Vinte Um

Arquivo : janeiro 2013

Série constante de graves lesões ameaça ‘Eldorado’ de armadores na NBA
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Giancarlo Giampietro

Derrick Rose abatido

Como Rose vai retornar depois da ruptura do CLA? Torcida do Bulls apreensiva

Se o cara é um armador sensacional, um craque de bola ganhando milhões na NBA, alguma coisa pode estar errada ou algo de errado está prestes a acontecer?

Eu, hein?!

Que toda a galera bata na mesa da escrivaninha agora ou, se estiver com o computador no colo, que se corra até a madeira mais próxima: toc, toc, toc.

(Vocês vão me desculpar o começo de texto absurdo, mas é que, quando se dá conta de um apanhado como este que vem por aqui, é de se ficar meio atônito, mesmo, escrevendo qualquer coisa. Explicando…)

Porque Rajon Rondo é a vítima mais recente de uma profissão mágica, fundamental para deixar nosso passatempo predileto mais divertido: a de bom armador. Uma profissão que, por exemplo, vai deixando cada vez mais conhecida a a famigerada sigla LCA. Significado: ligamento cruzado anterior e sua ruptura. A mesma lesão que tirou Ricky Rubio e Derrick Rose de quadra ao final da temporada passada, sendo que o astro do Bulls ainda nem voltou a jogar e Rubio ainda tem dificuldades para recuperar o basquete que encantou a NBA em sua primeira campanha.

Os problemas físicos de uma talentosa fornada de armadores não param por aí, porém. John Wall perdeu quase meia temporada por conta de uma lesão por estresse na rótula – aliás, não me perguntem nada além disso, por favor, porque taí algo bem estranho de se escrever. Stephen Curry já tem o tornozelo direito castigado por tantas torções. Kyrie Irving, o prodígio do Cavs, mal conseguiu jogar por Duke na NCAA, devido a uma lesão no pé, fazendo apenas 11 partidas. Em seu ano de novato, sofreu com concussões e uma lesão no ombro. Mais velho que essa turma toda, Chris Paul também já teve de lidar com a ruptura de um menisco no joelho em 2010.

Nessa lista estão sete dos talvez dez mais da posição. Vamos evitar a brincadeira de elencar um top 10, mas dá para fazer de outro modo. Veja abaixo.

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Russell Westbrook, aquele dínamo do Oklahoma City Thunder, nunca perdeu um jogo em sua carreira devido a contusão ou lesão.

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Rubio, CP3, Irving

Três armadores brilhantes em diferentes níveis

Em termos de armador (sem pensar exclusivamente em jogadores puramente passadores como Andre Miller), a NBA vive hoje uma espécie de eldorado.

Checando o titular da posição em cada equipe, e a grande maioria vai apresentar um jogador de destaque. Nem todos são incontestáveis, mas tem muita gente no auge e outros de muito potencial, além de Steve Nash e Jason Kidd, no ocaso de suas carreiras históricas. Alguns podem ser considerados apenas regulares, mas é difícil de encontrar alguém que ruim de chorar.

Vamos lá.

Na Divisão do Pacífico, temos Stephen Curry, Steve Nash, Chris Paul (para não falar de Eric Bledsoe), Isiah Thomas e Goran Dragic.

Na região do Noroeste: Russell Westbrook, Damian Lillard, Ricky Rubio, Ty Lawson e Mo Williams.

No Sudoeste: Tony Parker, Mike Conley Jr., Darren Collison, Jeremy Lin e Greivis Vasquez.

Na Divisão Central: Derrick Rose, George Hill, Brandon Jennings, Brandon Knight e Kyrie Irving.

No Sudeste: Mario Chalmers, Jameer Nelson, Jeff Teague, Kemba Walker e John Wall.

Por fim, nos lados do Atlântico: Raymond Felton/Jason Kidd, Deron Williams, Jrue Holiday, Rajon Rondo e José Calderón.

Levando a brincadeira adiante, talvez dê para dividi-los assim:

A elite: Paul, Westbrook, Parker, Rose, Deron Williams, Rondo.
Wess pode não ter o maior fã-clube lá fora, mas é uma força da natureza como Rose, que atacam de uma outra forma na posição, mas com sucesso inegável. Williams ainda se segura por aqui pelo conjunto da obra, mas ainda tem muito o que jogar pelo Nets para justificar seu salário. Os demais? Nem precisa discutir, né?

Chegando lá: Irving, Curry, Holiday, Wall, Lawson.
Irving só não está um degrau acima ainda pela brevidade de sua carreira e por sua defesa pífia. Curry é o melhor arremessador da turma, herdeiro de Nash nesse sentido, Holiday combina bem doses de Wess/Rose com ótima defesa, Lawson perdeu rendimento nesta temporada, mas, quando está em plena forma, com confiança, ninguém segura. Wall: quando os chutes de média distância, ao menos, vão começar a cair?

No meio do caminho: Felton, Conley Jr, Calderón, Hill.
Com Felton, o Knicks é uma coisa. Sem ele, outra. O que não quer dizer também que ele esteja entre os melhores de sua posição: isso apenas reflete o modo como o elenco do Knicks foi construído, e a dupla armação em sintonia com Kidd se tornou vital. Conley começou o ano barbarizando, mas deu uma boa desacelerada depois. Ótimo defensor, veloz, mas ainda longe de ser decisivo. Calderón é um dos poucos puros passadores nesse amontoado todo, um ótimo organizador, mas que sofre muito na hora de parar os adversários. George Hill é o contrário: marcador implacável, bom finalizador próximo da cesta, mas que não está na mesma categoria de Rose e Westbrook e não faz o jogo ficar mais fácil para seus companheiros.

Em franca evolução: Lillard, Walker, Dragic, Teague, Jennings, Bledsoe.
Grupo de potencial, mas que ainda não sabemos exatamente onde vão parar. Ninguém poderia imaginar o impacto que Lillard vem causando em Portland. Mais um ano desse jeito e já vai para o andar superior. Walker enfim parece aquele terror da NCAA. Dragic é vítima das circunstâncias em Phoenix. Teague e Jennings ainda alternam bastante, mas contribuem de modo mais positivo com suas equipes no momento do que complicam seus treinadores. Bledsoe jajá vai ganhar uma bolada de alguém.

Enigmas: Rubio, Lin, Knight, Vasquez.
Ainda está cedo para avaliar o físico do espanhol depois da lesão – a defesa e o arranque para a cesta especialmente –, mas seu arremesso está ainda pior. Lin: ainda não acho que dê para dizer que a Linsanidade foi uma mentira, vide suas principais atuações neste campeonato quando Harden está de molho. Knight é dos mais jovens da lista, com apenas 20 anos, mas, comparando, está beeeeem abaixo de Irving em termos de produção estatística e personalidade em quadra, sendo que o rapaz do Cavs é de sua mesma geração. Mas todos em Detroit dizem que é um cara sério, que trabalha duro e que tem muito a crescer. A ver. Já os números do venezuelano são ótimos neste ano, mas fica a dúvida ainda se ele consegue manter esse rendimento com consistência e se consegue fazer valer seu tamanho na defesa, se tornando mais combativo.

