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Arquivo : Marcus Smart

Celtics está fora. Mas tem cenário otimista para voltar a lutar pelo Leste
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Giancarlo Giampietro

Brad Stevens ainda não sabe qual equipe terá em mãos em 2017. Mas é uma boa incerteza

Brad Stevens ainda não sabe qual equipe terá em mãos em 2017. Mas é uma boa incerteza

De todos os times que poderiam se despedir dos playoffs do Leste logo pela primeira rodada, o Boston Celtics é o que teria uma saída mais confortável. Ninguém gosta de perder. Isaiah Thomas estava com os olhos marejados no vestiário da equipe após a dura derrota sofrida contra o Atlanta Hawks nesta quinta-feira, para definir o segundo classificado às semifinais da conferência, para enfrentar o Cavs. Brad Stevens certamente esperava estender a bela série que fizeram contra o Hawks para um Jogo 7 em Atlanta. Com cara de bom moço, sempre calmo na lateral da quadra, o técnico é na verdade mais uma dessas figuras supercompetitivas, que não lida muito bem com as derrotas. Ainda assim, ele se sentiu obrigado a dizer como essa eliminação estava bem longe de significar o fim do mundo.

“É difícil pensar nisso agora por causa da emoção do momento e por termos perdido do modo como perdemos estes últimos dois jogos, mas acho que, olhando a longo prazo, tendo isso em mente, me sinto bem sobre nosso progresso. E também temos ótimas oportunidades para seguir adiante com nossa flexibilidade”, afirmou.

Esse termo já apareceu em diversos artigos aqui no blog: fle-xi-bi-li-da-de. É a palavrinha-chave para a gestão moderna da NBA, enquanto as atuais regras trabalhistas vigentes, de contratos mais curtos firmados nos últimos anos e que se tornarão bem baratos quando confrontados com os acordos que estão prestes a serem assinados em julho, quando o teto salarial será elevado consideravelmente.

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É difícil vasculhar a liga e encontrar uma situação mais promissora que a do Celtics, num trabalho impecável de Danny Ainge. O chefão do departamento de basquete do clube conseguiu conduzir um trabalho de reformulação após a era Pierce-Garnett sem chafurdar como um Philadelphia 76ers. Foi um ano de mergulho, no primeiro ano de Brad Stevens, carregando um Gerald Wallace. Nas últimas duas temporadas, já voltaram aos playoffs. Com o brinde: o direito de projetar uma escolha alta no próximo Draft justamente por causa da troca de PP e KG ao Brooklyn Nets, sem proteção alguma.

Okafor já foi especulado como alvo de Ainge. É mais promissor que Smart? Mesmo vencendo, Celtics se reconstruiu com muito mais rapidez que o Sixers

Okafor já foi especulado como alvo. Mais promissor que Smart? Mesmo vencendo, Celtics se remontou com muito mais rapidez

Hoje, voltando a cabeça exclusivamente para o recrutamento de novatos, com o time nova-iorquino tendo terminado com a terceira pior campanha, o Celtics tem 15,6% de chances de ganhar a primeira posição. Na pior das hipóteses, fica em sexto. O Philadelphia 76ersm que escapou novamente por pouco de registrar a pior campanha da história, tem 25%. Quase 10% a mais, algo significativo, mas qual caminho você preferiria: vencer dez jogos e ter 25% de chances para a escolha número um, ou ganhar 48 jogos e ter 15,6%? Para ser justo, quando Sam Hinkie assumiu o Sixers, ele não tinha veteranos do gabarito de Garnett e Pierce para seduzir e surrupiar um time desesperado por luzes, com o Brooklyn Nets. Tá certo. Mas que o Celtics tenha conseguido aproveitá-los desta forma e já veja o Boston beirando a marca de 50 vitórias, diz muito sobre a visão de Ainge. Não é sorte isso.

Hoje, o cartola olha para o seu elenco, anota o que tem de salários garantidos para a próxima temporada e todos os trunfos em termos de Draft que tem em mãos e sabe que tem diversas trilhas para seguir daqui para a frente. É incrível até:

1) se o teto salarial for de US$ 90 milhões, o Boston vai ter um mínimo de US$ 23,7 milhões para investir em agentes livres. Se decidir renunciar aos direitos de Amir Johnson, Jonas Jerebeko e Tyler Zeller, pode chegar a US$ 49,4 milhões, permitindo a contratação, por exemplo, de dois salários máximos para atletas de até seis anos de experiência, sobrando um troco, ou um contrato máximo para alguém de sete a nove anos (Kevin Durant, por exemplo) e mais US$ 24 milhões para propor a um alvo ou diversos alvos.

(Quer saber a situação de seu time? Vale checar o estudo de Eric Pincus, do Basketball Insiders, referência no assunto.)

Thomas, Jae Crowder, Marcus Smart, Avery Bradley, Kelly Olynyk, Terry Rozier, ames Young, RJ Hunter e Jordan Mickey são os atletas com salário garantido. O detalhe: Thomas, Crowder e Bradley vão ganhar, juntos, pouco mais de US$ 20 milhões. Na economia da NBA, isso é mixaria, especialmente para três veteranos tão produtivos. Para comparar, David Lee, sozinho, embolsou US$ 15 milhões do time.

Amir Johnson e Jonas Jerebko, contratados no ano passado, têm cláusulas que Ainge pode ativar, ou, não valendo US$ 12 milhões e US$ 5 milhões, respectivamente. Zeller e Sullinger dão agentes livres restritos. Evan Turner estará disponível, tendo se valorizado nesta campanha, e não estranhe se receber oferta de Phil Jackson.

Thomas vai receber ajuda de alto nível, cedo ou tarde

Thomas vai receber ajuda de alto nível, cedo ou tarde

2) em termos de Draft, chega a ser ridículo: só neste ano, o Celtics tem três escolhas de primeira rodada e cinco (!?) de segunda. São oito no total. Uma das escolhas de segunda, na real, vale como uma de primeira, por ser a 31a.

A mais valiosa é a do Nets. Além disso, o time tem a do Dallas (número 16! Numa cortesia de Rajon Rondo) e sua própria (número 23). Obviamente, não há espaço para oito novos calouros na equipe. No mínimo, Ainge vai escolher diversos atletas que não façam questão de jogar na liga de imediato, os chamados stash picks. Gringos ou universitários que topem jogar na D-League, na Europa, na Austrália (como o ala-armador Marcus Thornton neste ano) ou em qualquer lugar. O mais provável, porém, é que ele faça pacotes. Que acumule escolhas e tente subir no Draft a partir de uma posição mais avantajada. Por exemplo: três escolhas de segunda e a 16a. pela 10a. Coisa do tipo. Ou trocar por escolhas futuras também.

A cesta, de todo modo, não vai ficar vazia após 23 de junho, data do recrutamento. Em 2017, o clube tem o dirigente de trocar sua escolha com a do Brooklyn e possui mais três escolhas extra de segunda rodada. Em 2018, nova escolha do Brooklyn. Em 2019, tem uma escolha de primeira do Memphis (valeu, Jeff Green). É muita munição: todas essas seleções podem ser envolvidas em negociações.

