Vinte Um

Arquivo : playoffs

Após exílio de 9 meses, folclórico Chris Andersen se torna peça-chave para o Miami Heat
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Giancarlo Giampietro

Quem ainda acreditava no Homem-Pássaro?

Tirando Brook e Robin Lopez e sua fixação por histórias em quadrinhos, acho que ninguém.

Até que o Miami Heat topou abrir suas portas para Chris Andersen, o mítico Birdman. Primeiro, um contrato de dez dias. Depois outro. Até que decidiu renovar de vez com mais um jogador extremamente atlético para sua coleção, conseguindo um pivô que se encaixava perfeitamente com a nova proposta de jogo de Spoelstra. Acho que deu certo. Diga lá, Dwyane Wade?

“Ele é perfeito. Perfeito”, afirmou o ala-armador, que depois procurou filosofar sobre seu novo companheiro, tentando entender o fenômeno.

Chris Andersen, reforço perfeito

Joel Anthony? Ilgauskas? Pittman? Deixa disso, vai de Birdman

“Quando você olha para tudo que o Birdman é, o que as pessoas dizem que ele é e até mesmo o que ele é de certa maneira, ele não corresponde.  Mas quando você olha para o modo como ele joga, sua produção na quadra e do que precisamos, é um ajuste perfeito”, disse.

Bem, deu uma viajada, né? Mas o que dá para entender dessa avaliação é que, para Wade, é fácil observar Andersen e se concentrar apenas nas caretas, bandanas, os mais diversos cortes de cabelo e, especialmente, nas tatuagens, tirando daí uma conclusão simples de que estamos diante de um tresloucado, de um jogador irresponsável, rebelde.

Aí você pega este, digamos, problema de imagem e soma o fato de ele já ter sido banido da liga por uso de drogas e envolvido, no ano passado, em nebulosa investigação em Denver, que levou à apreensão de computadores em sua residência, e o resultado foi que a NBA como um todo se distanciou do pivô, que ficou nove meses parado.

Não que George Karl e a comissão técnica do Nuggets tivesse alguma reclamação, uma postura contrária ao jogador. A equipe simplesmente não tinha espaço mais em sua rotação de pivôs, na qual Timofey Mozgov mal entra em quadra. Mas, quando procurados pelos treinadores de Miami, avalizaram qualquer negócio.

O que Spoelstra enxergava no pacote técnico de Andersen? Um jogador capaz de ampliar o espaçamento da quadra para sua equipe – para cima. Sim ele poderia – e conseguiu – adicionar mais uma dimensão ao ataque e a defesa dos atuais campeões. Com muita impulsão e mobilidade, ótimo tempo de bola e muita munheca, representou uma evolução considerável para a equipe que já contou com o mão-de-pedra Joel Anthony nesta função.

Aproveitando-se de excelente movimentação de bola de sua equipe, dos espaços abertos em infiltrações por LeBron e Wade, Andersen converteu 60,36% de seus arremessos na zona mais próxima da cesta. Mas a melhor notícia ainda é o fato de que 90,24% de seus arremessos durante todo o ano saíram dessa região. Estamos falando de 111 em 123 arremessos no total, com muita consciência tática – veja no gráfico abaixo. Para comparar, no ano passado, 77,8% de suas tentativas foram nessa faixa de curtíssima distância para o aro.

Os arremessos de Chris Andersen

“Sabe, o clube me permite ser o jogador o que sou. Este tipo de liberdade dá uma grande margem de confiança para mim. Isso me inspira a voltar para o ginásio e trabalhar ainda mais duro, muito mais, para me esforçar em ser um jogador melhor”, disse Andersen, que tem 80% de suas cestas de quadra oriundas de assistências dos companheiros.

Além disso, com sua presença sui generis, o pivô se encaixou rapidamente em um elenco que o próprio técnico diz não ser dos mais fáceis: “Acho que este foi um ponto-chave com Cris, que ele se encaixou em um vestiário complexo. Você precisa ter personalidade, tem de ser confiante. Se não tiver a personalidade certa, você pode ser destroçado numa situação dessas”.

Hoje, o reforço é intocável. “Ninguém vai mexer com o Bird. Há dois caras que você não tem permissão para mexer aqui: ele e o UD (Udonis Haslem)”, afirmou LeBron.

