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Arquivo : Nets

Começa a pré-temporada da NBA: veja quem tem mais trabalho pela frente
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Giancarlo Giampietro

Vamos tirar essa gracinha da frente logo de cara: Charlotte Bobcats, Washington Wizards, Sacramento Kings e Golden Sate Warriors, os tradicionais sacos de pancada das últimas temporadas, têm muito trabalho pela frente. Não fosse assim, seria muito estranho.

Mas não são apenas os times habituados a frequentar a imaginária zona de rebaixamento que têm muito o que fazer a partir desta semana, com o início dos valiosos, mas enxutos training camps da NBA.

É o único período livre, limpo para valer que os treinadores têm para aprimorar suas equipes. Durante as férias, alguns jogadores e assistentes se reúnem informalmente para exercitar fundamentos, refinar habilidades.

Mas é só em outubro, mesmo, que eles conseguem se agrupar de modo organizado, oficialmente, para passar o plano de jogo para a temporada, integrando eventuais novos conceitos e reforços.

(Vamos nos concentrar aqui só nos times que aspiram a voos maiores, ok?)

Mike Brown tem trabalho pela frente

Um training camp crucial para Mike Brown, Kobe e Lakers

Pensando em novos jogadores, inevitável mirar o Lakers, mesmo que Dwight Howard ainda esteja se recuperando de uma cirurgia nas costas. Pois o que requer o maior ajuste para a equipe, na verdade, é a presença de Steve Nash. Os angelinos não tinham um armador desse calibre, com sua criatividade, habilidade e eficiência desde… Vocês sabem quem. E, não, não se trata de Nick Van Exel.

Se fosse para Nash assumir um papel de Derek Fisher e Steve Blake – leia-se “cruze o meio da quadra, passe para o Kobe e fique do outro lado esperando, se pá, a bola” –, até poderia dar certo. Afinal, ele é provavelmente o melhor chutador que a liga já teve. Mas não faria sentido, né? Seria um desperdício daqueles. Que Mike Brown e seus astros encontrem a melhor maneira de fazer a máquina andar até acrescentar seu novo superpivô.

Ainda em Los Angeles, com menos apelo (durou pouco o oba-oba, o Lakers não ia deixar mesmo), Vinny Del Negro também tem muito do que cuidar no Clippers com as chegadas de Lamar Odom, Grant Hill e Jamal Crawford e o retorno de Chauncey Billups. Eles não mudam drasticamente as características do clube, mas o fato é que o contestado treinador vai precisar de muita diplomacia para administrar minutos e arremessos entre seus atletas.

No Oeste, porém, quem deve mais testar sua paciência atende pelo nome de Rick Carlisle. O técnico do Mavericks tem de integrar Darren Collison, OJ Mayo, Elton Brand, Chris Kaman e mais três novatos a sua rotação. Do time campeão em 2011, só sobraram Nowitzki, Rodrigue Beaubois e Dominique Jones, sendo que esses últimos dois mal jogavam. Dureza.

Amar'e Stoudemire e Carmelo Anthony

Stoudemire e Melo vão se entender, enfim?

Do outro lado, no Leste, o trabalho começa em Nova York: a) tanto para o Knicks, pelo qual Mike Woodson, com uma ajudinha de Jason Kidd (e Prigioni??), faz seu primeiro training camp como chefe, com a missão de encontrar algum jeito de entrosar Carmelo Anthony e Amar’e Stoudemire, após os baixo e baixo entre os dois nas últimas temporadas; b) como pelo Nets, em que Avery Johnson recebe Joe Johnson, Mirza Teletovic e Brook Lopez de volta e tem como desafio a montagem de uma defesa forte com marcadores suspeitos.

Por fim, o 76ers, daqueles times que se destacou na temporada passada por seu empenho coletivo, sem uma referência, agora se reformula com a chegada de Andrew Bynum, que sonhava há anos em ser alimentado sem parar. A movimentação de bola, o espaçamento dos jogadores, a cobertura defensiva e muitos outros detalhes mudam radicalmente com um jogador desses.


Tabela 2012-2013 da NBA é divulgada: veja 5 reencontros imperdíveis
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Giancarlo Giampietro

Você, assinante do NBA League Pass, caçador de links na rede, madrugador do combo ESPN/Space, prepare-se. Pegue a caneta e a genda ou abra o bloco de notas, mesmo: a temporada 2012-2013 da liga norte-americana está toda definida, com a organização e os meses de antecedência de sempre.

Confira aqui cinco reencontros imperdíveis da campanha:

Nenê, Washington Wizards

Nenê já tem data para vestir este uniforme bacana nas Montanhas Rochosas pela primeira vez

Nenê vai fazer sua primeira partida em Denver como jogador do Washington Wizards no dia 18 de janeiro. Imagino que para ouvir aplausos na cidade de onde vem sua esposa e onde ainda deve ter casa;

Jeremy Lin, agora do Houston Rockets, encara Carmelo Anthony e o Madison Square Garden no dia 17 de dezembro para testar o que ainda restará de Linsanidade em Manhattan;

– Phoenix vai receber um Steve Nash vestido de roxo, mas o do Lakers, numa cena que certamente vai lhes parecer bizarra no dia 3 de janeiro. Feliz ano novo?

