Vinte Um

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O Fantástico Mundo de Ron Artest: Give Peace a Chance
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

*  *  *

Ron x Meta

Sim, aconteceu. Para poupar alguns tostões, umas caixas de cerveja e uma dúzia de Mojitos para Jim Buss, o Lakers decidiu mandar a paz mundial para o beleléu. Quer dizer: anistiaram Ron Artest na noite desta quinta-feira, uma noite triste e fria em Los Angeles.

Antes de prosseguirmos, o que significa “anistiar”? É a medida que o novo acordo trabalhista permitiu aos clubes, podendo dispensar um jogador, retirando seu salário automaticamente de sua folha salarial, ainda que precisem pagá-lo normalmente. O incentivo da franquia nessa decisão foi economizar a grana que pagariam de taxas – algo em torno de US$ 15 milhões.

Desde que o impertinente repórter Kevin Ding, do Orange County Register,  ter soltado no Twitter a notícia de que o #mettaworldpeace estava prestes a ser anistiado, o mistério estava no ar. Kobe Bryant se pronunciou também na rede social para lembrar alguns dos melhores momentos do ex-companheiro pela equipe e disse que gostaria que ele seguisse no elenco, ainda que não tenha sido extremamente crítico.

Agora, quanto aos torcedores?

Aí foi dureza.

Um grupo chegou a organizar uma petição online pró-Artest endereçada a Buss e ao gerente geral Mitch Kupchak. Antes do texto da petição em si, eles redigiram um texto profundamente tocante para contextualizar o que estaria em jogo para toda uma nação Laker:

Nesta semana, recebemos a triste notícia de quem de nossos maiores heróis, Metta World Peace, seria anistiado em um movimento para corte de custos. Entendemos que o basquete, no final do dia, é um negócio. Mas Metta é um homem para o qual as regras ordinárias não deveriam ser aplicadas. A diretoria do Lakers não pode oficialmente  anistiar Metta até o dia 10 de julho, uma quarta-feira. Temos que esperar apenas que eles mudem de ideia. Então aqui vão algumas palavras sobre o homem, o mito, o Metta:

– É um cara que é um dos defensores mais duros e sovinas de todos os tempos.

– É um cara que sempre nos fez rir  quando tudo o mais nos fazia chorar.

– É um cara que nunca desistiu de uma jogada.

– É um cara muito mais sexy do que o normal.

– É um cara que brinca com seus fãs no Twitter.

– É um cara que passou da maior suspensão da história da NBA para ganhar o Prêmio de Cidadania da liga.

– É um cara que colocou seu time nas costas e fez a cesta decisiva do Jogo 7 das finais da NBA e, então, prontamente agradeceu seu terapeuta em seu discurso ao final da partida.

– É um cara que deu seu anel de campeão  aos torcedores.

Agora é hora de retribuir a ele de alguma forma. Por favor, assine a petição abaixo para manter Metta aonde ele pertence. De roxo e dourado.

Sniff, sniff!

Que belas palavras, né? ; )

Resumindo, então, o texto que clamava pela continuação de Artest: que todo mundo podia imaginar o Lakers sofrendo na temporada que vem, mas que não seria bem assim, que dava para lutar, e para isso o ala deveria ficar no elenco. Que ele teria dado um duro danado no campeonato passado, ajudando a equipe a enfrentar a crise, que voltou de uma operação no menisco em 12 dias e que suas contribuições não teriam preço.

Não adiantou de nada. Deram um chute no jogador, mesmo.

E como fica ele, a parte mais afetada, em toda essa história?

Ron-Ron procurou agir com ironia e piadas a partir de sua dispensa. Um comportamento natural para tentar driblar a frustração, a humilhação e o orgulho ferido. Pobre coitado. Disse que ia se aposentar e jogar hóquei pelo LA Kings. Disse que jogaria pelo Shangai Sharks, de Yao Ming, na China. Também afirmou, antes, que havia anistiado seu iPhone 3 e uma calça jeans, que não servia mais. Mas que não era para todo mundo acreditar no que ele sempre dizia. Bidu. Até que anunciou que não iria mais postar nada em sua conta por 48 horas, sem saber ao certo até quando o jejum duraria, já que “havia perdido seu relógio”.

Até a noite de sábado, Artest estará, digamos, na lixeira da liga. Um lugar do qual poderá ser retirado por qualquer equipe abaixo do teto salarial que lhe faça uma proposta salarial. Mas podemos apostar que ninguém será maluco de se meter nessa. Aí, ao final de 48 horas, ele estará livre para assinar com quem bem entender. As primeiras especulações apontam o New York Knicks, de sua cidade natal. O interesse seria mútuo. Mas dá para imaginar o Clippers também tentando alguma coisa. Vai saber.

O fato é que são dias extremamente tristes estes, em que o lunatismo já não é mais respeitado.

Silêncio.

(…)

Pronto. Agora é de cantar:

Deem uma chance para a Paz!


Inconstâncias de JR Smith complicam o Knicks na semifinal contra o Pacers
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Giancarlo Giampietro

Charlie Kaufman escreveu dois dos roteiros mais cativantes e instigantes para filmes (nem tão) recentes (assim) de Hollywood: “Quero Ser John Malkovich” (1999) e “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” (2004), peças que investigam, tentam compreender o que se passa literalmente por dentro de nossas cabeças doentias. Isso e mais um pouco, claro, com humor e muita estranheza.

Brilho Eterno de uma Mente Sumida

Quem quer ser Charlie Kaufman?

Kaufman, nasceu em 19 de novembro de 1958 em Nova York, onde hoje deve estar perdido em seus devaneios, já que ele anda bastante sumido dos cinemas. Temos aqui um projeto que talvez lhe interesse: entender a mente de JR Smith. A película só não poderia se chamar “Confissões de uma Mente Perigosa”, uma pena. Já que esse é o título do primeiro filme dirigido por George Clooney, o qual ajudou a roteirizar também. Olhando a foto aqui do lado, dá para entender de onde vêm suas ambições introspectivas, né? (Leia-se: cara de doido da peste!)

Porque é difícil de compreender o que se passa com o maluquinho ala do Knicks.

Deixemos primeiro ele mesmo falar sobre seu péssimo desempenho na semifinal do Leste contra o Indiana Pacers, que lidera por 3 a 1: “Eu assumo a culpa por essa série toda. Estou deixando meus companheiros na mão, meus técnicos na mão, e não me sinto bem com isso.”

Um apanhado de números serve como uma boa radiografia para a má sensação que domina Smith no momento, com sua equipe voltando para Nova York a uma derrota da eliminação: mesmo marcando 13,3 pontos em 30 minutos, mas com um aproveitamentos horripilantes de 28,1% nos arremessos, queimando 16 chutes por partida para converter apenas 4,5, e de 64,7% nos lances livres. Em termos de eficiência seu índice despencou de 17,6 no duelo com o Celtics para pífio 6,6 diante do Pacers.

Mesmo que a defesa de Frank Vogel seja hoje muito mais forte que a de Doc Rivers, os problemas de Smith vêm do final da série contra os velhacos de Boston, mesmo – o que exclui também qualquer problema mais grave decorrente da febre que teve nos últimos dias. Sua má fase vem mais especificamente do episódio em que atingiu Jason Terry de maneira estúpida no terceiro confronto, uma atitude que resultou em sua expulsão de quadra e na suspensão de uma partida. Vamos lá: nos três jogos antes do gancho, 16,3 pontos de média, 43% de acerto. Desde então:  13,3 pontos, 28,8%.

“Acho que tivemos esse incidente com Terry na primeira rodada e talvez isso tenha feito ele perder o foco por alguns jogos, mas acho que ele está pronto para voltar ao seu nível”, disse o armador Pablo Prigioni, aquele que dificilmente vai ficar avoado em quadra, tentando dar uma força para o companheiro. Mas não rolou. O cara basicamente surtou.

JR Smith x Paul George

JR Smith não para de chutar

E não é a primeira vez em sua carreira, George Karl que o diga.

Smith nunca foi o cestinha mais certeiro. É capaz de criar diversas situações de arremesso por conta própria, com muita habilidade no drible e capacidade atlética, mas nem sempre se compromete com as melhores jogadas, daquelas que não abalam a saúde de seus treinadores. Peguemos seus números na atual temporada, por exemplo, a melhor desde que entrou na liga há oito anos, para sentir suas oscilações. Em novembro, teve médias de 14,2 pontos e 43,8%. Em dezembro, 18,1 e 39,5%. Em janeiro, 15,8 e 36,6%. Em fevereiro, 16,5 e 43%. Em março, 22,1 e 44,2%. Em abril, excepcionais 22 pontos e 48.3%. Uma loucura, que, ainda assim, não lhe custou o prêmio de melhor sexto homem do campeonato.

Há outros fatores que podem explicar tantos altos e baixos, obviamente. O quão bem o Knicks está atacando coletivamente, quem está jogando e contra quem se está jogando, sua forma física etc. São variáveis que afetam a todos. No caso específico de Smith, porém, esse rendimento inconstante vem de longa data e vai custando caro para um time que vai dependendo cada vez mais de Carmelo Anthony, uma vez que Amar’e Stoudemire mal consegue parar em pé.

“Quero que JR arremesse. Ele não pode abrir mão disso. Não quero que ele pare de procurar a cesta. Quero que ele continue agressivo”, clamou Carmelo. Enquanto Smith não souber o que se passa em sua cabeça, porém, fica a dúvida sincera de que a súplica do astro seja a realmente a melhor solução.

Será que Kaufman topa esse roteiro?

Encontrar um diretor seria fácil: Spike Lee está logo ali no Madison Square Garden.