A personalidade de Andersen é tamanha que ele dobrou até mesmo uma das regras pessoais de Spoelstra, que havia prometido que não se referiria a nenhum atleta por seu apelido e deixou escapar vez ou outra um “Bird” em suas entrevistas, se desculpando em tom de brincadeira na sequência.  E nem precisava se desculpar, nem nada. Com Andersen, ou Bird, no time, o Heat decolou, acumulando 38 vitórias em 41 partidas. “Por alguma razão, ele é diferente”, explicou Spoelstra.

 *  *  *

Não há dúvida de que Chris Andersen seja um personagem cult, e há um certo cuidado para valorizar sua marca. Um dia desses ele corrigiu um repórter sobre seu hábito de simular batidas com os braços em quadra como se fossem asas. “Batida. Eu bato apenas uma vez, então não são batidas.”

(Se bem que, na abertura do Harlem Shake do Miami Heat, ele bate o braço no mínimo umas 13 vezes:

Figura.

Já um dos queridinhos da torcida do Miami, agora com exposição nacional nos EUA, chegou a hora de Andersen se apropriar do codinome Birdman como sua marca profissional. “Eu preciso registrar. Estamos tentando”, afirma. Seu agente, porém, só esclarece algo. “Tudo o que ele faz vai para caridade. Ele está envolvido demais com ciranças. Vamos lançar a Fundação Freebird para ajudar crianças desfavorecidas. Qualquer um que estiver vendendo camisetas ilegais do Birdman na Internet está roubando dinheiro da caridade”, disse.

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Veja abaixo as duas participações de Andersen na disputa de enterradas do All-Star Weekend em anos consecutivos, 2004 e 2005. Destaque, claro, para sua épica apresentação no segundo ano, na qual testou a paciência de toda uma nação. Reparem também como seu corpo ainda estava limpinho, limpinho, e como Gilbert Arenas ainda era uma estrela naquela época:

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E aqui o Chris se junta ao PETA num belo esforço de relações públicas, exibindo todas suas tatuagens:

 

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Chris Andersen foi o primeiro jogador a ser promovido da D-League para a NBA, em 2001, pelo Denver Nuggets, clube no qual foi companheiro de Nenê por seis temporadas. Antes de defender o Fayeteville Patriotas na liga de desenvolvimento, passou pelo basquete chinês e pela extinta IBA (International Basketball Association).


Stephen Curry promove bombardeio inédito na linha de três pontos e atormenta o Nuggets
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Giancarlo Giampietro

Perigo: Stephen Curry avistado

Já citamos seus 54 pontos no Madison Square Garden como uma das melhores atuações de toda a temporada, mas precisamos falar mais sobre Stephen Curry. Que todos entrem e fiquem confortáveis – menos o Ronaldinho Gaúcho, que torce para o Denver Nuggets.

Vamos colocar desta maneira: fosse jogador do NBB, o craque do Golden State Warriors beiraria os 65 pontos por partida. Considerando a facilidade que se tem para jogar em transição por aqui, ou mesmo os buracos que aparecem na defesa em meia-quadra dada a geralmente tímida contestação no perímetro, e ainda levando em conta a menor distância da linha de três pontos, e seu eventual apelido seria “Tempestade”.

Não é uma questão de ser incoerente. O jogador deveria sempre buscar o arremesso de maior probabilidade de acerto, sim, em vez de se acomodar no perímetro. É que, no caso de Curry, pasmem, seu chute funciona melhor de longa distância do que na área de dois pontos. (Ok, nos seus três primeiros anos na liga, suas médias de dois pontos foram sempre superiores ao que fazia de três. E ele também nunca apelou tantas vezes a esse recurso – em 2010, ‘queimou’ 380 vezes, enquanto em 2011 ficou em 342, com rendimento de 43,7% e 44,2%, respectivamente. Mas…) Pelo menos nesta temporada foi assim: 45,3% de três, contra 45,1% no geral. Veja no gráfico retirado da sensacional e bombada área de estatísticas do NBA.com:

Quando se aventura perto da cesta, seu rendimento está abaixo da média da liga (daí a cor vermelha). De média distância, Curry é regular, medíocre. De fora, porém, tirando os tiros frontais, só verdinho: tem um aproveitamento incrível, especialmente da zona morta pela direita. Se o rapaz ficar livre por ali, um abraço. Contra o Nuggets, ele não está hesitando nem por um segundo sequer em agredir, tendo somado 20 arremessos de três nas duas primeiras partidas em Denver. Sai de baixo, que o bombardeio está em andamento. Há rumores, inclusive, de que a defesa civil tenha colocado a cidade do Colorado em estado de alerta.

