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Arquivo : Jerry Colangelo

Quem dá menos? Luta pelo topo do Draft promete fortes emoções
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Giancarlo Giampietro

O ultraversátil Ben Simmons. Quem quer?

O ultraversátil Ben Simmons. Quem quer?

É o mundo bizarro da NBA.

Enquanto San Antonio, Cleveland e Oklahoma City fazem contas, quebrando a cabeça para ver o que fazer contra o tal de Golden State, na outra extremidade da tabela só estamos falando de sonhos e fantasias com o australiano Ben Simmons (e mais dois alas muito promissores, Brandon Ingram, de Duke, e Dragan Bender, da Croácia e do Maccabi).

Numa corrida que, no início, parecia de um cavalo só, com Philadelphia isolado e pimpão, a reta final promete fortes emoções até o dia 17 de maio, que é quando a liga vai realizar sua loteria de Draft, valendo prêmios imperdíveis! E quem vai ficar fora dessa?

Daí a estranheza pelos fatos decorrentes de uma noite basqueteira de segunda-feira (a outra, dia 8, no caso).

Daqui do sofá de casa, começou com a observação do jovem Ingram, o mais novo projeto do Coach K, em duelo bacana com Louisville, de Rick Pitino. Foi desses raros jogos da temporada universitária em que o nível técnico era alto, com pelo menos cinco atletas com aspirações plausíveis a grandes carreiras profissionais, nos Estados Unidos ou na Europa. Não demorou muito para entender por que o ala de Duke fez sua cotação crescer rapidamente sua cotação entre os scouts, melhorando a cada semana.  Ingram já tem hoje um talento natural impressionante. O chute elevado, a desenvoltura para driblar e a predisposição passar e encontrar companheiros livres em quadra… É difícil de resistir e de não babar na almofada, ainda mais quando nos damos conta de que se trata de um garoto que chegou aos 18 apenas em setembro, sendo um ano mais jovem que Simmons. Só mesmo seu corpo varetão desperta alguma preocupação, mas é só lembrar com qual forma Kevin Durant ingressou na NBA:

Vareta que só também. Tayshaun Prince é outro que nunca bombou

Vareta que só também. Tayshaun Prince é outro que nunca bombou

(A comparação entre um e outro, diga-se, pode ser feita do ponto de vista só do estilo de jogo por enquanto. Durant era muito mais produtivo em Texas em seu ano de calouro. Quer saber mais sobre Ingram? O DraftExpress, claro, tem vídeos e atualizações contantes. Ainda em inglês, você também pode conferir um scout detalhado elaborado pelo Rafael Uehara, colaborador sazonal aqui do blog.)

Mas voltemos ao a Duke x Louisville. No final, superando um cansaço evidente, o ala encontrou forças para dominar os rebotes defensivos e, em vez de acionar um ou outro armador mambembe do atual elenco dos Blue Devils, dessa vez saía ele com a bola, sem se incomodar com a pressão dos Cardinals, preparado para sofrer a falta e ir para o lance livre definir a parada. Detalhe: na temporada regular, seu aproveitamento ainda está abaixo de 70% na linha (67,9%, depois de ter convertido seis de suas oito tentativas na véspera, sem errar um chute nos minutos derradeiros). Terminou com 18 pontos, 10 rebotes, 4 assistências e 1 toco (mas alterou ou intimidou outros tantos), matando cinco de seus nove arremessos, cometendo três turnovers. Não são números de fazer o queixo despencar, mas não traduzem o modo como ele foi dominante, sem forçar nada em suas ações.

Enquanto o espigão dava mais uma vitória a Krzyzewski, a rodada da NBA começava em clima de motim. Não dava para entender nada. O Sixers chegou a abrir uma vantagem de 19 pontos para cima do Clippers. O Lakers contava com mais um repente milagroso de Kobe para incomodar o Pacers em Indiana, assumindo a liderança a 2min30s do fim. O Nets recebia o ascendente Denver Nuggets e fazia jogo duro. Da mesma forma como o Suns conseguia fazer frente ao Thunder, mostrando que a defesa de OKC ainda deixa muito a desejar em termos de consistência para um time que tenha sérias pretensões ao título.

De todo modo, junte as peças aí e se assuste: era como se, por uma noite que fosse, os lanterinhas da liga não tivessem mais nem aí para o que Ingram fazia por Duke, ou se Simmons estava beirando mais um triple-double absurdo por LSU. (Em tempo: para qualquer torcida em #NBATankMode, podem tranquilamente colocar Dragan Bender nesse bolo. Por mais que ele não esteja sendo tão aproveitado numa temporada de crise para o Maccabi, vale a pena se apegar ao prodígio croata, que também te deixa bobo em quadra. Foi assim que fiquei, pelo menos, quando pude vê-lo no ano passado em Nova York.)

Até que tudo voltou ao normal. O Clippers batalhou uma reação em Philly, forçou a prorrogação e tomou conta da situação. Paul George não quis saber de cortesias com seu ídolo de infância na Califórnia. Durant fez a diferença em Phoenix. E só o Nets saiu vencedor de quadra, com direito a uma cesta maluca de Joe Johnson no estouro do cronômetro, empolgando o chefão russo Prokhorov:

(O torcedor do Brooklyn – se é que ele existe, aliás – deve gelar com um vídeo desses: será que vem mais uma proposta de salário máximo para o veterano aí? Risos.)

