Vinte Um

Arquivo : Hettsheimeir

Argentina surra o Brasil e deixa a preparação do time de Magnano ainda mais nebulosa
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Giancarlo Giampietro

Mais uma bandejinha pra Campazzo

Facundo Campazzo se esbaldou contra a nada combativa defesa brasileira

Depois da surra que o Brasil tomou da Argentina neste sábado, perdendo por 90 a 70 pela Copa Tuto Marchand, o que resta é fazer especulações, sabe? Como se estivéssemos em meio uma guerra fria, com espionagem e contra-espionagem e apelar para a máxima de que só podem estar “escondendo o jogo”.

Por exemplo: no comecinho do jogo, a seleção conseguiu atacar sem problema alguma defesa por zona adversária, com Marcelinho Huertas invadindo o garrafão para servir a Rafael Hettsheimeir em duas ocasiões. As duas jogadas resultaram em enterradas do pivô, muito bem posicionado para receber o passe, na lateral do garrafão. Evitava os três segundos, estava próximo da cesta e, ao mesmo tempo, posicionado entre dois quintos de uma formação 2-3. Raulzinho faria o mesmo com Caio Torres depois.

Daí que o time de Rubén Magnano pouco – ou, se bobear, nunca mais – repetiu esse tipo de investida até o final da partida. Começaram a sair os tiros de média distância teimosos, as tentativas de se jogar no mano-a-mano começaram a aparecer com frequência, enquanto, do outro lado, a pegada defensiva estava bastante afrouxada, algo raramente visto durante a gestão do argentino. Além disso, Huertas ficou em quadra por apenas 13 minutos. Alex, nem isso. Hettsheimeir jogou por 22 minutos.

Então o que aconteceu lá em Porto Rico? O Brasil entrou para jogar um amistoso, e a Argentina, com o Luis Scola jogando até o final, a despeito de uma vantagem superior a 20 pontos, encarou como clássico? Ou os argentinos já estão num estágio consideravelmente superior em sua preparação? Ou eles foram infinitamente superiores ao menos por uma determinada noite? Os jogadores brasileiros perdem a disciplina no decorrer do jogo e o treinador não consegue administrar, orientar? As próximas partidas contra Porto Rico, neste domingo, e Canadá, na segunda-feira, vão nos ajudar a entender. Quer dizer, podem ajudar a entender.

De qualquer forma, se formos ignorar qualquer tipo de trama mirabolante, o que vimos em quadra preocupa.

A começar pela defesa, que supostamente seria o carro-chefe da seleção com Magnano. Facundo Campazzo, que parece melhor a cada torneio, se esbaldou de tantos cortes pelo fundo que conseguiu, com ou sem a bola. Os marcadores se alternaram, e o tampinha seguiu fazendo bandeja atrás de bandeja (17 pontos, 70% nos arremessos e só um turnover). Scola foi surpreendentemente bem marcado por Caio no primeiro quarto, terminando a parcial com apenas quatro pontos e nenhuma cesta de quadra – depois, caminharia para mais um double-double dominante, com 23 pontos, 11 rebotes e 58% nos arremessos. No perímetro, os argentinos acertaram 8 em 17 tentativas (47%). Além disso, eles cobraram 15 lances livres a mais que os brasileiros.

Nos lances livres, aliás, outro problema: a seleção converteu apenas 33% de seus chutes, um horror horripilante, daqueles horrorosos mesmo, que deixaria até Shaquille O’Neal envergonhado. Foram 12 erros em 18 arremessos. Para se ter uma ideia, o melhor aproveitamento do time na noite foi de Arthur, com 75%. Depois veio Giovannoni, com 66,7%. O restante?  Todos de 50% para baixo. Embora não tenhamos os melhores gatilhos do mundo, também não quer dizer que seja ruim assim a coisa. Das duas, uma? ou estão muito cansados e não tiraram o pé coisa nenhuma nos treinos em Porto Rico, ou foram quebrados mentalmente pela Argentina. As duas são bastante possíveis, ainda mais a segunda, considerando o tanto que reclamaram os brasileiros durante a partida, com um gestual que incomoda – embora, diga-se, Julio Lamas também seja uma prima donna neste quesito.

No ataque, o ritmo também não vai nada bem, mesmo. As trocas de passes, quando ocorrem, são inócuas. O aproveitamento de longa distância segue alto (43%), mas o de dois pontos vai baixo (44,7%) – e, sim, há uma diferença brutal entre chutar 43% de fora e 44% dentro da linha de três pontos.

Fato é que, até o momento, o Brasil não apresenta padrão algum de jogo, num reflexo direto de uma convocação mal feita. Magnano está tentando fundir jogadores baixos e velozes com pivôs lentos, pesados. Partes que não se encaixam, que ainda não conseguiram formar uma unidade em quadra.

Veja o quinteto que iniciou o segundo quarto, por exemplo: Luz, Larry, Benite, Hettsheimeir e Caio. Não faz sentido algum essa formação. O que esperar dela? Como fazer uma defesa agressiva se os dois pivôs, por exemplo, não vão conseguir cobrir um pick-and-roll de maneira apropriada. Para eles, qualquer passe em falso a mais no perímetro significa um argentino cortando com liberdade em direção ao aro – até Juan Gutiérrez se deu bem nessa.É na defesa que Splitter, Varejão e Nenê, os três muito velozes, fazem mais falta.

Além disso, impressiona como o conjunto argentino parece muito mais bem preparado e formado. Os jogadores sabem exatamente seu papel em quadra, e isso faz uma diferença danada. Ajuda para que o jogo tenha mais fluência, seja pelo espaçamento ou pelas decisões que passam a ser simplicadas as partir do momento em que cada atleta tenha suas diretrizes claras. O que não impede que eles improvisem, claro, como Campazzo fez muitas vezes.

Enfim, os desfalques estão de todos os lados, as gerações vão sendo trocadas, o tempo passa, o tempo voa, e a Argentina dá um jeito de seguir por cima.

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Com 5min33s restando no primeiro quarto, Raulzinho entrou no lugar de Marcelinho Huertas. Em seu primeiro ataque, fez o passe para cesta de Caio Torres. Um minuto depois, deu uma assistência para Arthur matar de três pontos. Na posse de bola seguinte, cometeu uma falta ofensiva no enjoado Facundo Campazzo ao tentar se livrar da marcação para receber o fundo bola. Acabou substituído no ato, dando lugar a Rafael Luz. Quando entrou, o jogo estava 10 a 8 Brasil. Quando saiu, após 1min23s (!?!?!), estava 15 a 14. O tipo de substituição do (nosso) argentino que não dá para entender. Educação tem limite?

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Juan Fernández, em quadra, é a cara de Pepe Sánchez. Capazzo, em toda a sua sanha, lembra um pouco Alejandro Montecchia.

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Por que os números não dizem tudo ou podem ser bastante enganosos? Vejamos o total de assistências da partida: 14 para o Brasil e apenas seis para a Argentina. Logo, a dedução de bate-pronto poderia ser a de que os argentinos são individualistas em demasia, não? Não. Como o twitteiro profissional Filipe Furtado falou, isso só mostra o quão facilmente eles estavam batendo a defesa oponente, em jogadas simples de tudo. No geral, porém, ficou evidente que o senso coletivo de nossos vizinhos ao sul, a essa altura, está muito superior.

