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Arquivo : Magnano

Faverani tem até esta terça-feira para responder se joga a Copa América; Paulão é convocado
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Giancarlo Giampietro

Vitor Faverani, chegando

O pivô Vitor Faverani tem até esta terça-feira para definir se vai se apresentar ao técnico Rubén Magnano para buscar uma vaga na seleção brasileria que disputará a Copa América a partir do dia 30 de agosto, na Venezuela. O brasileiro e seus agentes estão em Boston e, segundo informação que chegou à CBB, teriam enfim assinado nesta segunda-feira um contrato com a franquia mais vitoriosa da NBA. (Informação confirmada horas depois pela própria franquia.)

Segundo diversos veículos norte-americanos, o vínculo é de US$ 6 milhões por três temporadas de contrato. Ainda não está claro se todos os três anos do negócio são garantidos.

Com a papelada assinada, sendo oficialmente um jogador de NBA, Vitor já teria pedido à diretoria do Celtics a liberação para se apresentar à seleção. Se vão dar o sinal… Hã… Verde, aí são outros quinhentos.

A franquia está em pleno processo de reconstrução, montando uma novíssima comissão técnica que vai trabalhar também com um elenco bastante renovado. Nesse momento, é natural que queriam usar cada dia, cada semana para entrosar essas partes diferentes, enquanto a própria diretoria tenta achar algum negócio que vá limpar seu plantel – resta saber se alguém vai querer Gerald Wallace e Kris Humphries.

Agora, liberar Faverani para jogar com a seleção também poderia ter seus benefícios. Ficar mais de um mês sob o comando de Magnano certamente deixaria o pivô em forma, tinindo. Além disso, se a tese for bem vendida a Danny Ainge, está claro que, com tantos desfalques, o atleta teria um tempo de quadra considerável no torneio continental, e um tempo de quadra relevante, como referência da equipe, ao lado de Rafael Hettsheimeir – seria uma dupla bastante intrigante e versátil, mesmo.

Paulão, em busca do tempo perdido

Paulão ganha nova chance na seleção. Está pronto para aproveitá-la?

Não sei se ajuda ou atrapalha, mas há outro jogador em Boston que deve passar pelo mesmo processo de convencimento: o canadense Kelly Olynyk, 13ª escolha no Draft deste ano.  O talentoso ala-pivô participa do programa de sua seleção nacional há anos e certamente está nos planos do técnico Jay Triano. Ainge teria, então, de abrir as portas para os dois jogarem o torneio.

De qualquer forma, sem poder esperar por muito tempo por uma decisão de Faverani, já com muitas baixas no garrafão, Magnano resolveu se mexer por conta própria, anunciando nesta segunda a convocação do pivô Paulão, que acabou de assinar com o Franca, aonde vai reencontrar Lula Ferreira. “Convocamos o Paulão Prestes porque sofremos muitos pedidos de dispensa para a posição de jogo interior. Ele é um jogador que conheço muito bem, sei a maneira que joga e trabalha. Será importante sua vinda para compor o grupo de jogadores”, disse o argentino.

O novo convocado chegou a trabalhar na seleção com Magnano em 2011, mas foi cortado do grupo que disputou o Pré-Olímpico de Mar del Plata. Na ocasião, foi o último a ser dispensado – Splitter, Caio, Hettsheimeir, Augusto e Giovannoni integraram a lista final.

O talento de Paulão nunca foi discutido. Tem ótima presença próximo da tabela e é um reboteiro fenomenal. O brasileiro, porém, teve muita dificuldade nos últimos anos para se manter em forma, enfrentando diversas graves lesões. Na temporada 2012-2013, ele disputou o último NBB pelo Brasília, com médias de 12,4 pontos e 8,0 rebotes em apenas 23,3 minutos, ainda devendo no condicionamento físico.

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Tanto Paulão como Faverani foram apostas do Unicaja Málaga que não deram muito certo na década passada. Os dois talentosos pivôs foram contratados ainda adolescentes pelo clube espanhol, que tinha a perspectiva de desenvolvê-los aos poucos até que pudessem subir ao seu elenco principal, jogando Liga ACB e/ou Euroliga. Nunca aconteceu, seja pelas constantes lesões de um e pelos problemas disciplinares com o outro ou mesmo pela inabilidade do time em tirar o máximo de talentos de base. Três anos mais jovem, Augusto Lima agora passa pelo mesmo ritual.

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Vocês podem estranhar, mas Paulo Prestes é pouco mais que dois meses mais velho que Vitor Faverani. Os dois são de 1988. Acontece que Paulão chegou a jogar nos campeonatos adultos por aqui, teve participação mais ativa nas seleções brasileiras, passando então uma impressão de que está “há muito mais tempo no basquete”, enquanto Vitor foi bem jovem para a Espanha e demorou um bocado para se firmar nas principais ligas por lá.

 


Gangorra muda de lado, e briga forte na seleção fica para os armadores
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Giancarlo Giampietro

Os eleitos, ou quase

Pivô com experiência de Europa, pivô de NBA, pivô extremamente promissor, pivô superatlético, pivô lento de jogo de costas para a cesta, pivô canhoto, pivô mais baixo. Desde a emergência de Nenê, era pivô isso, pivô aquilo na pauta do basquete nacional. Não que seja fácil desenvolver pivôs. Estes postes de 2,10 m de altura estão espalhados por aí para serem descobertos, mas não é qualquer um que tem coordenação para segurar uma bola de basquete, fazer o drible, elevar e estufar a redinha. Ou que vá saber o posicionamento certinho que seus pés precisam ter para girar em torno do adversário e fazer o bloqueio para o rebote. Entre outros tantos e tantos fundamentos da posição.

De todo modo, o Brasil foi exportando pivôs sem parar nos últimos anos. Hipoteticamente, era possível fazer uma seleção brasileira inteira só de grandalhões. Era sempre a maior intriga na cabeça dos basqueteiros – se viesse todo mundo, quem ficaria fora? Qual a melhor composição de rotação? Todo mundo sonhando com a cabeça do técnico.

Rubén Magnano, vocês sabem, está livre desse problema este ano, já que Splitter, Nenê, Varejão e, agora, Bebê, não vêm. Vitor Faverani? Ninguém viu, ouviu, leu, nem psiquigrafou até o momento. Pelo menos no que se refere aos gigantes.

Na mesma tocada em que se festejou a fartura de pivôs, lamentava-se a carência no outro espectro, entre os baixinhos. Hoje, quem diria? Para formar o grupo que vai disputar a Copa América a partir do dia 30 de agosto na Venezuela, o técnico argentino vai ter sua dor-de-cabeça justamente nessa posição.

