Vinte Um

Categoria : Notas

Diferentemente do futebol, Real Madrid é líder em início equilibrado da Liga ACB
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Giancarlo Giampietro

Nikola Mirotic, estrela emergente na Europa

O jovem astro Mirotic lidera um ataque que está nos trinques

No Campeonato Espanhol de basquete, a Liga ACB, as coisas estão invertidas em relação ao de futebol, La Liga (de las Estrellas, coisa cafona). Para a bola que quica, nesta temporada quem manda por enquanto é o Real Madrid, enquanto o Barcelona aparece no pelotão intermediário. Isso, claro, depois de um blogueiro aí ter eleito o time catalão como o grande favorito ao título.

São sete vitórias em sete rodadas para o clube merengue, o único invicto até o momento. Sob o comando de Pablo Laso, um pouco mais solto de que seu antecessor, o cerebral Ettore Messina, a equipe da capital também tem disparado o melhor ataque da competição, com 627 pontos convertidos, sendo que o segundo é o Estudiantes, do Lucas Bebê, com 579. Seu saldo de pontos também é o maior, com 94 pontos (média de +13,4 por jogo).

Para comparar, o Barça tem até o momento surpreendentes três derrotas no campeonato, ocupando um ainda mais inacreditável sétimo lugar. Com 558 pontos marcados e 476 sofridos, tem a terceira melhor defesa, atrás de Bilbao (456) e Unicaja Málaga (469) e saldo de +82 pontos, 11,7 por confronto, de todo modo também uma margem confortável, embora ainda não traduzida diretamente para a tabela de classificação.

A equipe catalã está situada no enorme pelotão de cinco concorrentes com o mesmo número de vitórias e reveses, que se estende até a 12ª posição, ocupada pelo Valladolid. Outro agrupamento engloba do segundo ao sexto colocados, no qual estão Baskonia (Caja Laboral), Valencia, Málaga, Gran Canaria e Bilbao. Nesse bolo todo, apenas uma vitória separa o vice-líder do 12º lugar.

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O Real conta com quatro jogadores com duplos dígitos na pontuação (o jovem Nikola Mirotic, ultratalentoso é o cestinha com 15,1 pontos), e poderia ter um quinto não fossem os 9,9 de Jaycee Carroll, astro do Azerbaijão. Para o mundo Fiba, especialmente na Liga ACB, é bastante coisa. A equipe tem média geral de 43% nos tiros de três pontos (líder), 56% nos dois pontos (quarto) e 17,1 assistências (líder). Um ataque que realmente está nos trinques e ainda vai ganhar o reforço do pivô brasileiro Rafael Hettsheimeir, que ainda trabalha para recuperar a melhor forma depois de uma cirurgia no joelho.

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Naturalizado espanhol, draftado pelo Bulls, Mirotic aparece como o jogador mais eficiente da Liga em sete rodadas, com 19,3 pontos de valoração, pouco acima dos 19 do canadense Levon Kendall e do ala americano Tariq Kirksay. Kendall, aliás, faz uma dobradinha do Canadá no topo da lista dos cestinhas, que tem o experiente ala Carl English na dianteira, com 17,9 por partida, acima dos 16,4 de seu compatriota. Por curiosidade, o espanhol mais bem ranqueado é Alberto Corbacho, ala do Obradoiro (Blusens Morbús), em sexto, com 14,7. O pivô argentino Leo Mainoldi é quem vem dominando a tábua de rebotes, com 8,57 de média, acima do brasileiro Vitor Faverani (7,71).  Marcelinho Huertas aparece em terceiro nas assistências, com 4,43, abaixo das 6,57 de Andrés Rodríguez, do Obradoiro, e das 5,0 de Llull.


Leandrinho ou Rondo: quem é o mais rápido? Doc responde
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Giancarlo Giampietro

Leandrinho, o Vulto Brasileiro

Corra, Leandrinho, corra

Diante de todas as questões que Doc Rivers tem para responder no início irregular de campanha do Boston Celtics, a que ele provavelmente não teria muita necessidade de responder era sobre quem era mais rápido: Leandrinho ou Rajon Rondo, de um lado da quadra até o outro?

