Nenê diz ter contemplado aposentadoria e descarta jogar pela seleção na Copa América
Giancarlo Giampietro
Bom, imagina-se que, durante sua visita recente a Washington, Rubén Magnano já tenha ouvido de antemão que não poderia contar com Nenê para a disputa da próxima Copa América, a partir de 30 de agosto, em Caracas. Na dúvida, republicamos aqui o que o brasileiro afirmou em entrevista ao Washington Post: “Foi uma honra representar meu pais nas Olimpíadas. Fiz o sacrifício, sabe. Foi minha decisão, mas agora vou ter o verão inteiro para me recuperar e ter meu corpo direito, com força”.
Sem parar durante as últimas ‘férias’, o pivô jogou a temporada toda de 2012-2013, sua 11ª na liga, com uma fascite plantar no pé esquerdo que se recusou a ir embora, sem contar as dores no joelho direito que se agravaram com o acúmulo de jogos. A situação estava tão crítica, que ele revelou que chegou a contemplar a aposentadoria precoce das quadras.
“O quão duro foi? Duro o bastante para pensar a encerrar minha carreira? Sim, foi duro desse jeito. Foi tão difícil jogar deste jeito. Pensei em encerrar minha carreir porque é muito doloroso, meu corpo não consegue suportar. Estou feliz de ter finalizado a temporada, mas do modo como sofri, espero, nunca mais passar por isso”, disse.
Na hora em que li essa declaração, pensei automaticamente na raiva que Kobe Bryant sentiu ao ver seu campeonato encurtado devido a uma ruptura no tendão de Aquiles. Segundo a grande maioria dos especialistas, a lesão do ala do Lakers foi mero acidente, enquanto Nenê lidou com problemas crônicos durante meses e meses. Realmente não dá para imaginar que tenha sido o ano mais feliz da carreira do paulista de São Carlos, ter de jogar enfrentando uma dor daquelas.
O reflexo desse desgaste físico se viu claramente em seu rendimento: pela primeira vez ele chutou abaixo dos 50% de aproveitamento (sem contar 2007-2008, quando teve de superar o câncer). Para comparar, nas últimas três temporadas, ele teve mira de 53,7%, 50,9% e 60,7%. Suas médias em rebotes e bloqueios também sofreram, assim como na de pontos por partida – apenas 12, a menor desde 2006.
Esses números não serão alterados, já que Nenê decidiu que não vai participar das últimas duas partidas do Wizards, nesta semana. Chega. “Não me importo com o que as pessoas pensam, por que elas não estnao comigo todo os dias. Não sabem o quanto eu sofro, o quanto eu choro, o quanto eu fiz de fisioterapia para poder jogar. Não me importo. Sei pelo que passei. Vou voltar forte e eles vão ver.”
Só não será pela seleção, mesmo.
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Resta saber apenas se o pivô vai estar em forma para disputar o amistoso entre Wizards e Chicago Bulls, pela pré-temporada da NBA, pela primeira vez no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro.