Vinte Um

Arquivo : Londres-2012

Hortência afirma que caso Iziane estava mexendo com nervos da seleção
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Giancarlo Giampietro

Em bate-papo/entrevista com Galvão Bueno nesta quarta-feira, no SporTV, Hortência, diretora da seleção feminina, soltou um pouco mais do vinha falando durante a semana, desde o (nada) chocante corte de Iziane na França.

Franciele escondida pela bolaA ex-jogadora vinha adotando uma postura bastante sigilosa em torno do caso, ainda mais pela fria em que se meteu, depois de ter brigado por muito tempo e com muita gente para bancar a ala maranhense. Agora sabemos um pouco mais sobre a história, importante demais por tocar no que se refere ao restante do grupo, as 11 meninas que já estão em Londres.

“Não preciso falar sobre o que aconteceu, porque ela já veio a público e contou tudo o que aconteceu, o que achei muito legal. Ela estava levando namorado para a concentração, e isso não é permitido. Mas já estava (notando) um clima ruim, e aí fui atrás. Apertei aqui e ali, e… (e se informou sobre o caso)”, afirmou.

Depois, a dirigente acabou cometendo o que considero uma indiscrição ao dizer que o técnico Luiz Cláudio Tarallo não sabia do que vinha acontecendo. “A equipe se assustou um pouco (com o corte), mas elas sabiam o que tava acontecendo. A comissão técnica, não.”

Hortência hoje vê a seleção mais unida e usou uma vitória sobre a Croácia em seu último amistoso, nesta quarta-feira, como indício disso. “O time está subindo.”


Prévia olímpica: Coach K leva revolução tática ao basquete. Mais ou menos como o Barcelona no futebol
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Giancarlo Giampietro

As escalações dos Estados Unidos durante seus amistosos preparatórios têm deixado muita gente de cabelo em pé. Quando o gigante Tyson Chandler sai de quadra, não há nenhum candidato claro para assumir sua posição de “ão” em quadra, a do pivozão, o cincão, o xerifão, seja qual for o aumentativo que o basqueteiro aprecie mais.

Como? Vai jogar sem pivô mesmo!?

Diante de anos e anos com essa formatação tradicional empregada pelas equipes, fica difícil de entender ou aceitar. Mas essa é precisamente a revolução tática o que Mike Krzyzewski, o Coach K, vem instaurando na seleção norte-americana e que agora é levada ao extremo nos Jogos Olímpicos de Londres-2012.

Kobe Bryant, Barcelona

Kobe adora o Barcelona de Messi

Pensando num paralelo talvez bem acessível no país do futebol: o Team USA emula, de certa forma, o que o Barcelona fez nos últimos anos nos gramados sob o comando de Pep Guardiola, ganhando praticamente tudo o que disputou durante três temporadas.

Lionel Messi, na escalação da TV, aparecia como centroavante, mas ele não era exatamente isso. O brasileiro Dani Alves saía de lateral para ponta pela direita, recuando em algumas ocasiões, nos jogos mais fáceis, para zagueiro pela direita rapidamente, tudo no mesmo jogo. E o Iniesta? Meia, meia-atacante, ponta, atacante ou, pasme, volante que avança? Mascherano: reverenciado na Argentina como volante, efetivado no clube catalão como zagueiro.

Não foi assim que eles botaram tudo o que foi retranca na roda? Até esbarrarem num Chelsea ou numa Internazionale aferrolhados aqui e ali, foi, e a crítica aceitou perfeitamente e se apaixonou. Pois bem, agora chegou a vez de encarar essa reeducação no basquete, como o professor Paulo Murilo tenta passar há tempos. Nesta terça, em amistoso em… Barcelona, foi a vez de os espanhóis aprenderem isso: quando jogaram sem um pivô tradicional, os norte-americanos venceram os campeões europeus por 18  pontos na conclusão de suas partidas preparatórias para as Olimpíadas.

A reeducação
Estamos habituados a tratar as posições do basquete num quinteto de 1 (armador) a 5 (pivô), passando didaticamente por 2 (ala-armador, ala arremessador ou escolta), 3 (ala purinho da silva) e 4 (ala-pivô, ala-de-força).

