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Arquivo : Spanoulis

Euroligado: uma derrota basta para a crise
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Giancarlo Giampietro

São apenas três rodadas, faltam mais sete nesta primeira etapa. Mas, se você for parar um tico para ver o que se passa nos quatro grupos da temporada regular da Euroliga, transmitida no Brasil com exclusividade pelo canal Sports+, vai ver que algumas coisas já vão ficando mais claras. Quer dizer, que alguns clubes já começam a despontar, e, neste caso, você pode falar do Barcelona de Marcelinho Huertas e do CSKA Moscou, que não está nada órfão de Ettore Messina. Os melhores times deste princípio de campeonato. Não só pelas três vitórias em três semanas, mas muito mais pela qualidade de seus resultados. O Real Madrid, por sua vez, depois de sofrer nas duas primeiras partidas, se reencontrou em quadra para atropelar o Nizhny Novgorod em casa, vencendo por 39 pontos e batendo recordes. Enquanto isso, o Fenerbahçe, que novamente promete mundos e fundos…

O jogo da rodada: Panathinaikos 91 x 73 Fenerbahçe

Panathinaikos x Fenerbahçe, 2014-2015, Euroliga

Bom, já dá para ver que foi uma surra, que o time da casa não teve muita dificuldade. Então por que escolher esse? Devido ao simbolismo do sempre especial retorno de Zeljko Obradovic a Atenas e a influência  que o resultado pode ter no decorrer da temporada. Foi mais uma partida do Grupo da Morte, o C, para dar muita confiança ao Panathinaikos, que em tese correria por fora na chave, devido ao orçamento reduzido – a crise é braba, mesmo.

Para os que não estão muito acostumados com o basquete europeu, Obradovic é praticamente a encarnação de um deus grego para a torcida verde. Ele serviu ao clube de 1999 a 2012, conquistando cinco edições da Euroliga e 11 ligas nacionais, incluindo nove em sequência. Depois de um ano sabático, ele foi convencido pelo projeto intere$$ante do Fener a voltar para o torneio. Não foi o primeiro reencontro com o ex-time. Na campanha passada, a recepção foi das coisas mais impressionantes que já vi. Nesta quinta, a farra foi a mesma. O técnico sérvio agradeceu: “Quero agradecer ao povo do Panathinaikos pelo modo como eles me trataram novamente hoje. É algo especial para mim estar aqui”, disse. Para, depois, começar a desancar sua equipe.

Obradovic em Atenas? Festa só para um lado

Obradovic em Atenas? Festa só para um lado

“Sinto vergonha da imagem deixada por meu time”, disse. “É minha responsabilidade. Escolhi esses jogadores, e é meu trabalho. Tenho de mudar algumas coisas. Se vai ser possível, ou não, só o futuro vai dizer. Os torcedores estabeleceram um novo recorde de compras de carnês de ingressos na pré-temporada. Eles nos acompanham e realmente se importam com a equipe. O que posso dizer para eles agora?”

Uma observação: o Fener havia vencido suas duas primeiras partidas da chave. É o fim do mundo, né? (Risos.) Mas aí você checa a tabela da cada vez mais competitiva liga turca, e vê que lá eles também sofreram uma derrota em três rodadas, perdendo para o Royal Hali por 70 a 66. O Hali tem quatro americanos de ponta para os padrões europeus, mas foi uma zebra ainda assim. No caso do revés para o Panathinaikos, isso pode custar caro, com Olimpia Milano e Bayern de Munique fungando no cangote, também com ambiciosos planos.

Então, meus amigos, aqui estamos novamente. O Fener torrando aos montes, apostando num técnico legendário e um elenco totalmente abarrotado. O desafio parece ser o mesmo: convencer tantos atletas renovados a sacrificarem seus números, minutos, pontos em prol do time. Fazer a bola rodar mais, encontrando o melhor arremesso – já que opções não faltam. Enfim, transformar egos em um produto de basquete.

Os brasileiros
Marcelinho Huertas – no complicadíssimo Grupo C, o Barcelona teve nesta sexta-feira aquele que supostamente seria a partida mais fácil da chave: duelo com o Turow Zgorzelec, da Polônia, em casa. E foi isso mesmo: vitória por 86 a 67, com placar favorável em todos os quatro períodos. Titular absoluto, Huertas fez um pouco de tudo em quadra, em 26 minutos: 6 pontos (em dois disparos de três), 5 assistências, 6 rebotes e 2 roubos de bola. O ala-pivô Justin Doellman foi o cestinha, com 20 pontos em 25 minutos, para o clube catalão que, ao lado do CSKA, é o que faz a melhor largada na competição até agora.

Huertas pressiona na defesa: Barça larga bem

Huertas pressiona na defesa: Barça larga bem

JP Batista – o Limoges sofreu sua segunda derrota, ao cair por 75 a 69 em Málaga diante do Unicaja – um lugar no qual é muito difícil de se jogar. O pivô pernambucano somou 8 pontos, 5 rebotes e 4 assistências em 21 minutos, convertendo 4-8 arremessos de quadra. Melhor: sua participação foi decisiva nos principais momentos de sua equipe na partida. O campeão francês chegou a abrir seis pontos no início do segundo tempo, mas os anfitriões desembestaram a partir daí anotando 23 pontos contra apenas 2 dos adversários, abrindo vantagem de 13 pontos ao final do terceiro quarto. Na parcial final, resistiram a uma pressão dos visitantes.

JP, e seu tradicional semigancho no garrafão

JP, e seu tradicional semigancho no garrafão

Lembra dele?
Sasha Vujacic (Laboral Kutxa/Baskonia) Depois de destacarmos Andrew Goudelock aqui, na primeira rodada, agora é a vez de outro ex-jogador do Lakers, o ala-armador esloveno que, nos tempos (?) glórios foi inexplicavelmente apelidado de (?) “A Máquina”. Vujacic, na verdade, virou uma figura cult em Los Angeles por todas as lendas ao seu redor, incentivadas por Phil Jackson, diga-se. Essa história de máquina tem a ver com o aproveitamento que tinha de quadra nos treinamentos. Segundo consta, era um verdadeiro leão de treinos. Não errava um arremesso. Na hora do jogo, as coisas mudavam um pouco, ainda que Sasha, ex-namorado de Maria Sharapova e tal, nunca tenha sido reconhecido como um cara tímido. Pelo contrário, como provou nas finais de 2010, convertendo lances livres importantíssimos no sétimo jogo contra o Celtics.

Vujacic, em dia de maquininha

Vujacic, em dia de maquininha

A verdade é que, em Los Angeles, num time bastante estruturado, com Kobe Bryant, Derek Fisher e outros veteranos tomando conta da posição, não sobrava muito espaço para o atleta que teve média de 14,3 minutos em sua carreira pelo Lakers. Em 2011, foi trocado para o então New Jersey Nets e teve muito mais tempo de quadra. No ano do lo(u)caute, voltou para a Europa, pelo Anadolu Efes. Na temporada passada, teve uma curtíssima passagem pelo Los Angeles Clippers. Agora, fechou com o clube basco, ocupando vaga aberta pela dispensa de Orlando Johnson (ex-Pacers e Kings).

Ele fez sua estreia na sexta-feira e ajudou numa dura vitória sobre o Galatassaray, por 91 a 90, em casa, com 13 de seus 14 pontos no primeiro tempo. O esloveno jogou  por 21 minutos, acertando 50% de seus arremessos de quadra, incluindo 3-6 em três pontos.  O herói de verdade da partida, no entanto, foi o pivô Colton Iverson, que anotou a cesta da vitória a menos de 3 segundos do fim. O pivô americano, que foi draftado pelo Boston Celtics no ano passado e vai para sua segunda temporada na Europa, anotou 17 pontos e pegou seis rebotes em 24 minutos.

Uma jogada: vejam essa combinação espetacular de pick-and-roll entre Jeremy Pargo e Alex Tyus…

São várias coisas para se tomar nota. Uma: reparem em como Tyus parte feito um animal em direção ao aro, depois de fazer o corta-luz. Duas: ele já sabe o que pode (vai?) acontecer. Três: você precisa acelerar, mesmo, cortar com intensidade. Quatro: o passe foi um tanto forte e muito alto. Cinco: o sujeito ainda faz o domínio e desce com essa machada para a cesta. Incrível, e eleita a melhor da semana.

Em números
1.000 –
mais uma semana, mais um registro histórico para Dimitris Diamantidis. O capitão do Panathinaikos ultrapassou a barreira das mil assistências em sua carreira (chegou a 1.009) nesta quinta, dando dez passes para cesta contra o Fener. Só para deixar claro: ele já era o recordista do torneio nesse fundamento. Veja um belo clipe editado pela Euroliga para celebrar a marca, de qualquer maneira:

92,3% – o pivô americano D’Or Fischer, do UNICS Kazan, acertou agora 12 de seus 13 arremessos. O que vale um aproveitamento de 92,3%. Nem Steve Kerr no lance livre conseguia algo assim. Nesta semana, o time russo, dos novos ricos do basquete europeu, venceu o Dínamo Sassari por 85 a 62, em casa. Fischer acertou seis em sete, terminando com 14 pontos e 9 rebotes em 22 minutos.

41 – Vassilis Spanoulis precisou jogar 41 minutos e mais 26 segundos para que seu Olympiakos vencesse o estreante e modesto Neptunas Klaipeda por 85 a  81, na prorrogação, fora de casa, após empate por 76 a 76 no tempo regular. O ídolo grego usou da melhor forma possível seu tempo de ação, com 34 pontos, 7 assistências, 5 rebotes e 11-21 nos arremessos, com direito a 6-11 nos arremessos de longa distância. Craque demais.

