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Categoria : Notas

Fã de Harley e Stephen King, gigante sérvio desafia brasileiros
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Giancarlo Giampietro

Cara de mal e físico de urso: o páreo duro que os brasileiros têm pela frente

Cara de mal e físico de urso: o páreo duro que os brasileiros têm pela frente

Miroslav Raduljica é uma grande figura, nos mais diversos sentidos. Com 2,13 m de altura e um peso que nenhuma medida oficial jamais vai precisar, o pivô se transformou aos 26 anos numa inesperada arma da seleção sérvia nesta Copa do Mundo, pronto para desafiar novamente o garrafão de NBA composto por Tiago Splitter, Anderson Varejão e Nenê, nesta quarta-feira.

Raduljica provavelmente já chamaria sua atenção logo no tapinha inicial. O cara é realmente imenso.  “Ele é um cara grande, é como um urso”, resume seu jovem companheiro de seleção, o ala Bogdan Bogdanovic.

Nesse corpanzil todo, o sérvio decidiu também usar uma grande quantidade de tinta para compor as mais diversas, complexas e sinistras tatuagens. Os desenhos podem envolver até mesmo um livro de seu autor preferido: Stephen King, para quem ele sonha apresentar a tattoo especial. A propósito, ela está em seu antebraço esquerdo, e desconfio que tenha como inspiração um dos volumes que compõem a série “A Torre Negra”, com caveira metida no meio – se alguém souber, favor eclarecer. “Nunca assisti TV. Sempre fui muito ligado em livros. Quando ganhei meu primeiro do Stephen King, tinha uns 10 ou 12 anos, e fiquei fascinado. Era só disso que queria saber”, afirma em entrevista ao site oficial do Milwaukee Bucks, seu ex-time.

Se não for o seu gosto trocar ideias sobre o best-seller King, Raduljica também pode falar bastante sobre a Harley-Davidson, a fábrica de motocicletas fundada justamente em Milwaukee. “Sou o maior fã no planeta”, garantiu , tendo chegado para conhecer as dependências do Bucks com uma camiseta preta tradicional da marca. “Não é uma coincidência. Comprei ontem quando estava conhecendo a cidade. Estava muito empolgado de ter visitado o museu e depois fui para a loja. Acho que comprei a loja inteira.”

O problema, minha gente, é que, embora essas informações ajudem a humanizar o personagem – “por trás daquela carcaça toda, reside um coração” –, a compra de roupas para motoqueiros também pode reforçar sua imagem de malvado: fica andando todo de preto e jaqueta de couro por aí, parecendo um Son of Anarchy aditivado. Não obstante, desde que se apresentou para seu primeiro ano na NBA, resolveu cobrir o braço direito também. Entre as novas tatuagens está uma escritura: “Memento mori“. É uma frase em latim que significa basicamente: “Lembre-se de que você vai morrer”. E aí? Não é um amor? Além disso, decidiu cultivar para o Mundial uma barba de tal espessura e comprimento que já rivaliza com a de James Harden.

Sons of Anarchy

Sons of Anarchy

Imaginem esse tipo, então: gigante, largo, todo tatuado, cabelo raspado nas laterais e muito barbudo, além do look sombrio. Se você for o pivô adversário, tendo de aguentar uns 30 ou até mesmo 40 minutos com um sujeito desses, faz como? Mas o pior, MUITO PIOR: e você só for um pobre repórter que cobre basquete!?

Por acaso dá vontade de perguntar algo na zona mista, ou melhor passar reto e olhando para baixo, de preferência? Durante a temporada da NBA, quando o calouro se destacava ao sair do banco de reservas para arrebentar em quadra, os setoristas do Bucks se depararam com esse dilema. Obviamente, o dever de reportar é soberano, e eles no fim “encaravam” – ou tinham de encarar – a fera, de gravador e microfone em punho.

Como fez o repórter Guido Nunes, do SporTV, valente que só, ao parar o pivô na zona mista, logo depois da impactante vitória da Sérvia sobre a Grécia, pelas quartas de final da Copa, em Barcelona. Sua equipe havia vencido por 90 a 72, numa das exibições mais bonitas da competição. Raduljica marcou 16 pontos e pegou 6 rebotes em 24 minutos. Quando questionado se aquela havia sido a melhor partida de sua seleção no campeonato, ele poderia ter sorrido mas optou por não fazê-lo. Apenas disse com um semblante fechado algo como: era aquela a pergunta que ele estava esperando e que, mesmo se o brasileiro o tivesse indagado sobre qual o seu modelo de Harley preferida, ele teria respondido sobre o belíssimo jogo que haviam feito. “Então você foi bem nessa”, disse.

OK, a parte das Harleys eu inventei, mas o resto foi verdade. Figura.

É de se imaginar esse tipo de contato do pivô com a rapaziada que cobriu a desastrosa campanha do Milwaukee no campeonato 2013-14 da liga norte-americana. A direção da franquia tinha realmente a esperança de competir por uma vaga nos playoffs da esvaziada Conferência Leste, mas teve de aturar, no fim, 67 derrotas em 82 partidas. Uma jornada em que o calouro Giannis Antetokounmpo foi um dos pontos positivos e na qual o pivô sérvio também teve seus momentos.

Quando Raduljica foi anunciado, a sensação foi de estranheza total. Nem mesmo a turma mais ligada no basquete europeu sabia explicar o que estava por trás daquela sacada, uma vez que o bisnagão não despertava interesse nem mesmo dos grandes da Euroliga. Não que ele fosse um completo desconhecido: como juvenil, foi campeão mundial pela Sérvia, enfrentando até mesmo a seleção brasileira naquele torneio, numa história triste que já contamos aqui. Ele fechou um contrato com o Anadolu Efes, da Turquia, mas mal foi aproveitado por lá. Foi emprestado sem parar,  jogando a principal competições de clube do continente pelo Partizan Belgrado em 2011-12. Nada de outro mundo, e, de repente, lá estava o cara no meio do Winsconsin.

O técnico Larry Drew (demitido e substituído por Jason Kidd) pouco o utilizou. O pivô só recebeu 465 minutos no total, o equivalente a dez jogos e um pingado. Mas quer saber? Em termos de produção estatística, ele esteve bem. Numa safra bastante fraca de novatos, foi um dos poucos que ficou acima da média nas medições de eficiência.O problema é que era difícil de encontrar a hora certa para usá-lo. Numa liga que prioriza cada vez mais a velocidade, o sérvio se rastejava pela quadra.

Um dos jogos em que pôde ser acionado foi contra o Detroit Pistons de Andre Drummond e Greg Monroe, no dia 22 de janeiro. Somou 8 pontos e 8 rebotes, em 20 minutos, e seu time time, aleluia!, venceu uma. Em todo o mês, foi o único triunfo, com uma ajudinha de sua atuação física. “Ele sabe como usar seu corpo”, afirmou Drew. “Ele tem dificuldade para ir de um lado para o outro da quadra, mas, para alguém do seu tamanho, ele sabe como se mexer por ali e trombar. Os jogadores inteligentes entendem o que estão enfrentando e entendem quais são suas vantagens e desvantagens.”

Raduljica sabe mesmo o que precisa fazer. “Apenas tentei ficar em uma boa posição para atacar a tabela e… brigar pelo rebote, vamos dizer assim. Sei lá. É isso o que eu faço”, afirmou, sobre o embate com Drummond, hoje o 12º homem na seleção dos Estados Unidos. “Era o jeito de jogar contra ele, que pula mais do que eu e é mais atlético. Tive de encontrar um jeito de afastá-lo da cesta.”

De braço direito limpo, Raduljica se deu bem numa noite de janeiro contra o Pistons

De braço direito limpo, Raduljica se deu bem numa noite de janeiro contra o Pistons

Nenhum dos pivôs brasileiros é tão atlético ou explosivo como o jovem do Pistons. Poucos são. Mas ele são rápidos e ágeis o bastante para incomodar o sérvio. Ao mesmo tempo, têm de se proteger na defesa, porque sabem que lá bem pancada. No duelo da primeira fase, pelo Grupo A, a seleção balcânica não hesitou em acionar o gigante logo de cara, tentando minar o garrafão adversário – e também encher seu cestinha de confiança.

Pois, sim, Raduljica está liderando o ataque da Sérvia, mais um dado inesperado, com 14,5 pontos por partida e aproveitamento de 54% nos arremessos, para alívio de Nenad Krstic, que é capitão da seleção e em quem se apostava como a referência do jogo interior. “Ele me livrou da pressão jogando tão bem assim”, diz o veterano ex-Nets, Thunder e Celtics ao site da Fiba Europa. “Não estou nem perto de 100% fisicamente. Mal posso jogar 10 ou 15 minutos, então é um grande alívio para mim vir para o jogo sabendo que Raduljica está aqui.”

Raduljica tenta abrir espaço no garrafão

Raduljica tenta abrir espaço no garrafão

Sim, o novo pivôzão sérvio está lá, limpando espaço no garrafão com muito movimento de… quadril. Fora as braçadas, ombradas e esparramadas. Os pés não se mexem tanto assim. Nenê e Splitter se viraram muito bem contra ele, mas ficaram carregados de falta. De todo modo, permitiram apenas quatro cestas de quadra em oito arremessos e forçaram quatro turnovers. Seguraram o adversário abaixo de suas médias no torneio: dever cumprido. Mas não deve ser nada prazeroso enfrentar uma montanha dessas.

Mas ele acha o maior barato. “Estou me divertindo e me sentindo muito bem. É ótimo estar de volta”, diz Miroslav, que foi vice-campeão do EuroBasket de 2009 e andava afastado da seleção desde então. Como disse: poucos davam bola para ele, como Hammond fez em Milwaukee e agora faz o técnico Sasha Djordjevic. “É uma sensação ótima. Fazia alguns anos que não ficava na equipe. Agora estou aqui num Campeonato Mundial, um momento muito especial. Dá para dizer que o treinador me deu confiança e que acredita em mim. Então me senti bem desde o primeiro dia.”

Na Espanha, Raduljica tem motivações a mais também para jogar bem e avançar com a Sérvia: está sem clube. Horas antes de fazer sua estreia, soube que havia sido trocado no mesmo pacote com Carlos Delfino, do Bucks para o Clippers, que o dispensaria na hora. A ideia de Doc Rivers era limpar salário na folha, fugir de multas pesadas e reforçar o elenco com atletas que seriam mais baratos, como o pivô Epke Udoh.

Ironicamente, Udoh é outro atleta ex-Bucks que se assume publicamente como um leitor voraz – risos: parece até ousadia dizer isso, né? –, tendo criado  um Clube do Livro para trocar dicas e promover debates, vejam só.

Será que um dia, nesse mundinho pequeno, ele vai ter a chance de se sentar com o sérvio para analisar alguma obra fantástica de Stephen King? Tomara.

Afinal, Splitter, Nenê e Varejão já têm muito com o que se preocupar nesta quarta – que os analgésicos estejam separadinhos no vestiário brasileiro.


O Brasil na quartas, e Nocioni admite: “Deu a lógica”
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Giancarlo Giampietro

O Chapu afirma que ainda não se decidiu sobre a aposentadoria. "Sinto um vazio", diz após derrota

O Chapu afirma que ainda não se decidiu sobre a aposentadoria. “Sinto um vazio”, diz após derrota

Durante anos e anos, quando o assunto era Andrés Nocioni, o basqueteiro brasileiro se acostumou a reclamar barbaridade. Pudera: entre as muitas qualidades do  ala-pivô argentino, destaca-se o vigor, a disciplina, a determinação e a inteligência para defender,  predisposição ao sacrifício físico e para atacar os rebotes, e uma habilidade subestimada com a bola.

Além, claro, de muita catimba.

Essa é a reclamação maior: que ele não parava de bater, provocar, encher… a paciência de todo mundo quando era chegada a hora do clássico. Nas vésperas, ele adorava tirar uma frase ambígua da cartola para mexer com os nervos dos adversários.

Pois bem. Agora chegou a hora de ler o que o temido Chapu, um verdadeiro guerreiro em quadra, alguém que cuidou do serviço sujo para que Manu Ginóbili e Luis Scola brilhassem em Jogos Olímpicos, tem a dizer sobre o time que os derrotou, a seleção brasileira. Separo aqui alguns trechos de um texto de Nocioni em blog pela ESPN hermana:

“Na partida contra o Brasil deu a lógica. Havia muitos anos em que vínhamos vencendo os brasileiros, quando muitos esperavam um triunfo para eles. Uma hora chegaria esse dia. Eles, hoje, são uma equipe melhor, mais completa, chegando mais bem preparados para este jogo. Não há desculpas para a derrota. Somente nos resta felicitá-los e destacar o excelente trabalho que Rubén Magnano fez. Ele transformou o selecionado brasileiro, que agora pensa em equipe. Mudou a forma de o time jogar”, afirmou o jogador, que batalhou como sempre na defesa e na tábua de rebotes, mas sofreu no ataque – talvez até mesmo por conta do desgaste.

No texto, Nocioni, que vai jogar pelo Real Madrid na próxima temporada, fala também sobre a rara eliminação precoce sofrida pela Argentina nas oitavas de final da Copa do Mundo e o que isso representa futuro da equipe. Vale um destaque: ele não confirmou que essa tenha sido sua despedida da seleção.

“A sensação que este Mundial me deixou é bem estranha. Nunca me havia acontecido de ficar fora tão rapidamente de um torneio com a seleção argentina. Tenho uma sensação de vazio. Eu e o Leo Gutiérrez estávamos falando a respeito no quarto, e coincidíamos neste sentimento, que é novo para nós. Em outras oportunidades, na sequência de uma derrota havia sentido a tristeza, mas logo aparecia o orgulho ou a satisfação de ter chegado longe, ou de ter comprido um objetivo. Desta vez ficamos longe de nosso objetivo. É certo que, com as ausências de Ginóbili e Delfino, nossas aspirações mudaram. Mas, ainda sem eles, pretendíamos alcançar ao menos as quartas de final, e aí ver o que se passava no cruzamento”, escreveu.

“Nesta transição na seleção, não devemos apagar tudo de uma hora para a outra. Temos que acompanhar este processo e aportar nossa experiência. Este Mundial pode ter sido meu último torneio com a seleção, mas, até o momento, não tomei uma decisão definitiva. Não passa somente por uma questão esportiva. Há questões familiares, e já são muitos anos de estar com a equipe desde que fiz minha estreia em 1999. Quando o próximo torneio, o Pré-Olímpico de 2015, se aproximar, verei se vou jogar, ou não.”a


Duelo com a Sérvia escancara buraco na base brasileira
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Giancarlo Giampietro

Raduljica, sete anos depois, volta a enfrentar Brasil no mata-mata

Raduljica, sete anos depois, volta a enfrentar Brasil no mata-mata

Quando a bola subir na quarta-feira, pelas quartas de final da Copa do Mundo, não será a primeira vez que o armador Stefan Markovic e o pivô Miroslav Raduljica vão enfrentar o Brasil num mata-mata de torneio Fiba. Sete anos atrás, ainda adolescentes, no Mundial Sub-19 eles levaram a melhor contra em uma semifinal que acabou em vitória tranquila dos balcânicos, 89 a 74.

Para quem clicou imediatamente no link acima, já deu para ver os dois ficaram, respectivamente, 26 e 23 minutos, em quadra, contribuindo com 12 pontos, 7 assistências e 6 rebotes. Números regulares. Mas vale o destaque, mesmo, estatístico daquele jogo é a quantidade de brasileiros presentes na seleção nacional que derrubou a Argentina no domingo passado: 0. Isso mesmo: ze-ro.

José Neto está na seleção principal em 2014. Dos garotos, poucos chegaram perto

José Neto está na seleção principal em 2014. Dos garotos, poucos chegaram perto

Quer dizer, se formos considerar o assistente técnico José Neto, temos ao menos um – ele era o treinador daquele time. Daquela geração era de 1988-89, dos quais foram pinçados os 12 representantes para aquela campanha (?) histórica, hoje todos eles com 25 e 26 anos,  nenhum jogador conseguiu se desenvolver a ponto de entrar na lista final de Rubén Magnano para competir por uma medalha na Espanha.

Quem chegou mais perto disso foi o ala-pivô Rafael Mineiro, que disputou o Campeonato Sul-Americano deste ano, como peça integral da rotação, com médias de 6,2 pontos e 4,8 rebotes. Da seleção B, Raulzinho e Rafael Hettsheimeir foram chamados para compor o grupo principal.

Embora não tenha conseguido dar o grande salto, o talentoso Mineiro é um caro caso de atleta que conseguiu alguma continuidade em sua carreira internacional desde o Mundial Sub-19. Desde, então, ao menos conseguiu jogar três Sul-Americanos, mais que o grande nome daquela categoria: Paulão Prestes. O pivô participou só de um Sul-Americano – ironicamente, em 2006, anterior ao torneio de base. Os problemas físicos de Paulão estão bem documentados, guiando uma trajetória de altos e baixos. Foi muito bem cotado na Espanha, acabou draftado pelo Minnesota Timberwolves (algo muito difícil e não pode se perder de perspectiva), mas se lesionou demais e teve problemas com a balança. Chegou a ser pré-convocado por Magnano em duas ocasiões e hoje é a grande aposta do Mogi, ao lado de Shamell.

De resto, temos o ala Betinho em São José, com média de 13,6 pontos, 2,0 assistências e 32,5% nos três pontos em sua carreira no NBB, o ala-pivô Rodrigo César no Uberlândia e o pivô Romário no Macaé. Outro que chega ao NBB agora é o armador Carlos Cobos, de dupla nacionalidade (Espanha e Brasil), criado na base do Unicaja Málaga ao lado de Paulão, e que também não conseguiu se firmar na Liga ACB. Ele acabou de acertar com o Franca de Lula Ferreira, que ao menos vai fazendo esse trabalho de prospeção, tentando recuperar alguns dos garotos espalhados por aí.

Contando: foram citados, então, seis atletas daquele time sub-19, 50%. O restante, para termos uma ideia, é até difícil de rastrear. Luiz Gomes, que hoje é um dos motores por trás do Mondo Basquete – um site bem bacana para você visitar –, fez esse trabalho hercúleo no ano passado, já constando uma geração verdadeiramente perdida.

Thomas Melazzo, fora do basquete

Thomas Melazzo, fora do basquete

Cauê Freias, autor da cesta da vitória contra a Austrália de Patty Mills nas quartas de final, e Bruno Ferreira, o Biro, estão no Caxias do Sul e devem disputar a Liga Ouro, Segunda Divisão do NBB. Houve quem tenha parado e largado o esporte: o ala Thomas Melazzo, que tinha um potencial absurdo, hoje é personal trainer, aparentemente vivendo em Salt Lake City, terra do Utah Jazz. Se alguém souber do paradeiro dos demais, por favor, caixa de comentários aberta abaixo.

Dia desses, no Twitter, o mesmo Luiz Gomes estava especulando a respeito, apontando algumas promessas  de então e hoje na elite. Muitos deles classificados para os mata-matas de uma Copa do Mundo, na elite. A Sérvia já escalou o ala-pivôs Marko Keselj e Milan Macvan na fase decisiva do Mundial de 2010, para se ter uma ideia. No time de hoje, tem Markovic e Raduljica e ainda conta com mais cinco jogadores que teriam idade para disputar aquele torneio, mas só ganhariam visibilidade mais tarde.

Já a França apresenta quatro nomes de seu time sub-19 que bateu o Brasil na disputa pelo bronze: o armador Antoine Diot, o ala Edwin Jackson, o pivô Kim Tillie e um certo Nicolas Batum. O pivô Alexis Ajinça certamente estaria na Copa do Mundo, não tivesse pedido dispensa. Até mesmo os Estados Unidos, com sua produção de talentos incomparável, tem um representante de 2007 aqui: Stephen Curry! Daquele elenco, destacam-se também nomes como DeAndre Jordan (Clippers), Patrick Beverley (Rockets) e Michael Beasley (Marte).

Entre os demais quadrifinalistas da Copa, para ser justo, é preciso dizer que a Espanha só tem um atleta daquela jornada: o ala Victor Claver. Lituânia e Turquia? Nenhum. A Eslovênia não havia se classificado.Mas também é preciso dizer uma coisa sobre os lituanos: sua atual seleção conta com cinco jogadores nascidos depois de 1988 (o ano-limite para inscrição naquele Mundial): Adas Juskevicius, Sarunas Vasiliauskas, Mindaugas Kuzminskas, Donatas Motiejunas e Jonas Valanciunas – os dois últimos simplesmente as maiores apostas dessa tradicional potência. Já os turcos têm três: o caçula Cedi Osman, de apenas 19, além de Furkan Aldemir (cujos direitos na NBA pertencem ao Sixers) e Baris Hersek.

Nessa categoria, de atletas de 26 anos ou mais jovens, também se enquadram os argentinos Facundo Campazzo, Nícolas Laprovíttola, Tayavek Gallizzi, Matías Bortolín e Marcos Delía. A Austrália contou com seis: Dante Exum (19), Brock Motum, Cameron Bairstow (23), Matthew Dellavedova, Ryan Broekhoff (24) e Chris Goulding (25, este convocado para aquele Mundial Sub-19). Já os Estados Unidos possuem apenas um jogador nascido antes de 88: Rudy Gay, e só.

No Brasil, com 22 anos, Raulzinho é a figura solitária. Rafael Luz acabou preterido no último corte, enquanto Augusto Lima dançou já no Sul-Americano. Uma decisão bastante sensata poupou Bruno Caboclo dessa. Já Lucas Bebê foi deixado na geladeira, depois da escapada do ano passado. Ao menos o filho do Raul vem sendo utilizado com regularidade por Rubén Magnano, contribuindo para valer hoje – e ao mesmo tempo ganhando uma experiência extremamente valiosa para o futuro. Agora, fora isso, a seleção que joga na Espanha, a mais velha do Mundial, é apenas para agora e agora.

Obviamente que a base do elenco de Magnano é fortíssima, não sobram vagas. Como acontece com a Espanha. Agora, na periferia do plantel, será que não dava para encaixar? Depois de uma vitória contra a Argentina, na iminência de um confronto com a Sérvia, pode ter gosto de chope aguado todas essas lembranças. Nesta semana, as preocupações dos envolvidos com o jogo ficam realmente direcionadas só para a quadra. Fora dela, porém, nos escritórios da CBB, o tema já deveria estar na mesa há tempos. Sem precisar que a figura até folclórica de Raduljica, nesta quarta-feira, servisse como recado.


A contribuição vibrante de Marquinhos para a seleção avançar
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Giancarlo Giampietro

Marquinhos, vibrante

Já falamos aqui de um Leandrinho que anda mais contido, e, ao mesmo tempo, mais eficiente como pontuador nesta Copa do Mundo. Não é a única mudança notada em alguns dos personagens que tentam reconduzir a seleção brasileira a um pódio neste nível de competição. Na vitória contra a Argentina neste domingo, tão comemorada,  o armador Raulzinho roubou a cena, enquanto os pivôs esmigalhavam os argentinos no garrafão. Agora, se você for reparar bem, houve outro jogador que deu contribuição importantíssima na batalha mais próxima da cesta: Marquinhos. Sim, o Marcus Vinícius Vieira de Souza, mesmo, jogador que sempre teve seu talento ressaltado por estas quadras, mas que dificilmente foi confundido por um cara vibrante.

O ala da seleção brasileira apanhou oito rebotes no triunfo pelas oitavas de final, algo bastante incomum em sua carreira. Basta olhar os números proporcionados pela Fiba para perceber isso:

Marquinhos, números do Mundial, 2014, seleção

O senhor Tuto Marchand que nos perdoe, mas recomenda-se nem dar bola para as linhas estatísticas de 2007 e 2011 do torneio que carrega seu nome. A Fiba pode assumi-lo como algo oficial, mas sua conotação é muito mais de amistoso, um quadrangular preparatório para a Copa América, do que um troféu internacional que os times participantes estejam doidos para conquistar. Em suma: o nível de competitividade diminui. Não conta. Posto isso, Marquinhos então chega às quartas do Mundial com sua maior média de rebotes em jogos internacionais: 4,8.

Para alguém de 2,07 m de altura, não é exatamente uma façanha, é verdade, mas representa um avanço sensível se comparado com suas outras campanhas. Ainda mais que sua quantidade de minutos no Mundial não anda tão elevada assim (apenas 21 por jogo). Numa projeção por 30 minutos  por partida, seu rendimento subiria para 6,8.

Marquinhos, atacando também lá dentro – ainda que a preferência da casa ainda seja os tiros de fora, mesmo: são 4 por jogo em apenas 21 minutos, mas fundamentais para espaçar a quadra e dar um pouco de liberdade para os pivôs

Marquinhos, atacando também lá dentro – ainda que a preferência da casa ainda seja os tiros de fora, mesmo: são 4 por jogo em apenas 21 minutos, mas fundamentais para espaçar a quadra e dar um pouco de liberdade para os pivôs

No NBB, a média de sua carreira é de 4,3 rebotes por jogo, mas em praticamente 33 minutos de ação. Em seu melhor ano no fundamento, apanhou 5,5 por rodada vestindo a camisa do Pinheiros em 2008-09, mas em 38 minutos – no atual ritmo pela seleção, se tivesse esse tempo de quadra, sua média subiria para 8,6 rebotes, algo impressionante.

Até porque cabe uma diferença: Marquinhos tem altura e agilidade, mas fica muito menos próximo da cesta do que um Varejão ou um Nenê, por exemplo. Em atividade pelo Flamengo, diga-se, está quase sempre com a bola nas mãos, criando no perímetro, tentando uma avalanche de arremessos de três pontos (5,1 e 5,7 nos últimos dois campeonatos). Esse posicionamento se repete na seleção, com o ala bastante aberto. – de modo que os rebotes ofensivos são praticamente impossíveis de acontecer. O que não o impede de dar apoio aos pivôs na defesa.

Contra uma Argentina que puxava seus pivôs (ou falsos pivôs, digamos) para a cabeça do garrafão e a linha de três pontos, era imperativo que Marquinhos fizesse um bom trabalho de cobertura e na briga pelas rebarbas na tabela brasileira, ainda mais brigando com gente como Andrés Nocioni e Marcos Mata, que são ferozes e oportunistas ao atacar a tábua ofensiva. O ala brasileiro segurou o tranco, com 8 rebotes em 32 minutos, assim como havia feito na estreia contra uma França igualmente desafiadora, com Batum e Gelabale, assegurando 6 rebotes em 27 minutos.

Marquinhos x Marcos Mata

Marquinhos x Marcos Mata

Ter Marquinhos – e os alas em geral – mais próximos dos pivôs é uma carência constatada há tempos na seleção. Ironicamente, foi algo que um argentino, mesmo, apontou antes do clássico deste domingo. O ex-armador argentino Pepe Sánchez, hoje comentarista, via um ruído na comunicação entre a turma de fora e os pivôs. “Em todos estes anos, o time não tem mostrado entre  o jogo interior e o perímetro. Ou é perimetral, ou é interior. Talvez agora Marquinhos esteja fazendo um pouco isso”, afirmou. Bem-vindo seja o apetite.

A tendência do majoritária do torcedor brasileiro é valorizar o ataque e do “esporte-arte”, não importando a modalidade. No basquete, isso quer dizer que os holofotes geralmente estão dedicados aos cestinhas. A enterradas de levantar a torcida, bandejas acrobáticas e, claro, arrremessos de três pontos salvadores. São lances muito bonitos, claro. Natural, então, que o jogador brasileiro em geral esteja muito mais propenso a abraçar essa causa. Jogar pelo show.

Não dá para ser chato e condenar todo e qualquer lance que se enquadre nessa linha. Nem todo mundo precisa ser Ucrânia nessa vida. Atenção também, por favor, aos termos “majoritária” e “em geral”. Obviamente há diversas exceções para serem destacadas, como um Varejão, que sempre teve tino para lutar por rebotes, perseguir armadores na defesa e trazer o caos para a quadra. Alex Garcia sempre foi um exemplo. O cavalar Marcus Toledo, do Pinheiros, o Mineiro, do Paulistano, Daniel Alemão, do Mogi, e mais, e mais, e mais. Mas, bem, sabemos que a vocação de nossa base é direcionada para o aspecto ofensivo. E, ok, vence quem acerta mais bolas numa cesta, mesmo. Só não dá para achar o esporte é feito disso, como a atual guinada vivida pela seleção na Copa do Mundo nos evidencia.

É uma equipe combativa, que vai limitando seus adversários a apenas 68 pontos por jogo. Vencendo muito mais por seu comprometimento defensivo do que por iluminação ofensiva. Para sustentar uma boa retaguarda, obviamente é importante ter princípios, coordenação, comunicação, boa análise dos adversários e muitos outros fatores. Dentre eles, porém, nada supera o empenho. Não adianta o técnico cantar tudo em treinos e ao lado da quadra durante os jogos, se os atletas não estiverem dispostos a lutar pela bola. De modo intenso, como vem sendo o gratificante caso de Marquinhos.


O 8º dia da Copa: Grupo do Brasil 100% e milagre turco
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Giancarlo Giampietro

Os turcos vibram com virada no finzinho

Os turcos vibram com virada no finzinho

Era difícil julgar a chave de Grupo da Morte. Afinal, esse jargão implica que algum time favorito vá ficar pelo caminho, de modo precipitado, já na primeira fase de um torneio. No Grupo A da Copa do Mundo de basquete, tínhamos a superfavorita Espanha acompanhada por Brasil, França e Sérvia. Grandes times, sem dúvida. Mas aqueles que o complementavam eram o Irã, que não inspira medo, e o Egito, pior time da competição. Num cenário em que os quatro primeiros se classificavam, não havia risco, mesmo que os iranianos tenham dado trabalho aos franceses. Mesmo que não possa ser considerado mortal, as oitavas de final trataram de comprovar a força de seus candidatos. Com a classificação de Brasil e Sérvia neste domingo, os quatro classificados para o mata-matas seguem vivos nas quartas de final.

O jogo do dia: Turquia 65 x 64 Austrália
O que há de se lamentar nesta jornada foi a impossibilidade de assistir aos instantes finais deste jogo. Acontece que a partida em Barcelona atrasou bastante devido a um problema de cronômetro no ginásio. Fora minutos preciosos que acabaram levando o desfecho dramático confronto a coincidir com o primeiro quarto de Brasil x Argentina. E aqui já registro minha admiração pelos comentaristas de futebol que falam com a maior naturalidade sobre como estão com duas ou três TVs ligadas em casa, monitorando múltiplas partidas. Com basquete, não consigo.

O que a gente levanta, então, pelos relatos é que o ala multifuncional Emir Preldzic, um dos atletas mais singulares do basquete europeu, acertou uma bola de três a cinco segundos do fim, para definir uma vitória dramática e de virada. Do jeito que os mais malucos dos torcedores turcos mais gostam.  Vejam:

Os Boomers ainda tentaram um último ataque, mas Joe Ingles foi desarmado. A equipe da Oceania controlou o placar durante 30 minutos. Entrou no quarto período com quatro pontos de liderança, mas chegou a abrir 12 no primeiro tempo, fazendo bom uso de seus pivôs fortes, que conseguiram se impor mesmo contra um garrafão de respeito como turco. Mas tomaram essa adaga no final. O que não deixa de ser carma, lembrando que eles foram acusados de terem entregado um jogo para Angola, na tentativa de evitar um confronto com os Estados Unidos nas quartas. Caíram nas oitavas, mesmo, e a Turquia vai enfrentar a Lituânia.

A surpresa: Sérvia 90 x 72 Grécia
A maior prova como a chave de cima dos mata-matas da Copa do Mundo ficou muito desequilibrada. O quarto colocado do Grupo A derruba o 1º do B. Fora isso, a Grécia continua sendo um grande time e que provavelmente passaria com tranquilidade pelas oitavas se fosse pegar México (4º do D) ou Nova Zelândia (4º do C, ainda que eles tenham engrossado as coisas com a Lituânia hoje).

Bogdan-Bogdan encara defesa grega

Bogdan-Bogdan encara defesa grega

O placar acima é exagerado pelo que foi a partida. Os sérvios abriram uma senhora diferença a partir do início do quarto período, quando os helênicos passaram a jogar com aquela nuvenzinha escura sobre a cabeça. Passou a dar tudo errado para os líderes do Grupo B. Umas duas dúzias de bandejas foram perdidas, enquanto o adversário exalava confiança. Bogdan Bogdanovic (21 pontos) se soltou em quadra. Milos Teodosic (13 pontos, 5 assistências e incrível liderança positiva) está sempre solto em quadra. Mas o time todo esteve bem, com destaque também para o ala Nikola Kalinic, que nem chegou a enfrentar o Brasil durante a semana. O sérvio estrelou dois dos highlights da competição (veja mais abaixo).

O técnico Sacha Djordjevic encontrou um equilíbrio perfeito entre o jogo interior e o de perímetro, em vez de pingar insistentemente a bola no bisnagão chamado Miroslav Raduljica. O pivô está fazendo bom Mundial e anotou 16 pontos em 24 minutos hoje. Mas é muito lento e desengonçado. Se for a única via de escape do ataque, acaba travando todo o time. Mas a Sérvia soube dosar as pancadas do seu grandalhão com a habilidade dos homens de fora e fez uma das exibições mais bonitas e eficientes desta competição. Etão está nas quartas.

O que é ótimo sinal para a seleção brasileira, de alguma forma. Seu Grupo por enquanto tem 100% nos duelos de oitavas de final, com os balcânicos se juntando a Espanha e França. Desses, dois já foram derrotados pelo Brasil. A Sérvia espancou a Grécia, que havia derrotado a Argentina na última rodada da fase de grupos com certa tranquilidade.

Um causo
Vocês se lembram que, na primeira fase, o técnico Jonas Kazlauskas reclamou da virulência australiana na defesa, né? Falou em “basquete-rúgbi” até. Pois bem. A pressão que os Boomers fizeram foi só um aperitivo para o que a Lituânia enfrentaria neste domingo contra a Nova Zelândia. Os Tall Blacks não têm tantos jogadores habilidosos assim, mas em termos de intensidade e sede pela bola, poucos os igualaram nesta Copa. Depois de venceremo primeiro quarto por 23 a 9, os lituanos se comportaram com certa complacência em Barcelona, talvez acreditando que tivessem vencido a partida em 10 minutos. Nada disso.

Os neozelandeses brigaram bastante, foram tirando a diferença quarto a quarto até assumir a liderança do placar a menos de sete minutos para o fim. Ênfase em briga: não houve nenhum jogo desleal, mas o fato é que eles desceram a marreta na defesa, cometendo 28 faltas. Em uma delas, o armador Taj Webster fez um corta-luz tão duro que aparentemente causou uma fratura de costela do ala Simas Jasaitis. O lituano saiu de quadra andando, mas com muitas dores e dificuldade para respirar. Dessa vez Kazkauskas achou tudo normal. “A Nova Zelândia fez um jogo excelente”, afirmou. “Foram muito duros na defesa, mas nós vencemos o jogo”, completou. Então é isso.

O Haka – e a intensidade – de sempre dos neozelandeses

O Haka – e a intensidade – de sempre dos neozelandeses

Alguns números
48 – com os 27 pontos de Bojan no sábado e os 21 de Bogdan neste domingo, temos 48 pontos para o sobrenome Bogdanovic nas oitavas de final da Copa. Os dois alas brilharam em Madri. A diferença é que o sérvio se classificou para as quartas. Uma curiosidade: na próxima temporada, Bogdan-Bogdan vai substituir o Bojan-Bogdan no Fenerbahçe, da Turquia.

26 – pontos marcou Corey Webster na derrota da Nova Zelândia. Obviamente este não é o padrão do armador. Sua média no Mundial foi de 13,7 por jogo. Na estreia contra a Turquia, ele havia feito 22 pontos. Então dá para se ter uma ideia de que é um jogador explosivo, pronto para produzir aqui e ali. Cria bastante a partir do drible, é agressivo e forte, embora um pouco cabeça-dura na hora de soltar a bola. A despeito de seus defeitos, é de se imaginar como ele ainda não saiu do basquete neozelandês. Chegou a ficar um ano como universitário nos Estados Unidos, jogando pelos  Eagles de Lambuth (oi?), mas voltou para ser profissional em casa, aos 20. Seu irmão mais novo, Taj, joga por uma equipe mais tradicional da NCAA, Nebraska. O pai, Tony, também foi jogador.

6 – Jonas Valanciunas dominou o garrafão para a Lituânia no embate com os  Tall Blacks, que são aguerridos, mas nem tão altos assim. Foram 22 pontos e 13 rebotes (5 ofensivos, muitos deles cruciais no quarto final!) para o ainda jovem pivô lituano. Sem contar seus 35 pontos de eficiência. Mas prefiro destacar aqui as seis conversões em seis tentativas de lances livres do lituano: 100% para o grandalhão, que agora chega a 70% no campeonato. Valanciunas vai jogar com Lucas Bebê e Bruno Caboclo na próxima temporada da NBA, mas como titular absoluto do Toronto Raptors.

2 – são os países convidados (que, na verdade, pagaram um milhão de euros para participar da festa) pela Fiba que estão entre os oito melhores: Brasil e Turquia. Grécia e Finlândia foram os outros dois.

O que o Giannis Antetokounmpo fez hoje?
Num jogo de extrema pressão como esse contra os sérvios, o prodígio grego recebeu a confiança de Fotis Katsikaris, ganhando 14 minutos, e alternou bons (7 pontos, 100% de quadra) e maus momentos (4 turnovers, 4 faltas), de acordo com a idade. Ao mesmo que ainda comete bobeiras no ataque (andada ao receber a bola em movimento em direção ao aro, falta de ataque em jogada individual ao utilizar demais os braços), pode fazer um lance destes aqui:

Então, ânimo garoto! Muita coisa pela frente ainda:

Giannis chateou.

Giannis chateou.

Tuitando:

 O ala Nikola Kalinic estrela uma das de melhores jogadas do torneio na certa. De 22 anos, ele nem foi aproveitado na partida contra o Brasil pela fase de grupos. Nas oitavas, somou 12 vitórias, 4 rebotes e 2 assistências. E ainda faria isto aqui:

Mais uma falta e cesta/enterrada de Kalinic para cima dos gregos, e aí o ala abusou, subindo no aro com tudo. Lembrando a turma de:

A legenda do basquete de playground: Woody Harrelson! Digo: Billy Hoyle, craque de Homens Brancos Não Sabem Enterrar.

O armador Mantas Kalnietis, afastado do Mundial devido a um deslocamento na clavícula, assiste angustiado ao confronto entre sua Lituânia e a Nova Zelândia.


Mas o Twitter inteiro estava esperando, mesmo, por outro jogo, como demonstra o armador Rafael Luz, que poderia muito bem estar nesta Copa.


Brasil x Argentina: o clássico em números
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Giancarlo Giampietro

Neste domingo, tem Brasil x Argentina pela Copa do Mundo de basquete (17h no horário de Brasília). Acho que vocês já sabem, né? Seguem então alguns links relacionados ao jogo e, logo abaixo, um apanhado de números da história recente dos confrontos:

161 – minutos Luis Scola passou em quadra nas primeiras cinco rodadas do campeonato (32,2). Foi o quinto que mais jogou, atrás de Andray Blatche (Filipinas), Gorgui Dieng (Senegal), Bojan Bogdanovic (Croácia) e Samad Nikkah Bahrami (Irã).

116 – já Leandrinho foi aquele que ficou menos tempo sentado no banco brasileiro, com 116 minutos (23,2) de ação, apenas 63ª maior média do torneio.

77,7% – é o aproveitamento da Argentina contra o Brasil com Luis Scola em quadra, em nove jogos desde o Mundial 2002. Foram sete vitórias (Mundial 2002, Copa América 2003, 2 na Copa América 2007, Mundial 2010, Copa América 2011 e Olimpíadas 2012) e duas derrotas (Copa América 2009 e 2011).

Huertas, efetivado como titular com Moncho, numa rara vitória sobre Argentina de Scola (2009)

Huertas, efetivado como titular com Moncho, numa rara vitória sobre Argentina de Scola (2009)

37 – no Mundial da Turquia 2010, Scola arrebentou a defesa brasileira com 37 pontos, numa atuação verdadeiramente histórica (recorde individual de seu país no torneio). Sabe quantos minutos ele descansou na ocasião? Um. Apanhou ainda nove rebotes, deu três assistências e matou 14 de seus 20 arremessos, para um aproveitamento absurdo de 70%.

Hettsheimeir brilhou em 2011. Pivô é o segundo mais jovem da seleção hoje aos 28 anos

Hettsheimeir brilhou em 2011. Pivô é o segundo mais jovem da seleção hoje aos 28 anos

31 – anos é a idade média do elenco brasileiro, o mais velho do torneio. Apenas três de seus atletas estão abaixo dos 30 (Raulzinho, o caçula, com 22, Hettsheimeir, 28, e Splitter, 29). A média de idade argentina é de 28 anos, com sete atletas abaixo dos 39 (o mais jovem é o pivô Matías Bortolín, de 21 anos, que jogou apenas quatro minutos no torneio até aqui).

21,6 – A média de pontos de Scola neste Mundial. É o cestinha argentino e também o cestinha entre os atletas que ainda estão vivos na disputa por pódio. José Juan Barea, estrela de Porto Rico, anotou 22 pontos por jogo na 1ª fase, mas já está eliminado.

19 – os pontos de Rafael Hettsheimeir na última vitória brasileira no clássico, em Mar del Plata 2011, uma atuação marcante e surpreendente, em 22 minutos. Na atual Copa do Mundo, o pivô perdeu espaço na rotação e anotou só 13 pontos no total, em 59 minutos. Huertas anotou 17 pontos naquele jogo, seguido pelos 14 de Marquinhos e outros 13 de Giovannoni.

18 – maior pontuador do Brasil na primeira fase, com 13,6 em média, Leandrinho foi apenas o 18º na lista de anotadores da fase de grupos, numa prova de um ataque dissipado para a seleção – não há concentração nas mãos de um só atleta.

Splitter tinha apenas 17 anos em 2002, para seu primeiro Brasil x Argentina. Jogou 2 minutos

Splitter tinha apenas 17 anos em 2002, para seu primeiro Brasil x Argentina. Jogou 2 minutos

10 – atletas das seleções jogam ou já jogaram partidas oficiais na NBA: seis brasileiros (Alex, Marquinhos, Leandrinho, Varejão, Splitter e Nenê) e quatro argentinos (Nocioni, Herrmann, Scola e Prigioni). O armador Raulzinho já foi draftado no ano passado pelo Utah Jazz.

9 – jogadores vão disputar a próxima temporada do NBB: Alex, Marcelinho, Marquinhos, Hettsheimeir, Larry, Giovannoni, Herrmann, Laprovíttola e Marcos Mata. O Flamengo tem quatro deles, enquanto o Bauru aparece com três.

8 – o primeiro confronto de mata-mata entre as duas gerações aconteceu no Mundial de 2002, Indianápolis, pelas quartas de final. E não é que, 12 anos depois, oito atletas que estiveram em quadra naquele dia 5 de setembro estão listados para o jogo deste domingo? Diz muito sobre a (falta de) renovação de ambos os times. Pela Argentina, Luis Scola, Andrés Nocioni e Leo Gutiérrez. Pelo Brasil, uma penca: Alex, Marcelinho, Anderson Varejão, Splitter e Giovannoni. Se Leandrinho tivesse saído do banco, seriam nove. O cestinha brasileiro naquela ocasião é hoje diretor de seleções da CBB: Vanderlei Mazzuchini (20 pontos).l

4,5 – a média de pontos das vitórias argentinas nos últimos dois confrontos entre as seleções.

4 – por quatro temporadas, Scola e Splitter foram companheiros de clube, no Saski Baskonia, da Liga ACB. São amigos de longa data. Juntos, ganharam a Copa do Rei em duas ocasiões (2004 e 2006). Já o armador Pablo Prigioni acompanhou o pivô catarinense por seis temporadas.

3 – a Argentina ocupa a terceira posição no Ranking da Fiba vigente. O Brasil aparece em décimo.

 


O 7º dia da Copa do Mundo: Zebras de folga
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Giancarlo Giampietro

Uma, duas, três e quatro franquias da NBA representadas na foto. EUA também têm torcida na Espanha

Uma, duas, três e quatro franquias da NBA representadas na foto. EUA também têm torcida na Espanha

Ufa. Depois da maratona em sua primeira semana, neste sábado a tabela da Copa do Mundo pegou bem mais leve com esses pobres jornalistas. Quatro joguinhos, nada simultâneo, e a chance de apreciar melhor o que se passa em quadra. Embora, quem esteja tentando enganar? Aquela avalanche de jogos dos grupos era divertida pacas e nos deixa com abstinência. Difícil até digitar aqui, de tanto tremelique. Mas vamos lá: depois de alguns sustos na fase de grupos, não temos nada de surpresas por ora nas oitavas. Os grandes favoritos, Espanha e Estados Unidos, passaram com tranquilidade, para agora enfrentarem, respectivamente, Eslovênia e França nas quartas de final.

O jogo do dia: França 69 x 64 Croácia
Um segundo tempo redentor nos livrou daquele que poderia ter sido o primeiro duelo com menos de 100 pontos no placar. No caso, com os dois ataques somados! A primeira etapa, para se ter uma ideia, teve 48 pontos anotados. Um inacreditável: 23 a 22 a favor dos Bleus, que haviam anotado apenas 7 pontos no primeiro período – quantia igualada pelos balcânicos no segundo quarto. Uma tristeza que só, uma batalha do jogo feio. Na volta do intervalo, para alívio geral, os ataques desafogaram, permitindo que Ucrânia 64 x 58 Turquia ficasse com o justíssimo título de partida mais sonolenta do campeonato.

A vitória francesa ganha este espaço devido aos 20 minutos finais, na disputa mais equilibrada da jornada, e também pela quantidade de jogadores talentosos de ambos os lados. Dario Saric, Ante Tomic, Bojan Bogdanovic, Boris Diaw, Nicolas Batum e mais. Todos de NBA ou em grande parte em potência europeias. Entre eles, Bogdanovic foi quem se destacou, com 27 pontos em 35 minutos, exibindo todos os seus fundamentos que poderiam perfeitamente ilustrar um manual. No ataque, o croata é uma maquininha de cestas, e com um estilo mais classudo impossível.

Bogdanovic deixa pirulão Gobert para trás: rumo a Brooklyn o cestinha croata

Bogdanovic deixa pirulão Gobert para trás: rumo a Brooklyn o cestinha croata

Num tiro de três a 52 segundos do fim, o ala diminuiu uma vantagem francesa que chegou a ser de 11 pontos para apenas dois. No ataque seguinte, Antoine Diot errou um chute de fora na zona morta, e os croatas tinham a chance de virada. Foi aí que a apareceu a outra faceta do “hero ball”, com Bogdanovic se precipitando com uma bola de fora, de muito longe, restando mais de 10 segundos de posse no cronômetro. Nos lances livres, os adversários definiram o placar. Olho neste jogador na próxima temporada da NBA: vai jogar pelo Brooklyn Nets. É um dos principais cestinhas da Europa, mas é preciso ver como irá se a ajustar, já que está habituado a jogar com a bola em mãos, como referência primária (e secundária, hehe) de seus times. Um tanto fominha.

De resto, é de se lamentar o fogo que Batum tem com a bola em diversos momentos, abrindo mão das infiltrações para cômodos disparos de longe (0/6 para ele hoje nos três pontos, 5/7 de dois). Também fica a dúvida sobre como a Croácia demorou para abastecer Tomic no garrafão durante todo o campeonato. No quarto período, hoje ele foi o grande responsável pela reação de seu time, com 17 pontos em 25 minutos (7/10 nos arremessos). O pivô do Barcelona, mesmo assim, ficou no banco nos últimos três minuto.

Quem fez falta: as Filipinas… 🙁
O esforço da atlética seleção de Senegal contra a Espanha foi formidável, especialmente primeiro tempo, mas é difícil de fugir de um devaneio sobre como teria sido o confronto dos anfitriões com as Filipinas nestas oitavas de final. Antes que me acusem de pirado: não, os filipinos não venceriam, não causariam a maior surpresa da história. Mas pode ter certeza de que eles proporcionariam alguns instantes de pura diversão em quadra, deixando Pau Gasol atônito.

Blatche e as Filipinas já partiram, cada um para o seu lado

Blatche e as Filipinas já partiram, cada um para o seu lado

Um causo
Não chega a ser um dramalhão mexicano, mas Gustavo Ayón ainda está desempregado. A despeito de suas diversas qualidades, o pivô não tem contrato para a próxima temporada. Que vergonha, NBA. Neste sábado, contra os Estados Unidos, ele mostrou que tem bola. A melhor vitrine. Será o suficiente para levantar uma proposta? Vejamos. Só não foi suficiente para evitar uma derrota por 86 a 63.

Curry acertou 16 de seus últimos 25 arremessos de 3 pontos no Mundial. Melhor marcar o craque

Curry acertou 16 de seus últimos 25 arremessos de 3 pontos no Mundial. Melhor marcar o craque

Alguns números
35 –
Os “Splash Brothers” do Golden State Warriors anotaram juntos 35 pontos na vitória contra o México.  Stephen Curry foi o cestinha, com 20. Klay Thompson anotou 15. Juntos, eles mataram nove de 18 arremessos de longa distância.

33 – A vitória por 89 a 56 sobre Senegal, por 33 pontos, foi a mais larga da Espanha em um jogo de mata-mata de Mundiais, EuroBasket ou Olimpíadas.

18 – O cestinha da Eslovênia contra a República Dominicana foi um Dragic. Mas Zoran dessa vez. O ala-armador não permitiu que um jogo abaixo do esperado de seu irmão derrubasse a equipe, marcando 18 pontos com 8/15 nos arremessos. Goran ficou com 12 pontos e 6 assistências – mas também cometeu seis desperdícios de posse de bola. Curioso que o astro do Phoenix Suns tenha se atrapalhado contra uma equipe que não é muito conhecida por sua pressão defensiva. Duro agora é se preparar para um embate com os Estados Unidos.

11,1% – Os irmãos Gasol não deixaram Gorgui Dieng se despedir da Copa da melhor maneira. Uma das sensações do campeonato, o pivô senegalês terminou as oitavas de final com 6 pontos, 7 rebotes e 2 assistências, acertando apenas 1 de 9 chutes de quadra (aproveitamento de 11,1%). No geral, ele teve médias de 16 pontos, 10,7 rebotes, 2 assistências e 1,5 bloqueio.

4 x 5 – Para Ricky Rubio, que preencheu a tabela estatística hoje, com pelo menos cinco incidências em quatro categorias diferentes: 7 pontos, 5 rebotes, 6 assistências e 5 roubos de bola em apenas 20 minutos. O armador já não tem a mesma badalação dos tempos de adolescente, mas ainda é um jogador bastante singular quando em forma.

Andray Blatche: acabou a contagem
Vocês sabem, né? O pivô mais filipino da Copa liderou a primeira fase em total de arremessos de quadra. Foi bom enquanto durou. Agora ele já está de volta aos Estados Unidos. Destino: Miami. Para assinar com o Heat, ou simplesmente por que vive lá? A Internet não responde com clareza. Consta apenas que ele não será reaproveitado pelo Brooklyn Nets.

O que Giannis Antetokounmpo fez hoje?
Treinou com seus amigos gregos e estudou o comportamento dos alas da Sérvia. Simples assim.

Tuitando:

O técnico Vincent Collet vem sendo cobrando por muita gente neste torneio sobre os parcos minutos que o ala-armador Evan Fournier, agora do Orlando Magic, vem recebendo no torneio. Contra a Croácia, ele saiu do banco para anotar 13 pontos em apenas 16 minutos, sendo fundamental na reação francesa no segundo período. Mas o treinador não fica muito impressionado, não, depois de ver o jovem atleta arrriscar uma bola de fora precipitada contra marcação por zona. “Ele não conhece o jogo de basquete, pelo menos não o bastante”, disse. Ouch.

Fair play, a gente se vê por aqui. Depois de seus pivôs anularem Gorgui Dieng, o armador entra em contato com seu companheiro de Minnesota Timberwolves com algumas palavras de incentivo.

É com esse espírito que a torcida espanhola vai para as quartas de final.


Mas nem todo mundo é só sorrisos no basquete espanhol. Para vocês verem que não é só jornalista brasileiro quem chateia. ; )


Como não? Brasil reencontra Argentina; veja o retrospecto
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Giancarlo Giampietro

Flamenguista Laprovíttola e a duplinha Scola e Prigioni. De novo

Flamenguista Laprovíttola e a duplinha Scola e Prigioni. De novo

Sí, sí. É isso, mesmo. Deu Brasil x Argentina novamente.

Para que o clássico sul-americano se repetisse logo de cara nos mata-matas da Copa do Mundo de basquete, era necessária pelo menos uma combinação de três resultados no Grupo B: que as Filipinas lavassem a alma com pelo menos uma vitória sobre a outra zebra do torneio, Senegal; que a Croácia afastasse os rumores sobre autocombustão (mais uma!?) e vencesse Porto Rico; e que a Grécia provasse sua consistência redescoberta para derrotar nossos vizinhos do Sul, para que  eles terminassem em terceiro. Check, check, check. Confere, e cá estamos em mais um jogo decisivo entre os dois rivais.

Em competições intercontinentais, o confronto acontece pelo terceiro evento consecutivo. Sem brincadeira: rolou no Mundial passado, em 2010, e também nas Olimpíadas de Londres 2012. Vocês me deem licença, então, para resgatar e editar um texto de dois anos atrás, recuperando o retrospecto – já nem mais tão recente assim – entre as duas gerações que vão se reencontrar no domingo (17h, horário de Brasília). Uma experiência dolorosa para muita gente, eu sei. Mas esse histórico, que vem de 2002 para cá, é um componente emocional inegável, que tem de ser enfrentado nas próximas 40 e poucas horas.

Desde o torneio de Indianápolis, 12 anos atrás, muitas figuras fundamentais se despediram das quadras. Deu tempo de Marcelinho Machado, por exemplo, anunciar em duas ocasiões que não jogaria mais pela seleção brasileira, para reconsiderar prontamente. Do outro lado, Walter Herrmann também alternou bastante: foi, voltou, foi, voltou. De constantes, mesmo, temos Luis Scola e seu vasto arsenal ofensivo, que continua superprodutivo e eficiente (21,6 pontos por jogo no atual campeonato, mais 8,8 rebotes, 2,2 assistências e 52% nos arremessos).

Splitter, Leandrinho, Huertas e muito mais: Brasil dessa vez é quem tem força máxima

Splitter, Leandrinho, Huertas e muito mais: Brasil dessa vez é quem tem força máxima

A diferença é que dessa vez são os argentinos que entram com desfalques. Manu Ginóbili e Carlos Delfino fazem uma falta danada no perímetro: não só como pontuadores, mas também como criadores e defensores. Já o Brasil surge com força máxima. A primeira vez em muito, muito tempo, com todos os seus atletas apresentados, fisicamente bem (ao menos segundo as aparências e os relatos oficiais). Esse é um fator que deve passar obrigatoriamente mais confiança para os rapazes de Rubén Magnano – algo que compense de alguma forma o desequilíbrio emocional gerado por tantas derrotas no decorrer da última década (pensando apenas em grandes competições, ok? Sul-Americano, isto é, excluído). Vamos lá, passo a passo:

Varejão x Oberto

O jovem Anderson Varejão disputa rebote com Fabricio Oberto – Rogério Klafke também estava lá

– Os argentinos conseguiram sua primeira grande vitória em clássico pelo Mundial de 2002, em Indianápolis, onde seriam vice-campeões. A seleção ainda era treinada por Hélio Rubens, havia dois irmãos Varejão no garrafão, Tiago Splitter estreava com 17 anos, Nenê já estava fora (havia acabado de ser draftado pelo Nuggets), e a armação era dividida por Helinho e Demétrius, hoje assistente de Rubén Magnano. Que, na época, trabalhava para seu país natal. O primeiro tempo terminou empatado em 29, mas os caras abriram boa vantagem no terceiro quarto e triunfaram por 78 a 67.

– Eles repetiram a dose no Pré-Olímpico de 2003. Um ano depois, se consagrariam como campeões olímpicos em Atenas. Em San Juan, Porto Rico, ajudaram a empurrar ladeira abaixo a seleção braileira, agora com Lula Ferreira no comando e bastante renovada. Os ainda garotos brasileiros sofreriam mais três reveses – até para o México de Nájera! – e seriam eliminados. Aquele foi um jogo feio, arrastado e equilibrado do início ao fim, com 35 (!!!) desperdícios de posse de bola.

– Avançamos no tempo consideravelmente agora, ignorando a esvaziada Copa América de 2005, e chegamos a Las Vegas, 2007. Só jogatina e ressaca: o Brasil sem Anderson Varejão, mas com Splitter já bem crescido na Europa e Nenê retornando após quatro anos, e a Argentina sem: 1) Ginóbili, 2) Nocioni, 3) Oberto e 4) Herrmann. Foram duas derrotas para os campeões olímpicos: uma pela segunda fase e a outra, valendo vaga nos Jogos de Pequim, pelas semifinais. Este blogueiro aqui estava lá, ganhou muitos pontos na escala de animosidade com boa parte do atual grupo, em uma cobertura de ambiente tumultuado, extremamente tenso. Luis Scola jogou uma barbaridade, Delfino acertava tudo de fora, Kammerichs tinha o bigodão mais legal do basquete, e foram duas pauladas bem doloridas que custaram a demissão de Lula. What happens in Vegas, stays in Vegas, baby!

Marcelinho x Delfino

Em Las Vegas-2007, Marcelinho viu a Argentina de Delfino vencer mais uma vez

– Agora estamos em 2009, com o tiozão Moncho Monsalve no comando, bem piradão, e voltamos a San Juan, pela Copa América, para enfim derrotar uma Argentina que tenha escalado o tal do Scola. Foi pela primeira fase, não tinha vaga em jogo, nem nada. Das principais peças, eles tinham apenas o ala-pivô número 4 e Prigioni, enquanto o Brasil jogou com Varejão, Splitter, Huertas, Leandrinho, Alex e, sim, Duda. Injusto? O trauma era tão grande, que não importava.

– Em 2010, Mundial de Istambul, ainda ouvindo instruções em espanhol, mas com um sotaque argentino: Magnano foi contratado para o lugar de Moncho. A seleção apresenta uma defesa combativa de um modo nunca visto nesta geração, quase derrota os Estados Unidos, mas é eliminada pelos caras nas oitavas de final. Foram 37 pontos de Scola, santamãe, com um quarto período, infelizmente, inesquecível. Para completar, Delfino e Jasen (lembra dele!?) mataram juntos 21 pontos de longa distância. Nocaute.

– Que tal lavar, um pouco, da alma, então, derrotando os arquirrivais logo na casa deles, em Mar del Plata-2011? Foi o que fez a seleção de um Marcelinho Huertas dominante na armação e de um Hettsheimeir surpreendente, não importando que os grandes ícones da Geração Dourada estivessem reunidos por ali. Foi um triunfo que encaminhou a equipe nacional para a primeira vaga olímpica desde Atlanta-1996. Já classificados, os dois times se enfrentaram, então, na final: de moicano, e ressaca das brabas, a trupe tupiniquim perdeu por cinco pontos.

– Em Londres 2012, depois de a Espanha supostamente manipular a tabela, o Brasil terminou em segundo em seu Grupo A. E quem estava em terceiro no B? Sim, a Argentina, numa repetição do atual cenário. As duas equipes contavam com seus grandes nomes, e isso pesou a favor do time que já tinha duas medalhas olímpicas (o ouro de Atenas e um Bronze em Pequim). Os argentinos abriram vantagem de até 15 pontos, viram os brasileiros reagirem, mas ganharam no final. Um drama particular daquele jogo? Os lances livres…

Passando por tantas derrotas assim, não dá para dizer, mais uma vez, que o jogo deste domingo sirva de tira-teima, né? Apenas valeria se nos limitássemos aos confrontos deste ano, em que já se enfrentaram em dois amistosos, com uma vitória para cada lado, cada um vencendo em casa. Mas eram apenas amistosos, bem no início da fase de preparação. No primeiro, no Rio, o Brasil venceu bem, explorando seus pivôs, mas Luis Scola não estava do outro lado. No segundo, em Buenos Aires, um bombardeio de três pontos desarmou a defesa de Magnano. Dois jogos que provavelmente não dizem nada.

Agora, com tanta história envolvendo os rivais, é impossível relevar o retrospecto geral. Os brasileiros vão precisar de toda a maturidade que puderem acessar para encarar esses diversos tropeços, erguerem a cabeça e partirem para mais um clássico para se acrescentar neste relato. Em 2016, vai ter mais?


Brasil consegue vitória mais larga de sua história nos Mundiais
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Giancarlo Giampietro

04/09/2014: Brasil 128 x 65 Egito, Splitter sobe para mais dois pontos

04/09/2014: Brasil 128 x 65 Egito, Splitter sobe para mais dois pontos

Serve para nada um jogo contra o Egito?

Serve, sim: valeu para o Brasil conseguir, nesta quinta-feira, a sua vitória mais larga (lavada, surra, atropelo, esculacho, escolhaí) de sua história nos Mundiais 128 a 65, com inacreditáveis 63 pontos de diferença. Até então, os maiores placares haviam acontecido nos anos 70. Em 1978, a seleção que conquistou o bronze nas Filipinas derrotou a China por 154 a 97 (57 pontos) – essa ainda é sua maior contagem num só jogo. Em 1970, aquele que era o segundo placar mais elástico: 112 a 59 contra o Canadá (53 pontos), na Iugoslávia (hoje território esloveno).

Aqui, não vamos nem ser insanos de querer comparar o nível dos adversários, ou mesmo o dos representantes brasileiros em cada uma dessas surras, né? Não faria sentido. Uma ressalva importante para se fazer é que os resultados prévios não contaram com a interferência dos arremessos de três pontos. Aconteceram antes do estabelecimento da linha perimetral, introduzida pela Fiba em 1984.

De qualquer forma, contando os chutes de longa distância, o Egito levou até a melhor nessa: os africanos acertaram 11 disparos de fora, contra 10 da seleção brasileira, equipe que disputou todas as edições da competição, hoje chamada de Copa do Mundo. Isto é: tiraram um pontinho do saldo neste disparo – fossem as regras de quatro décadas atrás, ingorando as bombas de três, a diferença teria sido de 58 pontos.

Na mesma campanha de 1978, o Brasil também atropelou as Filipinas por 119 a 72 (42 pontos), e neste aspecto superariam a atual geração, cuja segunda maior surra foi contra o Irã, nessa primeira fase, por 29 pontos (79 a 50).

Os egípcios entram, de alguma forma, na história do basquete brasileiro

Os egípcios entram, de alguma forma, na história do basquete brasileiro

Voltando ao presente, então, alguns dados desta vitória que se torna histórica:

– A maior vantagem chegou a ser de 65 pontos, descontada no último segundo.

– Todos os 12 jogadores brasileiros fizeram pelo menos quatro pontos. Variaram dessa quantia (Marquinhos, Giovannoni e Larry) para os 22 de Leandrinho.

– Leandrinho anotou seus 22 pontos em apenas 23 minutos, acertando 8 de 9 arremessos (89%).

– Três atletas brasileiros terminaram com 100%, acertando todos os seus arremessos: Raulzinho (7!), Huertas (5) e Hettsheimeir (3).

–  No geral, a seleção matou 75% de seus arremessos, sendo 40 de 47 de dois pontos (85%) e 10/20 de três (50%). Nos temidos lances livres, 18/26 (69%).

75 pontos foram anotados por reservas.

68 pontos foram convertidos no garrafão.

35 pontos saíram no contra-ataque.

– O Egito bateu apenas 4 lances livres e não converteu nenhum, todos com o ala Amr Gendy

– O cestinha egípcio foi Ibrahim El Gammal, com 16 pontos, acertando 7 em 19 arremessos.

Todos esses números podem parecer redundantes, considerando a fragilidade do adversário, mas não há relativização que diminua o escore. Pelo contrário. Para comparar, no último Mundial, o Brasil havia batido o Irã por “apenas” 16 pontos e a Tunísia, eliminada no último AfroBasket justamente pelos egípcios, por 15.

*   *   *

A campanha do Egito nas primeiras quatro rodada, todas derrotas: 85 a 64 para Sérvia, 91 a 54 para Espanha, 94 a 55 para França e 88 a 73 para Irã.

*   *   *

Atualização: O Brasil fecha a primeira fase com a segunda colocação do Grupo A, tendo quatro triunfos e um revés. Seu saldo de pontos até esta quinta era de +20. O adversário nas oitavas de final será o terceiro colocado do Grupo B: Argentina ou Croácia, dependendo da combinação de resultados desta última rodada. Os croatas venceram Porto rico por 103 a 82 e eliminaram os caribenhos em bela exibição. Agora esperamos Argentina x Grécia. Se os hermanos perderem, serão os adversários nas oitavas. Se vencerem, é Brasil x Croácia.


O 5º dia da Copa do Mundo: Agora afunilou
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Giancarlo Giampietro

Vocês se lembram daquelas jornadas triplas da Copa do Mundo da FIFA, né? Um jogão atrás do outro, dominando sua agenda. Pois bem. Pegue esse agito todo e multiplique por quatro. O resultado é a Copa do Mundo da Fiba. É muito basquete num dia só: 12 partidas! Uma tabela de estatística vai atropelando a outra, os fatos vão se acumulando, e pode ficar difícil de dar conta de tudo. Vamos dar um passada, então, pela rodada. Para o básico, deixe de ser preguiçoso e acesse o site oficial da competição, né? Veja lá a situação dos grupos e os todos os resultados. Sobre a vitória brasileira sobre a Sérvia, clique aqui.

Luis Scola (22 pontos, 14 rebotes, 29 minutos) não se importunou com os atletas senegaleses. E agora?

Luis Scola (22 pontos, 14 rebotes, 29 minutos) não se importunou com os atletas senegaleses. E agora?

Quatro de cinco rodadas da fase de grupos já foram disputadas. Muitos sustos, poucas sacoladas, e sete vagas ainda abertas para que a chave do mata-mata seja preenchida. Foi um dia cheio de jogos, com todas as seleções novamente em quadra, resultando em 12 partidas, muitas delas simultâneas, para tornar qualquer resumo insuficiente. Fazemos aqui nosso melhor (humilde) esforço. Depois de ter chorado com os filipinos.

As contas
A essa altura do campeonato, todo mundo quer saber, mesmo, de quem vai enfrentar quem nas oitavas de final. Bom, conforme dito na croniqueta da vitória brasileira sobre a Sérvia, o time de Magnano assegurou a segunda posição do Grupo A, atrás da Espanha. O que quer dizer que vai enfrentar o terceiro do Grupo B. A partir daí, a segunda pergunta que – dá para sentir – muita gente está fazendo é: vai dar Argentina, ou não? Olha, pode acontecer, mas precisa de uma combinação tripla de resultados: que Luis Scola & Cial percam para a Grécia + vitória da Croácia sobre Porto Rico + vitória das Filipinas contra Senegal. Hoje, o adversário seria o time africano, mesmo. Os senegaleses assegurariam o terceiro lugar com uma vitória sobre os filipinos, ou se Porto Rico superar a Croácia.  Pode dar Croácia, se eles vencerem Porto Rico e… a) a Argentina vencer a Grécia e as Filipinas, Senegal ou b) a Grécia derrotar a Argentina e Senegal, as Filipinas. A Fiba mostra os cenários, mas o site Eurohoops vai além.

O jogo da rodada: Turquia 77 x 73 Finlândia
Com 15 segundos no relógio, o armador Petteri Koponen tinha dois lances livres para bater, com a chance de garantir mais uma vitória histórica – lideravam por 68 a 65, afinal. O líder do time escandinavo, porém, errou os dois arremessos. Tempo pedido. Na reposição de bola, a Finlândia decidiu pagar para ver o que os turcos podiam, sem fazer a falta e jogar um adversário para a linha de lance livre – talvez abalados pelas falhas de seu atleta. Aí que o ala Cenk Akyol, que já foi tido como uma grande promessa do basquete europeu, foi draftado pelo Atlanta Hawks e hoje é um medíocre ala do Galatasaray, acabou matando uma bomba de longa distância, aproveitando passe de Emir Preldzic, a quatro segundos do fim, forçando a prorrogação (Koponen ainda erraria uma bola de dois antes do estouro do cronômetro). No tempo extra, Preldzic passou de organizador a definidor, anotando cinco de seus 13 pontos, incluindo suas únicas duas cestas de quadra, para garantir a vitória. Ele ainda contribuiu com 8 rebotes e 5 assistências. Destaque também para os incríveis 22 pontos (com oito lances livres desperdiçados) de Omer Asik, que virou, de uma hora para a outra, uma força ofensiva no Mundial. O resultado ainda não garante a classificação turca, mas praticamente elimina os finlandeses: para eles avançarem ao mata-mata, precisam derrotar a Nova Zelândia (plausível) e torcer para que a Ucrânia vença… os EUA (atchim!).

Asik e Gonlum consolam Koponen. Coisa linda

Asik e Gönlum consolam Koponen. Coisa linda

A surpresa: Manimal!!!
Vamos lá: ninguém ganha esse apelido de bobeira. Ele é o Manimal simplesmente por fazer coisas que valham o nome. O pivô mexe com um jogo de diversas maneiras. Em sua linha estatística, deveriam constar também itens como: “bolas perdidas recuperadas sem ninguém perceber”, “atropelamentos sem falta”, “saltos”, “chicotadas com o cabelo”, entre outras. Isso tudo o torcedor do Denver Nuggets sabia. Agora, o alcance de sua influência era desconhecido até mesmo pelo público geral americano.  Após quatro jogos, ele aparece como o segundo cestinha do time, com média de 14,8 pontos por jogo e aproveitamento de 78,4% nas tentativas de cesta. Afe.. Por mais que tenha refinado seu arremesso, com os pés plantados ou em progressão, por mais energia que leve para a quadra, ninguém contava com isso. “Espere o inesperado”, ele mesmo resume, após liderar o ataque americano com 16 pontos em controlados 17 minutos, tendo errado três de seus 11 chutes. Credo.

Alguns números
1.000 – O confronto entre EUA e República Dominicana foi o milésimo na história dos Mundiais.

17 – Foram os reduzidos minutos de Goran Dragic contra a Angola nesta quarta, não importando que os africanos tenham feito um jogo parelho por mais de três quartos. Quando a parcial final começou, aliás, os eslovenos perdiam por um ponto (66 a 65). Ainda assim os eslovenos maneiraram no tempo de quadra de sua estrela, que marcou 14 pontos e cometeu 3 faltas. Nenhum jogador do time, na verdade, passou  da marca de 25 pontos (Dormen Lorbek, cestinha com 17 pontos).  Aí tem coisa? Não sei: não faria sentido entrega-entrega, uma vez que o líder do Grupo D escaparia de um duelo com Estados Unidos e Espanha nas semifinais.

14 – Contra a enchouriçada linha de frente de Senegal, Scola apanhou 14 rebotes, seu recorde nesta competição. Mesmo sem mal sair do chão, o pivô argentino é o quarto em média nesse fundamento, com 9,8 por jogo. Acima dele aparece justamente um adversário com quem lidou durante o dia: o pivô Gorgui Dieng (média de 10,8, a segunda), mas que não conseguiu se destacar contra os hermanos. Marcado por Nocioni no início, teve seu pior jogo, disparado: 11 pontos, 8 rebotes e 5 turnovers, com 4/11 nos arremessos. Dessa vez não deu para os supreendentes africanos, atropelados por 81 a 46.

2 – No duelo dos sacos de pancada do Grupo A, o Irã venceu o Egito por 88 a 73, com 23 pontos, 15 rebotes e 4 assistências de Hamed Haddadi. Foi apenas seu segundo triunfo em um Mundial, novamente contra uma seleção do norte africano. Em 2010, eles haviam batido a Tunísia, arquirrival egípcia, por 71 a 58.

O Irã de Haddadi ainda tem chances remotas no grupo do Brasil: precisam vencer a França e torcer para uma vitória da Sérvia contra a Espanha. Qual é a mais difícil de acontecer?

O Irã de Haddadi ainda tem chances remotas no grupo do Brasil: precisam vencer a França e torcer para uma vitória da Sérvia contra a Espanha. Qual é a mais difícil de acontecer? Se vencerem a França por mais de 8 pontos, não importaria se a Espanha derrotasse a Sérvia. Tenha fé!

0 – A Lituânia arrasou a Coreia do Sul: 79 a 49. E aí que você pode tentar matar a charada: “Dãr, chance zero de os sul-coreanos vencerem”. Sim, a resposta se sustenta. Mas o mais curioso e bizarro, mesmo, é que a vitória aconteceu sem nenhum lance livre convertido – ou batido!!! – pelos bálticos. Sim, todos os 79 pontos lituanos aconteceram em chutes com a bola em jogo (26 de dois pontos, 9 de três). Fair play dos coreanos, né? Donatas Motiejunas, pivô do Houston Rockets, foi o nome do jogo, com 18 pontos, 7 rebotes e 5 assistências em 29 minutos. Depois de sofrer com a forte marcação australiana na véspera, o armador Adas Juskevicius sorriu com 20 pontos em 21 minutos.

Andray Blatche: contagem de arremessos
67! – Em um jogo de matar ou morrer contra Porto Rico, Blatche ficou no meio do caminho. Não varou a casa dos 20 arremessos, mas ultrapassou os 10. Terminou com 16 – 10 de dois pontso e 6 de longa distância. Para quem viu a partida, porém, sabe que poderia ter sido mais. O pivô, na verdade, enxergou A Luz e passou a respeitar de verdade seus companheiros, fazendo a bola girar do jeito que dava (com um ou meia dúzia de turnovers no meio do caminho), em vez de encarar a marcação por vezes tripla dos porto-riquenhos. Ele terminou com duas assistências, mas buscou muito mais passes decisivos do que os estatísticos puderam computar. O basquete enobrece, uma coisa linda. Além do mais, ele ainda mantém uma distância confortável para a concorrência no quesito: Luis Scola é quem chega mais perto, com 57 tentativas de cesta.

O que o Giannis Antetokounmpo fez hoje?
Hoje foi dos dias em que o treinador grego não deu muita bola para o menino – com a vitória sobre a Croácia por 76 a 65, assegurou a primeira ou segunda posição do Grupo B, dependendo do confronto desta quinta com a Argentina. Giannis ficou em quadra por 12 minutos, como se fosse um quarto de NBA, anotando dois pontos na sua única investida próxima da cesta. Uma enterrada cortando por trás da defesa, que a Fiba gravou e exibe no vídeo abaixo. Coisa pouca para os padrões dele, né? Fora isso, o futuro craque do Bucks errou dois arremessos de três e pegou quatro rebotes. Amanhã, ele vai ter Andrés Nocioni pelo caminho. Cuidado!

Tuitando:

Nove das 16 vagas nas oitavas de final estão preenchidas.


A galera do Mondo Basquete tem publicado as estatísticas avançadas de cada jogo do Brasil no Mundial. Leia-se: os números que vão além dos números divulgados nas tabelas mais simples, medindo o impacto qualitativo – que nem sempre é reproduzido fielmente pelo quantitativo – do desempenho de cada jogador. Tiago Splitter foi destaque contra os sérvios.

 

Sem um miniclipe do Vine, não tem graça. Lá vai o companheiro de Bruno Caboclo e Lucas Bebê para a enterrada: DeRozan jogou 18 minutos contra os dominicanos e anotou 11 pontos (mas cometeu cinco desperdícios de bola).