É um padrão que segue o que ele produziu durante todo o campeonato. O armador do Warriors converteu 272 arremessos de três, quebrando o recorde de 269 que pertencia a Ray Allen. No total, ele arriscou mais do que o dobro de fora (600 vezes!) do que em lances livres (291). Novamente: para um jogador comum, não seria uma disparidade recomendável. Mas estamos falando de um caso especial, de alguém que mata esse tipo de bola com extrema facilidade, mesmo em uma jogada de um contra um. Como nesta bola aqui em sua noite absurda no Garden:

Dá para confundir com sorte? Com toda a envergadura de Tyson Chandler em sua direção, o corpo caindo levemente para a direita, é possível  que sim. Mas repare na consistência de sua mecânica e de seus movimentos, parecendo um robozinho. Ele não chega a alcançar a elevação máxima em seu jumper, mas seu gatilho é rápido o suficiente para compensar:

O triste é que Stephen Curry voltou a  sentir, em Denver, seu tornozelo pela 47ª vez nos últimos três anos e disse que, se o jogo fosse nesta quinta-feira, não teria condições de ir para a quadra. Como está marcado para sexta, confia de que vai se recuperar. Os torcedores do Warriors aguardam com ansiedade. Lá eles não razão alguma para temer o que vem de cima.

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É coisa de DNA. O pai de Stephen Curry, Dell, jogou na NBA de 1986 a 2002, passando por vários clubes, mas se destacando de verde pelo Charlotte Hornets nos anos 90, como coadjuvante de Larry Johnson e Alonzo Mourning. Ele terminou sua carreira com belo aproveitamento de 40%, tendo liderado a liga na temporada pós-locaute em 1999, matando 47,6% de seus disparos. O irmão mais novo de Stephen, Seth, se formou pela universidade de Duke neste ano e tenta ingressar na liga profissional no próximo draft com média de 39,3% de longa distância, e 43,8% em sua última campanha.

Nenhum dos três ficou famoso, porém, por ser um grande defensor. O armador do Warriors tem muito o que melhorar nesse sentido.

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Curry é um cara confiante em seu arremesso, mas não tem nada de invejoso.

Dia desses o jovem ala Nik Stauskas, vice-campeão universitário por Michigan e mais um da nova geração canadense, postou uma brincadeira no YouTube no qual jura ter feito 102 cestas de três pontos em cinco minutos. Obviamente não fiz a conta, então vamos dar um voto de confiança para o cara, que realmente desequilibrou muitos jogos nesta temporada para os Wolverines no perímetro. Tá certo também que ele mal se mexe aqui para fazer seus arremessos, descansando as pernas, aumentando a concentração também. Aí que o Stephen Curry assistiu tudinho e chamou o moleque no Twitter para uma disputa no futuro. Admitiu que era um vídeo “impressionante”. Então não vai ser o blogueiro com seu aproveitamento de 33,3% no auge que contestaria.

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Um perfeccionista, daqueles bem chatos mesmo em seus comentários, o ex-ala-armador Rick Barry – o capitnao de outra família cuja habilidade nos arremessos está no sangue e campeão pelo Warriors nos anos 70 – afirmou que Curry e o ala Klay Thompson já formam uma das melhores duplas de chutadores de todos os tempos.


Com ou sem estrela? Carmelo e Nuggets abrem playoffs da NBA com vitória
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Giancarlo Giampietro

Carmelo Anthony x Avery Bradley

O Carmelo vencedor dá as caras, enfim

Há sempre a ideia de que, na NBA, não se avança nos playoffs sem uma superestrela no elenco. Que o Detroit Pistons de 2004 seria apenas uma exceção para confirmar essa regra.

Bem, para os que não duvidam dessa máxima, se o Knicks for contar regularmente com o Carmelo Anthony que marcou 36 pontos neste sábado no primeiro confronto contra o Celtics, fica a impressão, sim, de que equipe de Manhattan pode, depois de muito tempo, desfrutar de uma longa campanha nos mata-matas.

Melo não se cansa de mencionar em entrevistas que venceu a vida inteira como jogador de basquete. Títulos no colegial, título no universitário em sua primeira e única temporada por Syracuse. Duas medalhas de ouro olímpicas. “I’m a winner, I’m a winner, I’m a winner”, foi o seu mote por muito tempo.

Na NBA, porém, resultado que é bom?

Nada.

