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Varejão está sem clube: ok, quais são os próximos passos?
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Giancarlo Giampietro

Varejão vai para o mercado de "buyouts". Seria Hibbert um concorrente?

Varejão vai para o mercado de “buyouts”. Seria Hibbert um concorrente?

São negócios. O mundo da NBA sabe. E, no mundo da liga americana, esses negócios são duros e bastante complicados também, cheios de pormenores, que os diretores são obrigados a dominar, para entender direitinho os passos a se seguir e, também, as brechas que eles podem aproveitar para lucrar em uma negociação, ganhar flexibilidade na gestão etc. A troca de Anderson Varejão é uma prova disso.  A partir do momento em que o Portland mal absorveu seu contrato e já o dispensou, é natural que muitas dúvidas surjam em relação ao futuro do brasileiro. Há particulares que precisam ser atendidas para que ele retorne à liga ainda nesta temporada. Pensando nisso, segue uma básica bateria de perguntas e respostas para tentar sacar deve ser sua próxima jogada. Se for para entender as motivações de Cavs e Blazers nesta negociação, as explicações estão no texto da véspera, mesmo.

1 – Varejão foi dispensado pelo Trail Blazers. Ainda pode jogar neste campeonato?
Sim, não há impedimento. Ele apenas fica sem contrato, com a franquia do Oregon sendo responsável por pagar o restante de seu salário: para constar, o bilionário Paul Allen, fundador da Microsoft, vai arcar com o restante do pagamento do brasileiro nesta temporada e ainda pagar mais US$ 9,3 milhões que estavam garantidos em seu vínculo com o Cavs referentes a 2016-17. Havia um quarto ano de contrato, valendo US$ 10 milhões, mas que não tinham garantia alguma. As informações são de Brian Windhorst, do ESPN.com, repórter que cobriu o Cavs durante praticamente toda a carreira de Anderson.

2 – O pivô já pode assinar com uma equipe nesta sexta?
Não. O que poderia acontecer era que um clube se candidatasse a receber seu contrato num intervalo de 48 horas desde o momento em que ele foi dispensado. Aproximadamente até umas 18h, 19h de sábado, no horário de Brasília), Varejão está sob moratória. (PS: E aqui corrijo uma informação que escrevi ontem: são 48 horas, mesmo, e em vez de 72 horas, que era o prazo do penúltimo acordo trabalhista da liga). Na terminologia da NBA, é o período de “waiver”. Nessas 48h, só podem se candidatar a seus serviços as equipes com espaço suficiente em suas folhas salariais para assumir o contrato de Varejão ou aquelas que tenham “exceções de trocas” acima deste valor. Mais detalhes no site do especialista Larry Coon, a bíblia em assuntos dos regulamentos de cap da liga. No momento – excluindo, por motivos óbvios, Portland, que ainda tem espaço em sua folha –, não há nenhum clube em condições de adquiri-lo desta forma. Aqui estão todas as “exceções de troca” disponíveis no início da temporada.

Chris Kaman ocupa a vaga de pivô veterano em Portland

Chris Kaman já ocupava a vaga de pivô veterano em Portland

3 – Tá, mas e depois de 48 horas? Como fica sua situação contratual?
Aí Anderson vai virar um agente livre novamente. O Portland seguirá pagando seu salário pelo vínculo anterior, mas ele está liberado para fazer um novo contrato com uma nova franquia.

4 – E Varejão pode assinar com qualquer clube?
Não, há uma restrição aqui. A primeira de todas diz respeito ao Cavs. Depois de um jogador ser trocado e dispensado, ele não pode voltar ao clube de origem tão cedo. Há restrições. No caso de Cleveland, se LeBron desejar um retorno do velho companheiro, vai ter de esperar por um ano até que ele seja liberado. Até fevereiro de 2017, em vez dos seis meses que escrevi ontem. Há uma certa confusão aqui pelo fato de a regra ser um pouco flexível. Se o contrato original do capixaba estivesse em sua última temporada, aí ele poderia retornar ao Cavs já em julho, quando a janela se reabre. Mas o vínculo se estendia até junho de 2018. Então, o que vale é um ano de calendário cheio para que as partes possam negociar algo. Larry Coon explica novamente.

De resto, o pivô só pode fechar com algum clube que tenha uma vaga em seu elenco. Durante a temporada regular, cada time só pode ter 15 jogadores sob contrato. Hoje, diversos times interessantes para o brasileiro estão abaixo do limite: Atlanta Hawks, Charlotte Hornets, Houston Rockets, Miami Heat, Oklahoma City Thunder, New York Knicks e Washington Wizards. O Clippers também pode ser adicionado a esta lista pelo fato de ter 14 contratos garantidos no elenco, com a 15ª sendo preenchida pelo contrato temporário de Jeff Ayres, ex-Pacers e Spurs. Todos os clubes aqui citados têm aspiração de jogar os playoffs. Resta saber se algum deles teria o interesse de fechar com o brasileiro. Ele seria contratado ou pelo salário mínimo da liga (recebendo o proporcional pelos dias de vínculo), ou por alguma “exceção contratual” (as exceções “mid level” ou “mini mid level”).

5 – Então ele pode jogar os playoffs?
Pode, totalmente liberado, por ter sido dispensado antes de março. Qualquer jogador que rescinda seu contrato até o fim de fevereiro fica elegível para jogar os mata-matas.

*    *    *

Estas são as perguntas de respostas factuais. Agora vem a parte subjetiva do negócio, sobre a qual já expus algumas coisas no texto de quinta (segue o link novamente). A decisão que Anderson será extremamente relevante para os planos de Rubén Magnano.

Qual seria o melhor clube para Varejão? Se for para pensar em tempo de quadra, espiando a lista acima, talvez as melhores opções sejam Atlanta, Houston e Miami.

O Hawks perdeu seu pivô reserva. Ironicamente, Tiago Splitter. Por mais intimidador e longilíneo que seja nosso primo cabo-verdiano Walter Tavares, não acredito que Mike Bundeholzer esteja preparado para lhe dar mais minutos. Ainda mais na reta final da temporada. Mike Muscala terá suas chances, arremessa bem de média distância, é um pouco mais rodado, mas não serve como solução se o assunto for defesa. Varejão sabe passar a bola como poucos entre os pivôs e não seria um entrave no sistema de Bud. Que tal?

Poderia o Hawks tentar contratar um segundo pivô brasileiro?

Poderia o Hawks tentar contratar um segundo pivô brasileiro?

Os outros dois times ainda estão na briga por vaga nos mata-matas e precisam de ajuda no garrafão. O Rockets conta com um quebradiço (e descontente) Dwight Howard, o jovem extremamente promissor Clint Capela e os versáteis e inconstantes Terrence Jones e Josh Smith. Em tese, os quatro comporiam a rotação. Se Howard mantiver a concentração e a forma, fica mais difícil de jogar. Mas, se as lesões permitirem e se Varejão estiver confiante em sua capacidade física e atlética, há uma clara necessidade no elenco de mais um pivô que cuide da defesa, até para dar descanso ao antigo All-Star.

Já o Heat vive um novo drama com Chris Bosh. O ala-pivô está afastado por tempo indeterminado das quadras, depois de médicos detectarem novos coágulos sanguíneos, agora em sua panturrilha. Há o temor de que ele não possa mais jogar nesta temporada ou – toc, toc, toc – que tenha de se aposentar das quadras. Isso deixaria Erik Spoelstra com Hassan Whiteside, Amar’e Stoudemire, Josh McRoberts e Udois Haslem. Os três últimos são rodados e não são conhecidos pela durabilidade.

Do restante, o Clippers, a princípio, pareceria interessante. Mas Doc Rivers prioriza as formações mais baixas quando DeAndre Jordan vai para o banco, tendo Blake Griffin disponível, ou não. Com a chegada de Jeff Green, essa tendência só é reforçada. Varejão teria disputar, então, minutos com Cole Aldrich. Imagino que muita gente vá engasgar ao ler esta frase. Mas, a despeito do jeitão molenga do cara, de ser um refugo de OKC, a verdade é que ele tem sido superprodutivo na reserva de Jordan e vem sendo constantemente elogiado por um enamorado técnico e chefão.  O mesmo raciocínio tático vale para o Wizards, de Gortat e Nenê. Já o Thunder tem pivôs para dar e vender, assim como Hornets e Knicks.

Peja foi dispensado pelo Raptors em 20 de janeiro 2011. Quatro dias depois, assinou com o Mavs. Ao lado de Nowitzki, conquistou naquele mesmo ano um tão aguardado título, depois de tantas decepções pelo Sacramento Kings

Peja foi dispensado pelo Raptors em 20 de janeiro 2011. Quatro dias depois, assinou com o Mavs. Ao lado de Nowitzki, conquistou naquele mesmo ano um tão aguardado título, depois de tantas decepções pelo Sacramento Kings

Mas, a despeito de tanta matutação, primeiro, vai depender de quem vá mostrar interesse, né? Conforme dito acima, os clubes mais precavidos vão aguardar a chegada de março para saber qual exatamente é o menu de jogadores que ficarão disponíveis para contratação. Lembro de dois casos bem-sucedidos de parcerias improvisadas, de última hora, que deram muito certo: Peja Stojakovic deu uma boa mão ao Dallas na campanha do título em 2011, enquanto Boris Diaw se encaixou como uma luva no sistema do Spurs no momento em que Michael Jordan se cansou de seus caprichos.

