Vinte Um

Arquivo : Raptors

A NBA não vive apenas de estrelas: conheça os anônimos que brilham ao seu modo na liga
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Giancarlo Giampietro

Sabe o Jeremy Lin, né?

Aquele da Linsanidade e tal.

Então: seu caso de jogador que era refugo da D-League e virou um astro na NBA foi o mais emblemático quando pensamos em atletas que nem sempre foram valorizados como deviam por dirigentes, técnicos e scouts, ou, no mínimo, atletas que acabam evoluindo consideravelmente contrariando qualquer previsão e acabam se dando bem na liga norte-americana.

São histórias sempre bacanas de se acompanhar, mostrando que nunca é tarde para realizar seus sonhos.

(Espaço para imaginar a trilha de cinema, daquele filme de drama enobrecedor, que faz a pessoa se sentir nas nuvens depois de um clímax meloso, mas arrebatador. Que toque a sifonia na sua cuca…)

Agora ok.

No ano passado, ainda na primeira encarnação, o Vinte Um elegeu seu “Esquadrão Jeremy Lin” em homenagem ao armador que conquistou Manhattan, reunindo jogadores que tiveram de lutar e viajar um bocado até chegar ao bem-bom da NBA.

Ainda estamos na metade do campeonato 20120-2013, com muita coisa para rolar – especialmente a fase deprimente e ao mesmo tempo extremamente intrigante em que os times vão se autossabotar para tentar uma escolha mais alta de Draft, abrindo as portas para as hordas vindas da D-League. Mas já deu para pinçar aqui e ali quatro bons candidatos para formar o”EJL 2012-2013″.

Sem perder mais tempo, vamos aos rapazes que concorrem a uma honraria tão prestigiada como essa:

Chris Copeland, New York Knicks.

Chris Copeland

Copeland em ação na liga de verão de Las Vegas: calouro aos 28 anos

Nascido em Nova Jersey, formado na universidade de Colorado em 2006, o ala de 28 anos realmente apareceu do nada. Quer dizer, a não ser que o informado leitor do Vinte Um estivesse por dentro de tudo que se passava na liga belga de basquete. Era lá que ele estava jogando nas últimas duas temporadas, defendendo o ilustre Generall Okapi Aalstar (muito prazer) e foi encontrado pel olheiro europeu dos Bockers. Foi convidado para jogar a liga de verão de Las Vegas, ganhou um lugar no training camp de Mike Woodson e, alguns meses depois, já faz parte do quinteto titular, jogando ao lado de Carmelo Anthony como um Steve Novak turbinado. Arremessa muito bem de qualquer canto da quadra e é um pouco mais atlético que o branquelo. Já marcou mais de 20 pontos em três partidas.

– Alan Anderson, Toronto Raptors.

Alan Anderson para o chute

Alan Anderson chuta com Kevin Durant na plateia

Aos 30 anos, o ala enfim conseguiu seu lugar para valer no Eldorado. Graduado em uma universidade bem mais tradicional, Michigan State, demorou para ter destaque pelos Spartans, dirigido por Tom Izzo. Teve médias de 13,2 pontos, 5,6 rebotes e 1,7 assistência em sua última campanha. Não foi o suficiente para convencer um time a selecioná-lo no Draft de 2005, mas ele acabou jogando pelo Bobcats em duas temporadas intermitentes, alternando com passagens pelo Tulsa 66ers da D-League. Dispensado, decidiu então migrar para a Europa, onde jogou na Itália, na Rússia e na Croácia até assinar com o Maccabi Tel Aviv, pelo qual fez uma ótima temporada em 2009-2010. Voltou para os EUA, então, mas, sem ofertas da NBA, jogou pela D-League novamente em 2010. Era muito pouco para seu talento, tendo se transferido logo para o Barcelona. Foi eleito o MVP da Copa do Rei. Hora de se firmar na NBA? Claro que não: teve de ir para a China até que, em março de 2012, assninou um contrato de 10 dias com o Raptors. Depois, fechou pelo restante da temporada, com médias de 9,6 pontos por partida em 17 partidas como titular. Mas é apenas nesta temporada, mesmo como reserva, que ele vem sendo produtivo, com 12,2 pontos em 24,7 minutos, com desempenho decisivo em algumas vitórias do Raptors. Mais importante: tem seu primeiro contrato garantido.

– PJ Tucker, Phoenix Suns.

PJ Tucker x Nicolas Batum

PJ Tucker pressiona Batum: destaque isolado pelo Suns

Ao contrário dos dois jogadores citados acima, Anthony Leon Tucker foi selecionado no Draft da NBA na 36ª posição, no ano em que decidiu deixar a universidade do Texas, em 2006. Acontece que sua carreira pelo clube canadense não foi das mais produtivas ou duradouras: fez apenas 17 partidas em sua temporada de calouro até ser dispensado. Ele admite hoje que não soube lidar com a falta de tempo de quadra, deixando se levar pela frustração. “Eu ficava reclamando, brigando. Tinha a cabeça muito jovem e não entendi que isso é um negócio, perdi a perspectiva. Você precisa entender seu papel numa equipe. Agora vejo garotos fazendo a mesma coisa: dizendo que foram ferrados pelo GM ou pelo técnico. Quando você consegue ser verdadeiro consigo mesmo, é aí que as coisas fazem sentido. Foi uma jornada dura, mas completa”, diz o ala que é um dos poucos pontos positivos na decepcionante campanha do Suns. Nessa jornada dura você pode incluir passagens por dois clubes de Israel, um da Ucrânia, um da Grécia, um da Itália, um de Porto Rico e outro da Alemanha. Por clubes menores, mas preenchendo o currículo: foi eleito o MVP da liga israelense em 2008, cestinha da liga ucraniana e MVP da última final da liga alemã, pelo Brose Baskets Bamberg. Seu passe estava valorizado na Europa, mas optou por tentar a NBA mais uma vez, garantindo seu lugar no Arizona com muita garra, assumindo o desafio de marcar um LeBron James uma noite e Kevin Durant na outra. “Nunca deixo alguém trabalhar mais duro do que eu”, afirma.

– DeQuan Jones, Orlando Magic.

DeQuan Jones, Orlando Magic

DeQuan Jones, um titular improvável para o Orlando Magic

Um jogador com muita impulsão e elasticidade, candidato natural a qualquer concurso de enterradas, Jones era, porém, apenas o sétimo cestinha da universidade de Miami – equipe que está bem distante do pelotão de elite da NCAA. Não era de estranhar então que, na noite do Draft de 2012, sua família não tivesse preparado nenhuma festa de arromba. “Ninguém esperava por nada. Era mais como um tiro no escuro”, diz o ala. Sete meses depois, e lá está ele no quinteto titular em Orlando, clube pelo qual ele nem foi testado nos treinos particulares que antecedem o recrutamento de novatos. Para constar: apenas Bucks, Lakers e Pistons o observaram de perto, e foi em Detroit que Scott Perry, futuro gerente geral assistente da franquia da Flórida o conheceu. Perry o convidou para jogar a liga de verão, e deu certo. Acabou conseguindo uma vaga no traning camp, sem garantia alguma no seu contrato, mas bateu o veterano Quentin Richardson (US$ 4,5 milhões em salário) e os alas Justin Harper e DeAndre Liggins, que eram escolhas de Draft do clube.