O ala passou da primeira fase dos playoffs apenas uma vez (2009) desde entrou na liga, em 2003. É isso mesmo: só ma vez. Mesmo que tivesse ao seu lado gente como Chauncey Billups, Andre Miller, Allen Iverson, Amar’e Stoudemire, Nenê, Tyson Chandler, Kenyon Martin, Marcus Camby, Arron Afflalo, Al Harrington, JR Smith, Reggie Evans e outros atletas competentes, terminou por forçar sua saída por julgar que, em Denver, jamais conseguiria ir longe.

Esse discurso, para ser sincero, é o que me tira do sério nos esportes coletivos: quando a estrela reclama de não conseguir ir longe, ignorando que talvez, não custa dizer, caiba justamente a ela a condução de seu time. E, ok, claro que é difícil ser o capitão de um Bobcats ou Wizards – mas o Nuggets sempre teve elencos no mínimo decentes durante sua carreira por lá.

Mas tem isso também sobre Melo. Ele se comporta feito uma estrela, mesmo, sendo moldado para isso. Esperando um grande palco para brilhar. Em Nova York, ganhou todas as luzes, para tristeza de Stoudemire. Só demorou um pouco a corresponder a tanta atenção. Agora em sua terceira temporada, depois da conquista do segundo ouro com o Team USA, aos 28 anos, o décimo na liga, ele diz que, enfim, entendia as coisas, o que precisava ser feito para ter sucesso real e, não, virtual, em quadra.

Dessa vez não foi falácia. Apareceu em forma, mais concentrado em envolver seus companheiros, aceitando jogar como ala-pivô – e arcar com as consequências físicas dessa mudança –, e conduziu o Knicks a uma tão aguarda campanha de elite. O clube conquistou seu primeiro título de Divisão desde a era Pat Riley.

Na abertura dos playoffs, extremamente confiante, teve mais uma grande atuação, com 36 pontos – foi responsável por 42,3% da produção total da equipe –, torturando um cansado Jeff Green no final da partida. Acertou 44,8% de seus tiros de quadra, o que, friamente, não representaria o melhor rendimento. Porém, tal como já aconteceu muitas vezes com Kobe, é preciso ver o nível de dificuldade dos arremessos que Melo arriscou.

Nem sempre são as melhores tentativas, mas nem sempre também é por sua culpa. O ataque do Knicks não conseguiu criar espaços e situações em que seu cestinha pudesse operar com mais facilidade – tirando Anthony, só 5 em 19 tentativas. Mérito também de um time que defende bem há tempos. Então, numa posse de bola emperrada, acaba sobrando a bola na mão em situações de pressão. Dos últimos 11 pontos da equipe, ele marcou seis e fez a assistência para a cesta final de Kenyon Martin a 40 segundos fim. Foi dessa forma que terminou o embate, e o ala produziu – e venceu.

*  *  *

Por outro lado, no segundo jogo do dia, lá estava o Denver Nuggets, órfão de um destes cahamados astros desde a saída de Anthony, também vai encontrando sua própria maneira de atingir o sucesso, com um jogo coletivo e diversas armas que possam decidir um jogo, sem que nenhuma delas chega a ser badalada, nem nada. Ty Lawson até começa a se despontar, mas sempre tem espaço pra Danilo Gallinari, Kenneth Faried, Wilson Chandler e outros serem protagonistas.

No primeiro embate com o Warriors, em vitória por 97 a 95, foi a vez de o veterano Andre Miller, 37 anos, brilhar, marcando 28 pontos, incluindo a cesta da vitória a pouco mais de um segundo par ao fim da partida. Ao final da partida, o armador estava pasmo: disse que foi a primeira cesta de sua carreira nos últimos instantes para definir uma vitória. Teve seu momento de estrela.


Prévia dos playoffs da Conferência Leste da NBA: Parte 2
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Giancarlo Giampietro

3-INDIANA PACERS x 6-ATLANTA HAWKS

A história: o Atlanta Hawks aliviou descaradamente em seus últimos jogos da temporada para fugir das quarta e quinta colocações – para supostamente, desta forma, evitar o lado da chave do Miami Heat. Hein?! O técnico Larry Drew se sente tão confortável assim em relação ao seu time para armar uma coisa dessas? E qual o prazer de se enfrentar uma defesa tão física e bem armada como a do Indiana Pacers? Não que a equipe de Frank Vogel tenha feito também a melhor campanha em abril, vencendo apenas um de seus últimos seis compromissos, depois de ter triunfado em 11 de 16 partidas em março. Há quem jure também que eles tiraram o pé, preservando saúde e energia para os playoffs – daí o fato de terem levado  90 pontos ou mais em cada uma de suas partidas no mês final da temporada regular, acima de sua média.