Já deu o que tinha de dar: Nelson, Mo Williams, Darren Collison.
Nelson é o líder emocional do Orlando Magic, corajoso, habilidoso mas… seu tamanho hoje impede que ele compita de um modo justo contra aberrações atléticas que vêm dominando a posição. Williams sempre foi mais moldado como um ótimo sexto homem do que como alguém que vá fazer a diferença para um bom time de titular. Collison ainda é bastante jovem, mas rende mais quando é a estrela da companhia – vide seu ano surpreendente como substituto de Paul no Hornets. E quem vai querer dar a Collison um time para liderar, levando em conta o nível dos outros jogadores aqui listados?

Sobram Mario Chalmers e Isiah Thomas, dois casos bem particulares. Jogando ao lado de Wade e LeBron, Chalmers tem um papel bem reduzido em Miami: abrir a quadra com chutes de três pontos e colocar muita pressão na linha de passe do oponente, duas coisas que faz muito bem. É um jogador que se encaixa perfeitamente num esquema e ainda não foi testado para valer de outra forma. Isaiah Thomas, com 1,75 m, é o jogador mais baixo desta página, enfrentando todas as dúvidas de sempre. Pelo Kings, se mostra um jogador, de qualquer forma, bastante útil, com números sólidos, boa velocidade, mas não chega a ter a eficiência de um Lawson que o torne irresistível no ataque para compensar sua fragilidade na retaguarda.

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'Rio já não ouve mais tantos gritos assim de Wade ou LeBron

É justo comparar Mario Chalmers com os demais armadores quando sua função é tão diferente?

Como o Knicks vem mostrando com Felton e Kidd, finalizadores e facilitadores, o Heat com a obrigação de condução do time dissipada entre seus principais nomes, a ascensão de cestinhas impossíveis como Irving, Rose e Westbrook, é cada vez mais raro pensar no armador da NBA como um Bob Cousy ou John Stockton, e isso não quer dizer que estejamos diante do fim do mundo. O jogo vai mudando, seguindo diversos caminhos, e os técnicos e jogadores mais antenados vão se adaptando junto.

Só esperamos que as lesões gravem não acabem com essa evolução natural da modalidade. Não quer dizer que os astros estejam ou tendam a ficar baleados. Muitas vezes uma cirurgia pode acontecer apenas em decorrência de um lance de azar. Que essas ocorrências fiquem mais raras. Um armador com velocidade e mobilidade avariadas se complica em uma liga que valoriza cada vez mais o jogo atlético espalhado por toda a quadra.

E outra: enfermaria não tem graça nenhuma.


Por razões religiosas, americano rompe com Zalgiris por discordar de patrocínios e cheerleaders
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Giancarlo Giampietro

Ibrahim Jaaber, ex-Zalgiris Kaunas

Vamos com o lide clássico porque realmente não dá para ser melhor ou mais estranho que isso: “O armador americano Ibrahim Jaaber, 28, rompeu seu contrato com o Zalgiris Kaunas nesta quarta-feira por discordar da política de patrocínios promovida pelo clube lituano, participante da Euroliga, e também por considerar exagerada a apresentação de um grupo de cheerleaders em partida da liga local”.

Sim.

Por motivos religiosos, Jaaber não aceitou mais defender o tradicionalíssimo Zalgiris nesta temporada, por não aceitar jogar com uma camisa que possua marcas de uma cervejaria (Kalnapilis), de uma fabricante de espumante (Bosca) e/ou um site de apostas (Top Sport). De modo que pediu a seu agente para contatar a diretoria do clube presidido por Arvydas Sabonis para acertar sua rescisão contratual.

Além disso, o armador também levou em conta em sua decisão a performance das animadoras de torcida do Lietkabelis, que recebeu a superpotência lituana na cidade de Panevėžys – a quinta maior do país báltico, com 113.653 habitantes, sendo que uma dúzia delas é composta por  dançarinas aparentemente bastante provocadoras.

Segundo consta, o norte-americano teria ainda concordado em devolver todo o salário que recebeu na temporada.

Agora está sem clube, mas com seu passaporte búlgaro disponível para prestar serviços para outro clube. Formado na universidade de Penn, ele joga na Europa desde 2007, tendo se destacado nas últimas temporadas no basquete italiano, por times fortes como Lottomatica Roma e AJ Milano.

De todo modo, vai para o mercado com claras restrições e, possivelmente, assustando os interessados. Patrocinadores podem se diversificar. Mas show de cheerleader, goste ou não,  já é atração banal em todo lugar nas quadras europeias.

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Lembra quem já defendeu o Zalgiris?

Marcelinho Machado. Ele mesmo: na temporada 2006-2007, a última em que topou jogar fora do país, longe do conforto do Rio de Janeiro. Ele estava inserido na rotação da equipe, embora como coadjuvante. Terminou aquela Euroliga com médias de 7,67 pontos, usando a camisa 9 – sua costumeira 4 estava reservado para o xodó da casa, o ala-pivô Paulius Jankunas, que ainda joga pelo clube.

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Mais algumas notas da Euroliga antes dos jogos da sexta semana do Top 16:

– O ala-armador americano Brad Oleson trocou o Caja Laboral pelo Barcelona. A contratação de Oleson era algo que o Barça estava tentando há tempos, e o jogador serve agora como uma espécie de apólice de seguro para o caso de as lesões de Juan Carlos Navarro não cessarem nesta temporada. O time basco acabou liberando o jogador por não conseguir honrar seus compromissos – especula-se que tinha uma dívida de cerca de um milhão de euros com o atleta, um ótimo arremessador de três pontos, e daqueles que “surgiu do nada” na Europa, depois de pouca, ou nenhuma badalação em casa. Para seu lugar, foi contratado o ala-armador tcheco David Jelinek, ex-Joventut.

– O Olympiakos vai ter de tentar defender seu título sem a presença do armador Evangelos Mantzaris em seu quinteto titular. O jovem grego sofreu uma grave lesão e está fora da temporada. É uma perda considerável para o clube de Atenas. Também uma aposta da seleção grega, Mantizaris é um atleta de ótima presença defensiva, cujo basquete combinava perfeitamente com o de Vassilis Spanoulis. Cresce a responsabilidade para o americano Acie Law agora.


Noah faz as vezes de Varejão como peça deslocada no All-Star Game da NBA
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Giancarlo Giampietro

JoJo não para!

Não teve Anderson Varejão, então vai de Joakim Noah, mesmo. Não que signifique muita coisa.

Esses são dois jogadores bem semelhantes, e os paralelos vão muito além da cabeleira exótica – embora, fale a verdade, nesse quesito o capixaba dê de 10 a 0, não? Dificilmente o coque do francófono vai poder virar peruca para os torcedores de Chicago usarem uma noite especial.

Mas, no que importa mais, a bola quicando, estamos falando de dois dos jogadores mais raçudos, empenhados, determinados, dedicados, comprometidos, aguerridos etc. etc. etc da NBA. Dois reboteiros e defensores excepcionais, que ajudam suas respectivas equipes nos pequenos detalhes de jogo, que dão sustentação para que elas vençam (no caso do Bulls) ou estejam em condições de, ao menos, lutar (alô, Cavs).

Varejão vinha em sua melhor temporada, como candidato sério ao jogo das estrelas em Houston, mas seus recorrentes problemas físicos lhe custaram qualquer chance de receber a honraria. Abriu espaço para Noah, e a vaga não podia ficar em melhores mãos – David West, com sua campanha de arromba pelo Indiana, que nos desculpe.

JoJo vai de 12,1 pontos, 11,1 rebotes, 4,1 assistências, 2,1 bloqueio e 1,3 roubo de bola, com 75,3% nos lances livres e 45,7% nos chutes de quadra no atual campeonato. Ao passo que Anderson tem 14,1 pontos, 14,4 rebotes, 3,4 assistências, 0,6 bloqueio e 1,5 roubo de bola, com 75,5% nos lances livres e 47,8% de pontaria.

São rendimentos bem similares, com o brasileiro ligeiramente superior.

Mas uma comparação fria assim não conta para muito, né? Talvez Noah já levasse a melhor numa eleição levando em conta o melhor rendimento do Bulls na temporada. Também dá para contra-argumentar que o pivô capixaba não tem culpa de jogar em um clube inferior e que, sem seus esforços, a coisa poderia ser ainda mais braba em Cleveland. Aí que o advogado de Noah também poderia defender a tese de que, num sistema amarrado como o de Thibodeau, seus números ofensivos acabam sacrificados, mesmo com Derrick Rose afastado por lesão (sobrando deste modo mais arremessos para o restante da cavalaria). E esse parágrafo não ia terminar nunca com tantos pontos de um lado ou de outro. No fim, a infeliz lesão de Anderson encerrou qualquer discussão.

Noah não é o mais habilidoso na hora de colocar a bola na cesta ou de driblar. Há, porém, muito mais coisa em jogo numa quadra de basquete, e, em termos de serviço sujo e jogadas complementares, o sujeito é um dos melhores.

Está feito convite: no próximo jogo do Bulls, desviem o olhar da bola para a ação que se passa distante dela, tanto na defesa ou no ataque.

Na retaguarda, vejam o quanto se movimenta Noah, para fechar espaços com sua movimentação horizontal e vertical. Para alguém de seu tamanho, é de se embasbacar. No pick and roll, ele pode tanto se antecipar contra a investida de um armador como recuar rapidamente em sequência para cobrir  eu próprio jogador. Atacando, ciente de suas limitações com a bola, dificilmente vai atacar a cesta no mano a mano, a não ser quando estiver diante de um pivô mais lento. De resto, vai se colocar em situações em que pode converter o arremesso de longa distância – que é feio que dói, mas funciona adequadamente –, ou para usar seu talento como passador. Especialmente lendo a defesa da cabeça do garrafão, mas não que não saiba também dar suas assistências em movimento.

No Chicago sistemático de Thibodeau, essas são  contribuições vitais.

Numa pelada como o All-Star Game?

Completamente deslocadas, assim como as de Varejão estariam.

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Na vitória do Bulls sobre o Detroit Pistons na semana passada, Marco Belinelli foi quem fez a bandeja e, depois, converteu o lance livre para dar a vitória para o time da casa, nos segundos finais. Mas o lance mais incrível fica por conta de Noah. O pivô reage rapidamente a um arremesso perdido pelo ala italiano, salva uma bola impossível e mal vê o desfecho do lance. Clique aqui e assista. “Foi a melhor jogada”, afirma o armador Nate Robinson. “O engraçado é que estávamos comemorando na quadra, e ele ainda estava derrubado sobre as cheerleaders.”

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Curioso é que, durante sua preparação para o Draft da NBA de 2007, Noah era constantemente comparado a Varejão, e se mostrava ofendido: afirmava que se considerava um jogador muito diferente e de outro nível. Bom lembrar apenas que, naqueles tempos, o brasileiro era considerado um marcador dos mais chatos, mas no ataque de Mike Brown era muito pouco aproveitado, vivendo das rebarbas de LeBron James – e Larry Hughes, Damon Jones, Donyell Marshall, o envelhecido Ilgauskas e outros jogadores nada brilhantes.


Lesão de Rondo abre oportunidade, e Leandrinho recebe voto de confiança de Pierce em Boston
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Giancarlo Giampietro

Leandrinho já é de casa

Um Boston Celtics mais unido sem Rajon Rondo?

A chance veio.

A lesão de Rajon Rondo abriu 37,4 minutos para serem distribuídos na rotação de perímetro de Doc Rivers, e a diretoria dá a entender que quer ver como o time – e os jogadores da posição – respondem nas próximas semanas para avaliar se precisam, ou não, de uma troca. Lembrando que o prazo para os times fecharem transações nesta temporada dura até 21 de fevereiro.

Leandrinho sabe, então, que chegou a hora. Depois de ser acionado nos primeiros meses e, depois, ser enterrado no banco de reservas, pinta uma nova oportunidade para o brasileiro mostrar serviço.

Contra o Heat, Courtney Lee foi promovido ao time titular para fazer dupla com Avery Bradley, enquanto Paul Pierce teve se dedicar mais à orquestração do ataque. Ainda assim, o tempo de quadra do brasileiro subiu para 30 minutos. Teve dupla prorrogação? Ok, teve, então foram 58 minutos disponíveis de partida. Mas já foi um baita avanço, já que, nas quatro rodadas anteriores, ele havia somado apenas 19 minutos no total, sem ter pisado na quadra na derrota para o Cavs. No geral, sua média na temporada é de apenas 11 minutos.

Enfrentando os atuais campeões, superatléticos, Leandrinho não chegou a brilhar, mas teve um jogo sólido: 4 assistências contra apenas um desperdício de bola e nove pontos, convertendo quatro em oito chutes de quadra, matando a única de longa distância que tentou. E solidez talvez seja algo de que o Celtics realmente mais precise neste momento. Jogadores consistentes, regulares, que assimilem seu papel e ajudem a equipe a se reconstruir rapidamente sem a presença do cerebral – e problemático – Rondo. Algo que nem ele, muito menos a dupla Courtney Lee e Jason Terry, nos quais Ainge e Rivers apostaram tanto, vinham conseguindo.

De todo modo, Paul Pierce, um dos capitães do time, não perdeu a fé nessa turma, incluindo o brasileiro. “Os caras vão receber uma oportunidade agora. Sabemos que eles assumiram papéis reduzidos por causa do modo como nosso time é construído. Agora eles vão ter de assumir um papel maior. E sabemos que temos caras mais do que capazes de aproveitar e dar conta do recado, seja Courtney Lee, seja Leandro Barbosa. Sabemos que esses caras podem jogar. O que aconteceu foi que, com o sistema que temos, com Rondo sendo nosso principal criador de jogadas, e jogando 40 minutos, esses caras provavelmente não tiveram uma oportunidade para realmente mostrar o que eles podem fazer. E agora eles vão ter essa oportunidade.”

Doc Rivers é bom de retórica, Kevin Garnett vai direto ao ponto, mas, pensando no futuro de Leandrinho em Boston, dificilmente alguém vai resumir melhor a situação do que fez o veterano ala. “Ainda gosto de nossas chances na Conferência Leste. Digo, sentimos que podemos jogar contra qualquer um com o time que formamos aqui. Mesmo sem Rondo. Contra o Miami foi o exemplo perfeito. Mostramos que somos capazes. Com ou sem Rondo, temos um elenco para competir com qualquer um. Não é segredo nenhum. Só precisamos jogar com a disciplina e o empenho que tivemos agora”, completou.

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Por mais generoso que seja em quadra, liderando a liga em assistências, diversos repórteres que acompanham o Celtics de perto levantaram a tese de que o Celtics poderia se acertar sem Rondo fora de quadra, em termos de clima de vestiário. Depois, poderiam melhorar as coisas jogando, mesmo. Se Ray Allen passou de mentor a inimigo de Rondo em menos de dois anos, não seria de se estranhar que outros atletas da Beantown tenham problemas de relacionamento com o jogador. “Ele não estava  lidando bem com a missão de liderar o time”, resumiu o veterano jornalista Peter May, que colabora com a ESPN.com de Boston e segue a franquia desde os tempos de Bird (ou mais).

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Rondo criou 24,3 pontos por jogo a partir de suas assistências nessa temporada. Se o Boston Celtics já tem um dos piores ataques da liga mesmo com essa produção incrível do armador, é de se imaginar, então, que o barco esteja afundado para o restante da campanha? Nem tanto. Nas últimas quatro temporadas, o time venceu 21 e perdeu 13 partidas quando jogou sem o armador. Talvez um jogo menos centralizado em uma só mente brilhante possa ser produtivo. Além disso, quando Rondo vai para o banco nesta temporada, o Boston Celtics permite cerca de 5 pontos a menos por partida, fazendo de sua defesa ainda mais forte – algo que poderia compensar também uma queda de rendimento no ataque.

Mas qualquer cenário positivo para o Celtics nesta temporada, que não envolva troca, vai depender exclusivamente de dois fatores: que Pierce e Garnett não se lesionem e que os reforços desta temporda rendam conforme o esperado. Incluindo, sim, Leandrinho.


Marcado por Raulzinho, Lucas Bebê faz a cesta da vitória para o Estudiantes
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Giancarlo Giampietro

Lucas Bebê vence a partida

O chapa Rafael Uehara já detalhou um pouco do desenvolvimento de Lucas Bebê no basquete espanhol. Neste fim de semana, o jovem pivô, ainda aos 20 anos, foi protagonista de um dos lances da rodada para nos sublinhar essa evolução. Foram deles os últimos dois pontos da vitória por 79 a 77 do Estudiantes sobre o Lagun Aro, pela 19ª rodada da Liga ACB.

O placar estava empatado em 77 a 77, quando o uruguaio Jayson Granger recebeu passe do ultramarcado Carl English (mais abaixo) e bateu para a cesta. Enfrentou dois adversários no alto na hora de subir para a bandeja e errou a finalização. Na sobra apareceu o pirulão brasileiro para converter o rebote ofensivo com simplicidade, sem cravada nenhuma, mas valendo os mesmos dois pontos.

A defesa do Lagun Aro estava tão quebrada pela atenção inicialmente despertada por English que acabou sobrando para o pobre Raulzinho fazer o bloqueio de rebote em Bebê, seu companheiro de seleção de base. Sem chance, né? O que não impediu também que o pivô ainda desse um leve empurrão no compatriota para subir livrinho. Veja aqui o lance.

(Não foi, aliás, uma partida para Raul guardar na cabeça: 2 pontos e 2 assistências em 16 minutos).

Lucas saiu do banco e jogou por 16 minutos. Terminou com apenas três pontos e uma cesta de quadra em cinco tentativas. Mas sua única cesta foi justamente a mais importante da partida. Além disso, somou cinco rebotes – três deles na tábua ofensiva, incluindo esse derradeiro – e deu quatro tocos.

Reparem no vídeo também: de tão pouco acostumado que está a participar de lances decisivos como esse pelo Estudiantes, que Lucas mal sabe direito como celebrar a cesta mais importante de sua carreira como profissional até aqui. Vê-lo em quadra nos segundos finais de um jogo pauleira da liga espanhola é um ótimo sinal.

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Por falar em jovem pivô brasileiro na Espanha… Temos o Augusto Lima, titular do Unicaja Málaga contra o CSKA Moscou na sexta passada, pela Euroliga, o carioca teve uma bela participação num surpreendente triunfo por 94 a 81 na capital russa – equipe da casa vinha de nove partidas invicta no torneio, enquanto o Málaga não vencia há sete partidas, incluindo o torneio continental e o nacional.

Aproveitando-se da ausência do veterano americano Andy Panko, Augusto ficou em quadra por cerca de 26 minutos e teve provavelmente sua melhor atuação na competição, com 9 pontos e 5 rebotes, além de dois roubos de bola e um toco. Ele mostrou seus principais atributos, como um pivô extremamente atlético, que corre a quadra com muita facilidade e determinação.

Na defesa, teve problemas em muitos confrontos no mano a mano com o sérvio Nenad Krstic (muito mais forte e experiente), especialmente quando o adversário era acionado contra uma esburacada defesa por zona orientada pelo técnico Jasmin Repesa. Seja no 2-1-2 ou 2-3, seus pivôs ficaram cetralizados muito recuados e permitiram bom posicionamento do talentoso do oponente. A partir do momento em que Krstic conseguia selar o brasileiro atrás de suas costas, os dois pontos ficaram praticamente garantidos. Não havia dobra, e sua envergadura e técnica fizeram a diferença. Por outro lado, quando não era incumbido de fechar o garrafão, centralizado, teve um rendimento bem melhor, cortando passes e fazendo sólidos bloqueios para o rebote.

Ganhar uma chance em Moscou, em uma partida de ag0ra-ou-nunca para o Málaga e ter correspondido: essas são as boas novas para Augusto e Magnano.

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Quem vem em grande fase na Liga ACB, ao lado de Bebê no Estudiantes, é o canadense Carl English. Contra o Lagun Aro ele anotou 31 pontos, e apenas 9 deles saíram da linha de três pontos. Agressivo, criativo em seus movimentos, conseguiu bater 12 lances livres na partida e converteu 11. O resultado foi a marca de 41 pontos de eficiência, sendo eleito o melhor jogador da rodada pela quarta vez na temporada. Aos 31 anos, está jogando o melhor basquete de sua carreira, com médias de 19,2 pontos em apenas 29 minutos. Para a Copa América 2013, caminha para ser o líder de uma seleção canadense que se esboça como grande ameaça para Brasil e Argentina.


Olho nele: Faverani caminha para se estabelecer como um dos melhores pivôs da Espanha
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Giancarlo Giampietro

Vitor Faverani ao ataque

Vitor Faverani deixa lesões de lado e segue progredindo na Liga ACB

Por Rafael Uehara*

Enquanto quebrávamos a cabeça tentando adivinhar se Rafael Hettsheimeir ia pra NBA ou para outro grande clube da Europa depois de grande temporada com o CAI Zaragoza e quais os motivos para que Lucas Nogueira fosse tão pouco aproveitado pelo Asefa Estudiantes, Vitor Faverani surgiu como a melhor esperança brasileira jogando no continente europeu ano passado.

Com a saída de Robertas Javtokas, o Valência assinou com o australiano AJ Ogilvy para substituí-lo, mas logo percebeu que a melhor solução estava em casa mesmo. Ogilvy se contundiu cedo na temporada, Faverani tomou seu lugar na rotação e não largou mais a posição de reserva do titular ucraniano Serhiy Lishchuk.

Em 36 jogos entre a liga espanhola e a Eurocopa de clubes, Faverani postou médias de 16,1 minutos, sete pontos e 3,2 rebotes, além de 54,2% de aproveitamento em tiros de quadra. Os números não são de levar à loucura, mas Faverani foi muito mais impressionante que suas médias expõem, e o resultado foi uma extensão de três anos que o time o ofereceu ao fim da temporada. A expectativa era que Faverani virasse titular do time em 2012-2013 e talvez foco do ataque. Mas várias lesões o permitiram jogar apenas 14 jogos essa temporada, e em pouco tempo de quadra, Faverani tem postado médias de 16 minutos, 7,2 pontos e 4,5 rebotes, além de 43,2% de aproveitamento em tiros de quadra.

Mas, se suas duas últimas performances – 12 pontos e cinco rebotes em 24 minutos contra o Bilbao no meio de semana pela Eurocopa e 16 pontos e cinco rebotes em 23 minutos contra o Murcia domingo pelo campeonato espanhol – podem ser aceitas como sinal de que ele está de volta à forma física ideal depois de quase dois meses parado, Faverani pode ainda estar a um passo de se estabelecer como um dos melhores pivôs jogando na Espanha até o fim da temporada. Que ele tem talento pra isso é inquestionável. Basta seguir nessa curva de desenvolvimento.

Com 2,10m de altura e porte físico avantajado, Faverani se destaca pela sua habilidade e mobilidade acima da média para posição. Não só tem força para cavar espaço no garrafão, mas sabe o que fazer com a bola quando a recebe de costas para cesta. Desenvolveu um gancho de esquerda efetivo e muito difícil para os adversários bloquearem. Demonstra também a capacidade de achar companheiros de equipe cortando para a cesta ou acampando no perímetro com belos passes. Além disso, no pick-and-roll, é explosivo deslizando para a cesta e joga acima dela ao finalizar.

É claro que há ainda o que melhorar. Faverani é apenas mediano pegando rebotes, muitas vezes apenas tirando proveito de sua estatura. Dificilmente busca bolas fora de posição, mas esse é um aspecto em que já podemos ver melhora com sua taxa de rebotes ofensivos aumentando este ano. Na defesa, Faverani segura posição contra qualquer um no garrafão, mas é muito passivo no pick-and-roll. É difícil saber se essa não é a instrução do técnico Velimir Perasovic (para que ele resguarde o interior ao invés de pressionar o armador), mas considerando o quão móvel Faverani é, o que faz mais sentido é que ainda não mostrou esforço e atenção total naquele lado da quadra para ganhar a confiança de Perasovic nessas situações. Pelo atleta que é, Faverani tem capacidade de ser um defensor destrutivo, mas ainda não está tão próximo desse potencial.

A esperança é que Faverani consiga evitar mais contusões e permaneça em quadra nessa segunda metade da temporada para que seu jogo possa continuar evoluindo. Está a passo de se tornar um dos melhores pivôs na Espanha, mas pra isso precisa estar em quadra. Com sua combinação de habilidade e porte físico, não há dúvida de que o céu é o limite para Faverani. Parece apenas uma questão de tempo.

*Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.

 


Astros, diretoria e técnico dividem culpa em fiasco do Lakers
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Giancarlo Giampietro

Os astros do Lakers diante de um fiasco

Quem poderia imaginar?

Houve quem apontasse o banco de reservas repleto de inutilidades. Que a idade dos astros poderia ser um problema. Que Dwight Howard estava retornando de uma delicada cirurgia nas costas. Que Mike Brown não daria conta do recado – e, posteriormente, que Mike D’Antoni talvez também não representasse a combinação certa.

Já são muitas ressalvas no parágrafo acima, é verdade.

Mas, de novo: quem poderia imaginar? Com Kobe Bryant, Dwight Howard, Steve Nash, Pau Gasol, o Lakers haveria de encontrar um jeito de vencer. Batata.

Com a temporada se aproximando perigosamente de sua metade, a célebre franquia californiana não consegue se encontrar. Apresentamos um dia desses alguns números de seus concorrentes como Blazers e Rockets para dizer que a luta pelos playoffs no Oeste não estava – ou está – perdida. Desde que os caras arrumem seu próprio time, claro. E aí vieram mais duas derrotas lamentáveis contra Raptors e Bulls para complicar qualquer equação.

O que acontece de tão errado?

Aqui vão alguns personagens que dividem responsabilidade numa campanha sofrida e extremamente decepcionante:

A dupla Mitch Kupchak/Jim Buss: os relatos que vêm de Los Angeles são contraditórios. Há quem diga que Kupchak não tem nada com isso e que é apenas usado pela família Buss como a bucha de canhão, aquele que tem de dar a cara a tapa para imprensa, jogadores e torcedores, mesmo com seu papel cada vez mais reduzido na gestão do time. Mas há quem diga que ele ainda seja fundamental nas decisões, sim. Vai saber. O ponto é que, depois de reunir um elenco deste peso, de forma até milagrosa, impossível de não se elogiar, a diretoria falhou sofrivelmente num outro ponto que nem é tão importante assim, imaginem: encontrar alguém que fosse capaz de dirigir suas estrelas. A insistência com Mike Brown foi um erro desde o começo. Estava mais que claro que o especialista em defesa não tinha o estofo para manipular ou direcionar tantas cobras criadas. Depois de um ano de lo(u)caute, desperdiçaram por completo o training camp fundamental deste ano ao empregar alguém que já estava (moralmente) demitido há tempos. Não era nem mais uma questão de “se”, mas só uma questão de “quando”. Pois bem. Com a possibilidade de assinar com um certo Mestre Zen, disponível e interessado, decidiram fechar com…

Mike D’Antoni: considerando o árido cenário tático que testemunhamos no Brasil, não deixa de ser interessante observar um treinador que se mantenha fiel a suas próprias convicções e filosofia. Ele tem uma visão de basquete clara. Porém, quando você só sabe trabalhar de uma maneira, não importando o elenco que tem em mãos, essa característica pode ser qualificada como teimosia, para não dizer burrice. Por quatro anos, seu plano de jogo pelo Phoenix Suns causou um impacto enorme em toda a liga, a ponto de dobrar até mesmo seu maior rival, Gregg Popovich. E não me venham dizer que não deu certo, que era um brilhareco: o Suns jogou por dois anos a final do Oeste, perdendo para times com Tim Duncan, Tony Parker, Manu Ginóbili, Kobe Bryant, Pau Gasol e Andrew Bynum, foi para os playoffs sempre e venceu 230 partidas (média de 57,5 por ano). Agora… querer repetir essa fórmula com esse plantel do Lakers não faz o menor sentido por diversas razões: 1) hoje ele tem um Steve Nash ainda bem preservado, mas oito (8!!!) anos mais velho do que encontrou pela primeira vez no Arizona; 2) se há alguma deficiência a ser destacada no jogo de Pau Gasol, é sua reduzida velocidade – ele é ágil em seu jogo de pés e lê com facilidade o que acontece em quadra, mas nunca foi de correr de um lado para o outro. Além disso, por mais que se esforce e, de vez em quando dê certo, devido a seu pacote técnico invejável, jamais vai ser um Dirk Nowitzki na linha de três pontos; 3) na verdade, fora o promissor Earl Clark, o ainda inexpressivo Darius Morris e o pivô reserva e baleado Jordan Hill, não há velocistas no time para se querer correr; 4) também não há nem chutadores em excesso para se espaçar a quadra. Então esta seria uma boa hora para D’Antoni rever useus dogmas e se mostrar um treinador mais pragmático.

Pau Gasol: ele até pode se justificar com motivos razoáveis, como o fato de já ter sido trocado pelo Lakers no ano passado, no famigerado negócio vetado por David Stern. Ficou magoado. Depois vem o Kobe alternando críticas indiretas ou diretas com afagos para o barbudo. Aí chega Mike D’Antoni com um sistema que não favorece e até atrapalha seu estilo. Tudo bem, entendemos. Mas, para quem é conhecido como um dos atletas mais cerebrais, inteligentes da liga, o espanhol andou reclamando demais nos últimos meses. Ainda mais agora, quando D’Antoni alterou sua rotação, buscando uma solução mais adequada para seus talentos – colocá-lo no banco para que ele possa jogar o máximo de minutos que puder sem a companhia de Dwight Howard, ficando mais próximo da cesta, em seu hábitat. Gasol chiou e disse que sempre foi uma “estrela titular” em toda a sua carreira. Mais infantil que isso não tem. O espanhol poderia se sentar uma hora dessas para bater um papo com um certo argentino narigudo do Spurs. Dá para tomar um chá e repensar o discurso.

Kobe Bryant: liderar por exemplo era o que Michael Jordan fazia, doendo em quem doesse – Steve Kerr, inclusive, já foi esmurrado pelo astro em um treino, num ato de imbecilidade do maior jogador de todos os tempos. Kobe sempre admirou MJ. A língua de fora, muitos movimentos com a bola e, a cada ano de um modo mais intenso, sua atitude fora de quadra. O superastro não aconselha, não conversa. Ele cobra. Em público mesmo. Cobra porque não deixa de jogar duro em um treino sequer, um jogo sequer etc. Em sua melhor temporada em muito tempo, nada mais do que justo? Podia até ser o caso. Mas, num caldeirão borbulhante como o desta temporada, não ajuda nada esse estilo confrontador. Por um tempo, tá certo, ele se manteve ao lado de D’Antoni, assim como havia feito com Brown. Agora, já começa a questionar o comandante. De todo modo, seu comportamento acaba sendo mais nocivo dentro do elenco, alienando os companheiros. Gasol já sofreu horrores com suas intempéries, e agora diversos rumores dão conta de que sua relação com Dwight Howard não é das melhores.

Agora digam qual o elemento em comum que permeia toda a dissonância entre os cinco personagens acima?

O ego inflado e irredutível.

Jim Buss não toleraria se desculpar e resgatar Phil Jackson. Mike D’Antoni é (foi?) tão celebrado como um gênio no ataque na década passada, então não daria o braço a torcer e adaptari seu sistema ou mesmo descartá-lo por completo. Pau Gasol se cansou tanto de apanhar em Los Angeles e não permitiria que um D’Antoni qualquer passasse por cima de seu status de estrela. Kobe Bryant é pentacampeão, um dos maiores cestinhas da história, o ídolo de ídolos como Nicholson ou Denzel, então não ousem dizer que ele deveria rever sua conduta.

Se esses figurões não conseguirem encarar com franqueza o fiasco que virou o time, sem arrefecer na defesa de suas agendas, vai ficando cada vez mais provável que o Lakers não vá para os playoffs no Oeste.

Inimaginável? Nem tanto.


Reforços não vingam, e Boston Celtics tenta sair do limbo para chegar bem aos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Rajon Rondo carrega o Boston Celtics

Rondo não recebeu a ajuda esperada das apostas de Danny Ainge

Por Rafael Uehara*

O retorno de Avery Bradley era visto como principal esperança para que o Boston Celtics pudesse engrenar e começar a se estabelecer como ameaça perigosa ao topo da conferência nos playoffs. Courtney Lee tem tido dificuldade em entender os fundamentos defensivos do time e Jason Terry não está sendo o substituto perfeito para Ray Allen que muitos esperavam. Em Bradley, o time tem o seu melhor defensor no perímetro e um par perfeito para Rajon Rondo no ataque, devido a sua capacidade de arrancar velozmente em contra-ataques, acertar tiros de três dos cantos e cortar para a cesta intuitivamente.

Bradley retornou, o time venceu seis jogos seguidos (entre eles contra Knicks e Pacers) e deu a entender que estava a caminho de se tornar uma força a ser levada a sério novamente. Mas o time de Doc Rivers falhou a arrancar mais uma vez. Perdeu domingo pela terceira vez seguida, chegando a um recorde de 20-20, praticamente no ponto médio da temporada. E essas derrotas vieram contra Hornets e Bulls em casa e Pistons fora. Chicago e Boston sempre fazem confrontos acirrados, e esse jogo foi para a prorrogação, mas sofrer nas mãos de New Orleans e Detroit se qualifica, sim, como tropeço.

As expectativas eram de que o time fosse um pouco menos limitado e dependente de Rondo no ataque este ano, com as adições de Terry, Courtney Lee, Jared Sullinger e Leandrinho Barbosa, além da retenção de Brandon Bass e Jeff Green. Mas isso não se materializou. O time tem um dos 10 piores aproveitamentos em pontos por posse. Paul Pierce tem postado os mesmos números da temporada passada, mas seu “jumper” vem perdendo efeito – ele tem acertado apenas 38% destes, de acordo com basketball-reference.com.

KG x Varejão

Garnett ainda combate Varejão e quem mais vier pela frente na defsa

Do mesmo modo que o time é dependente de Rondo no ataque, é dependente de Kevin Garnett na defesa. Mesmo em idade avançada, o pivô permanece um dos jogadores de maior impacto em toda a associação. Com ele em quadra, o time permite uma taxa de pontos por posse menor que a defesa do Los Angeles Clippers – a terceira melhor da liga. Mas, com ele no banco, o time só não permite mais pontos que Cavaliers, Kings e Bobcats – as três piores equipes em prevenção.

O fato é que todas as apostas que o gerente geral Danny Ainge fez na janela de verão, exceto talvez por Sullinger – que tem jogado melhor nos últimos 10 jogos – não têm rendido. Terry tem sido muito decepcionante, Green dificilmente impacta alguma partida, Bass não tem jogado tão bem quanto na temporada passada, quando lutava por uma extensão contratual, Lee também não vem bem e Leandrinho apenas ganhou minutos quando requisitou uma troca. A performance tão abaixo das expectativas de quase todos eles e seus contratos com vários anos sobrando ainda os fazem difícil de trocá-los para reformular o time ao redor de Rondo, Pierce e Garnett.

Já fica difícil de prever mudança em pessoal. Piora: a tabela também não ajudará muito os veteranos. Antes da parada para o jogo das estrelas, o time terá sua parcela de Cleveland, Sacramento, Orlando e Charlotte, mas também terá pela frente Miami, Nova York (os dois), Los Angeles (idem) e Chicago. E depois da parada, irá á Costa Oeste para cinco jogos na casa do adversário e, depois de voltar para tomar um café em casa, irá a Filadélfia (que talvez possa ter Andrew Bynum de volta até lá) e Indiana. Em outras palavras, o desafio para engrenar será ainda mais difícil.

Logo, o Celtics está num limbo. Não há muito que fazer a não ser confiar que mais tempo a Bradley proporcione mais estabilidade, que as apostas de Ainge comecem a render na segunda metade da temporada (ou pelo menos no próximo mês, para que se tornem moedas de troca decentes) e que Garnett siga proporcionando o mesmo valor quando Doc Rivers estender os seus minutos nessa reta final. Esses pontos todos precisam ser conjugados para que o time possa finalmente engrenar em direção aos playoffs.

*Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.


A NBA não vive apenas de estrelas: conheça os anônimos que brilham ao seu modo na liga
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Giancarlo Giampietro

Sabe o Jeremy Lin, né?

Aquele da Linsanidade e tal.

Então: seu caso de jogador que era refugo da D-League e virou um astro na NBA foi o mais emblemático quando pensamos em atletas que nem sempre foram valorizados como deviam por dirigentes, técnicos e scouts, ou, no mínimo, atletas que acabam evoluindo consideravelmente contrariando qualquer previsão e acabam se dando bem na liga norte-americana.

São histórias sempre bacanas de se acompanhar, mostrando que nunca é tarde para realizar seus sonhos.

(Espaço para imaginar a trilha de cinema, daquele filme de drama enobrecedor, que faz a pessoa se sentir nas nuvens depois de um clímax meloso, mas arrebatador. Que toque a sifonia na sua cuca…)

Agora ok.

No ano passado, ainda na primeira encarnação, o Vinte Um elegeu seu “Esquadrão Jeremy Lin” em homenagem ao armador que conquistou Manhattan, reunindo jogadores que tiveram de lutar e viajar um bocado até chegar ao bem-bom da NBA.

Ainda estamos na metade do campeonato 20120-2013, com muita coisa para rolar – especialmente a fase deprimente e ao mesmo tempo extremamente intrigante em que os times vão se autossabotar para tentar uma escolha mais alta de Draft, abrindo as portas para as hordas vindas da D-League. Mas já deu para pinçar aqui e ali quatro bons candidatos para formar o”EJL 2012-2013″.

Sem perder mais tempo, vamos aos rapazes que concorrem a uma honraria tão prestigiada como essa:

Chris Copeland, New York Knicks.

Chris Copeland

Copeland em ação na liga de verão de Las Vegas: calouro aos 28 anos

Nascido em Nova Jersey, formado na universidade de Colorado em 2006, o ala de 28 anos realmente apareceu do nada. Quer dizer, a não ser que o informado leitor do Vinte Um estivesse por dentro de tudo que se passava na liga belga de basquete. Era lá que ele estava jogando nas últimas duas temporadas, defendendo o ilustre Generall Okapi Aalstar (muito prazer) e foi encontrado pel olheiro europeu dos Bockers. Foi convidado para jogar a liga de verão de Las Vegas, ganhou um lugar no training camp de Mike Woodson e, alguns meses depois, já faz parte do quinteto titular, jogando ao lado de Carmelo Anthony como um Steve Novak turbinado. Arremessa muito bem de qualquer canto da quadra e é um pouco mais atlético que o branquelo. Já marcou mais de 20 pontos em três partidas.

– Alan Anderson, Toronto Raptors.

Alan Anderson para o chute

Alan Anderson chuta com Kevin Durant na plateia

Aos 30 anos, o ala enfim conseguiu seu lugar para valer no Eldorado. Graduado em uma universidade bem mais tradicional, Michigan State, demorou para ter destaque pelos Spartans, dirigido por Tom Izzo. Teve médias de 13,2 pontos, 5,6 rebotes e 1,7 assistência em sua última campanha. Não foi o suficiente para convencer um time a selecioná-lo no Draft de 2005, mas ele acabou jogando pelo Bobcats em duas temporadas intermitentes, alternando com passagens pelo Tulsa 66ers da D-League. Dispensado, decidiu então migrar para a Europa, onde jogou na Itália, na Rússia e na Croácia até assinar com o Maccabi Tel Aviv, pelo qual fez uma ótima temporada em 2009-2010. Voltou para os EUA, então, mas, sem ofertas da NBA, jogou pela D-League novamente em 2010. Era muito pouco para seu talento, tendo se transferido logo para o Barcelona. Foi eleito o MVP da Copa do Rei. Hora de se firmar na NBA? Claro que não: teve de ir para a China até que, em março de 2012, assninou um contrato de 10 dias com o Raptors. Depois, fechou pelo restante da temporada, com médias de 9,6 pontos por partida em 17 partidas como titular. Mas é apenas nesta temporada, mesmo como reserva, que ele vem sendo produtivo, com 12,2 pontos em 24,7 minutos, com desempenho decisivo em algumas vitórias do Raptors. Mais importante: tem seu primeiro contrato garantido.

– PJ Tucker, Phoenix Suns.

PJ Tucker x Nicolas Batum

PJ Tucker pressiona Batum: destaque isolado pelo Suns

Ao contrário dos dois jogadores citados acima, Anthony Leon Tucker foi selecionado no Draft da NBA na 36ª posição, no ano em que decidiu deixar a universidade do Texas, em 2006. Acontece que sua carreira pelo clube canadense não foi das mais produtivas ou duradouras: fez apenas 17 partidas em sua temporada de calouro até ser dispensado. Ele admite hoje que não soube lidar com a falta de tempo de quadra, deixando se levar pela frustração. “Eu ficava reclamando, brigando. Tinha a cabeça muito jovem e não entendi que isso é um negócio, perdi a perspectiva. Você precisa entender seu papel numa equipe. Agora vejo garotos fazendo a mesma coisa: dizendo que foram ferrados pelo GM ou pelo técnico. Quando você consegue ser verdadeiro consigo mesmo, é aí que as coisas fazem sentido. Foi uma jornada dura, mas completa”, diz o ala que é um dos poucos pontos positivos na decepcionante campanha do Suns. Nessa jornada dura você pode incluir passagens por dois clubes de Israel, um da Ucrânia, um da Grécia, um da Itália, um de Porto Rico e outro da Alemanha. Por clubes menores, mas preenchendo o currículo: foi eleito o MVP da liga israelense em 2008, cestinha da liga ucraniana e MVP da última final da liga alemã, pelo Brose Baskets Bamberg. Seu passe estava valorizado na Europa, mas optou por tentar a NBA mais uma vez, garantindo seu lugar no Arizona com muita garra, assumindo o desafio de marcar um LeBron James uma noite e Kevin Durant na outra. “Nunca deixo alguém trabalhar mais duro do que eu”, afirma.

– DeQuan Jones, Orlando Magic.

DeQuan Jones, Orlando Magic

DeQuan Jones, um titular improvável para o Orlando Magic

Um jogador com muita impulsão e elasticidade, candidato natural a qualquer concurso de enterradas, Jones era, porém, apenas o sétimo cestinha da universidade de Miami – equipe que está bem distante do pelotão de elite da NCAA. Não era de estranhar então que, na noite do Draft de 2012, sua família não tivesse preparado nenhuma festa de arromba. “Ninguém esperava por nada. Era mais como um tiro no escuro”, diz o ala. Sete meses depois, e lá está ele no quinteto titular em Orlando, clube pelo qual ele nem foi testado nos treinos particulares que antecedem o recrutamento de novatos. Para constar: apenas Bucks, Lakers e Pistons o observaram de perto, e foi em Detroit que Scott Perry, futuro gerente geral assistente da franquia da Flórida o conheceu. Perry o convidou para jogar a liga de verão, e deu certo. Acabou conseguindo uma vaga no traning camp, sem garantia alguma no seu contrato, mas bateu o veterano Quentin Richardson (US$ 4,5 milhões em salário) e os alas Justin Harper e DeAndre Liggins, que eram escolhas de Draft do clube.

PS: encontre o Vinte Um no Twitter: @vinteum21.


Equipe sensação da Euroliga encara seu maior desafio: a luta contra a falência
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Giancarlo Giampietro

Paul Davis enterra

Paul Davis, MVP da quarta semana do Top 16, mas sem salários

Um dos melhores times da Euroliga corre o risco de se declarar falido, ou algo perto disso, nos próximos dias ou semanas. Uma pena, pois estamos falando justamente da maior surpresa do torneio até aqui, o Khimki Moscou.

Quer dizer, vamos relativizar essa história de surpresa. Talvez seja melhor trocar por sensação. Porque uma equipe que pode escalar Zoran Planinic, Vitaly Fridzon, Sergei Monya, Matt Nielsen, Paul Davis, James Augustine, Kresimir Loncar e, ufa!, Petteri Koponen tem de ser cotada para brigar de igual para igual com qualquer um.

De todo modo, em termos de nome e porte, de fato não há como colocar “Khimki” na mesma sentença de Barcelona, Olympiakos, Maccabi ou Montepaschi. E, ao tomarmos nota do que se passa com o clube nesta temporada, realmente não tem como comparar o clube com essas instituições, mesmo: o time moscovita está devendo salários aos seus jogadores há três meses.

Calma, que dá para piorar. Segundo informações passadas de dentro do vestiário para diversos veículos russos há casos de jogadores que não recebem, tipo, desde outubro. O que equivale a “desde-o-início-do-campeonato”.

Literalmente uma dureza.

Durante a semana, cansados de promessas não cumpridas pelo presidente Andrey Nechaev, os atletas anunciaram uma greve. Para o bem do torneio e até para evitar um vexame do basquete russo, decidiram ir para quadra na sexta para receber – e aniquilar – o Maccabi. Mas se recusaram a treinar nas dependências do clube e prometeram que não jogam neste fim de semana pelo campeonato russo. O que aconteceu é que a diretoria montou um elenco bem caro, mas sem ter os patrocínios e recursos necessários para bancá-lo. Uma situação bizarra para um clube que esteja disputando a Euroliga.

No confronto com o Maccabi, houve uma tensão no ar. Os jogadores demoraram para ir para a quadra, atrasando o início da partida em mais de dez minutos. Foi um recado claro para o clube e, neste caso, também para a direção da liga, de que as coisas não estão bem por lá. Que providências serão tomadas não está claro ainda.

KC Rivers sobe para a bandeja

KC Rivers, cestinha que sai do banco para o Khimki

Em jogo, naturalmente o Khimki começou mais devagar, um tanto desligado, permitindo muitos contra-ataques para a equipe israelense (destaque para o ala Lior Eliyahu, cujos direitos na NBA pertencem ao Minnesota Timberwolves). Do segundo quarto em diante, porém, tomado pela adrenalina da partida, o time da casa foi avassalador 69 pontos contra apenas 42 do oponente, vencendo de lavada: 88 a 67.

Paul Davis, veterano americano com bastante experiência no basquete espanhol e que já foi uma aposta do Clippers, teve uma atuação completamente dominante no segundo tempo, terminando com 16 pontos, 9 rebotes e 5 tocos, anulando o talentoso compatriota Shawn James, do Maccabi. De tão bem que jogou o jovem finlandês Koponen (direitos na NBA pertencem ao Mavs), Planinic, que é o craque do time e vive uma fase excpecional, nem precisou ficar em quadra por tanto tempo, limitado a 25 minutos.

“Falando francamente, não esperava que conseguiríamos jogar juntos de um modo tão perfeito como esse. Estou muito feliz pelo trabalho que fizemos em quadra hoje”, afirmou o técnico Rimas Kurtinaits, legendária figura do basquete lituano e ex-soviético e um dos integrantes das poderosas e históricas seleções da URSS formadas nos anos 80. Arremessava tão bem, aliás, que em 1989 foi convidado para participar do torneio de três pontos do All-Star Weekend da NBA em 1989.

O lituano realmente tem do que se orgulhar. Essa foi a 18ª vitória seguida do Khimki jogando em Moscou, contando partidas do torneio continental, da liga russa e da Liga VTB, que reúne equipes do Leste europeu e da Escandinávia (nota: é muito legal escrever e ler Escandinávia, não?). No Top 16 da Euroliga, estão em terceiro no Grupo F, com três vitórias em quatro rodadas, atrás dos invictos Caja Laboral e Montepaschi Siena, mas acima de Barça, Olympiakos e do próprio Maccabi.

Nada mal, e jogar isso fora seria realmente um baita desperdício.

*  *  *

Algumas notas sobre a Euroliga:

– Com sete vitórias seguidas, o Caja Laboral (ou Baskonia) é o time do momento. Com um jogo muito solidário e um elenco recheado de jovens peças emergentes na Europa, o time joga muito mais solto  desde a saída do cerebral, mas quase tirano Dusko Ivanovic, que foi substituído pelo croata Zan Tabak, ex-pivô que já foi um sparring de Hakeem Olajuwon no Houston Rockets campeão da NBA nos anos 90. A linha de frente formada por nosso amigão Andrés Nocioni, Nemanja Bjelica e Maciej Lampe, com o suporte de Tibor Pleiss (alemão draftado pelo Thunder) e Milko Bjelica é muito forte e versátil.

– No Grupo E, os lanternas são dois clubes alemãos: Alba Berlin, cujo plantel está num patamar abaixo, e Bamberg, excessivamente dependente do talentosíssimo cestinha Bostjan Nachbar. Ambos perderam seus quatro jogos no Top 16. Na chave F, são dois trucos na lanterna, também com quatro reveses: Besiktas e Fenerbahçe.

– A campanha do Fener é a maior decepção desta fase, aliás. Eles pensavam em título. Agora já correm sério risco de nem conseguir a classificação para as quartas de final. Com um elenco estelar, mas sem liga alguma, a pressão é enorme para cima do técnico Simone Pianigiani – mentor de campanhas arrebatadoras do Siena nos últimos anos. Bo McCalebb não lembra em nada o jogador das últimas temporadas, David Andersen já não consegue apanhar mais nenhum rebote, e os promissores Bojan Bodanovic (croata) e Emir Preldzic (turco) ainda não têm cancha suficiente para liderar a equipe. O técnico italiano precisa encontrar alguma forma de fazer esse time jogar.

PS: encontre o Vinte Um no Twitter: @vinteum21.