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Levantamento de Guilherme Tadeu, do Basketeria, aponta que esta derrota foi a maior da seleção sob o comando de Magnano.

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Estar atrás da Argentina, de novo, pode ferir o orgulho de alguns, mas não é o fim do mundo, por enquanto. Para classificar para a Copa do Mundo, a seleção precisa estar entre os quatro melhores na Copa América. Quer dizer, tem de superar, em teoria, pelo menos um entre Canadá, Porto Rico e República Dominicana, ainda que não esteja pronto para descartar o Urutuguai e a anfitriã Venezuela, mesmo sem Greivis Vasquez, mas com o ala americano Donta Smith contratado nacionalizado.


Seleção volta a vencer o Uruguai. O que dá para tirar do 3º amistoso?
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Giancarlo Giampietro

Huertas no lance livre

Algumas notas sobre a seleção brasileira depois da terceira vitória em jogos preparatórios para a Copa América, que começa no dia 30 de agosto, em Caracas.  Nesta quarta-feira, a equipe voltou a vencer o Uruguai, em São Carlos, a terra do Nenê, por 83 a 69. Vamos lá:

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Do jogo de sábado (triunfo por 92 a 71), mudou o quê?

No selecionado brasileiro, saíram Rafael Mineiro, Raulzinho, Cristiano Felício e Leo Meindl e entraram Lucas Mariano, Scott Machado, Caio Torres e JP Batista. Os vizinhos do Sul vieram reforçados. Esteban Batista, Leandro Garcia Morales e Nicolás Mazzarino, três figuras fundamentais nos planos celestes, aproveitaram a viagem para conhecer o interior paulista e bater uma bolinha. Destes, Mazzarino foi quem menos jogou – é o mais velho também e estava bastante enferrujado nos poucos minutos que teve de ação.

Em termos de padrão estratégico, tático, não houve muita alteração – e nem dá para esperar muita coisa além disso. A seleção marcou muito bem novamente, cobrindo bem as tentativas de jogo de dupla dos uruguaios, desestabilizando um cestinha como Garcia Morales em diversos momentos. Por outro lado, seria necessário checar também o quanto esses atletas que não participaram do Super 4 treinaram com os demais companheiros. Alguns erros cometidos explicitaram uma falta de sintonia entre eles. O quanto disso tem a ver com a disciplina defensiva dos rapazes de Magnano ou o quanto é puro desentrosamento nós só vamos ver mais para a frente.

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A CBB improvisou, mas conseguiu disponibilizar as estatísticas do jogo antes do fechamento deste post.

A princípio, escreveria aqui ter uma impressão sobre um volume altíssimo sobre os chutes de média e longa distância da seleção em situações de meia quadra, com muita eficiência, diga-se. (No fim, o scout mostrou 23 arremessos de três no total, com excepcional aproveitamento de 52%. Em arremessos como um todo, o rendimento foi de 53%, também elevado.)

Mas foram poucos ataques desacelerados que terminaram com uma bandeja ou enterrada.

A ofensiva tem girado muito em torno das ações drive-and-kick, seja numa investida de um-contra-um ou num pick-and-roll em que o pivô cortando para a cesta não é acionado. Algo de certa forma compreensível com armadores de drible fácil como Huertas e Larry, por exemplo. Mas, na hora da competição para valer, será que os brasileiros vão ter tanta liberdade assim para matar esses chutes? No primeiro período, Lucas Mariano acertou três consecutivos, de frente para a tabela (mais sobre isso um pouco abaixo). Num torneio em que todos estudam todos, essa bola obviamente passaria a ser marcada. E aí como faz?

O recomendável seria desde já, nos amistosos, buscar mais variações, rodar de um lado para o outro da quadra, apostando também em maior movimentação fora de bola. Maior concentração de passes para pivôs que não se chamam Rafael Hettsheimeir também valem. Ok, são apenas os primeiros jogos, Magnano vem rodando bastante sua equipe, e tal. Mas tem de se tomar cuidado para não se apoiar demais nesse velho vício dos três pontos e não saber o que fazer lá na frente se a defesa apertar.

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É o pega-pra-capar. Que deixa mesmo um treinador experiente como Magnano “confuso”, como ele disse ao SporTV numa rara entrevista pós-jogo. O momento é de ganhar conjunto, identidade coletiva em quadra e, ao mesmo tempo, fazer a peneira para definir os 12 convocados da Copa América. Do que vimos até aqui e, em alguns casos, do já sabíamos há tempos, Huertas, Larry, Alex, Benite (sim), Marquinhos (*se o joelho permitir), Giovannoni e Hettsheimeir já estão lá. Restariam cinco vagas para serem preenchidas, com oito atletas na briga.

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Com suas surpreendentes – e meio impensáveis – bolas de três pontos, o garoto Lucas Mariano (4/5 nos tiros de longe, segundo minhas contas não-oficiais) se colocou de modo enfático nessa discussão. O treinador obviamente ficou impressionado com o pivô de Franca, de apenas 19 anos. Agora, não é só um jogo que pode definir uma convocação.

Essa propensão ao arremesso de longa distância, na verdade, já vinha sendo sinalizada desde a Universíade, realizada em julho, na Rússia. Com a diferença de que lá os resultados foram calamitosos: no geral, com aproveitamento de apenas uma cesta em 14 tentativas. No NBB, em toda a sua carreira, ele nunca fez sequer uma cesta de fora.

Então… Será que a mão está tão certeira assim nos treinamentos? E de uma hora para outra? Teve a ver com seus treinamentos personalizados em Los Angeles – ao lado de Raul, Bebê e Augusto no período pré-Draft – ou foi alguma ideia da comissão técnica de Magnano. Para o SporTV, Lucas deu a entender que é coisa de Magnano, de fazê-lo jogar mais aberto, assim como ocorreu com Mineiro no Super 4 argentino. “Aqui na seleção estou numa posição diferente”, disse o francano.

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E lá estava o Scott Machado de verde e amarelo. Mais um calouro na seleção principal, o nova-iorquino jogou por 12 minutos e demonstrou uma ansiedade normal. Penúltimo a se apresentar, com menos treinos com os novos companheiros, assimilando as (incessantes) orientações de Magnano, o jogador, que ainda tenta garantir seu espaço na NBA, cometeu quatro desperdícios de bola e anotou dois pontos. Não foi a melhor estreia, claro, mas seria absurdo concluir qualquer coisa tão cedo.

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O Uruguai não é o time com o garrafão mais forte, muito menos atlético que vamos enfrentar em Caracas. De qualquer forma, pudemos ver hoje o estrago que um Esteban Batista (12 rebotes, cinco deles ofensivos, mais da metade do total brasileiro – 23) sem ritmo já pode causar, atacando a tábua quando o Brasil está jogando com um trio como Rafael-Larry-Benite no perímetro. Qualquer quebra defensiva vai gerar um desequilíbrio e uma consequente uma rotação de emergência em quadra. Resulta dessas trocas que um dos “baixinhos” pode sobrar com um grandão lá dentro. E, aí, em muitas ocasiões não vai importar o quanto de fundamento tem esse atleta. Dependendo do adversário, por mais que se mantenha um posicionamento adequado para bloqueio de rebote ou de contestação ao arremesso, a diferença de altura pode ser tamanha que saem, mesmo, os dois pontos,  uma falta, ou uma nova posse de bola para o oponente. É de se monitorar se isso vai se repetir nas próximas partidas amistosas. Para ver como esse tipo de situação vai se desenvolver e se o eventual retorno de Marquinhos – não necessariamente o jogador mais vigoroso do país, mas com altura suficiente para atrapalhar mais – pode ajudar. Em São Carlos, os adversários ganharam a disputa nos rebotes por 25 a 23.

