Vinte Um

Arquivo : Rafael Luz

Gangorra muda de lado, e briga forte na seleção fica para os armadores
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Giancarlo Giampietro

Os eleitos, ou quase

Pivô com experiência de Europa, pivô de NBA, pivô extremamente promissor, pivô superatlético, pivô lento de jogo de costas para a cesta, pivô canhoto, pivô mais baixo. Desde a emergência de Nenê, era pivô isso, pivô aquilo na pauta do basquete nacional. Não que seja fácil desenvolver pivôs. Estes postes de 2,10 m de altura estão espalhados por aí para serem descobertos, mas não é qualquer um que tem coordenação para segurar uma bola de basquete, fazer o drible, elevar e estufar a redinha. Ou que vá saber o posicionamento certinho que seus pés precisam ter para girar em torno do adversário e fazer o bloqueio para o rebote. Entre outros tantos e tantos fundamentos da posição.

De todo modo, o Brasil foi exportando pivôs sem parar nos últimos anos. Hipoteticamente, era possível fazer uma seleção brasileira inteira só de grandalhões. Era sempre a maior intriga na cabeça dos basqueteiros – se viesse todo mundo, quem ficaria fora? Qual a melhor composição de rotação? Todo mundo sonhando com a cabeça do técnico.

Rubén Magnano, vocês sabem, está livre desse problema este ano, já que Splitter, Nenê, Varejão e, agora, Bebê, não vêm. Vitor Faverani? Ninguém viu, ouviu, leu, nem psiquigrafou até o momento. Pelo menos no que se refere aos gigantes.

Na mesma tocada em que se festejou a fartura de pivôs, lamentava-se a carência no outro espectro, entre os baixinhos. Hoje, quem diria? Para formar o grupo que vai disputar a Copa América a partir do dia 30 de agosto na Venezuela, o técnico argentino vai ter sua dor-de-cabeça justamente nessa posição.

Huertas chega com o capitão, escoltado por Raulzinho, Rafael Luz, Larry Taylor e, muito provavelmente, Scott Machado. O brasileiro de Nova York ainda está reunido com o Golden State Warriors de verão em Las Vegas e, assim que a campanha chegar ao fim, tem voo marcado para São Paulo. Deve chegar dia 23. (Nesse grupo ainda há quem possa colocar Vitor Benite, mas não parece o caso para esta temporada. Acho que ele se enquadraria no máximo como um “escolta”.)

Quantos armadores Magnano levaria para Caracas? Nos Jogos de Londres, foram três: Huertas, Larry e Raul. Num elenco de 12 jogadores, um trio da posição seria, mesmo, a “configuração clássica”, e estes naturalmente já largariam na frente, considerando o histórico desenvolvido com o treinador.

Mas o técnico já surpreendeu antes e é exigente o suficiente para que ninguém se sinta acomodado com nada. Até porque Rafael e Scott são atletas jovens em progressão e podem mostrar um truque ou outro durante a fase de preparação para entrar na cabeça do selecionador. Ou o selecionador poderia pensar, de repente, num sistema com dupla armação, abrindo mão de um de seus alas para carregar mais um organizador em seu plantel. Algo que não seria de se descartar.

Será que Magnano confia em Benite como um escolta, alguém que possa ser utilizado como um segundo armador diante de uma defesa mais pressionada, para desafogar Huertas? No Pré-Olímpico de 2011, ele exerceu essa função, assim como no Pan desse mesmo ano. Se a resposta for positiva e/ou caso o argentino opte por uma lista mais de acordo com a “regra” – quem a escreveu é que eu não sei –, aí dois jogadores de muito futuro serão cortados.

*  *  *

No grupo do perímetro, Alex e Marquinhos são barbadas, enquanto Arthur e Benite são os outros convocados com essa nomenclatura. Dois bons jogadores, bastante diferentes, mas que não são intocáveis – Arthur oferece um excelente chute de três pontos da zona morta (45,3% no último NBB), se move bem pela quadra sem a bola e tem um pouco mais de altura, embora nunca tenha sido conhecido como um reboteiro (apanhou míseros 2,7 por jogo na liga nacional); Benite dá mais velocidade na saída de contra-ataque, ajuda a conduzir a gorducha e também mata de fora (45,6%, mas tem baixo aproveitamento de dois pontos em 48,7%, um número preocupante considerando sua explosão física). O caçulinha Leo Meindl também se junta ao grupo como convidado, e isso já não quer dizer muita coisa, não. Todos os que estiverem treinando em São Paulo vão ter chances.

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Quanto ao garrafão? É provável que Faverani nem venha, então praticamente não há margem para troca. Espere ver doses cavalares de Guilherme Giovannoni jogando como um ala-pivô aberto, mais uma predileção de Magnano demonstrada nos últimos campeonatos – nas quartas de final de Londres 2012 contra a Argentina, ficou um tempão em quadra nessa função, por exemplo, e esse também é um papel que Guilherme cumpre desde a base, inclusive com bons anos na Europa. Caio Torres, vejam só, já é um veterano a essa altura. Rafael Hettsheimeir não teve muitas chances pelo Real Madrid durante a temporada e chega descansado e babando.  Augusto também tem tinha muito o que provar (cortado por conta de uma hérnia de disco, infelizmente), assim como Rafael Mineiro. Por fora vai correr Cristiano Felício, que tem a idade de Augusto, Raul e Luz, mas é muito mais cru e inexperiente. Vem de uma ótima Universíade – foi bem melhor lá do que Lucas Mariano –, é muito forte e tem muito potencial. É de se imaginar que cinco desse grupo estejam na lista final.

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Para constar, por enquanto o técnico argentino tem em mãos o seguinte:

Alex Ribeiro Garcia – Ala – 33 anos – 1,91 m
Arthur Luiz Belchior Silva – Ala – 30 anos – 2,00 m
Augusto Cesar Lima – Ala/Pivô – 21 anos – 2,08 m
Caio Aparecido da Silveira Torres – Pivô – 26 anos – 2,11 m
Guilherme Giovannoni – Ala/Pivô – 33 anos – 2,04 m
Larry James Taylor Jr – Armador – 32 anos – 1,85 m
Marcelo Tieppo Huertas – Armador – 29 anos – 1,91 m
Marcus Vinicius Vieira de Souza – Ala – 29 anos – 2,07 m
Raul Togni Neto – Armador – 20 anos – 1,85 m
Rafael Freire Luz – Armador – 21 anos – 1,88 m
Rafael Ferreira de Souza – Ala-pivô – 25 anos – 2,09 m
Rafael Hettsheimeir – Pivô – 27 anos – 2,08 m
Vitor Alves Benite – Ala-armador – 23 anos – 1,90 m

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Scott Michael Machado – Armador – 23 anos – 1,85 m (Ainda por vir
Vitor Luiz Faverani Tatsch – Ala-pivô – 25 anos – 2,10 m (Vai saber)

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Os convidados Cristiano Felício, Leo Meindl e Lucas Mariano.


Equipes de Augusto e Rafael Luz lutam por últimas vagas dos playoffs na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Rafa Luz, na briga ainda

Rafael Luz ainda tenta se meter nos playoffs da Liga ACB com o Obradoiro

O Estudiantes de Lucas Bebê está eliminado, assim como Lagun Aro de Raulzinho – este há muito tempo já e, pior, rebaixado. Mas ainda há muita ação para o restante da legião brasileira nos momentos finais da temporada regular da Liga ACB, o campeonato espanhol, com dois deles lutando pela sobrevivência.

Restam apenas uma rodada e duas vagas em aberto para os playoffs, e o Unicaja Málaga de Augusto Lima e o Obradoiro (“Blusens Monbús”) de Rafael Luz estão no páreo. Os dois clubes disputam com o Herbalife Gran Canaria as sétima e oitava colocações. No momento, o Málaga e o time das Ilhas Canárias estão em melhor situação, empatados com 18 vitórias e 15 derrotas – justamente depois de um confronto direto entre os dois na última rodada, com vitória para a equipe de Augusto por 67 a 65. Já a equipe da Galícia aparece em nono, com 17 vitórias e 16 derrotas.

Sarunas Jasikevicius x Marcus Williams

O Unicaja de Marcus Williams tem de se virar contra o Barcelona na última rodada

Neste fim de semana, para a jornada derradeira, o clube malaguenho tem uma pedreira pela frente, o Barcelona, que está todo arrebentado física e emocionalmente depois do Final Four da Euroliga, mas ainda é um gigante a ser respeitado na Espanha. O Gran Canaria pega o Valladolid, do surpreendente Nacho Martín. O Obradoiro encara o Bilbao,  o sexto colocado.

A matemática diz o seguinte: o Gran Canaria avança caso vença ou se o Unicaja perder, ou o Obradoiro não conseguir tirar uma desvantagem de 16 pontos no saldo de cestas. Para o Unicaja,  é necessário um triunfo contra o Barça ou um revés do Obradoiro, que só se classifica se bater o Bilbao e o Málaga perder, ou se conseguir tirar sua desvantagem de 16 pontos para o Gran Canaria.

Do ponto de vista individual para os brasileiros, o caçulinha da família Luz, ex-Málaga, seria aquele que tem mais a lucrar com uma sobrevida na temporada, considerando que tem um papel firme e importante para sua equipe. Já Augusto vem sendo utilizado com regularidade, mas com atribuições mínimas. Se por um lado ele ficou fora de apenas três partidas em toda a campanha, por outro lado é pouco envolvido no ataque e não tem conseguido controlar os rebotes. Talvez tenha chegado o momento de o pivô, que participa automaticamente do Draft da NBA devido ao limite de idade, procurar outro clube para jogar de verdade, para valer.

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Três brasileiros já estão garantidos nos mata-matas: Rafael Hettsheimeir com o Real Madrid, Marcelinho Huertas com o Barcelona e Vitor Faverani com o Valencia. Desses três, Hettsheimeir é o único que não tem tempo de quadra certo para os jogos decisivos. Aos poucos, o pivô acabou limado da rotação de Pablo Laso. Huertas e Faverani não têm com o que se preocupar, embora o pivô tenha lidado com muitos problemas físicos durante o ano e vem sendo menos utilizado do que o esperado. Muitos de seus minutos acabaram direcionados para o montenegrino Bojan Dubljevic, outro candidato automático ao Draft da NBA este ano e figura em ascensão na Europa, subindo com 2,05 m de altura e talento para pontuar na linha de três pontos.

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Na ponta da tabela, o Real Madrid, melhor ataque, já está garantido como o cabeça-de-chave 1, seguido por Saski Baskonia (que começou o ano como “Caja Laboral” e agora atende por “Laboral Kutxa”…), Barcelona, melhor defesa de longe, e Valencia. Zaragoza e Bilbao estão nessa também.

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Sobre Nacho Martín: com 17,7, o veterano pivô lidera o ranking de eficiência da Liga ACB, ocupando um posto que já foi de Marc Gasol, Tiago Splitter, Luis Scola, Joel Freeland e gente dessa linha. É um tanto bizarra essa constatação. O ala-pivô, que acabou de completar 30 anos em abril, tem média de 15,4 pontos e 6,9 rebotes, em 31,1 minutos, as melhores marcas de sua carreira, de longe. No ano passado, por exemplo, ele teve médias de 8,2 pontos e 5,6 rebotes, em 25 minutos. Na carreira, que começou em 2002 pelo Barcelona, são 6,9 pontos e 3,8 rebotes.

Matrín mudou por completo seu padrão de atuação, cobrando praticamente o triplo de lances livres quando comparado com a última temporada (94 x 32). Nas assistências, mais que o dobro (55 x 18). Também tem sua melhor média de aproveitamento nos tiros de dois pontos, com 59%. Sinal de que nunca é tarde para evoluir em quadra.

 


As visitas que valem: Magnano encontra Faverani e outros na Espanha
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Giancarlo Giampietro

 Rubén Magnano

Rubén Magnano viajou nesta sexta-feira para fazer um giro pela Espanha. Mas não você pensar que o nosso argentino está a passeio, arrastando o chinelo – aliás, cá entre nós, mas é impossível imaginar o professor de bermuda, óculos escuro, bebericando um drink, né? O treinador faz, na verdade, mais uma de suas visitas oficiais para se reunir com a legião de jovens jogadores brasileiros no país Ibérico, tentando sentir o pulso da moçada antes de elaborar sua convocação para a Copa América, que será disputada na Venezuela este ano.

A julgar pela situação de nossos representantes na NBA, a visita aos ‘espanhóis’ é fundamental para a composição do elenco que deve brigar pelo título continental e, no mínimo, uma vaga na (agora chamada) Copa do Mundo. Confira aqui uma breve análise sobre os grupos do torneio e de como será difícil contar com a turma da maior liga do mundo.

No release divulgado pela CBB, a informação mais importante é que, em seu giro espanhol, Magnano vai sentar para conversar com Vitor Faverani, pivô do Valencia, neste domingo. Quer dizer, pelo menos a gente espera que isso vá acontecer. Da última vez em que marcaram um encontro, o jogador deixou o técnico esperando, esperando, esperando até ficar possesso e fulo da vida. Daí o cara ter sido ignorado nas listas mais recentes.

A julgar para uma entrevista de Vitor para o site da confederação há algumas semanas, dessa vez parece que a reuniãozinha vai rolar. O pivô afirmou que está mais que disposto a servir à pátria jogar pela equipe nacional. Caso acertem os ponteiros, o rapaz, extremamente versátil e habituado a competir em alto nível, para valer, – já deixou para trás o rótulo de “promessa” há tempos –, tem tudo para ser uma referência da equipe a partir de agosto.

Huertas, Hettsheimeir, Raulzinho, Rafael Luz, Lucas Bebê e Augusto também estão na agenda de Magnano. Tudo em três dias de estadia.

 


Time de Rafael Luz completa sequência especial como “mata-gigantes” na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Olho nele, Magnano: Rafael Luz

“Rafa Luz, ex-Freire” ataca o Real Madrid em mais uma sólida atuação na Espanha

Falamos há pouco sobre o crescimento do talentoso Rafael Luz na Espanha. Agora dá para destacar sua equipe numa abordagem mais abrangente, geral, depois de o Obradoiro vencer o Real Madrid por 64 a 61 e completou uma sequência especial na Liga ACB, o Campeonato Espanhol de basquete: venceu todos os quatro participantes do país na Euroliga fora de casa. Antes do triunfo em Madri, o Obradoiro havia vencido Barcelona, Caja Laboral e Unicaja Málaga como visitantes.

A abertura do relato do site oficial da liga espanhola para destacar essa “quadra” completa é demais: “Cuando la sorpresa se viste de rutina, deja de ser sorpresa, mas cuando la excelencia se convierte en frecuente, no deja de ser excelencia. Es el caso del Blusens Monbus. Etiqueta de revelación, de sensación, de matagigantes. Etiqueta ganada en pista, ganada con el juego, ganada con el tiempo”, escreveram.

A excelência, no caso, reside no sucesso longe de casa. O último clube que bateu Real, Barça e Baskonia (o atual Caja Laboral, ex-TAU Cerámica) em seus domínios acabou avançando até a final. Difícil imaginar que isso possa acontecer com o aguerrido, mas modesto time de Rafael. De todo modo, é uma façanha, e o brasileiro tem participação direta nisso.

Contra o Real, para celebração de seus 120 torcedores que visitaram a capital espanhola, ele jogou por pouco mais de 26 minutos, vindo do banco, e converteu apenas um arremesso em quatro tentativas. Porém, encontrou outras formas de contribuir, somando cinco pontos, seis assistências e três rebotes. Novamente, o Obradoiro rendeu muito mais com o mais novo representante da “Dinastia Luz”: enquanto ele esteve em quadra, a equipe teve um saldo de cestas de + 12, sua melhor marca no jogo. O quer dizer ainda que, com Rafael no banco, o time perdeu (ou “teria perdido”) por seis pontos de diferença.

