pouco fora de ritmo de jogo. Sua presença seria inquestionável, mas Magnano teria de trabalhar bem com ele nos treinos para a Copa América.

*  *  *

Se Rafael Luz foi revelado pelo Málaga, Hettsheimeir jogou pelo Obradoiro de novembro de 2009 a fevereiro de 2010, numa breve, mas muito importante passagem de sua carreira. Foi no clube de Santiago de Compostela que ele conseguiu mostrar serviço, de verdade, na elite do basquete espanhol, até regressar ao Zaragoza e virar um pivô cobiçado em todo o mercado europeu – chamando a atenção da NBA, ao mesmo tempo.

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Com o triunfo, o Obradoiro (ou “Blusens Monbus”) se mantém na oitava colocação da temporada regular da Liga ACB, posto que vale a classificação para os playoffs. O clube tem uma vitória a mais que o Unicaja Málaga, justamente o responsável pela formação de Rafa Luz em seus últimos anos de juvenil na Espanha e que tem um orçamento muito maior e conta com o pivô Augusto Lima em seu elenco.