Há muitos nomes especulados neste ano para este mercado paralelo. São atletas esperam mostrar serviço para conseguir um novo contrato vantajoso em julho. Os mais cogitados são:

David Lee:  É provável que ele rescinda com Boston ainda nesta sexta. Aí temos um concorrente direto em termos de posição. No pacote técnico, porém, são beeeem diferentes. Qualquer equipe que pense em contratar Lee vai precisar de um sistema defensivo forte para assimilar um jogador desatento e de pouca mobilidade, esperando que, eventualmente, seu repertório ofensivo compense. , que Consistente tiro de média distância, ótima visão de quadra e boa munheca perto da cesta são seus principais atributos. Pouco utilizado na campanha do título do Warriors (mas com um papel importante na hora da virada sobre o Cavs, diga-se), o pivô sucumbiu na sangrenta batalha por minutos no Celtics de Brad Stevens. Todavia, ainda acredita que pode contribuir para um time de ponta.

JJ Hickson: outro concorrente, e ex-companheiro de Cleveland. Tudo leva a crer que o Denver vai abrir mão desse cavalo, contente que está com seus jovens pivôs europeus. Hickson oferece vigor físico, capacidade atlética e muita briga pelos rebotes em abas as tábuas. Um trombador. Boa arma no pick-and-roll. Só não esperem dele criatividade com a bola. Precisa ser acionado em situações de tomada fácil de decisão. Também costuma tirar o sono dos treinadores pelo entendimento limitado de rotações e coberturas defensivas.

Roy Hibbert/Brandon Bass: a única missão dessa dupla até o final da temporada seria cuidar da garotada. Nesse caso, Bass parece ser um cara mais influente no dia a dia de um time, devido ao profissionalismo exemplar. Creio que ele seria o agente livre mais cobiçado entre os pivôs aqui citados, por estar evidentemente em forma e por ter um estilo de jogo fácil de se encaixar em qualquer rotação: não compromete na defesa, já que é um veterano que entende suas limitações e está habituado a ser um operário. Em suma: ele vai bem sem querer aparecer. É bastante eficiente no ataque com seus tiros de média distância e presença perto da tabela. Perdido em meio ao caos angelino, faz uma das melhores temporadas de sua carreira.

Hibbert, por sua vez, é um enigma: um sujeito difícil de se motivar, ainda que esse contexto caótico do Lakers não seja favorável a ninguém. A dúvida é saber se, na NBA de hoje, ainda há espaço para alguém que se movimenta tão devagar. Em minutos limitados, como pivô reserva, imagino que dê para encaixá-lo, como um protetor de aro respeitável.

Martin tem opção de mais um ano de contrato em Minnesota. Vai topar sair?

Martin tem opção de mais um ano de contrato em Minnesota. Vai topar sair?

– Kevin Martin: o ala já foi uma máquina de fazer cestas. Mas as diversas lesões que sofreu durante sua carreira parecem, enfim, estar cobrando um preço caro, lhe roubando muito de sua legendária eficiência como cestinha. Martin lida com dores crônicas no pulso direito. Para piorar, sofreu uma torção na região, que o tirou de quadra nas partidas que antecederam ao All-Star. De qualquer forma, ainda tem acertado 36,4% de seus arremessos de três pontos num time que não tem quase nenhum chutador ao seu lado e cava faltas com boa frequência, iludindo os defensores. Seu papel também seria claro: reforçar o ataque de uma segunda unidade. O que pega é que ele tem mais uma temporada em seu contrato com Minnesota. Será que daria um desconto ao clube em seu salário de US$ 7 milhões para sair?

Ty Lawson: sua contratação pelo Rockets acabou se mostrando um desastre. Lawson passou por sérios problemas fora de quadra nos últimos meses em Denver e saiu dos trilhos. Se a expectativa era viver um recomeço em Houston, se vê constantemente frustrado em quadra, já que sobram poucos minutos para jogar sem a companhia de James Harden. Pois, quando o barbudo está em quadra, a bola não sai das mãos dele, fazendo do tampinha um mero chutador na zona morta (um desperdício para alguém tão veloz e explosivo no drible). Dispensar o armador poderia ser um tiro pela culatra? O outro lado da questão é que, se Lawson estiver descontente, reclamando de tudo no vestiário, só vai deixar o problemático vestiário do time ainda mais conturbado.

Joe Johnson: por fim… o nome mais badalado. JJ pode ter envelhecido e se deprimido em Brooklyn, mas, sem a responsabilidade de carregar um ataque, muito provavelmente ainda pode ser bastante efetivo. Ele ainda pode matar os chutes de fora e fazer a bola girar. O problema é a defesa, deixando todo mundo passar. Se revigorado, talvez possa ao menos tentar brigar por posição. Se ele vai para o mercado, ou não, é que ninguém sabe. As notícias em torno do tema são muito conflitantes até o momento.

Em relação a Varejão, a questão é se ele ainda pode ser efetivo como defensor e reboteiro, depois de tantas lesões, em especial a ruptura no tendão de Aquiles. O brasileiro sempre foi um jogador especial na execução defensiva, com empenho, agilidade e inteligência acima da média. Disso ninguém duvida. A questão sincera e justa se volta apenas ao aspecto físico.

Por outro lado, joga a seu favor o fato de ser uma figura carismática, com excelente reputação no vestiário e muita experiência em jogos decisivos. Também não é dos caras que vai exigir atenção em quadra e é uma figura amada por seus técnicos. Além disso, não seria uma contratação de risco. Não estaria chegando para salvar a temporada de ninguém, mas, sim, para ser uma peça complementar que possa ajudar a elevar o nível de qualquer clube interessado.


Quais perguntas podem separar os clubes da NBA de suas metas? Parte I
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Giancarlo Giampietro

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É regra geral: todo gerente geral de um clube da NBA entra em uma nova temporada cheio de otimismo, com a expectativa de ver os planos das férias colocados em prática, se transformando em vitórias, ginásio cheio, vendas lá no alto e o tapinha nas costas do chefão. Quer dizer: todos, menos Sam Hinkie e o Philadelphia 76ers.

Acontece que não há trabalhos perfeitos, não existe ciência exata na hora de compor os elencos, de imaginar e sugerir uma tática e executá-la. Há casos de jogadores que não vão se entender como se imaginava. Lesões podem atrapalhar tudo logo no primeiro mês de campanha. Um técnico pode ter perdido o controle do vestiário. A concorrência talvez esteja mais forte. Sorte e azar estão sempre rondando por aí. Os dirigentes sabem disso – até a hora de confrontar os problemas mais graves, porém, não custa sonhar que tudo esteja bem encaminhado.

Entre o sucesso e o fracasso numa temporada, muitas questões precisam ser respondidas, como numa lista de afazeres. Não dá para colocar todas elas aqui, até porque há tópicos que vão aparecer no meio do caminho e que não estavam previstas, interna ou externamente. Com um belo atraso, o blog vai retomar sua série de, hã, ‘prévias’ (na falta de um termo mais atualizado) sobre cada franquia e tentar se aprofundar nessa lista. Para compensar o tempo perdido, porém, seguem as indagações que julgo mais importantes para cada time, ponderando quais suas ambições mais realistas e o que pode separá-los de suas metas.

Coferência Oeste, lá vamos nós:

PACIFICO

Lance Stephenson é um dos talentos cheios de personalidade que Doc vai monitorar

Lance Stephenson é um dos talentos cheios de personalidade que Doc terá de monitorar

Clippers: no papel, o banco melhorou consideravelmente, e foi algo que faltou no ano passado. Do ponto de vista técnico, não se discute. O que pega é saber se eles poderão se transformar num conjunto que possa dar minutos significativos de descanso aos principais caras do time. Nesse sentido, a balança aqui se inverte: caberá ao técnico Doc honrar as contratações do executivo  Rivers e comprovar que a segunda unidade melhorou, sim, o suficiente para enfim ajudar a dupla CP3-Griffin a conseguir os resultados que ainda não chegaram (leia-se: vencer mais que duas rodadas de playoff). Doc Rivers é reconhecido como um mago de vestiário, e suas habilidades devem ser testadas diante de tantas *personalidades* reunidas.

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Kings: em meio ao caos geral da franquia, a cordialidade e malandragem de Vlade Divac ou o estilo oposto e confrontativo de George Karl pode amainar e dar um jeito nas coisas? Talento aqui não se discute, e há espaço para crescer no Oeste, independentemente de o Rajon Rondo de hoje ser a figura deprimente de Dallas ou a maravilha de Boston.

O que importa, mesmo, para o Lakers, a partir de agora, é o desenvolvimento de D'Angelo Russell e não os números de Kobe

O que importa para o Lakers, a partir de agora, é o desenvolvimento de D’Angelo Russell e não os números de Kobe

Lakers: pode Kobe ser uma figura grandiosa, quando não são suas glórias, números e façanhas o que mais importa? Isto é, pode o Laker mais adorado de todos os tempos, aos 37 anos, 20 de NBA, e após uma série de graves lesões, entender suas limitações, ser paciente e dar suporte no desenvolvimento das jovens apostas do elenco? Para o clube, pensando em resultados, a era Bryant já é passado. Se o astro, porém, relutar, já está comprovado que Byron Scott não vai comprar briga e fazer o que precisa ser feito para frear uma poderosa locomotiva que avança rapidamente em direção o precipício. (Há quem diga, na verdade, que ela já saltou sobre o trilho rompido e, neste exato momento, está  poucos segundos de se espatifar de vez lá em baixo. Favor imaginar aqui aquela cena de blockbuster hollywoodiano, com a câmera em slow, e o trem em chamas sendo engolido pelo breu de um penhasco.)