Com tudo isso na mesa — imagine um jogador de poker que até some atrás de seu monte de fichas –, Ainge certamente vai ser agressivo, mas podendo agir com paciência. Como tem feito. Dependendo do que acontecer com Cleveland nestes mata-matas, voltará à carga por Kevin Love. Outros nomes aos quais o clube já foi vinculado: Boogie Cousins e Jimmy Butler. E será que Blake Griffin vai estar disponível? Carmelo Anthony toparia? Por aí vai.

Danny Ainge: conjugando agressividade e paciência ao mesmo tempo

Danny Ainge: conjugando agressividade e paciência ao mesmo tempo

A opinião geral da NBA é de que, para o Celtics conseguir uma superestrela, uma troca seria a via mais provável. Historicamente, seja pelo clima frio ou, infelizmente, por questões raciais da cidade (válidas ou não), a franquia não tem muito sucesso na contratação de agentes livres. Dominique Wilkins topou uma oferta em 1994, mas já aos 35  e ficou apenas uma temporada por lá. No ano passado, Amir Johnson foi o grande prêmio. O prestígio crescente de Stevens e a competitividade da equipe seriam fatores para ajudar nessa empreitada.

Mas aí voltamos à flexibilidade. Ainge pode tentar de tudo em trocas, com jogadores valiosos e baratos e múltiplas possibilidades de Draft, com um escritório de excelente aproveitamento no assunto. Ao mesmo tempo, tem espaço salarial para insistir em reforços de mercado. Não precisa se precipitar.

O cenário ideal seria receber uma das duas primeiras escolhas deste ano, aguardando a loteria do dia 17 de maio. Isso valeria um dos pródigos mais elogiados pelos scouts: os alas Ben Simmons ou Brandon Ingram. Qualquer um dos dois seria sensacional para Stevens: Simmons poderia ser o armador do time, ou no mínimo aliviar a pressão em cima de Thomas. Dá para imaginar facilmente um quarteto com Thomas, Smart/Bradley, Crowder e Simmons correndo pela quadra. Já Ingram ofereceria aquilo que é uma carência: arremesso de fora e a capacidade para criar suas próprias situações de pontuação.

Ou isso, ou seriam moedas de troca muito atraentes. Entre os oito times do Leste classificados para os playoffs neste ano, o Celtics tem o segundo elenco mais jovem, ficando acima apenas do Pistons. Vale adicionar mais um garoto à rotação?  Ou é melhor buscar veteranos? O objetivo é voltar à briga pelo topo da conferência, algo que não acontece desde aquela grande série contra o Miami em 2012, quando chegaram a abrir 3-2. O último título do Leste, para lembrar, saiu só em 2010. Claro que seus fanáticos torcedores e Ainge estão cientes disso. Chega uma hora que esses trunfos futuros têm de ser traduzidos em realidade, em algo concreto. Parece que chegou a hora de capitalizar, mas nem sempre é tão fácil assim. No ano passado, por mais que tenha tentado, o clube não viu cenário algum que lhe favorecesse.

Simmons cairia como uma luva no sistema de Stevens, acelerando e passando

Simmons cairia como uma luva no sistema de Stevens, acelerando e passando

“Amo o que Boston tem feito na sua reconstrução: acumular ativos que podem um dia gerar um ‘home-run’, enquanto, simultaneamente, construíram uma equipe competitiva, disciplinada. Eles têm um dos baús de tesouro mãos ricos da liga para investir (qualquer combinação de escolhas de Draft e bons jogadores jovens com contratos amigáveis)”, disse Amin Elhassan, analista do ESPN.com e ex-dirigente do Phoenix Suns. “Mas é aí que reside a piada cruel da NBA: todos esses ativos não significam nada se você não pode comvertê-los em um negócio valha a pena. Então, basicamente o Celtics tem duas possíveis armadilhas para contornar: fechar uma troca por um jogador que não necessariamente vá fazer o programa avançar, ou não fechar nada, ficar estagnado e ver o valor desses ativos eventualmente cair. Recomendo uma atuação agressiva, que assuma riscos quando apropriado, mas o presidente Ainge tem de fazer seus ativos valer.”

Ainge é daqueles cartolas que sabendo manipular a mídia como bem entende, para plantar informações, mandar recados e tal. Só não abre o jogo ao falar sobre seus principais alvos e intenções. Ninguém sabe se ele prefere um dos calouros top ou uma jovem estrela. O fato se ter passado por julho e, agora, em fevereiro sem fechar grandes negócios indica que ele tem sido exigente em suas investidas. Nesse sentido, a evolução apresentada neste ano lhe dá mais segurança, amparo, esperando o negócio certo. Boa parte da liga adoraria estar nessa posição. Pensando longe, talvez até mesmo o Atlanta Hawks, que acabou de passar à semi do Leste.

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Jukebox NBA 2015-16: Celtics, David Bowie e as constantes mudanças
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Giancarlo Giampietro

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Vamos lá: a temporada da NBA se aproxima rapidamente, e o blog inicia sua série prévia sobre o que esperar das 30 franquias da liga. É provável que o pacote invada o calendário oficial de jogos, mas tudo bem, né? Afinal, já aconteceu no ano passado. Para este campeonato, me esbaldo com o YouTube para botar em prática uma ideia pouco original, mas que sempre acho divertida: misturar música e esporte, com uma canção servindo de trilha para cada clube. Tem hora em que apenas o título pode dizer algo. Há casos em que os assuntos parecem casar perfeitamente. A ver (e ouvir) no que dá. Não vai ter música de uma banda indie da Letônia, por mais que Kristaps Porzingis já mereça, mas também dificilmente vai rolar algo das paradas de sucesso atuais. Se é que essa parada existe ainda, com o perdão do linguajar e do trocadilho. Para mim, escrever escutando alguma coisa ao fundo costuma render um bocado. É o efeito completamente oposto ao da TV ligada. Então que essas diferentes vozes nos ajudem na empreitada, dando contribuição completamente inesperada ao contexto de uma equipe profissional de basquete:

A trilha: “Changes”, por David Bowie

Por quê? David Bowie foi um dos maiores camaleões da história da indústria pop. Um torcedor do Boston Celtics regular teria dificuldade em listar ao menos 10 jogadores do elenco do clube nas últimas duas temporadas. Simples assim. “Mudanças (vire e encare o desconhecido)… Mudanças, você apenas vai ter de ser um homem diferente”, canta Bowie no refrão. A diferença aqui é que o técnico Brad Stevens é o mesmo, a princípio. O que está mudando é o cenário ao seu redor, forçando adaptações táticas do personagem principal.

Bowie mudava constantemente para seguir na vanguarda, e aí que a gagueira do refrão “ch-ch-ch-ch-chaaanges” faz ainda mais sentido, retratando uma cabeça no mínimo agitada, pensando nas mais diferentes personalidades e formas que poderia assumir. Ainge não vai pintar a cara, obviamente, nem mexer muito no cabelo para chegar ao topo, como fazia o artista em 1971, quando essa compôs a música. Mas, no que depender dele, vai sacodir seu plantel sem parar.

