Varejão no #Rio2016? Ficou mais difícil e passa por aprovação do Warriors
Giancarlo Giampietro
Você pega o celular e, de repente, se depara com este link aqui e este release:
“Informamos que o atleta Anderson Varejão embarcou para os Estados Unidos na noite de ontem (domingo, dia 24), por orientação de sua equipe (Golden State Warriors/NBA). O capixaba, que integra o grupo que se prepara para os Jogos Olímpicos Rio-2016, passou a última semana em tratamento intensivo em função de fortes dores nas costas. Anderson, que foi liberado pela CBB para a viagem, será submetido a exames mais detalhados nos próximos dias e passará por avaliações que vão auxiliar na sequência de sua recuperação.”
Tiago Splitter está fora, e agora fica realmente sob ameaça a participação de Anderson Varejão no #Rio2016. Como o comunicado deixa claro, o pivô foi chamado de volta aos Estados Unidos pelo Golden State Warriors, com quem acabou de assinar um novo contrato, válido por um ano, para a próxima temporada da NBA. Conhecendo o zelo dos clubes da liga americana com seus atletas, esse foi um desenvolvimento natural depois que, no sábado, os companheiros Fábio Aleixo e Adriano Wilkinson nos informaram sobre a situação complicada do veterano, que vem sofrendo com uma lombalgia.
O detalhe é que, na matéria, Aleixo e Wilkinson escrevem que “que a comissão técnica brasileira vê os dois amistosos que o time fará em Mogi das Cruzes, na quinta e no sábado da semana que vem – contra a Austrália e China, respectivamente – como fundamentais para a definição sobre o pivô. Se Varejão não estiver apto a jogar, a comissão vai cogitar seriamente cortá-lo do grupo”. Os planos do Warriors eram diferentes.
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Várias dúvidas surgem, então: para um atleta que está com lombalgia, a longa viagem até Oakland é a melhor solução? Por mais que embarque de primeira classe, e tal? Ele será avaliado já nesta segunda-feira? Quando os médicos do clube estarão preparados para fazer um diagnóstico? Varejão está com um contrato mínimo, daqueles que os clubes não hesitam em rescindir, se for o caso. Então qual é o exato relacionamento entre o capixaba e a diretoria? Se estiver liberado, será que conseguirá se apresentar a Magnano até quinta-feira, mesmo que dificilmente vá ter condições de jogo? Corre-se o risco de Anderson chegar aos Jogos sem poder treinar adequadamente por duas semanas?
Percebam que a combinação de tantas perguntas – ao meu ver lógicas, nada alarmistas – coloca a comissão em uma situação difícil. Varejão é dos jogadores mais experientes da equipe, inclusive em competições Fiba. Nesse sentido, a ausência de Splitter já era bastante sentida. Mas não seria um risco levar apenas quatro pivôs saudáveis para um torneio desses, sendo que um dos quatro é (toc-toc-toc) Nenê, outro atleta que também já sofreu diversas lesões sérias na carreira? Segundo a apuração do UOL Esporte, Varejão pode ser substituído até o dia 2 de agosto. Os candidatos? Qualquer atleta incluído na pré-lista original, que tem mais de 50 nomes. Se bobear, então, até Pipoka e Israel estão nessa.
Brincadeira à parte – nestas horas de maior tensão, é preciso rir um pouco –, Magnano e sua comissão ficam sob pressão para tomar uma decisão que definitivamente não é simples. Mesmo no caso de liberação do Warriors, não há garantias de que o capixaba vá estar em mínima forma quando a competição começar para a equipe brasileira, no dia 7 de agosto.
Se tiver de correr atrás de um substituto, olho em Cristiano Felício. Por mais que o técnico não tenha gostado nem um pouco de seu pedido de dispensa, para jogar a Summer League de Las Vegas pelo Bulls, o argentino já se mostrou bastante flexível na hora em que a corda apertou durante os últimos anos. As portas não estão fechadas, e, passada a competição de veraneio, talvez o clube de Chicago não ofereça resistência. Felício, por sinal, arrebentou por lá novamente.
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O que joga contra o jovem o pivô é, claro, o fato de ter recusado a primeira convocação. Como o restante dos atletas reagiria a sua chegada tardia? Outro ponto: ele mal terá treinado com os companheiros. Por outro lado, qualquer adição, a essa altura, seria um problema do ponto de vista de entrosamento (em quadra) com a equipe, mesmo para veteranos como João Paulo Batista, Olivinha e Rafael Mineiro. Do trio flamenguista que foi vice-campeão pelo Sul-Americano há algumas semanas, Mineiro teria minha preferência, devido a sua estatura, capacidade atlética e seu subestimado poderio defensivo já comprovado contra adversários de primeiro nível internacional (vide Copa Intercontinental). Em termos de experiência, JP seria o mais bem cotado, creio.
Ao que parece, não existe preparação da seleção brasileira que possa avançar sem soluços ou sustos. Mas isso é algo recorrente para o mundo Fiba hoje, com o calendário apertado. Por mais que a CBB dê uma forcinha sempre, este processo acontece praticamente com todas as federações. A questão é a transparência para resolver os problemas. Vamos aguardar.
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