Markieff Morris ainda não sabe o que é jogar um playoff

Markieff Morris ainda não sabe o que é jogar um playoff em meio ao hiato do Suns

Suns: dois times dos playoffs do ano passado estão estão bem mais fracos e, dependendo da enfermaria de New Orleans, a lista sobe para três. Se não for este o momento para Jeff Hornacek enfim chegar com sua equipe aos mata-matas, quando vai ser? Especialmente com Tyson Chandler ainda em forma para tentar fortalecer a defesa. É um ano de presão para o técnico e o gerente geral Ryan McDonough.

– Warriors: são o alvo, não mais a novidade. Internamente, não há dúvidas sobre a motivação em busca do bi. Mas em que ponto o time ainda pode ainda crescer para o momento em que, supostamente, terão de enfrentar um concorrente de peso e 100% saudável (em tese, Clippers e Spurs chegam fortalecidos para um eventual embate)? Com Kerr afastado, esse crescimento pode ser simplesmente natural, orgânico, fruto de uma estrutura e cultura plenamente estabelecidas? Ou eles nem precisam crescer? (Olha, na real, é difícil encontrar qualquer preocupação para além da saúde de seu adorado e aclamado técnico. Esses caras são demais, e o início de campanha de Steph Curry provoca uma comoção geral na liga. No mata-mata passado, eles já enfrentaram algumas situações críticas e souberam contorná-las. Não parece haver qualquer tipo de crise numa temporada regular que possa desestabilizá-los.)

NOROESTE

Blazers: há um núcleo jovem aqui para se trabalhar em cima, mas vai levar quanto tempo, num Oeste duríssimo, para o Portland voltar para a briga? O caso do Phoenix Suns serve como exemplo de como pode ser difícil reconstruir o clube nesta conferência, sem que se apele a extremos. Tal como no Arizona há dois anos, o Blazers tem dois jovens armadores fogosos para conduzir a reformulação e uma série de atletas promissores, mas do mesmo nível técnico em seu elenco. Escolhas terão de ser feitas e precisarão ser certeiras, caso Paul Allen não queira assistir aos playoffs de seu luxuosíssimo iate, longe do eterno Rose Garden. (Moda Center? Não.)

Raulzinho mal chegou e já está cheio de responsabilidades em Salt Lake City

Raulzinho mal chegou e já está cheio de responsabilidades em Salt Lake City

– Jazz: Quinn Snyder tem formações flexíveis para empregar, mas é o quinteto mais alto, com Favors e Gobert ao centro, que faz estragos, que é o diferencial da equipe. Mas podem Raulzinho, Burke e Burks jogar consistentemente bem para dar suporte a Hayward e municiar esses pivôs para que ataque não zere tamanho potencial defensivo?

Nuggets: Mike Malone vai colocá-los para jogar preparados e bem mais combativos do que nos anos de Brian Shaw. Mas, por mais que seus pirulões europeus sejam bastante instigantes, que Mudiay tenha seus flashes e que Gallo esteja em forma, a sensação é de que eles ainda estão num estágio abaixo de Portland no que se refere a jovem coleção de talentos e na curva de retomada. Então fica a dúvida: como lidar com essa situação incômoda de que talvez estejam no limbo sem perspectivas reais para ascensão num futuro breve? Vão precisar ser ainda mais pacientes e eficientes no Draft, ou agressivos em busca de uma troca redentora.

Pontos e rebotes não são problema para Kanter. E o resto?

Pontos e rebotes não são problema para Kanter. E o resto?

– Thunder: aqui são duas perguntas em uma, pois não tem jeito de evitá-las: a tempestade de lesões, enfim, acabou? Se a resposta for positiva, podem Kanter e Waiters se endireitar e fortalecer as pretensões de título de uma franquia que bate na trave há tempos, na hora mais providencial, antes que Durant vire efetivamente um agente livre?

Timberwolves: depois da lamentável notícia que comoveu toda a liga (R.I.P. Flip), quem vai assumir o controle do departamento de basquete? Que direção tomar com um elenco abarrotado de peças extremamente atraentes – seguir com a reconstrução passo a passo ou, dependendo do ritmo de Towns, já acelerar o processo?

SUDOESTE (A CARNIFICINA)

Matt Barnes muito provavelmente não é a solução para os problemas de ataque do Grizzlies

Matt Barnes muito provavelmente não é a solução para os problemas de ataque do Grizzlies

Grizzlies: remando contra a maré até quando com os dois pivôs batedores de bife? Ou: o quão difícil é, de verdade, encontrar na NBA de hoje um ala que possa jogar bem dos dois lados da quadra, ou que, no ataque, pelo menos saiba arremessar? A julgar pelo investimento feito em Jeff Green, parece que é complicado, mesmo. E o viajado, mas sempre útil Matt Barnes já não foi esse cara em Los Angeles…

Mavericks: quantos truques a mais poderia ter a mente brilhante de Rick Carlisle? Cabe ao técnico, ano após ano depois de 2011, dar um jeito e tirar de seu elenco um rendimento acima do previsto, relevando as seguidas tentativas frustradas de mercado de Mark Cuban.

– Pelicans: pode um só Monocelha compensar tantas lesões já de cara? Isso, claro, se ele, mesmo, ficar intacto na temporada, coisa que ainda não rolou em sua breve carreira.

– Rockets: Daryl Morey conseguiu formar um elenco com duas grandes estrelas (uma produtiva de verdade, a outra já com alguns asteriscos) e, ao redor deles, reuniu um bando de atletas um tanto subestimados, mas cuidadosamente garimpados para turbinar o sistema idealizado pelas mais complexas planilhas estatísticas. Até que chega, quase de graça, um Ty Lawson. Posto isso, supondo que uma hora as lesões vão acalmar, fica para o tampinha e o Sr. Barba um questionamento simples: e aí? Eles vão conseguir conviver, cada um fazendo sacrifício em termos de números com um único objetivo em comum?

Ty Lawson está de volta a um time de ponta, com um contrato de risco

Ty Lawson está de volta a um time de ponta, com um contrato de risco (para ele). Precisa dar certo

– Spurs: numa liga que abraçou de vez a velocidade e o espaçamento, pensando no curto prazo, vai adiantar ter tantos pivôs excelentes se a bola não chegar redonda para eles? LaMarcus é um bastião para o futuro pós-Duncan, mas, para o presente, o que vai contar, mesmo, é o estado físico e atlético de Tony Parker (e Manu Ginóbili).


Draft já balançou a NBA antes do mercado de agentes livres
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Giancarlo Giampietro

Pat Riley, Miami, Winslow

Vejam o sorriso plácido de Pat Riley. Ele venceu de novo

No final das contas, foi mais ou menos como Danny Ainge temia. Muita, muita conversa e especulação, mas sem a movimentação que ele esperava. O que não quer dizer que a NBA tenha passado pelo Draft sem se mexer.

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Basta perguntar ao Luke Ridnour que, em 24 horas, foi jogador de quatro times diferentes. Seguir a trajetória do experiente armador nos ajuda a entender as negociações que foram concretizadas durante a semana. Vamos lá, no passo a passo para descobrir Aonde Está o Luke:

– Ridnour acordou na quarta-feira, 24 de junho, como jogador do Orlando Magic. Até ser informado pelo clube, ou por seus agentes, de que estava sendo enviado para o Memphis Grizzlies.  Em troca, o clube da Flórida recebeu os direitos sobre o ala letão Janis Timma.

– Na quinta, pela manhã, ele foi repassado pelo Grizzlies para o Charlotte Hornets, em troca por Matt Barnes.

– Na sequência, o Hornets fechou, então, um acordo com o Oklahoma City Thunder, que despachou ao ala Jeremy “Soneca” Lamb e ainda recebeu uma uma escolha de segunda rodada de Draft.

– Ridnour sabe que não vai ficar em OKC – a franquia que herdou a estrutura do Seattle SuperSonics, sua primeira equipe na liga. Seu contrato para a próxima temporada não tem garantia e será dispensado (ou, quiçá, trocado mais uma vez!), para que o Thunder abra uma vaga em seu elenco para o armador Cameron Payne e poupe alguns caraminguás na tentativa de renovar com Enes Kanter e Kyle Singler.

Atualizado às 23h20: – meia hora depois de sair de casa e entrar no metrô paulistano, o que acontece? O armador foi trocado mais uma vez! Agora, seu ‘passe’ pertence ao Toronto Raptors, que o adquiriu, dando em contrapartida os direitos do ala-pivô croata Tomislav Zubicic. O que o Raptors quer? Tentar aproveitar o contrato de US$ 2,7 milhões em nova negociação – mais uma! Se não conseguir até 11 de julho, vai dispensá-lo, antes que seu salário fique garantido.

Fazendo as contas, temos três negociações distintas já listadas. O Charlotte, como se percebe, é o time mais inquieto do momento, tendo acertado com Nicolas Batum e se livrado de Lance Stephenson, antes. O Milwaukee Bucks e o Portland Trail Blazers aparecem logo atrás na lista de transações, reponsáveis pelos agitos na noite de Draft.