Vassilis Spanoulis, MVP da rodada. Sai da frente

Vassilis Spanoulis, MVP da rodada. Sai da frente

34 – foi o índice de eficiência atingido pelo americano Brian Randle na vitória do Maccabi sobre o Alba. Ele marcou 25 pontos em 29 minutos pelo time israelense, o vice-campeão da Copa Intercontinental. Além disso, foram cinco rebotes, três tocos e duas assistências, numa grande exibição, também bastante versátil. Será um cara importantíssimo nesse processo de reconstrução do time.

1,53 – a média de ponto por minuto do americano Jaycee Carroll, uma das muitas armas do Real Madrid, contra os novatos russos no Nizhny. Também com nacionalidade do Azerbaijão, numa dessas bizarrices do mercado da bola – e dos passaportes –, Carroll  barbarizou na quinta-feira, com 32 pontos em 21 minutos, acertando 7-9 de longa distância e 10-14 no geral.

Tuitando:

Cuma!?

O jornalista turco revela essa interessante negociação entre o clube espanhol e o gigante turco. O armador francês Thomas Heurtel se valorizou muito depois da Copa do Mundo e está em seu último ano de contrato. O Baskonia precisa de mais um atleta que crie mais oportunidades de cesta por conta própria, o perfil de Hickman. O problema é que o americano saiu do campeão Maccabi para ganhar uma fortuna em Istambul. Vamos acompanhar essa. O italiano Marco Crespi, técnico do atual Laboral Kutxa, já tem uma história de sucesso com Hickman. Os dois trabalharam juntos na Itália, ganhando uma Leaga Due pelo Scavolini Pesaro.

Quando o Real encaixa seu jogo, é isso, mesmo. Vem recorde por aí, devido ao ritmo da equipe, agredindo constantemente o adversário com atletas talentosos, velozes e um elenco bastante volumoso. Das 33 assistências, nove foram do MVP da edição 2013-2014, Sérgio Rodríguez, enquanto seus companheiros de seleção Rudy Fernández e Sérgio Llull terminaram, respectivamente, com seis e cinco.


Copa Intercontinental: qual deveria ser o legado após título do Olympiacos?
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Giancarlo Giampietro

Spanoulis = craque

Com tanto evento chegando por aí, o termo “legado” entrou firme na pauta de qualquer jornal brasileiro nos últimos anos. Ao final da Copa Intercontinental de basquete em Barueri, o vocábulo também pode ser abraçado pelo basquete de cá, em pelo menos duas cruciais acepções para o desenvolvimento da modalidade.

Em termos de estrutura, o empenho e o lado visionário da diretoria do Pinheiros, sonhando alto, foi vital para que este torneio, que não era disputado há 26 anos, voltasse ao calendário da Fiba, por uma temporada que seja. Uma edição em 2014 não está garantida, embora dirigentes americanos e da Euroliga tenham ficado bastante satisfeitos com a organização e falem em até mesmo incluir campeões de outros continentes no páreo. Vai saber – seria, fato, uma semente plantada em solo fértil brasileiro, com a contribuição da trupe da LNB.

Tirando uma única pane em um dos placares neste domingo – reparada num instante –, tudo funcionou nos trinques no Ginásio José Corrêa. Acesso fácil via Castelo Branco ou de trem. Área ampla para estacionamento (e de graça, sem nem mesmo a famigerada classe dos flanelinhas dar as caras para atrapalhar). Quadra de alto nível, ginásio meio cheio (literalmente), público diversificado (sem ser exclusivamente basqueteiro). Paulo Bassul correndo de um lado para o outro. Um timaço de primeiríssimo nível em visita especial. Dá para fazer, até mesmo sem ajudinha nenhuma de qualquer grande conglomerado de comunicações nacional ou internacional. Basta abordar qualquer meta passo a passo, de modo profissional, sério. Alô, CBB.

(Por falar neles, Carlos Nunes compareceu nas duas partidas, nos brindando com uma anedota: 1) sentou-se lado a lado de Gerasime Bozikis, com quem disputou a última eleição da entidade. Ou foi muito sangue frio, ou temos hoje o caso de um ex-aliado-ex-rival-atual-coleguinha-de-pipoca para o presidente Carlinhos. Hortência também estava lá, bastante aplaudida na sexta. Guilherme Giovannoni fez a viagem de Brasília para o Sudeste também, no único atleta em atividade anunciado pelo sistema de som do ginásio. O diretor de seleções Vanderlei deu as caras, mas Rubén Magnano, não.)

Ginásio José Corrêa, que não é o Correão

Um lado totalmente cheio, o outro vazio. Mas um evento agradável em Barueri

Do ponto de vista técnico, os pinheirenses certamente vão se apresentar para treinar na segunda ou terça-feira com o peito estufado, com o discurso de que enfrentaram o Olympiacos de igual para igual – e, do ponto de vista psicológico, vale tudo. Uma meia verdade. Neste domingo, até equilibraram o primeiro tempo novamente. Chegaram a empatar em 30 a 30. No terceiro período, porém, os gregos, com sua consistência, concentração, experiência, bagagem tática e talento, fraturam a confiançados brasileiros, abrindo caminho para um triunfo por 86 a 69. Um placar que exprime um pouco melhor a distância entre os dois times. Contudo, ainda não conta a história toda (veja mais números abaixo).

Os gregos obviamente eram os favoritos, por diversos motivos. Deu a lógica – e nessa lógica está incluído, sim, o maior poderio econômico dos visitantes, da mesma forma que o padrão de jogo tresloucado do time de Claudio Mortari.

A abordagem em quadra é muitas vezes alarmante, especialmente se comparada com o que os adversários faziam do outro lado. Gente que cozinha a partida metodicamente, passando, passando, passando, de um lado para o outro, em busca de um chute livre, saudável; só investiam as jogadas individuais quando vislumbravam um mismatch óbvio, com Spanoulis e Printezis geralmente incumbidos de tocar essa adiante. Enquanto os anfitriões se contentam e se perdem em atacar na base do bumba-meu-boi, com muito um-contra-um e arremessos absurdos no grau de dificuldade (que Shamell os converta aqui e ali, é para mostrar todo o seu potencial, que, quando canalizado, pode fazer estragos). É cultural.

Defendendo com competência (dobrando no garrafão e longe da cesta), selecionando melhor suas tentativas de cesta (com dribles e passes para fora seguidos), conseguiram a igualdade no segundo período. De repente, com duas bolas forçadas de Shamell e Joe Smith, em sequência, e o placar já estava em 36 a 30 para os visitantes. Dali para a frente a diferença aumentaria e fugiria do controle. Falta consistência, e creio que isso se explica mais pela exaustão mental, devido a uma falta de hábito, do que pela física.

Vale, muito, o estudo dos DVDs…

Mineiro, barrado no baile

Mineiro saltou, correu, batalhou e teve contato com uma outra realidade

Pegue-se, por exemplo, o caso de Jonathan Tavernari. Não assistia ao filho da treinadora Telma desde suas últimas partidas pela Seleção, na era Moncho. Conissão feita. Daí que as atuações deste final de semana deixam uma imagem muito preocupante. De jogador de liga nos dias de BYU, pau-pra-toda-obra, vemos hoje um ala muito limitado, viciado em arremessos de longa distância – sem a menor eficiência. Em 61 minutos em Barueri, o jogador cometeu 5/18 no perímetro (27,7%). Ele tentou apenas três bolas de dois pontos no total, todas elas neste domingo, sem acertar nenhuma. O que deu no rapaz? É como se ele tivesse uma secreta meta a ser batida na temporada.

Tavernari não foi o único dos brasileiros a ter dificuldades extremas para competir com adversários deste nível. O espevitado Paulinho até conseguiu uma ou outra bandeja, quando tinha o mínimo de espaço para avançar em linha reta. No geral, porém, o “armador”mal conseguiu jogar. Em 55 minutos, somou 19 pontos (8/18), uma assistência e quatro desperdícios de posse de bola. Já Rafael Mineiro procurou lutar, não abaixou a cabeça, sua capacidade atlética ficou evidente, mas o pivô estava visivelmente fora de sua zona de conforto, sofrendo com os trancos contra oponentes bem mais físicos, terminando com 10 pontos, 13 rebotes, 7 desperdícios e apenas 3/13 de quadra.

Com um elenco reduzido, se comparado com o da potência europeia, o Pinheiros se viu, então, numa enrascada ainda maior – apenas Shamell e Smith produziram num grau de normalidade (criando jogadas normalmente). O que não quer dizer que o time paulista perdeu apenas por defasagem financeira, embora o técnico Georgios Bartzokas tenha destacado o cansaço de seus adversários, que usaram basicamente sete atletas durante todo o confronto, enquanto ele se sentia tranquilo em escalar seus 12 relacionados.

Aliás, incluam aqui o ala-pivô Dimitrios Agravanis, de 18 anos, e seu xará Katsivelis, armador de 22 anos. Os dois puderam até mesmo iniciar o duelo deste domingo como titulares e, juntos, tiveram 25 minutos. Mortari, do outro lado, bem que poderia ter colocado deus garotos muito mais cedo no quarto período. Não só seria um movimento de prudência da sua parte, preservando as principais peças de sua rotação minguada, como daria uma chance raríssima para que os promissores Luas Dias, Bruno Caboclo e Humberto pudessem enfrentar os campeões europeus. Para se ter uma ideia, o mesmo Bartzokas fez questão de menci0nar em sua entrevista coletiva o quão impressionado ficou apenas com o que viu no aquecimento (!) da molecada. Eles estavam enfileirados para o exercício de bandejas/arremessos de frente para o banco ateniense. No caso do ala-armador Humberto, pode esquecer essa coisa de bandeja: o jogador de 18 anos salta muito e castigava o pobre aro quando chegava a sua vez de finalizar. Impulsão, leveza e elasticidade de encantar, mesmo.

Lucas entrou nos três minutos finais, enquanto Caboclo ficou apenas um minutinho em quadra – uma pena, principalmente pelo fato de que o MVP do último camp “Basquete sem Fronteiras”, da NBA, estava jogando em casa. Quando levantou-se do banco para ir para a quadra, um por um grupo de amigos vibrou na arquibancada. Os gregos já venciam por mais de 15 pontos (e 25 no geral…). Não custava nada, mesmo. Poderia ter sido mais um legado.

*  *  *

Vamos brincar de somar os números das duas partidas? Já que estávamos diante de uma estranha decisão de 80 minutos, valendo o salto de cestas, valendo como um grande jogo em dobro?

Arremessos: Olympiacos 60/101 (59,4%) – Pinheiros 49/132 (37,1%)
Dois pontos: Olympiacos 46/67 (68,6%) – Pinheiros 34/78 (43,5%)
Três pontos: Olympiacos 14/34 (41,1%) – Pinheiros 15/54 (27,7%)
Lances livres: Olympiacos 33/42 (78,5%) –Pinheiros 26/32 (81,2%)
Turnovers: Olympiacos 36 – Pinheiros 27
Assistências: Olympiacos 41 – Pinheiros 19
Rebotes: Olympiacos 77 – Pinheiros 49

Se foi de parcial em parcial que o time grego foi aumentando sua vantagem na sexta-feira e no domingo, a comparação estatística acima ajuda a contextualizar sua dominância no geral. Sobre os percentuais de arremesso, não precisa dizer muita coisa.

*  *  *

Spanoulis, merecidamente, é o primeiro jogador lembrado em dez de cada dez textos sobre o time grego. Mas Georgios Printezis também merece suas linhas. Um guerreiro. Joga com muita intensidade e não para de atacar, incomodar. Neste segundo jogo, carregou a equipe em diversas ocasiões e tirou os adversários do sério com o monte de faltas cavadas ao partir para a cesta. Na Europa, claro, não é todo dia em que ele será usado desta maneira, enfrentado defesas muito mais compactas. Contra o Pinheiros, porém, exibiu sua versatilidade, podendo funcionário tanto como arma primária ocasional, como aproveitando as assistências de Spanoulis com seu deslocamento fora da bola.

Printezis infernizou

Printezis, atacando, atacando, atacando e atacando, sem parar

*  *  *

O serviço de olheiros do Olympiacos está de parabéns também. Seu orçamento é de superpotência comparado com o que temos aqui no NBB, mas, na Europa, ainda não consegue fazer frente a um Barcelona ou CSKA Moscou, dois que lhe roubaram jogadores importantíssimos de seu título europeu. Tudo bem? Parece: os americanos Bryant Dunston e Brenton Petway vão dar muito trabalho para a concorrência na Euroliga que se inicia no dia 16 de outubro (com transmissão do canal Sports+, 28 e 128 da Sky).  Dois jogadores muito atléticos, ativos, ágeis e prestativos.


Notas sobre a 1ª final da Copa Intercontinental e duas abordagens de jogo
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Giancarlo Giampietro

Spanoulis, procurando alternativas

Visão fechada? Spanoulis e o Olympiacos buscam alternativas, mesmo assim

O atraso sobre a atualização do primeiro jogo da Copa Intercontinental de clubes, com vitória do Olympiacos por 81 a 70 sobre o Pinheiros, tem uma justificativa capital: aniversário da matriarca 21. Prioridades são prioridades, né?

Então, como está bem tarde e neste domingo de manhã lá vem mais jogo, não há motivo para se estender muito num texto encadeado, que já nasce perecível e nem poderia ser definitivo, uma vez que uma segunda partida entre os campeões continentais vem pela frente neste domingo. Então vamos acessar o que aconteceu nesta partida por meio das salvadoras notas. Vamos a Barueri novamente para conferir de perto.

Para constar, uma derrota por até 10 pontos ainda faria dos gregos os campeões mundiais no domingo em Barueri. É um regulamento um tanto esdrúxulo para uma competição de basquete, mas, depois de um intervalo de mais de duas décadas para testemunharmos esse tipo de disputa, acaba valendo tudo.

Algumas anotações sobre o que vi na sexta-feira:

– A escancarada diferença entre os estilos de ataque. Não é que o Olympiacos possa ser caracterizado como “socialista” e o Pinheiros, o grande vilão “capitalista”. Mas que o time europeu tem uma vocação para o passe muito mais natural, paciente, instintiva, é inegável. Dá para citar aqui o número de assistências de um (23) contra o do outro (12), mas nem isso faria justiça ao que se viu em quadra. Agora, se formos colocar em perspectiva, notamos que foram 23 assistências dos visitantes para um total de 34 cestas de quadra. Isto é, 67,6% de seus arremessos foram resultados de jogadas trabalhadas por um companheiro. No Pinheiros, o número ficou em 48%. É uma bela diferença.

Além disso, contamos somente cinco jogadores do time paulistano pontuando. No adversário, foram nove contribuindo no placar final, com quatro também em duplos dígitos. Tem muito a ver com orçamento, mas não se limita a isso.

– Aqui é o ponto certo para falarmos sobre a má e velha questão dos arremessos de três pontos. De novo: a questão não muitas vezes não tem a ver sobre o quanto se arrisca de fora, mas a forma como se faz. E o Pinheiros forçou MUITOS chutes de longa distância. Ciente da relevância do tema, deveria ter feito um scout pessoal de tentativas forçadas de longa distância. Repito: seria estritamente pessoal, numa visão que obviamente seria questionada sobre a comissão técnica brasileira. Mas alguns dos chutes foram absurdos, bem atrás até mesmo da linha da NBA (Jonathan Tavernari parece estar se “especializando” neles, aliás – todos os seus disparos foram de fora, todos, sim: 4/13 para ele). Na sexta, o campeão americano matou 29% no perímetro externo, enquanto os europeus acertaram 39%. De novo uma grande vantagem a favor dos helênicos.

E aqui você precisa ver o jogo para entender a origem desse tipo de estatística. Foram diversas as oportunidades em que, no ataque do Olympiacos, uma infiltração (via drible ou passe) resultava em um passe para a zona morta e, dali, a bola ainda seria movida mais uma vez para um chutador completamente livre na quina da linha exterior. Caixa. Mais uma assistência e três pontos para os visitantes. Esse tipo de movimento aconteceu sem parar, mes-mo.

(Não quer dizer que eles também não façam loucuras: Spanoulis também tem seus momentos de estrela em que breca de longe e chuta sem pestanejar, mesmo com as pernas pesadas, pesadas – várias de suas primeiras bolas deram bico.)

Do outro lado, Shamell, Tavernari, Paulinho e Joe Smith se aventuraram individualmente sem parar. A bola cai? A torcia vibra (Ponto! Cesta! É gol!). A bola bate no aro? (Uuuh! Aaah! Que pena! Na trave!). Por mais que um ou outro tenha recursos para o drible e jogadas individuais (e não mais que isso, diga-se) e até o jogo de pés e munheca (fundamentos, ufa) para criar e matar, forçar arremessos assim é desafiar qualquer probabilidade de sucesso. Até Claudio Mortari por vezes se manifestava ao lado da quadra, com as mãos espalmadas para baixo e os braços se flexionando, pedindo: “Calma, pessoal, calma”… Mas como alterar, de um jogo para o outro, os modos, os gestos praticados no decorrer de uma ou mais temporadas?

O Pinheiros não correu (para se aproveitar das pernas pesadas dos adversários), mas se precipitou em vários ataques. Foi muito de “eu-pego-e-chuto-daqui-sim-senhor” que incomoda demais.

– Compare os percentuais de dois pontos também: o Olympiakos matou 73% de saus bolas de dois pontos. Contra pífios 39% do Pinheiros. Isso é algogritante. Foram diversas as ocasiões em que Shamell (que fez uma bela partida, diga-se) partiu para a cesta e atirou pedradas em direção ao aro. É como se ele não estivesse mais habituado a converter jogadas simples, de tanto que fica distante do garrafão. E o americano tem a força física e drible para jogar lá dentro.

Aqui também cabe um adendo defendendo o jogador: o americano ficou em quadra por 37 minutos. Descansou um pouquinho aqui e outro pouquinho no quarto período, quando Mortari viu que ele já não tinha mais pernas pra nada. Uma das pedradas aconteceu momentos antes de sua substituição a 2min18s do fim (?). Do outro lado, Bartzokas tirou Vassilis Spanoulis a 8min12s do quarto período, para depois recolocá-lo em quadra com 2min54s restando no cronômetro.

– E como o Pinheiros se manteve perto no placar final, então, caçamba? No início do terceiro período, os gregos venciam por apenas 56 a 51.

É só conferir o número de turnovers. O Olympiacos cometeu 22 deles, o dobro do Pinheiros. Isso resultou em muitas, mas muitas posses de bola a mais para os brasileiros. Recapitulando o número de arremessos de quadra: foram 55 para os de Atenas, contra 72 para os de São Paulo. O time de Mortari teve 17 chutes a mais. Tivesse uma seleção mais consistente no ataque, realmente poderiam ter ganhado a partida.