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Cabe ressaltar que o Real, que enfrenta o Maccabi Tel Aviv pelas quartas de final da Euroliga, maneirou em sua escalação, controlando os minutos dos dois Sergios armadors, Llull e Rodríquez, e de mais dois titulares regulares, o ala Carlos Suárez e o pivô Mirza Begic. O que não quer dizer, claro, que, diante de um elenco fortíssimo, seja fácil batê-los em Madri. Quem se beneficiou dessa opção do técnico Pablo Laso foi Rafael Hettsheimeir, xará de seu compatriota. Se muito tempo para mostrar serviço na Euroliga, ele pôde começar a partida como titular, terminando com seis pontos e cinco rebotes em 28min54s. Essa é uma situação que precisa ser monitorada, pensando em convocação: um dos heróis da classificação olímpica da seleção masculina, o pivô revelado em Ribeirão Preto está um pouco fora de ritmo de jogo. Sua presença seria inquestionável, mas Magnano teria de trabalhar bem com ele nos treinos para a Copa América.

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Se Rafael Luz foi revelado pelo Málaga, Hettsheimeir jogou pelo Obradoiro de novembro de 2009 a fevereiro de 2010, numa breve, mas muito importante passagem de sua carreira. Foi no clube de Santiago de Compostela que ele conseguiu mostrar serviço, de verdade, na elite do basquete espanhol, até regressar ao Zaragoza e virar um pivô cobiçado em todo o mercado europeu – chamando a atenção da NBA, ao mesmo tempo.

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Com o triunfo, o Obradoiro (ou “Blusens Monbus”) se mantém na oitava colocação da temporada regular da Liga ACB, posto que vale a classificação para os playoffs. O clube tem uma vitória a mais que o Unicaja Málaga, justamente o responsável pela formação de Rafa Luz em seus últimos anos de juvenil na Espanha e que tem um orçamento muito maior e conta com o pivô Augusto Lima em seu elenco.


Rafael Luz ganha confiança na Espanha e tenta levar Obradoiro aos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Rafa Luz, crescendo na Espanha

Rafae Luz ajuda o Obradoiro a se manter na briga pelos playoffs na Espanha

Depois de um início tímido de temporada, o armador Rafael Luz vai se tornando uma peça importante do Obradoiro (ou “Blusens Monbus”) no segundo turno da Liga ACB, na Espanha. Neste sábado, o brasileiro teve uma das melhores atuações de sua carreira, ou pelo menos pelo clube ao qual se juntou este ano, guiando uma vitória de virada sobre o Herbalife Gran Canarias por 72 a 70.

O site oficial do clube fala de dois atletas como homens da partida: o ala americano Ben Dewar, que matou uma bola de três pontos a 4s6 do fim para definir o placar, e seu compatriota Robbie Hummel, draftado pelo Minnesota Timberwolves, que impediu o ataque posterior do adversário, com um toco para cima de Jon Scheyer, queridinho do Coach K em Dule. Mas isso, “pedindo licença para Rafa Luz”.

Tem de pedir a permissão para o armador, mesmo, já que ele conseguiu o segundo maior índice de eficiência da equipe (15, abaixo dos 21 de Hummel), mas teve a melhor marca de +/-, o plus-minus, vulgo saldo de cestas, com +16. Apenas ele e o ala Alberto Corbacho, outro que saiu do banco de reservas, conseguiram marcas de duplo dígito nesse quesito. Quer dizer, foi quando os dois estavam em quadra que o Obradoiro deslanchou, vencendo o quarto final por 24 a 15 para dar ao time sua 14ª vitória em 27 jogos, numa briga ferrenha pela oitava colocação – que dá a última vaga nos playoffs – com o Unicaja Málaga, de Augusto Lima.

No geral, Rafael Luz teve 2o minutos de tempo de quadra e somou seis pontos, cinco assistências, três roubos de bola, três rebotes e um toco, convertendo dois em quatro arremessos. Segundo o relato do clube, o rapaz justificou seu sobrenome, iluminando tanto o ataque como a defesa da equipe.  Extremamente atlético, o armador tem realmente a capacidade de influenciar uma partida dos dois lados da quadra, quando joga com energia e confiança.

Tomando nota, Magnano, tomando nota.