Ray Allen se veste de preto ou vermelho em Boston como um atleta do Miami Heat apenas no dia 18 de março: vai ser tratado como um pula-cerca ou ovacionado pelos serviços prestados?

– O ex-aposentado Brandon Roy, agora um Timberwolf, revê os hipongas e ex-companheiros de Portland no dia 23 de novembro. Se os seus joelhos permitirem, claro.

*  *  *

A temporada vai começar no dia 30 de outubro e terminará no dia 17 de abril, restabelecida com 82 partidas para cada franquia. A noite de abertura terá três jogos, com destaque apra o confronto entre Cavaliers e Wizards, em Cleveland.

Hã…

Brincadeira. As principais atrações são: Los Angeles Lakers x Dallas Mavericks, para Dirk morrer de vontade de jogar com Nash novamente, e Miami Heat x Boston Celtics, que dispensa comentários.

*  *  *

Para virar clássico, eles precisam se enfrentar. O primeiro duelo de New York Knicks e Brooklyn Nets está marcado para o dia 1º de novembro, na novíssima arena do Nets, que vai estrear Joe Johnson e Mirza Teletovic. Se o blog fosse muito maldoso, também falaria da estreia de Deron Williams, que não jogou nada desde que saiu de Utah Jazz. Mas xapralá.

*  *  *

A revanche entre Oklahoma City Thunder e Miami Heat é uma das atrações da tradicional rodada natalina da liga.


Queridinho da América dá sua última cartada para tentar voltar à NBA
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Giancarlo Giampietro

Adam Morrison, Summer League Las Vegas 2012

Em 2005 e 2006, Adam Morrison foi um dos queridinhos da América. Com estilo hipster e muitas, mas muitas cestas, ele colocou a cidade de Spokane, sede da universidade de Gonzaga, láaaa no Noroeste dos Estados Unidos, no mapa esportivo do país.

Hoje, seis anos depois, ele afirma ter dado, na liga de verão da NBA de Las Vegas, sua última cartada para seguir no basquete profissional. O que aconteceu para seu conto de fadas chegar a esse ponto?

Bem, longa história.

*  *  *

Adam Morrison, darling da NCAAComeçando pelo conto: em sua temporada de junior (terceiro ano no College), 2005-2006, marcou 28,1 pontos por jogo e foi o cestinha de todo o basquete universitário. Por cinco vezes, quebrou a barreira dos 40 pontos, algo considerável na competição, mesmo se fosse contra adversários não tão respeitáveis.

Chamava atenção seu estilo de velha escola, com uma habilidade para acertar arremessos de todos os pontos da quadra, mesmo sem ser o mais explosivo ou atlético, longe disso. O cabelo era volumoso, com a franja estendida por toda a testa, o bigode, ralo, as meias escuras ficavam estiradas até a canela, num visual incomum para jovens de sua geração. Para completar seu status cult, também ajudavam bastante injeções de insulina que podia receber até mesmo no banco de reservas para controlar a diabete, diagnosticada aos 13 anos.

Seus feitos ocupavam manchetes pelo país e dominavam o noticiário dos canais esportivos nas TVs fechadas. Era um darling, mesmo. A cena em que desaba na quadra, chorando muito, após uma derrota para UCLA nos mata-matas da NCAA, gerou muita repercussão. Uns elogiavam sua paixão pelo jogo, outros questionavam se ele era forte mentalmente para seguir adiante.

Em 2006, pulando seu último ano universitário, foi draftado em terceiro pelo Charlotte Bobcats. Michael Jordan, que havia acabado de assumir o controle das operações de basquete da franquia, dava seu aval.

*  *  *

Uma vez na NBA, o choque de realidade foi embaraçoso. Morrison tinha séria dificuldade para marcar seus oponentes, geralmente muito mais ágeis e mais fortes, penava para bater os 40% no aproveitamento de arremessos de quadra. Terminou o ano de calouro na reserva e mal-afamado. No início de sua segunda temporada, para piorar, sofreu uma grave lesão no joelho, perdendo todo o campeonato. Em 2009, foi trocado para o Lakers.

Adam Morrison, Draft BobcatsCom Phil Jackson, foi bicampeão da NBA, mas mal saía do banco, enquanto o ala Shannon Brown, que o acompanhou na transação e nada badalado, se tornava uma peça importante na rotação. Em 2010, foi dispensado pelo clube californiano.

Virou piada para os jornalistas, sempre lembrado como o caso de alguém que havia fracassado na liga. Desde então, tenta regressar sem sucesso. Jogou pelo Estrela Vermelha, na Sérvia, onde foi bem. Quando se transferiu para o Besiktas, da Turquia, voltou a se afundar na reserva, rompendo seu contrato em fevereiro deste ano.