Mas o esporte não começou assim? Quem era o mais forte, o mais rápido, o que pula mais? São elementos que, de todo modo, estão dissipados na dinâmica do basquete. Então é claro que um viciado em basquete como o técnico adoraria uma pergunta dessas. E que temas como esse devem dominar vestiários em uma liga cujo nível de capacidade atlética é incrível.

“Uau, esta é uma boa pergunta. Acho que é o Rondo. Mas quer saber? Talvez tenhamos uma corrida em breve”, afirmou Doc, que, depois, foi questionado sobre quem ganharia um tiro rápido entre seu armador e uma aberração física como LeBron James. “Ah… Essa já foi discutida no nosso ônibus. Rondo acha que é ele. Os outros acham que é LeBron.”

Claro que o armador pensa ser mais rápido que o LeBron. Se não ele não se chamaria Rajon Rondo, oras. Ele é o mesmo que já disse que não precisa de amigos na NBA e nem tem tempo para isso.

Mas voltando à brincadeira de Doc. Imagine uma disputa no All-Star Weekend sobre quem seriam os jogadores mais rápidos da liga. Tony Parker competindo. Quem mais? Monta Ellis, Russell Westbrook, Derrick Rose, e todos os ligeirinhos. Mais divertido que os jogos de celebridades e a competição de arremessos com veteranos e atletas da WNBA certamente seria.

O que eu queria, mesmo, era ver se qualquer um deles poderia superar Charles Barkley:


Varejão agora estabelece recorde de pontos na NBA, mas Cavs perde
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Giancarlo Giampietro

Depois de estabelecer seu recorde pessoal de rebotes logo na estreia, Anderson Varejão dessa vez superou sua marca pessoal de pontos em um jogo da NBA, num início de temporada simplesmente arrasador. O capixaba dessa vez somou 35 pontos e 18 rebotes em 37 minutos de ação. E seu Cleveland Cavaliers ainda perdeu para o Brooklyn Nets por 114 a 101.

Anderson Varejão x Brook Lopez

Varejão ataca o molenga Brook Lopez

A melhor marca do brasileiro na liga norte-americana até então havia sido a de 26 pontos contra o Chicago Bulls em fevereiro de 2009. Os 35 pontos da noite desta terça-feira podem ter sido, aliás, um recorde pessoal do jogador em sua trajetória como profissional. Nos tempos de Barcelona, no final de sua adolescência, é extremamente difícil pensar que tenha atingido uma marca dessas. Alguém aí de Franca por acaso se lembra de algo parecido em seu início pelo clube?

Pela seleção, o máximo que consegui achar foram 27 pontos contra Porto Rico pela Copa Tuto Marchand de 2009, um quadrangular amistoso preparatório para a Copa América em que o Brasil, dirigido por Moncho Monsalve, venceu tanto a Argentina de Luis Scola como os portorriquenhos, novamente, na casa deles. Naquele torneio continental, aliás, ele fez sua melhor campanha com o time nacional, em ótima dupla com Tiago Splitter.

Agora voltando ao campeonato 2012-2013 de Varejão em Cleveland. Afastado de boa parte da temporada passada devido a uma lesão grave no pulso, jogando enferrujado nas Olimpíadas, fica meio claro que ele entrou babando em quadra neste mês. É como se todo o aspecto selvagem de seu jogo – Wild Thing, tá? 🙂 – estivesse represado por um tempo. Abriram a porteira.

O pivô tem agora médias de 15,8 pontos e 13,7 rebotes por partida, em sete jogos (contra 7,4 e 7,2, respectivamente, em sua carreira de oito temporadas). Ele ficou fora apenas do confronto com o Golden State Warriors, devido ao joelho direito inchado após levar uma pancada duas noites antes, contra o Los Angeles Clippers. Apesar dos esforços do brasileiro, o Cavs já perdeu seis de suas oito partidas. Cinco desses duelos, porém, foram realizados fora de casa, resultando em quatro reveses.

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Enquanto o brasileiro esteve em quadra contra o Nets, o Cavs venceu por quatro pontos. Dado inferior apenas ao saldo de seis pontos que o ala Alonzo Gee conseguiu em 38 minutos. A equpe de Byron Scott sofreu, na verdade, com a produção de seus reservas, com míseros seis pontos vindos do banco, em mais de 60 minutos combinados entre seis atletas. Afe.

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Outro recorde de Anderson nesta terça: o cabeleira conseguiu 16 cestas de quadra. Até então, em sua carreira, só havia encaçapado a bola dez vezes num mesmo jogo, em quatro ocasiões diferentes – a última delas contra o Bucks em março deste ano.

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Dos 18 rebotes que Varejão apanhou contra o molenga Brook Lopez, 11 foram ofensivos. Istoé, ele já teria um double-double mesmo se não tivesse coletado nenhuma sobra na tábua defensiva. No total, na temporada ele agora soma 35 rebotes no ataque, média de cinco por partida.


Houston Rockets manda Scott Machado e mais dois para liga de desenvolvimento
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado vai ter de arrumar as malas e cair na estrada. Ele tem uma viagem de cerca de 500 km para fazer entre Houston e Hidalgo, pequena cidade localizada ainda no Texas. Passadas duas semanas de temporada regular na NBA, o Rockets decidiu, enfim, enviar o jovem armador para sua filial na D-League, o Rio Grande Valley Vipers.

Scott Machado pelo Rockets em Las Vegas

Scott vai ter tempo de quadra pela primeira vez desde a pré-temporada

Sem ser aproveitado no elenco, ficando fora até mesmo do banco de reservas, o movimento por parte da franquia não pode ser encarado como um rebaixamento para o nova-iorquino brasileiro. Em meio a dezenas de viagens, um corre-corre danado, é mais fácil que ele mostre serviço para sua diretoria e comissão técnica e diretoria jogando com regularidade, em vez de depender dos minutos escassos de coletivos.

Aliás, em sua mudança, Scott vai acompanhado de dois companheiros do Rockets, o ala Royce White e o ala-pivô Donatas Motiejunas, duas escolhas de primeira rodada do clube nos últimos anos e que também mal vinham sendo aproveitados pelo técnico Kevin McHale – ele tem dado prioridade a seus jogadores mais experientes. Dos novatos, apenas Terrence Jones fica, então, em Houston, embora tenha minutos esporádicos nas partidas.

O salário do armador não muda. Ele continua sendo pago pelo clube surpreendeu ao contratá-lo este ano, torrando mais de US$ 5 milhões em salários de jogadores dispensados, e pode ser chamado de volta para a qualquer momento por McHale para o time principal. O que muda é sua rotina: as instalações, as viagens, a rotina de um atleta da D-League são bem mais modestas do que os luxos que rodeiam os astros do primeiro escalão.

O nível de competitividade também é intenso. Cada um dos jogadores inscritos no campeonato de desenvolvimento sonha com uma contratação por parte dos primos ricos. Atletas como Scott, Motiejunas e White são vistos como alvos preferenciais dos concorrentes – é a chance de competir com caras que desfrutam da “mamata” e mostrar que são melhores ou que pelo menos têm nível para voos mais altos. Mas não que isso vá assustar o armador, que teve de batalhar bastante para entrar no radar da NBA jogando pela pequena universidade de Iona. Depois de ser ignorado no Draft, suou um pouco mais para garantir seu contrato. Então não tem nada de novo para o rapaz.

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Veja alguns jogadores que o Houston Rockets já mandou para Hidalgo: o armador Aaron Brooks, o ala Steve Novak, o pivô Joey Dorsey, o ala-armador Jermaine Taylor, o armador Ish Smith, além do pivô Greg Smith, do ala-pivô Patrick Patterson e do ala Marcus Morris (os três ainda no Rockets). Desses, apenas Dorsey e Taylor estão fora da NBA hoje, sendo que o primeiro por opção – foi campeão europeu pelo Olympiacos na temporada passada e recusou propostas que considerou baixas por parte da liga. Taylor acabou de acertar com o Lagun Aro na Liga ACB espanhola e vai fazer companhia ao nosso Raulzinho.

Outros atletas passaram pelo Vipers e ainda têm contratos: o ala Terrell Harris, reserva de Dwyane Wade e Ray Allen no Miami Heat, o ala Ivan Johnson, duro-na-queda do Atlanta Hawks, e o armador Will Conroy, que conseguiu neste ano uma vaga no Minnesota Timberwolves.

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Quem não reagiu nada bem ao comunicado sobre a decisão do Rockets foi o ex-técnico de Motiejunas na Euroliga, Tomas Pacesas, com quem trabalhou no Asseco Prokom. Na real, o cara ficou furioso. “Não fiquei só surpreso, mas nervoso com esse tipo de decisão. Na minha opinião, Donatas é um dos melhores pivôs não só da Europa, mas no mundo também. Suas capacidades físicas e técnicas deixariam jogá-lo bem mesmo na piada que é essa liga” disse. “Para mim, Donatas é tão bom quanto Jonas Valanciunas e poderia jogar tão bem ou talvez melhor que ele na NBA.”

O treinador teria sugerido, então, que seu ex-pupilo – paparicado pelos olheiros europeus há anos e anos, isso é fato – se daria melhor num time como o Toronto Raptors ou o San Antonio Spurs, duas franquias historicamente ricas em seus relacionamentos com jogadores vindos da Europa. Mal sabe ele o que anda acontecendo com Tiago Splitter…


Lituânia ataca e diz que Europa está unilateralmente contra mudanças da Fiba
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Giancarlo Giampietro

A Lituânia está muito longe de conseguir uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, não tem voz ativa na Organização Mundial do Comércio e nem está inserida nos planos estratégicos de nenhuma potência mundial. Mas, quando o assunto é basquete, todo mundo precisa ouvir.

Pouco depois do anúncio das drásticas mudanças no calendário mundial de seleções por parte da Fiba, a federação lituana se pronunciou a respeito. E de modo revoltado, indignado, estupefato, contrariad: escolha o que quiser. Revelaram que a Europa toda está contra as alterações, incluindo a Euroliga. E dizem que a NBA não foi consultada….

Linas Kleiza, Lituânia

Linas Kleiza, máquina mortífera lituana que pode ser desfalque em eventuais rodadas no prováfel calendário fictício da Fiba

“É óbvio que o sistema precia ser reformado, com novas ideias de condução de nossas competições, para que possamos atrair mais mercados, espectadores e televisão”, afirmou o secretário geral Mindaugas Balciunas. “Mas tudo precisa ser analizado extensamente, quando mudanças cardinais são feitas. A Fiba declara que a reforma é decidida pela vontade de fortalecer o prestígio do Campeonato Mundial de Basquete, para dar a oportunidade para as seleções nacionais jogarem mais em casa e envolver mais times no torneio principal.”

“Tudo isso soa bem e legal. Mas é preciso notar que vai ser muito difícil instaurar estes planos. A Euroliga e a Uleb foram contra a reforma, e a Fiba Europa vovtou unilateralmente que esta reforma é inaceitável para o nosso continente. A NBA nem discutiu o tema. Alguém vai se interessar por uma competição na qual os times usam suas equipes secundárias porque não haverá jogadores da NBA ou Euroliga?”, questionou, já adiantando informações importantíssimas.

“Dá para dizer que a reforma foi feita de olhos fechados. A Fiba contratou experts que trabalharam para a Fifa e a Uefa, e por isso que o modelo do futebol foi copiado cegamente. Não sei se ese caminho tem algum futuro”, afirmou. Mas tem mais.

“A Lituânia e outros países de muita tradição no basquete estão lutando numa arena internacional agora por algumas coisas, porque achamos que a reforma está senco conduzida sem envolver participantes fundamentais, sem dar consideração nenhuma para suas opiniões”, completou.

Tal como no futebol, a Fiba cria agora as “Datas Fiba”, nas quais as seleções jogariam em eliminatórias regionais por uma vaga na, agora, Copa do Mundo de basquete. Haveria jogos em fevereiro e novembro, no meio das temporadas regulares das principais ligas do mundo. Faltou combinar apenas com o restante das pessoas envolvidas no processo. Coisa pouca.

 


Nenê ainda não sabe quando poderá voltar a jogar pelo Wizards
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Giancarlo Giampietro

A situação já é mais que alarmante. Passadas duas semanas de temporada regular, e o pivô Nenê ainda não fez sua estreia pelo Washington Wizards. Pior: ele, na real, ainda nem sabe quando poderá voltar a jogar.

Nenê contra australianos

Enquanto Marcelinho não se cansa de chutar, as trombadas de Nenê são pouco recompensadas

O brasileiro chegou a se consultar com o diretor médico do – prepare-se – Instituto para Pé e Reconstrução do Tornozelo no Hospital Mercy, em Baltimore, na semana passada, para ver o que acontece com sua fascite plantar. Teria ouvido que estava “provavelmente a umas três semanas distante”, segundo o Washington Post.

O que o jogador não soube explicar, nem o jornalista era se isso queria dizer que ele levaria uns 20 dias para meramente voltar a treinar, ou se era necessário esse tempo para ele vestir o uniforme para valer. Nenê, então, prefere agora nem quer dar prazo algum.

“Quero me curar 100%. Não quero encurtar minha carreira. Preciso cuidar disso agora. Quero acaar com a dor, porque ainda está dolorido. Algumas vezes eu tento pensar que, tipo, tenho de me apressar, quando estou fazendo uma sessão de fisioterapia. Mas isso poderia ser um erro. Tenho de ser verdadeiro comigo e saber que essa situação é séria”, disse.

Uma frase nada otimista para o pivô de 30 anos, hein?

Aliás, segundo o brasileiro, seus problemas foram além de uma fascite plantar. Ele teria rompido um ligamento na base do pé, enquanto outro estaria irritado, causando ainda mais problemas. Por isso, os críticos “não têm ideia” do que vem enfrentando. “Eles acham que é uma dor simples”, se defende.

Sem Nenê, sem o armador John Wall – que deve retornar entre dezembro e janeiro –, os vizinhos de Barack Obama ainda não conseguiram sequer uma vitória em cinco jogos. Esta é mais uma temporada que promete ser bem looooonga para os corajosos torcedores do Wizards. Somente os fãs do Detroit Pistons, num caos total, lhes fazem companhia como aqueles que ainda não comemoram um triunfo no campeonato.


James Harden conta o seu lado da história e revela mágoa com ultimato do Thunder
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Giancarlo Giampietro

James Harden em foco

Muitas vezes é bem fácil tomar um lado, especialmente o do clube, e tacar uns bons xingos em direção ao atleta, né? Você não sabe as particularidades da negociação, apenas se perde nos números de seus salários e vai achar que tudo o que eles fazem, ou deixam de fazer, é um absurdo.

James Harden se recusou a continuar no Oklahoma City Thunder por causa de US$ 7 milhões? Mercenário.

James Harden preferiu trocar um candidato perene ao título por uma equipe em reconstrução? Não liga para vitórias, só qué sabê de grana.

Normal. Em todas as modalidades há muitos exemplos, mesmo, de jogadores que parecem não ligar para muitas coisas além da conta bancária, patrocínio, fama e outras amenidades. Na NBA, então? Tá cheio. Só não quer dizer que esse é o padrão, que todos sigam de acordo com essas regras.

Enquanto vai se adaptando a Houston, se sentindo mais confortável, o barbudo aos poucos vai abrindo o jogo sobre sua saída do Thunder. Contou seu lado da história na fracassada negociação para renovar o contrato, culminando em sua transferência para o Houston Rockets. Em entrevista ao Yahoo Sports, disse que recebeu um ultimato: que teria apenas uma hora para decidir se topava a última oferta da franquia. Se não, seria trocado.

“Depois de tudo que construímos, você me dá uma hora? Essa era uma das maiores decisões da minha vida. Queria ir para casa e rezar por isso. Isso me feriu. Feriu”, afirmou. “Quem sabe (o que iria acontecer se tivessem dado um prazo maior)? Outro dia, quem sabe o que outro dia teria feito?”, indagou.

Deixem o ala falar mais: “Ouvi muitas coisas. Ouvi que era ganancioso, que não me importava em vencer. Ouvi duvidarem de minha lealdade. E fiquei pensando: ‘É claro que quero vencer. Tenho vencido na minha vida toda’. Qualquer um tem sua própria opinião sobre mim. (Em Oklahoma) Fui para o banco de trás e fiz o que fosse necessário para o time vencer. Algumas noites eu pontuei. Em outras eu passei. O que fosse preciso para vencer. Agora estou de volta aos velhos tempos. Precisando ser o líder, precisando fazer cestas. Em qualquer situação, vou me dar bem”.

Deu para sacar que Harden precisava realmente desabafar, né?

Com esse espírito ele começou sua trajetória pelo Rockets avacalhando com a oposição. Foram 82 pontos e 19 assistências nos dois primeiros jogos. Isso rendeu, claro, muitas manchetes. Foi um chamariz danado. Vieram, então, as defesas mais apertadas, mais determinadas em parar o talentoso barbudo. Nas três partidas seguintes, três derrotas, ele foi limitado a apenas 17 chutes de quadra convertidos em 57 tentados (aproveitamento pífio de 29%). Ele também cometeu 16 desperdícios de bola. Aumentou a pressão. Na penúltima partida, foram apenas 4 em 18 arremessos. Cortesia da marcação de Tony Allen.

“Sabia que ele era capaz de conseguir algo em torno de 30 pontos. Ele tem jogado com um ar de vingança. Apenas quis ir para a quadra e competir e não ser um dos caras acertados por 30 pontos. Assumi isso como um desafio. E ainda tive a ajuda de muitos caras para marcá-lo”, afirmou o ala do Grizzlies, um voraz defensor.

Harden não é nem o jogador espetacular das primeiras duas rodadas, nem esse desastre ofensivo que os números das três derrotas podem indicar (mesmo porque ele sempre dá um jeito de contribuir se o arremesso não está caindo: cava muitas faltas, converte seus lances livres e ainda pode criar para os parceiros).

O que ele vai ser pelo Hoston a gente ainda não sabe.

Só dá para falar que magoado com o ex-clube ele está.


Lakers já entra em contato com Phil Jackson. Agora depende do Mestre Zen
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Giancarlo Giampietro

Phil Jackson

As despedidas de Phil Jackson do Lakers têm duas coisas em comum: foram bastante turbulentas e duraram pouco.

Ou melhor: podem durar pouco.

Neste sábado o LA Times já publica que a franquia entrou em contato com o Mestre Zen . “Eles estão tentando contratá-lo feito malucos”, diz uma fonte anônima (o agente? Jeanie Buss? Derek Fisher? Arnold Schwarzenegger? Vai saber. De todo modo, a frase é boa e a gente encaixa aqui). Ainda não fizeram uma proposta concreta, ainda fica no campo da sondagem, mas já conta como um primeiro, e importantíssimo passo, para preparar mais um retorno triunfante ao comando de uma nova versão de seu elenco estelar.

O passo mais importante, na verdade: ninguém vai duvidar que ele seja a pessoa certa – e mais preparada, em todos os sentidos – para o cargo, dinheiro não é o problema, a torcida já pediu, os jogadores se animaram etc. etc. etc. Mas o que precisa ser tirado do caminho é a guerra tola de egos e mostrar que a franquia (leia-se “Jim Buss”) está pronta para recebê-lo de braços abertos. Isso depois de ter demitido todos os assistentes, scouts e, se bobear, os gandulinhas ligados ao professor em 2011. A ideia era promover uma mudança completa, num expurgo de qualquer influência do passado recente. Que agora pode virar o futuro.

(Tudo o que liga o clube ao técnico tem a ver com a expressão trocadilhosa “A volta dos que não foram”, é tudo meio confuso, contraditório, num clima de “ame ou odeie” assim mesmo).

Segundo o Times, Jackson não deixou de acompanhar o Lakers de perto e está interessado no cargo novamente. “Ele nunca se afastou do jogo”, dizem as fontes anônimas.  Então dá para imaginar Jackson em suas pescarias com Luc Longley sempre com o iPad ligado, plugado com o League Pass conectado, né?

Hã… Também não chega a tanto.

De todo modo, em carecia disso. Uma mente brilhante, devota ao jogo como a do treinador mais vitorioso da história da liga não precisa de muito empurrão, combustível para engrenar e botar um plantel como o do Lakers para funcionar.

Segundo consta, a diretoria angelina pretende definir o substituto de Mike Brown em “quatro ou cinco dias”. Algo rápido. Se Jackson, por alguma razão, não topar o retorno, Mike D’Antoni seria o plano B, devido a sua ligação com Nash, o respeito de Kobe e também pelas poucas opções disponíveis no mercado.

Mas a prioridade parece – e deveria ser – Jackson. Seu salário de US$ 10 milhões em seu último ano de contrato equivaleria a 8,3% do contrato anual de TV que o clube tem em Los Angeles. Para rearranjar um time desconjuntado, seria uma barganha. Mesmo que já estejam pagando mais US$ 10 milhões para Mike Brown sem empregá-lo (e que ninguém sinta pena do demitido, aliás).

“Conhecendo-lo do jeito que sei, acho que é só uma questão de saúde. Ele é um perfeccionista, todos sabemos disso. Se ele se sentir pronto para isso, para dar o que ele acha que tem de dar aqui, acho que ele estaria interessado”, afirma Kobe. “Ele ensina os jogadores a serem pensadores. Ele ensina as pequenas nuanças, os detalhes intrincados do jogo que nem todos sabem.  Não é culpa do restante, mas, quando falamos de basquete, ele está na classe dos gênios. É difícil para qualquer um assumir uma responsabilidade dessas depois que os jogadores foram cultivados sob uma tutela dessas”, completou o astro.

Tudo parece fazer muito sentido para não tentar essa via, a via Zen outra vez.

Phil e Kobe

Kobe e Jackson já conquistaram cinco títulos juntos


Temporada da NBA começa desastrada para a família Rivers
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Giancarlo Giampietro

Era para ser uma celebração, né?

Quando um filho decide seguir a carreira do pai, e os dois têm a chance de se encontrar em atividade, numa NBA ainda? Que se estoure o champanhe. Mas, agora que acabou a garrafa, a família Rivers precisa se livrar da ressaca. O começo de temporada está complicado para Doc e Austin.

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Por questão hierárquica, de respeito, comecemos pelo pai.

Com Pierce e Garnett ainda produtivos, o elenco reforçado por mais veteranos e também pernas novinhas em folha, o Celtics abriu sua campanha com a perspectiva de ser o único time do Leste capaz de desafiar o campeão Miami Heat. Por enquanto, sua luta, mesmo, é para chegar ao 50% de aproveitamento.

Doc Rivers

What’s up, Doc?

Em cinco jogos, duas vitórias e três derrotas. Vale o oitavo lugar no Leste, empatado com o Orlando Magic pós-Dwight Howard. O Orlando Magic de Glen Davis e E’twaun Moore, dois jogadores ex-Boston, diga-se. Em termos estatísticos, a equipe de ascendência irlandesa tem apenas o 20º ataque mais eficiente do campeonato e, pasme, a 19ª defesa eficiente. Ah! E as duas vitórias aconteceram contra  o Wizards, com Nenê e Wall de molho.

“Temos que fazer com que mais caras joguem com mais empenho e melhor. Sabe, eu não ligo se nós jogamos bem ou não, porque isso faz parte, são humanos. Se você vai fazer seus arremessos ou não, acontece. Mas apenas temos que jogar com mais concentração e cumprir com nossos sistemas de uma forma melhor”, disse Doc.

É um início decepcionante. Principalmente ao se constatar que o núcleo que Rivers tem em mãos é o mesmo da temporada passada, precisando basicamente integrar Courtney Lee e Jason Terry nos papeis de Avery Bradley e Ray Allen e dividir o restante dos minutos com reservas de pouco impacto até agora – e, por enquanto, nesta categoria está incluído Leandrinho. Não era para capengar tanto.

Os poréns são: a) ainda é muito cedo; b) no ano passado, aconteceu mais ou menos a mesma coisa. Pierce e Garnett levam um pouco mais de tempo para entrar em forma plena. Além disso, o Celtics só engrenou de verdade quando Bradley foi promovido ao quinteto titular, formando uma blitz defensiva no perímetro.

Ninguém em Boston vai tratar Rivers como se ele fosse um Mike Brown. Mas o laureado técnico vai ter muito mais trabalho para acertar sua máquina, pensando longe, numa boa posição nos playoffs do Leste, e o decorrente mando de quadra e uma fuga do Miami nas rodadas preliminares.

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Austin e o tio Monty

Monty não vai ter a ajuda de Doc para refinar o jogo do impetuoso Autin Rivers

Tudo tem seu tempo, jovem.

Agora falemos de Austin.

O armador/escolta já foi considerado o melhor atleta de sua geração nos anos de High School. Acima do Monocelha nos rankings. De verdade. Nestes tempos, Rivers era um cestinha de mão cheia. Deixava os adversários malucos. Fosse por seu repertório vasto de movimentos ofensivos, fosse, especialmente, sua atitude. Cheio de bravatas, provocações, andando em quadra sempre com uma postura desafiadora, de que com ele ninguém podia.