Méritos para a defesa que forçou tantos desarmes? Sim, que pelo menos batalhou para recuperar a bola. Rafael Mineiro, nesse quesito, merece uma salva. O ala-pivô se atirou ao chão sem parar atrás de “divididas”, se sacrificando pela equipe, ainda que não estivesse na melhor noite ofensiva (e nem fosse muito alimentado).

Agora, não se pode esquecer também que os gregos contaram praticamente com cinco estreantes em sua rotação, quatro dos quais atuaram por mais de 13 minutos (e três acima de 18). Em várias ocasiões, um pivô hesitante procurou o outro dentro do garrafão num “deixa que eu deixo” que resultou em recuperações por parte dos brasileiros. Perspicácia dos defensores, atentos, mas que também se aproveitaram da falta de entrosamento de quem atacava, de gente que ainda está em pré-temporada.

– Não foi uma surra, sob nenhuma ótica. Mas o Olympiacos venceu três dos quatro períodos, perdendo apenas o segundo por 19 a 17. O Pinheiros só liderou o placar com cerca de cinco a quatro minutos no relógio desta segunda parcial. Num ataque com 4min40s, Joe Smith, matou um contra-ataque no mano-a-mano, e fez 26 a 22 para o time paulistano. O primeiro tempo, de todo modo, encerrou-se com um 32 a 30 a favor dos helênicos.

– Spanoulis foi sacado com 5min28s no segundo quarto, com duas faltas. Estava marcando Shamell, num claro despreparo de Bartzokas. É de se esperar que, nesta segunda partida, o astro grego seja preservado, sem ter de perseguir o cestinha americano.

– A maior média de pontos da carreira de Stratos Perperoglou na Euroliga: 7,1 por partida em 2010-2011. Na sexta, ele curtiu sua noite de cestinha, com 15 pontos, atacando a cesta em infiltrações impensáveis (algo que escrevi aqui ser uma raridade), como se fosse um Spanoulis. Terminou com 6/6 nos dois pontos, 100%. Para os que o marcaram, é de se pensar.

– O ginásio José Correa, no centro de Barueri: bastante agradável (ainda que, no meio da galera, possa ficar um tico abafado mesmo numa noite fria). Uma bela iluminação no exterior, chamando a atenção para quem chegava de trem (Oi! Nós existimos!). Dentro, ótima visão de jogo. Para os organizadores, o único senão foi a espremida saída para o público, no final. De resto, com telões bonitões, bela quadra, Jay-Jay, e tudo, uma noite agradável, bastante positiva para o basquete brasileiro em termos operaconais. Vale destacar também o bom número de vagas ao redor do ginásio. Bem fácil o acesso. Próximo da rodovia para quem foi guiando (ok, vamos pensar hipoeticamente num mundo sem trânsito) e bem perto também da estação Barueri.

– Pode o Pinheiros adotar uma seleção melhor de arremessos? Como jogar para vencer por 12 pontos? Vão correr mais, mas sem perder a cabeça? Daqui a pouco, as respostas…


Liderado por Spanoulis, mas renovado, Olympiacos desafia Pinheiros
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Giancarlo Giampietro

Pinheiros x Olympiakos

Depois de 26 anos, o basquete volta a ter sua Copa Intercontinental de clubes nesta sexta-feira, em Barueri. O bicampeão europeu Olympiacos já veio curtir uma garoa e céu nublado em terras paulistas, num clima que, nem de longe, idealizavam encontrar no Brasil, claro. Mas não que tenham vindo a passeio.

Os gregos não sabem exatamente ainda o que terão pela frente, mas um time dessa tradição só pode entrar em quadra para vencer. É o que espera sua torcida fanática – aproximadamente 150 deles vêm para o jogo, e o desafio dos brasileiros é cantar mais alto que eles… Mesmo.

“Não sei o que esperar no Brasil”, afirmou o técnico Georgios Bartzokas antes do embarque. “Sei que cada jogo é como uma religião e também uma festa para os brasileiros. Sabemos que ambos os jogos devem ser em casa cheia. Os brasileiros têm uma grande tradição em todos os esportes coletivos, e isso inclui o basquete. Eles estão atualmente no meio de sua liga doméstica, e o Pinheiros tem uma campanha de 10-8. Foi difícil encontrar informações sobre os nossos adversários, mas vamos ter uma imagem clara após o primeiro jogo.”

Difícil fazer uma abordagem mais generalizado que isso. Mas, ao menos, Bartzokas foi sincero. Não saiu com frases como “vamos enfrentar um time de qua-li-da-de”, “obviamente eles são muito perigosos e vão jogar em casa” e afins. Ele pode estar correto, ou não, em suas observações sobre o público brasileiro, mas disse o que pensa, o que imagina sobre nossos torcedores, e está bom.

O fato de o técnico dos campeões da Euroliga conhecer pouco sobre o atual time número um da América só mostra o quanto a Fiba de cá e, principalmente, os clubes precisam trabalhar para criar algo que chegue perto do que as instituições europeias da modalidade têm hoje: um produto sólido, que consegue se vender bem, a despeito dos índices econômicos preocupantes de grande parte do continente.

Shamell who?

Shamell, um nome já fixado no mercado americano, mas que só foi apresentado a Spanoulis em coletiva nesta quinta-feira. Nesse jogo do desconhecido, quem vai levar a melhor? O ala, surpreendendo? Ou os defensores gregos e um jogo com o qual o ala não está habituado?

Por mais que os serviços de scout hoje estejam bastante desenvolvidos, ainda é muito difícil para os europeus acompanharem o que se passa nas ligas inferiores deste lado do Atlântico. Quem acaba fazendo a ponte entre os dois mundos são os escritórios de agentes, mas só para vender este ou aquele jogador, ou para importar treinadores de lá, de preferência espanhóis, que estão espalhados da Patagônia a Tijuana.

Já o técnico Claudio Mortari – ou qualquer outro basqueteiro brasileiro interessado – teve, no mínimo, acesso a dezenas de jogos do Olympiacos na TV durante as últimas temporadas, a última delas transmitida pelo Sports+, pelo qual terei novamente o prazer de fazer parte das transmissões para o campeonato 2013-2014.

De qualquer forma, os times vão se conhecer, de verdade, em quadra, a partir das 20h desta sexta. E o choque de culturas não poderia ser mais intrigante neste sentido. Ainda que o Olympiacos tenha sido a equipe com o quinto ataque mais veloz de seu torneio continental, a diferença de seu ritmo para o dos concorrentes não é tão grande assim. De modo que está acostumado a embates mais lentos e físicos, sem se distinguir na abordagem do jogo.

Aqui por estas bandas sabemos muito bem a velocidade com que o Pinheiros costuma jogar algumas vezes beira o imponderável. A ideia aqui era levantar uma série de números sobre a participação do time no Campeonato Paulista, mas o site da federação está absolutamente intratável desde quinta-feira, com uma lentidão que faria a seleção ucraniana parecer o Miami Heat. Consegui computar estatísticas das últimas duas partidas do clube, com vitórias sobre Bauru, com virada no quarto período, mas um excelente resultado no contexto do campeonato, e Rio Claro.

Contra um dos líderes da competição, a equipe de Mortari somou 15/32 de três pontos (47%), 16/30 de dois (53%) e ainda bateu 20 lances livres, convertendo 18 deles (90%). Além disso, cometeram apenas noveturnovers.Foi um estouro. Apesar deste excelente rendimento ofensivo, os pinheirenses tiveram dificuldade para vencer por terem sido espancados na disputa por rebotes. Os visitantes apanharam 16 a mais no jogo – foram 17 só na tabela ofensiva, sendo cinco deles de Larry Taylor (!?).

Diante de Rio Claro, foi uma sacolada, com 24 pontos de diferença. Os números ofensivos: 12/31 de três (39%), 18/31 de dois (58%), 18/29 nos lances livres (62%) e 12 desperdícios de posse de bola. Não tem muito como usar como parâmetro, dada a a disparidade entre os elencos, mas ao menos se repete o alto volume nos chutes de fora e de lances livres cobrados. Analistas das métricas avançadas da NBA e o gerente geral Daryl Morey, do Houston Rockets, chorariam de alegria vendo esse tipo de rendimento. Resta saber apenas se a defesa do Olympiacos vai permitir.

Mas quer saber do que mais? Contra os gregos, a correria talvez seja realmente um trunfo a ser explorado, desde que com o mínimo de organização. Os caras estão enferrujados ainda, em pré-temporada, enquanto a equipe brasileira já fez 18 partidas pelo Paulista (ainda que nas primeiras seus principais jogadores tenham sido poupados).

Em termos de entrosamento, a vantagem, na teoria, também fica por conta dos anfitriões. O Olympiacos não só acabou de se reunir, como está numa fase de integração de diversas peças novas. Do grupo campeão em maio, saíram quatro jogadores muito importantes da rotação: o ala Kostas Papanikolau (que foi receber uma bolada no Barcelona, ótimo arremessador de fora e muito forte no rebote), o ala-pivô Kyle Hines (reforço do CSKA Moscou de Messina; leia aqui mais sobre seu impacto pelo time) e os pivôs Pero Antic (macedônio que fechou com o Atlanta Hawks) e Josh Powell (aquele ex-Lakers, mesmo, que hoje tenta uma vaga no New York Knicks). Isso sem falar do pirulão geórgio Giorgi Shermadini, que jogou apenas seis minutos na final contra o Real Madrid, mas ganhou minutos consideráveis durante a competição.

