Vinte Um

Arquivo : Tiago Splitter

Pivô do Spurs flerta com o perigo ao reclamar de Popovich em público no Twitter
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Giancarlo Giampietro

Rebote de Blair

Sai que o rebote é do ursão Blair

Dedicação nunca foi um problema para DeJuan Blair. O modo como ele ataca os rebotes, especialmente na tábua ofensiva, chega a assustar. Colocando de uma outra forma: não é agradável para jogador algum se colocar entre o brutamontes e a bola na disputa pela rebarba de qualquer ataque. Pode doer a costela.

O problema de Gregg Popovich com o jogador, depois de passado o encantamento por sua temporada de novato, foi sua lenta evolução em outros aspectos do jogo, especialmente no que se refere a pequenos, e não menos importantes, tópicos, como ssua concentração na defesa fora da bola, o espaçamento correto no ataque etc.

Neste ano, uma das boas histórias que o treinador tinha para contar durante a pré-temporada do Spurs, porém, era o suposto amadurecimento de Blair, que teria chegado fininho mais fino, na medida do possível, e se mostrado um jogador muito mais concentrado nos treinos e nos coletivos, especialmente na defesa.

A empolgação parece não ter durado muito. O pivô não saiu do banco na vitória contra o New Orleans Hornets na estreia. Foi a clássica “DNP – CD” (Não jogou por decisão do treinador). Extremamente frustrado, o barbudão usou toda a coragem que pode caber em corpanzil e foi para o Twitter reclamar um pouco, cheio de ironias.

“Era isso o que essperava! Risos. Eu só não sou o que o “dude” quer ver na quadra, só me dei conta agora!! Apenas saibam que estou fazendo minha parte!”, foi um de seus posts.

“Estou apenas brincando. Vou ficar bem. Alguém aí fora gosta do que faço!!! ACREDITE isso!”, veio depois.

“Alguém aí tem algumas polegadas para vender? Posso comprar! Risos. Estou apenas tentando entender essa m.!!”, completou o jogador oficialmente listado com 2,01 m de altura.

Parece que Blair não tem noção do perigo, né? Foi chamar o técnico de dude assim na cara larga? E como traduzir dude? O Google Translate capricha e nos oferece janota. No Michaelis, tem almofadinha também. 🙂 Mais fácil, prazeroso – a ponto de ser obrigatório – assistir ao “Grande Lebowski” mesmo e aprender logo com o Jeff Bridges, John Goodman e Steve Buscemi.

Dude

Isto é Dude

Na gestão de Popovich e RC Buford, o Spurs preza, muito, pelo bom comportamento de seus jogadores. Não tolera muitos arroubos desses, reclamações – quanto menos em público.

De todo modo, ou não deu tempo de a choradeira chegar aos ouvidos do Pop, ou o técnico não se incomoda, não, com essa coisa de dude. Porque, no dia seguinte, seu pivô reserva ao menos ganhou 11 minutinhos contra o Thunder – uma boa quantia, quando comparado aos 28 minutos que recebeu durante todo o confronto pela final do Oeste do campeonato passado. Mas, não fossem as três faltas que Tiago Splitter cometeu em quatro minutos, será que ele teria sido utilizado?

Blair havia iniciado a temporada 2011-2012 como o titular ao lado de Duncan, revezando em quadra com o catarinense. Desde a chegada de Boris Diaw, porém, a rotação ficou congestionada e ele acabou relegado ao banco. Incluindo o confronto desta quinta, ele só foi aproveitado em quatro jogos dos últimos dez do clube, incluindo os playoffs. Como era a reta final, qualquer tipo de distração ou descontentamento acabou represado.

Agora, contudo, estamos apenas no início da jornada. Assim como Tiago, Blair também está em seu último ano de contrato. Diferente do brasileiro, ele tem maior predisposição ao desabafo. O pior é que, se um estiver feliz, muito provavelmente será às custas do outro. Pode ser um campeonato looooongo para os dois.

Melhor então esfriar a cabeça, dude.

Blair & Splitter

Difícil segurar o sorriso por tanto tempo, né, gente?


Palavra-chave para Tiago Splitter na temporada 2012-2013: minutos
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Giancarlo Giampietro

Tempo é dinheiro? Para Tiago Splitter, a máxima vale, sim, para a temporada 2012-2013. Ô se vale: afinal, ele entra em seu último ano de vínculo com o San Antonio Spurs e precisa mostrar serviço para receber um bom cheque para os próximos anos. Lembrando que o catarinense abriu mão de dinheiro ao deixar a Espanha para jogar nos Estados Unidos, ciente de que geralmente é no segundo contrato da NBA que os atletas ganham uma bolada.

Tiago Spliter, Spurs, NBA

Splitter ainda em busca do protagonismo de ACB

O que o pivô não contava era com a mudança significativa na economia da liga desde o locaute do ano passado, afetando especialmente o pelotão intermediário, algo que Leandrinho teve de assimilar da pior maneira nas últimas semanas, perdendo US$ 6 milhões em salário da tempora passada para esta.