*  *  *

“Estou aqui para ver se algo pode acontecer”, afirmou Morrison, antes de disputar a Summer League de Las Vegas pelo Los Angeles Clippers. Em Orlando, ele jogou pelo Brooklyn Nets. “Se eu jogar bem, talvez eu ganhe uma chance aqui ou talvez por outro time da NBA.”

Se não der certo? Ele descarta voltar para a Europa. “É muito longe e tenho duas filhas agora. Estou muito certo de que se nada acontecer agora, provavelmente eu irei para casa, concluirei meu curso (administração esportiva) e vou virar um técnico. Há um certo prazo para você perseguir algo. Se não der certo, então é hora de seguir em frente.”

Adam Morrison, cabeleira, mas sem bigodeNeste domingo, naquele que pode ter sido, então, seu último jogo como um profissional de basquete, ele marcou 26 pontos em 29 minutos contra o Celtics de Fabrício Melo. Converteu 9 de seus 15 chutes de quadra, quatro em seis de três pontos. Foi aplaudido pelos torcedores e até ouviu gritos de “M-V-P”. Mesmo que de brincadeira, gostou. “Nos últimos seis anos, eu fui só vaiado. Então foi bom isso”, afirmou.

Em Vegas, ele anotou 20 pontos por partida, com 55,1% nos chutes de quadra e incríveis 61,9% nos três pontos. “Só queria mostrar para as pessoas que posso jogar. Muito foi dito sobre mim, de que sou apenas um reserva, o que entendo”, afirmou. “Mas vim para cá muito por orgulho, para mostrar o que posso fazer. Se não der certo, posso dizer que estou feliz pelo que fiz e mudarei para algo diferente”.

Será que é o fim da linha ou a América se mostrará como aquela terra de segundas chances para o ala?

No Clippers, pode ser difícil, depois da contratação de Grant Hill e Jamal Crawford. Mas talvez haja algum clube por aí empenhado em testá-lo. A história precisa, realmente, de um final.


Conheça os 15 jogadores “anistiados” da NBA
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Giancarlo Giampietro

Desculpem o trocadilho, mas é inevitável: boa parte destes aqui nem a Anistia Internacional deve defender. Pá-pum, o Vinte Um recapitula os 15 jogadores que já foram  alvos da chamada “cláusula de anistia” da NBA, à qual os clubes da liga podem recorrer para tirar de sua folha salarial um contrato indesejado, embora ainda sejam obrigados a pagar o prometido ao atleta:

Gilbert Arenas x Baron Davis

Arenas e Davis já foram mais felizes

Armadores: Gilbert Arenas (Orlando Magic), Baron Davis (Cleveland Cavaliers) e Chauncey Billups (New York Knicks)
São três jogadores com passagem pelo All-Star Game, que assinaram contratos gigantescos e supostamente liderariam seus clubes no auge de suas carreiras a campanhas de sucesso nos playoffs. No caso de Billups, deu certo, e fica até injusto listá-lo ao lado dos outros dois figuras. Campeão em 2004 pelo Detroit Pistons, MVP das finais daquele ano, ele só foi dispensado pelo Knicks no ano passado porque o clube vislumbrou a possibilidade de contratar Tyson Chandler – tanto que, prontamente, ele foi contratado pelo Los Angeles Clippers, pelo qual vai jogar a próxima temporada também.

Baron Davis assinou seu contrato com o Los Angeles Clippers para teoricamente formar uma grande dupla com Elton Brand em sua cidade preferida. Acontece que o pivô se mandou para Philadelphia, o primo pobre de LA se afundou novamente e o armador ficou mais interessado em sua carreira de produtor cinematográfico do que entrar em forma para jogar. Foi trocado para o Cleveland Cavaliers, que, na verdade, só estava interessado, mesmo, na escolha de Draft que levaria no negócio, ganhando no futuro um Kyrie Irving de presente. No campeonato passado, acabou ocupando a vaga de Billups em Nova York, mas esteve longe de causar qualquer tipo de impacto em quadra, privado de sua explosão física. Nos mata-matas, acabou sofrendo uma grave lesão no joelho e não joga mais neste ano.

Já Arenas… Bem… Por onde começar? Após defecar no tênis dos companheiros (sim, isso mesmo) e quase começar um bangue-bangue no vestiário, ser indiciado criminalmente e cair bastante de produção devido a uma cirurgia no joelho e o tempo inativo, ele ainda convenceu seu amigo Otis Smith, ex-gerente geral do Magic, a apostar em seu talento. Não deu nada certo, embora tenha ficado amigo de Dwight Howard. Foi cortado antes do campeonato, treinou sozinho por um tempão e descolou uma vaguinha no Memphis Grizzlies. Sua presença como reserva de Mike Conley foi insignificante, no fim.

– Alas: Charlie Bell (Golden State Warriors), Brandon Roy (Portland Trail Blazers), Travis Outlaw (Brooklyn/New Jersey Nets), James Posey (Indiana Pacers), Ryan Gomes (Los Angeles Clippers) e Josh Childress (Phoenix Suns).
Em uma quase-palavra: “Aaaargh”. Quem dá mais?

Bell: já não estava jogando nada mesmo, foi preso dirigindo alcoolizado, armou um barraco e público e acabou demitido para o time se aventurar no mercado de agentes livres , mesmo sem ganhar tanto assim. Roy: um craque, mas cuja estado precário dos joelhos lhe forçou uma aposentadoria precoce – ele agora tenta reviver a carreira. Outlaw: assinou um contrato de US$ 7 milhões por temporada com o Nets que ninguém entendeu, foi cortado um ano depois e já foi recolhido do lixo pelo Kings por US$ 4 milhões anuais, e todos continuaram sem entender. Posey: não era nem sombra do defesor implacável dos tempos de Celtics e Grizzlies. Gomes: dispensado para o Clippers contratar o quarentão Grant Hill. Josh Childress: quando voltou da Grécia, onde defendeu o Olympiakos, esqueceu seu jogo por lá.

Andray Blatche

Torcida da capital já não aturava mais Blatche

Alas-pivôs: Andray Blatche (Washington Wizards) e Luis Scola (Houston Rockets).
Dois jogadores opostos em termos de pacote físico: enquanto Scola faz o máximo com o mínimo (lento correndo, impulsão quase nula, mais baixo do que a média da posição), Blatche poderia ser rápido e explosivo e pular razoavelmente, além de bater os 2,10 m de altura. Poderia, mas não que quisesse. O desgosto da torcida do Washingotn com sua falta de preparo físico e intensidade em quadra chegou a um extremo em que, a cada vez que pegava na bola durante a última temporada, era vaiado. A cada bola. Já Scola é uma aberração aqui. Na ânsia de contratar Dwight Howard ou Andrew Bynum ou Neymar, o clube texano simplesmente decidiu limpar o salário do craque argentino, que havia perdido um pouco de rendimento, mas aind é extremamente produtivo. Voi resgatado na hora pelo Phoenix Suns.

Pivôs: Darko Milicic (Minnesota Timberwolves), Brendan Haywood (Dallas Mavericks), Elton Brand (Philadelphia 76ers) e Chris Andersen (Denver Nuggets).
Os grandalhões bem pagos de sempre. Darko já nem eterna promessa é mais, o que não impedirá de assinar mais um contrato milionário este ano. Haywood é imenso, ainda apanha rebotes e protege o aro, mas nada que justifique seu salário de US$ 21 milhões que tinha de contrato com o Mavs para as próximas três temporadas – por um preço menor, o Bobcats topou. Elton Brand receberia US$ 18 milhões do Sixers este ano, mas o time da Filadélfia optou por seguir outro caminho – agora, US$ 2 milhões desse total ao menos serão bancados pelo mesmo Mavs. Andersen, outro jogador ainda produtivo, o cara mais tatuado da história da liga, 100% carisma e impulsão, já não se encaixava  mais na jovem e pulsante rotação de pivôs do Nuggets.

Algumas notas para entender isso direito:

– cada jogador dispensado fica por 48 horas em estado de “waiver”, período  no qual os clubes abaixo do teto salarial podem tentar sua contratação em uma espécie de leilão, fazendo seus lances para a direção da liga sigilosamente;

– a partir do momento que o clube contrata esse jogador, o valor de seu lance vencedor será deduzido do que a franquia que o dispensou tem a pagar de salários;

– uma vez recolhido o jogador, ele não pode ser trocado por seu treinador pelo menos até o final da temporada. Isto é, Haywood obrigatoriamente fica em Charlotte até o fim da campanha 2012-2013;

– o prazo para “anistiar” os jogadores nesta temporada se enceroru na terça-feira. Isso não impede os clubes de sispensarem mais nomes eventualmente nos próximos meses, mas o saleario deles ainda constará na folha de pagamento.

– se o jogador não for recrutado por ninguém durante a fase de leilão, vira um agente livre total no mercado, podendo negociar com quem quiser. E, não, por enquanto ninguém teve coragem de assumir o risco Blatche.


Nets garante ter a melhor dupla de perímetro da NBA
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Giancarlo Giampietro

Deron Williams e Joe Johnson – Brooklyn NetsHá certos termos do inglês, seja no basquete ou em qualquer outra área, que têm tradução difícil, né? Por exemplo, frontcourt e backcourt. Para frontcourt, adotei algo como “linha de frente”, incluindo alas e pivôs. Pensando no quanto eles brigam pelos rebotes e saem primeiro em disparada nos contra-ataques, parece adequado. Quem “galera do fronte” também? Mas talvez aí fosse longe demais na informalidade. Bem, para backcourt, “linha de trás” não vai funcionar. Nem “dupla de armadores”, pois, no caso abaixo, um deles não é um armador nato, armador de fato, embora tenha habilidades condizentes aqui e ali com a posição.

Tudo isso para falar que o Nets está todo orgulhoso de sua backcourt para as próximas temporadas: Deron Williams e Joe Johnson, dupla pela qual batalhou bastante. Era grande o temor do Mark Cuban Mutante Russo, o Mikhail Prokhorov, em levar a franquia para o Brooklyn sem ter sequer um jogador de destaque para apresentar aos nova-iorquinos entendidos e desentendidos.

O gerente geral Billy King já entrou de canela em sua coletiva: “Hoje é um ótimo dia, porque foi o dia em que formamos a melhor backcourt da NBA”. A declaração deve ter soado como Mozart nos ouvidos do bilionário playboy russo, que acredita ter montado mais um dos supertimes da liga.

Joe Johnson com sua família, Deron Williams com a esposa em Brooklyn

Veja com os jogadores foram apresentados: ao ar livre, em algum canto do Brooklyn, no tipo de ação que ainda vai render muitos dividendos para o clube e que realmente mexe com a cabeça dos atletas

Aqui, vamos traduzir, então, como a melhor dupla de perímetro, considerando as chamadas posições 1 e 2, PG e SG, armador e ala-armador/arremessador. Deron e Johnson podem ser dominantes, mesmo. São todos mais altos e fortes do que a maioria dos concorrentes de posição, têm bom chute de longa e média distância e passam muito bem. Mas talvez falte um pouco de velocidade e explosão.

Enquanto isso… O Thunder tem Russell Westbrook e James Harden, o Lakers vai de Nash e Kobe, o Clippers, de Chris Paul e Chauncey Billups por uma segunda vez, o Spurs já eternizou Tony Parker e Manu Ginóbili, e por aí vai.

Concordam que a melhor “backcourt” é a do Nets?

Bem, o Joe Johnson fez questão também de abrir outra discussão, afirmando que o time do Brooklyn já é definitivamente o melhor de Nova York.

(Uma vez que os elencos estiverm totalmente definidos, vamos fazer essa brincadeira, então).


Nova NBA não impede concentração de forças
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Giancarlo Giampietro

Eles brigaram por mais de seis meses. Teve advogado que se passou por racista em discurso inflamado, Dwyane Wade apontando o dedo para David Stern e deixando a sala de reuniões furioso, Michael Jordan eleito vilão pelos jogadores que o veneravam, donos de clube quase se estapeando com objetivos completamente diferentes. Foram perdidos 16 jogos de cada time e umas seis semanas de temporada graças ao lo(u)caute da NBA no ano passado.

Mas sabe o que é o pior?

A julgar pelas negociações do mercado deste ano, de pouco adiantou tanta brigaiada, choradeira e revisão minuciosa no acordo trabalhista da liga, pelo menos que se refere e a um dos motivos da confusão toda: a composição dos “supertimes” – esse, o termo usado pelos proprietários de oposição ao sistema em voga. Das principais contratações realizadas até agora, grande parte delas envolve os famigerados e temíveis grandes mercados, clubes como a dupla de Nova York e os mais odiados de todos: Los Angeles Lakers e Miami Heat (embora Miami seja mais atraente pelo clima, vida noturna e pelos baixos impostos do que por ser uma metrópole do tamanho das demais).

Steve Nash, do Lakers

O novo camisa 10 do Lakers

Vamos lá:

– O Heat vai adicionar mais dois veteranos experimentados a sua dupla de estrelas e Chris Bosh – 😉 : Ray Allen e Rashard Lewis, que, seguindo os passos de Shane Battier, decidiram receber menos do que poderiam obter no mercado pelo privilégio de lutar (que luta, hein?) pelo anel de campeão. No caso de Allen, é ainda mais inexplicável, considerando que ele já ganhou o dele e tinha o dobro na mesa para ficar em Boston.

– Já o Lakers adiciona Steve Nash a seu ataque, para tentar facilitar a vida de Bryant e servir melhor seus grandalhões. De nada adiantou para o Raptors fazer uma proposta superior em até US$ 9 milhões. O armador alegou que, na Califórnia, estaria mais próximo das filhas em Phoenix, mas isso não quer dizer que teria assinado com Warriors ou Kings, né?

– Kidd saiu do Mavs para ganhar menos pelo Knicks também, e Camby também havia limitado suas opções apenas a os times nova-iorquinos e o Miami Heat – para ser justo, sua prioridade era ficar em Houston, sua casa, mas os texanos não tinham mais interesse em seus serviços.

– Deron Williams só aceitou ouvir propostas cdo Nets ou do Dallas, já que fez sua carreira colegial no Texas.

Aí, ok, você pode interpelar e dizer que: “Poxa, mas vão reclamar dessa cambada de velhinhos? Larga mão”.

Tem isso, sim. Ninguém sabe até quando vai durar a saúde desses reforços, todos já bem desgastados por longas carreiras. Só tenham em mente que, nesses supertimes, a carga deles diminui bastante, tanto em minutos como em responsabilidade.

Mas não são apenas os veteranos que mexem com a balança de competitividade. A saga de terror protagonizada por Dwight Howard em Orlando tem o maior cartaz nessa discussão. O pivô sorridente e imaturo do Orlando Magic esperneia e exige que seja trocado para o Nets. Simples assim. Ele quer, e pronto: não falem em outro nome além de Brooklyn, onde se juntaria a Deron Williams, Joe Johnson e Gerald Wallace para formar um novo esquadrão. A diferença é que, dessa vez, o David Stern não poderia vetar.