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Ainda sobre os uruguaios, pensando na Copa América, restando pouco mais de 20 dias para a competição, fica a dúvida se poderão contar com os veteranos Martin Osimani e Mauricio Aguiar em sua equipe. Os dois estão afastados por ora, devido a problemas físicos – Osimani, inclusive, nem teria se apresentado, fazendo tratamento em Buenos Aires. Devido a sua experiência, controle de bola e poderio defensivo, o armador em especial faz/faria/pode fazer toda a diferença nesta equipe, pensando numa disputa por vaga no Mundial. Estivesse o barbudo em quadra, a dinâmica dos dois amistosos seria bem diferente para a seleção brasileira. Seria uma boa chance, bem mais interessante para checar o quanto a marcação pressionada exigida por Magnano poderia incomodar um jogador desta categoria.

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Clique aqui para ler o comentário sobre a primeira vitória contra o Uruguai e aqui para o comentário do segundo amistoso, contra o México.


Saída da Espanha, mudança para acertar, resistência do Boston… Faverani não deve defender a seleção
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Giancarlo Giampietro

Vitor Faverani, adeus, Valência

Adeus, Valência, para Faverani, e um até breve para Magnano

Chega uma hora que é melhor esquecer e seguir em frente com o que você tem, mesmo.

Rubén Magnano já está esperando há dias, e  será que fazer salinha por mais um tempão?

No caso, estamos falando de Vitor Faverani. Com as dispensas de Nenê, Varejão, Splitter e Lucas Bebê, mais a hérnia de Augusto, qualquer ajuda extra para o garrafão da seleção era bem-vinda. Pensando no enigmático pivô ex-Valencia, talvez fosse a hora perfeita para ele se apresentar oficialmente ao basquete brasileiro.

Mas…

O timing simplesmente não ajudou. O paulista acaba de fechar contrato com o Boston Celtics. Está literalmente num período de mudanças. A cabeça vai longe. E, julguem o que quiser, a seleção simplesmente não parece tão prioritária. É a conclusão que tiramos de sua entrevista ao site Basketeria.

Há diversos empecilhos para o pivô se apresentar a Magnano – lembrando que o prazo anunciado pela CBB para uma resposta do convocado era até esta terça-feira.

1) O Boston Celtics não quer liberá-lo para jogar a Copa América. “Estou esperando o que o Boston fala sobre isso. Eles não estão muito afim que eu vá, por causa da lesão que tive no joelho”, disse.

2) Vitor vai ficar na Espanha por mais uma semana, no mínimo. “Acho que (vem ao Brasil) no final da semana que vem. Ainda tenho algumas coisas para resolver aqui na Espanha. Assim que der, estou indo para o Brasil ficar um pouco com minha família.”

3) No momento, há muito mais na cabeça do cara. “Psicologicamente, é o melhor que posso fazer (encontrar a família) antes de começar a nova “guerra” da minha vida” + “Quando eu for pro Brasil, agora, tenho que sentar com o Rubén (Magnano), sentar com meu agente e conversar” + “O que eu falei para os caras de Boston, no dia que eu assinei contrato, é que nos primeiros dias de setembro eu tinha que estar lá. Vou tentar ir uma semana antes para arrumar as coisas da casa, fazer as coisas de banco, para quando começar a temporada estar bem descansado e tranquilo para trabalhar”.

Ora, façam as contas: o talentoso e enigmático pivô estaria “livre” para conversar com o treinador argentino lá pelo dia 2 ou 3 de agosto. A Copa América começa apenas no dia 30. Daria tempo de ele ser integrado. Do ponto de vista mais pragmático, levando em conta a qualidade do jogador, talvez valesse a exceção aberta.

Agora…

E se o Boston se mantiver contrário e fizer de tudo para censurar seu novo contratado?

E que mensagem seria passada a Caio Torres, Rafael Hettsheimeir, Rafael Mineiro e qualquer outro jogador que tenha se apresentado no horário e já esteja treinando, ralando sob a orientação do campeão olímpico?

Para alguém linha-dura como Magnano, chegou a hora de riscar o giz na quadra e abraçar o que ele tem em mãos no momento. São jogadores talentosos, que, bem orientados e treinados, podem mais do que dar conta do recado.

Faverani  ficou para a próxima.


Gangorra muda de lado, e briga forte na seleção fica para os armadores
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Giancarlo Giampietro

Os eleitos, ou quase

Pivô com experiência de Europa, pivô de NBA, pivô extremamente promissor, pivô superatlético, pivô lento de jogo de costas para a cesta, pivô canhoto, pivô mais baixo. Desde a emergência de Nenê, era pivô isso, pivô aquilo na pauta do basquete nacional. Não que seja fácil desenvolver pivôs. Estes postes de 2,10 m de altura estão espalhados por aí para serem descobertos, mas não é qualquer um que tem coordenação para segurar uma bola de basquete, fazer o drible, elevar e estufar a redinha. Ou que vá saber o posicionamento certinho que seus pés precisam ter para girar em torno do adversário e fazer o bloqueio para o rebote. Entre outros tantos e tantos fundamentos da posição.

De todo modo, o Brasil foi exportando pivôs sem parar nos últimos anos. Hipoteticamente, era possível fazer uma seleção brasileira inteira só de grandalhões. Era sempre a maior intriga na cabeça dos basqueteiros – se viesse todo mundo, quem ficaria fora? Qual a melhor composição de rotação? Todo mundo sonhando com a cabeça do técnico.

Rubén Magnano, vocês sabem, está livre desse problema este ano, já que Splitter, Nenê, Varejão e, agora, Bebê, não vêm. Vitor Faverani? Ninguém viu, ouviu, leu, nem psiquigrafou até o momento. Pelo menos no que se refere aos gigantes.

Na mesma tocada em que se festejou a fartura de pivôs, lamentava-se a carência no outro espectro, entre os baixinhos. Hoje, quem diria? Para formar o grupo que vai disputar a Copa América a partir do dia 30 de agosto na Venezuela, o técnico argentino vai ter sua dor-de-cabeça justamente nessa posição.

Huertas chega com o capitão, escoltado por Raulzinho, Rafael Luz, Larry Taylor e, muito provavelmente, Scott Machado. O brasileiro de Nova York ainda está reunido com o Golden State Warriors de verão em Las Vegas e, assim que a campanha chegar ao fim, tem voo marcado para São Paulo. Deve chegar dia 23. (Nesse grupo ainda há quem possa colocar Vitor Benite, mas não parece o caso para esta temporada. Acho que ele se enquadraria no máximo como um “escolta”.)

Quantos armadores Magnano levaria para Caracas? Nos Jogos de Londres, foram três: Huertas, Larry e Raul. Num elenco de 12 jogadores, um trio da posição seria, mesmo, a “configuração clássica”, e estes naturalmente já largariam na frente, considerando o histórico desenvolvido com o treinador.