O jogo: com jogadores de muita envergadura e força física, Vogel consegue vedar seu garrafão e forçar os tiros longe da cesta. Mas nem tão longe: o Pacers é a equipe que melhor contestam os disparos de longa distância – e podem ter certeza de que Kyle Korver vai jogar com um alvo nas costas. Quer dizer, sobram propositalmente, então, os disparos de média distância, os de menor eficiência na liga. Josh Smith que vai gostar! O Atlanta Hawks vai precisar correr com a bola sempre que puder, explorando a velocidade de Jeff Teague, Devin Harris, Smith e Al Horford – que, em meia-quadra, é a melhor opção da equipe. Um jogador especial, multitalentoso, ele só não deu, porém, o salto esperado para esta temporada, para ser uma figura dominante na liga.

De dar nos nervos: barbada! O apelido do cara não é Psycho-T por bobeira. Tyler Hansbrough, amigos, passou de queridinho da América no basquete universitário ao branquelo mais odiado da NBA. Vai gostar de uma trombada assim o sujeito, e Vogel adora.” A beleza está nos olhos de quem vê”, diz o técnico. “Eu amo vê-lo esmagar as pessoas. Eu amo fisicalidade ofensiva”, vai adiante. O técnico é um sádico. Então, taí: em vez de se irritarem com Hansbrough, direcionem todo o rancor para o cara que está agitado ao lado da quadra. Ah, e não mexam com o Ben, o irmão do cara:

Olho nele: Kyle Korver, que é daquela turma que faz muito com pouco, tendo uma só grande habilidade para perseverar na liga. Mas que habilidade também, né? Ele acerta 41,9% na carreira na linha de três pontos. Em 2009-2010, ele liderou a temporada com 53,6% de aproveitamento. Neste ano, terminou com 45,7%. Sua mecânica de arremesso é perfeita, sempre com o corpo retinho, e o braço bastante elevado. Mas o mais legal é ver o modo como o ala do Hawks se desloca pela quadra em busca de brechas na defesa para receber o passe e engatilhar. Usando um corta-luz atrás do outro, serpenteando pela defesa, forçando um jogo de gato-e-rato.

Palpite: Indiana Pacers em cinco (4-1).

4-BROOKLYN NETS x 5-CHICAGO BULLS

A história: nos últimos anos o Bulls se firmou como um dos times muito, mas muito combativo sob o comando de Tom Thibodeau. Agora, sem Derrick Rose, com Joakim Noah e Taj Gibson no sacrifício, Luol Deng arrastado por mais de 38 minutos em média em todo o campeonato, vindo de uma dura participação nas Olimpíadas, sobra o que para batalhar? Só não esperem que eles se apeguem a qualquer desculpa. O que seus atletas tiverem eles vão deixar em quadra. E o Brooklyn Nets, com um proprietário que sonha com o título, a presidência da Rússia e o mundo todo, para falar a verdade,  vai ter de usar o talento de Deron Williams, Joe Johnson e Brook Lopez para tentar derrubar essa gente, que veste uma camisa bem mais pesada.

O jogo: meio chocante constatar isso – até melhor você tomar uma água com açúcar antes e depois ficar sentadinho na cadeira, nada de ler isso no celular fazendo esteira! –, mas… A defesa do Bulls hoje é ‘apenas’ a quinta melhor da NBA. Como o Thibs consegue conviver com algo assim?! Existem quatro times na sua frente nesse quesito (Pacers, Grizzlies, Spurs e Thunder). Ok, essa deve ser uma brincadeira que PJ Carlesimo e seu Nets não devem gostar muito, não. Kirk Hinrich, Luol Deng e Jimmy Butler vão testar para valer a boa fase de Deron – que resgatou do nada o seu jogo depois do All-Star Game e é o melhor jogador da série, uma vez que Rose não deve retornar mesmo. Para o Bulls ter alguma chance, porém, Noah e Gibson precisam estar inteiros. Do contrário, ter de anular Deron e Lopez de uma vez fica muito difícil.

De dar nos nervos: há diversos candidatos no elenco do Bulls, mas já falamos bastante deles durante a temporada. Vamos gastar algumas linhas, então, para destacar Reggie Evans, o reboteiro insano do Nets. Se Korver sobreviveu como o arremessador de elite, Evans só se tornou um milionário por sua capacidade de coletar as sobras próximas ao aro tanto no ataque como na defesa. Numa projeção de 36 minutos para sua carreira, Evans tem média de 13,3 rebotes contra apenas 9,0 pontos, roubos de bola, tocos e assistências somados! E, bem, além de rebotes, o pivô já ficou famoso por causa disso aqui. Sem palavras:

Olho nele: Jimmy Butler, o novo orgulho da torcida do Bulls. Inicialmente, quando foi selecionado no Draft de 2011 na 30ª escolha, o ala era mais admirado por sua trajetória comovente – seu pai morreu quando ainda era uma criança, sua mãe o expulsou de casa aos 13 anos porque não gostava de olhar para ele, mudando de uma casa para a outra até encontrar um lar definitivo com um amigo do colegial. Neste ano, porém, em sua segunda temporada, Butler mostra que é muito mais do que uma bela história ou mascote, caminhando para ser um dos melhores defensores de perímetro da liga sob a orientação de Thibodeau e, ao mesmo tempo, melhorando consideravelmente no ataque – versátil, atlético e enérgico, ele tem média de pouco mais de 15 pontos por jogo quando é titular.

Palpite: Nets em sete (4-3).

*PREVIA DO OESTE: Thunder x Rockets e Spurs x Lakers.
*PREVIA DO OESTE:
Nuggets x Warriors e Clippers x Grizzlies.
*PREVIA DO LESTE: Heat x Bucks e Knicks x Celtics


Prévia dos playoffs da Conferência Leste da NBA: Parte 1
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Giancarlo Giampietro

 1-MIAMI HEAT x 8-MILWAUKEE BUCKS

A história: os caras de Miami venceram 37 de suas últimas 39 partidas. Seus adversários? Venceram 38 em todo o campeonato. Precisa dizer mais?

O jogo: o Bucks… Bem, o Bucks tem dois armadores extremamente fominhas em Brandon Jennings e Monta Ellis, que podem ganhar um jogo por conta, mas perder muitos também da mesma maneira – com chutes descabidos restando 15 segundos de posse de bola, em flutuação, na cabeça do garrafão. Enquanto isso, Mike Dunleavy Jr. e JJ Redick, extremamente eficientes, correm o risco de ficarem apenas como espetacores. O duro é que, contra uma defesa tão ágil e atlética como a do Heat, talvez não haja escapatória além das investidas de seus dois pequenos. O que mais? Seu elenco é composto por 340 pivôs interessantes, mas que roubam uns dos outros o tempo de quadra, impedindo qualquer consistência. Um dos melhores defensores do campeonato, Larry Sanders vai ter de se virar no perímetro contra Chris Bosh. Luc Richard Mbah a Moute, caso estivesse bem fisicamente, poderia se meter no caminho de LeBron algumas vezes. Ersan Ilyasova se recuperou de um início de campanha calamitoso para justificar a bolada que recebeu na hora de renovar seu contratos, embora não cause tanto impacto assim no destino da equipe. Enfim, estamos procurando aqui mais e mais motivos que pudessem animar os anti-Heat, mas está complicado. Ao menos, Ellis e Jennings estrelaram o comercial mais legal da NBA em muito tempo, embora seja bizarro falar de união justamente sobre esses dois fominhas:

De dar nos nervos: Shane Battier é tão ingeligente, mas tão inteligente numa quadra de basquete, que pode dar raiva, sim. Estamos falando de um verdadeiro cdf. O ala conhecido como Sr. Presidente na China – isso vem dos tempos em que era companheiro de Yao no Rockets – ganhou ainda mais notoriedade no vestiário do Heat com seus discursos pré-jogo durante a sequência de vitórias histórica da equipe. Mas seus serviços mais importantes acontecem em quadra, cumprindo um posicionamento defensivo impecável, que compensa seu jogo, digamos, terreno. Battier é daqueles que sempre dá o passo à frente, para fora da área restrita ao redor da cesta. Daqueles que quase nunca salta diante da primeira tentativa de finta de seu adversário, mantendo os pés plantados, o braço erguido, forçando o oponente a tomar outra decisão. Forte, com estatura mediana, casou muito bem com LeBron na defesa, numa combinação vital para o aprofundamento do “basquete sem posição” planejado por Spoelstra. Não é à toa que, no ano em que se tornou agente livre, foi recrutado de imediato por LeBron e Dwyane Wade para juntar forças no Miami. Os astros sabiam o que era jogar contra ele.