A demora nas negociações, porém, levou o Nets a seguir, temporariamente, outra direção e optar por continuar com Brook Lopez e tentar renovar também com Kris Humprhies. Por conta de implicâncias do telto salarial, a ida de Howard para o ponto mais hipster do mundo ficou dificultada. Mas a insistência em querer um só time em eventual troca deixou muita gente irritada e frustrada na liga. Até mesmo alguns jogadores, como o ala Jared Dudley, questionaram publicamente o comportamento do superpivô.

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Ray Allen, do Miami Heat

Ray Allen assina por menos com o Heat

Não há como comparar a formação do elenco do Miami Heat de hoje com a do Boston Celtics de quatro anos atrás ou as franquias históricas dos anos 80. Naquela era de ouro, Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar e James Worthy não tramaram para se unir no Lakers, assim como Bird, McHale e Parish no Celtics. Diversas trocas no decorrer dos anos deram a essas duas franquias a possibilidade de construir tais elencos. Ninguém decidiu por conta que seria assim. Bem diferente da costura entre Wade, LeBron e Bosh, que praticamente acertaram que jogariam juntos de tal modo que Pat Riley não titubeou em limpar toda a sua folha salarial ao extremo numa grande engenharia, para fazer a festa em 2010.

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De algo seviu a reformulação do pacto trabalhista da NBA: como muitos agentes temiam, boa parte da classe média e da baixa dos jogadores vem sentindo os efeitos das novas restrições orçamentárias. Os Derons e Kobes ainda vão ser bem pagos, mas a vida dos Nick Youngs e Shannon Browns vai ficar mais difícil: ou eles se viram com contratos razoáveis de apenas um ano, ou se contentam com um valor (bem) mais baixo do que imaginavam, mas com maior segurança em termos de tempo.


Mercado da NBA: panorama da Divisão Atlântico
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. A partir desta quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quarta, resumimos o Leste. Confira o rolo em que cada franquia da Divisão do Atlântico se meteu, ou não, abaixo:

Boston Celtics: a casa do quinto brasileiro da liga, o pivô Fabrício Melo, draftado como um projeto de longo prazo de um time que joga para vencer agora. O chefão Danny Ainge cuidou bem para que tivesse bastante espaço em sua folha salarial neste mercado. Muitos esperavam uma drástica reformulação no elenco. No fim, ele manteve sua base, renovando contrato com Kevin Garnett e Brandon Bass e acertando o retorno de Jeff Green, que ficou afastado do último campeonato devido a uma cirurgia no coração. Ainda assim, o técnico Doc Rivers lamentou muito a traumática saída de Ray Allen, que decidiu se transferir simplesmente para os arquirrivais do Miami Heat. Os boatos dão conta de que o veterano ala já não se bicava com Rajon Rondo de modo algum e ainda estaria com o orgulho bastante ferido por ter sido envolvido em diversas negociações (fracassadas) de Ainge nos últimos meses.  Como compensação, chega o tresloucado e ainda eficiente Jason Terry, de Dallas.

Deron ficou no BrooklynBrooklyn Nets: O  gerente geral Billy King conseguiu segurar o armador Deron Williams, renovou com Gerald Wallac e trouxe o ala Joe Johnson em uma troca –o salário absurdo do ala pouco importa para o bilionário Mikhail Prokhorov e, mais importante, Williams admitiu durante os treinamentos com a seleção norte-americana que sua contratação pesou muito na decisão de ficar no Nets. O bósnio Mirza Teletovic, destaque no basquete espanhol nas últimas temporadas, também é reforço. Já é o bastante? Nada, King ainda está pendurado no telefone tentando encontrar algum meio de resolver a saga que virou a tentativa de contratar Dwight Howard.

New York Knicks: o time de Manhattan agora tem um vizinho barulhento nas fronteiras nova-iorquinas e  teve de se virar para se manter em evidência no mercado. Se a negociação por Steve Nash naufragou, o clube ao menos vai poder contar com os veteranos Jason Kidd e Marcus Camby em atividade no Madison Square Garden na próxima temporada, na tentativa de trazer estabilidade ao seu elenco. Os alas JR Smith e Steve Novak renovaram. Ah, e você se lembra do Jeremy Lin? O armador aceitou uma proposta do Houston Rockets, mas o Knicks tem o direito de renová-la, não importando que tenham de pagar zilhões de dólares em multas a partir de 2015. Afinal, ele já rendeu mais que zilhões de dólares para a franquia em menos de seis meses. Já o ala Landry Fields pode ser o queridinho de Spike Lee, mas nem James Dolan parece disposto a cobrir a oferta feita pelo…

Camby em sua primeira passagem pelo Knicks

Camby, há 10 anos, pelo Knicks

Toronto Raptors: Steve Nash frustrou muitos nova-iorquinos, mas partiu o coração dos radicais torcedores do Raptors, que sonhavam com sua contratação para que ele, enfim, vestisse o uniforme de Capitão Canadá.  Pior: na tentativa de detonar os planos do Knicks, Bryan Colangelo encaminhou proposta para Fields que deixou muita gente perplexa. Seu plano era sabotar as negociações dos concorrentes com o Phoenix Suns. Mal sabia ele que havia mais gente poderosa no páreo. Como consolação, o dirigente fechou a contratação de Kyle Lowry em sequência. Ele pode não ter o apelo de Nash, mas é mais jovem, marca muito mais e vem em evolução contínua na sua carreira. Ainda falta assinar com o jovem pivô lituano Jonas Valanciunas.