Real Madrid resiste a Huertas e elimina o Barcelona com atuação decisiva de Rodríguez
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Giancarlo Giampietro

O Real comemora

No basquete, deu Real para cima do Barcelona em um torneio continental

Armador bom faz diferença. Marcelinho Huertas tentou o que pôde nesta sexta, depois de o Real Madrid anular Juan Carlos Navarro no perímetro. Mas Sergio Rodríguez, quem diria, foi ainda melhor, sendo decisivo para liderar a vitória merengue no clássico, avançando à final da Euroliga de basquete, com um triunfo por 74 a 67.

A primeira lembrança que tenho de Rodríguez era de seu início pelo Estudiantes, com passes fantásticos, muita criatividade, mas uma produção bem inconsistente. Na época, e acho que ele mesmo assumia isso como referência para seu jogo, sendo comparado a Jason Williams, o “White Chocolate”. Vocês se lembram do Williams, né? Ele teve dois anos de darling pelo Sacramento Kings de Chris Webber até que a NBA se cansou um pouco de seus lances mirabolantes, mas pouco substanciais.

No início de carreira, o espanhol era carequinha, de cara limpa. Quando foi para aos Estados Unidos, levou na bagagem esse estilo mais espetacular, ainda que pouco eficiente. Acabou caindo numa fria ao ser draftado pelo Portland Trail Blazers na NBA.  Aos 20 anos, pensando mais nos clipes das “melhores jogadas”, penou nas mãos de um conservador como Nate McMillan, que tinha em Steve Blake seu jogador predileto para dividir a quadra com Brandon Roy. Em três temporadas, não jogou mais que 16 minutos em média e foi trocado para o Sacramento Kings em 2009. Sete meses depois, seria trocado novamente, apenas como peça/salário complementar, para fazer funcionar a meganegociação que tirou Tracy McGrady de Houston. Ao final do contrato de novato, voltou para casa.

Pois esse Sergio Rodríguez que vemos hoje pelo Real está transformado, e não só pela imensa barba que faz até mesmo James Harden ficar com inveja. Um sujeito completamente amadurecido em quadra, dominando o a bola com esmero e arrojo ao mesmo tempo. Controlando o ritmo da partida, acelerando sempre que pôde para tentar atacar a defesa do Barcelona antes que ela se estabelecesse, ele foi o grande nome do clássico espanhol, mesmo tendo ficado apenas 22 minutos em quadra – vai entender.

Mas foi tempo suficiente para distribuir nove assistências. O espanhol conseguiu bater com facilidade a primeira linha defensiva do Barça, algo que se provou mortal. Uma vez que se aproxima do garrafão, o armador se torna uma arma muito perigosa, com uma visão de jogo incrível e um arremesso em flutuação que agora tem de ser marcado (12 pontos no total). O pivô Marcus Slaughter que gostou, recebendo um monte de encomendas debaixo da cesta.

Rodríguez não cometeu sequer um turnover, enfrentando a defesa mais encardida da temporada. Aqui cabe uma ressalva, contudo: sem Pete Mickeal para fortalecer o perímetro, com Nathan Jawai, seu jogador mais físico e que ocupa um baita espaço no garrafão, jogando no sacrifício, a retaguarda do Barça não estava em melhor forma, ficando muito dispersa. Tanto Rodríguez como seu xará Llull aproveitaram muito bem essas brechas para atacar.

A atuação memorável do reserva do Real também se estende ao outro lado da quadra. Ele e Llull colocaram muita pressão em cima da armação do arquirrival. Foi desse jeito que o time conseguiu se livrar de uma desvantagem de até oito pontos no início do quarto período para terminar com +7.

Foi um grave erro de cálculo de Xavi Pascual, técnico do Barça. Justo ele, o mais calculista. Lidando com jogadores tão ágeis como esses, ele acabou deixando o veteran(íssim)o Sarunas Jasikevicius um pouco a mais do que devia em quadra. Quando retornou com Huertas, a menos de cinco minutos do fim, o Real já havia retomado o controle da partida. E sobrava pouco tempo para seu time se rearranjar em quadra e tentar uma nova investida.

Num jogo de detalhes como esse, o esmero de Rodríguez com a bola fez toda a diferença.

*  *  *

Marcelinho Huertas terminou o confronto com 19 pontos, 6 rebotes e 2 assistências, 7/15 nos arremessos, em 30 minutos. Não é a linha estatística mais normal de sua carreira, mas o brasileiro fez uma boa partida e foi instrumental em uma reação do Barça no terceiro período para o quarto. Chegou a marcar oito pontos consecutivos, deixando seu time no comando do placar. Até que foi sacado de quadra para descansar. Um dos poucos jogadores capazes de criar por conta própria no time do Barça, vindo do perímetro, Huertas teve de assumir uma carga maior em busca da cesta diante das dificuldades que Navarro encontrava. La bomba anotou apenas 9 pontos em 32 minutos, errando seis de nove arremessos.

*  *  *

O Real Madrid enfrenta o Olympikaos na decisão. Justamente o adversário de seu último título continental, lá longe, em 1995.

* O Canal Sports+, da Sky, transmite no domingo os últimos dois jogos do Final Four da Euroliga. Divido os comentários com Ricardo Bulgarelli. A naração fica por conta dos companheiros Maurício Bonato, Ricardo Bulgarelli e Marcelo do Ó, como foi durante toda a temporada.


Knicks diversifica ataque e resgata Carmelo Anthony para empatar série
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Giancarlo Giampietro

Melo no ataque

Carmelo ataca o grandalhão Hibbert em movimento

Em seus últimos quatro jogos, Carmelo Anthony havia arremessado 110 vezes. E acertado 35. Isso dá um aproveitamento de 31,8%, e não estamos falando de chutes de três pontos, mas arremessos de todos os cantos da quadra, incluindo os mais próximos ao aro.

Cruzes, hein?

Dos números acima, o número que assusta mais, acho, são as 110 tentativas. Média de 27,5 por jogo. Quer dizer, Melo estava, no mínimo, jogando por 55 pontos possíveis por duelo, sem contar os tiros de longa distância e os lances livres. Chuta, chuta, chuta, e chuta mais um pouco. Depois perguntam por que o Tyson Chandler tem dores nas costas. Vai pular tanto assim por rebote, vai. 😉

Mas é desta forma que o New York Knicks foi construído, mesmo. Seu plano de jogo vive ou morre por seu superastro. Felton vai ciscar aqui e ali para tentar abrir a defesa. Os chutadores vão se espalhar pelos cantos do ataque e o ala vai aparecer no “cotovelo” do garrafão para entrar em ação e gastar seu vasto repertório de movimentos.

O problema é que, de tanto recurso que o cara tem, por vezes o ataque da equipe pode ficar muito acomodado, estagnado, um prato cheio para boas defesas. Bota no Melo que ele resolve, ué. E a estrela gosta – tem a vocação de Oscar, Kobe, Jordan, Marcelinho neste caso, de atirar primeiro e perguntar depois.

Nesta terça, porém, na surra por 105 a 79, sobre o Pacers, igualando a série em 1 a 1, o Knicks procurou diversificar um pouco suas ações ofensivas e, enfim, resgatou seu cestinha do Pólo Norte.

Em vez de se contentar com jogadas de isolamento contra um defensor versátil e eficaz como Paul George. Em diversas ocasiões, mas, especialmente no segundo tempo, Felton e  Prigioni davam aquela enroladinha básica com a bola ao cruzar a quadra, enquanto o ala partia em direção a Chandler para uma série de corta-luzes diferentes – e Chandler, com sua envergadura e agilidade, é um dos melhores nesse quesito, daí que, se você for olhar sua linha estatística e dizer que, poxa, “fulano fez só oito pontos e pegou quatro rebotes”, pode correr o risco de julgar sua partida como ‘fraca’, ‘apagada’, quando há muitas outras formas de se contribuir para uma vitória no basquete.

Para ficar mais divertido, por vezes, o próprio Carmelo fazia um corta-luz prévio em cima do marcador de Chandler para, depois, receber a troca de favores do pivô, numa ação que pode deixar os defensores desnorteados, liberando o atacante por alguns segundos preciosos. O passe vem na mão e aí é caixa. Além disso, Anthony partiu para outros cantos da quadra e também procurou se desgarrar rapidamente, em movimento, em situações de transição, antes que a sufocante defesa do Pacers se recompusesse inteiramente.

Resultado: oele voltou a ter um a ter um volume de jogo altíssimo, com 26 disparos, mas com um rendimento bem mais palatável, convertendo exatamente a metade, aproveitando seu melhor posicionamento. Terminou com sua linha clássica de 32 pontos e 9 rebotes.

Se os chutes de longa distância no geral não caíram com a frequência desejada – foram apenas 10 cestas em 30 –, a (nem tão) simples reabilitação de Carmelo é uma notícia para o técnico Mike Woodson e o torcedor  (e cineasta genial nas horas vagas) Spike Lee.

Agora só resta mais uma expedição ao frio polar para recuperar JR Smith. Este ainda está com as mãos congeladas.

*  *  *

O que mais deu certo para o Knicks?

Na defesa, para tentar cortar o jogo interior potente do Pacers, Woodson resolveu atacar a raiz, com razão. Sua defesa pressionou bastante as linhas de passe e desestabilizou os limitados atletas de perímetro do adversário, que cuidaram muito mal da bola, cometendo 21 turnovers. Quatro atletas de Nova York tiveram dois roubos de bola – foram 11 no geral para equipe.

Esse abafa funcionou com perfeição do final do terceiro período em diante, quando os visitantes ficaram mais de dez minutos sem fazer uma cesta de quadra. Impressionante: sem saber o que fazer, a rapaziada tacava bolas desequilibradas de fora para amassar o aro do Garden. Foi essa sequência que tornou um jogo apertado em 36 minutos numa lavada ao final dos 48.