O Bucks, que já havia mandado Ersan Ilyasova para Detroit, pelos dispensáveis contratos de Caron Butler e Shawne Williams, foi atrás de mais um armador de estatura elevada para fazer companhia a Michael Carter-Williams: Greivis Vasquez, intensificando os esforços de Jason Kidd por um time de troca total na defesa. Para tirar o venezuelano do Toronto Raptors, o gerente geral John Hammond concordou em pagar uma escolha de primeira rodada em 2017  e outra de segunda rodada no recrutamento passado (o ala-armador Norman Powell, de UCLA). Um preço salgado para um atleta que vai virar agente livre. Vasquez, que nunca joga mal em lugar nenhum, agora parte para seu quinto time na liga americana. Vai entender. De todo modo, Masai Ujiri se deu bem nessa, ganhando uma moeda de troca valiosa para tentar reformular o plantel canadense.

Acompanhe a cobertura do 21 para o NBA Draft:
>> 4 brasileiros retiram candidatura. O que houve?
>> Qual o cenário para os quatro brasileiros inscritos?
>> Promessa argentina pode repetir Caboclo neste ano
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Já o Blazers segue numa linha um tanto confusa. Para um clube que havia acabado de abrir mão de um jogador como Batum, é difícil de entender a razão para se escolher um substituto como Rondae Hollis-Jefferson na 22ª posição e, minutos depois, cedê-lo ao Brooklyn Nets. Neste caso, não foi uma seleção pré-combinada. O Nets queria o ala de Arizona de qualquer jeito e insistiu até levá-lo. Está certo que conseguiu um pivô competente, atlético e ágil como Mason Plumlee. Mas o jogador de Duke está prestes a entrar em seu segundo ano de contrato – e vai querer uma boa grana por isso –, enquanto Jefferson teria um salário bem mais baixo e estaria seguro por mais temporadas. Guardar dólares e preservar teto salarial seria o melhor para se fazer num momento em que LaMarcus Aldridge vai se tornar agente livre. Para deixar claro: Plumlee, hoje, ainda é um jogador barato. Sua contratação significa provavelmente que Robin Lopez não será mantido, caso peça muita grana. Em breve, porém, o clube terá de negociar com o reforço.

Se a ideia era seguir competitivo, confiando numa renovação com Aldridge, aí a saída de Batum faz pouco sentido. A não ser que o francês tenha dado muito mais trabalho que se tornou público no campeonato passado – no qual apresentou boa melhora em sua segunda metade. Henderson tem um bom chute de média distância, é competitivo, mas seria um bom reserva para o clube. De Noah Vonleh, muitos esperam grandes coisas. Mas não para agora. A partir da decisão de seu ala-pivô que essas transações todas poderão ser compreendidas da melhor forma.

>> As 30 escolhas da primeira rodada comentadas

Imagino o sorriso sarcástico no rosto de Ainge ao ver tantos negócios assim, e ele de fora da festa. Ainda mais quando tomou nota de tantas trocas que a turma de Michael Jordan fez em Charlotte. Justo o time que teria rejeitado uma oferta supostamente irrecusável de Boston pela nona escolha do Draft. Chegou u a oferecer um pacote com seis picks para ter o direito de selecionar o ala Justise Winslow, que inesperadamente havia passado batido por Orlando, Sacramento, Denver e Detroit. Encantado por Frank Kaminsky, Jordan mandou dizer não. Sem conseguir fechar nenhum negócio, o chefão do Celtics teve de se contentar e se concentrar em seus calouros. E tomou decisões um tanto estranhas, pensando no plano geral.

Então aqui chegamos ao balanço do recrutamento de novatos deste ano. Dar nota para o que foi feito seria um exercício de plena futilidade, uma vez que não dá para julgar apostas para o futuro antes mesmo que elas se manifestem em quadra, né? A maior parte dos atletas inscritos no Draft é qualificada demais. Mas seu desenvolvimento vai depender diversos pontos, que muitas vezes escapam do seu controle: estrutura do clube, sintonia entre diretores e técnicos, bons treinadores, encaixe no time, pressão por resultados, o rendimento dos concorrentes diretos, saúde etc.

O que dá para se avaliar é, de acordo com o que estava na mesa, quem se aproveitou ao máximo? Quais são os clubes que estão mais confiantes em seus projetos? E os que estão com mais dúvidas do que respostas? Quais personagens saem de cabeça erguida? E os cabisbaixos? Todos eles não terão nem muito tempo para respirar, já que, a partir da meia-noite desta quarta-feira, os clubes estão autorizados a negociar com os agentes livre.

NUMA BOA

Calipari e seus garotos. E seus tentátuclos

Calipari e seus garotos. E seus tentátuclos

John Calipari: sua aura de todo poderoso nos Estados Unidos só aumenta. Desta vez, ele emplacou seis jogadores de Kentucky no Draft, sendo quatro deles na primeira rodada, e quatro entre os 13 primeiros (este, um recorde). As consequências? Ele seguirá recrutando os talentos mais promissores do high school para os Wildcats. Quanto mais talentos de ponta, maiores as chances de ele ter jogadores de NBA. Quanto mais caras de NBA, maior sua influência. Quanto mais influência, maior a probabilidade de ele retornar à liga pela porta da frente, com controle total de uma franquia. Parece questão de tempo. Atualizado às 23h20: meio que simultaneamente à notícia de Ridnour, Adrian Wojnarowski, o superfurão do Yahoo!, noticiou que o Sacramento Kings estaria interessado em dar a coroa a Calipari, oferecendo controle total sobre as operações de basquete e o comando do time em quadra. O técnico desmentiu.

– Miami Heat e Justise Winslow: hors concours, gente. Pat Riley foi premiado, na décima posição, com Justise Winslow, um jogador que poderia ter saído até mesmo em quarto, via Knicks. Quer saber o quanto Riley ficou animado com esse ato da sorte – ou divino? Vejam o que ele disse: “Ele acabou caindo para nós de um jeito, creio, muito abençoado”. O rapaz tem, no mínimo, vocação vencedora, direcionada aos pequenos detalhes de uma partida de basquete, sendo, apesar de jovem, um complemento perfeito para um time que pretende reencontrar os playoffs (e muito mais que isso…) na próxima temporada. Resta saber se Dwyane Wade estará lá para ver isso de perto. Na pior das hipóteses, Riley tem um talento para nutrir e, quiçá, transformá-lo em sua própria versão de Kawhi Leonard. Se Wade e Dragic continuarem, melhor ainda. O espaçamento da quadra pode ficar um pouco apertado, mas, por outro lado, ele terá tranquilidade para dar seus primeiros passos em quadra, sem muitas responsabilidades no ataque, setor no qual a NBA pedirá uma série de ajustes.

– Denver Nuggets: outro que conseguiu selecionar um jogador antes cotado para o topo do Draft, Emmanuel Mudiay. Maduro, forte, atlético e cheio de potencial, o armador encontra uma situação ideal: uma equipe em reformulação que está pronta para lhe entregar as chaves de casa e do carro, para que ele os lidere daqui para a frente. No caso, uma equipe que pretende correr a quadra de modo desenfreado, favorecendo suas características. Mais um excepcional recrutamento para o Nuggets, que vai se remontando aos poucos. Num mercado de apelo reduzido, fincado na Conferência Oeste, esse é o melhor jeito, mesmo.

Kevon Looney: mas como assim? O ala-pivô que um dia foi cotado até mesmo como top 15 e acabou saindo apenas na 30ª posição? Venceu como? De fato foi uma queda e tanto para o garoto revelado pela UCLA. Mas pensem assim: devido a exames médicos preocupantes (e a possibilidade de passar por cirurgia no quadril e nas costas), Looney poderia ter passado direto pela primeira rodada. Agora, ao menos tem um contrato garantido por dois anos. Mas o ponto principal é que ele foi escolhido pelo Warriors, um time que é grande dentro e fora de quadra. Com excelente estrutura, digo. Não é acaso que tenha sido o clube que menos perdeu jogadores por lesões na temporada passada, podendo dar todo o melhor amparo possível para que o garoto desabroche.

Juan Pablo Vaulet: no final das contas, parece que o interesse maior era do Brooklyn Nets, que atravessou o Spurs. Obviamente que, para qualquer estrangeiro, San Antonio era um destino mais acolhedor. Ainda mais para um argentino de Bahía Blanca. Por outro lado, qualquer jogador que consiga sair diretamente de uma liga sul-americana para o Draft da NBA conseguiu uma façanha, e tanto. Temos aqui o Bruno Caboclo argentino, que está se salvando em meio ao fraco desempenho de nossos hermanos no Mundial Sub-19 e vai jogar as ligas de verão pela franquia nova-iorquina. Dificilmente terá um contrato para o próximo campeonato, porém.

Los Angeles Lakers: é complicado de cravar, pois não sabemos, em cinco anos, como estarão D’Angelo Russell e Jahlil Okafor. De repente Russell não será a estrela que todos imaginam. De repente, Okafor será um pivô dominante que vá punir o small ball. Podemos projetar, mas simplesmente não sabemos. De qualquer forma, a repercussão da escolha de Russell foi amplamente positiva e injeta na franquia californiana um senso de renovação e esperança. (Que bonito, né?) O encaixe do armador é ainda melhor se formos ver os alvos da franquia californiana no mercado de agentes livres. LaMarcus, DeAndre, Monroe… Os pirulões.

– Minnesota Timberwolves: esse já tinha saído vencedor desde que tirou a sorte grande na loteria. Com Karl Towns e Andrew Wiggins, duas primeiras escolhas em sequência, os caras têm agora duas das maiores promessas da NBA para trabalhar com paciência. Dois caras que se completam em quadra e que têm personalidade semelhante. Low profile, ideal para quem está morando em Minneapolis, mas assessorados por um Big Ticket como Kevin Garnett. Flip Saunders ainda deu um jeito de selecionar Tyus Jones, que é como se fosse um Derrick Rose da região (em termos de apelo público e sucesso na quadra, registre-se), para aumentar o amontoado de jovens jogadores. Se tiver paciência, desenvolvendo a rapaziada e esperando um grande negócio, poderá fazer desta versão do Wolves algo ainda maior que a de um KG no ápice.

CB Sevilla: enfrentando graves problemas financeiros, o clube espanhol viu três de seus jogadores escolhidos no Draft. A metade de Kentucky e a mesma quantia de Duke. Foram eles: Kristaps Porzingis e Willy Hernangómez (Knicks) e Nikola Radicevic, armador escolhido pelo Denver Nuggets. Apenas Porzingis vai fazer a transição imediata para os Estados Unidos agora, mas sua saída já vai render uma boa graninha para ajudar na sobrevivência em mais uma temporada da Liga ACB. Outros dois clubes europeus já haviam colocado um trio de atletas num mesmo recrutamento: o Buducnost, de Montenegro, com Zarko Cabarkapa, Sasha Pavlovic e Slavko Vranes em 2003, e o Mega Vizura, da Sérvia, com Nikola Jokic, Vasilije Micic e Nemanja Dangubic no ano passado.

POKER FACE

Os holofotes de NYC para Porzingis

Os holofotes de NYC para Porzingis

New York Knicks: a escolha de Porzingis soa como uma grande tacada de Phil Jackson. Dos que estavam disponíveis, talvez só Mudiay tenha tanto talento natural para ser explorado e desenvolvido. Que o Mestre Zen tenha pensado em longo prazo, em vez de se limitar a um calouro que talvez esteja mais preparado para produzir em novembro, foi uma grande notícia para o torcedor mais consciente do Knicks. O problema é a pressão em torno do clube. Em anos bons, a cobrança já é grande, com um batalhão de jornalistas visitando diariamente suas instalações. Depois da pior campanha da história do time, porém, os tabloides estão sedentos. Assim como Carmelo Anthony, que já fez questão de passar um recado indireto ao dirigente de que não aprovaria a chegada do letão, tendo em mente o tempo necessário para que ele fique pronto. Jackson gosta de dizer que sua função em Manhattan é presidir. Não pega o telefone para ligar para os demais cartolas e pouco entra em quadra para ajudar Derik Fisher. Seria uma sombra, e tanto, é verdade. No caso de sua grande aposta, porém, o melhor que ele teria a fazer era entrar em cena para valer, para proteger e guiar o rapaz.

Boston Celtics: é, não dá para acusar Danny Ainge que ele não tenha tentado. Mas foi mais um recrutamento em que o dirigente sonhou alto e teve de se contentar com as simples escolhas de Draft que vem acumulando nos últimos anos. Não faz mal adicionar sangue jovem a um time ainda em formação, com um técnico que se mostra especial em tirar o melhor de seus jogadores. Mas não chega uma hora em que se pode ter jovens demais? Principalmente quando eles dividem a mesma posição de alguns de seus atletas mais promissores? Terry Rozier e RJ Hunter não eram unanimidades, mas conquistaram muitos fãs durante o processo de workouts e chegam a Boston para congestionar a rotação de perímetro de Brad Stevens. “Obviamente que temos muitos guards. E nós gostamos de todos eles. E vamos descobrir o que fazer. Vamos ter de tomar algumas decisões difíceis, mas nós realmente gostamos de todos esses caras”, disse o gerente geral. Ao acumular jogadores similares, Ainge só deu mais trabalho, correndo o risco de dispensar um ou outro jogador de contrato garantido devido a um elenco novamente inchado, como foi o caso de Vitor Faverani no ano passado.

BICO FECHADO
– Philadelphia 76ers, Jahlil Okafor e Joel Embiid: para os que não estão por dentro do culto que se tornou “O Processo” em Philly, é o seguinte: o gerente geral Sam Hinkie insiste em dizer a seus torcedores que sua visão só vai se materializar daqui a alguns anos. Quantos? Claro que ele não vai cravar. Enquanto isso, é preciso confiar no processo. Na ideia de que ele sabe exatamente o que está fazendo. A contratação do técnico Brett Brown, a extorsão de diversas escolhas de Draft em negociações oportunistas indicam que o cara é esperto, e não há dúvida disso. O grande problema, ao meu ver: o Sixers depende basicamente da sorte para que esse plano se concretize. A sorte. Que, por enquanto, não sorriu tanto assim para o clube. Se o Wolves tem Wiggins e Towns, Hinkie está com a posição de pivô encavalada com Noel, Joel Embiid (cujos problemas físicos geram enormes questões) e Okafor. O que o time vai conseguir tirar desses atletas? Embiid vai jogar? Se for, há espaço para três jovens que sonham em ser estrelas na liga? E quem vai passar a bola para eles? E quem vai abrir na zona morta para o chute de três? Mais: quando o clube vai atacar o mercado de agentes livres? Haja paciência?

– Atlanta Hawks: a troca de uma escolha de primeira rodada por Tim Hardaway Jr., aliás, deve ter chamado a atenção de Hinkie. Afinal, imagina-se que não seja esse o tipo de retorno a que o dirigente almeja ao acumular tantos picks em seu cofre. Danny Ferry havia fechado uma excepcional negociação ao mandar Joe Johnson para o Brooklyn Nets, se livrando de seu contrato oneroso e, ao mesmo tempo, conseguindo extrair alguns trunfos de um time desesperado para fazer barulho. Acontece que um desses trunfos, a 15ª escolha do Draft deste ano, já foi queimada. Alguns dos calouros disponíveis para Mike Budenholzer selecionar eram projetos de longo prazo. Outros estariam mais prontos para jogar agora. O lance é que o agora técnico-dirigente tinha diversos caminhos a seguir. Optou por um ala que teve um ano pouco produtivo. Talvez esteja esperando que Hardaway Jr. tenha um salto de produção pós-Knicks ainda maior que o de JR Smith em Cleveland.

Ty Lawson: o zum-zum-zum começou por volta do All-Star Weekend. Ao final da temporada, porém, já virou um fato que o Denver Nuggets está doido para repassar o talentoso – e baladeiro – baixinho. Algo que ele mesmo disse em redes sociais, depois da escolha de Mudiay. O duro agora é encontrar um bom negócio por um jogador que está com o filme queimado publicamente.

Aaron Harrison: um dos irmãos gêmeos badalados desde a adolescência mas que, em Kentucky, não conseguiram repetir a trajetória de John Wall, Brandon Knight, Eric Bledsoe ou Devin Booker. Os garotos já foram uma anomalia no sentido de prolongar sua estadia no campus para além da temporada de calouro. Após um segundo ano de pouca evolução, a cotação da dupla era baixa. Andrew ao menos foi escolhido pelo Memphis Grizzlies na segunda rodada. Aaron, um chutador irregular, passou batido e agora tenta impressionar o Hornets nas ligas de verão. É duro individualizar uma questão mais ampla. Mas o caso dos irmãos Harrison serve como alerta para a promoção desmedida de jovens atletas, elevados a estrela muito antes de jogos que realmente valem alguma coisa.

 CAOS TOTAL

"Agora é nóis, Divac", diz Ranadive

“Agora é nóis, Divac”, diz Ranadive

– Sacramento Kings: Vivek Ranadive demitiu o primeiro técnico, desde Rick Adelman, que conseguiu deixar o time praticamente competitivo, numa Conferência Oeste massacrante (Mike Malone). Mesmo que DeMarcus Cousins, seu principal jogador estivesse afastado de quadra por conta de uma meningite. Além disso, o indiano esperava que o Kings jogasse de modo acelerado, na correria, a despeito de seu plantel não ter tantos chutadores e de que Cousins arrebenta defesas em meia quadra. Detalhe: esse técnico havia sido contratado pessoalmente por Ranadive, antes mesmo de um gerente geral, pois o conhecia dos tempos de Warriors. Para o lugar de Malone, ele primeiro tentou coagir o consultor Chris Mullin a ir para o banco. Mullin até estava animado em dirigir o time, mas desde que na temporada 2015-16, para ter um training camp completo e o devido tempo para botar em prática suas ideias. Então, Tyrone Corbin, aquele que tinha tudo para se tornar o sucessor de Jerry Sloan em Utah e acabou demitido, foi promovido. Era melhor tocar o barco e esperar por Mullin, não?

Claro que não. O acúmulo de derrotas deixou o bilionário maluco. E aí que eles foram atrás de George Karl, um renomado treinador, mas que gosta de dar seus pitacos na confecção do elenco e já bateu de frente com muitos dirigentes e jogadores. Em questão de semanas, a relação entre ele e o temperamental Cousins era classificada como irreconciliável. Karl ganhou um contrato de três anos. Ainda durante o campeonato, Ranadive contratou também o ídolo do clube Vlade Divac para ser o chefe do departamento de basquete, passando por cima do gerente geral Pete D’Alessandro. Mullin se mandou para St. John’s para iniciar a carreira de treinador em sua alma mater. D’Alessandro está de volta a Denver. Karl, do seu lado, vazou para quem quisesse ouvir a história de que, com Boogie no time, não daria certo. O jogador e seus agentes então responderam que ele estava pronto para ser trocado. O Lakers abriu conversas, algo que agradava ao pivô. Perdido no fogo cruzado, Divac ao menos resistiu até o momento, tentando se fixar como o cacique do pedaço. A questão agora é o que fazer com o astro e o técnico. Calipari chegaria para tentar controlar o pivô. O problema? Os dois não se deram bem nos tempos de Kentucky. Então… Tudo muito confuso? Pois é, mesmo.

PS: demorou um pouco mais do que o previsto esse texto, devido a dois causos: 1) o resgate complicado de 18 gatos num bairro da zona sul de São Paulo (sim, gatos abandonados, o que pediu uma logística muito mais complicada do que se imagina e, se tiver alguém interessado, favor contatar via Facebook ou Twitter); 2) um contrato de freelancer que começa nesta semana que deixará a atualização do blog um pouco intermitente durante a disputa dos Jogos Pan-Americanos.


Denver Nuggets: em busca de uma identidade perdida
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Giancarlo Giampietro

30 times, 30 notas para a temporada 2014-2015

Ainda há muitos ponteiros para Brian Shaw acertar em Denver

Ainda há muitos ponteiros para Brian Shaw acertar em Denver

O Denver Nuggets tinha algo especial. Mas decidiu que não era o bastante, já que não estavam se aproximando, materialmente, do título. Deixaram, então, o técnico ir embora, acompanhado pelo gerente geral e por um de seus principais jogadores. Alguns reforços de pouco impacto chegaram, mas boa parte do núcleo central do elenco segue intacta – o que é muito maluco, já que eram atletas contratados pensando no estilo de jogo da gestão anterior, bem diferente do que prega o novo treinador. Por ora, ficou nisso a reformulação do clube. De modo que o que temos para esta campanha é um time perdido no meio do caminho, ainda em busca de identidade.

Em 2012-2013, sob o comando de George Karl, o Nuggets venceu 69,5% de suas partidas na temporada regular. A melhor campanha da história da franquia. Nos playoffs, porém, foram derrubados pelo emergente Golden State Warriors em seis jogos, culminando na quarta derrota seguida logo na abertura dos mata-matas. Com ou sem Carmelo Anthony. Sempre com Karl no comando. Para a família Kroenke, era a hora de dar um basta. Não aguentavam mais tanta frustração, o que dá para entender. Por outro lado, seria mais compreensível o “basta” se eles tivessem alguma ideia de qual direção seguir na sequência. Não parece o caso. Nesse ponto, sugiro também a leitura casada sobre a ficha dedicada ao Portland Trail Blazers, que vai curtindo seu próprio período de lua de mel com a torcida, ainda que sem sonhar com o título.

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Os Kroenkes demitiram Karl e, logo em sequência, não fizeram força para segurar o nigeriano Masai Ujiri na chefia das operações de basquete, depois que ele recebeu uma senhora proposta de Toronto. Os dois haviam acabado de serem eleitos técnico e executivo do ano. Os seguidos fracassos na fase decisiva, porém, pesaram mais alto. Sem se importar que, no meio do processo, Ujiri tenha sido obrigado a negociar Carmelo Anthony e, ainda assim, que tenha mantido o time competitivo e, segundo mostram os números, até melhorado. Karl também se adaptou rapidamente à nova formatação do elenco. Outro fator importante: o Nuggets estava e continua no Oeste. Uma conferência brutal em que, basicamente, qualquer um dos oito classificados acha que pode chegar longe, se contar com um pouquinho de sorte. Isso, claro, não quer dizer que qualquer técnico já entra com a prancheta toda rabiscada de desculpas automáticas, que não deva ser cobrado por uma derrota ou outra. Só não dá para considerar inaceitáveis.

Gallo chegou no pacote por Carmelo. De volta de cirurgia, vai ficar ou preparar as malas?

Gallo chegou no pacote por Carmelo. De volta de cirurgia, vai ficar ou preparar as malas?

A saída de Ujiri é ainda mais alarmante. Ele havia retornado ao clube como gerente geral em 2010. Enfrentou toda a turbulência em torno de Melo – e ainda saiu ganhando dessa. Ok, são poucos os cartolas que vão ganhar US$ 3 milhões por temporada, num contrato de cinco anos. É mais que muito jogador por aí. Mas me desculpem se não dá para chorar por uma família com capital superior a US$ 6 bilhões, que controla times também da MLB, da NFL e o Arsenal, na Inglaterra…

O novo manda-chuva do basquete, Tim Connelly, tem uma bucha nas mãos. Seu elenco tem alguns ótimos jogadores e uma vasta maioria de atletas medíocres, cuja combinação é moldada para correr. Ao mesmo tempo, correr com  a bola, em teoria, não os levou a lugar nenhum – mesmo que essa tenha sido a identidade do time por um loooongo tempo, desde os anos 80 com Doug Moe dirigindo Alex English e Dan Issel. A contratação de Brian Shaw, pupilo de Phil Jackson em Los Angeles, peça integral também do sucesso recente do Indiana Pacers, sinalizava uma mudança drástica nessa direção. Acontece que, até o momento, poucas trocas significativas foram feitas para que o técnico ganhasse o tipo de jogador que se adequaria melhor ao que pensa sobre o jogo.

Não é fácil, claro. Os clubes mal haviam terminado de assimilar os meandros do novo acordo trabalhista, e as estruturas da liga já foram sacudidas novamente com a decolagem do valor dos direitos de transmissão das próximas temporadas. Tantas alterações sugerem precaução, conservadorismo nas transações. Algo que não ajuda Connelly em nada: a impressão que a montagem de elenco é a de que ele está obviamente estocando atletas com salário razoável na esperança de concretizar uma megatroca. Nate Robinson, Randy Foye, JJ Hickson, Darrell Arthur, Randy Foye etc… qual seria o ponto senão aglomerar diversos salários de médio porte, todos mais palatáveis ao mercado, para formar um pacote e ir atrás de oportunidades? E quais oportunidades? Essa é uma boa pergunta. Precisa saber quem seria o próximo Kevin Love da vez. Tem de ser esse tipo de estrela, já que o Andre Iguodala não serviu…

Mozgov, um dos jogadores mais cobiçados do elenco, mas que o Denver não quer negociar. Mais um trocado por Melo

Mozgov, um dos jogadores mais cobiçados do elenco, mas que o Denver não quer negociar. Mais um trocado por Melo

O time: Shaw estava determinado a desacelerar o Nuggets em sua primeira temporada no Colorado. Não deu muito certo. Depois, o discurso mudou para algo como: vamos correr ainda – afinal, precisavam explorar a altitude das Montanhas Rochosas de alguma forma –, mas também vamos defender bem e vamos jogar bem em meia quadra quando os atletas assimilarem melhor os conceitos. Vamos ser oportunistas. Não aconteceu nada disso. O Nuggets esteve abaixo da média da liga tanto atacando como defendendo. Enfim, é uma confusão que só. O retorno de Arron Afflalo ajuda, ainda mais enquanto Danilo Gallinari desenferruja. Ty Lawson precisa cuidar do tornozelo, Kenneth Faried tem um novo contrato de US$ 50 milhões para honrar, enquanto Timofey Mogzgov, Jusuf Nurkic e o inigualável JaVale McGee digladiam por minutos. No que vai dar isso tudo? Impossível dizer, enquanto a tal da troca não sai.

A pedida: chegar aos playoffs, amigos, seria pedir demais.

Olho nele: Kenneth Faried. Até porque, quando o cara está em quadra, é difícil desviar o olhar, mesmo. O ala-pivô do Nuggets usou ao máximo a experiência da Copa do Mundo da Fiba para se valorizar e entrar no radar da indústria do marketing esportivo americana, com sua energia aparentemente inesgotável para fazer das suas a impulsão impressionante, a ferocidade na disputa por rebotes a cabeleira chicoteando de um lado para o outro. O pacote todo que justifica o apelido de Manimal. Tudo muito divertido, sem dúvida. O que Faried precisa fazer, todavia, é elevar o seu jogo como um todo a outro patamar. A parte que não aparece nos clipes de melhores jogadas, no caso. Aprimorar seu posicionamento defensivo e o chute de média distância, por exemplo. Prestes a completar 25 anos, o superatleta ainda tem muito o que desenvolver.

Abre o jogo: “Todo mundo nessa liga pode pular. Mas não há muitos caras fortes”, Jusuf Nurkic, o calouro número 16 do draft, que tem 20 anos apenas, nunca disputou uma Euroliga, mas bate que é uma grandeza. O pivô é um ótimo reboteiro, tem habilidade em seu jogo de pés e potencial para assumir em breve a posição de titular do time, mas, em um primeiro momento, vai ficar conhecido na liga pelos hematomas que causa. Em Denver, já faz sucesso. “Ele traz a dor, ofensiva e defensivamente”, resume o técnico Shaw.

Shaw e o encapuzado Lawson no treino do Broncos

Shaw e o encapuzado Lawson no treino do Broncos

Você não perguntou, mas… Brian Shaw levou o armador Ty Lawson a um treino do Denver Broncos, no início de outubro, para que o tampinha observasse o quarterback Peyton Manning mais de perto e aprender uma coisa ou outra sobre ser um líder. “Espero mais dele do que de qualquer outro no nosso time”, afirmou. “Ele é nossa primeira linha de defesa e de ataque. Conversamos sobre sua liderança. Se ele não for um cara muito falante, tudo bem. Mas você precisa liderar ou de maneira vocal, ou por exemplo. Ele entende isso”, completou. O veterano Manning, uma das grandes personalidades do esporte americano da última década, respondeu a algumas perguntas do armador, com quem se encontrou pela primeira vez. Shaw ele conhecia de Indiana, de seus tempos de Colts.

kiki-vandeweghe-nuggets-cardUm card: Kiki Vandeweghe. O ala foi a 11ª escolha do Draft de 1980. Quatro anos depois, já havia disputado dois All-Star Games pelo Denver, com o time chegando de forma constante aos playoffs, sob o comando de Doug Moe. Foi uma sequência de nove temporadas nos mata-matas, rendendo apenas uma final de conferência em 1985, quando este cestinha de respeito já havia sido mandado para Portland. Aposentado aos 34 anos, em 1993, como jogador do Clippers, Vandeweghe retornou ao Colorado como gerente geral em 2001, após uma boa passagem pelo Dallas Mavericks. Foi com ele que o time retomou o caminho das vitórias, apostando na reconstrução via Draft, que lhes rendeu Nenê e Carmelo – além de Nikoloz Tskitishvili. Dispensado em 2006, assinou com o Nets. Hoje, trabalha nos escritórios da NBA em Nova York.