Olho nele: depois do título, muitos davam a carreira de Mike Miller por encerrada. O ala mal conseguia celebrar direito na saída de quadra, totalmente travado nas costas. Os jogadores do Heat, mesmo, brincavam que ele estava precisando de uma cadeira de rodas ou, no mínimo, um andador para as férias. Aí que Pat Riley encontoru um meio de roubar Ray Allen de Boston, e o papel do ala parecida cada vez mais secundário. Em fevereiro, ele disputou apenas um jogo. Em março, só foi ganhar tempo de quadra significativo a partir do dia 24. Em abril, porém, quando Spo começou a descansar seus titulares, especialmente Wade e LeBron, Miller se apresentou surpreendentemente como um jogador que ainda pode ser relevante para o time: arremessando mais de seis bolas de três pontos em média durante nove partids, ele matou 51,8% delas. Suas médias foram de 12,1 pontos, 5,1 rebotes e, melhor, 3,7 assistências em apenas 27,2 minutos. Nos playoffs, com a tendência de jogos mais amarrados, apertados, ter um atirador de longa distância – e ótimo passador – disponível nunca é demais.

Palpite: Bucks 4-2.

(Brincadeira, é que por um minuto o Brandon Jennings hackeou minha máquina).

Miami 4-0, fora o baile.

 2-NEW YORK KNICKS x 7-BOSTON CELTICS

A história: Spike Lee espera muito mesmo por uma grande campanha dos Bockers nos playoffs. Mas muito mesmo. Dá para imaginar as capas dos tabloides nova-iorquinos todas pintadas de azul e laranja, e o Garden bombando. A expectativa é tanta que qualquer coisa abaixo de uma final de conferência seria considerada um fracasso. Agora, vá você tentar convencer os orgulhosos Paul Pierce, Kevin Garnett e Doc Rivers disso. Eu? Tou fora.

O jogo: resta saber apenas se KG terá condições de batalhar em quadra. O mesmo vale para Tyson Chandler do outro lado. Sem os pivôs, essa pode ser a primeira série na história pós-George Mikan a ter um jogador de 2,06 m de altura – Jeff Green, no caso, em registros oficiais… Vai saber se chega a isso – como o mais alto em quadra. O plano tático de Mike Woodson de small-ball ficou ainda mais aprofundado depois dos problemas físicos de Tyson Chandler (um baque) e Rasheed Wallace, Marcus Camby e Kurt Thomas (nenhuma novidade aqui). E toca tiro de três pontos: seu time foi o que mais arremessou de longa distância na temporada (2371, dois a mais que o Rockets, e 981 a mais que o Celtics!!!). A ideia é espaçar ao máximo a quadra para deixar Carmelo operar, o que quer dizer que Jeff Green terá um trabalhão danado. O ala enfim justificou a panca de superestrela, num grande campeonato. Por mais que Paul Pierce tenha os nova-iorquinos como suas vítimas preferidas, fica difícil de imaginar que ele possa, a essa altura, se equiparar ao potente cestinha do Knicks. Se JR Smith mantiver o ritmo das últimas semanas, o tempo fecha de vez.

De dar nos nervos: Raymond Felton, Pablo Prigioni, Jason Kidd… Respirem fundo, amigos, porque o Avery Bradley é uma peste que só na pressão quadra inteira, 3/4 ou meia quadra. Não importa onde e como o armador adversário drible a bola: contra Bradley, está correndo risco de ser desarmado. Sua movimentação lateral – ou “jogo de cintura” – é inigualável. Veja este clipe aqui:

Ou, se quiser, este:

 Como se diz mesmo? “Monstro”?

Olho nele: era para ser Leandrinho, mas a lesão no joelho tirou o brasileiro da temporada. Então vai de Jordan Crawford, glup. O ala ex-Wizards foi contratado de última hora para assumir as atribuições antes designadas ao brasileiro: carregar a bola vindo do banco e pontuar. Agora, nem sempre é bonito. Ou melhor, raramente é bonito de se ver. Porque Crawford realmente pode conduzir a bola, mas quem disse que ele é obrigado a passá-la? Um jogador muito talentoso, mas extremamente individualista. Observem e esqueçam, depois, por favor.

Palpite: Knicks em seis (4-2).