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Já brincamos no ano passado, e a piada continua: Danny Ainge não larga o telefone, né? Deve ser cliente platinum de sua operadora. Desde que percebeu que o núcleo formado por Pierce, Garnett, Rondo e Allen não seria mais o suficiente para dar a Boston um novo título, seu gerente geral tem perturbado a concorrência com ligações, vasculhado todo e qualquer software que analise atletas e visitado ginásios para tentar identificar algum prospecto que caia bem em seu time. Ainge vai fazer troca atrás de troca em busca de uma combinação ideal de jogadores que devolva a Boston o status a que seu torcedor mais velho está habituado.

E, bem, em meio a tantas mudanças, que Stevens cuide do resto.

Veja este gráfico aqui, elaborado pelo Basketball Reference:

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Continuidade dos elencos: o percentual equivale ao total de minutos replicados por um time entre duas temporadas. Por exemplo: o Hawks aparece com 88% na campanha passada, todo verdinho. Isso quer dizer que 88% de seus minutos foram distribuídos a jogadores que já estavam no elenco da temporada anterior (2013-2014). Avaliando só pelas cores, você vai perceber que apenas Dallas, Lakers e Philly tiveram três anos mais avermelhados do que Boston. Dois desses times foram para a loteria, enquanto o Mavs deu um jeito de se manter nos playoffs, no Oeste, graças a Rick Carlisle (e Dirk Nowitzki). Brad Stevens fez esse tipo de mágica no campeonato passado para por o Celtics no mata-mata

O censo extraoficial da NBA comprova o fluxo constante no elenco do Celtics desde a última campanha de Doc Rivers e a chegada de Stevens em 2013. De um campeonato para o outro, Ainge montou equipes em que ao menos metade dos minutos utilizados eram endereçados a caras novas.  Mas tem mais que isso.

Na temporada passada especificamente, 22 jogadores diferentes vestiram a camisa do Boston Celtics. Dá mais que quatro times. Para contextualizar, o New York Knicks, que passou por um expurgo promovido por Phil Jackson e “brigou” pela lanterna do início ao fim, escalou 20 atletas. O Los Angeles Lakers, todo despedaçado, teve 18 caras. Oklahoma City Thunder teve uma lesão atrás de outra, também realizou trocas e, ainda assim, ficou em 21. Para bater esse número de Ainge, só mesmo apelando a Sam Hinkie, que botou 25 jogadores em quadra pelo Sixers. O Phoenix Suns, depois de seu saldão pós-All-Star Game, chegou a 23, e, não por acaso, seu gerente geral é discípulo do poderoso chefão de Boston.

Para a campanha 2015-2016, o Celtics já conta com cinco novos jogadores: os calouros Terry Rozier, RJ Hunter e Jordan Mickey e os veteranos David Lee e Amir Johnson. Perry Jones III pode ser outra novidade, mas tende a ser dispensado antes de a temporada começar. Mas é bom que o torcedor do Boston não se apegue tanto assim a esses caras. Em questão de meses, a caixa postal de todos eles pode ser outra, algo que Ainge não se dá ao trabalho de negar, pois seria a mentira mais deslavada.

David Lee pode ajudar o Celtics, mas não era um alvo prioritário

David Lee pode ajudar o Celtics, mas não era um alvo prioritário

A pedida? Uma superestrela, por favor. Pelo menos uma!  Sim, pensando na quadra, nos resultados imediatos, qualquer coisa que não seja o playoff significaria um retrocesso para Stevens e sua cabeça de técnico. Ainda mais porque, no papel, seu time tem tudo para ser melhor que o do ano passado.

O pequenino Isaiah Thomas, líder da arrancada na metade final da temporada, agora trabalha desde o training camp, livre de lesões. Lee (100% ataque) e Johnson (um jogador especial para cuidar das pequenas coisas) chegam para reforçar a rotação anterior, com habilidades que casam perfeitamente, dando, com Tyler Zeller, Kelly Olynyk e Jared Sullinger, uma infinidade de combinações para um treinador evidentemente criativo. Além disso, a expectativa é que Marcus Smart se acalme um pouco em quadra, passada a adrenalina de calouro, e possa dar uma contribuição mais consistente.

Mas nenhum desses caras aqui teria presença garantida numa seleção de All-Star, nem mesmo no Leste. Como conjunto, creio que eles podem até mesmo desafiar o Toronto Raptors pelo título da Divisão do Atlântico. Pensar em algo maior que isso, porém, pediria muito mais boa vontade.

Ainge confia que a credibilidade crescente de Stevens seja um atrativo

Ainge confia que a credibilidade crescente de Stevens seja um atrativo

A gestão: Danny Ainge tem o quinto mandato mais longo da liga americana quando o assunto é o controle sobre as operações de basquete. As quatro administrações mais longevas que a dele: Heat (Riley), Spurs (Popovich/RC Buford), Mavs (Cuban/Nelson) e Lakers (Kupchak/família Buss). Só isso. Para se manter no cargo, o ex-armador alia diversos fatores, a começar por sua popularidade por lá. Isso não adiantaria nada, porém, se não tivesse conquistado o título em 2008, o primeiro desde 1986, quando Larry Bird ainda era um dos maiorais. O título saiu justamente por seu arrojo, pela predisposição a assumir riscos, fechar trocas, até que reuniu Garnett e Allen em torno de Pierce e Rondo. Essas negociações também lhe dão fôlego, independentemente do produto apresentado em quadra: ninguém pode dizer que ele não esteja tentando.

Uma tacada certeira de Ainge foi a escolha de Stevens como substituto de Doc Rivers, algo que não parecia tão óbvio assim na época. Quando contratado, o técnico tinha apenas 36 anos. Era mais jovem que Garnett e um pouco mais velho que Pierce. Vindo da Universidade de Butler, pela qual desempenhou um trabalho incrível, desafiando grandes equipes da NCAA para alcançar a final do torneio nacional em duas temporadas seguidas, o gêniozinho era cotado para suceder o Coach K em Duke ou qualquer outra potência da categoria. Bastava enrolar um pouco mais em seu emprego, que uma dessas ofertas certamente chegaria. Foi convencido, porém, a assumir um Celtics em reconstrução, com a segurança de um contrato de seis anos, valendo muito (US$ 22 milhões). Com vasta cultura de jogo, a cabeça aberta e ótimo trato com os atletas, construiu sua reputação rapidamente. Hoje, é visto como um dos trunfos do time para atrair o tão esperado astro.

Além disso, o escritório do Celtics é reconhecido como um dos pioneiros no uso das estatísticas avançadas e de qualquer ferramenta tecnológica que tenha surgido desde a década passada e que possa por o Boston em posição de vantagem. Antes de assumir o Houston Rockets, Daryl Morey passou três anos por lá.

Olho nele: Amir Johnson. Na falta de Kevin Love ou LaMarcus Aldridge, Ainge foi atrás de uma contratação pontual que cobre uma das deficiências de seu atual elenco: um pivô atlético para reforçar a última linha defensiva. As medições de saldo de pontos tendem a apontar o jogador ex-Raptors como um marcador de elite, com agilidade, impulsão e bom senso de colocação para oferecer cobertura a Lee, Sullinger, Zeller ou Olynyk, todos vulneráveis na proteção de cesta. Seu contrato é de US$ 24 milhões por dois anos, mas o segundo é opcional para o Celtics, dando ao time flexibilidade na busca por novos alvos.

card-avery-bradleyUm card do passado: Avery Bradley. Aqui, nem precisamos viajar tanto no tempo assim. O card ao lado é da coleção 2010-2011, quando o armador havia acabado de trocar a Universidade do Texas pelo Boston Celtics. Sabe o que isso significa? Que ele é o jogador que há mais tempo veste a camisa alviverde. Está indo apenas para sua sexta temporada pelo clube, sem ainda ter completado 25 anos.