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Desde a rodada 16, Rafael Luz ficou em quadra por 15 ou mais minutos em dez partidas. Ficou abaixo disso apenas em duas ocasiões, na verdade. Antes? Entre as primeira e 15ª jornadas, havia batido essa marca em apenas três jogos.

 


Grupos da Copa América definidos: ótima oportunidade para avaliar os prospectos da seleção
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Giancarlo Giampietro

Olha o Brasil aí

Olha, aqui no QG 21 tava fazendo falta, sim. Conversar sobre a seleção brasileira.

Nesta quinta-feira, a Fiba Américas divulgou a tabela da Copa América masculina de basquete, que será disputada de 30 de agosto a 11 de setembro na Venezuela. Os quatro primeiros colocados se classificam para a Copa do Mundo da Espanha em 2014.

Na primeira fase, não dá para ter apreensão alguma: num grupo de cinco times, avançam as quatro primeiras. Só não dá para tropeçar muito porque os pontos se acumulam na segunda etapa, que definirá os quatro semifinalistas – e classificados – do torneio. O Brasil encara Porto Rico, Canadá, Uruguai e Jamaica em seus quatro duelos iniciais.

Aqui de longe, ainda sem saber nada das listas, dá para arriscar dizer que o Canadá se projeta como o adversário mais complicado. Sim, mais que Porto Rico – independentemente da presença de José Juan Barea, Carlos Arroyo etc.. Agora com Steve Nash engravatado, cumprindo papel de  dirigente, a confederação canadense tem se esforçado em agrupar seus principais jogadores, tentando formar um programa realmente competitivo. Os primeiros sinais são promissores, e talento não faltará ao time, mesmo que os alas-pivôs Kelly Olynyk e Anthony Bennett, dois dos jogadores mais dominantes do basquete univeristário dos EUA nesta temporada, e o jovem armador Myck Kabongo sejam selecionados no Draft da NBA neste ano e possam, eventualmente, ter suas convocações vetadas.

Rubén Magnano, do seu canto, adota o discurso protocolar de qualquer jogo é pedreira. Conhecendo o técnico, não era de se esperar outra coisa, claro. (Isso, claro, se o argentino ainda for o comandante da seleção até lá, lembrando que a CBB passa por eleições em março. Mesmo que o candidato da oposição, o velho conhecido presente-de-Grego, tenha indicado que não haveria mudança alguma nesse sentindo, não dá para cravar como ficaria a situação, pensando muito mais em Magnano aqui. E, não, esse pequeno comentário não é uma campanha em prol do horrendo Carlos Nunes, que tem na contratação do supertécnico seu grande – e único?! – trunfo para buscar a reeleição.)

“Não será uma competição fácil e não podemos descuidar de nenhum adversário. Enfrentaremos nossos rivais mais difíceis na sequência. A estreia será contra Porto Rico, que pela capacidade e bagagem técnica é um grande candidato à classificação. Precisamos estar bem preparados para jogar e ir atrás do nosso objetivo”, afirmou o treinador. “A seleção do Canadá também é uma grande equipe e tem muito potencial. Mas precisamos saber antes de fazer uma análise mais completa quais os jogadores irão representar seu país, pois eles trocam bastante a cada ciclo os jogadores. O mesmo serve para o Uruguai que dependerá dos jogadores que vão atuar, mas com certeza será um jogo difícil. A Jamaica não é tão difícil quanto os demais, mas não podemos descuidar de nenhum adversário.”

Um pouco de blablabla.

O Uruguai realmente tem jogadores muito interessantes, com o pivô Esteban Batista, os armadores Gustavo Barrera, Jayson Granger e o veterano Martín Osimani etc. A Jamaica também pode até contar com o grandalhão Roy Hibbert, do Indiana Pacers, o pivô Samardo Samuels e Patrick Ewing Jr. Mas não dá para esperar perrengue algum contra esses dois times se o Brasil praticar um basquete minimamente consistente.

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Na outra chave estão: Argentina, República Dominicana, México, Paraguai e Venezuela. México e Paraguai são as babas.

