Prévia olímpica: “Voltamos a falar de basquete”
Giancarlo Giampietro
Era sábado passado, uma galera reunida no clube Ipê de São Paulo para comemorar as primaveras do Fernando Gavini, repórter da ESPN Brasil: à parte das rodinhas de futebol e daqueles que esmiuçavam as tramas envolvendo a tal da Carminha e a dupla atuação de Débora Falabella, tinha muita gente instigada com a seleção brasileira masculina de basquete.
Juro!
Claro que o blogueiro aqui, nessas ocasiões, parece andar feito aquele nerd com o papel colado nas costas, no qual estaria escrito “o tonto do basquete”. Talvez o basquete só fosse inevitável, mesmo, no lero em que o tonto estivesse presente. Bem mais provável.
Mas chega de digressão: é fato que o assunto está aí fora para um monte de gente, né? Vemos os jornais dando bastante espaço, as mesas redondas essencialmente boleiras dos canais fechados abrindo concessões e o interesse aumentando.
Por anos e anos, a pauta era a lamentação pela ausência do time, algo que vinha desde Atlanta-1996. Hoje, podemos discutir que tipo de adversário se encaixa com o estilo da seleção, se Magnano deve escalar este ou aquele, se temos chance de medalha etc. No sábado, até mesmo uma derrota em amistoso para a França suscitava algumas dúvidas e debates. Estava no grupo daqueles que não importava o resultado, mas tinha muita gente que dizendo que não podia perder.
No fim, o consenso que realmente importava, naquela ocasião, foi destacado pelo chapa Thiago Mantovani, editor também da ESPN Brasil: “Pelo menos voltamos a falar de basquete!”, definiu o nosso cincão dos tempos de Cásper Líbero, que, nestes tempos de revolução do Coach K, poderia ficar para trás na quadra.
Então estamos assim: o Brasil de volta no masculino, com chances, e todo mundo falando a respeito. Já é um enorme avanço.
E o tem chance mesmo. A seleção chega para brigar, sim. Se não houver nenhuma lesão desagradável daqui para a frente. Caso a defesa se mostre com a vontade e empenho apresentados desde Mar del Plata. Com um Marcelinho Huertas muito exigido, para não dizer sobrecarregado. Se souberem a hora certa para atirar de três pontos, ouvindo bem os assovios de Rubén Magnano de fora da quadra.
Eles são não são obrigados a chegar ao pódio. Num degrau abaixo de Estados Unidos e Espanha, está tudo muito nivelado entre um punhado de seleções, incluindo aqui a brasileira, a russa, a argentina, a francesa e a lituana. Fazendo as contas, já estamos falando em sete times aqui para três vagas. Não dá para exigir nada em termos de pódio, então. Agora, uma eliminação na primeira fase seria uma tremenda decepção – um cenário muito difícil pelo que vimos do time até aqui, mas, sinceramente, não dá para ignorar. Uma derrota na estreia para a Austrália colocaria muita pressão na equipe.
Quando chegar a hora – tipo daqui a dois dias –, falaremos mais a respeito.
E o bacana é isto: chegaram as Olimpíadas, e podemos discutir, suar, passar mal e falar de basquete.
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