*  *  *

Pablo Prigioni teve um jogo perfeito: com 10 pontos, 4 assistências, 4 rebotes, convertendo todos os seus quatro arremessos, dois deles de longa distância, sem perder a bola uma vez sequer. A exigente torcida nova-iorquino aprovou e gritava “Pablo!” toda hora. Engraçado ver um veterano como o argentino virando mascote a essa altura da carreira.

*  *  *

Do lado do Pacers, a despeito de seus sete erros com a bola, impressiona a confiança com que Paul George vem se apresentando nos playoffs. Dá para perceber de cara por sua postura corporal, agindo com desenvoltura e firmeza em seus movimentos. Cresceu demais o rapaz na ausência de Danny Granger e com as tentativas, erros e acertos ao longo do campeonato.

 


Blake Griffin é a última adição a uma vasta lista de enfermos nos playoffs da NBA
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Giancarlo Giampietro

Marc Gasol x Blake Griffin, Memphis Grizzlies x Los Angeles Clippers

Blake Griffin é a última adição a uma tortuosa lista de enfermos da NBA

Blake Griffin entrou em quadra um pouco mais tarde que os companheiros de Clippers, sem nenhuma explicação. Bateu bola normalmente, procurou agrediu também como o de costume no primeiro quarto, mas ele simplesmente não conseguiu ser o mesmo durante a quinta partida da série contra o Memphis Grizzlies, que conseguiu a virada, fazendo 3 a 2 com uma grande vitória em Los Angeles.

Acontece que o (outro) clube de Los Angeles havia conseguido um milagre até esta terça-feira: na era de fontes anônimas amplificadas por Twitter e comunicação instantânea,  esconderam por mais de 24 horas o fato de que o ala-pivô era dúvida para a partida e que, se fosse para jogar, seria no sacrifício, devido a uma grave torção de tornozelo que sofrera na véspera. O jogador pisou no pé de Lamar Odom durante um exercício de garrafão e teve de se submeter a tratamento até minutos antes do confronto. Daí o atraso. Pois esse milagre, o da recuperação em tempo recorde, o clube não pôde fazer.

Uniformizado, mas nada pronto, foi limitado a apenas 20 minutos no total, seis no segundo tempo, e ainda encontrou um jeito de contribuir pelo menos com quatro pontos, cinco rebotes e cinco assistências, mostrando que sua mínima presença já atraía a defesa do Grizzlies, podendo, então, servir aos seus companheiros com sua habilidade mais subestimada: a visão de jogo/passe. Mas simplesmente não era o mesmo Blake Griffin: ele não bateu um lance livre enquanto esteve em quadra e penava com o jogo físico de Zach Randolph.

O astro do Clippers é apenas o caso mais recente – porque, pelo jeito, não dá pra falar em “último caso” – de lesões que vão interferindo de maneira direta e assustadora nos playoffs da NBA.

Se formos vasculhar o elenco dos 16 times que chegaram ao mata-mata, difícil encontrar alguém que esteja realmente 100%.

Vamos lá:

OESTE

– O Oklahoma City Thunder perdeu Russell Westbrook possivelmente para o resto dos playoffs devido a uma ruptura de menisco, tendo passado por uma cirurgia no sábado. Detalhe: a aberração atlética do Thunder nunca havia perdido um jogo sequer em toda a sua carreira, incluindo colegial e universidade, devido a qualquer tipo de problema físico.

Spliter is down

Splitter: tornozelo e desfalque

– O San Antonio Spurs precisou juntar os cacos ao final da temporada, com Tony Parker e Manu Ginóbili baleados. Eles parecem bem agora, mas o clube texano tem sorte de ter varrido o Lakers rapidamente para poder ficar um tempo a mais descansando e reabilitando Tiago Splitter, que sofreu uma torção de tornozelo esquerdo e perdeu o fim da primeira série. O clube espera que ele possa voltar para a segunda rodada.

– O Denver Nuggets já não conta mais com os serviços de Danilo Gallinari, cuja campanha foi encerrada ainda na temporada regular também por conta de danos em seu menisco. Além disso Kenneth Faried sofreu a sua própria torção de tornozelo, perdeu o primeiro jogo contra o Warriors e só foi lembrar nesta terça-feira o maníaco que é, subindo para cravadas e rebotes de tirar o fôlego.

– No Memphis Grizzlies, Marc Gasol tem de medir esforços para não agravar um estiramento muscular no abdome.

– O Golden State Warriors perdeu o ala-pivô David Lee por todo resto de campanha, devido a uma lesão muscular no quadril. Além disso, não pôde escalar o ala Brandon Rush durante todo o campeonato por conta de um joelho arrebentado.

– Se você for falar de lesões com Mike D’Antoni, o técnico do Los Angeles Lakers, é melhor tirar o lenço do bolso e se preparar para um dilúvio. Kobe Bryant estava fora de ação por conta de uma ruptura no tendão de Aquiles. Steve Nash precisou tomar injeções peridurais para enfrentar o Spurs, com lesões musculares e dores nas costas. Seu substituto, Steve Blake, também ficou no banco por conta de uma lesão na coxa. Pau Gasol teve de se virar com uma fascite plantar e tendinite nos joelhos. Ron Artest voltou para quadra sem nenhuma força na perna devido a uma cirurgia de reparo no menisco.

– Jeremy Lin desfalcou o Houston Rockets no último duelo com o Thunder e é dúvida para o quinto jogo por conta de um músculo do peito.

Acha que é pouco? Vamos, então, ao…

LESTE

Dwyane Wade está com problemas no joelho, e o Miami Heat ao menos teve o luxo de poupá-lo do quarto confronto com o fraquíssimo Milwaukee Bucks, conseguindo assim a quarta vitória e a varrida.

– O New York Knicks enfrenta o Boston Celtics sem poder contar com Amar’e Stoudemire – embora ainda haja a esperança de que ele volte para uma eventual e bem provável semifinal de conferência. Pablo Prigiini perdeu um jogo da série com o tornozelo torcido. Tyson Chandler está com dores no pescoço e nas costas, com sua mobilidade claramente avariada.

Rose, de terno o ano todo

O mistério de Derrick Rose: irmão mais velho diz que armador está a “90%”

– O Indiana Pacers precisou apagar de seus planos qualquer contribuição que esperava de Danny Granger neste ano. Com tendinite no joelho, ficou em tratamento por mais de quatro meses, tentou voltar a jogar em cinco partidas em fevereiro, mas não tinha jeito mesmo. Mais um que foi para a faca. George Hill tem de maneirar em seus movimentos por conta de uma contusão no quadril que causa dores na virilha.

– O Chicago Bulls é como se fosse o Lakers desta conferência. Minha nossa. Derrick Rose ainda não passou um minutinho em quadra em uma longa, longa, loooooonga recuperação de uma cirurgia no joelho (ligamento cruzado). Joakim Noah vai mancando com sua fascite plantar. Kirk Hinrich estourou a panturrilha. Taj Gibson voltou contra o Brooklyn Nets de uma torção no joelho, mas sem danos mais sérios.

– No Atlanta Hawks, Josh Smith tem problemas no joelho e no tornozelo, Al Horford, na coxa, Devin Harris, no pé, e Zaza Pachulia fora do campeonato depois de passar por uma cirurgia no tendão de Aquiles.

– Por fim, o Boston Celtics não conta com Rajon Rondo (ligamento cruzado do joelho) e Jared Sullinger (cirurgia nas costas). Entre as diversas contusões de Kevin Garnett, a última a incomodar está no quadril.

Chega de tortura?

Tenho quase toda a certeza do mundo de que deixei escapar alguma lesão ou contusão neste balanço. E outra: essas são as questões físicas declaradas pelos times e jogadores. Vai saber o que cada um está escondendo no momento.

É realmente necessária uma reflexão por parte da liga a respeito. Sua temporada de 82 jogos chega a ser desumana, considerando o nível de esforço físico exigido no esporte hoje em dia.

Como seriam os playoffs da NBA se todos os times estivessem 100%? O Miami Heat provavelmente ainda seria o grande favorito ao título, tá certo. Mas a gente nunca vai poder realmente saber.

 


Com ou sem estrela? Carmelo e Nuggets abrem playoffs da NBA com vitória
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Giancarlo Giampietro

Carmelo Anthony x Avery Bradley

O Carmelo vencedor dá as caras, enfim

Há sempre a ideia de que, na NBA, não se avança nos playoffs sem uma superestrela no elenco. Que o Detroit Pistons de 2004 seria apenas uma exceção para confirmar essa regra.

Bem, para os que não duvidam dessa máxima, se o Knicks for contar regularmente com o Carmelo Anthony que marcou 36 pontos neste sábado no primeiro confronto contra o Celtics, fica a impressão, sim, de que equipe de Manhattan pode, depois de muito tempo, desfrutar de uma longa campanha nos mata-matas.

Melo não se cansa de mencionar em entrevistas que venceu a vida inteira como jogador de basquete. Títulos no colegial, título no universitário em sua primeira e única temporada por Syracuse. Duas medalhas de ouro olímpicas. “I’m a winner, I’m a winner, I’m a winner”, foi o seu mote por muito tempo.

Na NBA, porém, resultado que é bom?

Nada.

O ala passou da primeira fase dos playoffs apenas uma vez (2009) desde entrou na liga, em 2003. É isso mesmo: só ma vez. Mesmo que tivesse ao seu lado gente como Chauncey Billups, Andre Miller, Allen Iverson, Amar’e Stoudemire, Nenê, Tyson Chandler, Kenyon Martin, Marcus Camby, Arron Afflalo, Al Harrington, JR Smith, Reggie Evans e outros atletas competentes, terminou por forçar sua saída por julgar que, em Denver, jamais conseguiria ir longe.

Esse discurso, para ser sincero, é o que me tira do sério nos esportes coletivos: quando a estrela reclama de não conseguir ir longe, ignorando que talvez, não custa dizer, caiba justamente a ela a condução de seu time. E, ok, claro que é difícil ser o capitão de um Bobcats ou Wizards – mas o Nuggets sempre teve elencos no mínimo decentes durante sua carreira por lá.

Mas tem isso também sobre Melo. Ele se comporta feito uma estrela, mesmo, sendo moldado para isso. Esperando um grande palco para brilhar. Em Nova York, ganhou todas as luzes, para tristeza de Stoudemire. Só demorou um pouco a corresponder a tanta atenção. Agora em sua terceira temporada, depois da conquista do segundo ouro com o Team USA, aos 28 anos, o décimo na liga, ele diz que, enfim, entendia as coisas, o que precisava ser feito para ter sucesso real e, não, virtual, em quadra.

Dessa vez não foi falácia. Apareceu em forma, mais concentrado em envolver seus companheiros, aceitando jogar como ala-pivô – e arcar com as consequências físicas dessa mudança –, e conduziu o Knicks a uma tão aguarda campanha de elite. O clube conquistou seu primeiro título de Divisão desde a era Pat Riley.

Na abertura dos playoffs, extremamente confiante, teve mais uma grande atuação, com 36 pontos – foi responsável por 42,3% da produção total da equipe –, torturando um cansado Jeff Green no final da partida. Acertou 44,8% de seus tiros de quadra, o que, friamente, não representaria o melhor rendimento. Porém, tal como já aconteceu muitas vezes com Kobe, é preciso ver o nível de dificuldade dos arremessos que Melo arriscou.

Nem sempre são as melhores tentativas, mas nem sempre também é por sua culpa. O ataque do Knicks não conseguiu criar espaços e situações em que seu cestinha pudesse operar com mais facilidade – tirando Anthony, só 5 em 19 tentativas. Mérito também de um time que defende bem há tempos. Então, numa posse de bola emperrada, acaba sobrando a bola na mão em situações de pressão. Dos últimos 11 pontos da equipe, ele marcou seis e fez a assistência para a cesta final de Kenyon Martin a 40 segundos fim. Foi dessa forma que terminou o embate, e o ala produziu – e venceu.

*  *  *

Por outro lado, no segundo jogo do dia, lá estava o Denver Nuggets, órfão de um destes cahamados astros desde a saída de Anthony, também vai encontrando sua própria maneira de atingir o sucesso, com um jogo coletivo e diversas armas que possam decidir um jogo, sem que nenhuma delas chega a ser badalada, nem nada. Ty Lawson até começa a se despontar, mas sempre tem espaço pra Danilo Gallinari, Kenneth Faried, Wilson Chandler e outros serem protagonistas.

No primeiro embate com o Warriors, em vitória por 97 a 95, foi a vez de o veterano Andre Miller, 37 anos, brilhar, marcando 28 pontos, incluindo a cesta da vitória a pouco mais de um segundo par ao fim da partida. Ao final da partida, o armador estava pasmo: disse que foi a primeira cesta de sua carreira nos últimos instantes para definir uma vitória. Teve seu momento de estrela.


Prévia dos playoffs da Conferência Leste da NBA: Parte 1
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Giancarlo Giampietro

 1-MIAMI HEAT x 8-MILWAUKEE BUCKS

A história: os caras de Miami venceram 37 de suas últimas 39 partidas. Seus adversários? Venceram 38 em todo o campeonato. Precisa dizer mais?

O jogo: o Bucks… Bem, o Bucks tem dois armadores extremamente fominhas em Brandon Jennings e Monta Ellis, que podem ganhar um jogo por conta, mas perder muitos também da mesma maneira – com chutes descabidos restando 15 segundos de posse de bola, em flutuação, na cabeça do garrafão. Enquanto isso, Mike Dunleavy Jr. e JJ Redick, extremamente eficientes, correm o risco de ficarem apenas como espetacores. O duro é que, contra uma defesa tão ágil e atlética como a do Heat, talvez não haja escapatória além das investidas de seus dois pequenos. O que mais? Seu elenco é composto por 340 pivôs interessantes, mas que roubam uns dos outros o tempo de quadra, impedindo qualquer consistência. Um dos melhores defensores do campeonato, Larry Sanders vai ter de se virar no perímetro contra Chris Bosh. Luc Richard Mbah a Moute, caso estivesse bem fisicamente, poderia se meter no caminho de LeBron algumas vezes. Ersan Ilyasova se recuperou de um início de campanha calamitoso para justificar a bolada que recebeu na hora de renovar seu contratos, embora não cause tanto impacto assim no destino da equipe. Enfim, estamos procurando aqui mais e mais motivos que pudessem animar os anti-Heat, mas está complicado. Ao menos, Ellis e Jennings estrelaram o comercial mais legal da NBA em muito tempo, embora seja bizarro falar de união justamente sobre esses dois fominhas:

De dar nos nervos: Shane Battier é tão ingeligente, mas tão inteligente numa quadra de basquete, que pode dar raiva, sim. Estamos falando de um verdadeiro cdf. O ala conhecido como Sr. Presidente na China – isso vem dos tempos em que era companheiro de Yao no Rockets – ganhou ainda mais notoriedade no vestiário do Heat com seus discursos pré-jogo durante a sequência de vitórias histórica da equipe. Mas seus serviços mais importantes acontecem em quadra, cumprindo um posicionamento defensivo impecável, que compensa seu jogo, digamos, terreno. Battier é daqueles que sempre dá o passo à frente, para fora da área restrita ao redor da cesta. Daqueles que quase nunca salta diante da primeira tentativa de finta de seu adversário, mantendo os pés plantados, o braço erguido, forçando o oponente a tomar outra decisão. Forte, com estatura mediana, casou muito bem com LeBron na defesa, numa combinação vital para o aprofundamento do “basquete sem posição” planejado por Spoelstra. Não é à toa que, no ano em que se tornou agente livre, foi recrutado de imediato por LeBron e Dwyane Wade para juntar forças no Miami. Os astros sabiam o que era jogar contra ele.

Olho nele: depois do título, muitos davam a carreira de Mike Miller por encerrada. O ala mal conseguia celebrar direito na saída de quadra, totalmente travado nas costas. Os jogadores do Heat, mesmo, brincavam que ele estava precisando de uma cadeira de rodas ou, no mínimo, um andador para as férias. Aí que Pat Riley encontoru um meio de roubar Ray Allen de Boston, e o papel do ala parecida cada vez mais secundário. Em fevereiro, ele disputou apenas um jogo. Em março, só foi ganhar tempo de quadra significativo a partir do dia 24. Em abril, porém, quando Spo começou a descansar seus titulares, especialmente Wade e LeBron, Miller se apresentou surpreendentemente como um jogador que ainda pode ser relevante para o time: arremessando mais de seis bolas de três pontos em média durante nove partids, ele matou 51,8% delas. Suas médias foram de 12,1 pontos, 5,1 rebotes e, melhor, 3,7 assistências em apenas 27,2 minutos. Nos playoffs, com a tendência de jogos mais amarrados, apertados, ter um atirador de longa distância – e ótimo passador – disponível nunca é demais.

Palpite: Bucks 4-2.

(Brincadeira, é que por um minuto o Brandon Jennings hackeou minha máquina).

Miami 4-0, fora o baile.

 2-NEW YORK KNICKS x 7-BOSTON CELTICS

A história: Spike Lee espera muito mesmo por uma grande campanha dos Bockers nos playoffs. Mas muito mesmo. Dá para imaginar as capas dos tabloides nova-iorquinos todas pintadas de azul e laranja, e o Garden bombando. A expectativa é tanta que qualquer coisa abaixo de uma final de conferência seria considerada um fracasso. Agora, vá você tentar convencer os orgulhosos Paul Pierce, Kevin Garnett e Doc Rivers disso. Eu? Tou fora.

O jogo: resta saber apenas se KG terá condições de batalhar em quadra. O mesmo vale para Tyson Chandler do outro lado. Sem os pivôs, essa pode ser a primeira série na história pós-George Mikan a ter um jogador de 2,06 m de altura – Jeff Green, no caso, em registros oficiais… Vai saber se chega a isso – como o mais alto em quadra. O plano tático de Mike Woodson de small-ball ficou ainda mais aprofundado depois dos problemas físicos de Tyson Chandler (um baque) e Rasheed Wallace, Marcus Camby e Kurt Thomas (nenhuma novidade aqui). E toca tiro de três pontos: seu time foi o que mais arremessou de longa distância na temporada (2371, dois a mais que o Rockets, e 981 a mais que o Celtics!!!). A ideia é espaçar ao máximo a quadra para deixar Carmelo operar, o que quer dizer que Jeff Green terá um trabalhão danado. O ala enfim justificou a panca de superestrela, num grande campeonato. Por mais que Paul Pierce tenha os nova-iorquinos como suas vítimas preferidas, fica difícil de imaginar que ele possa, a essa altura, se equiparar ao potente cestinha do Knicks. Se JR Smith mantiver o ritmo das últimas semanas, o tempo fecha de vez.

De dar nos nervos: Raymond Felton, Pablo Prigioni, Jason Kidd… Respirem fundo, amigos, porque o Avery Bradley é uma peste que só na pressão quadra inteira, 3/4 ou meia quadra. Não importa onde e como o armador adversário drible a bola: contra Bradley, está correndo risco de ser desarmado. Sua movimentação lateral – ou “jogo de cintura” – é inigualável. Veja este clipe aqui:

Ou, se quiser, este:

 Como se diz mesmo? “Monstro”?