Mas o técnico já surpreendeu antes e é exigente o suficiente para que ninguém se sinta acomodado com nada. Até porque Rafael e Scott são atletas jovens em progressão e podem mostrar um truque ou outro durante a fase de preparação para entrar na cabeça do selecionador. Ou o selecionador poderia pensar, de repente, num sistema com dupla armação, abrindo mão de um de seus alas para carregar mais um organizador em seu plantel. Algo que não seria de se descartar.

Será que Magnano confia em Benite como um escolta, alguém que possa ser utilizado como um segundo armador diante de uma defesa mais pressionada, para desafogar Huertas? No Pré-Olímpico de 2011, ele exerceu essa função, assim como no Pan desse mesmo ano. Se a resposta for positiva e/ou caso o argentino opte por uma lista mais de acordo com a “regra” – quem a escreveu é que eu não sei –, aí dois jogadores de muito futuro serão cortados.

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No grupo do perímetro, Alex e Marquinhos são barbadas, enquanto Arthur e Benite são os outros convocados com essa nomenclatura. Dois bons jogadores, bastante diferentes, mas que não são intocáveis – Arthur oferece um excelente chute de três pontos da zona morta (45,3% no último NBB), se move bem pela quadra sem a bola e tem um pouco mais de altura, embora nunca tenha sido conhecido como um reboteiro (apanhou míseros 2,7 por jogo na liga nacional); Benite dá mais velocidade na saída de contra-ataque, ajuda a conduzir a gorducha e também mata de fora (45,6%, mas tem baixo aproveitamento de dois pontos em 48,7%, um número preocupante considerando sua explosão física). O caçulinha Leo Meindl também se junta ao grupo como convidado, e isso já não quer dizer muita coisa, não. Todos os que estiverem treinando em São Paulo vão ter chances.

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Quanto ao garrafão? É provável que Faverani nem venha, então praticamente não há margem para troca. Espere ver doses cavalares de Guilherme Giovannoni jogando como um ala-pivô aberto, mais uma predileção de Magnano demonstrada nos últimos campeonatos – nas quartas de final de Londres 2012 contra a Argentina, ficou um tempão em quadra nessa função, por exemplo, e esse também é um papel que Guilherme cumpre desde a base, inclusive com bons anos na Europa. Caio Torres, vejam só, já é um veterano a essa altura. Rafael Hettsheimeir não teve muitas chances pelo Real Madrid durante a temporada e chega descansado e babando.  Augusto também tem tinha muito o que provar (cortado por conta de uma hérnia de disco, infelizmente), assim como Rafael Mineiro. Por fora vai correr Cristiano Felício, que tem a idade de Augusto, Raul e Luz, mas é muito mais cru e inexperiente. Vem de uma ótima Universíade – foi bem melhor lá do que Lucas Mariano –, é muito forte e tem muito potencial. É de se imaginar que cinco desse grupo estejam na lista final.

*  *  *

Para constar, por enquanto o técnico argentino tem em mãos o seguinte:

Alex Ribeiro Garcia – Ala – 33 anos – 1,91 m
Arthur Luiz Belchior Silva – Ala – 30 anos – 2,00 m
Augusto Cesar Lima – Ala/Pivô – 21 anos – 2,08 m
Caio Aparecido da Silveira Torres – Pivô – 26 anos – 2,11 m
Guilherme Giovannoni – Ala/Pivô – 33 anos – 2,04 m
Larry James Taylor Jr – Armador – 32 anos – 1,85 m
Marcelo Tieppo Huertas – Armador – 29 anos – 1,91 m
Marcus Vinicius Vieira de Souza – Ala – 29 anos – 2,07 m
Raul Togni Neto – Armador – 20 anos – 1,85 m
Rafael Freire Luz – Armador – 21 anos – 1,88 m
Rafael Ferreira de Souza – Ala-pivô – 25 anos – 2,09 m
Rafael Hettsheimeir – Pivô – 27 anos – 2,08 m
Vitor Alves Benite – Ala-armador – 23 anos – 1,90 m

+

Scott Michael Machado – Armador – 23 anos – 1,85 m (Ainda por vir
Vitor Luiz Faverani Tatsch – Ala-pivô – 25 anos – 2,10 m (Vai saber)

+

Os convidados Cristiano Felício, Leo Meindl e Lucas Mariano.


Equipes de Augusto e Rafael Luz lutam por últimas vagas dos playoffs na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Rafa Luz, na briga ainda

Rafael Luz ainda tenta se meter nos playoffs da Liga ACB com o Obradoiro

O Estudiantes de Lucas Bebê está eliminado, assim como Lagun Aro de Raulzinho – este há muito tempo já e, pior, rebaixado. Mas ainda há muita ação para o restante da legião brasileira nos momentos finais da temporada regular da Liga ACB, o campeonato espanhol, com dois deles lutando pela sobrevivência.

Restam apenas uma rodada e duas vagas em aberto para os playoffs, e o Unicaja Málaga de Augusto Lima e o Obradoiro (“Blusens Monbús”) de Rafael Luz estão no páreo. Os dois clubes disputam com o Herbalife Gran Canaria as sétima e oitava colocações. No momento, o Málaga e o time das Ilhas Canárias estão em melhor situação, empatados com 18 vitórias e 15 derrotas – justamente depois de um confronto direto entre os dois na última rodada, com vitória para a equipe de Augusto por 67 a 65. Já a equipe da Galícia aparece em nono, com 17 vitórias e 16 derrotas.

Sarunas Jasikevicius x Marcus Williams

O Unicaja de Marcus Williams tem de se virar contra o Barcelona na última rodada

Neste fim de semana, para a jornada derradeira, o clube malaguenho tem uma pedreira pela frente, o Barcelona, que está todo arrebentado física e emocionalmente depois do Final Four da Euroliga, mas ainda é um gigante a ser respeitado na Espanha. O Gran Canaria pega o Valladolid, do surpreendente Nacho Martín. O Obradoiro encara o Bilbao,  o sexto colocado.

A matemática diz o seguinte: o Gran Canaria avança caso vença ou se o Unicaja perder, ou o Obradoiro não conseguir tirar uma desvantagem de 16 pontos no saldo de cestas. Para o Unicaja,  é necessário um triunfo contra o Barça ou um revés do Obradoiro, que só se classifica se bater o Bilbao e o Málaga perder, ou se conseguir tirar sua desvantagem de 16 pontos para o Gran Canaria.

Do ponto de vista individual para os brasileiros, o caçulinha da família Luz, ex-Málaga, seria aquele que tem mais a lucrar com uma sobrevida na temporada, considerando que tem um papel firme e importante para sua equipe. Já Augusto vem sendo utilizado com regularidade, mas com atribuições mínimas. Se por um lado ele ficou fora de apenas três partidas em toda a campanha, por outro lado é pouco envolvido no ataque e não tem conseguido controlar os rebotes. Talvez tenha chegado o momento de o pivô, que participa automaticamente do Draft da NBA devido ao limite de idade, procurar outro clube para jogar de verdade, para valer.