Huertas chega com o capitão, escoltado por Raulzinho, Rafael Luz, Larry Taylor e, muito provavelmente, Scott Machado. O brasileiro de Nova York ainda está reunido com o Golden State Warriors de verão em Las Vegas e, assim que a campanha chegar ao fim, tem voo marcado para São Paulo. Deve chegar dia 23. (Nesse grupo ainda há quem possa colocar Vitor Benite, mas não parece o caso para esta temporada. Acho que ele se enquadraria no máximo como um “escolta”.)

Quantos armadores Magnano levaria para Caracas? Nos Jogos de Londres, foram três: Huertas, Larry e Raul. Num elenco de 12 jogadores, um trio da posição seria, mesmo, a “configuração clássica”, e estes naturalmente já largariam na frente, considerando o histórico desenvolvido com o treinador.

Mas o técnico já surpreendeu antes e é exigente o suficiente para que ninguém se sinta acomodado com nada. Até porque Rafael e Scott são atletas jovens em progressão e podem mostrar um truque ou outro durante a fase de preparação para entrar na cabeça do selecionador. Ou o selecionador poderia pensar, de repente, num sistema com dupla armação, abrindo mão de um de seus alas para carregar mais um organizador em seu plantel. Algo que não seria de se descartar.

Será que Magnano confia em Benite como um escolta, alguém que possa ser utilizado como um segundo armador diante de uma defesa mais pressionada, para desafogar Huertas? No Pré-Olímpico de 2011, ele exerceu essa função, assim como no Pan desse mesmo ano. Se a resposta for positiva e/ou caso o argentino opte por uma lista mais de acordo com a “regra” – quem a escreveu é que eu não sei –, aí dois jogadores de muito futuro serão cortados.

*  *  *

No grupo do perímetro, Alex e Marquinhos são barbadas, enquanto Arthur e Benite são os outros convocados com essa nomenclatura. Dois bons jogadores, bastante diferentes, mas que não são intocáveis – Arthur oferece um excelente chute de três pontos da zona morta (45,3% no último NBB), se move bem pela quadra sem a bola e tem um pouco mais de altura, embora nunca tenha sido conhecido como um reboteiro (apanhou míseros 2,7 por jogo na liga nacional); Benite dá mais velocidade na saída de contra-ataque, ajuda a conduzir a gorducha e também mata de fora (45,6%, mas tem baixo aproveitamento de dois pontos em 48,7%, um número preocupante considerando sua explosão física). O caçulinha Leo Meindl também se junta ao grupo como convidado, e isso já não quer dizer muita coisa, não. Todos os que estiverem treinando em São Paulo vão ter chances.

*  *  *

Quanto ao garrafão? É provável que Faverani nem venha, então praticamente não há margem para troca. Espere ver doses cavalares de Guilherme Giovannoni jogando como um ala-pivô aberto, mais uma predileção de Magnano demonstrada nos últimos campeonatos – nas quartas de final de Londres 2012 contra a Argentina, ficou um tempão em quadra nessa função, por exemplo, e esse também é um papel que Guilherme cumpre desde a base, inclusive com bons anos na Europa. Caio Torres, vejam só, já é um veterano a essa altura. Rafael Hettsheimeir não teve muitas chances pelo Real Madrid durante a temporada e chega descansado e babando.  Augusto também tem tinha muito o que provar (cortado por conta de uma hérnia de disco, infelizmente), assim como Rafael Mineiro. Por fora vai correr Cristiano Felício, que tem a idade de Augusto, Raul e Luz, mas é muito mais cru e inexperiente. Vem de uma ótima Universíade – foi bem melhor lá do que Lucas Mariano –, é muito forte e tem muito potencial. É de se imaginar que cinco desse grupo estejam na lista final.

*  *  *

Para constar, por enquanto o técnico argentino tem em mãos o seguinte:

Alex Ribeiro Garcia – Ala – 33 anos – 1,91 m
Arthur Luiz Belchior Silva – Ala – 30 anos – 2,00 m
Augusto Cesar Lima – Ala/Pivô – 21 anos – 2,08 m
Caio Aparecido da Silveira Torres – Pivô – 26 anos – 2,11 m
Guilherme Giovannoni – Ala/Pivô – 33 anos – 2,04 m
Larry James Taylor Jr – Armador – 32 anos – 1,85 m
Marcelo Tieppo Huertas – Armador – 29 anos – 1,91 m
Marcus Vinicius Vieira de Souza – Ala – 29 anos – 2,07 m
Raul Togni Neto – Armador – 20 anos – 1,85 m
Rafael Freire Luz – Armador – 21 anos – 1,88 m
Rafael Ferreira de Souza – Ala-pivô – 25 anos – 2,09 m
Rafael Hettsheimeir – Pivô – 27 anos – 2,08 m
Vitor Alves Benite – Ala-armador – 23 anos – 1,90 m

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Scott Michael Machado – Armador – 23 anos – 1,85 m (Ainda por vir
Vitor Luiz Faverani Tatsch – Ala-pivô – 25 anos – 2,10 m (Vai saber)

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Os convidados Cristiano Felício, Leo Meindl e Lucas Mariano.


Magnano ignora cansaço de Splitter e se diz “surpreso” por ausência do pivô
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Giancarlo Giampietro

Magnano e Splitter, antes ou depois do churrasco?

Magnano e Splitter em abril: sorrisos

Dá para ler as declarações de Rubén Magnano à Folha de S.Paulo e julgar que houve uma falha de comunicação entre Tiago Splitter e o  argentino. No mundo (des)encantado da CBB, não seria novidade alguma. Considerando os dois personagens envolvidos, contudo, poderíamos seguir o treinador da seleção e nos dizermos “surpresos”: que um assunto que já deveria estar resolvido há semanas tenha agora virado discussão pública.

Primeiro, para quem não clicou no link acima, tem de saber, então, que Magnano afirmou ter sido pego desprevenido com o pedido de dispensa do pivô, principalmente depois da notícia de que ele já ter chegado a um acordo para renovar seu contrato com o Spurs. Se o vínculo for oficializado no dia 10 de julho, haveria tempo de sobra para que se apresentasse para a disputa da Copa América, dia 18, sem burocracia que lhe impedisse.

Ao menos essa era a sensação que o técnico tinha quando voltou dos Estados Unidos, em sua turnê anual atrás dos selecionáveis: uma vez que o papel estivesse assinado, a camisa número 15 da seleção já teria dono garantido. Os dois se encontraram em abril. “Pensava que o único problema do Tiago era somente contratual. Depois, o estafe dele me ligou falando que ele não ia se apresentar. Eu não sabia disso (de cansaço)”, afirmou o treinador. “Pela importância que ele tem na estrutura da seleção, com certeza vai atrapalhar. Agora, eu tenho que fortalecer muito os jogadores que vão jogar o Mundial.”