PS: encontre o Vinte Um no Twitter: @vinteum21.


A NBA em números: Scott Machado, Kobe, Calderón e um pouco mais para entender a liga
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Giancarlo Giampietro

Abrimos o ano do Vinte Um com um apanhado de números que repassa algumas histórias que vão correndo pela NBA:

Daequan Cook, na fila do desemprego

Daequan Cook foi mais um jogador chutado para fora de Houston enquanto Scott fica por lá

– US$ 8,8 milhões foi a quantia que o Houston Rockets já gastou em salários de jogadores que nada ou mal aproveitou neste campeonato e foram chutados para fora, enquanto o armador Scott Machado segue no elenco, apesar de seu contrato não-garantido. Isto é, apesar da longa estadia na D-League ou no banco de reservas de Kevin McHale, os U$ 3 milhões consumidos pelo último dispensado, o ala Daequan Cook – que deu lugar ao ex-Spur James Anderson, com apenas dois meses de temporada –, são mais três milhões de razões que sinalizariam a confiança do clube no brasileiro nova-iorquino. Atualização: a imprensa em Houston dá como certo o interesse do time no ala-armador Patrick Beverley, um jogador muito atlético que deixou cedo o basquete universitário sem emplacar na NBA e, desde então, se fixou como uma promessa na Europa. Ainda não está claro quem seria cortado para que ele ser contratado…

7.964 pontos separam Kobe Bryant de Kareem Abdul-Jabbar pelo topo da tabela de cestinhas históricos da temporada regular da NBA. Sua média de pontos hoje é de 30,3. Caso ele não perca nenhum jogo até o fim da temporada regular e sustente este ritmo, terá diminuído essa contagem para 6.419. Para bater, então, a marca do ator de Lew Alcindor, digamos, nos próximos quatro anos, o ala do Lakers teria de sustentar uma média de 19,6 pontos, contando que jogasse as 82 partidas sempre. Neste campeonato ele já superaria, de todo modo, o mítico Wilt Chamberlain como o quarto maior pontuador da liga.

34% é o quanto o Golden State Warriors, no momento, vem melhorando seu aproveitamento em comparação ao ano passado, sendo a equipe que mais subiu de produção. A franquia californiana realmente é a grande surpresa do campeonato, e a surra que eles deram no Los Angeles Clippers veio para comprovar isso. Num milagre do basquete, o técnico Mark Jackson, assistido por Brendan Malone, conseguiu colocar o Warriors entre as dez defesas mais eficientes da liga, em nono, acima do Oklahoma City Thunder.

David Lee: uma enterrada para Blake Griffin assistir

David Lee e o Warriors são a grande surpresa da temporada e um dos times acima dos 50% de aproveitamento numa liga equilibradíssima. Já vamos falar mais dos caras

20 clubes têm mais vitórias do que derrotas ou flertam com um aproveitamento de 50%, num dos campeonatos mais equilibrados em muito tempo. Apenas Wizards, Cavs, Hornets, Hornets, Pistons, Suns, Magic, Raptors, Kings e Mavs por enquanto estão distantes de um retrospecto respeitável, situados na casa dos 30% de aproveitamento. O Leste agora contribui mais para essa maior competitividade, com sete clubes vencendo mais do que perdendo e seis com saldo positivo de cestas – pode parecer pouco, mas, levando em conta o que vimos da conferência nos últimos anos, é um baita avanço.

– Se o Oklahoma City Thunder tem a melhor campanha, com 77,4% de aproveitamento, 9,0 é o saldo de pontos do Spurs, o melhor da temporada, seguido de perto pelos 8,4 de Clippers e do próprio Thunder. Quanto maior esse número, maiores as chances da equipe no campeonato, segundo as estatísticas indicam. Para constar, o Bobcats é quem mais tomou sacoladas até aqui, com saldo negativo de 8,4, pior mesmo que o do lanterninha Wizards (-7,9). Ainda assim, a temporada da franquia de Michael Jordan só pode ser considerada um sucesso até agora, com oito vitórias. Oito! Boa!

0. Zero mesmo: o Toronto Raptors aniquilou o Portland Trail Blazers nesta quarta-feira sem contar com nenhum ponto de seus dois excelentes principais armadores, o Zé Calderón e o Kyle “Pittbull” Lowry. Eles jogaram por 45 minutos e tentaram apenas três arremessos de quadra, sendo dois para Lowry em 22 minutos e um para o espanhol em 23. Incrível. E quer saber mais? Juntos, eles somaram 22 assistências das 34 da equipe. Foram também 34 assistências para 41 cestas de quadra. Para comparar: o terceiro armador dos canadenses, John Lucas, completou os 48 minutos da rotação  e não perdeu tempo: meteu logo três pontos em seus três minutinhos de quadra.Sensacional. O técnico Dwane Casey deve ser um homem feliz nesta quinta. Depois de um início de campanha claudicante, o Raptors vem crescendo e pode entrar na briga por uma vaga nos playoffs daqui a pouco.

José Calderón x Kyle Lowry

Calderón e Lowry, nossos heróis altruístas da noite


Rajon Rondo dá 20 assistências em um jogo e ainda sai desgostoso de quadra
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Giancarlo Giampietro

Rajon Rondo não pode ser o Peyton Manning em Boston

No esporte há vários atletas que são engraçados mesmo que não queiram, não?

Pelo menos o Rajon Rondo é visto aqui no QG 21 desta maneira. Então me desculpem a insistência com o Boston Celtics, mas quando um armador dá 20 assistências num jogo e diz que a contagem poderia ter sido maior, acaba se enquadrando nessa categoria e evoca mais um post.

(Mas não é só por isso que ele diverte o blogueiro: contem aí as brincadeiras fáceis que faz com a bola dadas as suas mãos enormes, suas expressões quase sempre mal-humoradas, o comportamento arredio, a competitividade absurda, tudo isso empacotado em um nome como  “Rajon Rondo”, e fica meio óbvio o apelo por cá).

Depois de sentar por uma partida par acurar uma torção no tornozelo, Rondo voltou neste sábado para tranquilizar a exigente torcida de Boston, em vitória sobre o Toronto Raptors, por 107 a 89 – que início frustrante para os canadenses, aliás. Com seu armador principal em ação, o ataque funcionou que foi uma beleza: 56,6% de aproveitamento nos arremessos.

Não foi o bastante para Rondo arrefecer e soltar um sorriso. “Ele na verdade estava bravo por causa das 20 assistências. Ele achava que poderia ter conseguido 30 hoje”, disse o ala Courtney Lee. Vai saber até que ponto isso é uma brincadeira.

Para se ter uma ideia da influência que ele pode exercer sobre o Celtics, o time conseguiu 37 passes para cesta no jogo em 43 chutes de quadra convertidos. Quer dizer: apenas seis cestas não foram resultado direto de um passe de um companheiro. Incrível: destroçaram a defesa por zona de Dwane Casey. Mas também é um reflexo direto do tipo de elenco que Doc Rivers tem em mãos, com poucos jogadores que estejam habituados a criar individualmente, como Paul Pierce e seus inúmeros truques com a bola. Courtney Lee, Jason Terry e seus pivôs tendem hoje a produzir mais de acordo com o ritmo do ataque e a troca de gentilezas do que isolados num canto.