NBA? Raulzinho vai de Espanha por enquanto: “É perfeito para mim”
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Giancarlo Giampietro

Raulzinho, na Espanha

A uma hora dessas, Raul Togni Neto, o Raulzinho, poderia estar se preparando para saber quais os movimentos preferidos de um Ty Lawson, um rival de Divisão Noroeste. Imagine? Como seria perseguir uma formiguinha atômica daquelas num contra-ataque? Será que ele prefere o corte pela direita ou para a esquerda? E o Damian Lillard? Como se manter próximo ao jogador do Portland e contestar seu perigoso arremesso?

Mas essas questões ficam, mesmo, para o Trey Burke. Entre ter de batalhar por alguns minutinhos no Utah Jazz, correndo o risco, na verdade, de estudar, sim, os movimentos dos veteranos da D-League da NBA, o brasileiro optou por aquilo que é mais seguro, mais certo: voltar ao Gipuzkoa Basket, na Espanha, e dar sequência ao seu desenvolvimento.

Aos 21 anos, ele entra em sua já terceira temporada na Liga ACB, o campeonato nacional mais forte da Europa, assimilando o que pode nos minutos preciosos contra concorrentes de alto nível. E tem de aproveitar mesmo: por pouco, sua equipe, de San Sebastián, não foi relegada ao segundo escalão, a Adecco Oro, depois de ser rebaixada na campanha passada.

Acontece que, para o bem do filho do Raul e preocupação do basquete espanhol como um todo, dois dos clubes que deveriam ter sido promovidos à elite – o CB Atapuerca (“Ford Burgos”) e o Lucentum Alicante – não conseguiram apresentar as garantias financeiras necessárias para jogar a liga principal. Já o clube basco, a despeito da crise, mas com o apoio de seus torcedores (91% dos associados renovaram seu título), se garantiu.

Confira abaixo uma rápida entrevista com o armador, falando sobre a importância dessa experiência espanhola em sua evolução, que será acompanhada de perto pelo Utah Jazz:

21: Qual a sua situação contratual no momento e o que esperar desta temporada com o Gipuzkoa Basket?
Raulzinho: Tenho mais três anos de contrato. Volto para o mesmo clube, pensando em ficar pelo menos mais um ano. Na última temporada a gente foi mal. O clube está passando por um momento difícil financeiramente, mas continuamos na ACB, esperamos fazer uma campanha melhor. Vamos tentar fazer um bom papel.

Pois é. O time chegou a ser rebaixado na temporada passada, mas, por falta de condições também de quem deveria subir, acabou ficando na liga. O que pensa sobre essa situação? Ao menos pode jogar na elite.
Acaba sendo uma situação boa para o nosso time, mas ruim para o basquete de maneira geral, né? Ruim para o basquete espanhol,  com muitos times lidando com esses problemas financeiros. Mas foi bom para a equipe e acaba sendo bom para mim, para seguir jogando no nível da ACB. Então agora é aproveitar.

Sua equipe não entra na liga pensando em título. Jogar o playoff também é improvável. Por outro lado, você acaba tendo bastante espaço para jogar, ficar em quadra e mostrar serviço….
Para mim é um time perfeito, porque eu tenho a confiança do técnico e minutos de quadra. Acho que, com a idade que estou, seria ruim ficar num time em que não jogasse e que não tivesse essa experiência de estar em quadra. Não importa que não seja um time do nível de um Barcelona ou Real Madrid, mas, sim, que me dê mais oportunidades. É muito importante.

O que você destaca em sua experiência jogando na ACB? Você sempre foi conhecido na base como um armador agressivo, de forte ataque para a cesta. Aprendeu a balancear mais as coisas?
Acho que aprendi muita coisa. Já pela experiência de estar atuando no basquete internacional. Para o armador principalmente, é fundamental ter mais consciência na leitura de como jogar, saber mais o que deve fazer em quadra. Foi nisso o meu maior ganho. Acho que aprendi a controlar. Não perdi o meu poder de ataque, mas aprendi a controlar, escolher melhor as opções para atacar.

Como é o dia-a-dia nos treinos? Há alguém da comissão técnica que trabalhe com você individualmente?
Tem um trabalho individual que fazemos toda semana, uma ou duas vezes pelo menos com o técnico. Coisa de drible e passe e outros fundamentos que todo armador tem de ter. Na Espanha a gente joga uma vez por semana, então tem bastante tempo para treinar.

Você ficou um período em Los Angeles para se preparar para o Draft da NBA. Como foi esse trabalho?
É um treino mais individualizado. O pessoal vê o que você tem de melhorar, drible ou arremesso por exemplo, mais pensando ofensivamente. Mas foi muito bom passar lá por um mês com esse tipo de treinamento, me ajudou bastante.

Mas o que fica de legado desse tipo de atividade?
Acho que, para treinar, você precisa fazerem uma sequência, criar um dia-a-dia seu. Você não vai melhorar em uma semana. Mas lá a mentalidade de treinamento foi muito forte, a gente treinava bastante. Eles falam dos aspectos que precisamos melhorar mais. Falaram do meu arremesso, da minha defesa e do meu físico. É o que tiro de lá. Com certeza eu melhorei. Mas tenho de continuar me esforçando bastante para evoluir mais.

Agora o tema sobre o qual você já deve estar cansado de falar a respeito: Utah Jazz. Como será o contato com o clube a partir do Draft? O que você sentiu sobre a atual diretoria?
Pareceu um time que gosta de jogadores internacionais, que está aberto a isso, e já foram vários jogadores que já passaram por lá com mérito e não são americanos. Também é bom saber que vão estar me acompanhando, ver do que preciso para um dia ser o armador do time deles. É a minha primeira vez numa situação dessas, então não sei o que vai ser direito. Isso deixo para meu agente, para ver como vai ser esse contato.

PS: a entrevista foi feita no Brasil, antes da disputa da Copa América. Por isso, nada sobre a seleção. Timing é tudo, eu sei, eu sei. Pode reclamar. Em todo caso, aqui também vai uma entrevista do garoto ao site oficial de sua equipe. No finalzinho, sai algo sobre o torneio continental. Mas nada de outro mundo: “Treinamos muito, foram quase dois meses. Nós jogadores temos uma boa amizade fora da quadra e, ainda que os resultados não tenham sido bons, foi um bom verão com a seleção”.


EUA reúnem em Las Vegas grupo que deve formar base da seleção no Rio 2016
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Giancarlo Giampietro

Coach K

Palestra (gratuita) do Coach K em Las Vegas: exposição para os jovens selecionáveis

É, Espanha, não tá fácil, não.

Se a geração de Pau Gasol e Juan Carlos Navarro ainda tem alguma ambição de subir ao degrau mais alto de um pódio em qualquer torneio internacional Fiba – se for num Mundial disputado em casa, melhor ainda ; ) –, as notícias que vêm dos Estados Unidos desde o final de semana não são nada animadoras. E, ok, o mesmo vale para Rubén Magnano e qualquer outro técnico de seleção com alguma ambição imediata de título.

Em Las Vegas, o Coach K acaba de reunir 28 jogadores para uma semana de treinamentos, mostrando que o trabalho de Jerry Colangelo na USA Basketball segue sério. Muito sério.

Veja bem: eles não vão disputar nenhuma competição este ano – não precisam jogar a Copa América por já estarem classificados para o Mundial, via Olimpíadas –, mas isso não impediu que o dirigente recrutasse mais de duas dúzias de jovens talentos para alargar as bases de possíveis convocados para as próximas temporadas.

Quem deu as caras por lá? Clique aqui e sinta o drama.

Alguns destaques: John Wall, Kyrie Irving, Ty Lawson, Paul George, DeMarcus Cousins, Anthony Davis, Greg Monroe, entre outros. De todos os jogadores convocados para este período de treinos, o ala-pivô Taj Gibson, do Chicago Bulls, era o mais velho, com 28 anos – mas acabou de ser cortado, devido a uma torção de tornozelo. As outras baixas são o ala Kawhi Leonard, recém-operado, e George Hill. Agora só sobraram jogadores nascidos entre 1987 (Lawson) e 1994 (o armador Marcus Smart, da universidade de Oklahoma State).

Alguns desses jogadores já chegaram ao nível de All-Star na liga norte-americana, outros estão no limiar. E não vai parar por aí. Para jogar o Mundial do ano que vem, a ideia é adicionar alguns “veteranos” da seleção americana, com Russell Westbrook, Kevin Love, James Harden e, claro, Kevin Durant já indicando que pretendem defender seu título. A ideia é essa, então: mesclar sangue novo, pensando adiante, com representantes das campanhas recentes para manter a hegemonia. Tudo sob a orientação precisa e educadora de Mike Krzyzewski, convencido a ficar no cargo.

Com o desgaste acumulado de mais três temporadas de NBA até que sejam realizados os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, é provável que pouco sobre da base bicampeã em Pequim e Londres para lutar pelo tricampeonato. De modo que muitos desses atletas agrupados em Vegas nesta semana podem dar as caras por cá, daqui a três anos. Hoje, eles ainda podem não ter a grife de seus antecessores, mas vem chumbo grosso de qualquer maneira.

A turma do Coach K

Escolinha do Coach K: passando as mensagens do programa

*  *  *

Entre os 28 jogadores convocados para esta semana, dois casos reforçam a mentalidade profissional de Colangelo na condução das operações da USA Basketball: o caçula Smart e o ala Doug McDermott, da universidade de Creighton. Smart acabou de ser campeão mundial sub-19 na República Tcheca e McDermott defendeu os EUA na Universíade de Kazan. A presença dos dois entre tantas jovens estrelas da NBA manda uma mensagem: a de que todos teriam chance de fazer parte da seleção norte-americana, bastando cumprir algumas etapas do processo. Quer dizer: se você se “sacrifica” em um verão para, supostamente, jogar competições menores, pode ser premiado no futuro com uma vaga entre a elite.

Smart, por exemplo, é cotado como uma escolha top 5 no próximo Draft da NBA. Jogadores nessas condições já têm uma agenda (em todos os sentidos) cheia e tendem a abrir mão de compromissos com a seleção para acelerar suas classes e, ao mesmo tempo, trabalhar com seus treinadores superprotetores no campus. Na agenda política da NCAA, essas são coisas que pesam bastante. Já McDermott, também considerado um prospecto de NBA, embora em um patamar bem mais baixo, serve como um símbolo para outros atletas do segundo escalão: que mesmo eles podem ser valorizados caso topem jogar em torneios como a Universíade ou o próprio Pan-Americano.

É um modo criativo que Colangelo encontrou para fomentar a competitividade entre as diversas seleções norte-americanas.

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O promissor ala-armador Bradley Beal, do Washington Wizards, é outro que está contundido. Mas Krzyzewski ficou em cima do garoto, ainda adolescente. “O Coach K ainda quer que eu vá. Eles querem que eu compareça mesmo que eu não vá participar dos treinos”, afirmou o jogador, que já foi obrigado a ficar fora da liga de verão de Las Vegas por seu clube.

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A comissão técnica do Coach K para o próximo ciclo olímpico tem duas novidades: Tom Thibodeau, o mestre defensivo do Chicago Bulls, e Monty Williams, o jovem e já badalado técnico do New Orleans Pelicans. O veterano Jim Boeheim, de Syracuse, segue no estafe. Combinando os sistemas de marcação por zona de Boeheim com os conceitos híbridos de This, já dá para imaginar o sofrimento das seleções que tiverem de atacar o Team USA.

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Colangelo fez as pazes com DeMarcus Cousins. O pivô integrou um time de sparrings (o Select Team) no ano passado para ajudar na preparação da seleção olímpica norte-americana e passou a pior impressão possível. Desceu a lenha nos treinamentos, reclamou horrores e deixou os técnicos horrorizados, hehehe. O Boogie de sempre, chamado publicamente de “imaturo” pelo dirigente.  Mas os recursos técnicos do pivô são tão chamativos que… Não há quem aguente estender o castigo, de modo que o jogador do Sacramento Kings ganhou mais uma oportunidade em Las Vegas. “Isso não vai me incomodar de jeito nenhum. Ele me deu mais uma chance para chegar e provar meu valor”, disse o atleta. “É uma grande honra só de ter meu nome aqui.”


Prévia dos playoffs da Conferência Oeste da NBA: Parte 2
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Giancarlo Giampietro

3-DENVER NUGGETS X 6-GOLDEN STATE WARRIORS

A história: será que o Denver Nuggets consegue contrariar a tese de que um time não pode ir longe nos playoffs sem uma superestrela? Desde que trocou Carmelo Anthony por um pacote de ótimos jogadores para construir um dos elencos mais completos da NBA, George Karl e o gerente geral Masai Ujiri precisam responder essa questão, que é considerada um dogma na liga. Agora, pode ser apenas uma questão de tempo para que Ty Lawson ingresse nesse grupo especial. E quanto a Stephen Curry? Ele já foi promovido? Os dois vão ter um duelo espetacular nesta primeira fase, e, dependendo do desfecho da série, ambos têm a chance de resolver qualquer dúvida quanto a seu status. (Paralelamente, o embate entre os velhacos Andre Miller e Jarrett Jack também é bastante intrigante.)

O jogo: pisa fundo, acelera, sai da frente! Aqui a ordem é correr demais, sem freio. Esperem jogos decididos na casa de 11o pontos, muitos contra-ataques, cestas rápidas, alguns turnovers, seja na baía californiana ou na altitude de Denver. Vamos torcer apenas para que Stu Jackson não escale o velhinho Dick Bavetta para apitar – e, se o diretor estiver biruta e o fizer, ao menos ele terá o quebradiço Andrew Bogut como companhia. De um lado, o Nuggets procura as infiltrações de modo agressivo, com a velocidade de Lawson, Iguodala, Brewer, Wilson Chandler, Faried, McGee & cia., além dos movimentos matreiros de Miller. Do outro, o Warriors depende muito da avalanche de três pontos desencadeada por Curry e Klay Thompson.

De dar nos nervos: quando o apelido do cara é “Manimal”, você já sabe que vem chumbo grosso pela frente. Kenneth Faried precisa se recuperar de uma torção no tornozelo, sofrida no finzinho da temorada regular, mas, se estiver a 75% – ou, vá lá, a 60% –, David Lee e Carl Landry saberão que será necessária muita paciência durante a série. Porque Faried simplesmente não consegue parar: ele se movimenta de modo alucinado de ponta a ponta da quadra, de cima para baixo, atacando rebotes ofensivos e defensivos e perseguindo qualquer adversário que ouse pensar em concluir uma bandeja no contra-ataque.

Olho nele: são tantos os jogadores interessantes no elenco do Denver Nuggets, que fica difícil escolher um. Desde a lesão de Danilo Gallinari, fora da temporada, a importância de Wilson Chandler só cresceu para o time do Colorado. Um jogador muito versátil e atlético, cobre espaços na defesa com tempo de bola preciso na ajuda e, na ofensiva, sabe se esgueirar entre os marcadores com facilidade. Sua presença é fundamental para que o criativo ataque de Karl funcione.

Palpite: Nuggets em seis (4-2).

4-LOS ANGELES CLIPPERS x 5-MEMPHIS GRIZZLIES

A história: é guerra. Desde o confronto pelos playofs do ano passado, esses times adquiriram um sentimento bonito e enobrecedor: um odeia o outro. É o que dá quando você coloca em quadra por quatro, cinco, sete partidas seguidas gente com a intensidade de Chris Paul, Tony Allen, Blake Griffin, Zach Randolph, Caron Butler ou Marc Gasol. Sai faísca. Nesta conferência, este é o jogo com maior pegada de Leste, com pancada para tod0s os lados,e sem nenhum inocente. Quer dizer, tirando o Mike Conley Jr. Em tempo: em 2012, deu Clippers por 4-3.

O jogo: sempre que puder, o Clippers vai tentar sair no contra-ataque com a explosão física devastadora de Griffin ou mesmo de DeAndre Jordan. Isso, claro, se o pivô gigante do ex-primo pobre de LA conseguir ficar em quadra, sendo sacado constantemente por Vinny Del Negro devido a suas panes defensivas e ao péssimo aproveitamento nos lances livres. Em um jogo mais lento, de posses de bola trabalhadas, todas as fichas do treinador são depositadas em Chris Paul, que age quase como um técnico independente em quadra e vai ter de se desdobrar, mesmo, diante da segunda defesa mais forte do campeonato. Esse tipo de jogo mais arrastado favoreceria ao Grizzlies, com a inteligência e diversos recursos técnicos de Marc Gasol.

De dar nos nervos: Tony Allen, cedo ou tarde, vai tirar alguém do sério. Não tem jeito. Em forma – coisa que não aconteceu nos mata-matas de 2012 –, Allen é um dos melhores defensores de perímetro da liga, ou o melhor, mesmo, com pés e mãos extremamente ágeis. Sim, ele vai bater de frente com Chris Paul nos momentos críticos da série, e essa vai ser uma batalha imperdível.

Olho nele: no banco do Clippers, a dupla Eric Bledsoe e Jamal Crawford já tem um chamariz, e tanto. Impossível assistir a Bledsoe e não lembrar de Westbrook, quando ele explode rumo ao garrafão e deixa múltiplos defensores comendo poeira. Um, dois, ninguém viu, já colocou na redinha. E Crawford pode ser hoje o melhor jogador de playground na NBA, colocando a bola no chão, atacando no um-contra-um e matando bolas pela direita, pela esquerda, e o defensor nem viu por onde ele passou. Mas, se você conseguir desviar o olho dessas duas peças, poderá notar todo o trabalho de Matt Barnes fora da bola. O ala é um dos caras que mais joga duro na liga e para o qual pouca gente dá muita ou sequer uma bola. Cortando para a cesta de modo incessante, passando a bola confortavelmente, atacando a tábua ofensiva em busca de rebotes, peitando quem quer que seja do outro lado na defesa, é um operário perfeito para qualquer time que se pretneda vencedor.

Palpite: sinceramente, não dá para arriscar nada aqui. Depende muito de jogo para jogo.


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