Philadelphia 76ers: era o último ano de contrato, valendo US$ 18 milhões, mas o Sixers decidiu que não valia esperar: resolveram anistiar o ala-pivô Elton Brand pra já, mesmo, limpando sua folha salarial ­– embora tenha ainda a obrigação de arcar com o pagamento do veterano – para investir em outros atletas, como o ala Nick Young e o pivô Spencer Hawes, que vai ganhar um aumento em sua renovação contratual. Por enquanto é isso, mas há uma tímida expectativa de que o time possa se movimentar mais nas próximas semanas.  O ala novato Moe Harkless é mais um atleta de primeiro nível para o elenco.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Central e Sudeste.

Na quinta, passamos a limpo aqui a Conferência Oeste.


Mark Cuban contra… o Mark Cuban Mutante Russo!
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Giancarlo Giampietro

Mikhail Prokhorov em Londres

Se Prokhorov quiser comprar uma ponte só para ele em Londres, vai fazer. Não tem jeito

Quando o Dallas Mavericks passou a limpar terreno, praticamente se declarando publicamente pelo Deron Williams, sabíamos que algum magnata iria sofrer de um modo ao qual não estava acostumado.

Ou Mark Cuban, o emblemático dono do Mavs, ou Mikhail Prokhorov, o Mark Cuban Mutante Russo dono do Brooklyn Nets, então empregador do armador. Vantagem, então, para aquele que luta kickboxing.

Para cortejar Deron – inicialmente Dwight Howard e Chris Paul eram para estar livres, mas ambos optaram por adiar suas entradas no mercado –, o clube texano decidiu implodir seu time que mal havia conquistado um campeonato tão sofrido. Jogaram uma campanha toda pelo ralo na esperança de reconstruir seu elenco e ser competitivo num mundo, teoricamente, bem diferente, de acordo com as novas regras trabalhistas da liga. “Se eles (Nets e outros times) gastarem em contratos ruins, particularmente contratos assinados de acordo com as regras anteriores (alô, Joe Johnson), então não importa o quanto você vai gastar, não vai dar certo.”

Cuban se defende desta forma: “É  melhor perder o jogador certo do que assinar o jogador errado”, vem repetindo como mantra, desde que permitiu que Tyson Chandler, JJ Barea e outros fossem embora. Só não contava perder o Jason Kidd também. Ou não importa?

Mark Cuban, dono do Dallas MavericksO problema para Cuban é que para o russão bilionário, um dos homens mais ricos do mundo (meeeesmo), não há acordo administrativo que o impeça de investir e conquistar. Se ele tiver de pagar US$ 100 milhões em taxas e achar isso divertido, vai fazer. Principalmente agora com as eleições em seu país bem distantes, seu clubinho de NBA parece ter atraído sua atenção novamente. Aí segura.

Estamos falando de um sujeito que, só na quinta-feira passada, lucrou US$ 26,37 milhões com seus investimentos. Compreende? São US$ 26,37 milhões só de um dia, que é o bastante para pagar o salário de uma temporada de Deron, sobrando dinheiro ainda para Mirza Teletovic. Muita grana, e não há previsão que esse panorama mude tão cedo.

Não deixa de ser irônico. No final dos anos 90, início dos 00, Cuban era visto como o vilão gastão da história. Agora não consegue lidar com sua versão mutante russa.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Prokhorov em sua encarnação passada.


Mesmo sem KGB, segue a guerra fria por Steve Nash
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Giancarlo Giampietro

Quando Deron Williams divulgou sua decisão, de modo bem mais tímido que LeBron James, apenas com um logo bem tosquinho do Brooklyn Nets via Twitter, foi pura lamentação aqui no QG 21.

Mas não pelo fato de termos aversão ao Mark Cuban Mutante Russo ou por torcer mais para o Mark Cuban de verdade e seu Mavs. O chororô foi mais porque a piada ia levar menos graça.

Queríamos falar da guerra fria travada entre algumas franquias por Steve Nash. Sem o Nets na parada, não daria para meter a KGB de Mikhail Prokhorov na história.

Steve Nash

Steve Nash, de saída do Suns

Agora, com essa enrolação toda, ao menos conseguimos passar a meia-piada.

Então, como íamos dizendo… A guerra fria. Que rola entre Knicks e Raptors pelos serviços do armador canadense, surpreendentemente desprezado pelo Phoenix Suns.