Mas o Coach K explica que em sua seleção as coisas não funcionam assim, não: “O modo como coordenamos nosso ataque não é com 1-2-3-4-5. O ataque que estamos tentando encaixar dá aos jogadores ações em que eles possam improvisar. Ninguém está casado com uma certa posição na quadra. Não seria legal fazer isso com esses caras. O principal para nós será o espaçamento e a versatilidade”.

Tyson Chandler, Team USA

Chandler, cincão solitário dos EUA

Para vocês não acharem que esse é só o blablabla do técnico, rabisco de prancheta, temos aqui dois jogadores corroborando o plano tático. Como o (?) ala Kevin Durant “O Carmelo pode levar a bola e jogar de pivô. LeBron pode jogar de 1 até 5. Eu? Não sei se eu posso jogar de 1, mas consigo ir de 2 a 5”, afirmou o astro do Oklahoma City Thunder.

E que tal um LeBron James? “Não tenho uma posição. Apenas me coloque para jogar. Meu papel é o mesmo que tenho no Miami: fazer o que for necessário para vencer.  Se tivermos de jogar com uma formação salta, que seja. Se no jogo tivemos de jogar com uma formação baixa, então que façamos isso. Jogar de armador. Marcar o armador. Não importa a mentalidade.”

Mão-de-obra
Claro que precisa de fundamento também para colocar em prática, não são todos os atletas capacitados para por em prática esse plano. No fim, não deixa de ser um resquício também da influência do “Dream Team” de 1992 sobre as gerações que o sucederam.

Kevin Garnett não cresceu idolatrando Pat Ewing ou David Robinson, mas, sim, aquela turma legendária do perímetro, não importando a sua altura – no folclore norte-americano, inclusive, consta que KG sempre procurou mentir sua altura para que não fosse taxado de pivô. Queria ser chamado de ala, e seria difícil fazer seus técnicos aceitarem isso caso fosse medido como um cara de 2,13m, 2,15m de altura. Não é que não saiba atuar como pivô: o lance é que ele sabe fazer tudo na quadra, mesmo.

Com uma base formada por esses jogadores de talento múltiplo, é para esse rumo que os EUA estão empurrando as coisas. Priorizando velocidade em detrimento de tamanho. “As pessoas dizem que nossa equipe não é alta o suficiente, que não tem uma linha de frente grande, mas a nossa rapidez compensa isso. Se sairmos no contra-ataque, quem vai nos parar?”, questiona Durant. “Vai compensar muito.”

Desta forma, o Coach K também consegue aproveitar melhor seus talentos. Hipoteticamente: se ele tivesse preso a posições, pode ser que um jogador 3 menos qualificado ficasse na seleção no lugar de um jogador 5 muito mais qualificado. Com atletas chamados de “híbridos”, ele prefere usar de uma vez os cinco melhores que tiver em mãos do que priorizar posições. E não faz sentido?

Carmelo, Durant e LeBron: Team USA

Carmelo, Durant e LeBron: três alas? Três pivôs?

Tendência
O (?) ala-pivô Chris Bosh inicialmente estava nos planos para a seleção norte-americana, mas acabou cortado devido a uma lesão no abdome. Dias antes de seu corte e distante do que os companheiros iriam executar nos treinamentos, ele havia detectado esse mesmo padrão de jogo em seu campeão Miami Heat.

“Geralmente, a final da NBA é o protótipo para onde o basquete está indo. O fato é que estamos jogando rapidamente, colocando caras tradicionais na próxima posição disponível. Colocar Shane Battier e LeBron na posição 4, com isso funcionando, acho que você vai poder ver isso se espalhar para outras equipes. Vamos ver como será”, afirmou o jogador, que, no fim, acabou fazendo as vezes de um “cincão” sem exatamente se enquadrar nesse perfil.

“É até legal por que posso dizer que sou o pivô titular dos campeões da NBA. Mas se você olhar para mim não iria acreditar nisso. Os outros caras são bem maiores que eu, mas o jogo está mundo, acho, e está se tornando bem mais rápido. A fórmula parece funcionar.”

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Prévia olímpica: “Voltamos a falar de basquete”
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Giancarlo Giampietro

Era sábado passado, uma galera reunida no clube Ipê de São Paulo para comemorar as primaveras do Fernando Gavini, repórter da ESPN Brasil: à parte das rodinhas de futebol e daqueles que esmiuçavam as tramas envolvendo a tal da Carminha e a dupla atuação de Débora Falabella, tinha muita gente instigada com a seleção brasileira masculina de basquete.