Como vocês podem reparar, o gigante europeu trocou seu garrafão inteiro. Só sobrou o versátil Georgios Printezis para contar história. O técnico Bartzokas obviamente vai ter trabalho para rearranjar a química do time, especialmente a defesa interior, que perdeu jogadores que se entendiam muito bem.

Spanoulis em Barueri, é isso aí

Spanoulis vai estar acompanhado de novos parceiros nesta Copa Intercontinental

Para a Copa, o armador Acie Law, ex-Hawks e Warriors, lesionado, é outra baixa. Quer dizer, menos um da equipe que venceu o Real Madrid na final. Dos jogadores que se apresentarão em Barueri, algumas informações, comentários:

Vassilis Spanoulis: o jogador mais gabaritado do evento, um dos melhores da Europa, como o título de atual MVP da Euroliga comprova – está numa lista em que Andrei Kirilenko, Juan Carlos Navarro e Dimitris Diamantidis o acompanham. Dizer que “tudo” no ataque da equipe grega se passa em torno de suas diversas habilidades pode soar como exagero, mas, acreditem, até vale como força de expressão. Um armador com drible sem muita frescura, mas que pode ser mortal, ainda mais usando corta-luzes sem parar (não por acaso, esteve entre os líderes em faltas recebidas e lances livres cobrados durante todo o campeonato continental). Arremesso de longa distância precisa ser respeitado. Também sabe matar em flutuação. E aí que fica difícil de equacionar: se você apertar muito, provavelmente vai tomar o corte. Se folgar, ele vai mandar bala, sem hesitar.

Na Euroliga, as defesas que tiveram mais sucesso contra o astro conseguiram incomodá-lo com um garrafão congestionado. Sim, esse tipo de jogador você não vai parar no um-contra-um. Tem de pensar no coletivo. A ideia seria cercá-lo com até dois homens na sobra, quando estiver rondando o garrafão, de modo a desencorajar suas infiltrações e, ao mesmo tempo, tentando limitar suas linhas de passe (seu jogo de “kick-out” também é perigoso). “Anular” Spanoulis raramente ocorre. O jeito é atrapalhá-lo.

Georgios Printezis: um jogador experimentado, com muitos movimentos atípicos. Não seria recomendável ensinar suas mecânicas em nenhuma escolinha. Mas não se deixem enganar por isso: de um jeito ou do outro, o ala-pivô da seleção grega consegue fazer o serviço – nas quartas de final contra o Anadolu Efes, por exemplo, foi fundamental para fechar um duríssimo confronto em 3-2, quando Spanoulis estava com a mão fria. Movimenta-se bastante de um lado para o outro no ataque, esperando alguma brecha para atacar, dando trabalho fora da bola. Não é dos reboteiros mais ferozes. Embora tente bastante, não chega a ser uma ameaça no chute de longa distância. Autor da cesta do título de 2012, com um sangue gélido que só. Veja de diversos ângulos:

Evangelos (ou Vangelis) Mantzaris: tem apenas 23 anos, mas se comporta em quadra como um trintão, de tantas medalhas que já ganhou nas seleções gregas de base. Não é dos mais agressivos no ataque – pouco faz em termos de infiltração, mas tem aproveitamento de 40,7% de fora na carreira na Euroliga. Acaba guardando toda a sua pegada para a defesa, mesmo, em que usa seu 1,96 m de altura e envergadura incomuns para a posição para colocar pressão nos adversários. Teve sua campanha 2012-2013 interrompida por uma grave lesão no joelho, então sua forma física é questionável. Se estiver inteiro, será no mínimo curioso seu duelo com Paulinho.

Kostas Sloukas: mais um da seleção nacional e outro que, com 23 anos, se comporta como um veterano andarilho. Companheiro de Mantizaris na base. Um grande arremessador que não pode ficar livre na linha de três de modo algum (média de 45,7% na Euroliga) – é um dos principais alvos das assistências de Spanoulis. Lento, porém, não representa muita ameaça com suas infiltrações e também pode ser bem explorado do outro lado da quadra, na defesa.

Stratos Perperoglou: determinado, centrado e forte, é um belo marcador na ala, ainda que esteja perdendo velocidade e muitos já o vejam como alguém mais propenso a lidar com alas-pivôs do que alas que joguem mais afastados do garrafão. É possível que vá cobrir Shamell por algum tempo. Sabe de suas limitações e não vai além delas. Não espere aventuras individuais do ala de 29 anos rumo à cesta. O tipo de operário que se dedica aos pequenos detalhes, não vai ganhar nenhum troféu individual, mas que ajuda qualquer time.

Mirza Begic: um gigante de 2,16 m de altura, o pivô esloveno é um dos reforços da equipe, depois de passar três anos com o Real Madrid. Honra sua estatura como um bom defensor próximo do aro, tanto na cobertura como, principalmente, no mano-a-mano. Mas é bastante vulnerável em combinações de pick-and-roll, devido a sua mobilidade de tartaruga – algo que deve ser explorado ao máximo por pivôs leves como Mineiro e Morro. No ataque, seria prudente tentar marcá-lo pela frente quando próximo do garrafão e não se descuidar do bloqueio na hora do rebote, se levarmos em conta que nunca em sua carreira na Euroliga, desde 2007, ele chutou abaixo de 52,5% na zona de dois pontos.

Cedric Simmons: um dos quatro norte-americanos contratados para esta temporada, o pivô já foi companheiro de Marquinhos no New Orleans Hornets, vejam só. Jogaram juntos na temporada em que a franquia também carregou o nome de Oklahoma City. Escolhido em 15º num Draft desastroso do clube que havia apanhado Hilton Armstrong na 12ª posição. Dois grandalhões, nenhum acerto. Mas, bem, voltando ao ponto: Simmons teve uma grave lesão na perna que contribuiu para sua breve trajetória na NBA e lhe roubou um pouco de sua formidável capacidade atlética, de impulsão e velocidade. Mas deu um jeito de estender sua carreira na Europa, fechando com o Olympiacos, aos 27 anos, após defender o Enel Brindisi, da Itália. Ah, nesse meio tempo, descolou um passaporte búlgaro, jogando pela seleção do país. Claro.

Quanto a seus compatriotas – nascidos nos Estados Unidos, especificando –, nunca os vi em ação, para ser sincero. Vamos pelos números, então. Matthew Lojeski é um ala-armador que se formou na universidade do Havaí e, desde 2008 até este ano, esteve em ação na Bélgica. Foi bicampeão nacional pelo Oostende e, no ano passado, teve média de 16 pontos por partida na Euroliga, com aproveitamento impressionante nos arremessos – 51,2% de dois pontos, 57,1% de três (!!!) e 96,6% nos lances livres. Bryant Dunston seria um candidato a substituir Kyle Hines, pois, com 2,03 m de altura, sempre teve média de pelo menos um toco por jogo (ou bem mais que isso) por onde passou.

*  *  *

Perperoglou pode ser dos mais discretos em quadra, mas tem um blog no site da Euroliga. Em seu último post, já em” Sao Paolo”, o ala se arriscou um pouco mais que Bartzokas, e… Bem, vamos  lá: “Não posso dizer que sei muito sobre os nossos adversários, mas estou confiante de que eles vão ser uma equipe forte. Posso dizer isso com base no fato de que o Brasil foi um dos finalistas da mais recente Copa América neste verão e porque sempre fiquei impressionado com os jogadores brasileiros que passaram pela Euroliga. Talvez o próximo Marcelinho Huertas ou Tiago Splitter estejam nos esperando nesta equipe do Pinheiros. E, além disso, se foram os melhores da América do Sul na última temporada, devem ser muito bons”.

Por “finalista da Copa América”, imagino que ele esteja se referindo aos países que se classificaram para o torneio, num paralelo com o que acontece na Europa, em que algumas seleções ficam fora e são relegadas ao segundo escalão. Mas que bom, né? Ao menos o Brasil conseguiu ficar acima de Chile, Colômbia, Equador e Bolívia. Por “melhores da América do Sul”, não foi o caso: times do México e Porto Rico também foram derrotados.

A ideia aqui não é zombar da simpatia do ala. Mas só constatar que seus comentários só reforçam o quão desconhecidos seus oponentes são para eles. De modo que esta primeira partida se torna mais importante para o time brasileiro.

*  *  *

O Pinheiros tentou, mas não conseguiu fechar a contratação de um reforço de aluguel direcionado especificamente para a Copa Intercontinental. Leandrinho ajudaria tanto assim? Talvez. Mas não sei se é justo/ético/necessário esse tipo de operação. No futebol, por exemplo, o Cruzeiro executou algo nessa linha em 1997 para encarar o Borussia Dortmund, e seu esforço foi em vão.  Que o Pinheiros enfrente o Olympiacos com as armas tradicionais que tem, com as quais foi campeão de um torneio que poucos brasileiros venceram.

*  *  *

Por que jogar em Barueri? Sem datas no Ibirapuera. Como a Copa Intercontinental surgiu? O Daniel Neves, da casa maior, o UOL Esporte, já havia contado tudo aqui depois de um papo com João Fernando Rossi, o dirigente que transformou o Pinheiros numa potência nacional também no basquete.


Convites para o Mundial: quais os prós e contras dos principais candidatos?
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Giancarlo Giampietro

Times do Mundial 2014

A Fiba abriu o jogo, ou pelo menos um pouco dele, ao divulgar nesta semana quais os critérios que seus dirigentes vão considerar para escolher os últimos quatro times classificados convidados para completar a Copa do Mundo de basquete Espanha 2014. Para que não viu, aqui está no site oficial (ou traduzido aqui pelo Basketeria). É uma forma esdrúxula de se definir os times participantes de um campeonato, claro, mas são estas regras, e não há muito o que fazer.