Em termos de projeções numéricas por minuto, o catarinense já está na elite. Com a crescente expansão dos analistas de dados no gerenciamento dos clubes, esse tipo de informação acaba disseminada de um modo ou de outro. Mas ainda conta também a impressão que ele deixa em quadra. Quanto mais jogar, mais ela tem chances de pegar. Mas não que seja fácil.

Depois de ótimo rendimento na temporada 2011-2012, sabemos que seu ano terminou em baixa. Contra o Thunder, na final da Conferência Oeste, depois de errar seis lances livres no primeiro jogo e ter a confiança minada, o pivô foi limitado a apenas oito minutos por jogo, com médias ínfimas de 2,8 pontos, 1 rebote e 1 assistência.

Foi, claro, uma resolução drástica encampada por Gregg Popovich, mas supostamente circunstancial. O problema é que, recuperando toda a campanha do brasileiro, nota-se um desdobramento preocupante. Splitter caiu gradativamente dos 24,8 minutos que recebeu nos poucos jogos de outubro para 16,8 em abril, último mês da temporada. Seus minutos minguaram especialmente após a contratação de Boris Diaw – que teve seu contrato renovado, aliás.

Acontece que o encaminhamento da atual pré-temporada do San Antonio Spurs até agora não anima muito os fãs de Splitter. Atrapalhado por espasmos musculares nas costas no início do training camp, acabou poupado de diversas atividades e vem sendo inserido aos poucos nos amistosos do time texano dos últimos dias. E bota pouco nisso: em quatro jogos, foram apenas 10,3=8 minutos de ação, embora seu aproveitamento nos arremessos seja excelente, com 54,5%.

Splitter: eficiência ofensiva

Splitter pode não ser o maior saltador do mundo, mas é um ótimo finalizador próximo ao aro

Alguns fatores que podem ajudar a explicar esses minutos limitados: 1) nessa fase de testes, Popovich está dando mais de 15 minutos por jogo para Eddy Curry (uma frase que parece inacreditável, mas é isso mesmo… O pivô está na briga por um contrato);  2) DeJuan Blair chegou de férias revigorado, em ótima forma e recebeu bons elogios do treinador, podendo ter pulando na frente na rotação; 3) talvez Pop ainda tenha o brasileiro em altíssima conta e esteja apenas preservando o brasileiro, usando de precaução diante de seus problemas físicos antes que seja dada a largada.

Em amistoso do Spurs contra a forte defesa do Miami Heat, derrota por 104 a 101 no sábado passado, foram 9 minutos e quatro cestas de quadra em quatro tentativas para Splitter. Espera-se que esse tipo de rendimento seja o suficiente para que seja mais acionado na hora que vale, a temporada regular.



Cartolas apontam Miami como grande favorito ao título e LeBron como o melhor da NBA
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Giancarlo Giampietro

Não um, mas dois, mas três...

Não adiantou o Los Angeles Lakers contratar Dwight Howard e Steve Nash de uma vez, não. Em sua pesquisa anual com os 30 gerentes gerais de suas franquias, o site da NBA constatou que esses dirigentes ainda consideram o Miami Heat como o grande candidato ao título da próxima temporada.

A equipe da Flórida recebeu 70% dos votos na enquete. O Lakers ao menos tem o consolo de ser um dos outros dois clubes mencionados, com 23,3%, superando os 7,7% do Oklahoma City Thunder, atual campeão do Oeste, que o eliminou nos últimos playoffs.

A enquete também constata uma clara elevação no status do astro nos bastidores da liga.

Dãr.

Nada como um título.

Depois de sua atuação dominante no campeonato empastelado graças ao locaute, LeBron James foi votado por 66,7% dos cartolas como favorito ao prêmio de MVP de 2013 (mesma votação de Kevin Durant no ano passado, diga-se) – 20% foram com Kevin Durant, 16,7%, com Dwight Howard e 6,7%, com Chris Paul.

LeBron no auge

Agora, sim, LeBron é o rei da NBA para os gerentes

Quando questionados sobre qual atleta eles gostariam de ter para começar as operações de uma franquia, 80% responderam seu nome, contra 16,7% de Durant e 3,3% de Howard. Em 2011, a pesquisa teve um empate entre Durant e James, com 37%. LeBron também foi eleito como o jogador que mais força os técnicos fazerem ajustes em seus sistemas para tentar conter (50%) e o melhor ala da liga (73,3%) – algo relativo, considerando as tantas funções que o craque desempenha em uma partida.

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Na eleição posição por posição, Chris Paul bateu forte concorrência para ser apontado como o melhor armador, com 69%, seguido por Derrick Rose (20,7%), Rajon Rondo (6,9%) e Tony Parker (3,4). Rose havia vencido em 2011 com 59,3%.

Kobe Bryant ganhou como melhor shooting guard: 66,7%, diante de 23,3% de Dwyane Wade, que certamente não gostou nada, nada do resultado.  Durant e seu companheiro de Thunder, James Harden, e Manu Ginóbili foram outros lembrados.

Entre os alas-pivôs, outro posto com diversos candidatos, Kevin Love brilhou com 30%, de modo até surpreendente, dado o conservadorismo que costuma predomuniar nas diregções dos clubes. O segundo foi Dirk Nowitzki, com 23,3%, enquanto LeBron  teve 16,7%, LaMarcus Aldridge, 10%, e Kevin Garnett e Blake Griffin, 6,7% – Tim Duncan e Pau Gasol também figuraram na liga.

Por fim, Dwight Howard liderou com folga (93.3%), mas houve dois dirigentes que apontaram aquele que ele substituiu em Los Angeles, Andrew Bynum, reforço do Philadelphia 76ers.

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Entre os brasileiros, Tiago Splitter foi citado em uma de suas perguntas, recebendo um voto quando os gerentes gerais foram questionados sobre qual jogador estrangeiro da NBA teria o desempenho, digamos, mais surpreendente na próxima temporada. Neste quesito, quem levou recebeu mais votos foi o jovem pivô Jonas Valanciunas, do Toronto Raptors (17,2% ou seis).

Kobe, decisivo?

Kobe é outro que não vai gostar muito da pesquisa

Já Anderson Varejão aparece em duas questões, com um voto em cada: “Quem faz mais considerando habilidades naturais limitadas?” e “Quem é o jogador mais durão da liga?”. Engraçado que o capixaba é um jogador extremamente atlético ao seu modo. Pode não ter a força física ou estar longe da impulsão de um Howard ou Blake Griffin, mas é muito veloz, ágil e coordenado. Essa discrepância mostra um pouco como alguns diretores enxergam o jogo.

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Para fechar, claro, os tiros no estouro do cronômetro. Pela primeira vez em muitos anos, Kobe Bryant não foi o mais votado quando perguntados sobre qual atleta gostariam de ver com a bola nas mãos para fazer o arremesso decisivo de um jogo. Dessa vez deu Kevin Durant, com 46,7%, contra 40% do veterano. Carmelo Anthony teve 6,7%. Chauncey Billups e LeBron tiveram um voto cada.

Clique aqui para conferir todas as perguntas da gigantesca enquete que o NBA.com elabora. Sempre muito divertido de conferir.


Barça busca 3ª vitória contra rival de NBA em mais um teste para Huertas
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Giancarlo Giampietro

Marcelinho Huertas x Deron Williams

Huertas ignorou a marcação de Deron Williams em amistoso

Lembram do zum-zum-zum que Marcelinho Huertas causou com sua atuação no amistoso da seleção brasileira contra os Estados Unidos, pouco antes das Olimpíadas?

Naquela ocasião, o armador jogou de igual para igual com Chris Paul, superou Deron Williams, um homem de mais de US$ 100 milhões de contrato, e ganhou elogios do Coach K e de um monte de jornalistas locais impressionados em Washington.

De modo que o raciocínio lógico, a seguir, era o de especular como Huertas se daria numa quadra de NBA, se teria sucesso, se poderia ser um titular etc. Nesta terça-feira, em amistoso do Barcelona contra o Dallas Mavericks, o brasileiro tem, então, mais uma chance de mostrar suas habilidades para a audiência norte-americana.

Não custa, né?

“Este é um jogo que não tem muita valia, já que se trata de um amistoso, mas ter vitória contra um time da NBA é muito bom. O Barcelona tentará seu quarto resultado positivo contra os profissionais e eu vou atrás da primeira vitória”, afirmou. Verdade: o Barça já teve dois triunfos sobre clubes dos EUA (Sixers e Lakers, o último deles em 2010).

O duelo será na cidade catalã, no Palau Sant Jordi, e opõe o campeão da NBA e o da Liga ACB, o segundo campeonato nacional de clubes mais forte do mundo. Será o segundo embate do Mavs na Europa, depois de vitória apertada sobre o frágil Alba Berlin, no sábado, na capital alemã.

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Não será a primeira vez que o armador enfrentará concorrência de NBA entre clubes. Em 2010, pelo Baskonia, ele encarou o San Antonio Spurs e o Memphis Grizzlies.

Contra o Spurs, vendo seu ex-parceiro de pick-and-roll Tiago Splitter no banco, lesionado, ele somou seis pontos, nove assistências e seis rebotes em 33 minutos. Detalhe: enquanto esteve em quadra, seu time venceu por um ponto. Com seu reserva, Pau Ribas, um desastre: desvantagem de 17 pontos num revés por 108 a 85. Pelos texanos, Tony Parker marcou 22 pontos em 24 minutos, matando 9 bolas em 17.

Contra o Grizzlies, derrota por 110 a 105, com sete pontos, 11 assistências e cinco rebotes em 33 minutos do brasileiro. Do outro lado, Mike Conley Jr. arrasou, com 27 pontos em 29 minutos e 11 arremessos convertidos em 17 tentativas.

Na ocasião, lembrando, o Caja Laboral estava em queda, aprendendo a funcionar sem Splitter. Veja o resumo de ambos os jogos (e reparem na dificuldade do locutor da NBA TV em pronunciar os nomes, hehe):

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Veja o retrospecto de duelos do Barça com clubes da NBA:

– Barcelona 103 x 137 Denver Nuggets, em Roma, 27/10/1989

– Barcelona 80 x 91 Memphis Grizzlies, em Barcelona, 10/10/2002

Barcelona 104 x 99 Philadelphia 76ers, em Barcelona, 05/10/2006

Los Angeles Lakers 108 x 104 Barcelona, em Los Angeles, 18/10/202008

Los Angeles Clippers 114 x 109 Barcelona, em Los Angeles, 19/10/202008

Barcelona 92 x 88 Los Angeles Lakers, em Barcelona – 07/10/2010

Veja alguns lances deste último confronto, quando Ron Artest ainda era Ron Artest:


Poupado de treinos, Splitter recebe de Popovich VT debate da eleição dos EUA
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Giancarlo Giampietro

Enquanto Ana Paula Lima (PT), líder nas pesquisas, Jean Kuhlmann (PSD) e Napoleão Bernardes (PSDB) disputam uma vaga no segundo turno das eleições para a Prefeitura de Blumenau, na hora de se informar sobre a política, Tiago Splitter vai ter de se contentar… Hã… com o embate entre Barack Obama e Milt Romney, candidatos a presidentes dos Estados Unidos.

Obama beija Michelle

Obama diz ter assistido com Michelle ao amistoso entre EUA e Brasil, aquele jogo bem apertado em Washington, mas não há provas suficientes a respeito

O general Gregg Popovich entregou para seus jogadores um DVD do primeiro debate realizado entre o democrata e o republicano, realizado na quarta-feira. Justo para um dos elencos com mais estrangeiros em toda a NBA. Sim, os franceses Tony Parker, Boris Diaw e Nando de Colo, o argentino Manu Ginóbili, o australiano Patty Mills e o próprio Splitter também receberam.

“É claro. Temos muitos caras de fora em nosso time, e eles foram rápidos para dizer que eles não podem votar e que, então, que eles não eram obrigados a assistir ao debate”, afirmou o ala-pivô Matt Bonner, o “Foguete Vermelho”, que planeja votar em Obama e defender o Canadá no futuro. Sério. “Não importa, eles vivem aqui, então é bom que eles estejam informados. Basquete não é tudo. Há coisas maiores no país em que vivemos.

Para constar: Splitter foi poupado de um coletivo na quarta-feira e dos treinos com contato físico na quinta-feira devido a espamos musculares nas costas. Os médcos do time afirmam não ser nada grave.

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Obama é disparado o candidato favorito entre os astros da NBA, contando com uma generosa doação do setor para sua campanha pela reeleição. Mas há quem prefira a oposição: o pivô Spencer Hawes não se cansa de alardear seu amor ao Partido Republicano, sendo uma das vozes mais ativas politicamente na liga. “Estou sempre pregando a palavra”, afirma. “As pessoas sempre me acusam de que escolhi ser republicado por causa dos meus rendimentos (ele vai ganhar US$ 12 milhões pelas próximas duas temporadas). Mas gostaria de lembrá-los que eu já havia seguido esse caminho muito antes de saber quais eram os impostos.”

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Bill Bradley

Bill Bradley, astro democrata do Knicks

Houve uma época em que Charles Barkley especulou lançar-se candidato a governador do Alabama, e a ideia foi bem recebida. Hoje ele está contente em ser apenas uma das celebridades mais polêmicas da TV norte-americana.

Dois casos concretos de envolvimento político que batem na telha assim de sopetão.

O pivô Chris Dudley, um dos mais atrozes cobradores de lance livre da história da liga, que defendeu o Portland Trail Blazers nos anos 90 e outros clubes, foi candidato a governador no estado de Oregon, perdendo para o democrata reeleito John Kitzhaber numa votação muito parelha.

Pelos democratas, um exemplo mais nobre: Bill Bradley, ala da histórica equipe do Knicks de Red Holzman dos anos 70, foi senador do estado de New Jersey pelos democratas em três mandatos e chegou a ter apsirações presidenciais.


Lucas Bebê começa jogando a temporada regular da Liga ACB
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Giancarlo Giampietro

Pela primeira rodada da Liga ACB, o campeonato espanhol de basquete, o pivô Lucas Bebê ficou em quadra por 9 minutos e 46 segundos, somando cinco pontos, dois rebotes e um toco. Pode parecer pouco, mas não quando consideramos que o jovem brasileiro havia disputado apenas quatro partidas em toda a campanha passada pelo Estudiantes. Isto é, na jornada de abertura, ele já cumpriu 25% do que havia tido numa temporada inteira.

Lucas Bebê na Liga ACB

Lucas sobe para marcar dois de seus pontos

Aos 20 anos, nada pode ser mais importante para este carioca do que se fardar e ir para a quadra. Que sejam dez, cinco, 12 ou 20 minutos. Claro que quanto mais, melhor. Mas é imperativo que ele fique o máximo de tempo que puder em ação, refinando seu jogo – e contra muitos dos melhores jogadores da Europa.

Bebê – ou Nogueira, para eles – é mais um dos inúmeros casos de revelação brasileira que chama a atenção por seu potencial físico antes de tudo, fazendo olheiros, dirigentes e técnicos surtarem pensando na jóia que têm pela frente. Mas nem sempre é fácil aplicar esse talento inato, os atributos físicos em um jogador de sucesso.

Alguns dos exemplos mais bem acabado de um projeto desses bem aplicado são Nenê, que virou um pivô excepcional em Denver, e Splitter, formado aos poucos pelo Baskonia (então TAU Cerámica, hoje Caja Laboral). Ou Serge Ibaka, trabalhado por Manresa e L’Hospitalet na Espanha e pelo Thunder agora na NBA.

Mas houve muitos jogadores, projetos abortados no meio do caminho, ou que simplesmente não renderam o que seus clubes vingaram, pelas mais diversas razões – que podem passar tanto pela falta de dedicação, disciplina do jogador como pela incompetência de um treinador em trabalhar fundamentos ou pela ingerência administrativa de um cartola. Alguns casos: Mouhamed Saer Sene (um dos 200 pivôs que o Seattle/Oklahoma City tentou desenvolver na última década), Robert Swift (mais um dos 200 pivôs que o Seattle/Oklahoma City tentou desenvolver na última década), Alexis Ajinca (mais uma paixão de Larry Brown que não durou mais de dois meses), Carlos Rogers (que sofreu muitas lesões no início de carreira nos anos 90 e depois se aposentou para doar um de seus rins a sua irmã), Ha-Seung Jin (um dos últimos herdeiros da tradição Jail Blazer de Portland), entre outros.

Se você assistir ao vídeo abaixo, poderá entender um pouco do potencial que Lucas Bebê oferece: a impulsão, agilidade e envergadura absurdas para alguém de sua altura. É realmente algo incomum. Mas são habilidades que precisam de tempo, técnica e empenho para valerem entre os marmanjos. Em sua primeira partida oficial da temporada, ele cometeu quatro faltas, por exemplo.

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Vale destacar apenas que o Estudiantes fez uma ótima estreia na Liga ACB, derrotando o Gran Canaria por 101 a 86. Em determinando momento, a vantagem da equipe madrilenha chegou a superar a casa de 20 pontos. Um jogo decidido assim, claro, facilita a escalação do jovem pivô brasileiro.

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A liga espanhola teve sua primeira rodada mais produtiva em pontos em cinco anos, com média de 78,7 por equipe. Acredite: num campeonato de tanta rigidez tática, a ponto de muitas vezes serem irritantes, esse é um número elevado, batendo os 70,89 da temporada passada. O principal cestinha da jornada foi o gigante bósnio Nedzad Sinanovic, que acabou com o Barcelona, marcando 28 pontos e 10 rebotes pelo Valladolid.

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Depois de anunciarmos no Vinte Um o Barcelona como grande favorito, o time de Marcelinho Huertas, claro, perdeu a Supercopa para o arquirrival Real Madrid e sofreu esse bizarro e inesperado revés na primeira rodada da liga: 78 a 71, em casa, diante de 3.800 catalães atônitos. Sabichão.


Analista da ESPN projeta Splitter estelar na próxima temporada
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Giancarlo Giampietro

Ontem foi fechado um post sobre a perspectiva de Tiago Splitter como agente livre na NBA com uma série de perguntas. Entre elas, se os cartolas da liga haviam tomado nota da temporada bastante eficiente que o catarinense havia feito pelo San Antonio Spurs, a despeito de sua performance apática nos playoffs.

Splitter, Spurs

Splitter e seu meio-gancho característico que chama a atenção de qualquer analista

Bem, ainda não dá para dizer nada sobre os concorrentes, mas é certo que o jornalista John Hollinger, um dos padrinhos da comunidade nerd cada vez mais influente no basquete, anotou tudo direitinho. Afinal, é seu ganha-pão: descobrir nos números algumas nuances do jogo para mostrar aqueles que são super ou subvalorizados. (E, sim, caramba, as coincidências de publicação do blog vão se tornando cada vez mais perturbadoraaaaaas. Medo.)

Em suas projeções estatísticas sobre os caras do Spurs, Hollinger arrisca os seguintes números para Splitter – de acordo com uma hipotética média de 40 minutos por partida: 19,4 pontos e 11,2 rebotes, depois de 19,6 e 10,9, respectivamente, no ano passado.

O problema é que Tiago nunca fica em quadra para produzir desta maneira, e ainda hoje os escritórios de direção dos clubes da NBA se dividem entre os que acompanham este tipo de número – e qualquer outro número – e os que são bastante tradicionalistas e valorizam basicamente o que veem em quadra, preto-no-branco.

E também tem outra: as projeções de Hollinger ignoram uma série de variantes que são impossíveis de prever em um cálculo e influenciam diretamente o rendimento: 1) o bem-estar físico de Splitter; 2) qual a relação em quadra do jogador com seus companheiros; 3) qual a relação fora de quadra do jogador com seus companheiros; 4) que tipo de plano de jogo o técnico Gregg Popovich pensa em colocar em prática; etc.

Traduzindo: será que Patty  Mills vai ganhar mais minutos, de acordo com sua performance olímpica? Será que ele vai passar a bola? A química estabelecida entre Ginóbili e Splitter será replicada? E por quantos minutos? Quem vai dividir o garrafão com o brasileiro? Na segunda unidade, quantos arremessos devem ser destinados a Kawhi Leonard ou Stephen Jackson? E Gary Neal ou Danny Green? E por aí vamos…

(Note que este tipo de questionamento serve para todo e qualquer time. Quantas bolas Larry Taylor terá para chutar em Bauru e quantas sobram para o Gui? No renovado elenco de Franca, há alguém que servirá de carro-chefe? Em Brasília, Tijuana, Moscou, Istambul, Seul… Não importa.)

Tiago Spliter, Spurs, NBA

Splitter ainda em busca do protagonismo de ACB

Agora, no mundo ideal, limpo e direto de suas estatísticas, porém, o veterano analista se sente confortável para dizer o seguinte: “Então… O quanto disso (a produção de 2011-2012) foi real? Splitter jogou menos de 20 minutos por partida, mas, quando ele foi para quadra, teve números de um All-Star. Pergunto isso pois ele ganhará somente US$ 3,9 milhões nesta temporada e, depois, vai virar agente livre. Se ele jogar, de algum jeito, próximo deste nível mais uma vez, ele vai ser pago, e com P maiúsculo. Ele pode ser uma estrela”.

Taí um baita voto de confiança para o catarinense, então.

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Em suas análises, Hollinger também já escreveu sobre Fabrício Melo, o novato brasileiro do Boston Celtics também conhecido preguiçosamente como Fab Melo. Neste caso, as especulações são bem mais abstratas, já que têm base nos seus números como universitário.

“Melo teve o melhor rendimento em tocos de qualquer jogador candidato ao Draft com duas sobrancelhas e essa é uma das razões por que o Boston investiu uma escolha de primeira rodada de Draft nele”, adianta. Ria, por favor, porque a piada é muito boa mesmo, envolvendo um de nossos favoritos desde já, Anthony “Monocelha”Davis. O Vinte Um ama o garoto. Viva com isso.

“Ele é bem mais velho do que o esperado aos 22, mas, considerando seu desenvolvimento tardio (o brasileiro começou mais tarde no jogo), ainda há esperança que ele possa adicionar alguns movimentos ofensivos ao seu repertório. Ele não é um cobrador terrível de lances livres e sua média de assistências comparada com os desperdícios de bola em Syracuse foram bem melhores que a de um monte de pivôs, então ele não é irrecuperável no ataque”, continuou.

Depois, o estatístico da ESPN questiona a capacidade de reboteiro de Fabrício, cuja média de era igual, por exemplo, ao escolta Marcus Denmon, de Missouri, que é uns 20 centímetros mais baixo que o mineiro de Juiz de Fora.  “Melo vai precisar capturar alguns rebotes a mais para ajudar uma defesa que já está entre as que mais precisam de ajuda neste departamento na liga”, afirma.

E aqui vai uma afirmação que vai diretamente contra as projeções estatísticas: as métricas de Hollinger simplesmente ignoram o fato de que Fabrício jogou o ano inteiro por Syracuse como o “1” de uma defesa “2-1-2” de Syracuse, muitas vezes distante da tabela e com menos chances de apanhar os rebotes, oras.

É o tipo de razão óbvia para sempre olhar qualquer número com alguma desconfiança. Que pelo menos se questione um dado antes de aceitá-lo como a mais pura verdade.


Splitter entra em seu último ano de contrato com o Spurs
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Giancarlo Giampietro

Tiago Splitter, Spurs

Sabe esse impasse todo por que está passando Leandrinho? A dificuldade de assinar um contrato que julgue justo ou um clube que lhe dê a chance de lutar pelo título, de ir longe nos playoffs? Pois o mesmo lenga-lenga noveleiro pode envolver outro brasileiro no próximo mercado da NBA. Quem? Tiago Splitter.

Mas ele não acabou de assinar com o Spurs, ué?

E não é estranho isso?

Parece que o catarinense ingressou na liga norte-americana ontem. Mas já se passaram dois anos e ele fechou um contrato de três temporadas com o clube texano.

Desta forma, a campanha 2012-2013 se torna ainda mais importante para o pivô. Com esta informação em mente, não é só mais uma questão de agradar a Gregg Popovich e conseguir mais minutos em quadra pelo Spurs. O que pega é que Tiago estará jogando pelo Spurs e também por um novo contrato. Aos 28 anos, ele ainda está no auge e sua expectativa, e a de seus agentes, claro, deve ser a de conseguir mais um pacote bem vantajoso em dólares para preparar um bom pé-de-meia para a reta final de sua carreira.

Devido ao período que levou entre seu Draft em 2007 e sua chegada a San Antonio, em 2010, Splitter pôde receber um salário acima da escala salarial designada para os calouros da NBA. De todo modo, ele ainda ofereceu um desconto para o clube, de acordo com seu valor de mercado na Europa.

Pivôs são sempre muito bem pagos na NBA – vide os inacreditáveis US$ 7 milhões que Kwame Brown tirou do Warriors e Bucks no ano passado e dos US$ 3 milhões que (ainda!) vai tirar do Philadelphia 76ers nesta temporada. Mas, por mais que o ex-sparring de Michael Jordan tenha sido uma tremenda decepção na liga, Kwame ao menos descolou a reputação de um “bom defensor no garrafão”. É o modo como ele é vendido hoje. E qual seria o slogan que acompanharia o brasileiro?

Na temporada passada, o próprio Popovich afirmou que ele já era um dos melhores da NBA na finalização de jogadas via pick-and-roll, com muita velocidade e inteligência nos deslocamentos para “mergulhar” no garrafão e fazer a cesta, embora tenha baixa impulsão. Desta forma, ofensivamente ele teve índices de eficiência altíssimos.  Nos playoffs, porém, regrediu e desagradou ao técnico – ou desagradou ao técnico e regrediu? Talvez a ordem importe aqui.

Será que os executivos da NBA já tomaram nota do potencial de Splitter? Seria o suficiente para buscá-lo no próximo mercado? Como Popovich vai rodar seus pivôs, agora que Duncan e Boris Diaw estão contratados por mais algumas temporadas? E sabe quem também joga pressionado neste ano? DeJuan Blair, outro que vai ter o passe nas mãos em 2013. Também vai querer jogar. Será que mais um ano de 20 e poucos minutos por jogo deixaria o pivô catarinense pê da vida, a ponto de querer voltar ao seu reinado europeu? Do outro lado do Atlântico, ele ainda é certamente cobiçado.

Uma boa jornada pelo Spurs seria o suficiente para resolver boa parte dessas perguntas e evitar a situação desconfortável em que está Leandrinho no momento.


Popovich aposta alto em Kawhi Leonard e sinaliza confiança em Splitter
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Giancarlo Giampietro

Falamos agora há pouco por aqui dos gostos musicais impressionantes de Gregg Popovich, revelados num giro de respostas a internautas torcedores do Spurs. Ok, mas no que ele se vidra, mesmo, é no basquete, pombas.

Kawhi Leonard e Gregg Popovich

Popovich: Leonard e mil e uma maravilhas

E o que saiu de mais interessante nessa “entrevista coletiva” a respeito do clube texano, que teve a melhor campanha da última temporada regular, mas acabou tomando uma virada atordoante do Thunder na final do Oeste?

Sobre Tiago Splitter, já vai. Antes, o que chamou mais a atenção: sua admiração pelo ala Kawhi Leonard, um dos melhores novatos do campeonato passado. Popovich está apaixonado pelo cara.

“Acho que ele vai ser uma estrela. À medida que o tempo passar, ele vai ser a cara dos Spurs, eu acho. Ele é um jogador especial nos dois lados da quadra. Ele quer ser um jogador. Digo, um ótimo jogador. Ele chega cedo, fica até tarde, é fácil de ser treinado, ele é como uma esponja. Quando você considera que ele só teve um ano de universidade e nem passou por nosso training camp ainda, dá para enxergar que ele vai ser um cara diferente.”

Opalelê.

Só uma correção: Leonard jogou por dois anos por San Diego State, mas brilhou mesmo apenas no segundo ano. Talvez seja isso o que Popovich queira dizer.

O ala de fato foi uma bela surpresa pelo Spurs. Estava tão confortável como titular da equipe, desde o início. Foi bastante eficiente, acertando 49,6% de seus chutes de quadra, com 7,9 pontos por jogo em 24 minutos. Tem braços e mãos enormes, é atlético, joga duro e tem realmente um ótimo potencial, com 21 anos apenas.

Está anotado, então.

Leonard só vai ter de amarrar bem o cadarço para bancar essa.

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Sobre Splitter não houve nenhuma pergunta específica, mas o treinador citou o brasileiro e DeJuan Blair numa resposta para tentar situar o Spurs na próxima temporada depois das contratações que Miami Heat e, principalmente, Los Angeles Lakers fizeram. “O que os outros times fazem não podemos controlar, então vamos nos preocupar em incorporar Kawhi no programa já que ele não está aqui há muito tempo. O mesmo vale para Boris (Diaw), Patty (Mills). Esperamos evolução de Danny Green e trabalhar com nosso grandalhões. Acho que Tiago e DeJuan Blair vão ter temporadas muito boas para nós.”

Foi isso. Não é muita coisa, ok, mas é alguma coisa.