Tá certo que o clube do Arizona precisa se renovar, retomar o rumo após aparentemente buscar o genocídio de seu time nos últimos anos. Aos 38 anos, no entanto, Nash ainda era seu melhor jogador, sem dar sinais de que estava diminuindo a velocidade. Se tivesse melhores cestinhas ao seu lado, poderia voltar ao topo no Oeste, era a crença.

Não foi o que pensaram e, antes mesmo de o mercado se abrir, o canadense já deixava escapar que havia compreendido o recado e que talvez sua época de Sun havia chegado ao fim, mesmo. E aí que Raptors e Knicks se animaram todos.

Por razões óbvias,no caso da franquia canadense. Para os nova-iorquinos, pode ser mais difícil de entender, considerando aquele sino-asiático que dominou o mundo por duas semanas só há alguns meses, mas o fato é que eles investiram para ter Nash, sim – ele seria o mentor de Lin e colocaria Amar’e Stoudemire para cravar todas novamente.

Acontece que Bryan Colangelo não ia deixar isso barato, não. O Knicks já havia lhe roubado Mike D’Antoni um tempo atrás. Agora queria surrupiar o Nash? Tá de sacanagem?

Pois o manda-chuva do Raptors deu um golpe daqueles. Mandou uma proposta absurda para o ala Landry Fields, xodó de Spike Lee, que deve ter caído como uma bomba no Garden. Muito menos pelo status cult de Fields, do que pelas possibilidades de negócio que os Bockers tinham para contratar Nash.

Bryan Colangelo

Bryan Colangelo

Grana por grana, Toronto tinha mais disponível para oferecer. O clube de Manhattan precisava, então, encontrar outros meios para elevar sua proposta e reduzir uma diferença de até US$ 8 milhões para convencer Nash a ficar na cidade para andar de skate não só em suas férias. Uma opção seria dar um aumento para Fields, outro agente livre, e repassá-lo para o Arizona. Agora, com a oferta canadense em mãos, suas opções ficaram bem limitadas. A não ser que queiram incluir o promissor Iman Shumpert no negócio. Oh-oh.

Foi uma cartada ousada e caríssima por parte de Colangelo, que ofereceu algo em torno de US$ 19 milhões para o ala que pode nem ser titular do Raptors na próxima temporada. Se eles querem tanto o Nash assim, talvez o retorno comercial de contar com o canadense valha a pedida.

Mas não está garantido, de modo algum, que o armador vá retornar para casa. Já tem boato indicando que o Lakers se mostra interessado. O Dallas também poderia mandar um telegrama, agora que ficou sem Deron. O Suns, vai saber?

Agora podem tirar a KGB dessa parada. Só no caso de Nash, claro.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Steve Nash em sua encarnação passada.


O período mais insano da NBA
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Acha que já era suficiente a loucura que vimos nos últimos meses pela temporada compensada pelo locaute? Que foi maluquice que o Draft tenha quase emendado com as finais, dando pouco tempo para muitos clubes se prepararem?

Deron Williams, cobiçado no mercado

Uma bolada Deron vai ganhar, certeza. E o restante?

Segure-se, que o período mais insano da NBA só está começando. Desde a meia-noite de domingo, os clubes foram autorizados a entrar em contato com agentes, pais, amigos, puxa-sacos e com os próprios jogadores em si, na tentativa de compor seus elencos para o próximo campeonato.

Os nomes mais badalados vocês já sabem: Deron Williams, que se reúne com Nets e Mavs nesta segunda, Jason Kidd, que definiu um raro “tamo-junto” com Deron, Steve Nash, que já andou conversando com o Raptors, Roy Hibbert, já apalavrado para assinar proposta gigantesca com o Blazers, tendo o Pacers o direito a cobrir, Ray Allen, Eric Gordon, Jeremy Lin etc.

Mas pensem o seguinte: esses são os destaques, aqueles que estavam para receber bem de qualquer jeito. Quando eles definirem seus destinos, ainda haverá muitas vagas abertas e, principalmente, muito dinheiro a ser gasto.

Nick Young, Randy Foye, Jamal Crawford, Jeff Green, Greg Stiemsma, Jordan Hill, Kirk Hinrich, Brandon Rush, Alonzo Gee, Nazr Mohammed, Delonte West, Ian Mahinmi, Brian Cook, Jared Jeffries, Anthony Randolph e outras dezenas de jogadores estão aguardando o encaixe das primeiras peças para saberem qual a fatia do bolo que vai lhes restar.

E tenha certeza de que sempre sobra, e muito, para se esbaldar. Novos cartolas querem impressionar sua base de torcedores. Outros precisam se livrar de erros antigos e acabam só piorando a coisa, e por aí vamos, com dinheiro chovendo.

Embora esse seja o primeiro verão (Hemisfério Norte) em que os times negociarão contratos com o locaute mais distante e teoricamente mais conscientes sobre as limitações do novo acordo trabalhista da liga, as primeiras horas de negociações já indicam o frenesi de sempre. A ponto de um contrato de US$ 40 milhões parecer insignifcante – valor especulado para o acordo verbal entre o mesmo Nets e Gerald Wallace, um ala que está prestes a completar 30 anos e depende muito do seu físico para desequilibrar.