Juro!

Claro que o blogueiro aqui, nessas ocasiões, parece andar feito aquele nerd com o papel colado nas costas, no qual estaria escrito “o tonto do basquete”. Talvez o basquete só fosse inevitável, mesmo, no lero em que o tonto estivesse presente. Bem mais provável.

Huertas de moicano

O pessoal quer falar sobre basquete

Mas chega de digressão: é fato que o assunto está aí fora para um monte de gente, né? Vemos os jornais dando bastante espaço, as mesas redondas essencialmente boleiras dos canais fechados abrindo concessões e o interesse aumentando.

Por anos e anos, a pauta era a lamentação pela ausência do time, algo que vinha desde Atlanta-1996. Hoje, podemos discutir que tipo de adversário se encaixa com o estilo da seleção, se Magnano deve escalar este ou aquele, se temos chance de medalha etc. No sábado, até mesmo uma derrota em amistoso para a França suscitava algumas dúvidas e debates. Estava no grupo daqueles que não importava o resultado, mas tinha muita gente que dizendo que não podia perder.

No fim, o consenso que realmente importava, naquela ocasião, foi destacado pelo chapa Thiago Mantovani, editor também da ESPN Brasil: “Pelo menos voltamos a falar de basquete!”, definiu o nosso cincão dos tempos de Cásper Líbero, que, nestes tempos de revolução do Coach K, poderia ficar para trás na quadra.

Então estamos assim: o Brasil de volta no masculino, com chances, e todo mundo falando a respeito. Já é um enorme avanço.

E o tem chance mesmo. A seleção chega para brigar, sim. Se não houver nenhuma lesão desagradável daqui para a frente. Caso a defesa se mostre com a vontade e empenho apresentados desde Mar del Plata. Com um Marcelinho Huertas muito exigido, para não dizer sobrecarregado. Se souberem a hora certa para atirar de três pontos, ouvindo bem os assovios de Rubén Magnano de fora da quadra.

Eles são não são obrigados a chegar ao pódio. Num degrau abaixo de Estados Unidos e Espanha, está tudo muito nivelado entre um punhado de seleções, incluindo aqui a brasileira, a russa, a argentina, a francesa e a lituana. Fazendo as contas, já estamos falando em sete times aqui para três vagas. Não dá para exigir nada em termos de pódio, então. Agora, uma eliminação na primeira fase seria uma tremenda decepção – um cenário muito difícil pelo que vimos do time até aqui, mas, sinceramente, não dá para ignorar. Uma derrota na estreia para a Austrália colocaria muita pressão na equipe.

Quando chegar a hora – tipo daqui a dois dias –, falaremos mais a respeito.

E o bacana é isto: chegaram as Olimpíadas, e podemos discutir, suar, passar mal e falar de basquete.

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Prévia olímpica: a chance de as meninas jogarem como um time
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Giancarlo Giampietro

Hortência e Érika

Hortência entra em quadra, mas não pode ser a 12ª jogadora infelizmente

A Iziane vai falar aqui e ali, mas, pelo menos nas próximas duas semanas, a ala maranhense é passado em termos de seleção brasileira. Esperemos que os colegas em Londres não atormentem as outras 11 legitimamente olímpicas com isso.

A aposta de Hortência na cestinha não deu em nada – ou melhor, só deu em mais polêmica –, e agora as meninas têm a chance de provar em Londres que talvez não valesse tanto esforço assim pela imprevisível jogadora.

Que elas possam se unir e fazer a melhor Olimpíada possível. E aqui não dizemos meramente no sentido de “grupo fechado”, “família Tarallo” e nhe-nhe-nhém. Vale isso, ok, mas valeria muito mais uma equipe unida em quadra em torno de um jogo coletivo, bem disputado, com defesa e ataque solidários.

Tem gente de peso que acredita nisso: alguém cujo apelido “Magic” de nenhum modo parecia heresia, mesmo que tivesse de sustentá-lo em tempos em que a memória de Earvin Johnson Jr., aquele camisa 32 do Lakers, ainda era bem viva. Enfim, Paula escreveu em seu blog no R7: “O jogo da Iziane jamais me encheu os olhos. Não gosto de quem joga por jogar, quem não sabe escolher a melhor opção, quem não lê o jogo, que não joga para equipe. Enfim, não faz minha cabeça”.