Na cabeça do argentino, ao menos publicamente, foi uma virada muito drástica. Veja o que ele havia dito, segundo release da CBB, há três meses, depois de se encontrar com o catarinense em San Antonio: “Foi uma conversa muito proveitosa e como sempre Tiago se mostrou pronto para defender a Seleção Brasileira”.

Tiago havia comentado o seguinte: ” Esse tipo de conversa é sempre positiva e a presença dele (Magnano) mostra a seriedade do planejamento da CBB. Depois dos Jogos de Londres, aumenta a nossa responsabilidade e vamos fazer de tudo para classificar o Brasil para o Mundial da Espanha”. Agora, em coletiva durante a semana, o discurso foi bem diferente: “É um ano que permite você ter um descanso. Obviamente se fosse uma Olimpíada ou um Mundial é outra coisa, você faz um esforço. Não quero tirar a importância da Copa América, é importante, mas é um ano de  contrato, estou desgastado física e mentalmente. Tantos anos seguidos de seleção, minha esposa está querendo me matar. Um pouquinho de tudo me fez tomar essa decisão”.

Bem… Contrapondo assim as declarações seria um prato cheio para detonar o jogador, não?

Acontece que, entre esse release e a convocação, o pivô disputou mais 25 partidas, sendo 19 delas pelos playoffs. Encarando uma batalha depois da outra – contra gigantes como os irmãos Gasol, Dwight Howard, Andrew Bogut e Zach Randolph no meio do caminho. Dói, gente, dói – foi disparada a temporada mais desgastante de sua carreira, com tempo de quadra regular estendido até o sétimo sétimo jogo da final, lembrando sempre que ele já havia disputado as Olimpíadas em agosto e que a pré-temporada começa em outubro. Sobrou só o mês de setembro livre.

Então, é natural que, ao conseguir parar para respirar um pouco, nesse regresso ao Brasil, Splitter provavelmente via seu corpo em frangalhos. Para a ESPN Brasil, por exemplo, em entrevista que será veiculada na terça-feira, voltou a apontar dores crônicas no ombro, um problema que o acompanha há anos.  Então, ok. Talvez o catarinense pudesse ter feito a ressalva em abril de que o plano de Gregg Popovich era fazer uma loooonga campanha nos mata-matas de olho no título. E que isso poderia ter um preço custoso.

Por outro lado, Magnano está habituado a lidar com esse tipo de questão há anos – do desgaste e das questões que uma temporada de NBA pode proporcionar. É difícil de imaginar que a recusa do pivô tenha sido uma “surpresa” dessas, mesmo que todos nós tenhamos ficado muito acomodados com os seguidos anos de apresentação à seleção.

Convenhamos, era um problema que estava anunciado há meses e meses, por mais que a breve reunião em San Antonio pudesse indicar o contrário. Acontece com a Argentina há tempos, e eles sempre deram um jeito de garantir sua vaguinha. Agora chegou a hora de o Brasil testar seus recursos sem aquele que sempre foi uma constante – mas que agora merece, enfim, um pouco de descanso. Só esperar que, a despeito de sua conduta rigorosa, um dos alicerces para uma carreira vitoriosa, Magnano possa tirar o pé um pouco em suas declarações. Não me parece justo e, mesmo que politicamente, não faz nada bem questionar um de seus principais jogadores desta forma.


As visitas que valem: Magnano encontra Faverani e outros na Espanha
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Giancarlo Giampietro

 Rubén Magnano

Rubén Magnano viajou nesta sexta-feira para fazer um giro pela Espanha. Mas não você pensar que o nosso argentino está a passeio, arrastando o chinelo – aliás, cá entre nós, mas é impossível imaginar o professor de bermuda, óculos escuro, bebericando um drink, né? O treinador faz, na verdade, mais uma de suas visitas oficiais para se reunir com a legião de jovens jogadores brasileiros no país Ibérico, tentando sentir o pulso da moçada antes de elaborar sua convocação para a Copa América, que será disputada na Venezuela este ano.

A julgar pela situação de nossos representantes na NBA, a visita aos ‘espanhóis’ é fundamental para a composição do elenco que deve brigar pelo título continental e, no mínimo, uma vaga na (agora chamada) Copa do Mundo. Confira aqui uma breve análise sobre os grupos do torneio e de como será difícil contar com a turma da maior liga do mundo.

No release divulgado pela CBB, a informação mais importante é que, em seu giro espanhol, Magnano vai sentar para conversar com Vitor Faverani, pivô do Valencia, neste domingo. Quer dizer, pelo menos a gente espera que isso vá acontecer. Da última vez em que marcaram um encontro, o jogador deixou o técnico esperando, esperando, esperando até ficar possesso e fulo da vida. Daí o cara ter sido ignorado nas listas mais recentes.

A julgar para uma entrevista de Vitor para o site da confederação há algumas semanas, dessa vez parece que a reuniãozinha vai rolar. O pivô afirmou que está mais que disposto a servir à pátria jogar pela equipe nacional. Caso acertem os ponteiros, o rapaz, extremamente versátil e habituado a competir em alto nível, para valer, – já deixou para trás o rótulo de “promessa” há tempos –, tem tudo para ser uma referência da equipe a partir de agosto.

Huertas, Hettsheimeir, Raulzinho, Rafael Luz, Lucas Bebê e Augusto também estão na agenda de Magnano. Tudo em três dias de estadia.

 


Nenê diz ter contemplado aposentadoria e descarta jogar pela seleção na Copa América
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Giancarlo Giampietro

Nenê, na seleção

Bom, imagina-se que, durante sua visita recente a Washington, Rubén Magnano já tenha ouvido de antemão que não poderia contar com Nenê para a disputa da próxima Copa América, a partir de 30 de agosto, em Caracas. Na dúvida, republicamos aqui o que o brasileiro afirmou em entrevista ao Washington Post: “Foi uma honra representar meu pais nas Olimpíadas. Fiz o sacrifício, sabe. Foi minha decisão, mas agora vou ter o verão inteiro para me recuperar e ter meu corpo direito, com força”.

Sem parar durante as últimas ‘férias’, o pivô jogou a temporada toda de 2012-2013, sua 11ª na liga, com uma fascite plantar no pé  esquerdo que se recusou a ir embora, sem contar as dores no joelho direito que se agravaram com o acúmulo de jogos. A situação estava tão crítica, que ele revelou que chegou a contemplar a aposentadoria precoce das quadras.

“O quão duro foi? Duro o bastante para pensar a encerrar minha carreira? Sim, foi duro desse jeito. Foi tão difícil jogar deste jeito. Pensei em encerrar minha carreir porque é muito doloroso, meu corpo não consegue suportar. Estou feliz de ter finalizado a temporada, mas do modo como sofri, espero, nunca mais passar por isso”, disse.

Na hora em que li essa declaração, pensei automaticamente na raiva que Kobe Bryant sentiu ao ver seu campeonato encurtado devido a uma ruptura no tendão de Aquiles. Segundo a grande maioria dos especialistas, a lesão do ala do Lakers foi mero acidente, enquanto Nenê lidou com problemas crônicos durante meses e meses. Realmente não dá para imaginar que tenha sido o ano mais feliz da carreira do paulista de São Carlos, ter de jogar enfrentando uma dor daquelas.

O reflexo desse desgaste físico se viu claramente em seu rendimento: pela primeira vez ele chutou abaixo dos 50% de aproveitamento (sem contar 2007-2008, quando teve de superar o câncer). Para comparar, nas últimas três temporadas, ele teve mira de 53,7%, 50,9% e 60,7%. Suas médias em rebotes e bloqueios também sofreram, assim como na de pontos por partida – apenas 12, a menor desde 2006.

Esses números não serão alterados, já que Nenê decidiu que não vai participar das últimas duas partidas do Wizards, nesta semana. Chega. “Não me importo com o que as pessoas pensam, por que elas não estnao comigo todo os dias. Não sabem o quanto eu sofro, o quanto eu choro, o quanto eu fiz de fisioterapia para poder jogar. Não me importo. Sei pelo que passei. Vou voltar forte e eles vão ver.”

Só não será pela seleção, mesmo.

 *  *  *

Resta saber apenas se o pivô vai estar em forma para disputar o amistoso entre Wizards e Chicago Bulls, pela pré-temporada da NBA, pela primeira vez no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro.


Presidente da CBB se pronuncia, antecipa déficit, revela obsessão pelo imediato e pouca atenção com desenvolvimento
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Giancarlo Giampietro

Alerta!

Entrevista do presidente reeleito da CBB, Carlos Nunes!

Para o próprio site da entidade, claro.

Mas tudo bem. Quando esses caras resolvem falar, é sempre um prato cheio para o blogueiro esfomeado. Dá até para brincar de fazer gabarito com o conteúdo. Vamos lá, então, com atenção aos grifos e comentários:

Presidente da CBB no ano em que a entidade comemora 80 anos
É um cargo honroso e vamos fazer uma grande festa para comemorar essa data marcante para o esporte brasileiro e mundial. Tenho o orgulho de estar no comando da CBB em dois mandatos consecutivos, com o basquete do Brasil participando de duas Olimpíadas seguidas, no masculino e no feminino. Devo tudo isso a um trabalho de equipe e das 27 Federações. A meta é manter o Brasil entre as grandes potências no cenário mundial.

>> Vejam só. Quando você começa uma entrevista tentando se gabar de algo assim – duas Olimpíadas seguidas para o feminino e masculino??? UAU! –, é porque sabe que vem muito mais pela frente. O grande achado da gestão Nunes foi realmente a contratação do ultracompetente Magnano, que conduziu um time muito mais tarimbado de volta a uma arena olímpica, ok. Agora só me ajudem, por favor, a entender em que ponto isso se conecta com a classificação automática para os Jogos do Rio, sendo o Brasil o país-sede? Tou com dor-de-cabeça, e não consigo pensar direito. Sem contar que uma hipotética eliminação da seleção feminina em competições classificatórias seria o maior vexame da história. Próximo tópico:

Metas para os próximos quatro anos
Já tínhamos um planejamento até 2016 e agora daremos continuidade. Temos competições importantes em 2013 como os Mundiais Sub-19 masculino, na República Tcheca, e feminino, na Lituânia. A equipe adulta masculina tem como desafio a Copa América da Venezuela, classificatória para o Mundial da Espanha em 2014. E no feminino, temos o Sul-Americano, que deveria ter sido realizado em 2012, e depois a Copa América do México, que também classificará para o Mundial na Turquia, no próximo ano. Além disso, temos os Campeonatos Brasileiros de base que realizamos em três divisões em todos os estados, com a participação das 27 federações. Esse ano a Copa Brasil Masculina reunirá mais de 40 equipes. Isso é uma demonstração concreta que o basquete brasileiro ressurgiu sendo um produto viável.

>> Resgatei aqui no QG 21 a terceira temporada da tresloucada e bizarramente frenética série americana “Arrested Development”, e estamos a ponto de conhecer melhor o personagem advogado Bob Loblaw, mais uma figurinha impagável. Na pronúncia deles, sempre devagar, propositalmente, sai algo como Bla-Bla-Bla. É o que vemos aqui. A pergunta era sobre metas para os próximos anos, e o presidente me sai descrevendo o calendário de competições de 2013. Qual é exatamente o planejamento da CBB? Perdeu a chance de se explicar. E essa história de a modalidade seguir um produto viável? Até poderia ser, sonhamos. Mas… A realidade nos mostra algumas situações bem contrastantes com essa frase. Se no NBB, temos clubes com salário atrasado, como será que estão as coisas no Brasil profundo do basquete? Veja aqui como anda pujante o eporte no país.

Balanço financeiro 2013
As contas apresentadas na Assembleia foram, de uma maneira geral, muito positivas, pois conseguimos diminuir o déficit de 2012. Fizemos uma contenção de gastos acentuada, com o objetivo de equilibrar os valores. O motivo do déficit foi uma defasagem no patrocínio da Eletrobras. Alguns itens foram glosados, pois o contrato não previa. E por força burocrática, o patrocinador teve que glosar. Essa mudança acarretou em uma perda substancial de quase 4 milhões de reais e resultou em uma dívida do mesmo valor. Mas isso está sendo resolvido. A Eletrobras está renovando o contrato nos próximos dias e abriu mão de ser o patrocinador máster, tendo em vista que reduziu em 50% o valor do contrato. Agora, temos a possibilidade de conseguir um novo parceiro que entrará nas camisas da seleção. Outro fator que precisa ser considerado é que nos primeiros quatro anos precisamos romper a inércia técnica, o que demandou esforços redobrados, inclusive financeiros. Neste novo período, a demanda financeira será menor em face do que já realizamos, o que provocará uma revisão de nossos gastos, certamente para menor. Tudo isso nos deixa a certeza de que em pouco tempo vamos melhorar a situação atual.

>> Haja grifo, gente! Primeiro, uma gafe: se o saldo é negativo, as contas não podem ser “muito positivas”, né? Quer dizer que a CBB conseguiu reduzir seu déficit. Agora falta pagar uns trocados só, algo em torno de R$ 4 milhões. Tem tempo ruim, não. E, claro, não fosse a Eletrobras agir com irresponsabilidade, de anular alguns pagamentos para a confederação, “por força burocrática” – Coff! coff! Leia-se aqui: dinheiro de empresa pública só pode ser investido para patrocinar entidades que não estejam dando calote, se endividando, agindo com austeridade. Agora a confederação tem, claro, a chance de acertar com um novo patrocinador master, mas está todo mundo na espera deste anúncio há um bom tempo – em ciclo olímpico em casa, não deve faltar interessado, mesmo, a questão é o quanto a credibilidade avariada da CBB pode atrapalhar em eventuais negociações. Por fim, Carlos Nunes aponta para a “inércia técnica” que teve de enfrentar. Depois dos anos de trevas de Grego, natural. Se for para excluir a combinação “Rubén + Magnano” da equação, fica difícil de entender bem em que ponto que o departamento técnico avançou. Talvez ele esteja se referindo aos constantes profissionais demitidos por Hortência? Ah! Deve ser isso, mesmo: inércia no comando da seleção feminina nem pensar!

Parcerias com o Ministério do Esporte e Lei de Incentivo
Em 2013, são quase 15 milhões de reais e sete projetos aprovados. Esse valor nos dá um suporte na preparação das seleções brasileiras e é importante frisar que, mesmo com a redução do patrocínio, não iremos sofrer nenhum tipo de problema. As seleções vão começar a trabalhar no prazo estipulado, irão se preparar para os campeonatos normalmente e disputar todas as competições internacionais oficiais ou não da FIBA.

>> Traduzindo: não fosse o aporte do ministério, estaríamos lascados!!!

Federações Filiadas
As federações são o suporte da CBB. Sem o trabalho e o apoio das federações não é possível fazer uma administração do basquete brasileiro. Por meio das seleções estaduais que participam dos Campeonatos Brasileiros, surgem os novos talentos e os futuros jogadores das Seleções Brasileiras. Dentro deste novo patrocínio que está por vir, pretendemos aumentar a ajuda que já é repassada para as federações desde o início da nossa administração. O objetivo é melhorar ainda mais o planejamento elaborado por elas. Os mais de oitenta por cento dos votos que tivemos na eleição do último dia 7 são motivados pelo interesse que a CBB sempre teve em ajudá-las e que fazem as federações se sentirem protegidas.

>> Percebem a obsessão de Carlos Nunes por “seleções”? Dá a impressão que, para ele, TODO, ABSOLUTAMENTE TODO o desenvolvimento do basquete brasileiro se passa por equipes de ponta. Sejam as seleções nacionais, ou as seleções estaduais. Seguindo sua lógica, parece pouco importante que os estados consigam realmente produzir 10 ou 12 talentos para compor suas seleções, e pronto. Mas que torpor, caceta. Quanto ao “planejamento elaborado” pelas federações, vocês que me desculpem, nada a declarar. Porque não há nada visível, mesmo, para se avaliar.

Campeonatos Brasileiros de Base
A nossa expectativa é sempre superar o ano anterior, no caso 2012. Se for possível, pretendemos aumentar o número de competições, tendo em vista que os Campeonatos de Base são realizados por meio do projeto incentivado do Ministério do Esporte. Muitos dos atletas que hoje defendem as seleções nacionais passaram pelos Brasileiros. Isso prova que é uma competição onde também surgem novos talentos.

>> Mais um comentário que comprova o pensamento equivocado do dirigente. Percebam que ele mira sempre em resultados, não em desenvolvimento. A realização de campeonatos de base, não se enganem, é realmente importantíssima, fundamental. Tem de botar a molecada na quadra, mesmo. Mas, em nenhum momento sequer de sua explanação, Carlos Nunes fala de massificação do esporte, ou, no mínimo, de aprimoramento técnico em quadra. Digo: não basta apenas se programar uma competição e achar que seu papel está feito. Se forem campeonato seguindo os últimos modelos, o resultado, tão alardeado aqui, não será muito produtivo.

O presidente da CBB gasta, então, mais saliva falando de Copa Brasil e Supercopa, basquete 3 x 3, até chegar, então, a comentar o amistoso marcado entre Chicago Bulls e Washington para o dia 12 de outubro, no Rio de Janeiro, marcando a chegada oficial da NBA ao país. Lá pelas, tantas, ele me sai com esta: “Em parceria com a NBA, vamos dar um apoio logístico, além da chancela, caso contrário não poderia ser realizado”.

Realmente, né? O que seria do basquete brasileiro sem essa gloriosa chancela?

Carlos Nunes, chancelando

Carlos Nunes e a sua chancela


Garotos do Bauru assumem o comando em vitória sobre o Flamengo
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Giancarlo Giampietro

Bauru campeão

Garotada do Bauru, campeão da LDB 2013, pede passagem

Há um aspecto interessante na vitória do Bauru sobre o Flamengo por 89 a 74 neste sábado pelo NBB 5: o rubro-negro perdeu definitivamente sua aura de imbatível construída durante um primeiro turno memorável. Isso não quer dizer também que não seja um dos favoritos ao título, como sempre foi. Significa apenas que, nos playoffs, um adversário mais confiante poderá acreditar em chance de vitória.

Mas o principal ponto, pensando no basquete brasileiro de um modo geral, além do campeonato, é o modo como se desenvolveu a divisão de tarefas na equipe paulista. Acomodados em demasia durante boa parte da temporada em torno de sua tropa de veteranos americanos, ela dessa vez venceu liderada por dois de seus jovens talentos nacionais, o ala Gui Deodato e o armador Ricardo Fischer, dois campeões da Liga de Desenvolvimento, nosso campeonato de aspirantes como avaliou dia desses o Guilherme Tadeu, do Basketeria.

Vamos abordar em breve com muito mais profundidade essa questão, levantando alguns dados interessantes, mas, de supetão assim, é claro que os times de elite no país não vêm se esforçando muito em integrar jovens talentos em elencos com a necessidade de acumular uma vitória depois da outra – exceção, clara, feita a Franca, ao progresso do menino Lucas Dias no Pinheiros e… Bem, aguardem.

Contra o Fla,  foi a vez de a molecada virar protagonista, ainda que, talvez, de modo involuntário, uma vez que Jeff Agba e o Fischer mais velho foram desfalques. “Foi uma vitória diferenciada por todo potencial do time do Flamengo e pelas nossas dificuldades por não contarmos com alguns jogadores”, disse Guerrinha.

Gui anotou 21 pontos, seguido pelos 20 de Ricardo. Melhor ainda: os dois descansaram pouco mais de 1min30s, numa prova de sua relevância na partida, castigando a defesa adversária do perímetro. Juntos, converteram 9 de 15 disparos de três pontos, sendo responsáveis apenas neste fundamento por 30% da pontuação total de sua equipe.

(Agora pausa para um longo parêntese…

O quanto isso é saudável, entretanto? Vale matutar: Guilherme é um dos jogadores mais explosivos que você vai encontrar no campeonato e não pode ficar tão estacionado assim na linha de três pontos. Em 38min25s de ação, ele arremessou dez vezes de fora e não cobrou sequer UM lance livre, num saldo lamentável. Um jogador atlético feito ele deveria ser – e usado de modo – muito mais agressivo, em vez de se tornar apenas um spot up shooter. Lembrem-se de que estamos falando do bicampeão do torneio de enterradas!

É preciso saber o que acontece: se o plano de jogo não proporciona jogadas de maior eficiência para o garoto, se o ala ainda se sente inibido, desconfortável em usar o drible em direção ao aro, ao garrafão… Uma não necessariamente exclui a outra. Mas é uma situação que pede um reparo urgente. Imaginem se Bauru entrasse em quadra com um Guilherme atuante em infiltrações? O quão difícil seria para os oponentes estabelecer uma defesa equilibrada diante de Larry, Ricardo, Pilar e Gui levando a bola, atacando de todos os lados?

Em entrevista ao Fernando Hawad Lopes, do Bala na Cesta, para constar, Guerrinha disse o seguinte: “Quanto ao Gui, com certeza vai ser um dos grandes jogadores do Brasil. Estamos fazendo um trabalho progressivo com ele e ele está crescendo muito”.

Enfim, chega de digressão. As bolas de três pontos dessa vez caíram de montão, os garotos brilharam, e segue o texto…)

Ricardo, atuando em dupla armação ao lado de Larry, ainda contribuiu em outros aspectos, com seis rebotes e três assistências, sendo o jogador mais eficiente de seu time, com 22 de índice, um a mais que o sempre subestimado Henrique Pilar (13 pontos, 6 rebotes, 4 assistências e 4 roubos de bola).

Legal também ver Andrezão, outro campeão de nossa D-League, herdando alguns minutos de Agba. Com média de apenas 8,4 no campeonato, o jovem pivô dessa vez passou quase 22 minutos em quadra, com sete pontos e seis rebotes, quatro deles preciosamente ofensivos, e acertou três dos quatro arremessos  que lhe delegaram. Ativo na defesa, também tomou a bola duas vezes de seus oponentes.

É claro que, quando voltar, Agba tem de ser explorado – ele causa estragos por aqui. Claro que o principal homem do time ainda é Larry, seu jogador mais completo e qualificado. Mas vencer o Flamengo no Rio de Janeiro com atuações expressivas da trinca do “Expressinho” mostra que o momento de se abrir passagem para os rapazes esteja bem próximo.

*  *  *

Podem ter certeza de que tanto Gui como Ricardo estão nos planos de Rubén Magnano para esta temporada. Resta saber para qual grupo: o da seleção de novos que será formada para a disputa de amistosos na temporada, ou o principal, que vai encarar a Copa América. Tudo vai depender de quem se apresenta da NBA e da Europa, além do grau de confiança do argentino especificamente nesses dois garotos. Gui jogou o Sul-Americano ano passado, enquanto Ricardo foi pinçado para treinar diariamente com os pesos pesados.


Com reeleição de Nunes, basquete brasileiro confirma repulsa a novas ideias
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Giancarlo Giampietro

O basquete brasileiro, ao menos na figura representativa de seus 27 presidentes de federações, está de parabéns.

Numa eleição que contrapôs o atual gestor Carlos Nunes, a criatura, com aquele que administrou a confederação por 12 anos, o presente-de-grego Gerasime Bozikis, o criador, não havia como sair um vencedor, mesmo.

(Ok, oficialmente, Nunes, aquele que destronou de modo shakesperiano o Grego, venceu a fatura por 21 votos a 2, com três abstenções, depois de sua turma anular dramaticamente uma liminar judicial por volta de 15h no horário de Brasília.)

Grego e Nunes, eternamente juntos

Grego e Nunes, eternamente juntos

Mas o ponto mais importante é o seguinte: mesmo com alguns pontos positivos levantados nos últimos anos, seja pelo crescimento do NBB ou pelo avanço da seleção brasileira masculina, a modalidade, devido a sua politicagem, ainda está longe de convencer qualquer pessoa mentalmente saudável a investir tempo de vida, força de vontade e alguns cabelos prestes-a-esbranquiçar para tomar conta da casa.

Por que alguém bem intencionado se disporia a isso?

Nos últimos meses, tenho acompanhado um debate revelador sobre a, agora, passada eleição da CBB, com a disputa infantil entre o reeleito “Carlinhos” – se vocês não sabem, é assim que os íntimos o tratam – e Grego, aquele que comandou a entidade por 12 anos e tinha em Nunes um de seus principais articuladores, se não o principal. Cada um recrutou capangas no mercado para defender-e-atacar o outro. As acusações eram risíveis, quando consideramos que é impossível separar um do outro.

Vamos nos ater as defesas, porque atacar é muito fácil (clique aqui para ler sobre um, e aqui para ler sobre o outro, num esforço hercúleo de reportagem do R7, lembrem-se).

A começar, a oposição: clamaram não sei quantas vezes para que ignorássemos o passado. Mesmo. Foi esse um dos principais argumentos utilizados: que não adianta admirar o leite derramado, que o novo velho candidato apareceu regenerado, pronto para outra, orientado por assessores profissionais, visionários. Tudo o que aconteceu antes deveria ser esquecido. Não importando o simples fato de que a gestão do senhor Bozikis tenha se encerrado logo ali em 2009. Isso: 2009, neste século, não em 1926 ou 1948. Estavam falando de um passado tão distante como 2009. Mesmo nos tempos de reação imediata para tudo, ao vivo e pra agora, gente, quem vai realmente dizer que “quatro anos atrás” significa algo?

(Ok, se você tiver de 20 a 22 anos, tudo é muito compreensível, ninguém se lembra mais de nada, e estamos conversados.)

Da situação, do pouco que disseram (no ar, com gravador ligado), era basicamente algo como “convênio com Ministério do Esporte + quadras novas + classificação e quinto lugar olímpicos = nota 10, reeleição”. E ponto final, porque nunca houve espaço para debate.

Em confissão pública: nunca busquei uma entrevista com Carlos Nunes e descartei a possibilidade de falar com Grego. Francamente? Não valeria de nada, uma vez que, para o colégio eleitoral, “é-assim-que-as-coisas-funcionam”. Grego durou 12 anos no cargo a despeito de toda sua incompetência, oras.

Os eleitos

“O presidente Carlos Nunes e o vice-presidente Reginaldo Senna no momento que foram reeleitos”. Ô alegria

A eleição da CBB está restrita a 27 presidentes de confederações. O bolo fica maior a cada temporada, com aporte público, e apenas 27 cidadãos podem decidir o que será feito das fatias. Já não é o sistema ideal, está longe disso, mas é o que temos. E, nesse ambiente que, desde 1997, elege Grego ou Nunes, quem vai topar entrar para concorrer? Quem tem estômago para conversar com os 27 presidentes de federações que choram (ou não, ou não, ou não) o ano todo pelas amarguras des suas regiões, mas que, na hora do voto, se contentam (divertem? corroboram? sofrem mesmo?) com a pasmaceira?

Entre Grego e Nunes, não há como apontar o “menos pior”.

A coisa já tava preta mesmo. E os senhores supracitados não fazem, nem topariam fazer nada para mudar isso. É o que temos, o que somos.

Um sistema precário de eleição que inibe qualquer tentativa de sopro.

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Houve um certo suspense na eleição desta terça-feira, uma vez que a confederação maranhense  conseguiu uma liminar na Justiça do Rio para inviabilizar o pleito, alegando, coerentemente, que não haveri tempo hábil para avaliar a quantas andava a gestão da CBB. Porque, vocês sabem, Carlos Nunes havia armado todo tipo de armadilha para blindar seus, supostamente, brilhantes resultados. Uma atitude que deu para entender como: se você quisesse avaliar as contas, o balanço, teria de marcar horário; isto é: “Se você quer aprontar uma, que identifique-se como opositor, meu irmão camarada, e arque com as consequências”. Então não deixa de ser irônico que a eleição fosse adiada por algumas horinhas por intervenção  o tapetão: afinal, o processo como um todo já havia começado com censura, com restrições mais do que pontuais. Jornalistas só poderiam ter acesso ao capítulo final, a contagem de votos, e olhe lá. Se ao menos ganharam um copo d’água e biscoitos de maizena, não tenho como confirmar.

*  *  *

Sim, toda a gestão de Carlos Nunes se baseou em um só fato: resultados no esporte de alto padrão. Contratou Magnano, levou o time principal masculino aos Jogos depois de 16 anos, e que se danasse todo o 99% de que se espera de uma plataforma, mesmo a derrocada da seleção feminina. Então, se resultado é ralmente o que vale, os coordenadores André Alves, Vanderlei e Hortência estão, desde já, que se preparem: estão na mira. Mas, mais importante, quando chegarmos aos arredores de 2016 (na verdade, estamos quase lá já, não?), que não se perca de vista outra questão: uma gestão de confederação brasileira deve ser avaliada apenas por aspirações olímpicas imediatas? Ou conta mais um progresso, no termo da moda, sustentável?

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No mesmo dia em que Carlos Nunes foi reeleito, José Carlos Brunoro, chefe da equipe que coordena o marketing da CBB, estava envolvido até as tripas com a crise por que passa o futebol do Palmeiras, depois do episódio de agressão de integrantes de uma facção organizada a jogadores, em Buenos Aires. Nesse ponto, não está certo. Mas como fica a CBB? Sua empresa tem a competência necessária para conduzir, com funcionários e delegados, uma nobre (pelo esporte, claro, e não por quem governa) confederação num ciclo olímpico de Jogos no Brasil?


Grupos da Copa América definidos: ótima oportunidade para avaliar os prospectos da seleção
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Giancarlo Giampietro

Olha o Brasil aí

Olha, aqui no QG 21 tava fazendo falta, sim. Conversar sobre a seleção brasileira.

Nesta quinta-feira, a Fiba Américas divulgou a tabela da Copa América masculina de basquete, que será disputada de 30 de agosto a 11 de setembro na Venezuela. Os quatro primeiros colocados se classificam para a Copa do Mundo da Espanha em 2014.

Na primeira fase, não dá para ter apreensão alguma: num grupo de cinco times, avançam as quatro primeiras. Só não dá para tropeçar muito porque os pontos se acumulam na segunda etapa, que definirá os quatro semifinalistas – e classificados – do torneio. O Brasil encara Porto Rico, Canadá, Uruguai e Jamaica em seus quatro duelos iniciais.

Aqui de longe, ainda sem saber nada das listas, dá para arriscar dizer que o Canadá se projeta como o adversário mais complicado. Sim, mais que Porto Rico – independentemente da presença de José Juan Barea, Carlos Arroyo etc.. Agora com Steve Nash engravatado, cumprindo papel de  dirigente, a confederação canadense tem se esforçado em agrupar seus principais jogadores, tentando formar um programa realmente competitivo. Os primeiros sinais são promissores, e talento não faltará ao time, mesmo que os alas-pivôs Kelly Olynyk e Anthony Bennett, dois dos jogadores mais dominantes do basquete univeristário dos EUA nesta temporada, e o jovem armador Myck Kabongo sejam selecionados no Draft da NBA neste ano e possam, eventualmente, ter suas convocações vetadas.

Rubén Magnano, do seu canto, adota o discurso protocolar de qualquer jogo é pedreira. Conhecendo o técnico, não era de se esperar outra coisa, claro. (Isso, claro, se o argentino ainda for o comandante da seleção até lá, lembrando que a CBB passa por eleições em março. Mesmo que o candidato da oposição, o velho conhecido presente-de-Grego, tenha indicado que não haveria mudança alguma nesse sentindo, não dá para cravar como ficaria a situação, pensando muito mais em Magnano aqui. E, não, esse pequeno comentário não é uma campanha em prol do horrendo Carlos Nunes, que tem na contratação do supertécnico seu grande – e único?! – trunfo para buscar a reeleição.)

“Não será uma competição fácil e não podemos descuidar de nenhum adversário. Enfrentaremos nossos rivais mais difíceis na sequência. A estreia será contra Porto Rico, que pela capacidade e bagagem técnica é um grande candidato à classificação. Precisamos estar bem preparados para jogar e ir atrás do nosso objetivo”, afirmou o treinador. “A seleção do Canadá também é uma grande equipe e tem muito potencial. Mas precisamos saber antes de fazer uma análise mais completa quais os jogadores irão representar seu país, pois eles trocam bastante a cada ciclo os jogadores. O mesmo serve para o Uruguai que dependerá dos jogadores que vão atuar, mas com certeza será um jogo difícil. A Jamaica não é tão difícil quanto os demais, mas não podemos descuidar de nenhum adversário.”

Um pouco de blablabla.

O Uruguai realmente tem jogadores muito interessantes, com o pivô Esteban Batista, os armadores Gustavo Barrera, Jayson Granger e o veterano Martín Osimani etc. A Jamaica também pode até contar com o grandalhão Roy Hibbert, do Indiana Pacers, o pivô Samardo Samuels e Patrick Ewing Jr. Mas não dá para esperar perrengue algum contra esses dois times se o Brasil praticar um basquete minimamente consistente.

*  *  *

Na outra chave estão: Argentina, República Dominicana, México, Paraguai e Venezuela. México e Paraguai são as babas.

Avaliando as dez equipes participantes, em teoria apenas seis brigam por vaga, em ordem alfabética: Argentina, Brasil, Canadá, Porto Rico, República Dominicana e Venezuela Quem chegará mais forte que o outro? Aí, sim, é impossível dizer. Tudo depende de quem vai dizer sim a seus técnicos.