Ao lado de Jared Sullinger, Bradley é o único atleta que Stevens herdou de Rivers ao assumir o time em 2013.  Seu papel pode ser reduzido neste campeonato, dependendo do grau de evolução de Marcus Smart. De qualquer forma, ainda vai compor uma rotação interessante com o segundanista e com Thomas, com três atletas que colocam muita pressão no drible dos oponentes. No ataque, seu papel é um pouco mais simples: nunca vai ser confundido com um maestro, ficando preferencialmente de canto, ainda que possa forçar a barra em alguns chutes de média distância.

Desde que se profissionalizou, Bradley melhorou sensivelmente seu arremesso, que era considerado uma atrocidade. Em sua primeira campanha, ele arriscou apenas cinco chutes de longa distância em 162 minutos, sem acertar nenhum. Na campanha passada, foram, respectivamente, 352 em mais de 2.400, convertendo 35,2% deles. Não estamos falando de um atirador de elite, mas é algo relevante para quem veio literalmente do zero. Foi algo que não aconteceu com Rajon Rondo, por exemplo.


O Dallas tinha o melhor ataque (da história!). E ainda quis Rondo
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Giancarlo Giampietro

Rondo: as estatísticas não aprovam tanto; o Dallas vai tirar a prova

Rondo: as estatísticas não aprovam tanto; o Dallas vai tirar a prova

Para quem tem acompanhado o blog recentemente, vai soar repetitivo, mas não tem como fugir disto. É a realidade imperante na NBA: mas, numa Conferência Oeste cada vez mais brutal, em que o sétimo colocado tem aproveitamento superior a 70%, os times se veem obrigados a buscar a excelência. O time nunca está bom o bastante. Mesmo o Golden State Warriors, dizem, anda buscando trocas para fortalecer seu banco de reservas.

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>> 30 times, 30 fichas sobre a NBA 2014-2015

É nesse contexto que entra a troca entre Dallas Mavericks e Boston Celtics, transportando Rajon Rondo, o último remanescente do título alviverde de 2008, para o Texas. Mesmo que o ataque orquestrado por Rick Carlisle em torno de um certo alemão de 2,13 m de altura que arremessa bem de qualquer canto da quadra fosse o mais eficiente da história da liga. Isso mesmo: até esta semana, o índice ofensivo de 115,9, segundo o Basketball Reference, seria maior do que qualquer Phoenix Suns da era Mike D’Antoni obteve. Ou que o Boston Celtics de Larry Bird. Ou que o showtime de Magic, Kareem e Jerry Buss. Sim: qualquer um.

Não era o bastante. Não com o clube texano posicionado entre as dez piores defesas da temporada, mais especificamente na 24ª posição, abaixo de times como Boston Celtics, Philadelphia 76ers, Phoenix Suns, Detroit Pistons, Charlotte Hornets e… Vocês entenderam, né? Então eles foram atrás de um armador reconhecido na liga como um grande marcador em sua posição, alguém que bota pressão no drible dos adversários e nas linhas de passe.

Acontece que, para aqueles mais ligados nas estatísticas avançadas (ou não), essa reputação não se justifica mais. De acordo com os números, aliás, o ex-astro do Celtics já não seria mais um atleta de elite, numa NBA abarrotada de excelentes armadores – Kyle Lowry nunca foi eleito para o All-Star Gagem, por exemplo.

Os pontos negativos apontados: Rondo não intimidou ninguém em suas últimas três campanhas. Seus oponentes convertiam arremessos acima de suas médias diante de seus longos braços. o Boston era melhor tanto no ataque como na defesa quando o atleta estava fora de quadra. O armador está acertando apenas 33% de seus lances livres, abaixo até mesmo de Andre Drummond e Mason Plumlee, um terror. Nas últimas três temporadas, o armador tem finalizado cada vez menos dentro do garrafão (2012-13: 36,3%; 2013-14: 32,6%; 2014-15: 31,5%, comparando com os 55,7% de 2008, o ano do título). Por que isso? Seja por receio de sofrer faltas e ir para os lances livres, ou por simplesmente não ter o mesmo arranque de antes, tenso sofrido uma grave lesão no joelho. Em sua carreira, ele acertou apenas 25,2% de até agora, e como isso vai funcionar ao lado de Monta Ellis, que converte apenas 30,4% de seus chutes de longa distância neste ano (e 31,8% na carreira?). Ellis também domina a bola em Dallas, sendo o atacante mais produtivo da liga em situações de pick-and-roll. Ter Rondo, que não ameaça ninguém no perímetro, não vai atrapalhar isso? E teria mais, mas o parágrafo já ficou gigante o bastante.


É quase um massacre, não?

Então quer dizer que o Dallas fez um negócio sobre o qual eles vão se arrepender prontamente?

Para os estatísticos, sim.

E aí temos um ponto bastante interessante: essa pode ser a segunda troca nos últimos dois campeonatos a contrariar sensivelmente aqueles mais apegados aos números, depois do sucesso obtido por Rudy Gay em Sacramento. (PS: os supernerds merecem um asterisco aqui, uma vez que o próprio Rudy Gay admitiu ter sentido, ouvido as críticas e mudado sensivelmente seu jogo na Califórnia.)

Rick Carlisle: mais um quebra-cabeça para ser montado por um técnico brilhante

Rick Carlisle: mais um quebra-cabeça para ser montado por um técnico brilhante

Mark Cuban, Donnie Nelson e Rick Carlisle obviamente estão atentos a tudo siso. O Mavs tem um dos maiores estafes administrativos nas operações de basquete da NBA. Considerando o sucesso que essa gestão teve nos últimos 15 anos, talvez o mais prudente seja confiar no que eles estão fazendo?

O primeiro e principal contraponto que eles e os defensores de Rondo poderiam fazer é que talvez o armador não estivesse lá muito empolgado em um time que não brigava por nada relevante. “Talvez”, só para colocar de modo educado, né? O consenso em torno de Rondo que ninguém vai discutir: que ele é um dos atletas mais enigmáticos/inteligentes/temperamentais/difícil-de-lidar-no-dia-a-dia da NBA. Por maior que fossem suas juras de amor aos leais torcedores de Boston, obviamente ele não foi o atleta mais determinado em quadra nessa temporada. Coração, concentração, empenho: ninguém ainda encontrou uma fórmula que dimensione esse tipo de coisa. “Ele queria sair, mas jamais iria dizer isso”, disse Kendrick Perkins, seu ex-companheiro de Celtics e talvez seu melhor amigo na liga.

Com o elenco experiente que Carlisle tem, eles acreditam que a personalidade singular do armador será devidamente assimilada. Que o ego não será um problema. E que, num time com aspirações sérias ao título, ele será outro atleta. Será o cara de dois anos atrás, quando, em 2012, liderou um envelhecido Celtics que levou o Miami Heat de LeBron, Wade e Bosh ao sétimo jogo de uma final de conferência inesquecível. “Ele é certamente o tipo de peça que pode render um campeonato”, disse Cuban. Algo com que o técnico Brad Stevens, do Celtics, parece concordar: “Sinto muito que tenhamos de enfrentá-los mais uma vez”.