Continua a genial armadora e agora empreendedora: “Estou mais convencida de que está na hora de apostar em jogadoras que tenham em mente a importância de um TIME, e que o individual jamais pode se sobrepor ao trabalho do grupo”.

Estrela por estrela ainda temos uma pivô como Érika, uma força natural absurda. A jovem Damiris também está em ascensão e tem muitos recursos. Elas têm talento para desequilibrar, ainda que a ala-pivô, bem jovem, não precise desse tipo de responsabilidade por ora.

Mas, com a despedida de Iziane, o técnico Tarallo tem agora nos Jogos uma ótima oportunidade para envolver essas atletas de enorme talento em benefício de um conjunto, ao mesmo tempo em que pode armar esse conjunto, essa equipe de um modo que potencialize as qualidades e virtudes de suas atletas.

Se o time jogar bem, fazendo as coisas certas, as estrelas e o talento tendem a fluir naturalmente.

Nesse contexto, realmente não faria sentido algum impor qualquer medida forçosamente.

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Atiçados, EUA promovem blitz em último amistoso e atropelam a Espanha
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Giancarlo Giampietro

A Espanha provocou.

A torcida e os reservas vibravam com as andadas marcadas contra Kobe Bryant. Serge Ibaka, reforço contratado no ano passado, cravava e fazia pose no garrafão. Cabreiro, Kevin Durant não se conformava e amassava o aro. LeBron James também se precipitava e cometia turnovers. Coach K parava o jogo por precaução.

Oito pontos de vantagem contra os norte-americanos?

Vamos!

E foram, mesmo. A Espanha ainda venceu o primeiro quarto por 23 a 21, mas os Estados Unidos voltaram mudados para quadra e concluíram sua série de amistosos pré-olímpicos com mais uma vitória em Barcelona: 100 a 78 (vantagem bem mais largo do que fizeram contra Brasil e Argentina). Jogaram duro até o fim e só se contentaram quando chegaram ao placar centenário.

Carmelo Anthony, Team USA

Carmelo queimou a redinha no 1º tempo

Depois do tempo de Krzyzewski, começou a blitz. Sai Chris Paul, entra Deron. Entra Russell Westbrook. Entra Andre Iguodala. Volta Durant. Volta Kobe. Não para: a pressão fica absurda em cima da bola.

No ataque, equilibrando a balança, Carmelo Anthony, que vinha sendo questionado, só não fez chover no ginásio catalão. Marcou 22 pontos só no primeiro tempo, contra 25 do restante dos seus companheiros, para colocar os visitantes na frente. Não perderiam a liderança nunca mais. É complicado: quando não é Durant, vem Anthony. Quando não tem Anthoy, vem James. E segura.

No terceiro quarto, com um inefetivo Tyson Chandler preso no banco e os três alas-pivôs escalados – Durant, Melo e LeBron –, a diferença chegou a 20 pontos.

Para não ficar tão feio assim, o técnico Sergio Scariolo enfim começou a mexer seus pauzinhos. Passou a defender por zona, com as pestes chamadas Victor Sada e Sergio Llull na cabeça do garrafão, devolvendo um pouco a pressão na linha de passe. Por um tempo, os americanos, agora só com reservas em quadra, se enroscaram, e a vantagem caiu um bocado.

Quando iniciou o quarto final, com a cavalaria de novo a postos e Scariolo retirando sua defesa por zona (que só retornou nos minutinhos finais, para mais testes), o jogo já estava no papo. O amistoso, pelo menos.

*  *  *

O segredo do técnico Sergio Scariolo, que dirige a Espanha? Guardou Marc Gasol a partida toda novamente. O pivô do Memphis Grizzlies está com esse problema físico há um bom tempo, pode ser sério, mas e se for jogo de cena? De modo que os EUA ainda não sabem o que é enfrentar a Espanha com Ibaka e os irmãos Gasol na rotação. Felipe Reyes, envelhecido, foi presa fácil.