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Três brasileiros já estão garantidos nos mata-matas: Rafael Hettsheimeir com o Real Madrid, Marcelinho Huertas com o Barcelona e Vitor Faverani com o Valencia. Desses três, Hettsheimeir é o único que não tem tempo de quadra certo para os jogos decisivos. Aos poucos, o pivô acabou limado da rotação de Pablo Laso. Huertas e Faverani não têm com o que se preocupar, embora o pivô tenha lidado com muitos problemas físicos durante o ano e vem sendo menos utilizado do que o esperado. Muitos de seus minutos acabaram direcionados para o montenegrino Bojan Dubljevic, outro candidato automático ao Draft da NBA este ano e figura em ascensão na Europa, subindo com 2,05 m de altura e talento para pontuar na linha de três pontos.

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Na ponta da tabela, o Real Madrid, melhor ataque, já está garantido como o cabeça-de-chave 1, seguido por Saski Baskonia (que começou o ano como “Caja Laboral” e agora atende por “Laboral Kutxa”…), Barcelona, melhor defesa de longe, e Valencia. Zaragoza e Bilbao estão nessa também.

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Sobre Nacho Martín: com 17,7, o veterano pivô lidera o ranking de eficiência da Liga ACB, ocupando um posto que já foi de Marc Gasol, Tiago Splitter, Luis Scola, Joel Freeland e gente dessa linha. É um tanto bizarra essa constatação. O ala-pivô, que acabou de completar 30 anos em abril, tem média de 15,4 pontos e 6,9 rebotes, em 31,1 minutos, as melhores marcas de sua carreira, de longe. No ano passado, por exemplo, ele teve médias de 8,2 pontos e 5,6 rebotes, em 25 minutos. Na carreira, que começou em 2002 pelo Barcelona, são 6,9 pontos e 3,8 rebotes.

Matrín mudou por completo seu padrão de atuação, cobrando praticamente o triplo de lances livres quando comparado com a última temporada (94 x 32). Nas assistências, mais que o dobro (55 x 18). Também tem sua melhor média de aproveitamento nos tiros de dois pontos, com 59%. Sinal de que nunca é tarde para evoluir em quadra.

 


Final Four da Euroliga: os brasileiros e os candidatos à NBA
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Giancarlo Giampietro

Hettsheimeir, galáctico

Rafael Hettsheimeir teve dificuldades para se encontrar no Real Madrid

Basicamente? A grande maioria dos jogadores que vão estar em quadra neste fim de semana pelo Final Four da Euroliga teria condições de fazer parte da rotação de um time de NBA. Alguns, como titulares. Outros? Completando o banco. Mas é inegável o talento. Vamos  publicar alguns posts sobre o assunto, mas falando, claro, mais sobre a liga europeia do que a norte-americana.

Os brasileiros

Marcelinho Huertas (Barcelona)
Médias gerais: 7,9 pontos, 3,4 assistências, 2,1 rebotes, 48,5% nos arremessos, 34,4 % de três pontos e 97,1% nos lances livres

Maestro Huertas

Huertas: “titular” do Barça

O homem de confiança de Rubén Magnano nem sempre foi titular durante a grande campanha do Barcelona, mas isso, no fim, não quer dizer muita coisa. O técnico Xavi Pascual revezava sua escalação de acordo com o que o adversário apresentava. Em duelos com times de armadores mais fortes e agressivos, geralmente ele optava por Victor Sada, que está mais equipado para este tipo de embate. No geral, porém, Huertas foi quem recebeu mais minutos em 29 partidas: 582, contra 492 do espanhol.

Mais importante: o brasileiro ganhou sinal verde de Pascual para criar mais em quadra, ficando mais tempo com a bola em mãos – numa atitude que, para os padrões de um técnico extremamente controlador e detalhista, soa como revolução. Huertas pôde jogar mais em pick-and-roll, sua especialidade, e teve liberdade para, inclusive, fazer passes por trás das costas e buscar ponte-aéreas. Se até Pascual pode mudar nesse sentido, não vá se considerar você um caso perdido, ok? E deu certo: o Barça manteve sua consistência defensiva, mas elevou o padrão de seu ataque para dominar a competição. De resto, o armador talvez tenha só desejado um pouco nos chutes de fora, já que tem potencial para chutar na casa de 40% com tranquilidade, conforme fez nos últimos dois anos.

– Rafael Hettsheimeir (Real Madrid)
Médias gerais: 3,4 pontos, 2,1 rebotes, 0,3 tocos, 52,6% nos arremessos, 33,3% e 84,6% nos lances livres.

Olha, é complicado. Nosso anti-Scola assinou tarde com o Real Madrid (final de outubro), depois de negociar com alguns times da NBA, perdeu a pré-temporada por estar se recuperando de uma cirurgia no joelho e teve sempre de remar contra o prejuízo durante a temporada, tendo de se contentar basicamente em ser o último homem da rotação de grandalhões de Pablo Laso – atrás de Mirza Begic, Nikola Mirotic, Felipe Reyes e do americano Marcus Slaughter, todos atletas de ponta na Europa. Se em Zaragoza ele era a estrela da companhia, aqui, num elenco fortíssimo e milionário, foi apenas mais um.

O pivô teve média de apenas 8 minutos por jogo, mas não quer dizer que não tenha tido chances. Entre as rodadas 14 e 21 do Top 16, ele ficou fora de apenas de um jogo. Teve boas atuações contra o Panathinaikos e contra os pangarés da Alemanha, mas não foi o suficiente para ser promovido. Quando chegaram os playoffs, o técnico precisou acertar os ponteiros, e o pivô revelado em Ribeirão Preto acabou sacrificado: nas quartas, contra o Maccabi Tel Aviv, teve apenas 4min27s no total. Muito pouco para alguém de seu talento, mas não dá para chorar injustiça. O lance agora é aproveitar o tempo com a seleção, treinar forte e chegar revigorado para o próximo ano.

Os candidatos
Seguem alguns jogadores que, com a dupla brasileira acima, nunca passaram pela liga norte-americana e mereceriam alguma atenção no caso de algum clube de lá quiser um bom e sólido reforço. Não são apenas estes, claro. Vem mais lsita por aí.. Mas, em alguns casos, é preciso pagar: um cara como Pablo Prigioni só topou receber o mínimo pelo New York Knicks este ano porque não tinha mais desafios para sua carreira na Europa e queria encarar outra coisa. Hoje é titular da segunda melhor campanha do Leste.

– Victor Sada (Barcelona): olha ele aqui de novo! Sim, o espanhol de 29 anos tem sérias dificuldades para comandar um ataque que precise de um pouquinho de criatividade, vide seu tempo de quadra reduzido contra o Panathinaikos nas quartas de final. Diante de uma defesa robusta, que lhe tirava os espaços para infiltração, seu arremesso falho ficou exposto, sua confiança foi para o buraco, e Pascual, lutando pela sobrevivência, não teve outra coisa a fazer senão enterrá-lo banco. Mas, usando-o como um armador reserva – que, na verdade, é o seu status no Barça –, qualquer equipe estaria bem servida com esse barbudo, que é uma peste na defesa. Tem excepcional movimentação lateral e braços largos, atacando o drible dos adversários, ganhando só nessas investidas alguns segundos preciosos para sua defesa. Também é explosivo e joga acima do aro.