Os dirigentes creem que, pela inteligência indiscutível de seu novo reforço, ele vai se encaixar tranquilamente no time, entendendo que se trata de uma estrutura complemente diferente da que tinha ao seu redor em Boston. “Não vou ficar dominando a bola assim. Um cara como o Monta precisa dela em suas mãos”, disse o veterano em sua entrevista coletiva de apresentação. “Vamos dizer para ele fazer o que sabe fazer, que é melhorar seus companheiros e envolvê-los. Ele é um guerreiro e um dos jogadores mais inteligentes na quadra. Daqueles que passa primeiro sempre, então acho que devemos curtir bastante jogar ao seu lado”, disse Nowitzki.

Apostam que um Rondo motivado significa um Rondo mais dinâmico e mais veloz,  contando que sua agilidade vai ajudar a amenizar os problemas de espaçamento ofensivo que seu arremesso deficiente proporciona. Além do mais, ele está substituindo Jameer Nelson. Ainda que o tampinha seja um arremessador muito mais gabaritado, combinando melhor com Ellis em teoria, já não tem punch para ser um armador titular na liga. Monta, em público, não manifestou preocupação e avalizou o negócio em conversa por telefone com Cuban: “O cara joga duro, não tem problema. Podem trazê-lo”.

Além disso, o próprio Carlisle tem se notabilizado em Dallas por sua capacidade de assimilar as mais diferentes peças e entregar um produto bastante coeso e perigoso em quadra. É um senhor treinador, daqueles que tira o melhor de cada um de seus atletas e procura amenizar, esconder suas deficiências.

Enfim, o Dallas já tinha um timaço, mas viu nessa negociação uma chance de dar mais um salto. Talvez estivessem incomodados com as cinco derrotas em suas únicas cinco partidas contra times posicionados na zona de classificação para os playoffs do Oeste. Essa conferência que empurra seus integrantes para o limite.

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Carlisle já confirmou: Rondo estreia neste sábado contra o San Antonio Spurs. Tem melhor coisa que isso? E aqui fica o jabá: o Sports+, canal 228 da SKY, transmite a partida com exclusividade no Brasil. Estarei nos comentários ao lado do enciclopédico Ricardo Bulgarelli. Rafael Spinelli narra de forma sempre empolgante e bem-humorada.

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Jae Crowder, Jammer Nelson e Brandan Wright: de time que sonha com título a projeto de reformulação

Jae Crowder, Jammer Nelson e Brandan Wright: de time que sonha com título a projeto de reformulação

É curioso comparar as declarações pós-troca.

Danny Ainge, chefão do Celtics, disse que o fato de ter escolhido Marcus Smart no Draft deste ano não tornou uma troca de Rondo inevitável. Acredita que os dois poderiam conviver numa boa. “Nós claramente cedemos o melhor jogador nesta troca, e isso geralmente não é o que gostamos de fazer”, disse, bem mais amargo. O fato de Rondo virar um agente livre ao final da temporada foi o que mais pesou, obviamente. “Havia por certo essa incerteza sobre o que poderia acontecer no verão.”

Donnie Nelson, o número 2 do Mavs, afirmou que o time pagou um “alto preço”, mas que valia a pena. Cuban foi mais contundente, como de costume. “Queremos merecer seu desejo de continuar aqui. Vamos fazer tudo o que pudermos para mantê-lo. Rondo não prometeu nada, mas acredita que o Dallas tem um futuro brilhante pela frente e que espera que o time fique junto a longo prazo.

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Se Rondo se encaixar perfeitamente com Dirk, Monta e Carlisle, o Dallas ainda vai ter um problema para resolver: Tyson Chandler precisa de ajuda. Aos 32 anos, ele pode não parecer tão velho, mas não podemos nos esquecer que ele foi um dos que pulou direto do high school para a NBA. Já está em sua 14ª temporada e, mesmo quando mais jovem, nunca foi tido como um ironman. Nos últimos dois campeonatos, ele disputou 121 partidas de 164 possíveis. Na atual campanha, tem média de 29,7 minutos, e seria prudente que essa quantia não fosse elevada de modo significativo, para preservá-lo para os playoffs. Sem Brandan Wright, no entanto, talvez não haja outra solução imediata para o técnico. De grandalhões no banco, ele terá de escolher entre Greg Smith, ex-Rockets, Charlie Villanueva, que não vai marcar ninguém, e o calouro Dwight Powell, que veio no pacote de Boston. É por isso que os nomes de Jermaine O’Neal (ainda indeciso sobre estender sua carreira) e Emeka Okafor (treinando por conta própria para entrar em forma, de olho num retorno no ano novo) já são especulados. São os dois principais alvos do clube.

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Do lado de Boston, como ficam as coisas? O técnico Brad Stevens podem se apegar ao que dizem os números: que Rondo estava mais atrapalhando do que ajudando o time. Seria esse o argumento interno mais popular no clube, certamente. Além disso, Brandan Wright tem características que preenchem lacunas importantes em seu elenco: um pivô atlético que protege o aro e oferece bom complemento a Jared Sullinger e Kelly Olynyk. Tyler Zeller é quem pode rodar nessa. O espigão vinha numa temporada das mais produtivas da NBA e vale um texto um pouco mais detalhado, já que seu caso também abre uma boa discussão sobre o modo de se enxergar as estatísticas.

Acontece que Danny Ainge não está pensando em chegar aos mata-matas nesta temporada. Para ele, o mais interessante é descolar mais uma escolha alta de Draft em 2015, se conformando em tocar uma reformulação lenta, dolorosa, mas talvez necessária. Jeff Green e Brandon Bass são nomes que vão aparecer no HoopsHype mais e mais.

Agora, vale também acompanhar de perto a evolução de Smart. O armador revelado em Oklahoma State já é um defensor de mão cheia – uma raridade para um calouro. Seu arremesso cai mais que o de Rondo, mas ainda está em manutenção. Dependendo da quantidade de minutos que receber de Stevens, pode virar um candidato a novato do ano.


Situação difícil: Faverani passa por nova cirurgia
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Giancarlo Giampietro

O Hospital Mesa de Castillo, de Murcia, na Espanha, publicou nesta tarde o seguinte tweet:

Aqui, temos o pivô Vitor Faverani prestes a passar por uma cirurgia no joelho esquerdo, para limpar uma inflamação persistente e avaliar seu menisco, que já havia sido operado em março deste ano. Estes são os fatos declarados. O que é mais difícil de entender e explicar é a situação delicada na qual o futuro do brasileiro em Boston fica em dúvida.

É a segunda cirurgia em sete meses para o jogador. Algo que já seria péssimo para qualquer pessoa, quanto mais para um jogador de basquete. Mas a situação piora bastante quando você é um jogador de basquete que está num clube que tem pouco mais de duas semanas para se livrar de pelo menos um contrato excedente em seu elenco um tanto bagunçado – com talentos que se duplicam e não necessariamente chamam a atenção da liga.