*  *  *

De resto, difícil acreditar que a Espanha tenha tirado tanto o pé assim. Perder em casa desse jeito não seria a melhor despedida antes de partir para as Olimpíadas, por mais que os irmãos Gasol tenham dito ao New York Times na véspera que não iam mostrar tudo. “Kobe não gosta de perder para ninguém, mas eu gostaria de deixá-lo vencer amanhã e derrotá-lo em Londres. Isso seria o ideal”, afirmou Pau.

*  *  *

LeBron não cansa de surpreender. Impressionante: em alguns momentos marcou Pau Gasol, no mínimo cinco centímetros mais alto e bem mais comprido, no mano-a-mano, sem ajuda, no centro do garrafão, sem perder posição. Do outro lado, quando os dois se enfrentaram, não houve como o pivô do Lakers parar na frente do trator do Miami Heat.

*  *  *

Vamos combinar: a partir de agora, quando o Coach K colocar em quadra Westbrook, Durant, LeBron e Carmelo ao mesmo tempo, vamos chamar aqui de Team Freak, ok? O ritmo fica alucinante, com Deron ou Paul armando.


Nocioni provoca e coloca em dúvida favoritismo dos EUA
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Giancarlo Giampietro

Depois de a Argentina fazer um jogo duro e um tanto conturbado contra os Estados Unidos neste domingo, perdendo por apenas seis pontos (86 a 80), o ala Andrés Nocioni fez questão de colocar mais lenha no forno para provocar os norte-americanos. Tudo de acordo com sua especialidade, como nós conhecemos muito bem.

“Os Estados Unidos mostram que fisicamente são muito superiores a qualquer equipe Fiba, mas, quando alguém joga de igual para igual, eles começam a se fazer muitas perguntas. De modo que são totalmente mortais e vão ter de trabalhar muito duro para conseguir o ouro e não estou tão certo de que o consigam”, afirmou o ala, de quem, no fim, os norte-americanos também se recordam. “Demos um susto importante neles.”

Nocioni em ação contra os Estados UnidosEm seu auge físico, o Chapu peitava, trombava e batia sem dó na NBA, tendo virado um dos jogadores favoritos dos torcedores de Chicago. Também agradava aos seus treinadores pela dedicação em cada treino. Não aliviava para ninguém.

É um veterano guerreiro e não perdeu a chance de atiçar alguma fagulha contra um rival que vão enfrentar na primeira fase em Londres-2012. Quanto mais tumulto, neste caso, melhor para Nocioni e Argentina.

Neste domingo, em Barcelona, após uma falta antidesportiva de Chris Paul em Facundo Campazzo, Luis Scola e Kevin Durant se estranharam por um bom tempo, LeBron James entrou na parada, Ginóbili foi junto, e, a partir dali, os campeões olímpicos de 2004 só subiram enquanto os atuais campeões patinaram. Dessa vez foi Kevin Durant a acertar algumas bolas de três a mais – das sete que converteu no jogo, glup – nos minutos finais para conter a reação.

Os EUA haviam passeado em quadra no primeiro quarto, e a Argentina, preocupante, parecia pronta para tomar mais uma surra daquelas, assim como no confronto com a Espanha. “Viemos para cá preparados para jogar uma grande partida, a sair melhor para a quadra, mas não foi algo que obviamente não aconteceu. Contudo, conseguimos nos recuperar num jogo que parecida perdido já no primeiro quarto. Fizemos o que tínhamos de fazer: jogar da melhor maneira que podíamos, jogar duro e de modo físico e tratar de lutar”, afirmou o ala.

Nocioni, então, respirou fundo antes de finalizar dizendo que a Argentina está no páreo, apesar de alguns amistosos não muito empolgantes.  “Foi muito importante. A verdade é que estávamos passando por aí uma imagem de (que estávamos) um pouquinho fora de ritmo. Hoje demonstramos que estamos bem, na linha que deveríamos estar e ainda faltam sete dias. Teremos mais alguns treinamentos duros aqui na Espanha e creio que, com esta atitude, vamos com muita fé.”


Tony Parker representa um desafio diferente ao Brasil neste sábado
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Giancarlo Giampietro

Na Argentina, Pablo Prigioni prima como um armador muito mais cerebral, que sabe controlar o relógio como poucos, mas que não agride muito a defesa adversária. Por outro lado, Chris Paul pode fazer um carnaval para cima de qualquer defesa. Deron Williams também se infiltra feito um trator. Mas ambos mudam um bocado pela seleção norte-americana, considerando o tamanho do arsenal com que jogam nessas ocasiões, diminuindo bastante suas responsabilidades como matadores.