Importante lembrar aqui que Splitter já havia jogado muita bola no último campeonato, evoluindo praticamente em todas as estatísticas – apenas em rebote ele estacionou e, em termos de desperdícios de bola, cometeu mais erros. Mesmo os lances livres haviam subido, não se esqueçam: de 54,3% para 69,1%, um salto considerável. Em suma: ele teve apenas 19 minutos por jogo, mas aproveitou cada segundo em quadra ao máximo.

O problema, claro, é o que aconteceu nos playoffs. Nos mata-matas, seus números despencaram e foram inferiores até mesmo aos de seu primeiro ano pelo Spurs. O pivô teve sua confiança minada quando Scott Brooks resolveu explorar sua deficiência nos lances livres, fazendo faltas sem parar no brasileiro. A coisa descambou com aquele esculacho que tomou de Popovich na lateral da quadra em uma derrota crucial em Oklahoma.

Aparentemente, são águas passadas para o técnico.

Seria mais interessante, no entanto, se pudéssemos trocar “Kawhi Leonard” por “Tiago Splitter” na manchete lá em cima.


Prepare-se para conhecer o que toca no estéreo de Gregg Popovich
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Giancarlo Giampietro

Gregg Popovich, Spurs

Pop: quem vê cara não vê coração

Gregg Popovich deixou muita gente chateada por estas bandas devido ao tratamento dispensado a Tiago Splitter nos últimos dois anos, mas saibam que, debaixo do fardamento, existe um homem.

Com seus acertos e imperfeições, e tudo o mais.

E toca o violino.

Dia desses o Spurs divulgou em seu site uma bateria de perguntas e respostas com seu treinador e general atendendo a torcedores do clube. Ele pode detestar aquelas entrevistas ao lado da quadra, nos intervalos de um quarto para o outro, mas tirou um tempo durante as férias para falar com você, tá vendo?

A bomba mais chocante de todas as dezenas de perguntas que ele encarou?

Prepare-se, porque beira o inacreditável.

Gregg Popovich. Ouve. Música.

“O último show que vi foi do Crosby, Stills, Nash & Young”, afirmou, em referência ao quarteto de All-Stars da música norte-americana. Sim, música das boas! E você achando que ele só sabia bater continência, pescar, apreciar um bom vinho e tratar mal os pivôs que não sejam Tim Duncan – DeJuan Blair também anda bastante magoado, saibam.

Mas o mais chocante nessa história toda é que o coração do futuro milico e multicampeão da NBA começou a bater mais forte com o som icônico da Motown de Detroit, com Smoke Robinson, Marvin Gaye, Four Tops, Jackson 5 e muitos outros gênios. Você consegue imaginar o jovem Gregg curtindo essa sonzeira toda? Swinging Pop? Só curtição.

Depois disso, ele migrou para algo mais pesado, citando até mesmo Led Zeppelin e Jimmy Hendrix. Só fica a dúvida aqui sobre o quanto de tolerância ele teria para ver o hino dos Estados Unidos tocado com os dentes. Stoned Pop. Eita.

Hoje um residente texano, o treinador amansou um bocado. “Não dá para não ouvir country por aqui”, afirmou. Todo mundo segue um caminho diferente na vida e, há uns três anos mais ou menos, comecei a ouvir um álbum da Patsy Cline que simplesmente me arrasou. Ainda estou maravilhado por sua voz, e meus amigos e minha família já não aguentam mais: ‘Jesuis, vamos escutar isso de novo’. A mais nova é Terri Clark. Alguém me deu um CD feito por ela, e eu adoro. É muito bom.”

Bem, o country de Nashville a gente assimila facilmente como algo que esteja rodando no stereo de Popovich. Mas ele não cansa de nos surpreender: “Tenho ouvido isso, mas o resto é meio que estrangeiro. É egípcio, Usef, ele é um egípcio, mas talvez seja música turca. Esse tipo de coisa. Algo muito estranho, mas são muitas coisas diferentes que ouço.”

Não toca Usef aqui no QG 21, que fique claro. Na real, nem sei do que ele está falando. E todo mundo achando que o Spurs era bom apenas de achar jogadores gringos por aí.

E aí o repórter mandou muito bem e emendou perguntando se por acaso Popovich ouvia alguma coisa que Stephen Jackson havia produzido recentemente. Se vocês não sabiam, Captain Jack é um rapper nas horas vagas. “Ele costumava me dar algumas de suas fitas, mas, primeiro de tudo, eu não conseguia nem entender  que estava se passando por ali. Algumas dava até para dançar, mas assim que comecei a ouvir o que eles estavam dizendo, tudo aquilo, eu as devolvi.”

Hehe. Não precisa explicar muita coisa aqui, não. Jackson cresceu numa região barra-pesada de Port Arthur, cidadezinha bem pobre no Texas. Aquela história toda: tráfico, violência, difícil de escapar, sobreviver, e o ala do Spurs hoje é visto como uma lenda no local.

Popovich não poderia ir tão a fundo, mesmo.