O gerente geral Danny Ainge chegou a este ponto ao fazer troca atrás de trocas na esperança de estocar escolhas de Draft  e formar um pacote que se tornasse irresistível e que lhe pudesse executar mais uma negociação que lhe desse um craque, como já havia que feito por Kevin Garnett e Ray Allen em 2007. As escolhas vieram, mas a tão sonhada transação envolvendo Kevin Love, não.

Smart e Young: duas raras certezas no time de Ainge e Stevens

Smart e Young: duas raras certezas no time de Ainge e Stevens

Agora, ele precisa resolver este impasse: no momento, o Celtics tem 20 jogadores com papelada assinada. No dia 28 de outubro, quando a temporada começar, este número precisa ser reduzido para 15. Obrigatoriamente. Destes, quatro deles podem ser dispensados sem… hã… problema – isso quando você consegue esquecer que está, na verdade, cortando, demitindo quatro pessoas. Os vínculos que podem ser rescindidos sem que o clube precise lhes pagar nada durante a temporada regular são de Christian Watford, Rodney McGruder e Tim Frazier, calouros convidados para o training camp, além do ala-pivô Erik Murphy, ex-Bulls, Jazz e Cavs, que chegou de última hora numa troca tripla.

Então tudo bem: o dirigente chegaria a 16. Ainda está sobrando um. Neste caso, as coisas ficam um pouco mais complicadas para se resolver. Pois os 16 atletas têm seus salários garantidos por todo o campeonato. Isto é, aquele que fosse desligado ganharia um belo cheque sem nem mesmo disputar um jogo sequer pelo time. O que os cartolas podem tentar fazer é acertar uma troca na qual a franquia só receberia uma escolha de Draft, os direitos sobre um jogador… Tudo menos um jogador. Ainge é um negociador quase compulsivo até e certamente já tem cenários em mente para seguir com esse plano – foi algo que conduziu Fabrício Melo, outro pivô brasileiro, para fora de Boston, inclusive, no ano passado.

Se não obtiver sucesso, aí, sim, teria de sacrificar um contrato. Mas qual?

É certo que os armadores Marcus Smart e Avery Bradley, o ala James Young e os os alas-pivôs Jared Sullinger e Kelly Olynyk jamais seriam mandados embora a não ser em uma negociação por uma estrela. Assim como Rajon Rondo, o melhor jogador do time. Ou Jeff Green, o ala que o clube parece dar muito mais valor do que a concorrência – cujo salário pode servir como grande peça para uma aguardada supertroca, da mesma forma que os de Brandon Bass, Marcus Thornton e Gerald Wallace (altíssimos e no último ano de duração). O pivô Tyler Zeller também ainda é jovem, tem grife, tamanho e bons fundamentos.

O que sobra? Se formos pegar pelos de menor valor, temos o ala-pivô Dwight Poweell, novato selecionado pelo Cavs no Draft e repassado para Boston ao lado de Murphy e Marcus Thornton, com salário de US$ 507 mil. O próximo da lista o armador segundanista Phil Pressey, com US$ 816 mil. Pressey, no entanto, é constantemente elogiado por Ainge e pelo técnico Brad Stevens. Faverani tem mais dois anos de contrato, mas só um deles é garantido, por US$ 2,09 milhões neste próximo campeonato. Há também o veterano Joel Anthony, com US$ 3,8 milhões para serem depositados. Matematicamente, Powell seria o corte mais barato. O canadense, revelado pela universidade de Stanford, membro de seleções de base, é três anos mais jovem que Faverani, no entanto, e vem batalhando na pré-temporada para tentar entrar na turma dos intocáveis.

Faverani não conseguiu jogar muito no primeiro ano de adaptação. Jogo exterior tem mais apelo

Faverani não conseguiu jogar muito no primeiro ano de adaptação. Jogo exterior tem mais apelo

E quanto ao brasileiro?

Vitor teve uma temporada de calouro na NBA irregular. Começou jogando muito, com direito ao incrível jogo de 18 rebotes e 6 tocos contra o Milwaukee Bucks no dia 30 de outubro, logo pela segunda rodada, mas viu seu tempo de quadra sendo reduzido gradativamente. Embora veterano de Liga ACB, o pivô passou pelo já tradicional período de adaptação ao basquete norte-americano – algo que Tiago Splitter e Mirza Teletovic, duas estrelas do campeonato espanhol, também encararam em San Antonio e Brooklyn, respectivamente.

Deslocado para a D-League, jogando pela filial Maine Red Claws, o brasileiro começava a ser produtivo (12,8 pontos, 9 rebotes, 2,8 assistências e 1 toco em 25 minutos) até sofrer a grave lesão. No geral, pela liga principal, o atleta disputou 37 partidas, com médias de 4,4 pontos, 3,5 rebotes em 13,2 minutos – numa projeção por 36 minutos, o rendimento é ótimo. Mais do que os números, o brasileiro possui características difíceis de se combinar e que valem muito na NBA moderna: o potencial para converter tiros de longa distância e ao mesmo tempo ajudar na defesa interior, com boa capacidade para tocos.

“Acho que ele provou que é bom. Quando ele estava recebendo minutos de nós e quando estava jogando na D-League, acho que ele provou a todos que é um jogador de NBA”, avaliou Ainge ao final da temporada. “Ele foi o único cara de nosso time que tinha, na verdade, qualquer tipo de presença na frente do aro. Mas uma vez que o (Kris) Humphries estava jogando bem, assim como Brandon, Kelly e Sully, foi duro para ele entrar na rotação. Teve também uma dificuldade com a língua e a cultura, mas, em termos de talento, acreditamos que ele definitivamente é um jogador de NBA. Gostaria de contratar mais um jogador que proteja o aro, mas acho que o Vitor provou que pode ter um papel no nosso time.”

As declarações eram animadoras – ainda que não pudessem ser levadas a ferro e fogo. Faverani pode ter mostrado talento, mas ao mesmo tempo não foi suficiente para ele entrar no time de Stevens, mesmo que o técnico tivesse carências na proteção da cesta e do garrafão. O diretor elogia e aponta alguns problemas. Vai ser político ao falar de seus jogadores. Dessa forma, a pré-temporada seria essencial para que o pivô mostrar serviço, evolução, justificando o investimento nele.

Vitor Faverani, Boston

Boston obviamente precisa de ajuda no garrafão, conforme mostrou contra o Bucks. Faverani entra nessa?

Acontece que seu joelho não ficou bom, nem mesmo com o tempo de descanso nas férias – período no qual precisou responder sobre um acidente de trânsito na Espanha, levantando suspeitas de que estaria embriagado, algo que ele negou de modo veemente. O tipo de incidente que não pega bem nos Estados Unidos e que a franquia não desmentiu, mas sobre o qual também não anunciou nenhuma punição.

O brasileiro se apresentou a Stevens ainda dores e inchaço, que o impediram de treinar direito. Passou por mais algumas baterias de exame de ressonância magnética, mas nada foi constatado. Constantemente questionado a respeito, o técnico já não sabia mais o que dizer aos repórteres. Até que o pivô decidiu viajar para a Espanha para consultar um médico com o qual é mais familiar. Chegou a Murcia e, dias depois, optou pela segunda cirurgia, que lhe deve afastar das quadras por seis a oito semanas. A pior hora possível, considerando o cenário exposto acima.