Tony Parker, de óculos, FrançaEm seu penúltimo amistoso antes das Olimpíadas, contra a França de Tony Parker, a seleção brasileira vai enfrentar um desafio totalmente diferente: um armador que fica muito tempo com a bola em mãos, mas buscando sempre o ataque, tentando de modo agressivo vencer a primeira barreira adversária.

O que a França não tem muito são exímios chutadores de longa distância – ainda mais se o ala Nicolas Batum estiver fora de ação ou sintonia, visto que sua preparação para as Olimpíadas foi atrapalhada pela negociação arrastada com o Minnesota Timberwolves que, no fim, não deu em nada. Ele teve de encarar, por exemplo, uma looooonga viagem nesta semana de Paris até Portland para ser examinado pelos médicos da franquia, que cobriu a oferta milionária encaminhada. O outro companheiro de perímetro de Parker, Nando De Colo, recém-contratado pelo Spurs, tem média de apenas 34% em sua carreira na Liga ACB, com 36% na última temporada.

Então, teoricamente, dá para congestionar o garrafão e ver o que acontece. Se fosse tão fácil assim, contudo, muitos clubes da Conferência Oeste da NBA não teriam sofrido tanto para anular Parker. Uma vez que ele passa, as ramificações são diversas e perigosas: ele pode avançar rapidamente até o aro para a bandeja com velocidade. Se essa bola lhe for tirada, seu floater de curta distância é um chute muito difícil de ser marcado. Além disso, os pivôs franceses são na maioria ótimos atletas capazes de reagirem com rapidez para aproveitar as assistências e estufar a redinha.

Não dá para pedir que Huertas jogue tanto no ataque e ainda fique com uma incumbência defensiva pesada dessas. Então… Magnano vai deslocar Alex para marcar o armador? Larry vai ganhar mais tempo de quadra? Vamos ver qual caminho o argentino vai seguir, sem ignorar o fato de que ele talvez não esteja assim tão disposto a mostrar todas as suas cartas em uma partida preparatória a poucos dias dos duelos que realmente importam.


Iziane volta a trair as companheiras de seleção
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Giancarlo Giampietro

Iziane, pela seleção

Iziane jogou o Pan, mas está fora das Olimpíadas

O Bala deu o furo ontem (vizinho taí pra isso!), Iziane está fora de Londres-2012, e imagino que a vontade de boa parte da galera era levantar a placa básica: “Eu já sabia!”

Nos últimos meses, Hortência, que apostou tudo na jogadora, e Iziane contaram com a sorte em termos do tabuleiro específico para “astros que vão, ou não, se apresentar, se comportar e jogar as Olimpíadas pelo basquete brasileiro”. A dupla Nenê e Leandrinho chamou muito mais atenção nesse caso, e a maranhense ia tocando sua vida com a seleção feminina com um pouco mais de sossego.

Ou melhor: certamente “sossego” não é o termo mais apropriado.

Não foi divulgado o motivo exato para o corte da cestinha. A CBB apenas cita “razões disciplinares”. Segundo consta, não houve briga, bate-boca com a diretora ou com o técnico. Então que tipo de episódio poderia acontecer para uma atitude tão drástica assim?

Ao que parece, não foi necessariamente um só ato abusivo que tenha motivado essa decisão. Nesta quinta-feira, teria acontecido apenas a gota d’água após “uma reincidência de erros”, como relatou Hortência ao Bala. Agora, se foi assim mesmo, a dúvida que fica: desde quando a ala vem aprontando (o time já está treinando há dois meses…)? A segunda: por quantas vezes as regras foram quebradas a ponto de o Brasil jogar apenas com 11 jogadoras um torneio tão ‘insignificante’?

São duas perguntas importantes para se responder uma terceira crucial: precisava o problema chegar a Estrasburgo, na França? Tão tardiamente assim?

Quais foram os erros anteriores que foram sonegados de modo que o time não jogará com força máxima uma Olimpíada?  E, no caso, nem por ter desfalque por lesão de última hora: o time simplesmente não vai conseguir escalar nem mesmo 12 atletas por causa de uma indisciplina que já havia sido detectada antes e não foi corrigida.

Isso deixa qualquer um envolvido com o processo pê da vida, para lá de chateado.

Antes de pensarmos em pátria e blababla maior, o fato é que Iziane deixou suas companheiras na mão. Se houve uma sucessão de deslizes por parte da jogadora, a ponto de ser inevitável o corte, dá para dizer que Adrianinha, Karla, Chuca, Joice, Franciele, Silvia, Clarissa, Damiris, Nádia, Érika e Tássia – respectivamente, do 4 a ao 15, pulando um número – foram traídas pela jogadora 8. Mais uma vez. E a CBB falhou em protegê-las.

*  *  *

Ao UOL Esporte, Iziane se recusou a comentar, informar ou falar qualquer coisa a respeito do(s) ato(s) que tenham motivado seu corte. “Não posso falar sobre isso. Minha assessoria publicou uma nota. Não posso falar com a imprensa”, afirmou. Justamente uma das atletas mais desbocadas do esporte brasileiro. Para a ESPN Brasil, teria falado em tom de indignação de que “sempre sobra” para ela”, segundo relatou José Trajano após conversa com o excepcional José Roberto Salim, que conversou com a jogadora durante o dia. Francamente: o que ela poderia dizer além disso? Sai técnico, entra técnico, e só há um denominador comum na história toda.

– Atualização (20h15): Mais tarde, em pronunciamento ainda na França, a ala abriu o jogo: passou algumas noites no quarto do hotel da seleção com seu namorado. “Sei que a atitude foi inadequada e que esta sanção não pune só a mim como todo o trabalho que realizamos”, disse. Pediu desculpas ao grupo e a Hortência.

*  *  *

O Vinte Um espera que as 11 jogadoras restantes consigam superar essa e tentar, de algum modo, reverter a situação, juntando os cacos. Mas é difícil, claro. Por outro lado, não sei exatamente o quanto a seleção perde neste caso em quadra.

Antes que me acusem a ignorância, calma.

O talento da maranhense é inegável, é a pontuadora mais natural da equipe, ainda explosiva (infelizmente, em muitos sentidos). Mas, durante os amistosos, ela vinha muito mal, destrambelhada no ataque, um problema de longa reincidência também. Agora o foco, imagino, precisa ir para Érika no garrafão, nem que seja na marra – só não dá para esperar que a superpivô faça milagres. Damiris também deve ganhar mais oportunidades, a despeito de seu jogo deslocado para o perímetro.

*  *  *

Faz tempo que não abordamos o basquete feminino por aqui – havia acompanhado bem mais de perto a versão anterior da seleção, o time de 2006 a 2008, com algumas meninas que já não fazem parte do grupo (a simpatia de Karen e Micaela era um destaque). Abrindo o jogo, fica difícil de dar conta de tudo, e por vezes é melhor não falar muito para não correr o risco de se passar por leviano.  Então para muitos a intervenção aqui pode parecer estranha. Mas é impossível evitar o caso Iziane. Vamos acompanhar todo o torneio olímpico e, na medida do possível, falar das meninas também no decorrer da temporada.


Não tem crise, mas Durant não aguenta mais ver LeBron
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Giancarlo Giampietro

Kevin Durant x LeBron James

Durant: sai pra lá, LeBron

Pensa assim: você mal acabou de sofrer maior frustração de sua jovem carreira profissional e, na semana seguinte, já tem de lidar com aquele cara que te fez passar o maior carão?

Acontece dia-a-dia em cada escritório por aí na sua cidade e está ocorrendo agora, em quadra, neste momento, com o trio Kevin Durant, Russell Westbrook e James Harden, todos do Oklahoma City Thunder, todos obrigados a conviver diariamente com LeBron, aquele que os estraçalhou durante as finais da NBA, nos treinos da seleção norte-americana para Londres-2012.

No mínimo, estranho, né?

“Mas o que posso fazer?”, questiona Durant. “Ele é meu companheiro agora. Sou um jogador de equipe. Não posso isso deixar afetar nosso jogo. Isso é algo maior. É difícil perder nas finais e já jogar ao lado do cara que você enfrentou por cinco jogos e o cara que te bateu. Para mim, apenas tenho de passar por cima disso, ser um ótimo parceiro ainda e jogar duro.”