Jaycee vai chutar

Jaycee, o melhor gatilho das Américas fora da América?

Joe Ingles (Barcelona): utilizado de modo pontual por Pascual, não teve a temporada que se esperava depois de suas ótimas apresentações nas Olimpíadas. Mas isso tem mais a ver com a mesma encrenca que Rafael encontrou no Real, do que por incapacidade deste canhoto australiano. Ninguém simplesmente se apresenta a um Barça e acha que vai ser premiado com titularidade, vinho e mimos que só. Tem de lutar, e Ingles encarou durante toda a temporada a concorrência de um dos melhores alas do basquete europeu nos últimos anos, o americano Pete Mickeal. Quando o veterano foi afastado na reta final por conta de uma embolia pulmonar, Pascual teve de recorrer novamente a Ingles, de 25 anos. Aqui, estamos falando de um jogador com ótimo drible, capacidade para coordenar ações no pick-and-roll e ser até mesmo um segundo armador em quadra, bom arremessador e criativo na hora de partir para a cesta. Fica devendo na defesa.

Jaycee Carroll (Real Madrid): tem um termo em inglês que soa muito bem, mas, quando traduzido, perde o charme: “instant offense from the bench”, ataque instantâneo saindo do banco. Com Carroll, de 30 anos, é assim mesmo. Em 21min36s de média, ele anotou 12,5 pontos por jogo, matando 54,6% nos tiros de dois pontos, 43,1% de três e 87,8% nos lances livres. Em toda a sua carreira, contando a quatro temporadas pela universidade de Utah State desde 2004, passando pela Itália e há um bom tempo na Espanha, ele chutou abaixo dos 40% da linha de três pontos em apenas um ano (2009-2010, pelo Gran Canaria). Pensem assim: é como se ele fosse um Steve Kerr 2.0, com capacidade de criar espaço para seu próprio arremesso, sem perder a eficiência no chute.

Stratos Perperoglou (Olympiakos): o sonho de qualquer treinador dentre aqueles que não são craques. Perperoglou é um ala de 28 anos que sabe muito bem o que pode e, muitas vezes o que conta mais, o que conta o que não deve fazer em quadra. Se ele não tem a ginga de um Spanoulis ou de um Navarro, para que inventar? Faz seu jogo feijão com arroz, mas muito bem feito: excelente defensor em cima da bola e coletivamente, com ótimo porte físico para um ala (2,03 m e forte), disciplinado, combativo. No ataque, passa de lado e abre espaço. Não foi bem nos disparos de longa distância este ano, convertendo apenas 28,3%, mas tem média de 38,7% na carreira na Euroliga.

Os ‘draftáveis’
Aqui, os jogadores com idade para serem escolhidos no Draft da NBA, inscritos ou não. Para esse grupo de elegíveis, só valem os jogadores nascidos até 1991 (a turma que completa ou vai completar 22 anos).

Alejandro Abrines (Barcelona): ou Alex, como preferir. Aos 19 anos, só foi acionado por Pascual durante a temporada quando a fatura estava liquidada. Até que o Barça perdeu Mickeal, e Pascual teve de procurar outras soluções. Chamou Abrines, não teve jeito. E o que o garotão me apronta? Como se estivesse com seu jogo represado, na última rodada do Top 16 ele anotou 21 pontos em exatos 21 minutos contra o Maccabi Tel Aviv e deu o recado para o professor: “Xácomigo!” Foi uma partida incrível mesmo de um ala com muita personalidade e agressividade no ataque, tendo bom arremesso e vocação para as infiltrações, a despeito do físico magricela. Contra o Panathinaikos, ele deu uma esfriada, mas não deixa de ser uma boa opção para um clube americano que pode selecioná-lo este ano e deixá-lo mais alguns campeonatos na Catalunha para desenvolvimento. Tem chances de entrar na primeira rodada do Draft.

Marko Todorovic (Barcelona): ala-pivô de 20 anos e 2,08m nascido em Montenegro que também não foi muito utilizado por Pascual, mas que, ainda assim, teve mais tempo que Abrines. Algo natural para os homens de garrafão, considerando o possível acúmulo de faltas dos titulares. Quando acionado, Todorovic costumava entrar ainda é muito frágil fisicamente, mas demonstra agilidade e capacidade atlética incomum para seu tamanho. Candidato a sair na segunda rodada.

O Barcelona ainda tem em seu elenco o ainda mais jovem ala Mario Hezonja, croata de 18 anoso que nem poderia se inscrever neste ano, pela idade baixa. Hezonja é considerado como o mais promissor deste trio, como um cestinha nato.

* O Canal Sports+, da Sky, transmite nesta sexta-feira e no domingo todos os quatro jogos do Final Four da Euroliga. Divido os comentários com Ricardo Bulgarelli. A naração fica por conta dos companheiros Maurício Bonato, Ricardo Bulgarelli e Marcelo do Ó, como foi durante toda a temporada.


As visitas que valem: Magnano encontra Faverani e outros na Espanha
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Giancarlo Giampietro

 Rubén Magnano

Rubén Magnano viajou nesta sexta-feira para fazer um giro pela Espanha. Mas não você pensar que o nosso argentino está a passeio, arrastando o chinelo – aliás, cá entre nós, mas é impossível imaginar o professor de bermuda, óculos escuro, bebericando um drink, né? O treinador faz, na verdade, mais uma de suas visitas oficiais para se reunir com a legião de jovens jogadores brasileiros no país Ibérico, tentando sentir o pulso da moçada antes de elaborar sua convocação para a Copa América, que será disputada na Venezuela este ano.

A julgar pela situação de nossos representantes na NBA, a visita aos ‘espanhóis’ é fundamental para a composição do elenco que deve brigar pelo título continental e, no mínimo, uma vaga na (agora chamada) Copa do Mundo. Confira aqui uma breve análise sobre os grupos do torneio e de como será difícil contar com a turma da maior liga do mundo.

No release divulgado pela CBB, a informação mais importante é que, em seu giro espanhol, Magnano vai sentar para conversar com Vitor Faverani, pivô do Valencia, neste domingo. Quer dizer, pelo menos a gente espera que isso vá acontecer. Da última vez em que marcaram um encontro, o jogador deixou o técnico esperando, esperando, esperando até ficar possesso e fulo da vida. Daí o cara ter sido ignorado nas listas mais recentes.

A julgar para uma entrevista de Vitor para o site da confederação há algumas semanas, dessa vez parece que a reuniãozinha vai rolar. O pivô afirmou que está mais que disposto a servir à pátria jogar pela equipe nacional. Caso acertem os ponteiros, o rapaz, extremamente versátil e habituado a competir em alto nível, para valer, – já deixou para trás o rótulo de “promessa” há tempos –, tem tudo para ser uma referência da equipe a partir de agosto.

Huertas, Hettsheimeir, Raulzinho, Rafael Luz, Lucas Bebê e Augusto também estão na agenda de Magnano. Tudo em três dias de estadia.