Quando indagado se havia a possibilidade de Faverani ser dispensado, Stevens afirmou que não havia conversado a respeito com seus superiores. O site Sportando afirma que existe essa hipótese, que ela vem sendo discutida. O jogador vai passar as primeiras duas semanas de recuperação em solo espanhol, adiando o retorno a Boston. Resta saber agora se o seu potencial vai prevalecer em meio as contas que Danny Ainge precisa fazer. A passagem de volta depende muito disso.


EUA reúnem em Las Vegas grupo que deve formar base da seleção no Rio 2016
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Giancarlo Giampietro

Coach K

Palestra (gratuita) do Coach K em Las Vegas: exposição para os jovens selecionáveis

É, Espanha, não tá fácil, não.

Se a geração de Pau Gasol e Juan Carlos Navarro ainda tem alguma ambição de subir ao degrau mais alto de um pódio em qualquer torneio internacional Fiba – se for num Mundial disputado em casa, melhor ainda ; ) –, as notícias que vêm dos Estados Unidos desde o final de semana não são nada animadoras. E, ok, o mesmo vale para Rubén Magnano e qualquer outro técnico de seleção com alguma ambição imediata de título.

Em Las Vegas, o Coach K acaba de reunir 28 jogadores para uma semana de treinamentos, mostrando que o trabalho de Jerry Colangelo na USA Basketball segue sério. Muito sério.

Veja bem: eles não vão disputar nenhuma competição este ano – não precisam jogar a Copa América por já estarem classificados para o Mundial, via Olimpíadas –, mas isso não impediu que o dirigente recrutasse mais de duas dúzias de jovens talentos para alargar as bases de possíveis convocados para as próximas temporadas.

Quem deu as caras por lá? Clique aqui e sinta o drama.

Alguns destaques: John Wall, Kyrie Irving, Ty Lawson, Paul George, DeMarcus Cousins, Anthony Davis, Greg Monroe, entre outros. De todos os jogadores convocados para este período de treinos, o ala-pivô Taj Gibson, do Chicago Bulls, era o mais velho, com 28 anos – mas acabou de ser cortado, devido a uma torção de tornozelo. As outras baixas são o ala Kawhi Leonard, recém-operado, e George Hill. Agora só sobraram jogadores nascidos entre 1987 (Lawson) e 1994 (o armador Marcus Smart, da universidade de Oklahoma State).

Alguns desses jogadores já chegaram ao nível de All-Star na liga norte-americana, outros estão no limiar. E não vai parar por aí. Para jogar o Mundial do ano que vem, a ideia é adicionar alguns “veteranos” da seleção americana, com Russell Westbrook, Kevin Love, James Harden e, claro, Kevin Durant já indicando que pretendem defender seu título. A ideia é essa, então: mesclar sangue novo, pensando adiante, com representantes das campanhas recentes para manter a hegemonia. Tudo sob a orientação precisa e educadora de Mike Krzyzewski, convencido a ficar no cargo.

Com o desgaste acumulado de mais três temporadas de NBA até que sejam realizados os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, é provável que pouco sobre da base bicampeã em Pequim e Londres para lutar pelo tricampeonato. De modo que muitos desses atletas agrupados em Vegas nesta semana podem dar as caras por cá, daqui a três anos. Hoje, eles ainda podem não ter a grife de seus antecessores, mas vem chumbo grosso de qualquer maneira.

A turma do Coach K

Escolinha do Coach K: passando as mensagens do programa

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Entre os 28 jogadores convocados para esta semana, dois casos reforçam a mentalidade profissional de Colangelo na condução das operações da USA Basketball: o caçula Smart e o ala Doug McDermott, da universidade de Creighton. Smart acabou de ser campeão mundial sub-19 na República Tcheca e McDermott defendeu os EUA na Universíade de Kazan. A presença dos dois entre tantas jovens estrelas da NBA manda uma mensagem: a de que todos teriam chance de fazer parte da seleção norte-americana, bastando cumprir algumas etapas do processo. Quer dizer: se você se “sacrifica” em um verão para, supostamente, jogar competições menores, pode ser premiado no futuro com uma vaga entre a elite.

Smart, por exemplo, é cotado como uma escolha top 5 no próximo Draft da NBA. Jogadores nessas condições já têm uma agenda (em todos os sentidos) cheia e tendem a abrir mão de compromissos com a seleção para acelerar suas classes e, ao mesmo tempo, trabalhar com seus treinadores superprotetores no campus. Na agenda política da NCAA, essas são coisas que pesam bastante. Já McDermott, também considerado um prospecto de NBA, embora em um patamar bem mais baixo, serve como um símbolo para outros atletas do segundo escalão: que mesmo eles podem ser valorizados caso topem jogar em torneios como a Universíade ou o próprio Pan-Americano.

É um modo criativo que Colangelo encontrou para fomentar a competitividade entre as diversas seleções norte-americanas.

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O promissor ala-armador Bradley Beal, do Washington Wizards, é outro que está contundido. Mas Krzyzewski ficou em cima do garoto, ainda adolescente. “O Coach K ainda quer que eu vá. Eles querem que eu compareça mesmo que eu não vá participar dos treinos”, afirmou o jogador, que já foi obrigado a ficar fora da liga de verão de Las Vegas por seu clube.

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A comissão técnica do Coach K para o próximo ciclo olímpico tem duas novidades: Tom Thibodeau, o mestre defensivo do Chicago Bulls, e Monty Williams, o jovem e já badalado técnico do New Orleans Pelicans. O veterano Jim Boeheim, de Syracuse, segue no estafe. Combinando os sistemas de marcação por zona de Boeheim com os conceitos híbridos de This, já dá para imaginar o sofrimento das seleções que tiverem de atacar o Team USA.

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Colangelo fez as pazes com DeMarcus Cousins. O pivô integrou um time de sparrings (o Select Team) no ano passado para ajudar na preparação da seleção olímpica norte-americana e passou a pior impressão possível. Desceu a lenha nos treinamentos, reclamou horrores e deixou os técnicos horrorizados, hehehe. O Boogie de sempre, chamado publicamente de “imaturo” pelo dirigente.  Mas os recursos técnicos do pivô são tão chamativos que… Não há quem aguente estender o castigo, de modo que o jogador do Sacramento Kings ganhou mais uma oportunidade em Las Vegas. “Isso não vai me incomodar de jeito nenhum. Ele me deu mais uma chance para chegar e provar meu valor”, disse o atleta. “É uma grande honra só de ter meu nome aqui.”


Conheça alguns dos candidatos a protagonistas nos mata-matas da NCAA
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Giancarlo Giampietro

As loucuras já vêm de uma ou duas semanas, mas se intensificam a partir desta terça-feira, com o início dos mata-matas da NCAA, o basquete universitário norte-americano. É uma oportunidade para ver de uma leva só uma infinidade de estilos, alguns extremamente contrastantes, com esses diferentes times espalhados em um gigante tabuleiro.

Há equipes como Winsconsin que vão murchar a bola de tanto driblá-la, de um lado para o outro, rodando, rodando, rodando, gastando o cronômetro. Por outro lado, uma equipe como North Carolina só funciona se a aceleração for máxima. Louisville, seguindo os mandamentos de Rick Pitino, não vai parar de pressionar a saída de bola. Syracuse, porém, deixa seu abafa montadinho em sua metade de quadra, com as formações complexas orquestradas por Jim Boeheim, sistemas que são ajudados pela quantia abundante de superatletas em seu elenco. Nem todos os times, porém, conseguem recrutar a nata que sai do colegial e precisam se virar com jogadores mais, digamos, mundanos, e aí os técnicos vão se adaptando.