LeBron aquiesce: “Aposto que os incomoda. Eles provavelmente nem querem ouvir nada sobre isso. É algo que me incomodaria também. Perder numa final, quando estão todos competindo no mais alto nível e você querendo vencer para, depois, pouco depois ter de jogar junto incomodaria qualquer um”.

Bom dizer que LeBron e Durant têm uma certa amizade. No ano passado, para afogar as mágoas por suas derrotas diante de Dirk Nowitzki, os dois se juntaram em um ginásio de Ohio para treinarem juntos, um batendo o outro para ver se passava. Foi a chamada “semana infernal”.

Bem, se serve para alguma coisa, ao menos Durant, Westbrook e Harden não precisam jogar agora também com Dwyane Wade e Chris Bosh, cortados.

PS: veja o que o blogueiro já publicou sobre Kevin Durant em sua encarnação passsada.


A Rússia no grupo do Brasil. E aí?
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Giancarlo Giampietro

Rússia: no caminho dos brasileiros

Difícil encontrar metáfora que me satisfaça mais do que a do copo meio-cheio x meio-vazio.

Vamos apelar a essa sabedoria popular, então, para falar sobre o ingresso da Rússia no grupo da seleção brasileira masculina nos Jogos de Londres-2012.

A versão otimista da coisa, em que ainda tem muita coisa no copo, é a seguinte: seria uma possibilidade a menos de rival forte do outro lado para enfrentarmos numa eventual oitavas de final. A pessimista, em que o copo já está acabando: crescem as chances de ficarmos em quarto ou até mesmo sermos eliminados na fase de grupos.

Pensando bem, em termos  da versão otimista, não tem muito alívio: digamos que passem EUA em primeiro e, em alguma ordem entre segundo e quarto, Argentina, França e Lituânia. Ter a Rússia, ou não, neste apanhado, não faz diferença nenhuma. Por outro lado, com os caras na nossa chave, já está garantido mais um adversário chato de cara. E segue o que disse Magnano ao Basketeria antes de saber qual seria o adversário: “Se você me der para escolher, eu preferiria indubitavelmente Nigéria ou República Dominicana do que Rússia ou Lituânia”.

Agora… Para conquistar medalha em Olimpíada não dá para esperar vida fácil, mesmo. Tem de bater Rússia, Argentina, Lituânia, Grécia, ooops, Nigéria, qualquer coisa desse nível. Não tem como fugir disso.

Pelo que observamos do time de David Blatt neste Pré-Olímpico mundial e no último europeu, destacamos o seguinte:

– Por mais que Alexey Shved tenha evoluído horrores, ele ainda não está pronto para ser um armador principal solitário em quadra, e a marcação forte que Magnano vem instaurando na seleção pode surtir efeito; Anton Pronkashov é uma máquina de turnovers e Vitaly Fridzon é um  combo guard muito melhor chutando de três do que para armar para os outros. O ideal é pressionar bastante com uma defesa adiantada, pensando nos dois sujeitos que vêm abaixo.

– Uma vez que a Rússia se estabelece no ataque, boa parte de sua criação de jogadas se oncentra no ala Viktor Khryapa, que é capaz de acumular linhas estatísticas dignas dos bons tempos de Boris Diaw na NBA, com um pouco (ou muito) de tudo: rebotes, assistências, pontos, tocos e bloqueios. Varejão, Splitter, ou qualquer grandão que sobre com ele vai precisar de cuidado, porque o russo costuma operar muito bem da cabeça do garrafão, bem distante da cesta, organizando o jogo.

– Andrei Kirilenko, bobagem apresentá-lo, é o outro ala e, ao lado de Khryapa, oferece uma combinação muito interessante. Os dois circulam bastante pelo perímetro interno, e fica difícil de segui-los. De novo o cuidado requerido para os nossos pivôs, que são ágeis para enfrentar Sasha Kaun e Timofey Mozgov, mas não tão rápidos para seguir um dínamo como AK-47. Por isso, dá para imaginar Guilherme Giovannoni e Marquinhos com um longo tempo de quadra nesse confronto.

Eles têm tradição, mas o Brasil histórico também tem. A barra fica mais pesada, mas isso também não quer dizer que já não estava. Dá um bom jogo, desde que nossos rapazes atendam bem ao que o argentino pede do lado de fora da quadra.