Avaliando as dez equipes participantes, em teoria apenas seis brigam por vaga, em ordem alfabética: Argentina, Brasil, Canadá, Porto Rico, República Dominicana e Venezuela Quem chegará mais forte que o outro? Aí, sim, é impossível dizer. Tudo depende de quem vai dizer sim a seus técnicos.

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Para Magnano, as notícias que já vieram dos Estados Unidos não são boas, sabemos:

– O argentino já sabe que não vai poder contar com Leandrinho, que ainda vai estar em recuperação de uma cirurgia no joelho.

– Anderson Varejão hoje é, na melhor das hipóteses, uma incógnita. Ele é outro que não vai terminar a temporada regular da NBA jogando, afastado devido a um coágulo detectado em seu pulmão direito. O pivô já deixou o hospital, visitou os companheiros de Cavs, mas a estimativa inicial era de que ele ainda passaria por tratamento até maio. Se ele vai estar pronto em agosto, física e/ou espiritualmente, é uma dúvida tão grande quanto sua cabeleira – e raça em quadra.

– Ainda em atividade, Nenê jogou as Olimpíadas no sacrifício, algo que implicou em mais uma temporada acidentada na liga norte-americana, agora vestindo a camisa do Washington Wizards. Será que ele topa emendar mais uma vez suas férias?

Tiago Splitter e o San Antonio Spurs esperam sinceramente que ainda estejam em quadra em meados de junho, nas finais da NBA.

– Fabrício Melo consegue jogar na D-League, tem potencial físico, mas ainda está longe de ser um jogador de impacto em partidas decisivas, de peso, como teremos na Copa América. Caso não seja envolvido em alguma troca durante o próximo Draft, em junho, certamente estará em ação pelo Celtics nas próximas ligas de verão em julho.

– Scott Machado ainda não conseguiu retomar o caminho da NBA depois de ser dispensado pelo Houston Rockets. Conseguindo ou não uma nova chance na liga principal, também deve participar dos torneios de verão norte-americanos. Para quando será que Magnano vai marcar sua apresentação?

Mas calma, gente. Nem tudo está perdido.

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Mesmo se não puder contar o sexteto que iniciou a atual temporada da NBA, Magnano ainda teria talento o suficiente para compor uma equipe de respeito, forte, para disputar a Copa América, contando com aqueles que julga os destaques do NBB – embora nem sempre os melhores de fato do campeonato nacional sejam chamados, diga-se – e com os garotos em desenvolvimento na Europa. (Desde que, claro, nenhum deles faça a transição para a liga norte-americana entre as temporadas.)

Rafael Hettsheimeir vai recuperando a melhor forma pelo Real Madrid aos poucos, Vitor Faverani tratou de fazer as pazes e é um pivô de elite na Europa, Rauzlinho ganhou minutos preciosos de Liga ACB nesta temporada, assim como Lucas Bebê, e Augusto Lima e Rafael Luz devem estar doidos para mostrar mais serviço pela seleção.

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Muita gente pode ter se despedido de Manu Ginóbili, Andrés Nocioni e Pablo Prigioni em Londres, mas nenhum dos três anunciou oficialmente a aposentadoria da seleção argentina. Luis Scola, pelo contrário, garantiu que joga. A República Dominicana não vai contar mais com John Calipari. Sem o badalado treinador, Al Horford e Francisco Garcia vão topar o desafio? A Venezuela depende, muito, do cada vez melhor Greivis Vasquez.


Málaga reforça com pivôs seu elenco, e Augusto fica em situação nebulosa na Espanha
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Giancarlo Giampietro

Um dos clubes mais fortes da Espanha e tradicionais da Europa, o Unicaja Málaga estava ficando para trás, bem para trás. Barcelona e Real Madrid mantiveram um núcleo fortíssimo e ainda fizeram contratações mais que pontuais para a próxima temporada.

Os catalães agora contam com o talento do pivô croata Ante Tomic, que veio do arquirrival, aliás, além de um certo armador legendário Sarunas Jasikevicius, de volta após nove anos, nos quais passou por praticamente todos os clubes de elite do continente. Já o Real acertou o retorno do Rudy Fernández, eleito vilão olímpico no Vinte Um, e com o pivô Marcus Slaughter, que nunca teve uma chance real na NBA e construiu sua carreira na Europa, jogando por agremiações menores até chegar ao primeiro escalão.