Listado oficialmente com 1,93m de altura, frágil fisicamente, e, dependente muito mais de seu jogo de pés do que de suas capacidades atléticas, já teve problemas para traduzir seu jogo para o basquete universitário. Mesmo sob a orientação de um Coach K, num time de ponta, com outras opções em quadra para desafiar a atenção, não conseguiu se firmar como um prospecto de elite.

Ainda assim, foi escolhido em número dez pelo Hornets no Draft da NBA. O técnico Monty Williams teve bastante influência nesta decisão, sendo bem próximo de Doc e uma espécie de tio para Austin. Mas não que tenha sido tudo na base da amizade: o talento do jovem Rivers sempre foi muito polarizador. Uns creem que ele realmente pode ser uma força criativa e eficiência no ataque, que sua personalidade só colabora para isso, que ele não abaixará a cabeça para nada e será relevante nem que seja na marra. Do outro lado, os críticos acreditam que sua teimosia em jogar como se ainda fosse O Cara, sem se adaptar a adversários muito mais capacitados (nas mais diversas áreas), refletiria em números desastrosos na liga.

Por enquanto, esse segundo grupo está vencendo a queda de braço. Em quatro jogos, o garoto acertou apenas sete de seus, glup!, 32 arremessos de quadra. Ruim para 21,9% de aproveitamento. No confronto com o Spurs, transmitido aqui pela ESPN, vimos realmente uma seleção ofensiva escandalosa por parte do atleta: tiros em flutuação da cabeça do garrafão, arremessos de três precedidos por crossover supostamente matadores, bandejas aventureiras e uma porção de pedradas que, pelo menos, não quebraram a tabela novinha do ginásio do Hornets.

“Obviamente, vai haver alguns escorregões quando você tem 19 ou 22 anos, e seus hormônios estão malucos”, disse o Coach Monty. “Temos apenas de acertar isso. Acho que o jogo está rápido para ele (Rivers) agora, e acho que ele está tentando aplicar seu jogo, tentando fazer o que pedimos, mas vamos melhorar isso.”

De fato, é bom que o técnico trate de dedicar um tempo ao seu novo pupilo. Porque, em Boston, o papai Doc já está bastante ocupado.


Contusão no joelho breca ótimo início do “cavalo” Anderson Varejão
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Giancarlo Giampietro

Varejão, tudo pelo rebote

Varejão briga por rebote, não importando como está o joelho

O jovem pivô canadense Tristan Thompson gosta de se referir ao seu companheiro de garrafão, Anderson Varejão, como um “cavalo”.

Não no sentido de ser estabanado, faltoso em quadra, mas por sua força, seu vigor na busca por rebotes e na defesa. Disse ainda que, por isso, se pudesse, correria por eles numa disputa de turfe.

Na segunda-feira, o capixaba tentou justificar em quadra a metáfora do companheiro, quando terminou a partida contra o Los Angeles Clippers, uma vitória surpreendente por 108 a 101, com 15 pontos e 15 rebotes, mais três roubos de bola e um toco. Foi mais uma partida maravilhosa do pivô brasileiro no início da temporada 2012-2013 da NBA. E quer saber? Ele conseguiu tudo isso jogando com o joelho contundido.

Varejão sofreu uma pancada no joelho direito no primeiro quarto, mas, segundo o Cavs, acabou indo até o fim da partida seguindo a adrenalina do momento. Aquela coisa: quando você está quente, empolgado e ingora qualquer “probleminha” físico porque não quer sair de quadra.

Acontece que, depois do jogo, Varejão viu o joelho inflamar, o que acabou lhe afastando do confronto com o Golden State Warriors na quarta. Agora a franquia não sabe dizer quando o pivô vai estar disponível para retornar. Lembrando: saúde foi eleita (democraticamente por um blogueiro) como a palavra-chave para o brasileiro nesta temporada. Com apenas uma semana de campeonato, ele já tem de lidar com a primeira decepção.

Se já não fosse o suficiente para o técnico Byron Scott, o time ainda perdeu o reserva imediato do capixaba no mesmo jogo. O calouro Tyler Zeller, que vinha se integrando bem ao elenco e oferecendo bons minutos vindo do banco, sofreu uma fratura na face. “Tyler estava jogando muito bem. Sabemos como Andy estava jogando. É incrível. Você não apenas perde dois de seus melhores jogadores, mas perde também muito em tamanho”, disse o treinador.