“Fica muito mais fácil porque ele é o Peyton Manning jogando. Ele desmonta a defesa e dá a bola para os caras na posição certa para pontuar”, disse Lee, sem se dar conta que talvez fosse melhor usar um Tom Brady, o Sr. Bündchen, como referência na Nova Inglaterra, em vez do maior rival de sua vitoriosa carreira na NFL.

Mas tudo bem: enquanto Rondo seguir distribuindo presentes dessa maneira, em Boston só vai ter espaço para um cara se irritar. Ele mesmo.

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Os adversários podem detestar Jason Terry, mas seus parceiros o adoram. Nas entrevista após a surra contra o Raptors, ele mostrou por quê. “Disse isso já no primeiro dia, que ele é o melhor armador nesta liga. Neste ano ele definitivamente vai fazer parte das conversas sobre MVP, se continuarmos vencendo. O modo como ele controla o jogo, sua liderança, sua habilidade para dominar a partida no ataque e na defesa: tudo isso faz dele especial”, discursou o veterano em tom de campanha precoce para Rondo.

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Somando a boa e saudável atuação de Rondo, Terry com a pontaria certeira (20 pontos em 29 minutos) e Lee fazendo de tudo um pouco, Leandrinho acabou limitado a 16 minutos. O brasileiro marcou oito pontos, com 50% de quadra. Foi o único jogador do Boston a sair de quadra com um saldo negativo de pontos (-1). A maior marca foi de Rondo, claro (+19).

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Rondo deu sete assistências apenas no primeiro quarto. Se tivesse mantido a média nas parciais posteriores, teria igualado a melhor marca de um Celtic: as 28 do legendário Bob Cousy, multicampeão nos anos 60 com o garçom de Red Auerbach.

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O recorde de assistências em uma única partida da NBA pertence a Scott Skiles, hoje técnico do Milwaukee Bucks. Com a camisa do Orlando Magic, ele distribuiu 30 (sim, 10 + 10 + 10) em vitória do Orlando Magic sobre o Denver Nuggets na temporada 1990-1991. Contando com pivôs como Greg Kite e Terry Catledge, bem antes de Shaquille O’Neal dar as caras na Flórida, o armador precisou de uma forcinha dos alas Nick Anderson e Dennis Scott para chegar a esse incrível número. Para constar, o Nuggets tinha uma peneira de uma defesa e sofria com um elenco abaixo da mediocridade (Chris Jackson, que ficaria conhecido anos depois como Mahmoud Abdul-Rauf,  e o baixotinho Michael Adams eram os destaques). Confira, de todo modo, a noite mágica do general Skiles:


Houston Rockets manda Scott Machado e mais dois para liga de desenvolvimento
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado vai ter de arrumar as malas e cair na estrada. Ele tem uma viagem de cerca de 500 km para fazer entre Houston e Hidalgo, pequena cidade localizada ainda no Texas. Passadas duas semanas de temporada regular na NBA, o Rockets decidiu, enfim, enviar o jovem armador para sua filial na D-League, o Rio Grande Valley Vipers.

Scott Machado pelo Rockets em Las Vegas

Scott vai ter tempo de quadra pela primeira vez desde a pré-temporada

Sem ser aproveitado no elenco, ficando fora até mesmo do banco de reservas, o movimento por parte da franquia não pode ser encarado como um rebaixamento para o nova-iorquino brasileiro. Em meio a dezenas de viagens, um corre-corre danado, é mais fácil que ele mostre serviço para sua diretoria e comissão técnica e diretoria jogando com regularidade, em vez de depender dos minutos escassos de coletivos.

Aliás, em sua mudança, Scott vai acompanhado de dois companheiros do Rockets, o ala Royce White e o ala-pivô Donatas Motiejunas, duas escolhas de primeira rodada do clube nos últimos anos e que também mal vinham sendo aproveitados pelo técnico Kevin McHale – ele tem dado prioridade a seus jogadores mais experientes. Dos novatos, apenas Terrence Jones fica, então, em Houston, embora tenha minutos esporádicos nas partidas.

O salário do armador não muda. Ele continua sendo pago pelo clube surpreendeu ao contratá-lo este ano, torrando mais de US$ 5 milhões em salários de jogadores dispensados, e pode ser chamado de volta para a qualquer momento por McHale para o time principal. O que muda é sua rotina: as instalações, as viagens, a rotina de um atleta da D-League são bem mais modestas do que os luxos que rodeiam os astros do primeiro escalão.

O nível de competitividade também é intenso. Cada um dos jogadores inscritos no campeonato de desenvolvimento sonha com uma contratação por parte dos primos ricos. Atletas como Scott, Motiejunas e White são vistos como alvos preferenciais dos concorrentes – é a chance de competir com caras que desfrutam da “mamata” e mostrar que são melhores ou que pelo menos têm nível para voos mais altos. Mas não que isso vá assustar o armador, que teve de batalhar bastante para entrar no radar da NBA jogando pela pequena universidade de Iona. Depois de ser ignorado no Draft, suou um pouco mais para garantir seu contrato. Então não tem nada de novo para o rapaz.

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Veja alguns jogadores que o Houston Rockets já mandou para Hidalgo: o armador Aaron Brooks, o ala Steve Novak, o pivô Joey Dorsey, o ala-armador Jermaine Taylor, o armador Ish Smith, além do pivô Greg Smith, do ala-pivô Patrick Patterson e do ala Marcus Morris (os três ainda no Rockets). Desses, apenas Dorsey e Taylor estão fora da NBA hoje, sendo que o primeiro por opção – foi campeão europeu pelo Olympiacos na temporada passada e recusou propostas que considerou baixas por parte da liga. Taylor acabou de acertar com o Lagun Aro na Liga ACB espanhola e vai fazer companhia ao nosso Raulzinho.

Outros atletas passaram pelo Vipers e ainda têm contratos: o ala Terrell Harris, reserva de Dwyane Wade e Ray Allen no Miami Heat, o ala Ivan Johnson, duro-na-queda do Atlanta Hawks, e o armador Will Conroy, que conseguiu neste ano uma vaga no Minnesota Timberwolves.

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Quem não reagiu nada bem ao comunicado sobre a decisão do Rockets foi o ex-técnico de Motiejunas na Euroliga, Tomas Pacesas, com quem trabalhou no Asseco Prokom. Na real, o cara ficou furioso. “Não fiquei só surpreso, mas nervoso com esse tipo de decisão. Na minha opinião, Donatas é um dos melhores pivôs não só da Europa, mas no mundo também. Suas capacidades físicas e técnicas deixariam jogá-lo bem mesmo na piada que é essa liga” disse. “Para mim, Donatas é tão bom quanto Jonas Valanciunas e poderia jogar tão bem ou talvez melhor que ele na NBA.”