Mas não são apenas as pranchetas a definir tudo. Os jogadores também têm seu espaço, ainda que poucos deles realmente estejam hoje formados, moldados, física e tecnicamente. Dividindo as horas de treino com estudos, ainda em fase de crescimento, muitos deles estarão completamente diferentes em quadra daqui a alguns anos, enquanto outros nem mais calçarão o tênis para bater uma bola, presos em suas mesas de escritório.

Abaixo, vamos nos concentrar naquelas figuras que esperam movimentar milhões em suas contas bancárias como profissionais de basquete, mesmo, e, no torneio nacional, encaram um momento muito importante, de propulsão para suas carreiras:

Kyle Anderson

Chega de soneca, Kyle

– Kyle Anderson, ala de UCLA, 19 anos, freshman. Estatísticas.
Dos calouros dos Bruins, Anderson não é o mais badalado ou promissor – essas honrarias ficam para o cestinha Shabazz Muhammad, que também tem, disparado, o melhor nome. Mas Anderson é um jogador mais intrigante, para não dizer engraçado. Com sua cabeleira desarrumada e sempre com uma cara e a postura de quem parece ter acordado há pouco, se arrastando pela quadra, mas influenciando a partida de diversas maneiras, especialmente com sua vocação para o passe. De longa envergadura, também pode fazer boas coberturas defensivas, apesar de lento. Seu estilo único desafia os scouts da NBA, que não conseguem encontrar um paralelo na liga para fazer qualquer comparação.

Trey Burke, armador de Michigan, 20 anos, sophomore. Estatísticas.
No ataque é completo, podendo fazer um pouco de tudo, atacando o garrafão com esperteza, habilidade e agilidade, convertendo também 40% dos arremessos de três pontos. É um bom passador, mas pode prender muito a bola também quando não sente confiança em seus companheiros de perímetro. Aliás, se for para ver Burke, já dá para observar de uma vez outros dois jogadores curiosos, de pedigree de NBA: Tim Hardaway Jr., filho do armador brilhante do Golden State Warriors, e Glenn Robinson III, filho do ala que já foi o número um do Draft de 1994 pelo Milwaukee Bucks. Vale também se encantar com o arremesso do ala Nik Stauskas (44,9% de fora).

Doug McDermott, ala de Creighton, 21 anos, junior. Estatísticas.
Todo ano a América profunda (e branca) precisa adotar um darling por quem torcer no torneio, e McDermott talvez seja o principal candidato ao posto já ocupado por Adam Morrison e outros que não o JJ Redick, que fazia as vezes de vilão. Um excelente arremessador, um arma de todos os cantos da quadra, matando 58,9% de dois pontos e sensacionais 49,7% de três. Também tem bons movimentos de costas para a cesta, vai bem nos rebotes, mas peca na defesa, sem a dedicação necessária para compensar sua vulnerabilidade a ataques frontais. E, se for para assistir McDermott, vale também conferir como anda o progresso do pivô Greg Echenique, aposta da seleção venezuelana que deve jogar a Copa América deste ano.

Ben McLemore, honrando a 23

Permissão para decolar conedida, McLemore

Ben McLemore, ala de Kansas, 20 anos, freshman. Estatísticas.
Chegou a uma das universidades mais tradicionais do basquete americano sem muita fama ou fanfarra, ficou afastado do time no ano passado e estreou nesta temporada completamente modificado, mais forte e com um arremesso refinado. Salta e corre demais e, por isso, se apresenta como uma excelente opção na transição. Também se movimenta bem fora da bola, em cortes para a cesta. Criar por conta própria, porém, ainda não é seu forte, com um drible deficiente, sem saída para a esquerda. Na defesa, pode se desconcentrar com facilidade, mas possui os atributos necessários para fazer um bom papel na NBA. Candidato ao primeiro lugar do Draft deste ano.

Victor Oladipo, ala de Indiana, 20 anos, junior. Estatísticas.
Um incendiário, ou algo muito perto disso. Energético, daqueles que não para nunca em quadra, é um defensor excepcional no perímetro que já mereceria uma boa atenção dos olheiros. Para completar, progrediu consideravelmente no ataque este ano, passando a acertar com maior frequência seus arremessos de três pontos. Assim como McLemore, funciona mais em quadra aberta, decolando e enterrando. Em meia quadra, ataca os rebotes ofensivos com voracidade incomum para alguém que vem do perímetro.

Kelly Olynyk, ala-pivô de Gonzaga, 21 anos, junior. Estatísticas.
Líder de uma das melhores equipes dos EUA. Leia mais sobre ele aqui. É um dos inúmeros jovens talentos do Canadá a despontar no circuito universitário. Nesta onda também está seu companheiro de Gonzaga, o armador Kevin Pangos, um jogador cerebral, assim como o ala Anthony Bennett, calouro de UNLV, de 2,01 m, mas um tanque debaixo da cesta e extremamente atlético.

Otto Porter, ala de Georgetown, 19 anos, sophomore. Estatísticas.
Um prospecto inexperiente, mas já consideravelmente sólido, com bons fundamentos de rebote, passe e arremesso, fazendo um pouco de tudo em quadra no ataque, podendo produzir para sua equipe sem necessariamente ser o centro das atenções. Esguio, com os braços longos, é outro com atleta com bastante potencial para a defesa. Top 5 ou 10 no próximo Draft.

Marcus Smart

Um tanque de guerra modelo Smart

– Marcus Smart, armador de Oklahoma State, 19 anos, freshman. Estatísticas.
Fisicamente, este jovem armador parece um homem entre garotos. Extremamente forte, pode atropelar os marcadores na base do contato, abrindo um corredor em direção ao aro, embora nem sempre use este recurso, parando no meio do caminho para arremessos forçados e inconsistentes. Tem um primeiro passo explosivo, mas talvez precise afinar um pouco o corpo para ganhar em velocidade e elasticidade. Na defesa é que mostra maior potencial, com mãos ágeis e muita combatividade para alguém de sua idade. Visto como um potencial candidato a número um do Draft deste ano, ainda como um diamante em estado bruto. Não custa, aqui, olhar para o ala Markel Brown, cestinha bastante atlético, sempre candidato aos melhores momentos da rodada.

– Nate Wolters, armador de South Dakota State, 21 anos, senior. Estatísticas.
É um armador alto que compensa sua velocidade reduzida com muita inventividade no drible, arrumando espaço para infiltrações de passo em passo, tudo no tempo certo, seja no mano-a-mano ou em combinações de pick-and-roll. Controla bem a bola embora seja muito exigido no ataque de sua equipe, que já está satisfeita apenas de ser convidada para a festa, sem ambição alguma de título. Pode não causar a comoção nacional que causou Jimmer Fredette em seus tempos de BYU, mas é constantemente comparado ao armador reserva do Sacramento Kings. Contra Burke, na primeira rodada, ganha a chance de aparecer em uma competição de elite para os scouts da NBA.


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