 


Time de Rafael Luz completa sequência especial como “mata-gigantes” na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Olho nele, Magnano: Rafael Luz

“Rafa Luz, ex-Freire” ataca o Real Madrid em mais uma sólida atuação na Espanha

Falamos há pouco sobre o crescimento do talentoso Rafael Luz na Espanha. Agora dá para destacar sua equipe numa abordagem mais abrangente, geral, depois de o Obradoiro vencer o Real Madrid por 64 a 61 e completou uma sequência especial na Liga ACB, o Campeonato Espanhol de basquete: venceu todos os quatro participantes do país na Euroliga fora de casa. Antes do triunfo em Madri, o Obradoiro havia vencido Barcelona, Caja Laboral e Unicaja Málaga como visitantes.

A abertura do relato do site oficial da liga espanhola para destacar essa “quadra” completa é demais: “Cuando la sorpresa se viste de rutina, deja de ser sorpresa, mas cuando la excelencia se convierte en frecuente, no deja de ser excelencia. Es el caso del Blusens Monbus. Etiqueta de revelación, de sensación, de matagigantes. Etiqueta ganada en pista, ganada con el juego, ganada con el tiempo”, escreveram.

A excelência, no caso, reside no sucesso longe de casa. O último clube que bateu Real, Barça e Baskonia (o atual Caja Laboral, ex-TAU Cerámica) em seus domínios acabou avançando até a final. Difícil imaginar que isso possa acontecer com o aguerrido, mas modesto time de Rafael. De todo modo, é uma façanha, e o brasileiro tem participação direta nisso.

Contra o Real, para celebração de seus 120 torcedores que visitaram a capital espanhola, ele jogou por pouco mais de 26 minutos, vindo do banco, e converteu apenas um arremesso em quatro tentativas. Porém, encontrou outras formas de contribuir, somando cinco pontos, seis assistências e três rebotes. Novamente, o Obradoiro rendeu muito mais com o mais novo representante da “Dinastia Luz”: enquanto ele esteve em quadra, a equipe teve um saldo de cestas de + 12, sua melhor marca no jogo. O quer dizer ainda que, com Rafael no banco, o time perdeu (ou “teria perdido”) por seis pontos de diferença.

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Cabe ressaltar que o Real, que enfrenta o Maccabi Tel Aviv pelas quartas de final da Euroliga, maneirou em sua escalação, controlando os minutos dos dois Sergios armadors, Llull e Rodríquez, e de mais dois titulares regulares, o ala Carlos Suárez e o pivô Mirza Begic. O que não quer dizer, claro, que, diante de um elenco fortíssimo, seja fácil batê-los em Madri. Quem se beneficiou dessa opção do técnico Pablo Laso foi Rafael Hettsheimeir, xará de seu compatriota. Se muito tempo para mostrar serviço na Euroliga, ele pôde começar a partida como titular, terminando com seis pontos e cinco rebotes em 28min54s. Essa é uma situação que precisa ser monitorada, pensando em convocação: um dos heróis da classificação olímpica da seleção masculina, o pivô revelado em Ribeirão Preto está um pouco fora de ritmo de jogo. Sua presença seria inquestionável, mas Magnano teria de trabalhar bem com ele nos treinos para a Copa América.

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Se Rafael Luz foi revelado pelo Málaga, Hettsheimeir jogou pelo Obradoiro de novembro de 2009 a fevereiro de 2010, numa breve, mas muito importante passagem de sua carreira. Foi no clube de Santiago de Compostela que ele conseguiu mostrar serviço, de verdade, na elite do basquete espanhol, até regressar ao Zaragoza e virar um pivô cobiçado em todo o mercado europeu – chamando a atenção da NBA, ao mesmo tempo.

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Com o triunfo, o Obradoiro (ou “Blusens Monbus”) se mantém na oitava colocação da temporada regular da Liga ACB, posto que vale a classificação para os playoffs. O clube tem uma vitória a mais que o Unicaja Málaga, justamente o responsável pela formação de Rafa Luz em seus últimos anos de juvenil na Espanha e que tem um orçamento muito maior e conta com o pivô Augusto Lima em seu elenco.


Grupos da Copa América definidos: ótima oportunidade para avaliar os prospectos da seleção
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Giancarlo Giampietro

Olha o Brasil aí

Olha, aqui no QG 21 tava fazendo falta, sim. Conversar sobre a seleção brasileira.

Nesta quinta-feira, a Fiba Américas divulgou a tabela da Copa América masculina de basquete, que será disputada de 30 de agosto a 11 de setembro na Venezuela. Os quatro primeiros colocados se classificam para a Copa do Mundo da Espanha em 2014.

Na primeira fase, não dá para ter apreensão alguma: num grupo de cinco times, avançam as quatro primeiras. Só não dá para tropeçar muito porque os pontos se acumulam na segunda etapa, que definirá os quatro semifinalistas – e classificados – do torneio. O Brasil encara Porto Rico, Canadá, Uruguai e Jamaica em seus quatro duelos iniciais.

Aqui de longe, ainda sem saber nada das listas, dá para arriscar dizer que o Canadá se projeta como o adversário mais complicado. Sim, mais que Porto Rico – independentemente da presença de José Juan Barea, Carlos Arroyo etc.. Agora com Steve Nash engravatado, cumprindo papel de  dirigente, a confederação canadense tem se esforçado em agrupar seus principais jogadores, tentando formar um programa realmente competitivo. Os primeiros sinais são promissores, e talento não faltará ao time, mesmo que os alas-pivôs Kelly Olynyk e Anthony Bennett, dois dos jogadores mais dominantes do basquete univeristário dos EUA nesta temporada, e o jovem armador Myck Kabongo sejam selecionados no Draft da NBA neste ano e possam, eventualmente, ter suas convocações vetadas.

Rubén Magnano, do seu canto, adota o discurso protocolar de qualquer jogo é pedreira. Conhecendo o técnico, não era de se esperar outra coisa, claro. (Isso, claro, se o argentino ainda for o comandante da seleção até lá, lembrando que a CBB passa por eleições em março. Mesmo que o candidato da oposição, o velho conhecido presente-de-Grego, tenha indicado que não haveria mudança alguma nesse sentindo, não dá para cravar como ficaria a situação, pensando muito mais em Magnano aqui. E, não, esse pequeno comentário não é uma campanha em prol do horrendo Carlos Nunes, que tem na contratação do supertécnico seu grande – e único?! – trunfo para buscar a reeleição.)

“Não será uma competição fácil e não podemos descuidar de nenhum adversário. Enfrentaremos nossos rivais mais difíceis na sequência. A estreia será contra Porto Rico, que pela capacidade e bagagem técnica é um grande candidato à classificação. Precisamos estar bem preparados para jogar e ir atrás do nosso objetivo”, afirmou o treinador. “A seleção do Canadá também é uma grande equipe e tem muito potencial. Mas precisamos saber antes de fazer uma análise mais completa quais os jogadores irão representar seu país, pois eles trocam bastante a cada ciclo os jogadores. O mesmo serve para o Uruguai que dependerá dos jogadores que vão atuar, mas com certeza será um jogo difícil. A Jamaica não é tão difícil quanto os demais, mas não podemos descuidar de nenhum adversário.”

Um pouco de blablabla.

O Uruguai realmente tem jogadores muito interessantes, com o pivô Esteban Batista, os armadores Gustavo Barrera, Jayson Granger e o veterano Martín Osimani etc. A Jamaica também pode até contar com o grandalhão Roy Hibbert, do Indiana Pacers, o pivô Samardo Samuels e Patrick Ewing Jr. Mas não dá para esperar perrengue algum contra esses dois times se o Brasil praticar um basquete minimamente consistente.