O treinador teria sugerido, então, que seu ex-pupilo – paparicado pelos olheiros europeus há anos e anos, isso é fato – se daria melhor num time como o Toronto Raptors ou o San Antonio Spurs, duas franquias historicamente ricas em seus relacionamentos com jogadores vindos da Europa. Mal sabe ele o que anda acontecendo com Tiago Splitter…


Big Brother Houston: veja quem disputa com Scott Machado uma vaga no elenco do Rockets
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado pelo Rockets em Las Vegas

Scott é um dos oito atletas que brigam por quatro vagas teoricamente disponíveis no Rockets

Venho batendo nesta tecla aqui há um tempo que pode até soar chato. Que o Scott Machado, no momento, é o sexto brasileiro na NBA, mas que isso ainda vale de modo provisório. Que a coisa só vai ser oficializada, mesmo, se ele fizer parte do elenco do Houston Rockets no djia 31 de outubro, para o duelo com o Detroit Pistons, na abertura da temporada.

São 19 atletas sob contrato com a franquia, e se não houver nenhuma troca nas próximas semanas, quatro precisam ser dispensados até lá. Daqui para frente, começando o training camp do técnico Kevin McHale, será, então, uma espécie de Big Brother para ver quem fica no elenco.

Os que ficam na equipe na certa: Omer Asik, Carlos Delfino, Terrence Jones, Jeremy Lamb,  Jeremy Lin, Kevin Martin, Marcus Morris, Donatas Motiejunas, Chandler Parsons, Patrick Patterson e Royce White. Desses o gerente geral Daryl Morey não vai se desfazer de modo algum, a não ser que seja em um bom negócio, para receber algo de valor em troca. São 11 jogadores. Em tese, então, sobram quatro vagas para oito atletas.

O Scott Machado a gente já sabe quem é: o armador nova-iorquino, filho de pais gaúchos emigrantes, líder em assistências no basquete universitário do ano passado e que passou batido no Draft deste ano.

Mas quem são os outros sete no páreo?

Vamos lá:

John Brockman: pivô com três temporadas de experiência, adquirido em troca com o Milwaukee Bucks na qual Samuel Dalembert foi despachado. No ano passado, pouco saiu do banco de reservas pelo Bucks, com média de apenas 6,8 minutos, mesmo com a lesão de Andrew Bogut. Essa foi a mesma história para as duas campanhas anteriores, desde que foi selecionado pelo Sacramento Kings. É um ótimo reboteiro, mas baixo (2,01 m), tendo dificuldade para marcar. Tem contrato garantido, mas não duvido que possa ser sacrificado caso o time realmente goste de Scott a esse ponto.

Gary Forbes pela seleção panamenha

Forbes já não defende mais a seleção panamenha, mas descolou seu nicho na NBA

Toney Douglas: outro que entrou na liga em 2009-2010, indo agora para sua quarta temporada. Chegou a ser um dos queridinhos dos exigentes torcedores do Knicks, devido a sua capacidade defensiva, mas saiu dos trilhos no último campeonato, perdendo espaço para o novato Iman Shumpert, tendo convertido apenas 32,4% de seus arremessos de quadra. Um horror. Competitivo na defesa, mas no ataque ele é um ala no corpo de armador. Também tem contrato garantido (US$ 1,1 milhão), mas precisaria evoluir muito no controle de bola e do ritmo do jogo para ser um reserva decente para Jeremy Lin.

Gary Forbes: ala panamenho que batalhou na D-League até conseguir uma chance pelo Denver Nuggets em 2010-2011 com George Karl, tendo jogado como titular por 11 partidas. Vai bem quando ataca a cesta, vem evoluindo no chute de fora, mas não chega a ser um fora-de-série. De todo modo, produziu o suficiente para ser contratado pelo Toronto Raptors, com um vínculo de duas temporadas (seu salário é de US$ 1,5 milhão) até ser enviado para o Texas na negociação pelo armador Kyle Lowry. Em sua posição, Parsons, Delfino, Lamb e Martin são as principais opções, sendo que Jones e White também podem ser aproveitados no perímetro.

Courtney Fortson: armador de 24 anos que, com contratos temporários, daqueles de dez dias, disputou dez jogos na temporada passada – quatro pelo Clippers e seis pelo Rockets – e convenceu os texanos a estenderem seu vínculo para o próximo campeonato. Outro destaque da D-League. Na liga de verão de Las Vegas, porém, foi muito mal e acabou perdendo o posto de titular para Scott. Seu contrato não é garantido e imagino que deve ser um dos primeiros a ser dispensado, apesar da cabeleira e do visual diferenciado.

JaJuan Johnson: um dos muitos novatos que teve sua primeira temporada na liga atrapalhada pelo locaute, já que teve menos tempo para se integrar ao elenco cheio de veteranos do Boston Celtics, clube que o selecionou na posição 27. Ala que se formou pela universidade de Purdue, mas ainda é um tanto cru ofensivamente e nem sempre o mais dedicado na defesa. Longilíneo, mas ainda muito fraco fisicamente: aos 23 anos, ainda requer  paciência para se desenvolver. Não foi muito bem nas ligas de verão e acabou sacrificado pela direção do Celtics em troca por Courtney Lee. Competindo por espaço com White, Jones, Motiejunas e Parsons, está numa situação ingrata, embora seu contrato seja garantido (US$ 1 milhão).

Shaun Livignston, antes da lesão

Livingston foi uma sensação como adolescente pelo Clippers; hoje tem cancha e um alto salário

Shaun Livingston: com 2,01 m de altura e invejável habilidade no drible, já foi considerado uma das grandes promessas de armador dos Estados Unidos, justificando sua escolha na quarta posição do Draft de 2004 pelo Clippers. Em 2006-2007, quando fazia sua melhor temporada, com 9,3 pontos e 5,1 assistências como titular, aos 21 anos, sofreu uma das lesões mais assustadoras da liga, rompendo todos os ligamentos do joelho. Ficou mais de um ano fora das quadras até voltar para valer em 2009-2010 pelo Washington Wizards. Não tem mais a explosão física de antes, mas ainda é um bom passador. Também melhorou seu arremesso e, no ano passado, pelo Bucks, acabou utilizado mais fora da bola, finalizando. Chegou ao lado de Brockman no pacote por Dalembert, e a direção do Rockets deu a entender que pretende contar com ele na próxima temporada. Vai ganhar US$ 3,5 milhões no próximo campeonato – muita grana para ser descartado, na verdade – e talvez seja o maior empecilho para a contratação de Scott em definitivo.

Greg Smith: pivô de 21 anos que não foi draftado por nenhum clube no ano passado, mas fez uma bela campanha na D-League pelo Rio Grande Valley Vipers – a filial do Rockets, que é para onde Scott pode ir em novembro –, com médias de 16,6, 7,8 rebotes, 1,2 toco por jogo. O Rockets precisa de um reserva de porte para Omer Asik, mas Smith, assim como o armador brasileiro, não tem um contrato garantido. Provavelmente só foi contratado por Morey para que seu clube mantenha seus direitos, seguindo mais um ano pelo Vipers.


Geração lituana ganha seu próprio documentário: “The Other Dream Team”
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Giancarlo Giampietro

 

A seleção lituana de 1992 - "O Outro Dream Team"

Olha o visual de gente livre que eram os lituanos em 1992

Vamos deixar as coisas bem claras, pela ordem:

– o blogueiro não é filiado ao PCdoB, nem ao PCB – até porque os personagens do post queriam distância do regime nos anos 90;

– blogueiro nunca participou de um comício comunista (nem liberalista, diga-se) – idem;

– o blogueiro não está envolvido com os produtores do documentário abaixo – apesar de ter escrito recentemente sobre o Sabonis pai e o Sabonis caçulinha por uma coincidência dessas que até irritam, sabe?