O que conta mais? Tamanho de mercado ou resultados esportivos? Conexões políticas ou popularidade de suas ligas? É muito complicado encontrar um senso comum aqui, numa lista realmente extensa para se avaliar num esboço do que estará na mesa para as próximas reuniões de cúpula da entidade – nos dias 23 e 24 de novembro em Buenos Aires e nos dias 1º e 2 de fevereiro de 2014 em Barcelona. O encontro na capital argentina pode fazer uma primeira peneirada entre todos os candidatos, mas a escolha final ficará mesmo para o encontro na Catalunha.

Claro que tudo pode se resumir a meramente quem pagar mais. Será que o cheque com mais dígitos vai levar? Pode ser que sim, embora não digam isso abertamente. Veja o que diz a federação em seu comunicado: “As confederações nacionais que decidirem colocar suas seleções como candidatas ao convite podem fazer doações. A quantia arrecadada será usada para a promoção mundial do basquete por meio da Fundação Internacional de Basquete da Fiba (IBF, na siga em inglês)”.

Mas, aqui, neste exercício, vamos supor que essa “doação” não será o fator mais decisivo – até porque um país talvez possa não oferecer muito dinheiro, mas sua mera presença no torneio já elevaria suas economias (oi, China). Então é hora de discutir a realidade dos principais candidatos de acordo com os critérios expostos pela federação e ver quais são as chances do Brasil nessa. Imagino que não teremos nenhum convidado fora do seguinte grupo:

Rubén abatido

Será que vai, Magnano?

Brasil
Prós:
sede das Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016 – seria interessante para a Fiba fazer uma Copa do Mundo sem contar com o anfitrião olímpico? Participou em todas as edições do Mundial. Muitos jogadores de NBA. Quinto lugar nos Jogos de Londres 2012. Sede do Mundial feminino de 2006 (com muitos problemas). Engajamento do governo na fomentação da modalidade. Uma das sete maiores economias do mundo. Décimo no ranking mundial.

– Contras: péssima campanha continental, com nenhuma vitória em cinco jogos. Constantes desfalques em suas seleções, embora em Londres tenha reunido força máxima. Liga nacional se consolidando, mas ainda muito aquém de seu potencial. Ginásios vazios.

Canadá
Prós: um vasto grupo de jogadores na NBA – e, melhor, jogadores engajados no programa. Seria um modo de vender uma nova geração de estrelas em escala global. De modo que seria de bom tom colocá-los no Mundial já para dar exposição, incentivar e acelerar o progresso de um projeto bastante promissor. Fora de quadra, registre-se que esta é uma das 15 maiores economias do mundo.

Contras: resultados muito fracos desde a aposentadoria de Steve Nash (ficaram, por exemplo, na 22ª posição no último Mundial, um horror, e nem disputaram o de 2006). Mesmo historicamente seu retrospecto não chega a comover: na Copa América, para constar, conseguiram duas pratas e três bronzes – estão na 15ª posição do ranking mundial. Em termos de popularidade, o Toronto Raptors tem uma das torcidas mais fiéis e/ou raivosas da NBA. Vancouver estaria interessada em acolher um novo clube. Mas a modalidade ainda está bem distante do hóquei, claro.

China
Prós: precisa mesmo? Então vamos lá: não queira ser você o contador que vá fechar uma planilha de Excel de um torneio sem os chineses. Vai ficar tudo no vermelho, se comparada com a edição de 2010. Especialmente contando a audiência. Porque não só estamos falando de bilhões de chineses no total, mas de que, nesse mundaréu de gente, estão muitos, mas muitos, mesmo, aficionados pelo esporte, ainda que ele não tenha o prestígio de um pujante badminton. Se não bastasse, um dos patrocinadores da Copa é chinês.

Contras: olha… Difícil, hein? Só mesmo o fiasco que foi a campanha da seleção no Campeonato Asiático, no qual ficaram com uma péssima quinta posição, atrás de Taiwan. Maior humilhação que isso não tem. Mas foi apenas um acidente de percurso: de 1975 a 2007, os caras ganharam 14 de 16 competições continentais, tendo só perdido a hegemonia em tempos recentes para o Irã. Estão em 12º no ranking.

Grécia
Prós: uma potência na modalidade durante as últimas décadas. Vice-campeões mundiais em 2006. Campeões europeus em 2005. Bronze continental em 2009. Liga nacional caloteira, mas com clubes de muito prestígio, com o Olympiakos sendo o atual bicampeão da Euroliga. Uma nação doente pelo basquete – ainda que podemos dizer que eles, na verdade, são doentes por tudo e qualquer coisa. Acolheram o Pré-Olímpico mundial de 2008, o Mundial de 1998 e o Mundial Sub-19 de 2003. Quinto melhor no ranking da Fiba.

Contras: resultados recentes que ficam aquém do que vinham produzindo. Ficaram fora dos Jogos de Londres 2012, ficaram em décimo no último Mundial, sexto no EuroBasket de 2009. Neste ano, terminaram o campeonato regional apenas com a 11ª posição, ficando atrás até mesmo da Finlândia e da Bélgica (!?) e empatados com a Letônia na lista de times fora da zona de classificação para a Copa do Mundo. Jogadores gabaritados, mas de pouca expressão internacional além de Vassilis Spanoulis. Economia numa crise profunda que se arrasta há anos. Forte concorrência europeia pelos convites.

Clássico é clássico

Grécia e Turquia estão na briga por uma vaga. Mais rivalidade

Itália
Prós: tem uma liga que é historicamente uma das melhores do mundo. Os azzurrinos fizeram um excelente início de EuroBasket, mostrando enorme potencial, mas acabaram desandando da segunda fase em diante, sofrendo três dolorosas derrotas nos mata-matas. Apesar do desfecho decepcionante, apresentaram uma geração empolgante – que poderia muito bem receber uma forcinha da Fiba, para ver se engrenam de vez. Estrelas da NBA disponíveis que se juntam a jovens talentos para as ligas europeias. Uma das dez maiores economias do mundo e um mercado importante para patrocinadores da Copa do Mundo. Sediaram o EuroBasket feminino em 2007.

Contras: esse própria derrocada na reta final do EuroBasket, mas, antes disso, o significativo fiasco de suas campanhas desde a prata olímpica obtida em Atenas 2004: ficaram fora do último Mundial e das últimas duas Olimpíadas, amargando o 21º lugar na lista da Fiba. Forte concorrência europeia pelos convites.

Nigéria
Prós: poderia ser um convidado estratégico para a Fiba se houver algum interesse de intensificar a popularidade do esporte no continente africano. Muitos jogadores talentosos, alguns de NBA, que se comprometeram com a federação local nos últimos anos, premiados com uma surpreendente classificação para os Jogos de Londres 2012.

Contras: pouca rodagem em torneios de grande porte (jogaram apenas dois Mundiais, em 1998 e 2006) e uma economia pouco atrativa para investidores e patrocinadores. Instabilidade da confederação põe em dúvida a continuidade do projeto desenvolvido. Obviamente o azarão aqui, assim como seria a Tunísia, campeã continental em 2011 que também acabou eliminada neste ano.

Kiriklenko x Yi Jianlian

AK e Yi estarão na Copa do Mundo? Muito provável que sim

Rússia
– Prós: uma seleção de enorme tradição no basquete (se considerado o retrospecto soviético, ainda que os lituanos possam dizer uma coisa ou outra a respeito). Campeões europeus em 2007, bronze em 2011. Assim como levaram o terceiro lugar nas Olimpíadas de Londres 2012, mas oscilando muito. Andrei Kirilenko é uma superestrela europeia e presença obrigatória em qualquer clipe durante as transmissões de TV elaboradas pela Fiba. Uma das dez maiores economias do mundo.

– Contras: a despeito do tamanho do país, de suas pretensões no âmbito de política de esporte, sendo a sede da próxima Copa do Mundo de futebol, nunca sediaram um torneio de ponta da Fiba, nem no feminino. Extremamente dependentes de Andrei Kirilenko. Pífia campanha no EuroBasket (21º lugar).

Turquia
– Prós: alto investimento recente em competições da Fiba, sendo a sede do Mundial de 2010 e a futura sede do Mundial feminino, em 2014. Uma liga com forte poder econômico e grandes clubes. Uma companhia do país é a principal patrocinadora da Euroliga. Grande popularidade local, com clubes gigantes. Atual vice-campeão mundial (em casa, diga-se) e sexto colocado no ranking mundial. Jogadores com selo de NBA. Uma das 20 maiores economias do mundo. Posição  geográfica estratégica com território dividido entre Europa e Ásia. Estão em sexto no ranking mundial.

Contras: um tenebroso 17º lugar no EuroBasket, com um time desconjuntado – algo recorrente nas últimas campanhas, com uma disputa de egos notória, problemas que resultam em campanhas igualmente fracas nas últimas edições, não passando do oitavo lugar desde o vice-campeonato continental de 2001. Força da modalidade no país independe dessas participações nos grandes eventos.

Venezuela
Prós: ambição já elogiada pela Fiba para receber torneios da entidade, como a Copa América deste ano e o Pré-Olímpico mundial do ano passado. Liga nacional é uma das mais fortes do continente.

Contras: poucas estrelas, ou nenhuma estrela além de Greivis Vasquez. Só participou de uma edição das Olimpíadas (1992) e de três Mundiais (1990, 2002 e 2006), sem nunca ter ficado entre os dez primeiros colocados nestes torneios. Só tem duas medalhas em Copas Américas (prata em 1992 e bronze em 2005). Falhou em obter a vaga mesmo jogando em casa. Tem o pior ranking desta lista, em 28º.