Olho nele: era para ser Leandrinho, mas a lesão no joelho tirou o brasileiro da temporada. Então vai de Jordan Crawford, glup. O ala ex-Wizards foi contratado de última hora para assumir as atribuições antes designadas ao brasileiro: carregar a bola vindo do banco e pontuar. Agora, nem sempre é bonito. Ou melhor, raramente é bonito de se ver. Porque Crawford realmente pode conduzir a bola, mas quem disse que ele é obrigado a passá-la? Um jogador muito talentoso, mas extremamente individualista. Observem e esqueçam, depois, por favor.

Palpite: Knicks em seis (4-2).

*PREVIA DO OESTE: Thunder x Rockets e Spurs x Lakers.
* PREVIA DO OESTE:
Nuggets x Warriors e Clippers x Grizzlies.


As estranhas relações entre duas atrações imperdíveis do Lollapalooza e a NBA
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Giancarlo Giampietro

Shaq Fu

Shaq Fu! Aaaargh

É muito mais fácil ligar o basquete ao rap, ainda mais depois da geração gansta. Existem até mesmo aqueles cestinhas que se meteram a besta como artistas fora de quadra também, e a gente sabe que quase nunca isso vai dar certo. Shaquille O’Neal, Allen Iverson e o nosso lunático anti-herói Ron Artest, justo ele, podem rimar alguma coisa a respeito.

Por outro lado, tem gente que, em outro estilo, mandou muito bem, como o finado Wayman Tisdale, que talvez tenha sido um melhor baixista de funk/jazz do que ala-pivô, embora fosse um habilidoso jogador para pontuar no garrafão – e não muito mais que isso.

Agora, com o festival Lollapalooza chegando a São Paulo com sua edição 2013 neste fim de semana de Páscoa, o blogueiro tem a chance de roubar um pouquinho e falar sobre outra coisa que lhe apetece. Mas, ok, para não soar ofensivo ao batalhador leitor que já podia reclamar do cansaço e da  perda tempo neste espaço, a gente dá um jeito de jogar o basquete no meio dessa história.

*  *  *

OS PIONEIROS CULTS DE OKLAHOMA CITY

Wayne Coyne

Flaming Lips, de Wayne Coyne, e seu ritual estão prestes a voltar ao Brasil

Kobe Bryant deve ter feito das suas. Alguma bandeja reversa por baixo do aro. Alguma mudança brusca de direção seguida de enterrada. Um arremesso em flutuação na zona morta, com o corpo já atrás da linha da tabela. Qualquer coisa desse tipo que tenha feito o esquisitão Wayne Coyne vibrar na plateia. Atitude que foi imediatamente repreendida.

“Mas aquilo foi maluco! Quem é aquele?”, perguntou o músico. Explicaram de quem se tratava e completaram que ali, na cidade deles, meu chapa, ninguém vai aplaudir alguém que jogue do outro lado, não importa quem ou o que o sujeito tenha feito.

Wayne Coyne, o líder do Flaming Lips, atração do festival paulistano na sexta-feira, é do tipo de pessoa que realmente não sabe quem seja esse tal de Kobe. Sua cabeça já anda bastante ocupada com muita coisa: as trezentas parcerias musicais que podem ser engatilhadas nas próximas semanas, com robôs que aterrorizem a pequena Yoshimi, sobre como os efeitos do ácido podem ser positivos para um ser-humano antes do almoço e de como poderia usar a próxima representação de vagina e/ou bichos de pelúcia em um palco, galeria ou kit para imprensa. É maluco, mas, no universo criado pela banda, acontece tudo de modo muito pueril, acreditem.

(Já entrei nessa isso em duas ocasiões, em 2005 aqui em Sampa, em 2011 em Santiago. É um ritual especial. O sujeito vai entrar em uma bolha de plástico e andar/rolar por cima de centenas no público. O telão sempre trazendo algo surpreendente para a apresentação. Eles vão estourar muitos confetes, serpentinas e balões de plástico. A banda emenda alguns refrões cativantes em sequência. O plano é fazer de tudo para que o show de sexta-feira seja inesquecível. Lendo assim, pode parecer apenas uma festinha tonta para a criançada mal-crescida, e talvez seja isso mesmo. Mas só vendo ao vivo para saber.)

Calha que a banda tem como base a mesma Oklahoma City do Thunder. Muito antes de Kevin Durant tomar conta dos outdoors e ser cultuado – junto com Westbrook e a barba de James Harden –,  Coyne, de 51 anos, e seu grupo eram os que mais chegavam perto de celebridades locais.

"Thunder Up", Coyne!

Wayne Coyne comemora. Resta saber apenas se foi cesta do Thunder

Ao contrário do Thunder com seus jovens superastros, o Flaming Lips nunca foi necessariamente um arrasa-quarteirão de vendas, embora tenham ganhado fama mundial no mesmo período em que sua cidade floresceu. Eles deram uma piscadela para o estrelado com a trilogia “The Soft Bulletin”(1999), “Yoshimi Battles the Pink Robots” (2002) e “At War with the Mystics” (2006), ganhando três Grammys, mas não tardaram em recuar para suas trincheiras obscuras.

Antes desse flerte com o mainstream, por exemplo, haviam gravado um disco quádruplo – “Zaireeka”, de 1997 – cujas partes deveriam ser tocadas simultaneamente numa orquestra do barulho (leiam com a voz do locutor global na cabeça, por favor, anunciando a próxima atração da “Sessão da Tarde”). Você pode entender como uma “coisa-de-lôco”, um lixo irrecuperável, mas eles sinceramente não se importam. Em um projeto mais recente, lançado no ano passado, fizeram um álbum coletivo – “The Flaming Lips and Heady Fwends” –, trocando arquivos de músicas com colaboradores espalhados pelo mundo todo, apresentando gente como Chris Martin, do Coldplay, e Bon Iver, para depois costurar tudo.

Enfim, antes da migração do Supersonics para Okahoma City, quais as referências possíveis da cidade para aqueles fora dos Estados Unidos? Para a maioria, provavelmente apenas o lamentável atendado de 1995,  que resultou na morte de 168 pessoas e em outras 684 feridas. Mas, pelas razões citadas acima, para um pequeno grupo de seguidores, havia também os Lábios Flamejantes.

Hoje, a coisa mudou. Quando o líder do grupo é abordado em turnês pela Europa, Austrália e, de repente, aqui no Brasil, o que ele mais ouve é sobre os fedelhos do Thunder, como as pessoas gostam de assistir aos jogos deles. Durant, Westbrook e, snif! snif!, James Harden haviam ultrapassado sua popularidade.

O time se tornou o símbolo perfeito para a revitalização por qual passou Oklahoma City da década de 90 para cá. De uma terra perdida no meio dos Estados Unidos, onde se encontram diversas formações vegetais, uma área de confluência climática e também de diversas culturas das diferentes regiões que a rodeiam, a cidade se tornou um pólo econômico e criativo.

Embora o grupo de Coyne tenha feito uma música que virou o hino oficial de rock da cidade – a encantadora “Do You Realize???”, do vídeo acima –, o Flaming Lips, com sua psicodelia e provações constantes, nunca seria mesmo um símbolo de nada institucional, muito menos em um território ainda bastante conservador. Um nativo que nunca deixou o local, por mais que Nova York ou Los Angeles pudessem ser muito mais convidativas e cômodas para sua carreira, Coyne reconhece a importância do clube nesse sentido, diante do ressurgimento de Oklahoma City. “Acho que as pessoas gostam da ideia de que, seja o roqueiro malucão ou o jogador de basquete, nós todos temos este espírito da cidade. É algo que eu realmente não acho que existe. Mas o Thunder provavelmente conseguiu unir isso mais do que qualquer um”, disse em entrevista ao New York Times, em abrangente reportagem sobre a relação da equipe e a cidade.

No ano passado, durante os playoffs, o Flaming Lips até regravou um de seus hits – acho que dá para ser classificado como um hit –, “Race for the Prize” como um hino para o time: “Thunder Up!”, sendo tocado minutos antes dos jogos. ‘”Kevin Durant / don’t say he can’t!”, diz um trecho da letra. Veja abaixo a versão atualizada, seguida pela original ao vivo:


Só não peçam que Wayne Coyne entenda alguma coisa de basquete. “Quando você está lá, não é que um jogo seja um evento que siga um script de Steven Spielberg. Fico meio confuso. Será que nós vencemos? Eles venceram? E, quando você olha para o placar, bem, será que o jogo acabou?”, disse ao NYT, se autodescrevendo como o torcedor mais perdido do ginásio e do planeta.

O negócio deles é no palco mesmo, território em que consegue encontrar as similaridades entre o jogo e um show. “É aquela ideia de que está todo mundo focado na mesma coisa, ao mesmo tempo, ficando juntos e fazendo da experiência algo maior. É uma tolice, mas todas as coisas são tolas assim.”

Com o Flaming Lips, é isso aí.

*  *  *

OS RENEGADOS DO GRUNGE

Fundada em meados dos anos 80, mapeada pela indústria musical americana apenas em 1993 com a entrada de “Transmissions from the Satellite Heart” nas paradas, o Flaming Lips poderia ter embarcado na onda grunge que dominava as rádios naqueles tempos, mas seguiram por um caminho absurdo, completamente distante do chamado “som de Seattle”. Ironicamente, Kevin Durant poderia ter sido uma figura totalmente ligada a essa cidade do Noroeste dos Estados Unidos, mas acabou jogando lá por apenas um ano, antes do polêmico deslocamento de sua franquia para Oklahoma City.

Shawn Kemp x Jeff Ament

Jeff Ament em peça publicitária com Shawn Kemp, seu ídolo em Seattle

Foi um movimento amaldiçoado por Jeff Ament, baixista do Pearl Jam e fanático pelo Supersonics, daqueles que compravam carnês de ingressos temporada após temporada junto com o guitarrista Stone Gossard. Os dois são outros que tocam no Lollapalooza, mas no domingo.

Muito antes de conhecer Chris Cornell ou Eddie Vedder, Ament era um armador talentoso no colegial em Montana, interiorzão da América profunda. Foi eleito para seleções estaduais e tudo, a ponto de ser recrutado pela universidade de… Montana (dãr!) como jogador. Entrou para a equipe dirigida por Mike Montgomery, futuro técnico de Stanford, do Golden State Warriors e hoje da universidade de California e, rapidamente, descobriu que, como aspirante a uma carreira no basquete universitário, ele provavelmente tinha mais jeito, mesmo, para o rock. “Os mundos de esportes e música não combinavam, realmente. Onde eu cresci, eu podia ser um esportista e um punk rocker. Quando fui para a universidade, ficou aparente que eu tinha de pertencer somente a um desses grupos”, disse em entrevista interessante à ESPN americana.

Bem, a gente já sabe hoje no que deu isso tudo. O cara se mudou para Seattle, conheceu certas pessoas, as coisas demoraram para se encaixarem, mas de repente ele fazia parte de uma das bandas que se tornaria das mais populares do mundo. No início, na condição de estrela emergente do rock, Ament era obrigado a esconder do público sua outra metade. Afinal, tinha sempre quem importunasse. “Kurt Cobain e Coutrney Love sempre zoaram o fato de que eu jogava basquete. Uma vez eu parei para dizer oi antes de um show e, quando estava indo embora, Courtney gritou: ‘Vá jogar basquete com Dave Grohl!'”, recordou o baixista. Os roqueiros que foram etiquetados como grunge já eram aqueles que a sociedade não queria. Ament conseguiu ser um rejeitado dentro desse universo. 🙂

Jeff Ament, versão basqueteiro

Jeff Ament não tinha a maior pinta de basqueteiro do mundo, de todo modo

Nas turnês, porém, ele confessa que sempre havia uma bola de basquete ou futebol americano por perto. Vedder, segundo seu companheiro, era mais ligado ao beisebol. Hoje, mais maduro e consagrado, não há restrição alguma, claro, em se assumir um basqueteiro – que realmente acompanha a NBA em detalhes, ainda que em Seattle ele não tenha mais nenhum clube profissional pelo qual torcer. “(Se um novo time chegasse,) Acho que teria de namorá-lo por um tempo. Se as coisas dessem certo, poderia checar se alguém gostaria de dividir o carnê de ingressos por alguns anos”, afirma.

Avaliando a possível transferência do Sacramento Kings para Seattle, fica difícil de avaliar qual o comportamento adequado. “Seria a melhor e a pior opção ao mesmo tempo. É a melhor porque eles têm provavelmente o melhor potencial como time de playoff, se o DeMarcus Cousins conseguir entender seu cérebro de alguma forma, ou se eles conseguirem um técnico que possa treiná-lo, ou se o Tyreke Evans der as caras. Mas Sacramento é uma cidade pequena. Se você tira o Kings deles, vão ficar com o quê? Só um time menor de beisebol, algo assim”, diz.

A ligação do Pearl Jam com o basquete, desta forma, é muito mais intensa do que o normal entre os roqueiros, certamente maior que a do Flaming Lips com o Thuder. Desse vínculo, se  destacam duas histórias:

– Ament já escreveu uma canção para citando Kareem Abdul-Jabbar, chamada “Sweet Lew”, do álbum “Lost Dogs” (2003), em referência ao nome de batismo do legendário pivô, Lew Alcindor. Não foi bem uma homenagem: Jabbar foi seu técnico em um jogo de celebridades e o teria ignorado quando foi tentou puxar um papo – a propósito, ele identifica os bateristas Chad Smith, do Red Hot Chilli Peppers, e Steve Gordon, do Black Crowes, como os melhores músicos-jogadores que conheceu.

Mookie Blaylock, ex-Pearl Jam

Mookie Blaylock, ex-armador do Nets e ex-Pearl Jam. Seu número? Dez, ou “Ten”, primeiro álbum da banda que vendeu mais que água nos anos 90

– Um dos primeiros nomes da banda foi “Mookie Blaylock”, aquele armador que defendeu New Jersey Nets, Golden State Warriors, mas teve seu  melhor momento pelo Atlanta Hawks nos anos 90. Como isso aconteceu? O grupo estava em uma lanchonete para fazer sua primeira gravação em um estúdio, com uma diária de uns US$ 10. Ainda assim, conseguiam comprar alguns pacotes de cards. Em um deles, saiu o armador. Ainda não haviam decidido um um nome para o conjunto e colocaram a “figurinha” de Blaylock na capa da fita que gravaram. Depois, saíram em uma turnê de dez dias com o Alice in Chains usando esse nome. Só mais tarde que veio a combinação a ser consagrada.

Há diversas explicações para “Pearl Jam”. Uma fictícia, inventada por Vedder em uma entrevista é de que ele teria uma avó chamada Pearl, que fazia uma geleia inigualável. Outra teoria, que tem seus defensores entre biógrafos e velhos amigos, é de que “Pearl” seria uma referência ao apelido de Earl “The Pearl” Monroe, craque do Knicks e do Bullets nos anos 70, e fantástico nas enterradas. O “Jam” também teria sido unido a “Pearl” depois que os amigos compareceram a um show de Neil Young, e o figurão canadense não parava de esticar suas músicas, em “jam sessions” com os companheiros de palco.

 Por mais fanáticos que sejam, música para o Sonics Jeff Ament e Stone Gossard nunca fizeram. 🙁

*  *  *

Atração do Lollapalooza paulistano de 2012, a Band of Horses, também de Seattle, chegou a gravar uma música intitulada “Detelf Schrempf”. Mas eles juram que não tem inspiração alguma no ex-craque alemão. Investigamos isso na encarnação passada.

*  *  *

#NBAbands

De vez em quando tem dessas brincadeiras no Twitter que divertem, né? Demora, mas acontece. Ótima oportunidade, então, para resgatar alguns dos trocadilhos na fusão de nomes de bandas com jogadores da NBA, a #NBAbands, que foi trending topic há algumas semanas.

– “Durant Durant” = para ficar no tema.

– “Garret Temple of Dog” = o Temple of Dog uniu os integrantes de Pearl Jam e Soundgarden, vizinhos de Seattle. Garret Temple ainda busca se firmar na NBA, fazendo dupla armação com John Wall no Wizards.

– “Rajon Against the Machine” = A fama de esquentadinho de Rajon Rondo poderia ser direcionada contra o sistema, como fez nos anos 90 os revolucionários do Rage Against?

– “30 Seconds Dumars” = Quando Joe Dumars contratou Charlie Villanueva e Ben Gordon de uma só vez, quebranco a banca, muitos torcedores do Pistons se perguntaram certamente se ele estava com a cabeça a “30 Seconds to Mars”, banda do ator Jared Leto.

– “John, Paul George, and Ringo” = Eu realmente nunca havia pensado que o prodígio do Indiana Pacers reunia dois daquele quarteto de Liverpool em um só nome.

– “The Jimmer Fredette Experience” = A experiência de Jimi Hendrix não durou muito, mas deixou um baita legado para a música. Jimmer Fredette, fenômeno univeristário, ainda batalha para deixar sua marca na liga.

– “Bryant Adams” = uma combinação insólita de um dos maiores assassinos em quadra, Kobe Bryant, com um astro pop canadense de letras bem melosas, Bryan Adams.

– “My Darnell Valentine”, “My Bloody Valanciunas” = a banda shoegaze viajandona My Bloody Valentine voltou a lancar um álbum neste ano e serviu de inspiração para dois dos melhores nomes, seja com o ex-armador de Portland Trail Blazers, Cleveland Cavaliers e que terminou a carreira na Itália, ou com o jovem pivô lituano Jonas Valanciunas, aposta do Raptors.

– “Lillard Skynyrd” = Damien Lillard pode ter vindo do interior dos Estados Unidos, mas imagino ser pouco provável que a sensação do Blazers toque em seu iPod algum sucesso setentista do Lynyrd Skynyrd.

–  “Simon & Garnett” = Se Paul Simon já brigava com alguém de voz tão bonita como Art Garfunkel, o que aconteceria se ele fizesse dupla com um psicopata feito Kevin Garnett?

– “The Artist Formally Known as Tayshaun Prince” = hoje no Grizzlies, Tayshaun ao menos quer provar que ainda pode ser uma peça útil nos playoffs, enquanto Prince pirou por completo.

– “Bon Iverson” = Iverson chegou tarde. Bon Iver já tem em Kanye West seu rapper preferido.

– “Ol’ Dirk Bastard” = Nowitzki já é praticamente um texano de Dallas, mas parece estar longe do rap nervoso (e dos pileques) de Ol’ Dirty Bastard, um dos integrantes do histórico grupo de rap Wu Tang Clan.

– “Al Jefferson Airplane” = Os movimentos de costas para a cesta de Al Jefferson são tão criativos como o som psicodélico do Jefferson Airplane? Não chega a tanto.

– “Earth, Wind & Fire Isiah” = nesta versão, a banda favorita de qualquer torcedor radical do New York Knicks que tenha vivido um pesadelo na era Isiah Thomas em Manhattan.

– “Brad Lohaus of Pain” = É do House of Pain uma das músicas mais tocadas na história dos jogos de basquete, “Jump Around”. Para Brad Lohaus, um branquelo pouco atlético, ficar saltando muito por aí, apenas na primeira versão do NBA Jam, pelo Milwaukee Bucks, mesmo.


Semana final de trocas da NBA envolve Leandrinho e jogadores periféricos
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Giancarlo Giampietro

Na temporada passada, ainda estava tudo muito recente. As franquias sangraram um bocado durante o lo(uc)caute e ainda não haviam assimilado exatamente do que se tratavam as novas regras da liga, depois de longas e desgastantes discussões e as decorrentes e consideráveis mudanças na relação trabalhista com os jogadores e também na limitação da condução de transações entre as próprias franquias.

Ronnie Brewer x Dwyane Wade

Ronnie Brewer (e) foi um dos poucos jogadores contratados por times de ponta em um mercado mais restrito. Agora vai ter de combater Wade ao lado de Durant

Agora, a julgar por uma semana de trocas bem tímida, parece que ou os clubes enfim conseguiram fazer a lição de casa e se assustaram, ou ainda não entenderam bem quais são as regras que estão na mesa e tiraram o pé. De todo modo, o que predominou, mesmo, foi uma extrema precaução nas conversações entre os clubes. Prova mais clara desse cuidado todo foi a escassa quantidade de escolhas de Draft .

Geralmente, essas escolhas funcionam como fator decisivo para o fechamento de um negócio, como uma medida de convencimento: “Escuta, se você não adora tanto assim esse jogador aqui, eu te dou mais, e não se fala mais nisso”. Hoje, elas viraram commodities muito valiosas, devido ao baixo salários que os calouros recebem em seus contratos – ou, pelo menos, baixos quando comparados com a produção em quadra que oferecem.

De todas as trocas acertadas nesta temporada, apenas o Memphis Grizzlies cedeu um pick, para convencer o Cleveland Cavaliers a receber um punhado de reservas, livrando-se assim de alguns salários indesejados. E mais nada. O mesmo Grizzlies que depois despachou Rudy Gay algumas semanas atrás na movimentação de maior destaque.

Relembremos, então, o que aconteceu nesta semana, com alguns pitacos sobre as trocas mais significantes:

Boston Celtics recebe Jordan Crawford, Washington Wizards recebe Leandrinho e Jason Collins.

Jordan Crawford x Jason Terry x Leandrinho?

Crawford assume o papel de Leandrinho em Boston. Jason Terry vai gostar?

– O que o Celtics ganha: um reforço pontual para Doc Rivers no perímetro, ocupando a vaga que era do brasileiro. Crawford é um dos atletas que consegue criar jogadas por conta própria contra qualquer marcador, com muita habilidade no drible e um destemor que muitas vezes pode lhe colocar em situações embaraçosas (pedradas e airballs, leia-se). Pode ser um fominha exagerado e não marca muito bem. Fica a expectativa para ver como vai se comportar ao lado de veteranos como Garnett e Pierce e como responde aos comandos de Doc Rivers. Pode ser uma boa pedida ou dor-de-cabeça.

– O que o Wizards ganha: adição por subtração, saca? Mesmo que Leandrinho não possa jogar mais nesta temporada, o clube ao menos se livrou de Crawford, que estava chiando demais na capital norte-americana desde que o novato Brad Beal tomou conta de sua posição e John Wall retornou de lesão. Jason Collins, pelo contrário, é um veterano bom-moço, que não apontar o dedo para ninguém. E quanto a Leandrinho? Quem se lembra da declaração de Danny Ainge de que gostaria de renovar com o brasileiro? Não durou muito. Negócios são negócios.

Milwaukee Bucks recebe JJ Redick, Gustavo Ayón e Ish Smith. Orlando Magic recebe Tobias Harris, Doron Lamb e Beno Udrih.

JJ Redick

JJ Redick deixa o Bucks mais forte para os playoffs

– O que o Bucks ganha: O gerente geral John Hammond prova que leva sua temporada a sério – acredite, nem todos os cartolas avaliam a situação desta maneira – e tenta desafiar os cabeças-de-chave nos playoffs do Leste, fortalecendo, e muito, sua rotação de perímetro com  Redick, um jogador sobre o qual já foi publicado um manifesto na encarnação passada do Vinte Um. Para os preguiçosos de fim de semana, resumimos: o ala é um dos caras mais eficientes da liga e também dos mais conscientes. Vamos falar mais a respeito em breve. Ayón é outro jogador bastante inteligente, indicado por algum sabichão como um possível reforço barato neste ano, mas que tem um problema pela frente: chega a um clube com rotação completamente congestionada no garrafão. Ish Smith? Se Jim Boylan precisar usar o baixinho em jogos decisivos neste ano, seria um péssimo sinal para suas pretensões.

– O que o Magic ganha: Tobias Harris e Doron Lamb foram muito pouco aproveitados em Milwaukee, mas são bem avaliados pelos scouts da liga. Harris está em sua segunda temporada na liga, mas tem apenas 20 anos e é conhecido por sua força física e firme presença próximo da cesta.  Lamb foi campeão universitário por Kentucky. Embora não seja o jogador mais atlético, tem fundamentos sólidos  no ataque e um belo arremesso de longa distância. São mais dois prospectos para Jacque Vaughn trabalhar em um elenco que carece de jovens talentos. Antes de retornar ao mercado de agentes livres, Beno Udrih pode quebrar um galho no caso de a lesão de Jameer Nelson ser grave.

(Paralelamente, o Orlando Magic mandou o ala-pivô Josh McRoberts para o Charlotte Bobcats, em troca de Hakim Warrick, que deve ser dispensado. Provavelmente, então, Michael Jordan concordou em dar alguma graninha para a franquia da flórida, ou alguma escolha de segunda rodada. Agora: o que McRoberts vai fazer em Charlotte também fica no ar. É um jogador esforçado, que gosta de dar pancadas, tem boa impulsão e agilidade, mas não acrescenta muita coisa para um time que já tem bons operários em seu elenco, mas precisa desesperadamente de um astro).

Oklahoma City Thunder recebe Ronnie Brewer, New York Knicks ganha uma escolha de segunda rodada.
O que o Thunder ganha: Brewer foi mais um reforço bom e barato apontado aqui a mudar de ares. Valeu, Sam Presti, amigo de fé, meu irmão camarada. 🙂 O ala começou a bela temporada do Knicks como titular, mas foi afastado bruscamente da rotação por Mike Woodson, num movimento muito difícil de se entender. Ótimo defensor, experiente e atlético, pode ser útil por 10 a 15 minutos em média nos playoffs, ainda mais se o Thunder cruzar com o Miami Heat novamente na final – em seus tempo de Bulls, sempre fez um bom rabalho contra Wade.

– O que o Knicks ganha: alívio na folha salarial, mas fútil para um time que não tem preocupação alguma em economizar, além de uma escolha de segunda rodada no Draft, que deve ser insiginificante, entre os últimos lugares.

(Para abrir espaço a Brewer, o Thunder cedeu o armador reserva Eric Maynor para o Portland Trail Blazers, também em troca de um pick de segunda ronda. Maynor perdeu espaço para Reggie Jackson na reserva de Westbrook e ainda se recuper de uma cirurgia no joelho. De qualquer forma, o banco do Blazers é tão ruim que ele deve chegar ao Oregon com status de salvador, em seu último ano de contrato. Isto é: não representa impacto para as finanças do time.)

Houston Rockets recebe Thomas Robinson, Francisco Garcia e Tyler Honeycutt, Sacramento Kings recebe Patrick Patterson, Cole Aldrich e Toney Douglas.

Meu nome é Morris

Marcus Morris e Markieff Morris. Ou Markieff e Marcus Morris?

– O que o Rockets ganha: o quinto selecionado no último Draft em mais um ataque sorrateiro de Daryl Morey, o padrinho dos nerds. Com dezenas de jornalistas cobrindo a liga minuto a minuto, contectados ao Twitter, com celulares nas mãos, esperando o assobio do passarinho mais próximo, o gerente geral conseguiu fechar um negócio que ninguém havia especulado. Coisa que nem a CIA consegue hoje mais. Robinson não teve um bom início de carreira na NBA, mas estava cedo, mas muito cedo mesmo para se abrir mão. Tem coisas que só Sacramento Kings faz por você, mesmo. E mais: Garcia está em seu último ano de contrato, dando ao Rockets a chance de cortar mais um punhado de dólares de sua folha de pagamento ao final do campeonato. Para ir, então, em direção a Dwight Howard ou Josh Smith. Segura. Além disso, Garcia é um bom arremessador de três pontos, um sujeito que não complica as coisas no vestiário e pode entrar na rotação de Kevin McHale ao lado de Carlos Delfino.

O que o Kings ganha: grana. O time poupa US$ 4 milhões em salários neste ano com um só objetivo: fazer do time mais barato e mais atraente para um novo comprador. Por mais que publicamente a diretoria vá alegar que Patterson é amigo de DeMarcus Cousins (jogaram juntos em Kentucky) e que ele se encaixa melhor com seu talentoso e irritadiço pivô, abrindo a quadra com seus disparos de longa distância, não há explicação para trocar um pick 5 de Draft além desses tempos miseráveis por que passa a franquia. Douglas e Aldrich não devem ficar perdidos nessa situação por muito tempo.

(O Rockets também prestou um serviço público ao encaminhar o ala Marcus Morris para o Phoenix Suns, em troca de uma escolha de segunda rodada. Marcus agora volta a atuar ao lado de seu irmão gêmeo, Markieff. O problema é que os dois jogam hoje na mesma posição. Xi. Ah, e o Suns ainda acertou outro negócio menor, ao enviar o armador Sebastian Telfair para Toronto, em troca do pivô iraniano Hamed Haddadi e de – adivinha o quê??? – outra escolha de segunda rodada do Draft. Tcha-ram.)


As dez histórias para se acompanhar na reta final da temporada da NBA
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Giancarlo Giampietro

Muito já aconteceu de novembro até aqui, mas isso não quer dizer que não tem muito mais o que se observar na temporada 2012-2013 da NBA. Vale ficar de olho no desenvolvimento das seguintes histórias:

Kobe Bryant x Klay Thompson

Um deslize do Warriors poderia salvar a temporada tortuosa do Lakers de Kobe?

O Lakers, meu Deus, o Lakers!
No que vai dar esse melodrama todo? Um não gosta do outro, que não aprecia o basquete daquele, que ainda não consegue entender as atitudes do fulano, que não para em pé… Depois de tanta troca de farpa, lesões, críticas em público e derrotas humilhantes, será que esse apanhado de estrelas sem a menor coesão vai conseguir ainda uma vaguinha nos playoffs da poderosa Conferência Oeste? Vai ser bem desgastante: o Lakers ocupa hoje a décima colocação, com 25 vitórias e 29 derrotas, precisando passar, no mínimo, o Portland Trail Blazers (nono) e o Houston Rockets (oitavo). O clube texano tem 29 vitórias e 26 derrotas. Nas pouco mais de 25 partidas restantes, então, Kobe Bryant precisaria vencer, no mínimo, cinco jogos a mais do que James Harden para beliscar a oitava colocação. Em sexto e sétimo, aparecem Golden State Warriors (30 vitórias e 22 derrotas) e Utah Jazz (30 e 24), já bem acima. Dificilmente podem ser alcançados, a não ser que…

– O Golden State Warriors vai conseguir se segurar?
Nas semanas que antecederam o All-Star Weekend, o Warriors, até então a Cinderela da temporada, teve a pior campanha, com cinco reveses consecutivos. Quatro dessas derrotas aconteceram fora de casa, é verdade, mas para o técnico Mark Jackson a parada na temporada não poderia ter vindo em melhor hora, á que o time estava se mostrando pouco competitivo, apanhando por alguns placares preocupantes: Oklahoma City Thunder 119 a 98, Dallas Mavericks 116 a 91 e, especialmente Houston Rockets 140 a 109. A defesa do Warriors se apresentou eficiente por boa parte da primeira metade do campeonato, mas perdeu rendimento em janeiro e fevereiro, voltando ao velho padrão de peneira de sempre. Será que Jackson consegue entrosar Andrew Bogut rapidamente com o restante de seus companheiros? Será que o australiano consegue evitar mais uma lesão grave? O progresso do pivô é vital fundamental que o time reencontre seu caminho.

Tim Duncan, de terno não tá legal

O Spurs precisa de Tim Duncan, inteiro, em quadra

– Tim Duncan e a fonte da juventude.
O ex-prospecto de nadador das Ilhas Virgens faz a sua melhor temporada desde 2007, coincidentemente o último ano de título para a turma de Gregg Popovich. (…) Bem, então não é ousadia nenhuma dizer que, para o Spurs ter reais condições nestes playoffs, o veterano vai ter de replicar em quadra o que produziu em seus espetaculares dois primeiros meses de temporada. Coach Pop obviamente sabe administrar o gás de seus jogadores e vai fazer de tudo para preservar Duncan. O problema é que o técnico pode ser o melhor da NBA hoje, mas santo milagreiro não consta em suas especialidades. No sentido de que, aos 36 anos, 15 desses assimilando pancadas de tudo que é lado, o pivô pode estar sujeito a qualquer problema físico quando vai para quadra. Desde 18 janeiro, ele participou de apenas seis jogos em 12 do Spurs. O que não impediu que a equipe vencesse 11 desses embates. Nos mata-matas brutais do Oeste, porém, não há como sobreviver sem esse craque em forma.

As dúvidas em torno dos hoje candidatos a vice-campeão do Leste.
Explicando: talvez seja mais fácil encontrar hoje alguém que aprecie o senso de humor de Dwight Howard do que uma pessoa que acredite na derrota do Miami Heat no Leste, mesmo que eles não estejam defendendo tão bem como fizeram no ano passado. Se for para cogitar, hoje as possibilidades se resumem aparentemente a New York Knicks e Indiana Pacers, segundo e terceiro colocados da conferência. Essas equipes dependem de muitos fatores que devam se alinhar para que possam fazer frente aos atuais campeões. Destacamos dois de cada: a) para o Knicks, a alta dependência nos tiros de três pontos – é o time que mais arrisca do perímetro hoje, com 29 por partida –, e a defesa medíocre: nos playoffs, uma combinação preocupante; b) para o Pacers, como Danny Granger retornará – o quanto isso pode interferir na evolução de Paul George e/ou como pode melhorar o ataque da equipe? – e será que Donnie Walsh e o antes inquieto Kevin Pritchard conseguiriam dar um jeito de melhorar um pouco, nem que seja um tico, seu limitadíssimo banco de reservas?

Boston pride: KG e Pierce

KG e Pierce ainda não estão prontos para se despedir da luta pelo título. Em Boston mesmo

– O Boston Celtics melhor sem Rajon Rondo.
Olha, desde que o armador foi afastado por uma lesão no joelho para ser operado, o Celtics venceu oito de nove partidas, saindo de dois jogos abaixo da marca de 50% para quatro acima, já em condições de evitar um confronto com o Miami Heat e o New York Knicks na primeira rodada dos playoffs. Nem mesmo as baixas de Leandrinho e Jared Sullinger atrapalham o rendimento do time de Doc Rivers, que voltou a ter uma equipe conectada em quadra, marcando muito. Mas o sucesso dos caras de Boston depende muito da mesma questão em torno de Tim Duncan: Garnett e Pierce vão aguentar? Rivers vai ter de dosar o tempo de quadra de seus veteranos e, ao mesmo tempo, manter a dupla inteira. Isso, claro, se Danny Ainge não descolar uma troca maluca despache um dos veteranos.

– Perspectiva de pouca movimentação.
Mas a expectativa em Boston é de que os dois ficarão na cidade. Na verdade, pelo volume baixo de especulações que tivemos no fim de semana em Houston, os setoristas das 30 franquias da liga esperam pouca movimentação nesta semana – lembrando que o prazo para trocas se esgota no dia 21 de fevereiro, quinta-feira, logo mais. Não há muitos clubes por aí dispostos a aumentar sua folha salarial, temendo cair a zona de multas acima do teto salarial. A partir da próxima temporada, as punições e restrições começam a ficar pesadas. O que não é um problema para o senhor…

Fala sério

E aí, Bynum? É isso mesmo?

– Prokhorov, aquele que topa tudo.
Não tem multa ou crise mundial que vá inibir o dono do Brooklyn Nets, um dos homens mais ricos (mesmo) do mundo, de gastar e se divertir. Então cabe ao gerente geral Billy King tentar viabilizar um negócio, qualquer negócio que seja, que o cheque em branco está assinado. O porém: o Nets não tem hoje muitas peças que possam ser consideradas atrativas e que, acumuladas, possam dar ao clube mais um nome de peso – e, de preferência, alguém que produza mais do que o decepcionante par Deron Williams e Joe Johnson. Será possível transformar uma combinação de Kris Humphries, MarShon Brooks, Mirza Teletovic ou os direitos sobre o emergente Bojan Bogdanovic (ala croata do Fenerbahçe) em um, digamos, Josh Smith? A partir do momento em que torraram tanta grana para formar o atual time, é tudo ou nada.

– Derrick Rose e Andrew Bynum.
O destino de Celtics e Nets nos playoffs pode sofrer interferência de outro fator além dos tópicos acima: e se o Derrick Rose o Andrew Bynum resolvem que estão prontos para jogar? No caso do pivô, vai ficando cada vez mais claro que, qualquer chance que o Sixers possa ter de chegar aos playoffs – ocupando hoje o nono lugar no Leste – passa por uma aparição de Bynum em quadra ainda nesta temporada. Se a única atividade esportiva do gigantão nesta temporada se limitar a uma fatídica partidinha de boliche, aí um abraço. Quanto a Rose, por mais nobre que seja a campanha do Bulls neste ano, é difícil imaginar que o time possa prolongar esse sucesso nos playoffs sem seu principal criador de jogadas. Em jogos mais apertados e estudados, não dá para esperar que Luol Deng ou Nate Robinson possam carregar um ataque de um finalista de conferência. Ainda sem conseguir enterrar, sem sentir força plena em seu joelho operado, o armador afirma que aceitaria ficar fora de todo o campeonato. Será que ele aguenta ficar fora mesmo?

Nerlens Noel rompeu o CLA

Lesão do jovem pivô Nerlens Noel enfraquece ainda mais o próximo Draft

Vai entregar por quem?
Agora, não é só de luta pelo topo da tabela que viveu a NBA em suas últimas temporadas, né? Há vários casos de times que, na falta de melhor termo, se matam para ocupar a lanterna do campeonato. Tudo em busca de mais bolinhas no sorteio do próximo recrutamento de novatos. Contudo, talvez não faça muito sentido que esse desgraçado fenômeno se repita agora em 2013, já que, na opinião dos especialistas e dos dirigentes, não há na próxima fornada nenhum supertalento que justifique o entrega-mas-diz-que-não-entrega nas últimas semanas de campanha. Dizem que o Draft vai apresentar um grupo homogêneo, no qual o eventual número um não se diferenciaria tanto de um sexto ou sétimo, e que as escolhas dependeriam muito mais das necessidades de cada equipe do que da distinção do basquete de um ou outro prospecto. Monitoremos: Phoenix Suns, Sacramento Kings, Charlotte Bobcats e outros sacos de pancada. Aquele que time que escalar nos jogos derradeiros um quinteto inteiro importado da D-League é a que vai acusar mais desespero.

March Madness!
Por outro lado, até por essa carência, pode ter certeza de que os olheiros e cartolas vão acompanhar os mata-matas do basquete universitário ajoelhados e fazendo as oferendas mais absurdas aos céus, na esperança de que algum jogador desponte como um salvador da pátria. Quando você usa a primeira escolha do Draft em um Derrick Rose, um Blake Griffin, um Dwight Howard, a sorte de sua franquia muda da noite para o dia. No caso de um Andrea Bargnani, de um Kenyon Martin, de um Andrew Bogut? Nem tanto.