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Para Magnano, as notícias que já vieram dos Estados Unidos não são boas, sabemos:

– O argentino já sabe que não vai poder contar com Leandrinho, que ainda vai estar em recuperação de uma cirurgia no joelho.

– Anderson Varejão hoje é, na melhor das hipóteses, uma incógnita. Ele é outro que não vai terminar a temporada regular da NBA jogando, afastado devido a um coágulo detectado em seu pulmão direito. O pivô já deixou o hospital, visitou os companheiros de Cavs, mas a estimativa inicial era de que ele ainda passaria por tratamento até maio. Se ele vai estar pronto em agosto, física e/ou espiritualmente, é uma dúvida tão grande quanto sua cabeleira – e raça em quadra.

– Ainda em atividade, Nenê jogou as Olimpíadas no sacrifício, algo que implicou em mais uma temporada acidentada na liga norte-americana, agora vestindo a camisa do Washington Wizards. Será que ele topa emendar mais uma vez suas férias?

Tiago Splitter e o San Antonio Spurs esperam sinceramente que ainda estejam em quadra em meados de junho, nas finais da NBA.

– Fabrício Melo consegue jogar na D-League, tem potencial físico, mas ainda está longe de ser um jogador de impacto em partidas decisivas, de peso, como teremos na Copa América. Caso não seja envolvido em alguma troca durante o próximo Draft, em junho, certamente estará em ação pelo Celtics nas próximas ligas de verão em julho.

– Scott Machado ainda não conseguiu retomar o caminho da NBA depois de ser dispensado pelo Houston Rockets. Conseguindo ou não uma nova chance na liga principal, também deve participar dos torneios de verão norte-americanos. Para quando será que Magnano vai marcar sua apresentação?

Mas calma, gente. Nem tudo está perdido.

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Mesmo se não puder contar o sexteto que iniciou a atual temporada da NBA, Magnano ainda teria talento o suficiente para compor uma equipe de respeito, forte, para disputar a Copa América, contando com aqueles que julga os destaques do NBB – embora nem sempre os melhores de fato do campeonato nacional sejam chamados, diga-se – e com os garotos em desenvolvimento na Europa. (Desde que, claro, nenhum deles faça a transição para a liga norte-americana entre as temporadas.)

Rafael Hettsheimeir vai recuperando a melhor forma pelo Real Madrid aos poucos, Vitor Faverani tratou de fazer as pazes e é um pivô de elite na Europa, Rauzlinho ganhou minutos preciosos de Liga ACB nesta temporada, assim como Lucas Bebê, e Augusto Lima e Rafael Luz devem estar doidos para mostrar mais serviço pela seleção.

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Muita gente pode ter se despedido de Manu Ginóbili, Andrés Nocioni e Pablo Prigioni em Londres, mas nenhum dos três anunciou oficialmente a aposentadoria da seleção argentina. Luis Scola, pelo contrário, garantiu que joga. A República Dominicana não vai contar mais com John Calipari. Sem o badalado treinador, Al Horford e Francisco Garcia vão topar o desafio? A Venezuela depende, muito, do cada vez melhor Greivis Vasquez.


Agora vai? Faverani se coloca à disposição de Magnano para defender a seleção
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Giancarlo Giampietro

Faverani agora está na luta

A cada convocação da seleção brasileira nos últimos anos a pauta ficava quase sempre voltada para a turma da NBA. Será que vão se apresentar? Os times liberam? Como estão fisicamente? E os contratos? Blablabla.

Mas há outro mistério que perdura e desafia as diversas listas que já foram anunciadas por Magnano, Moncho e a turma anterior. E o Vitor Faverani? O que acontece?

Sempre visto como um jogador de muito potencial, seu nome entrou para o rol de selecionáveis a partir do momento em que fez a transição da base para o profissional no Unicaja Málaga. Mas nunca deu as caras por aqui. Equipe de base, equipe de Sul-Americano, equipe principal, nada. A ponto de, no fim, ser esquecido, ou algo perto disso.

Na tentativa de reunir os melhores nomes possíveis, o empossado Rubén Magnano viajou por aí até chegar à Espanha para bater um papo com os jovens brasileiros espalhados por lá. Ao que parece, a conversa não foi muito boa, tendo deixado o argentino irado com seu comportamento. Se há algo que realmente vai tirar nosso treinador do sério, é isso. O pivô conseguiu.

Bem, o site da CBB agora resolveu fazer as pazes. Em mais que bem-vinda entrevista à equipe de comunicação da entidade, Faverani afirmou que, “se for interessante para a comissão técnica do Brasil me chamar, vou aceitar porque estou pronto para defender o Brasil”. Depois ele tenta afagar o argentino: “Tenho uma enorme admiração pelo técnico Rubén Magnano e com certeza ele virá à Espanha para conversar com os jogadores que pretende convocar”.

Pois é. Magnano já foi para a Espanha, Vitor bem sabe.

O pivô estava defendendo o Murcia na época. Embora não tenha sido convocado para o grupo pré-olímpico, o rapaz tenta explicar porque se manteve à distância ao menos na última temporada. “No ano passado eu tinha que fazer um tratamento muito delicado para curar um problema no calcanhar do pé direito. Conversei com o pessoal do Valencia, e ficou decidido que tinha que fazer o tratamento nas férias porque a lesão já estava sobrecarregando o joelho. Fiz uma opção de fazer o tratamento nas férias e hoje estou totalmente curado”, disse.

E, sim, esse é um problema recorrente. Não são apenas os clbues da NBA que vão colocar seus interesses acima de qualquer outro na hora de cuidar do desenvolvimento ou de simplesmente preservar, mesmo, seus jogadores. As confederações que se virem politicamente para dobrá-los – e, claro, a vontade do atleta também pode influenciar qualquer decisão.

De todo modo, está feita a ponte. Na hora de definir seus pivôs, cabe a Magnano definir se Faverani é um nome interessante, ou não, para a seleção.

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Até porque, hoje, a seleção brasileira também não fica necessariamente refém do pivô. Num cenário hipotético – e, provavelmente, utópico –, se Magnano tivesse todos os pivôs à disposição para fazer uma convocação, muita gente boa teria de ser cortada. Veja a lista: Varejão, Splitter, Nenê, Augusto, Faverani, Hettsheimeir, Murilo, Giovannoni, Paulão… Além dos projetos Lucas Mariano, David, Lucas Bebê e Fabrício Melo…

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Ao falar sobre NBA, Faverani não se mostra o mais entusiasmado, não.  “Sonho não é. Tenho três anos de contrato com o Valencia, onde estou muito bem. Quero fazer o melhor aqui, ajudar a equipe a ganhar títulos, com grandes campanhas. Depois disso, se aparecer a NBA, não custa conversar, mas tem que ser naturalmente, sem forçar nada. Estou num dos grandes clubes do basquete da Europa. E é aqui que quero ficar.”