Feito o esclarecimento, nos sentimos livres, então, para falar mais um pouco sobre o basquete lituano. Sim, eles mais uma vez. Mas agora vamos muito além do clã Sabonis e lembrar um pouco sobre a segunda grande história das Olimpíadas de Barcelona-1992. Se fazem 20 anos da aparição daquele “Dream Team” de que todos ouvimos falar, também dá para comemorar as duas décadas da seleção báltica que conquistou o bronze naqueles Jogos, uma medalha histórica.

The Other Dream Team, poster

Cartaz do documentário

Sabonis era acompanhado pelo brilhante armador Sarunas Marciulionis e pelo ala Arturas Karnisovas, belo cestinha, entre outras grandes figuras que são tratadas feito deuses em solo lituano. Foi a primeira grande competição em que o país pôde disputar como uma nação autônoma, fora da alçada soviética. Era um torneio para celebração, especialmente para o basquete, seu esporte de maior tradição. E a festa terminou com um final digno de cinema mesmo: uma vitória por 82 a 78 contra a CEI (Comunidade dos Estados Independentes, que reuniu os cacos do império da URSS). Foi a chance para eles provarem que as glórias soviéticas no basquete passavam muito pelo talento daqueles lituanos forçados a defender outras cores. É célebre a ausência do superpivô no pódio devido a sua bebedeira nos vestiários depois do jogo.

Essa história toda está, claro, muito mais bem contada no documentário “The Other Dream Team”, veiculado no Festival de Sudance deste ano, de autoria de Marius A. Markevičius. David Stern, Yao Ming, Bill Walton, Donnie Nelson, Pau Gasol e outras grandes personalidades do basquete estão entre os entrevistados estrangeiros, além das estrelas do filme.

 Entre os causos detalhados está o apadrinhamento da seleção lituana pelo grupo cult-hiponga californiano Grateful Dead, que ajudou sua preparação financeiramente e providenciou as tresloucadas camisetas que os atletas usaram em Barcelona, com a caveira que enterra, desenhada pelo artista plástico Greg Speirs. Veja mais no trailer abaixo.

Para o basqueteiro de plantão, a Lituânia deve ser realmente o país dos sonhos, em que o bola ao cesto é tratado como religião. Um país que sempre dá um jeito de produzir craques atrás de craques, embora não tenha a economia mais poderosa e nem a maior população da Europa. O jovem pivô Jonas Valanciunas, do Toronto Raptors, é hoje quem tem a missão de conduzir essa tradição. Independentemente do sucesso que obter com as novas gerações, com o lançamento desse promissor documentário, ao menos os grandes talentos produzidos em sua terra já têm memória garantida por um bom tempo.

 


Cinco motivos para entender por que Leandrinho ainda não tem clube na NBA
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Giancarlo Giampietro

Leandrinho, pelo Indiana Pacers

Passam as semanas, o Vinte Um esteve em ritmo de férias por alguns dias preciosos e justíssimos, não caía nem goteira de ar-condicionado em São Paulo até esta terça-feira, as pesquisas eleitorais já assombram grandes e pequenas cidades, mas nada de Leandrinho assinar um contrato para a próxima temporada da NBA.

Entre os agentes livres disponíveis estão veteranaços em declínio como Tracy McGrady, Gilbert Arenas, Michael Redd, Mike Bibby, Kenyon Martin, Derek Fisher e jovens pouco provados como Donte Greene, DJ White, Derrick Brown, Armon Johnson e Solomon Alabi.

Não daria para enquadrar o ala-armador brasileiro em nenhuma dessas categorias. Ele nunca mais rendeu como nos tempos de correria com Mike D’Antoni, mas ainda pode ser um bom pontuador para o banco de reservas e teoricamente ainda estaria fisicamente no auge.

Então… Que diacho!?

Juntando alguns pauzinhos por aqui, vamos tentar entender o que se passa com o momentâneo desemprego de Leandro Barbosa:

Ray Allen, do Miami Heat

Ray Allen assina por menos com o Heat, não se aposenta e ‘rouba’ emprego na liga

1) Aposentar para quê?
Com a evolução das técnicas de preparação física, novos recursos medicinais, maior atenção com a alimentação e regras que inibem um contato mais forte – ou maldoso –, a NBA testemunhou em sua última década uma evolução atlética impressionante. Compare os vídeos de hoje com os da era dourada dos anos 80, e o impacto visual é mais ou menos o mesmo que temos ao colocar lado a lado o futebol de hoje com o de ontem. Inevitável no esporte.

Agora, atletas mais bem preparados tendem a ganhar em longevidade também. Não só eles se mantêm em atividade por mais tempo como ainda conseguem produzir de modo adequado. Peguem os casos de Grant Hill e Jason Kidd, que dividiram o prêmio de novatos do ano lá atrás em 1995 (!!!) e ainda são cobiçados hoje por clubes que brigam pelo título. Os dois, aliás, vão completar 40 anos durante a próxima temporada. Assim como Kurt Thomas, Juwan Howard (que pode virar assistente técnico do Miami Heat). Steve Nash e Marcus Camby começam o campeonato com 38 anos. Ray Allen e Jerry Stackhouse têm 37. Andre Miller, Kevin Garnett, Chauncey Billups, Antawn Jamison e Tim Duncan, 36.

Nem todos esses caras concorrem por posição com Leandrinho, mas o raciocínio aqui é válido na medida que estes vovôs todos estão ocupando vagas em elencos – basicamente, empregos – que, em outros tempos, já teriam sido entregues a outras gerações. Ainda mais aqueles que ainda conseguem ser bem pagos.

2) A fila anda, de todo modo
Por mais que os velhinhos estejam durando, aguentando, a NBA também abastece seus elencos anualmente com calouros, alguns deles adolescentes, via Draft. São 60 novos possíveis jogadores por ano – dependendo do que acontece com as escolhas de segundo round ou com europeus que por vezes são escolhidos no primeiro, mas demoram um tico para deixar seus países.

Orlando Johnson, Pacers

Orlando Johnson foi selecionado pelo Pacers na segunda rodada do Draft e já tem seu contrato

Aqui a gente pode se concentrar apenas em jogadores que batem de frente com Leandrinho em termos de tempo de quadra, fazendo as contas de atletas que poderiam ser escalados como shooting guards ou aproveitados como combo guards ou somente guards pelos clubes da NBA.

E a má notícia: nos últimos três anos, o Draft de 2012 foi o que mais forneceu concorrentes diretos para Leandrinho, com 14 caras já sob contrato e com equipes diferentes. São eles: Bradley Beal (Wizards), Dion Waiters (Cavs), Austin Rivers (Hornets), Terrence Ross (Raptors), Jeremy Lamb (Rockets), Evan Fournier (Nuggets), John Jenkins (Hawks), Jared Cunningham (Mavs), Tony Wroten (Grizzlies), Orlando Johnson (Pacers), Will Barton (Blazers), Doron Lamb (Bucks), Kim English (Pistons) e Kevin Murphy (Jazz). Reparem em Ross e Johnson, dois que foram contratados justamente pelos ex-clubes do ligeirinho.