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Na outra chave estão: Argentina, República Dominicana, México, Paraguai e Venezuela. México e Paraguai são as babas.

Avaliando as dez equipes participantes, em teoria apenas seis brigam por vaga, em ordem alfabética: Argentina, Brasil, Canadá, Porto Rico, República Dominicana e Venezuela Quem chegará mais forte que o outro? Aí, sim, é impossível dizer. Tudo depende de quem vai dizer sim a seus técnicos.

*  *  *

Para Magnano, as notícias que já vieram dos Estados Unidos não são boas, sabemos:

– O argentino já sabe que não vai poder contar com Leandrinho, que ainda vai estar em recuperação de uma cirurgia no joelho.

– Anderson Varejão hoje é, na melhor das hipóteses, uma incógnita. Ele é outro que não vai terminar a temporada regular da NBA jogando, afastado devido a um coágulo detectado em seu pulmão direito. O pivô já deixou o hospital, visitou os companheiros de Cavs, mas a estimativa inicial era de que ele ainda passaria por tratamento até maio. Se ele vai estar pronto em agosto, física e/ou espiritualmente, é uma dúvida tão grande quanto sua cabeleira – e raça em quadra.

– Ainda em atividade, Nenê jogou as Olimpíadas no sacrifício, algo que implicou em mais uma temporada acidentada na liga norte-americana, agora vestindo a camisa do Washington Wizards. Será que ele topa emendar mais uma vez suas férias?

Tiago Splitter e o San Antonio Spurs esperam sinceramente que ainda estejam em quadra em meados de junho, nas finais da NBA.

– Fabrício Melo consegue jogar na D-League, tem potencial físico, mas ainda está longe de ser um jogador de impacto em partidas decisivas, de peso, como teremos na Copa América. Caso não seja envolvido em alguma troca durante o próximo Draft, em junho, certamente estará em ação pelo Celtics nas próximas ligas de verão em julho.

– Scott Machado ainda não conseguiu retomar o caminho da NBA depois de ser dispensado pelo Houston Rockets. Conseguindo ou não uma nova chance na liga principal, também deve participar dos torneios de verão norte-americanos. Para quando será que Magnano vai marcar sua apresentação?

Mas calma, gente. Nem tudo está perdido.

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Mesmo se não puder contar o sexteto que iniciou a atual temporada da NBA, Magnano ainda teria talento o suficiente para compor uma equipe de respeito, forte, para disputar a Copa América, contando com aqueles que julga os destaques do NBB – embora nem sempre os melhores de fato do campeonato nacional sejam chamados, diga-se – e com os garotos em desenvolvimento na Europa. (Desde que, claro, nenhum deles faça a transição para a liga norte-americana entre as temporadas.)

Rafael Hettsheimeir vai recuperando a melhor forma pelo Real Madrid aos poucos, Vitor Faverani tratou de fazer as pazes e é um pivô de elite na Europa, Rauzlinho ganhou minutos preciosos de Liga ACB nesta temporada, assim como Lucas Bebê, e Augusto Lima e Rafael Luz devem estar doidos para mostrar mais serviço pela seleção.

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Muita gente pode ter se despedido de Manu Ginóbili, Andrés Nocioni e Pablo Prigioni em Londres, mas nenhum dos três anunciou oficialmente a aposentadoria da seleção argentina. Luis Scola, pelo contrário, garantiu que joga. A República Dominicana não vai contar mais com John Calipari. Sem o badalado treinador, Al Horford e Francisco Garcia vão topar o desafio? A Venezuela depende, muito, do cada vez melhor Greivis Vasquez.


Diferentemente do futebol, Real Madrid é líder em início equilibrado da Liga ACB
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Giancarlo Giampietro

Nikola Mirotic, estrela emergente na Europa

O jovem astro Mirotic lidera um ataque que está nos trinques

No Campeonato Espanhol de basquete, a Liga ACB, as coisas estão invertidas em relação ao de futebol, La Liga (de las Estrellas, coisa cafona). Para a bola que quica, nesta temporada quem manda por enquanto é o Real Madrid, enquanto o Barcelona aparece no pelotão intermediário. Isso, claro, depois de um blogueiro aí ter eleito o time catalão como o grande favorito ao título.

São sete vitórias em sete rodadas para o clube merengue, o único invicto até o momento. Sob o comando de Pablo Laso, um pouco mais solto de que seu antecessor, o cerebral Ettore Messina, a equipe da capital também tem disparado o melhor ataque da competição, com 627 pontos convertidos, sendo que o segundo é o Estudiantes, do Lucas Bebê, com 579. Seu saldo de pontos também é o maior, com 94 pontos (média de +13,4 por jogo).

Para comparar, o Barça tem até o momento surpreendentes três derrotas no campeonato, ocupando um ainda mais inacreditável sétimo lugar. Com 558 pontos marcados e 476 sofridos, tem a terceira melhor defesa, atrás de Bilbao (456) e Unicaja Málaga (469) e saldo de +82 pontos, 11,7 por confronto, de todo modo também uma margem confortável, embora ainda não traduzida diretamente para a tabela de classificação.

A equipe catalã está situada no enorme pelotão de cinco concorrentes com o mesmo número de vitórias e reveses, que se estende até a 12ª posição, ocupada pelo Valladolid. Outro agrupamento engloba do segundo ao sexto colocados, no qual estão Baskonia (Caja Laboral), Valencia, Málaga, Gran Canaria e Bilbao. Nesse bolo todo, apenas uma vitória separa o vice-líder do 12º lugar.

*  *  *

O Real conta com quatro jogadores com duplos dígitos na pontuação (o jovem Nikola Mirotic, ultratalentoso é o cestinha com 15,1 pontos), e poderia ter um quinto não fossem os 9,9 de Jaycee Carroll, astro do Azerbaijão. Para o mundo Fiba, especialmente na Liga ACB, é bastante coisa. A equipe tem média geral de 43% nos tiros de três pontos (líder), 56% nos dois pontos (quarto) e 17,1 assistências (líder). Um ataque que realmente está nos trinques e ainda vai ganhar o reforço do pivô brasileiro Rafael Hettsheimeir, que ainda trabalha para recuperar a melhor forma depois de uma cirurgia no joelho.

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Naturalizado espanhol, draftado pelo Bulls, Mirotic aparece como o jogador mais eficiente da Liga em sete rodadas, com 19,3 pontos de valoração, pouco acima dos 19 do canadense Levon Kendall e do ala americano Tariq Kirksay. Kendall, aliás, faz uma dobradinha do Canadá no topo da lista dos cestinhas, que tem o experiente ala Carl English na dianteira, com 17,9 por partida, acima dos 16,4 de seu compatriota. Por curiosidade, o espanhol mais bem ranqueado é Alberto Corbacho, ala do Obradoiro (Blusens Morbús), em sexto, com 14,7. O pivô argentino Leo Mainoldi é quem vem dominando a tábua de rebotes, com 8,57 de média, acima do brasileiro Vitor Faverani (7,71).  Marcelinho Huertas aparece em terceiro nas assistências, com 4,43, abaixo das 6,57 de Andrés Rodríguez, do Obradoiro, e das 5,0 de Llull.