Se o desafeto de Putin foi ao delírio, Danny Ainge não gostou nada, já que a escolha de Draft deste ano do Nets pertence a Boston, como vocês sabem. Nessa disputa pelos calouros mais badalados, cada vitória sua e derrota do adversário, pode fazer uma diferença danada. Para o mal, lembrem-se, já que é o mundo bizarro. Em muitos sentidos, isso é uma desgraça para a liga, com diversas equipes, nos últimos anos, fazendo de tudo para perder, ou sem se esforçar tanto para vencer. Enquanto o atual sistema do Draft for mantido, porém, é a regra do jogo, sem nenhuma infração que possa ser punida.

Tendo isso em mente, vamos examinar quais são as chances de cada um para os últimos meses da temporada e o que está em jogo para eles? Os números números foram coletados em 16 de fevereiro de 2016, tanto do Baskeball Power Index (ESPN.com). Folia é isto:

Philadelphia 76ers, o 30º colocado no geral
Previsão de campanha: 15-67
Chances para entrar no top 3: 72,1%
Net rating na temporada: -10,1 pontos por 100 posses de bola
Net rating desde 26/12: -5,3 pontos
Campanha desde 26/12: 7 V, 15 D
Aproveitamento médio dos rivais até o final da temporada: 49,2%
Restante da tabela: 15 em casa, 14 fora

Ish Smith, o baixinho, a lenda

Ish Smith, o baixinho, a lenda

Ainda estamos falando, segundo as estimativas matemáticas, dos grandes favoritos ao topo do Draft. Mas isso só se deve ao caótico Sacramento Kings, que, no momento, contribui ao #TankJob de Sam Hinkie com mais 9,0% de chances de colocar uma escolha no Top 3. Esse já é o primeiro reflexo da desastrosa troca que Vlade Divac fez com Hinkie durante as férias, dando ao Sixers o direito de inverter posições no Draft deste ano, entre outros mimos – tudo para se livrar dos salários de Nik Stauskas, Carl Landry e Jason Thompson. O Sacramento, que não sabe o que fazer com Boogie Cousins, George Karl, Rudy Gay e a vida em geral, vai ter de jogar muito para alcançar e ultrapassar Utah e Portland e tentar escapar da loteria. Não parece provável.

Por conta própria, com a pior campanha da liga, o Sixers já teria 63,1% de probabilidades de ficar com uma das três primeiras escolhas. Acontece que, desde o dia 26 de dezembro, o time subiu de patamar, graças ao improvável presente natalino de Jerry Colangelo em forma de Ishmael Smith. De equipe que flertava com o status de pior da história, passaram apenas à condição de time ruinzinho, como podemos notar pela evolução de seu saldo de ponto desde a contratação. Antes de Ish, Philly perdia por -12,9 pontos a cada 100 posses de bola. Desde então, essa diferença foi reduzida, para -5,3 pontos por 100 posses de bola.  Em outras palavras, ficaram mais competitivos e venceram 33% de seus jogos, contra os atrozes 6,2% de antes. Se mantiverem esse ritmo, poderão subir alguns degraus na classificação geral da liga, diminuindo suas probabilidades.

Por um lado, era de se esperar que Philadelphia mostrasse algum tipo de evolução durante o campeonato, pela juventude de seu elenco – a não ser que Jahlil Okafor terminasse encarcerado, claro. Então o mérito não é todo de Colangelo. Mas é inegável que a troca por Smith tem a sua impressão digital, pelo simples fato de o Sixers, pela primeira vez desde 2013, ter entrado num negócio em que pagou escolhas de Draft, em vez de cobrá-las. Sem contar o fato de que o próprio Hinkie deixou Smith ir embora em julho, sem nem mandar um abraço e sem ouvir o apelo interno de Nerlens Noel. Então talvez a projeção acima seja pessimista, ainda levando em conta, com muito peso, os resultados do plantel dos dois primeiros meses de temporada, que já não é mais o mesmo. A julgar pelas declarações de Colangelo, novos reforços podem chegar esta semana.

De todo modo, pensando no recrutamento de calouros, nada é muito certo. A matemática nem sempre joga a favor, algo que a franquia aprendeu de forma dolorida nos últimos anos. O clube nunca passou do terceiro lugar da lista, perdendo, em tese, Andrew Wiggins e D’Angelo Russell, para ficar com Joel Embiid e Jahlil Okafor. Está muito cedo para julgar quem é melhor que quem: o fato aqui é que, por mais desqualificados que tenham sido os elencos dos últimos anos, Hinkie não foi agraciado com a primeira escolha. Agora que estão vencendo mais jogos, o carma será zerado?

Los Angeles Lakers, o 29º
Previsão de campanha: 18-64
Chances para entrar no top 3: 55,3%
Net rating na temporada: -10,8 pontos
Net rating desde 26/12: -8,2 pontos
Campanha desde 26/12: 6 V, 19 D
Aproveitamento médio dos rivais até o final da temporada: 51,2%
Restante da tabela: 17 em casa, 10 fora

O Lakers vai priorizando Kobe e deixando D'Angelo no banco. Quem sai perdendo?

O Lakers vai priorizando Kobe e deixando D’Angelo no banco. Quem sai perdendo?

Mais do que o desenvolvimento de Russell, Randle, Clarkson e Nance Jr., mais do que a aposentadoria de Kobe Bryant, neste final de temporada, o principal tópico de interesse para o torcedor e a diretoria do Lakers deveria ser a manutenção de sua escolha de Draft, a qualquer custo.

Sobre o progresso dos calouros: o simples fato de estarem entrando em quadra com regularidade tende a fazer deles melhores jogadores, não importando o que Byron Scott faça contra ou a favor. A diretoria talvez tente trocar Brandon Bass, Roy Hibbert, Lou Williams e Swaggy P nas próximas horas, mas não será tão fácil assim. Sobre Kobe? Acho que a liga inteira já deu conta, né? Agora é curtir as últimas semanas, com diversos jogos em casa, e fazer mais uma bela festa na despedida do Staples Center em 13 de abril, contra o Utah. Ainda mais com o craque, de alguma forma, elevando sua produção em fevereiro, mês no qual o time venceu dois de cinco jogos. A ironia é que, se Kobe sustentar um ritmo minimamente aceitável em quadra e se os garotos progredirem até abril, as coisas podem se complicar no front mais importante.

Vocês sabem: caso o Lakers escorregue no sorteio do Draft e saia do top 3, terá de mandá-la para Philly. Seria um desastre para um clube desesperado por mais talento em seu elenco e que não vem tendo sucesso na hora de recrutar agentes livres de primeiro escalão. Desculpe, Nick Young, há verdades que não podemos esconder. Tantos jogos em Los Angeles pode ser uma ameaça a esta ‘causa’, mas o time ainda tem de enfrentar muitos oponentes qualificados, o que talvez ajude a equilibrar a balança.

Brooklyn Nets
Boston Celtics, 28º (a)
Previsão de campanha: 22-60
Chances para entrar no top 3: 44,7%
Net rating na temporada: -7,4 pontos
Net rating desde 26/12: -8,7 pontos
Campanha desde 26/12: 6 V, 19 D
Aproveitamento médio dos rivais até o final da temporada: 47%
Restante da tabela: 10 em casa, 18 fora

Boston Nets, Brooklyn Celtics. Uma torcida, uma só voz

Boston Nets, Brooklyn Celtics. Uma torcida, uma só voz

É, pois é. A troca por Kevin Garnett e Paul Pierce, na época, parecia uma boa ideia para o Brooklyn Nets, já que, na cabeça do russo Mikhail Prokhorov, era para seu time brigar o quanto antes para os playoffs. Se a impaciência era a palavra de ordem, fazia sentido adicionar os dois veteranos a uma base já rodada. O que Billy King poderia ter feito, porém, era lutar por uma proteção ao par de escolhas de Draft que encaminhou para Boston. Danny Ainge o roubou descaradamente.

O chefão do Celtics agora se vê nessa situação raríssima e extremamente favorável: não só a sua equipe briga pelo título da Conferência Leste (sendo azarão, ainda), como ainda pode faturar um calouro talentosíssimo em junho. Isso, claro, se um trunfo desse valor não for envolvido em uma troca que dê a Brad Stevens uma superestrela. Topa, ou não topa trocar? Creio que só se for por um Al Horford, ou mais. Tem de ser um cara que vá fazer a diferença sem dúvida nenhuma, e Horford seria uma evolução imensurável sobre Jared Sullinger ou Amir Johnson. Ainda assim, prestes a virar agente livre, o dominicano só valeria o preço se desse a entender, sem que a liga saiba, que topa renovar com a franquia.

O outro lado da questão a se ponderar é que você está falando, hoje, de 44% de chances de se inserir entre os três primeiros e de 13,8% para a escolha número um. Quer dizer, não estamos falando de certezas, de 100%, e mesmo esses números devem cair um pouco no momento que o Phoenix fique para trás, certo?  A julgar pela derrocada do Suns, sim (veja abaixo). Maaaas… entre tantos números acima, Ainge certamente está de olho na disparidade entre jogos dentro e fora de casa na tabela do Brooklyn. Ainda que, em termos de força dos oponentes, seja o calendário mais fraco entre os cinco citados, o Nets vai jogar várias partidas como visitante. E, até o momento, seu desempenho longe de Nova York é péssimo: foram 23 jogos fora e apenas quatro vitórias, para um aproveitamento de apenas 17,3%. (Mais: ainda existe uma pequena possibilidade de que Thaddeus Young e/ou Brook Lopez sejam trocados.) Epa.

Phoenix Suns, 28º (b)
Previsão de campanha: 24-58
Chances para entrar no top 3: 39,2%
Net rating na temporada: -7,3 pontos
Net rating desde 26/12: -14,3 pontos
Campanha desde 26/12: 2 V, 21 D
Aproveitamento médio dos rivais até o final da temporada: 50%
Restante da tabela: 13 em casa, 15 fora

Jordan McRae não é a esperança de reviravolta do Suns

Jordan McRae não é a esperança de reviravolta do Suns

Ish Smith reestreou pelo Sixers justamente contra o Phoenix Suns, o que não poderia ser mais simbólico. Desde então, a pior campanha da liga pertence ao clube do Arizona, mais um que o deixou escapar, mesmo que não precisasse pagar tanto. (Nessa, porém, o gerente geral Ryan McDonough passa numa boa: ele fez uma proposta para o atleta em julho, mas foi recusado – o armador acreditava piamente que renovaria com Philadelphia).

Então, da mesma forma que o “BPI” da ESPN ainda não dá muito peso aos esforços recentes dos 76ers, o sistema também talvez precise de mais algumas semanas para se dar conta de que o Suns só tem uma direção em sua trajetória neste campeonato: para baixo. A máquina não sabe que as aparições de Jordan McRae (o cestinha da D-League) e de outros caras da liga menor serão cada vez mais frequentes.

É difícil de imaginar de onde sairão mais dez vitórias para a atual equipe, de acordo com a projeção acima, que o deixaria com a quarta maior probabilidade, abaixo do Nets. Eric Bledsoe está fora, Brandon Knight pode se juntar a ele logo mais e nem mesmo Ronnie Price (aquele que assumiu a vaga rejeitada por Smith) tem data para voltar, deixando o interino Earl Watson sem opções naturais para a armação – o talentoso Archie Goodwin vai ser, no máximo, um Jamal Crawford, driblando bem a bola, mas sem visão de quadra. Além disso, existe a perspectiva de trocas para PJ Tucker e, oxalá, Markieff Morris.

Quando assumiu a gestão do clube em 2013, todos esperavam que McDonough guiaria um processo de reformulação imediata. Acontece que seus primeiros movimentos como gerente geral foram tão bons que o Suns se meteu na briga por uma vaga nos playoffs. Leia mais aqui. Agora, com um plantel despedaçado e desacreditado em Phoenix, chegou a hora de buscar um talento de ponta do jeito mais fácil – mas também mais doloroso. Eles vão com tudo (ou muito pouco, com o jovem Devin Booker sendo uma grata revelação): um saldo de 14,3 pontos por 100 posses de bola é muito pior que o do Sixers até dezembro. Uma calamidade.

Minnesota Timberwolves, 26º
Previsão de campanha: 27-55
Chances para entrar no top 3: 30,9%
Net rating na temporada: -3,1 pontos
Net rating desde 26/12: -4,5 pontos
Campanha desde 26/12: 6 V, 19 D
Aproveitamento médio dos rivais até o final da temporada: 54,1%
Restante da tabela: 13 em casa, 15 fora

Imaginem se Towns e Wiggins ganharem mais uma escolha nº 1?

Imaginem se Towns e Wiggins ganharem mais uma escolha nº 1?

Acho que o Minnesota só entra nessa lista por precaução. No papel, tem um elenco muito mais talentoso que o dos quatro acima, e Karl-Anthony Towns exercendo uma dominância precoce no garrafão, com 22,2 pontos, 12,4 rebotes, 2,0 tocos e aproveitamento de 58,9% nos arremessos em cinco partidas em fevereiro.. Dependendo do que o New Orleans Pelicans e Milwaukee Bucks decidirem fazer nesta semana, em relação a trocas, pode ser que “briguem” pela condição de quinta pior campanha da temporada.

Por enquanto, vamos respeitar os cálculos das máquinas da ESPN e manter o Wolves. Dos dados pinçados, só chama a atenção o fato de que Minnesota tem a tabela mais complicada daqui para a frente, em termos de qualidade da oposição. Agora, imaginem se eles dão sorte e vão para o topo? Teriam, de modo incrível, as três primeiras escolhas dos Drafts de 2014 a 2016. Sam Hinkie não suportaria isso.

Curiosidade: os confrontos diretos
Sixers: dois contra o Nets
Lakers: um contra o Nets, dois contra o Suns
Nets: um jogo contra o Wolves, um contra o Lakers e dois contra o Sixers
Suns: dois contra o Lakers
Wolves: um jogo contra o Nets


Vitória por lavada dos EUA começa antes de a bola subir
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Giancarlo Giampietro

Team USA hegemony, EUA, hegemonia, Copa do Mundo

A gente pode falar sobre a final especificamente, mas nem tem muito o que ser dito. Kyrie Irving queimou a redinha no primeiro período, depois que James Harden e DeMarcus Cousins apagaram o incêndio inicial, quando a Sérvia vencia por 10 a 5 após 3min30s de jogo. O Sr. Barba fez algumas cestas na marra, para levantar a cabeça de seus companheiros, enquanto Boogie acertou surpreendentemente a defesa, acabando com a farra que Teodosic e os pivôs estavam fazendo no garrafão.

A partir daí? É como se os balcânicos tivessem cutucado a fera muito cedo. Foi mais um atropelo de uma seleção norte-americana toda desfalcada, mas bastante superior tecnicamente aos seus adversários. Em termos de plantel, mesmo que tenham perdido para a França nas quartas, apenas a Espanha poderia fazer frente. Num dia muito inspirado, claro.

Pois bem: o Team USA venceu por 129 a 92 e conquistou seu quarto ouro consecutivo nas maiores competições da Fiba. São agora bicampeões olímpicos e mundiais. Usando a força máxima nos Jogos e o time B, de jovens, na Copa – foram campeões com apenas 24 anos de média de idade.

No final das contas, então, acho que vale mais falarmos sobre o modo como eles restauraram essa hegemonia no esporte que inventaram, com um canadense importado. Afinal, não custa lembrar: 10 anos atrás, a equipe americana teve de se contentar com um bronze em Atenas 2004. Duas temporadas antes, haviam passado uma das maiores humilhações de sua história ao terminar o Mundial, em casa, em quinto. A mesma Indianápolis que ajudou a consagrar Oscar e Marcel.

A diferença: no Pan de 1987, a seleção brasileira derrubou um time forte de universitários. Em 2002, a derrocada foi com marmanjos de NBA, mesmo. Não era o que eles tinham de melhor, mas espie a lista: Paul Pierce, Jermaine O’Neal, Reggie Miller, Ben Wallace, Shawn Marion, Baron Davis, Andre Miller… Enfim, deu para ter uma ideia, né? Todos caras que faturaram mais de US$ 80 milhões em suas carreiras.

Naquele cenário, desde que rodeados por uma organização mínima, provavelmente era o suficiente para triunfar, mesmo contra uma Iugoslávia de Bodiroga, Divac, Stojakovic, Tomasevic e cavalaria, que os eliminou nas quartas de final. Ou contra uma Argentina que tinha Ginóbili, Nocioni, Oberto em forma etc.

O que o time de hoje tem que aquele não apresentava? Seriedade, sinceramente. Comprometimento. Mas não o uso apenas coloquial, retórico dessas palavras, como muita gente gosta de fazer. E, sim, botá-las em prática, num trabalho comandado por Jerry Colangelo, ex-proprietário do Phoenix Suns. O dirigente havia ajudado a transformar o Suns num time de elite na Conferência Oeste da liga por boa parte do tempo em que esteve envolvido, como treinador, gerente geral ou CEO, até vender o clube para Robert Sarver e associados. O time ficou fora dos playoffs apenas em seis temporadas, entre 1975 e 2004.

Como líder da USA Basketball a partir de 2005, Colangelo conseguiu arrumar a casa num estalo. O primeiro trunfo foi recrutar Mike Krzyzewski como seu técnico principal, função que havia desempenhado no final dos anos 80 e início dos anos 90. Funciona não apenas pelo fato de o Coach K entender bastante do riscado e respeitar os concorrentes internacionais. Mas também pela aura que ele criou dentro do basquete americano, pela universidade de Duke. É uma figura que gerou credibilidade instantânea para o projeto e que tem ascendência sobre os atletas profissionais – lembrem-se que Kobe Bryant implorou por sua contratação em 2004 quando Phil Jackson deixou o Lakers pela primeira vez.

No primeiro trabalho, o Team USA também se viu obrigado a aceitar um bronze, ao perder para a Grécia na semifinal do Mundial 2006. Desde, então, estão invictos. São 63 vitórias consecutivas, 45 em jogos oficiais. 6 x 10 + 3.

Esse tipo de coisa acontece com quem tem os melhores jogadores do mundo, mas independe da presença de LeBron James ou Kevin Durant em quadra, como a turma desta Copa do Mundo mostrou. Dos 22 atletas americanos que disputaram o último All-Star Game da NBA, apenas cinco ganharam o ouro na Espanha (Irving, Curry, Harden, Davis e DeRozan).

Não é que o Coach K seja milagreiro. Há uma estrutura profissional por trás do treinador que é estrela de comercial de cartão de crédito nos Estados Unidos – algo como o Bernardinho deles – e que dá suporte a esses craques. Uma estrutura atenta a mínimos detalhes.

Saibam que, quando Brasil e Argentina estavam se enfrentando em seu primeiro amistoso no Rio de Janeiro neste ano, os scouts da federação americana saíram feito loucos atrás de uma fita que fosse desse jogo. O primeiro amistoso de muitos que argentinos e brasileiros fariam no ano. Os mesmos rivais que eles poderiam observar quando bem entendessem durante a Copa. Saca?

Mesmo com todo o talento ao seu dispor, Krzyzewski vai se reunir periodicamente com seus assistentes, contratados de forma independente por Colangelo, para afinar a comunicação entre eles e também o discurso para o elenco. Não é o caso de apenas chegar ao ginásio, colocar uma bola no centro da quadra e deixá-los executarem.

O ritmo forte que imprimem em quadra é desenhado, para aproveitar a capacidade atlética de que desfrutam. As ações ofensivas também ficam mais simples – mas não menos eficientes. A defesa se ajustou ao seu elenco. Em vez de fazer um abafa o tempo todo, adotou princípios de Tom Thibodeau que viraram a regra geral na NBA. E por aí vai. Essas minúcias não se resumem ao time adulto. De 2005 para cá, os Estados Unidos venceram também todos os três Mundiais Sub-17 organizados pela Fiba (2010, 12 e 14). Nos Mundiais Sub-19, ganharam dois de quatro.

A essa altura, a única grande ameaça ao domínio norte-americano é interna. A gravíssima lesão sofrida de Paul George atiçou ainda mais aqueles que são contrários ao envolvimento de atletas NBA nos torneios de seleção – se for para a Fiba administrar, isto é. Vozes como a de Mark Cuban, dono do Dallas Mavericks, que advoga que a liga americana assuma a organização da competição.

Esse é o tipo de história que vale monitorar nas próximas semanas, depois dessa conquista impressionante de uma seleção “B”, que terminou o torneio com saldo acima de 30 pontos em média. O tipo de jogo que nem deu para discutir direito, como essa final.


EUA reúnem em Las Vegas grupo que deve formar base da seleção no Rio 2016
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Giancarlo Giampietro

Coach K

Palestra (gratuita) do Coach K em Las Vegas: exposição para os jovens selecionáveis

É, Espanha, não tá fácil, não.

Se a geração de Pau Gasol e Juan Carlos Navarro ainda tem alguma ambição de subir ao degrau mais alto de um pódio em qualquer torneio internacional Fiba – se for num Mundial disputado em casa, melhor ainda ; ) –, as notícias que vêm dos Estados Unidos desde o final de semana não são nada animadoras. E, ok, o mesmo vale para Rubén Magnano e qualquer outro técnico de seleção com alguma ambição imediata de título.

Em Las Vegas, o Coach K acaba de reunir 28 jogadores para uma semana de treinamentos, mostrando que o trabalho de Jerry Colangelo na USA Basketball segue sério. Muito sério.

Veja bem: eles não vão disputar nenhuma competição este ano – não precisam jogar a Copa América por já estarem classificados para o Mundial, via Olimpíadas –, mas isso não impediu que o dirigente recrutasse mais de duas dúzias de jovens talentos para alargar as bases de possíveis convocados para as próximas temporadas.

Quem deu as caras por lá? Clique aqui e sinta o drama.

Alguns destaques: John Wall, Kyrie Irving, Ty Lawson, Paul George, DeMarcus Cousins, Anthony Davis, Greg Monroe, entre outros. De todos os jogadores convocados para este período de treinos, o ala-pivô Taj Gibson, do Chicago Bulls, era o mais velho, com 28 anos – mas acabou de ser cortado, devido a uma torção de tornozelo. As outras baixas são o ala Kawhi Leonard, recém-operado, e George Hill. Agora só sobraram jogadores nascidos entre 1987 (Lawson) e 1994 (o armador Marcus Smart, da universidade de Oklahoma State).

Alguns desses jogadores já chegaram ao nível de All-Star na liga norte-americana, outros estão no limiar. E não vai parar por aí. Para jogar o Mundial do ano que vem, a ideia é adicionar alguns “veteranos” da seleção americana, com Russell Westbrook, Kevin Love, James Harden e, claro, Kevin Durant já indicando que pretendem defender seu título. A ideia é essa, então: mesclar sangue novo, pensando adiante, com representantes das campanhas recentes para manter a hegemonia. Tudo sob a orientação precisa e educadora de Mike Krzyzewski, convencido a ficar no cargo.

Com o desgaste acumulado de mais três temporadas de NBA até que sejam realizados os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, é provável que pouco sobre da base bicampeã em Pequim e Londres para lutar pelo tricampeonato. De modo que muitos desses atletas agrupados em Vegas nesta semana podem dar as caras por cá, daqui a três anos. Hoje, eles ainda podem não ter a grife de seus antecessores, mas vem chumbo grosso de qualquer maneira.

A turma do Coach K

Escolinha do Coach K: passando as mensagens do programa

*  *  *

Entre os 28 jogadores convocados para esta semana, dois casos reforçam a mentalidade profissional de Colangelo na condução das operações da USA Basketball: o caçula Smart e o ala Doug McDermott, da universidade de Creighton. Smart acabou de ser campeão mundial sub-19 na República Tcheca e McDermott defendeu os EUA na Universíade de Kazan. A presença dos dois entre tantas jovens estrelas da NBA manda uma mensagem: a de que todos teriam chance de fazer parte da seleção norte-americana, bastando cumprir algumas etapas do processo. Quer dizer: se você se “sacrifica” em um verão para, supostamente, jogar competições menores, pode ser premiado no futuro com uma vaga entre a elite.

Smart, por exemplo, é cotado como uma escolha top 5 no próximo Draft da NBA. Jogadores nessas condições já têm uma agenda (em todos os sentidos) cheia e tendem a abrir mão de compromissos com a seleção para acelerar suas classes e, ao mesmo tempo, trabalhar com seus treinadores superprotetores no campus. Na agenda política da NCAA, essas são coisas que pesam bastante. Já McDermott, também considerado um prospecto de NBA, embora em um patamar bem mais baixo, serve como um símbolo para outros atletas do segundo escalão: que mesmo eles podem ser valorizados caso topem jogar em torneios como a Universíade ou o próprio Pan-Americano.

É um modo criativo que Colangelo encontrou para fomentar a competitividade entre as diversas seleções norte-americanas.

*  *  *

O promissor ala-armador Bradley Beal, do Washington Wizards, é outro que está contundido. Mas Krzyzewski ficou em cima do garoto, ainda adolescente. “O Coach K ainda quer que eu vá. Eles querem que eu compareça mesmo que eu não vá participar dos treinos”, afirmou o jogador, que já foi obrigado a ficar fora da liga de verão de Las Vegas por seu clube.

*  *  *

A comissão técnica do Coach K para o próximo ciclo olímpico tem duas novidades: Tom Thibodeau, o mestre defensivo do Chicago Bulls, e Monty Williams, o jovem e já badalado técnico do New Orleans Pelicans. O veterano Jim Boeheim, de Syracuse, segue no estafe. Combinando os sistemas de marcação por zona de Boeheim com os conceitos híbridos de This, já dá para imaginar o sofrimento das seleções que tiverem de atacar o Team USA.

*  *  *

Colangelo fez as pazes com DeMarcus Cousins. O pivô integrou um time de sparrings (o Select Team) no ano passado para ajudar na preparação da seleção olímpica norte-americana e passou a pior impressão possível. Desceu a lenha nos treinamentos, reclamou horrores e deixou os técnicos horrorizados, hehehe. O Boogie de sempre, chamado publicamente de “imaturo” pelo dirigente.  Mas os recursos técnicos do pivô são tão chamativos que… Não há quem aguente estender o castigo, de modo que o jogador do Sacramento Kings ganhou mais uma oportunidade em Las Vegas. “Isso não vai me incomodar de jeito nenhum. Ele me deu mais uma chance para chegar e provar meu valor”, disse o atleta. “É uma grande honra só de ter meu nome aqui.”


Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: DeMarcus Cousins
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Giancarlo Giampietro

DeMarcus Cousins briga pelo rebote

Para segurar Boogie Cousins, por vezes só assim mesmo

Boogie, Boogie, Boogie.

Não bastasse o cara se chamar DeMarcus Cousins, ainda precisa ter um dos apelidos mais bacanas da NBA. É por isso que todos esperam grandes feitos do pivô do Sacramento Kings.

Quer dizer… Não exatamente por isso, né?

Para entender as expectativas em torno do jogador, basta espiar esse espécime por alguns minutos para o queixo cair. Um colosso em quadra, mas que se mexe sem dificuldade alguma, trabalhando a bola pelo alto e via drible, girando para os dois lados, com uma boa munheca para encaçapar o que lhe atiram no garrafão.

Um monstro, sim.

De 22 anos e por vezes descontrolado.

DeMarcus Cousins, pivô do Kings

DeMarcus castiga o aro com seu corpanzil

Nem todo mundo é Tim Duncan. Em geral, vai sempre ter uma adversidade para equilibrar as coisas. No caso de Cousins é o seu destempero em quadra, um comportamento irascível que pode atingir seu técnico, companheiros, adversários e, claro, os árbitros. A qualquer momento:  um passe errado, uma falta mais dura, uma orientação do banco… Se não bater com o que o cara pensa da vida, naquele instante, a reação pode ser chocante.

Também chamam isso de imaturidade. Foi como o chefão da USA Basketall, Jerry Colangelo, assimilou as coisas durante os coletivos da seleção norte-americana contra a equipe de, digamos, aspirantes. Segundo relatos dos próprios jogadores, divididos entre bem-humorados e espantados, o pivozão, na ânsia de se apresentar como um xerife de garrafão, desceu o porrete. A ponto de deixar Colangelo e o Coach K preocupados com seus astros. Agora para convencer a confederação de que pode suceder Dwight Howard ou Tyson Chandler nas próximas competições, Cousins vai ter de jogar muito. Porque sua primeira impressão foi péssima a esse ponto.

Mas, em geral, “jogar muito” é o que o pivô vem prometendo desde sua entrada na liga, em 2010, quando foi o quinto no Draft. E que começou a apresentar ao final da temporada passada. Pegando carona nos dados apresentados pelo ESPN.com: o jogador do Kings teve partidas em que acumulou 41 pontos e 12 rebotes, 25 e 18, 28 e 14 e 28 e 18. Um nível de supremacia cada vez mais raro na liga nestes dias que beira até a aberração.

Se o pivô desencanar de tentar imitar Allen Iverson no ataque, também ajudaria. Os movimentos sofisticados com a bola ele pode deixar para um confronto com (os poucos) gigantes de seu porte. Em geral, com seu tamanho e agilidade, basta girar de um lado para o outro para carregar os adversários de faltas ou converter seus ganchinhos de alta eficiência.

Com o talento natural de Cousins, não precisa de muito, mesmo. Se a cabeça estiver boa, se seus companheiros fominhas passarem a bola e saírem do caminho –, e se um dia houver justiça neste mundo, aí, sim, chegará o dia em que Boogie passará a ser um apelido de referência na liga. Como sempre deveria ter sido.

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Vejam Cousins torturando Marcin Gortat em confronto com o Phoenix Suns na temporada passada, no qual anotou seus 41 pontos:


Durant põe Turquia, fora dos Jogos, na turma dos favoritos ao pódio
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Giancarlo Giampietro

Ok, para os que não estão muito familiarizados com a cena, funciona mais ou menos assim: antes de começar a Olimpíada, para dar uma (pequena) chance para o reportariado de todo o mundo pegar qualquer declaração que seja de um superastro do esporte, o assessor de seu comitê, de sua equipe ou particular, em conjunto como o comitê local, organizam uma entrevista coletiva daquelas.

Entope de gente, a coisa fica meio caótica, e os atletas podem ou encarar o evento com bom humor e profissionalismo, com preguiça ou com raiva, pensando em como dariam tudo para estar em casa ou na balada a uma hora dessas.

Kevin Durant, no Mundial de Istambul 2010

Durant foi campeão mundial em Istambul

Pela foto que vemos nesta foto aqui, Kevin Durant parece que está mais para o segundo ou terceiro grupo. Fácil. Lembrando que ele já é um pouco introspectivo, de não dar muita conversa nem mesmo para os repórteres norte-americanos que o seguem no dia-a-dia da NBA.

Tudo isso para colocar um pouco de contexto em torno da gafe que o ala cometeu, e nosso chapa Bruno Freitas captou. Vejam aqui as equipes que ele coloca com favoritas ao pódio olímpico, além dos Estados Unidos: “Temos boas equipes, como Espanha, Argentina, França, Brasil e Turquia”, listou o cestinha do Thunder.

Bacana ele mencionar o Brasil, e tal. O resto é o básico. Tirando a Turquia. Que nem classificada para os Jogos de Londres-2012 está.

Feio, né?

Dá para entender que talvez Durant estivesse com a cabeça na lua. Outro detalhe: foram os turcos que ele derrotou na final do Mundial de 2010, em Istambul. Então pera lá: se o time é vice-campeão mundial, tem de estar na Olimpíada, e forte!

Não foi o caso.

Houve um hiato no início da década passada que os EUA sofreram muito internacionalmente pela desorganização e a arrogância. Subestimando os adversários, foram surpreendidos até mesmo em casa, em 2002, em Indianápolis. Desde a entrada de Jerry Colangelo para o programa, a coisa mudou bastante. Eles mandaram scouts para Foz do Iguaçu e Estrasburgo para observar seus adversários. Pode ter certeza de que, a cada rodada, o Team USA vai saber tudinho sobre cada adversário.

Foi um lapso de Durant. Mas que revela como até mesmo os maiores talentos do mundo, em qualquer modalidade, precisam de um apoio de fora, de estafes que antenados e um passo adiante.


Kobe Bryant x Kyrie Irving. Que duelo é esse?!
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Giancarlo Giampietro

Por mais que vejamos esse tipo de ação ocorrer sem parar na NBA, o basquete de forma alguma pode ser definido por um duelo um contra um. Por isso, aqui no Vinte Um, geralmente vamos fugir dele e, de vez em nunca, vamos abordá-lo. Quando dois atletas apostam US$ 50 mil e eles se chamam Kobe Bryant e… Kyrie Irving (!?!), vale a exceção.

Kyrie Irving x Kobe Bryant, valendo aposta

Cinquentinha (mil) na suposta aposta de Kobe e Irving

Tá certo que o armador do Cleveland Cavaliers foi um pequeno fenômeno em sua temporada de estreia, surpreendendo os adversários e os especialistas, por sua grande eficiência e a pouca experiência. Agora… desafiar um Kobe Bryant? Abusado.

Tudo em tom de brincadeira, claro, com provocações de um lado para o outro, e o veterano do Lakers batendo na tecla que estaria enfrentando um garoto de colegial. É uma piada sobre o fato de Irving ter perdido quase toda a sua temporada de universitário por Duke. Kobe também recomenda que o rapas assista a muitas fitas de seus jogos. O armador argumenta que o ala jamais conseguiria marcá-lo. O ‘rival’ retruca dizendo que ele precisaria de um corta-luz para se livrar de sua defesa. E por aí vai. Confira no vídeo abaixo.

O duelo seria realizado em 2013, valendo esse cheque valioso para uma instituição de caridade que o vencedor escolheria.

Duvido que joguem.

Agora, escrevendo sério, os boatos de Las Vegas são de que Kyrie Irving se saiu muito bem nos treinos pelo “select team” – jovens promissores reunidos pela USA Basketball como sparrings dos olímpicos e que, ao mesmo tempo, já começam suas candidaturas para torneios futuros. Irving escolheu apenas neste ano defender os EUA internacionalmente. Nascido em Sydney, chegou a namorar a ideia de jogar pelos Aussies. Depois do que apresentou na temporada da NBA, já nas primeiras semanas, Jerry Colangelo se apressou em mimar o menino, com a ajuda do Coach K, com quem trabalhou brevemente em Duke. Daqui a quatro anos, é provável que ele se se apresente por aqui nos Jogos do Rio.


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