Menos um gênio no basquete: Theodoros Papaloukas se aposenta
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Giancarlo Giampietro

Papaloukas

Theo Papaloukas, bicampeão europeu pelo CSKA

Muitas conversas sobre o basquete, aqui mesmo em diversas ocasiões, podem terminar em como tal jogador é rápido, veloz como uma flecha, um vulto que você mal vê passar, como veio a ser conhecido Leandrinho nos Estados Unidos, por exemplo.

De ágil, ligeirinho, no sentido físico, Theodoros Papaloukas não tinha nada. No raciocínio, porém? Poucos podiam ler o jogo em um só flash como ele. E é esse tipo de jogador cerebral, sagaz que o basquete perdeu neste domingo, quando o ídolo grego anunciou sua aposentadoria depois  da conquista do terceiro lugar da Euroliga pelo CSKA Moscou, aos 36 anos.

Papaloukas, Hellas

Papaloukas dava um jeito

Um armador de 2,00 m de altura já é uma raridade. Com seu físico de ala-pivô? Mais difícil ainda. E que ele venha a ser um jogador de ponta? Que me lembre, em tempos recentes, só Papaloukas, mesmo – Anton Ponkrashov, da Rússia, seria um paralelo, mas sem metade da esperteza ou habilidade da lenda grega.

Uma vez que você se acostumasse com o nome e esquecesse as piadinhas infames inerentes, só dava para se admirar mesmo com esse armador que fez uma das melhores duplas da história ao lado de Dimitris Diamantidis – dupla que, com o passar dos anos e o desenvolvimento de Vassilis Spanoulis, virou um trio de luxo para a seleção grega.

Foi com essa turma que os helênicos puderam subir ao topo dos torneios promovidos pela Fiba na década passada, ganhando o título europeu de 2005 e o vice-campeonato mundial em 2006, quando derrotaram os Estados Unidos na semifinal. Era apenas o início do projeto governado por Jerry Colangelo, e o Coach K ainda se familiarizava com os macetes do jogo além das fronteiras dos Estados Unidos.

E de macetes Papaloukas estava cheio. A semifinal contra os EUA, mesmo, acaba sendo um dos grandes exemplos de como o armador podia ser o melhor jogador em quadra ainda que passasse a impressão de que se arrastava de uma cesta para a outra. Ele promoveu, com Diamantidis e Spanoulis, uma clínica de pick-and-rolls com Sofoklis Schorstanitis, desmontando a defesa norte-americana. Em 33 minutos, deu 12 assistências (quantidade incomum para um jogo Fiba) e somou ainda oito pontos e cinco rebotes (todos defensivos, um luxo para alguém de sua posição, que podia fazer a coleta e já sair jogando com a bola direto, economizando aqueles segundos em que o pivô precisa encontrar seu organizador para puxar um contragolpe).

Na meia-quadra, a mera troca de marcadores no P/R também era impossível porque o armador ou ala que ficasse com o Baby Shaq seria esmagado debaixo do aro. Por mais que não fosse dos mais explosivos no arranque, o grego fazia um bom papel atacando a cesta porque, mesmo que a cobertura chegasse em tempo para contestá-lo, ele podia usar seu tamanho e força para aguentar o tranco e converter a bandeja ou o chute em flutuação. E, se o treinador opositor ordenasse que a ajuda viesse das alas, estes marcadores extra precisavam ser de altos e/ou atléticos, uma vez que, com seus 2,00 m, o grego consegcontra os EUA, eles mataram 8 em 18 tentativas, 44,4%).

Se tiver coragem, aqui está o jogo  na íntegra, falando grego:

Foi realmente um pesadelo para os americanos: entre os segundo e terceiro períodos, a segunda unidade grega causou estrago, resultando em um placar de 63 a 45 nessas duas parciais. Bem, esse era um Papaloukas no auge. No mesmo ano, foi eleito o MVP do Final Four da Euroliga, ganhando o primeiro de dois títulos pelo CSKA, além de ter sido eleito o jogador europeu da temporada. Em 2007, foi o MVP de toda a Euroliga. Entrou também para o time da década da Euroliga (2001-2010). O currículo não tem fim, então paremos por aqui.

Papaloukas no auge

Papaloukas vibra na vitória histórica sobre os EUA no Japão

Só faltava ao armador um arremesso de longa distância respeitável. Ele termina sua carreira na Euroliga com um aproveitamento fraco, de 29,9%. Só em 2004-2005, ele acertou acima dos 40%, com 41,2%, mas isso nem pode contar já que, no total, ele arriscou apenas 17 tentativas. Era um problema crônico, que também se refletia em seu lance livre (69.2% no total). Que ele tenha vencido tantos títulos com um chute desses só serve como testemunho de seu controle mental sobre o jogo, ditando o ritmo das partidas com um drible consistente, movimentos de hesitação e afins.

Em entrevista ao site Eurohoops, Papaloukas diz se sentir afortunado. “Minha carreira começou em uma equipe de quarta divisão regional em Atenas, no Ethnikos Ellinoroson e vivi todas essas experiências com a seleção grega e o CSKA, o Olympiakos e o Maccabi. Uma carreira assim é uma benção e um privilégio”, disse. Na verdade, o privilégio foi todo nosso, né?

O ídolo grego afirmou ainda que vai ser difícil, claro, deixar o basquete para trás e viver uma vida normal por um tempo. Não sabe o que vai fazer de sua vida agora, se segue no envolvido com o jogo de alguma forma.  O que a gente sabe apenas é que ele não precisa ter pressa nenhuma para tomar essa decisão. Isso é algo de que nunca precisou para marcar época.


No ataque, Olympiakos vira contra Real Madrid e é bicampeão da Euroliga
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Giancarlo Giampietro

Olympiakos na cabeça

José Mourinho respira mais aliviado. Não foi no basquete que o Real Madrid acabou com seu jejum de títulos continentais.

Neste domingo, o time espanhol abriu até 17 pontos de vantagem, mas tomou a virada do Olympiakos, que se tornou o primeiro bicampeão – com títulos em anos consecutivos – desde que a competição assumiu o formato de Final Four – ao vencer por 100 a 88.

Aliás, não parece ser um bom negócio abrir larga vantagem sobre o clube grego em uma decisão. No ano passado, o CSKA Moscou tinha uma vantagem de 14 pontos ao final do primeiro tempo, mas não conseguiu se segurar na frente. Dessa vez, o Real venceu o primeiro quarto por 27 a 10 com um desempenho devastador, mas viu sua situação supostamente confortável ruir a partir do momento em que os reservas adversários entraram em quadra. No início do segundo período, os homens de Atenas marcaram oito pontos sem resposta. Rumo ao intervalo, o placar era de apenas 41 a 37 para o Real. Aí já viu.

Surpreendentemente, foi um jogo pautado pelo ataque. O Olympiakos, que havia sufocado o CSKA na semifinal com uma defesa fortíssima, converteu 20 de seus 30 arremessos de dois pontos (66,6%) e matou 9 em 24 nos disparos de longa distância (37,5%), somando ainda 33 pontos na linha de lance livre em 42 tentativas. É muita coisa. Além disso, seis atletas terminaram com 10 ou mais pontos.

Fruto de uma base consolidada, que foi pouco alterada do ano passado para cá: dez de seus jogadores são bicampeões, liderados pelo genial Vassilis Spanoulis, que somou 22 pontos e quatro assistências na final – aos 30, o armaor foi eleito o MVP da Euroliga, com médias de 14,7 pontos e 5,5 assistências. Quem também jogou demais foi o irregular Acie Law, com 20 pontos (11 deles em lances livres!), cinco assistências e cinco rebotes. Já o ala-pivô Kyle Hines terminou com 12 pontos, cinco rebotes, três assistências e três tocos.

O técnico Georgios Bartzokas também merece seu destaque. No geral. o Olympiakos somou 22 vitórias e 9 derrotas (aproveitamento de 70%) na temporada. Em sua primeira campanha por um grande clube, tinha a duríssima tarefa de substituir o legendário Dusko Ivkovic. Ele é o primeiro treinador grego a se tornar campeão da Euroliga – curioso, já que os clubes do país somam nove títulos.


Olympiakos fecha o garrafão e frustra planos de revanche do poderoso CSKA
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Giancarlo Giampietro

O CSKA entrou em quadra nesta sexta, pela primeira semifinal da Euroliga, com a chance de dar o troco no Olympiakos, pensando na derrota dolorida que eles sofreram na decisão do ano passado, quando sofreram uma cesta no último segundo do ala-pivô Georgios Printezis, na conclusão de uma virada incrível: 62 a 61.

A equipe russa, ampla favorita ao título, tomou uma parcial de 22 a 9 no quarto final para ser derrotada. E dói muito mais quando você vê o arremesso em flutuação de Printezis, com sua mecânica feia que só, digna de Shawn Marion, mas que funciona. Saca só:

A decisão não foi o único jogo apertado do Final Four em Istambul. Dos outros três jogos, a disputa pelo terceiro lugar foi a que teve a maior vantagem de uma equipe: 5 pontos para o Barcelona sobre o Panathinaikos (74 a 69).

Aí que, avançando um ano, agora em Londres, CSKA e Olympiakos se reencontram, e o time grego não tem piedade nenhuma sobre  seu mais recente freguês: 69 a 52, de modo totalmente surpreendente.

Não que os gregos não pudessem triunfar. Mas nem mesmo Vassilis Spanoulis poderia esperar um placar desses. Especialmente se alguém houvesse dito a ele que terminaria a partida com apenas oito pontos, sem ter convertido nenhum de seus tiros de três pontos (foram seis erros no total).

Mas é isso. Os atuais campeões defenderam com unhas e dentes – e cotovelos, ombros, peito, joelho, o que fosse necessário) – seu garrafão e pagaram para ver como os adversários se virariam no perímetro. Deu certo: um aproveitamento fraquinho, fraquinho de 29,4% com 17 erros em 24 tentativas.

Além disso, ao congestionar a zona pintada, a defesa do Olympiakos também tirou do jogo o ala-pivô Victor Khryapa, que é o jogador cerebral do CSKA, muitas vezes sendo ele o armador em quadra, na altura do lance livre, servindo aos companheiros com passes precisos. Dessa vez não só ele não tinha espaço/tempo para passar, como não havia ninguém livro debaixo da cesta para completar o high-low.

E cá está o time ateniense novamente, aumentando sua fama de “time de chegada”. Tendo perdido três peças fundamentais em relação ao time do ano passado: o técnico Dusko Ivkovic (deem uma espiada no currículo do homem), o pivô Joey Dorsey (reboteiro de primeiro nível, ágil para cobrir espaços na defesa) e o jovem armador Evangelos Mantzaris (seguro na condução do jogo e chatinho para pressionar a bola).

Ao CSKA, com Ettore Messina tudo, diversos jogadores de seleções de ponta, um dos poucos clubes que não sentiu impacto algum de qualquer espécie de crise financeira na formação de seu elenco, parece que nem todo o dinheiro do mundo consegue resolver essa parada chamada Olympiakos.


A vitória memorável da Nigéria sobre a Grécia
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Giancarlo Giampietro

Al-Farouq Aminu

Al-Farouq Aminu decola para um belo toco contra a Grécia em São Carlos. Crédito: Inovafoto

Quando vimos na semana passada o amistoso entre Nigéria e Grécia, em São Carlos, ficou uma ótima impressão sobre a equipe africana, uma grata surpresa. Com jogadores extremamente atléticos, dedicados e unidos, embora ainda não compusessem e componham o melhor coletivo, poderiam ter uma chance. Com a grande vitória sobre os mesmos gregos nesta sexta-feira em Caracas, pelo Pré-Olímpico mundial, eles agora, na verdade, têm duas chances para conquistar uma inesperada vaga em Londres-2012.

Isso porque os nigerianos, com uma vitória dramática por 80 a 79, despacharam a tradicionalíssima seleção helênica nas quartas de final do torneio qualificatório, tendo agora a primeira oportunidade de garantir o passaporte na semifinal contra a Grécia ou, em caso de revés, na disputa pelo bronze.

Por pouco mais de 30 minutos, o que se viu na capital venezuelana foi o embate de dois times completamente opostos. A Grécia movendo bem a bola de um lado para o outro da quadra, explorando seu melhor entrosamento, técnica e experiência, abrindo 13 pontos de vantagem. Do outro, um vigoroso adversário que sobrevivia com base em jogadas individuais de seus atletas (foram apenas seis assistências em 40 minutos) e da coleta de uma infinidade de rebotes ofensivos (16 de seus 36).

No quarto período, contudo, os nigerianos passaram a anular a Grécia na defesa física, mas mais paciente, sem cometer tantas faltas. Do outro lado, no mesmo ritmo, encontraram corredores e melhores oportunidades para pontuar. Isto é, atacando o garrafão mais com esperteza do que por mero impulso. De pouco em pouco, tiraram a diferença.

Por ironia, no fim, a Grécia dependia basicamente das investidas de Vassillis Spanoulis, que terminou com 25 pontos, 7 rebotes e 5 assistências e parecia absolutamente o único disposto a bater para a cesta nos cinco (!!!) minutos finais – ele fazia de suas mágicas com a bola, aproveitando espaços dos corta-luzes imensos de Ioannis Bourousis. Para ser justos, o jovem ala Kostas Papanikolau (uma excepcional escolha do Knicks na segunda rodada do Draft) chegou a matar uma bola de três pontos a 13 segundos do fim, colocando sua equipe um ponto na frente: 79 a 78.

Spanoulis defende

Imaginava Spanoulis em São Carlos o revés contra a Nigéria?

Aí entrou em cena o ala-armador Ade Dagunduro. Com toda a personalidade do mundo, ele controlou o tempo, partiu para o garrafão, girou em cima de Zisis e sofreu a falta na tentativa da bandeja. Após um pedido de tempo, não se abalou e converteu seus dois lances livres, em arremessos de tirar o fôlego, com um arco muito alto. Parecia que a bola não cairia nunca. Mas foi de chuá. Os nigerianos ainda impediram uma saída de bola e, no estouro do cronômetro, conseguiram um toco em cima do próprio Spanoulis.

Dagunduro, maior cara-de-pau, já havia convertido um chute de três antes de Papanikolau – cinco de seus 14 pontos, então, vieram no máximo do crunch time. O descendente de nigerianos, de 26 anos e nascido em Los Angeles, defende o Leuven Bears, da Bélgica. Sua média foi de 8,7 pontos no torneio. Não podia ter brilhado em melhor hora.

Mas não dá para eleger um só herói. Ike Diogu, inexplicavelmente desprezado pela NBA, Alade Aminu, muito ativo na defesa, o tinhoso armador Anthony Skinn, que já viveu uma grande campanha rumo ao Final Four da NCAA pela modestíssima universidade de George Mason, e o promissor Al-Farouq Aminu, do Hornets, também deram suas contribuições significativas nesta vitória memorável para o basquete africano.

Foi mais um grande exemplo que, com um mínimo de organização, as equipes do (verdadeiro) velho continente podem fazer um estrago danado em cenário mundial. Mais cedo, Angola caiu perante a Rússia, mas os lusófonos mesmo já haviam bagunçado um pouco a casa ao derrotar a Macedônia na fase de grupos. Mas há ali um potencial absurdo a ser explorado.


Os ajustes de Varejão, a defesa de Alex, os passes de Nenê: começa bem a seleção
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Giancarlo Giampietro

Por motivos de razão conjugal – sacumé… –, atrasamos por toda a eternidade de um dia nossas notinha sobre a vitória do Brasil de Magnano sobre a Grécia.

(É legal escrever Brasil de Magnano, né?)

Depois de visto o VT nesta sexta, vamos lá:

– Repararam como o Anderson Varejão se sente muito mais confortável no ataque quando joga de verde e amarelo? Rebobine e tente achar algum clipe da Copa América de 2009, com Moncho, e confirmarás. Em Cleveland, o pivô teve mais liberdade na última temporada, mas dificilmente está livre, leve e solto com a bola nas mãos. Pela seleção, uma subta transformação. Ele corta com e sem a bola para o aro, gira, improvisa bandejas etc. Uma beleza. Sua agressividade defensiva é traduzida do outro lado.

Alex x Spanoulis

Alex sobe para bloquear Spanoulis

– Por outro lado, Varejão teve alguma dificuldade para conter o ala-pivô Georgios Printezis, que vive a melhor fase de sua carreira, diga-se. Mais ágil, combativo, igualmente energético, o jogador que fez a cesta do título da Euroliga pelo Olympiakos anotou dez pontos no quarto inicial do amistoso, se desgarrando facilmente do capixaba. A defesa é o forte de Anderson, mas nos últimos anos ele vem jogando muito mais como um “5”, cobrindo adversários mais fortes e pesados. No mundo Fiba, ele vai lidar com gente um pouco menor, que flutua bem mais. Isso vai pedir uma revisão de cacoetes do brasileiro. Natural, ainda mais para quem ficou tanto tempo inativo.

– Nenê sempre teve o passe como uma de suas habilidades mais subestimadas – lembram quando George Karl até implorava para o pivô ser um pouco mais egoísta? Varejão vai se cansar de fazer bandeja e ganchinho próximos ao aro, atento que está à assistências do companheiro. Os alas também devem ficar atentos quando cortam pelo garrafão.

– Foi bem divertido acompanhar Alex perseguindo Vassillis Spanoulis no primeiro tempo em São Carlos. É um páreo duro acompanhar o escolta grego, mas para o ala de Brasília isso não representa nenhum problema. Dá para dizer que ele até gosta. O veterano desfruta de uma situação bem cômoda no NBB, enfrentando pouca resistência. De qualquer forma, não deixa de ser uma pena que ele não esteja numa Euroliga, combatendo a cada rodada, tal como fez pelo Maccabi anos atrás. (PS: no quarto período, foi a vez de Larry cuidar bem do astro grego).

Varejão x Printezis

Varejão: diferenças no mundo Fiba

– No terceiro quarto, o garoto Raulzinho teve muitos problemas para encarar a marcação sob pressão oponente, especialmente com Nick Calathes fungando sem parar. Houve uma sequência em que ele cometeu três turnovers seguidos, resultando em contra-ataques para os gregos.

– O confronto com a Grécia apresentou também uma realidade bem diferente ao Brasil de Magnano (hehehe), comparando com o que vimos diante de nigerianos e kiwis. Contra um time mais estruturado, com cinco armadores/escoltas acima da média, a agressiva defesa brasileira forçou menos erros e pontuou menos em cestas fáceis. Mas não se avexem: o time elevou seu padrão ofensivo e venceu uma equipe de primeiro escalão, mostrando que tem mais recursos e opções para se impor.

– A Grécia é um grande time, mas perde muito sem Dimitris Diamantidis e os 15, 20 minutos de pancadaria com o Baby Shaq Sofoklis Schortsanitis.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada