Vinte Um

Brasil consegue vitória mais larga de sua história nos Mundiais

Giancarlo Giampietro

04/09/2014: Brasil 128 x 65 Egito, Splitter sobe para mais dois pontos

04/09/2014: Brasil 128 x 65 Egito, Splitter sobe para mais dois pontos

Serve para nada um jogo contra o Egito?

Serve, sim: valeu para o Brasil conseguir, nesta quinta-feira, a sua vitória mais larga (lavada, surra, atropelo, esculacho, escolhaí) de sua história nos Mundiais 128 a 65, com inacreditáveis 63 pontos de diferença. Até então, os maiores placares haviam acontecido nos anos 70. Em 1978, a seleção que conquistou o bronze nas Filipinas derrotou a China por 154 a 97 (57 pontos) – essa ainda é sua maior contagem num só jogo. Em 1970, aquele que era o segundo placar mais elástico: 112 a 59 contra o Canadá (53 pontos), na Iugoslávia (hoje território esloveno).

Aqui, não vamos nem ser insanos de querer comparar o nível dos adversários, ou mesmo o dos representantes brasileiros em cada uma dessas surras, né? Não faria sentido. Uma ressalva importante para se fazer é que os resultados prévios não contaram com a interferência dos arremessos de três pontos. Aconteceram antes do estabelecimento da linha perimetral, introduzida pela Fiba em 1984.

De qualquer forma, contando os chutes de longa distância, o Egito levou até a melhor nessa: os africanos acertaram 11 disparos de fora, contra 10 da seleção brasileira, equipe que disputou todas as edições da competição, hoje chamada de Copa do Mundo. Isto é: tiraram um pontinho do saldo neste disparo – fossem as regras de quatro décadas atrás, ingorando as bombas de três, a diferença teria sido de 58 pontos.

Na mesma campanha de 1978, o Brasil também atropelou as Filipinas por 119 a 72 (42 pontos), e neste aspecto superariam a atual geração, cuja segunda maior surra foi contra o Irã, nessa primeira fase, por 29 pontos (79 a 50).

Os egípcios entram, de alguma forma, na história do basquete brasileiro

Os egípcios entram, de alguma forma, na história do basquete brasileiro

Voltando ao presente, então, alguns dados desta vitória que se torna histórica:

– A maior vantagem chegou a ser de 65 pontos, descontada no último segundo.

– Todos os 12 jogadores brasileiros fizeram pelo menos quatro pontos. Variaram dessa quantia (Marquinhos, Giovannoni e Larry) para os 22 de Leandrinho.

– Leandrinho anotou seus 22 pontos em apenas 23 minutos, acertando 8 de 9 arremessos (89%).

– Três atletas brasileiros terminaram com 100%, acertando todos os seus arremessos: Raulzinho (7!), Huertas (5) e Hettsheimeir (3).

–  No geral, a seleção matou 75% de seus arremessos, sendo 40 de 47 de dois pontos (85%) e 10/20 de três (50%). Nos temidos lances livres, 18/26 (69%).

75 pontos foram anotados por reservas.

68 pontos foram convertidos no garrafão.

35 pontos saíram no contra-ataque.

– O Egito bateu apenas 4 lances livres e não converteu nenhum, todos com o ala Amr Gendy

– O cestinha egípcio foi Ibrahim El Gammal, com 16 pontos, acertando 7 em 19 arremessos.

Todos esses números podem parecer redundantes, considerando a fragilidade do adversário, mas não há relativização que diminua o escore. Pelo contrário. Para comparar, no último Mundial, o Brasil havia batido o Irã por ''apenas'' 16 pontos e a Tunísia, eliminada no último AfroBasket justamente pelos egípcios, por 15.

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A campanha do Egito nas primeiras quatro rodada, todas derrotas: 85 a 64 para Sérvia, 91 a 54 para Espanha, 94 a 55 para França e 88 a 73 para Irã.

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Atualização: O Brasil fecha a primeira fase com a segunda colocação do Grupo A, tendo quatro triunfos e um revés. Seu saldo de pontos até esta quinta era de +20. O adversário nas oitavas de final será o terceiro colocado do Grupo B: Argentina ou Croácia, dependendo da combinação de resultados desta última rodada. Os croatas venceram Porto rico por 103 a 82 e eliminaram os caribenhos em bela exibição. Agora esperamos Argentina x Grécia. Se os hermanos perderem, serão os adversários nas oitavas. Se vencerem, é Brasil x Croácia.