Em 2011, foram dez que ainda estão na liga. Em 2010, 12. Somando, temos 36 empregos a menos para a função de Leandrinho. Não quer dizer que esses calouros sejam melhores que o brasileiro. Mas eles ganham menos, seguindo a escala salarial para os novatos. Como diria o Capitão Nascimento: o sistema é f***.

3) New Deal
O locaute dos proprietários das franquias pode não ter freado a tendência de composição de novos supertimes na liga, mas certamente mudou a economia e seu modelo de gestão. Ainda é tudo muito novo, agentes e cartolas entraram nas negociações deste ano estudando, se testando, mas muita gente perdeu dinheiro.

Quem sofreu mais foi o pelotão intermediário, especialmente aqueles que não conseguiram renovar contrato com suas equipes  – para estender seu vínculo com um atleta, uma franquia em geral tem a chance de pagar mais que as outras 29 – e caíram no mercado. Justamente o caso de Leandrinho, depois que o Pacers fechou com Gerald Green por US$ 3 milhões, além de ter draftado Orlando Johnson.

Com as restrições das chamadas “exceções de mercado”, que os clubes poderiam usar para reforçar seus elencos sem se estreparem com o teto salarial, maiores penas para quem estourar o teto e o consenso de que não dá mais para gastar tanto assim a não ser que você trabalhe para o Lakers, ficou muito mais fácil para os atletas com demanda salarial mais baixa se encaixarem – paga-se muito para os astros e complementa-se os elencos com o que sobrar. Como o armador E’Twaun Moore, que acabou de assinar com o Orlando Magic depois de ser trocado pelo Boston e dispensado pelo Houston.

Vale o mesmo para muitos caras que passaram batido pelo Draft, mas conseguiram alguma reputação na Europa e agora estão de volta aos Estados Unidos, só para dizer que são, enfim, atletas de NBA: James White e Chris Copeland (Knicks), Jamar Smith e Dionte Christmas (Celtics), Brian Roberts (Hornets), PJ Tucker (Suns) e Reeves Nelson (Lakers).

4) Não era um bom mercado
De todo modo, vários jogadores de sua posição conseguiram mudar de clube neste ano: Ray Allen, Jason Terry, Courtney Lee, Nick Young, Lou Williams, Jamal Crawford, Randy Foye, Marco Belinelli e Jodie Meeks, por exemplo. Era muita gente concorrendo com Leandrinho, e vale a lei da oferta e procura.

Jason Terry

Até que Terry ficou bem de verde e branco

Deste grupo, Lee, Terry, Williams e Crawford fecharam por cerca de US$ 5 milhões anuais. Young fechou com o Sixers por uma temporada e US$ 6 milhões. Allen, para ingressar no campeão Miami Heat, aceitou ganhar menos: US$ 3 milhões, assim como Mayo fez com o Mavericks (US$ 4 milhões). Foye acertou com o Utah por US$ 2,5 milhões. Belinelli é quem vai ganhar menos neste grupo: US$ 1,9 milhão pelo Bulls. Meeks será o reserva de Kobe por US$ 1,4 milhão na vaga que um dia já foi bem cotada para Barbosa.

Precisa ver quais são – seriam? – as demandas salariais de Leandrinho. Avaliando o grupo acima, está claro que seu valor de mercado ficaria enquadrado em uma dessas faixas salariais. Será que ele pediu mais? Será que ofereceram menos? Na última temporada por Raptors e Pacers, ele embolsou US$ 7,1 milhões – no último ano de um contrato de US$ 25 milhões por quatro anos. É o tipo de contrato que hoje realmente não está mais disponível para jogadores de seu calibre. Com esta grana, hoje você contrataria um Jason Terry e Belinelli por exemplo.

Não ajudou o fato de o brasileiro ter jogado as Olimpíadas. É claro que os dirigentes esperariam a conclusão do torneio londrino para negociar para valer com seus agentes – tanto para avaliar seu jogo como pelo temor de alguma lesão. (E aqui, depois de tantas críticas que o cara recebeu nos últimos anos pela suposta falta de patriotismo, é importante notar que ele pode ter sacrificado um bom punhado de dólares para defender seu país. Alguém vai elogiar agora?).

5) E, no fim, sua produção já não é a mesma
Não é, contudo, apenas uma conspiração maligna dos astros ou das forças de mercado que deixa Leandrinho nessa situação complicada. Nos últimos campeonatos, o brasileiro simplesmente não foi o mesmo jogador que aterrorizava defesas sob o comando de Mike D’Antoni no Suns do “Seven Seconds or Less”.

Leandrinho, no auge pelo Suns

Cora, Leandrinho, corra: produção pelo Suns

Pode parecer cruel, mas é assim que as coisas funcionam nas negociações da NBA: não importam os problemas no pulso, na munheca que infernizaram a vida do ala por meses e meses. Também ninguém do outro lado da mesa vai pesar se as mudanças de cidade mexem com a cabeça do jogador, dificultam seu entrosamento etc.

Na hora de barganhar, os dirigentes vão apontar que sua média de pontos vem caindo. Sua pontaria foi de apenas 39,9% nos chutes de quadra pelo Pacers e de 42,5% no geral (contando os jogos pelo Raptors). A pior da carreira, igualando sua sabotada campanha de 2009-2010 devido a lesões.

Mas a queda não acontece apenas em números absolutos. Numa projeção de pontos por minuto, se ele tivesse jogado 36 minutos por partida nas últimas duas temporadas, seu rendimento cairia de 19,8 pelo Raptors em 2010-2011 para 16,2 pelo Pacers no último campeonato. Essa média chegou a ser de 21 por jogo pelo Suns em 2008-2009. E Leandrinho é reconhecido na liga como um cestinha e pouco mais. Fato.

No caso das métricas mais avançadas, a coisa também não é muito boa. Não dá para explicar e detalhar todos estes números aqui – pois o post já está gigantesco o bastante –, mas, basicamente, dá para dizer que, no ano passado, o brasileiro teve sua pior atuação desde as duas primeiras temporadas de adaptação ao Suns, quando era usado muito mais como um armador, seja como reserva de Stephon Marbury ou de Steve Nash. O único fundamento que ele teria melhorado seria o rebote.

Tudo isso para…?
Segundo um informante do Bala, Leandrinho teria de procurar algum time mais fraco neste ano, em busca de números e exposição. Ele cita Cavs, Magic e Bobcats como alternativas. Acontece que os três clubes já estão acima do teto para a próxima temporada e, além disso, acabaram de se reforçar em sua posição, respectivamente com Dion Waiters, Arron Afflalo e Ben Gordon. Ele não teria tanto tempo de quadra assim, de qualquer jeito.

De julho para cá passou muito tempo, os clubes já estão com o planejamento avançado, elencos praticamente fechados. É como se não tivesse mais espaço para Leandrinho. Essa é a impressão que fica aqui de fora e a que seus representantes estão tendo de enfrentar.

A mesma fonte assinala que o ligeirinho agora teria de se contentar hoje com o salário mínimo para alguém com sua experiência, algo em torno de US$ 1,2 milhão. Caso seus agentes consigam algo além disso, merecerão uma medalha.