Augusto enterra na Espanha

Augusto: pivô muito atlético, veloz, saltador, mas que pode ficar preso no banco

E nada de o Málaga se mexer? Mesmo depois de terminar a Liga ACB passada com um decepcionante nono lugar, fora dos playoffs, e de uma campanha nada empolgante na Euroliga, com 17 vitórias e 17 derrotas?

Bem, na semana passada seu elenco enfim começou a tomar uma forma mais séria, e aí vem a má notícia na parte que refere ao basquete brasileiro: as contratações são pouco promissoras para o progresso de Augusto Lima. Três dos principais reforços para o técnico Jasmin Repeša são homens de garrafão: o norte-americano James Gist, o sérvio Kosta Perovic e o espanhol Fran Vázquez, que deixou o Orlando Magic falando sozinho mais uma vez. Eles se juntam ao croata Luka Žorić, e, de repente, a rotação de pivôs da equipe já parece deixar o brasileiro afundado no banco.

Claro que depende de Augusto também, de tentar se impor nos treinamentos e deixar um dos medalhões para fora. Mas é muito difícil: Gist, Perovic e Vázquez chegam com salários altos e status de soluções. Žorić seria o homem a ser batido, mas é muito mais experiente e foi dos poucos, do elenco passado, que agradou e seguiu no clube.

Augusto, hoje com 21 anos, vem sendo preparado em Málaga há tempos, em mais um caso de brasileiro que foi cedo para a Espanha para ser cultivado por um grande clube – trilha aberta por Tiago Splitter em 2000. Dezenas de jogadores daqui repetiram essa rota, e foram poucos os que vingaram. Dois deles apenas quando se desvincularam do Unicaja:

– Vitor Faverani, que hoje está por cima, precisou de uma reviravolta na carreira na temporada passada, na qual jogou pelo Valencia. Hoje é visto como um dos melhores pivôs da liga, mas, diga-se, vai ter de dar sequência ao trabalho e confirmar essa confiança toda no próximo campeonato.

– O armador Rafael Luz conseguiu sair do Málaga para o bem e, até onde se sabe, sem traumas com a diretoria. Na temporada passada, fez um bom campeonato pelo falido Alicante e agora está no Obradorio, com vida própria no mercado espanhol.

Tem também o Paulão, que acabou de assinar com o Cajasol, mas ainda busca estabilidade na carreira após uma jornada igualmente turbulenta pelo clube da Andaluzia. Se Faverani teve problemas de comportamento, o pivô revelado em Ribeirão Preto penava para se manter em forma devido a uma série de lesões que deixou muita gente frustada.

Augusto Lima, do Málaga

Augusto vai tirar o uniforme de treino?

É um problema: o Málaga investe em projetos de base, mas não consegue incorporar os talentos desenvolvidos ao seu time principal. Há muita pressão por resultados em uma liga bastante competitiva, e a saída de Aito Garcia no ano passado, um treinador mais afeito ao trabalho com jovens, não ajudou em nada.

Fica, então, esse impasse para Augusto, que também rendeu bem mais quando foi emprestado para o Granada em 2010-2011 e ganhou minutos preciosos. Tudo para,  campanha seguinte, de volta ao seu clube, ser atrapalhado por uma cirurgia nas costas. Não pôde mostrar serviço e agora enfrenta uma dura concorrência para pisar em quadra.

Lembrando que, até para o seu futuro longe da Espanha, a próxima temporada é muito importante para o brasileiro. Como vai completar 22 anos em 2013, ele participará do draft da NBA automaticamente. Seu jogo – de capacidade atlética, vigor e energia incomuns para alguém de seu tamanho – é bem conhecido pelos olheiros europeus, mas uma boa produção nos meses que antecedem o recrutamento de calouros da liga poderia alçá-lo até mesmo ao primeiro round.

Para produzir, no entanto, ele precisa, antes, jogar.