Desta forma, não seria estranho realmente se o ala desse prosseguimento a seus treinamentos com o Flamengo para jogar o NBB. Ou que tentasse a Europa – caso o estilo de jogo combinasse e caso não tivesse questões particulares que o afastassem de lá.

Porque tá russo, gente.


Nash tenta se redimir com canadenses e transformar o país em uma potência
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Giancarlo Giampietro

Steve Nash partiu o coração dos fervorosos torcedores do Toronto Raptors há algumas semanas, ao acertar sua transferência para o Los Angeles Lakers, em vez de um tão aguardado retorno para casa. Snif.

De certa forma, foi mais um ato do armador a frustrar quem gosta do basquete no Canadá, após mais de oito anos de distanciamento da seleção nacional. Se ele tivesse aceitado liderar o Raptors nas próximas temporadas, essas seguidas decepções poderiam ser facilmente esquecidas. Mas não deu. Snif-snif! Abre o berreiro!

Steve Nash, cartola no Canadá

Aos 38, Nash agora tem um outro uniforme para defender o Canadá. Bacana o lenço vermelho, né?

Para justificar esta ausência, Nash afirmava que não poderia mais emendar as férias da NBA com as atividades dos torneios Fiba. Que seu corpo não aguentaria. Tendo em vista sua forma física aos 38 anos, do ponto de vista profissional, pessoal, é complicado questionar sua opção.

Não que ele fosse obrigado a se apresentar, e tal, mas a gente sabe muito bem o quão pesada ficou a barra do Nenê por estas bandas nos últimos anos até ele jogar agora em Londres, né? Agora imagine o nível de apego e dependência dos canadenses com Steve Nash, alguém muito mais qualificado e, pior, insubstituível. A dor é insuportável. Pense nas músicas de Bryan Adams, Alanis Morissette e Avril Lavigne. Agora multiplique por dez. Pesado.

Agora, a partir desta semana, esse genial jogador tenta se redimir de alguma forma com seus patrícios basqueteiros, começando para valer no cargo de gerente geral da seleção masculina, num cargo parecido com o de Vanderlei aqui no Brasil. A primeira decisão foi a contratação de Jay Triano para o cargo de técnico. Triano, hoje assistente do Blazers, não foi muito bem como o comandante do Toronto Raptors na NBA, mas tem muita experiência no mundo Fiba, tendo sido um scout da seleção dos EUA por anos.

Seu desafio maior: aglutinar as hordas e hordas de talento que o país vem produzindo nos últimos anos, para tentar resgatar o respeito que o programa teve no começo da década passada. Tipo, quando o próprio armador entrava em quadra para liderar a equipe.

Para isso, Nash organizou um encontro de alguns de seus principais jogadores e apostas para esta semana. Seria o ponto de partida pensando no Mundial na Copa do Mundo da Espanha em 2014 e nas Olimpíadas do Rio-2016.

A lista inteira de convidados ainda não está clara, mas a imprensa canadense dá como certa ao menos as presenças do ala-pivô Tristan Thompson, do Cleveland Cavaliers, e do armador Cory Joseph, do San Antonio Spurs, além dos adolescentes Tyler Ennis (armador) e do prestigiado Andrew Wiggins (ala). Os dois meninos eram destaques da equipe  sub-18 que esteve em São Sebastião do Paraíso neste ano e que tiveram seus planos de desafiar os Estados Unidos na final frustrados pelo Brasil. Ops.

Andrew Wiggins, Canadá

Andrew Wiggins é a grande aposta canadense

Mas estes são apenas quatro nomes badalados de um grupo muito volumoso e de prestígio em cenário internacional que o Canadá pode contar. Realmente volumoso.  Contem aí veteranos como Joel Anthony, do Miami Heat, e Matt Bonner, o foguete ruivo do Spurs, recém-naturalizado – Sam Dalembert, que aprontou muito em 2007 e 2008, estaria fora. Também pode somar o ala Kris Joseph, companheiro de Fabrício Melo em Syracuse e agora no Boston Celtics. Ou o ala-pivô Andrew Nicholson, do Orlando Magic. Ou os armadores Mick Kabongo e Kevin Pangos, em atividade em times de ponta do basquete universitário norte-americano, respectivamente Texas e Gonzaga, que também revelou o pivô Robert Sacre, draftado em junho pelo Lakers.

Já deu quase um time inteiro só nessa rápida passadela, mas, juntando as peças de relatos de torneios e eventos de base dos últimos anos, teria muito mais para citar. A ponto de, mesmo com eventuais desistências, ser quase certa, ao menos em termos de nomes, a composição de uma grande equipe lá no Norte da América.

Só fica a dúvida sobre qual será o nível exato de ascendência de Nash sobre seus compatriotas. Sabemos que ele é um admirador sério do legendário Wayne Gretzky, ídolo do hóquei canadense e alguém que, suponho, deve deixar Adams, Alanis, Avril e Nelly Furtado no chinelo em termos de popularidade nacional. Nesse nível acho que só o Rush e o Neil Young. Teria o agora cartola esse tipo de influência? Como convencer os jovens recrutas a embarcar numa viagem que ele próprio recusa desde 2003?

Steve Nash, armador canadense

Os bons tempos de Nash vestido de vermelho

A diferença, a seu favor, é que as futuras estrelas da seleção canadense dividiriam responsabilidade, se desgastariam menos. Para quem se lembra do time olímpico de Sydney-2000 ou do Pré-Olímpico de San Juan-2003, a seleção dependia muito da criatividade do armador para jogar de igual para igual contra os principais times do continente. Desta vez, se pelo menos metade do contingente disponível aceitar as convocações, muda o cenário.

Isto é: para quem já comemorava o possível desmonte da República Dominicana sem John Calipari e torce desesperadamente pela aposentadoria dos craques argentinos, melhor começar a reservar desde já algumas horas  de secador também contra os homens de vermelho e Nash.

Por mais que os seguidores do Raptors e da seleção deles já estejam irados de tão tristes.


Mercado da NBA: panorama da Divisão Atlântico
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. A partir desta quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quarta, resumimos o Leste. Confira o rolo em que cada franquia da Divisão do Atlântico se meteu, ou não, abaixo:

Boston Celtics: a casa do quinto brasileiro da liga, o pivô Fabrício Melo, draftado como um projeto de longo prazo de um time que joga para vencer agora. O chefão Danny Ainge cuidou bem para que tivesse bastante espaço em sua folha salarial neste mercado. Muitos esperavam uma drástica reformulação no elenco. No fim, ele manteve sua base, renovando contrato com Kevin Garnett e Brandon Bass e acertando o retorno de Jeff Green, que ficou afastado do último campeonato devido a uma cirurgia no coração. Ainda assim, o técnico Doc Rivers lamentou muito a traumática saída de Ray Allen, que decidiu se transferir simplesmente para os arquirrivais do Miami Heat. Os boatos dão conta de que o veterano ala já não se bicava com Rajon Rondo de modo algum e ainda estaria com o orgulho bastante ferido por ter sido envolvido em diversas negociações (fracassadas) de Ainge nos últimos meses.  Como compensação, chega o tresloucado e ainda eficiente Jason Terry, de Dallas.

Deron ficou no BrooklynBrooklyn Nets: O  gerente geral Billy King conseguiu segurar o armador Deron Williams, renovou com Gerald Wallac e trouxe o ala Joe Johnson em uma troca –o salário absurdo do ala pouco importa para o bilionário Mikhail Prokhorov e, mais importante, Williams admitiu durante os treinamentos com a seleção norte-americana que sua contratação pesou muito na decisão de ficar no Nets. O bósnio Mirza Teletovic, destaque no basquete espanhol nas últimas temporadas, também é reforço. Já é o bastante? Nada, King ainda está pendurado no telefone tentando encontrar algum meio de resolver a saga que virou a tentativa de contratar Dwight Howard.

New York Knicks: o time de Manhattan agora tem um vizinho barulhento nas fronteiras nova-iorquinas e  teve de se virar para se manter em evidência no mercado. Se a negociação por Steve Nash naufragou, o clube ao menos vai poder contar com os veteranos Jason Kidd e Marcus Camby em atividade no Madison Square Garden na próxima temporada, na tentativa de trazer estabilidade ao seu elenco. Os alas JR Smith e Steve Novak renovaram. Ah, e você se lembra do Jeremy Lin? O armador aceitou uma proposta do Houston Rockets, mas o Knicks tem o direito de renová-la, não importando que tenham de pagar zilhões de dólares em multas a partir de 2015. Afinal, ele já rendeu mais que zilhões de dólares para a franquia em menos de seis meses. Já o ala Landry Fields pode ser o queridinho de Spike Lee, mas nem James Dolan parece disposto a cobrir a oferta feita pelo…

Camby em sua primeira passagem pelo Knicks

Camby, há 10 anos, pelo Knicks

Toronto Raptors: Steve Nash frustrou muitos nova-iorquinos, mas partiu o coração dos radicais torcedores do Raptors, que sonhavam com sua contratação para que ele, enfim, vestisse o uniforme de Capitão Canadá.  Pior: na tentativa de detonar os planos do Knicks, Bryan Colangelo encaminhou proposta para Fields que deixou muita gente perplexa. Seu plano era sabotar as negociações dos concorrentes com o Phoenix Suns. Mal sabia ele que havia mais gente poderosa no páreo. Como consolação, o dirigente fechou a contratação de Kyle Lowry em sequência. Ele pode não ter o apelo de Nash, mas é mais jovem, marca muito mais e vem em evolução contínua na sua carreira. Ainda falta assinar com o jovem pivô lituano Jonas Valanciunas.

Philadelphia 76ers: era o último ano de contrato, valendo US$ 18 milhões, mas o Sixers decidiu que não valia esperar: resolveram anistiar o ala-pivô Elton Brand pra já, mesmo, limpando sua folha salarial ­– embora tenha ainda a obrigação de arcar com o pagamento do veterano – para investir em outros atletas, como o ala Nick Young e o pivô Spencer Hawes, que vai ganhar um aumento em sua renovação contratual. Por enquanto é isso, mas há uma tímida expectativa de que o time possa se movimentar mais nas próximas semanas.  O ala novato Moe Harkless é mais um atleta de primeiro nível para o elenco.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Central e Sudeste.

Na quinta, passamos a limpo aqui a Conferência Oeste.


Nash vai para o Lakers. Bomba! De verdade
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Giancarlo Giampietro

Coloquemos primeiro sem eufemismo: é como se o Rogério Ceni estivesse se transferindo para o Corinthians. Como se o Valdivia estivesse indo para o São Paulo. Como se o Deco deixasse o Flu de última hora para ingresar no Flamengo. Como se o Ronaldinho (já!) saísse do Atlético Mineiro para o Cruzeiro. Etc. Etc. Etc.

Ok, traduzindo da NBA para o futebol brasileiro, nada faria sentido. Mas dá para sacar onde queremos chegar, né? Ao falar da troca de Steve Nash para o Los Angeles Lakers.

Kobe e Nash agora unem esforços

Kobe e Nash agora unem esforços

Numa realidade moderna da liga em que todos são amigos de todos – Amar’e Stoudemire janta com Chris Paul, que é padrinho de Carmelo Anthony, que é melhor amigo de LeBron James, que adora o Dwyane Wade, que joga golfe com sei lá quem –, a rivalidade entre Phoenix Suns e Lakers desenvolvida nos anos 00 era uma das poucas histórias que envolviam qualquer dose de rancor.

Pelo visto, esse rancor já é passado, distante, guardado no baú. Como se a final do Oeste de 2010 já estivesse enterrada na memória de quem jogou de cada lado. Kobe Bryant e o próprio Nash inclusos.

Quando do começo das tratativas dos agentes livres, ou mesmo antes, um dos rumores que tinha voz lá na América era a aversão de Nash em relação ao Lakers. O armador canadense chegou a afirmar durante a temporada o quanto se sentiria incomodado em defender a franquia californiana, contra a qual havia travado batalhas marcantes nos mata-matas. Bem, talvez nem tão marcantes assim mais.

Se todos consideravam o Toronto Raptors e o New York Knicks, que travaram uma guerra fria, como os favoritos a contar com os serviços do armador de 38 anos, mas ainda brilhante, foi o Lakers, no fim, que levou a melhor, oferecendo algo que pode ser considerado muito baixo: duas escolhas de primeira rodada de Draft em 2013 e 2015 e duas de segunda rodada em 2013 e 2015. São todas escolhas que devem sair tardiamente nos respectivos recrutamentos de novatos.

E por que, então, o Suns fez? Pelo jeito, a franquia do Arizona estava decidida a seguir outro rumo, não importando o valor de Nash para seus torcedores e sua produção recente. E por que o Lakers? Talvez o Knicks realmente tenha relutado em incluir o ala-armador Iman Shumpert, no fim, em qualquer negociação, e o time do Vale do Sol tivesse de se mostrar forte nas negociações. Desta forma, teria optado por mandar Nash por uma “exceção de troca”, que os rivais do Pacífico tinham desde que mandaram Lamar Odom para Dallas, em vez de se contentar com Toney Douglas e só.

“Queríamos colocá-lo em uma posição que estivesse o mais próximo possível de sua família e na situação mais competitiva. Conseguimos ambas. E aí ele queria que o Suns recebesse algo de valor”, afirmou o agente do jogador, Bill Duffy, ao SportsIllustrated.com. “Vai ser algo bem interessante, muito emocionante. Do ponto de vista do torcedor, a NBA se resume a rivalidades. Mas também há pautas e reportagens. E aqui está mais uma pauta gigante numa cidade gigante.”

Mais importante, talvez: ficando em LA, Nash  também estaria em um mercado gigantesco e mais perto de suas filhas, que vivem em Phoenix, do que ficaria em New York também. Segundo o repórter Marc Stein, do ESPN.com, alguém muito próximo ao canadense, esse foi um fator decisivo na negociação, devido a um pedido do jogador para a direção – creiam, os astros da liga também podem ser humanos.

Essa foi uma autêntica bomba no mercado da NBA, bem mais inesperada e chacoalhante que a troca de Joe Johnson para o Brooklyn Nets. É um negócio que ainda vai gerar muitas ramificações, as quais o Vinte Um promete ficar atento para compreender e discutir em breve.