*PREVIA DO OESTE: Thunder x Rockets e Spurs x Lakers.
* PREVIA DO OESTE:
Nuggets x Warriors e Clippers x Grizzlies.


Prévia dos playoffs da Conferência Oeste da NBA: Parte 2
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Giancarlo Giampietro

3-DENVER NUGGETS X 6-GOLDEN STATE WARRIORS

A história: será que o Denver Nuggets consegue contrariar a tese de que um time não pode ir longe nos playoffs sem uma superestrela? Desde que trocou Carmelo Anthony por um pacote de ótimos jogadores para construir um dos elencos mais completos da NBA, George Karl e o gerente geral Masai Ujiri precisam responder essa questão, que é considerada um dogma na liga. Agora, pode ser apenas uma questão de tempo para que Ty Lawson ingresse nesse grupo especial. E quanto a Stephen Curry? Ele já foi promovido? Os dois vão ter um duelo espetacular nesta primeira fase, e, dependendo do desfecho da série, ambos têm a chance de resolver qualquer dúvida quanto a seu status. (Paralelamente, o embate entre os velhacos Andre Miller e Jarrett Jack também é bastante intrigante.)

O jogo: pisa fundo, acelera, sai da frente! Aqui a ordem é correr demais, sem freio. Esperem jogos decididos na casa de 11o pontos, muitos contra-ataques, cestas rápidas, alguns turnovers, seja na baía californiana ou na altitude de Denver. Vamos torcer apenas para que Stu Jackson não escale o velhinho Dick Bavetta para apitar – e, se o diretor estiver biruta e o fizer, ao menos ele terá o quebradiço Andrew Bogut como companhia. De um lado, o Nuggets procura as infiltrações de modo agressivo, com a velocidade de Lawson, Iguodala, Brewer, Wilson Chandler, Faried, McGee & cia., além dos movimentos matreiros de Miller. Do outro, o Warriors depende muito da avalanche de três pontos desencadeada por Curry e Klay Thompson.

De dar nos nervos: quando o apelido do cara é “Manimal”, você já sabe que vem chumbo grosso pela frente. Kenneth Faried precisa se recuperar de uma torção no tornozelo, sofrida no finzinho da temorada regular, mas, se estiver a 75% – ou, vá lá, a 60% –, David Lee e Carl Landry saberão que será necessária muita paciência durante a série. Porque Faried simplesmente não consegue parar: ele se movimenta de modo alucinado de ponta a ponta da quadra, de cima para baixo, atacando rebotes ofensivos e defensivos e perseguindo qualquer adversário que ouse pensar em concluir uma bandeja no contra-ataque.

Olho nele: são tantos os jogadores interessantes no elenco do Denver Nuggets, que fica difícil escolher um. Desde a lesão de Danilo Gallinari, fora da temporada, a importância de Wilson Chandler só cresceu para o time do Colorado. Um jogador muito versátil e atlético, cobre espaços na defesa com tempo de bola preciso na ajuda e, na ofensiva, sabe se esgueirar entre os marcadores com facilidade. Sua presença é fundamental para que o criativo ataque de Karl funcione.

Palpite: Nuggets em seis (4-2).

4-LOS ANGELES CLIPPERS x 5-MEMPHIS GRIZZLIES

A história: é guerra. Desde o confronto pelos playofs do ano passado, esses times adquiriram um sentimento bonito e enobrecedor: um odeia o outro. É o que dá quando você coloca em quadra por quatro, cinco, sete partidas seguidas gente com a intensidade de Chris Paul, Tony Allen, Blake Griffin, Zach Randolph, Caron Butler ou Marc Gasol. Sai faísca. Nesta conferência, este é o jogo com maior pegada de Leste, com pancada para tod0s os lados,e sem nenhum inocente. Quer dizer, tirando o Mike Conley Jr. Em tempo: em 2012, deu Clippers por 4-3.

O jogo: sempre que puder, o Clippers vai tentar sair no contra-ataque com a explosão física devastadora de Griffin ou mesmo de DeAndre Jordan. Isso, claro, se o pivô gigante do ex-primo pobre de LA conseguir ficar em quadra, sendo sacado constantemente por Vinny Del Negro devido a suas panes defensivas e ao péssimo aproveitamento nos lances livres. Em um jogo mais lento, de posses de bola trabalhadas, todas as fichas do treinador são depositadas em Chris Paul, que age quase como um técnico independente em quadra e vai ter de se desdobrar, mesmo, diante da segunda defesa mais forte do campeonato. Esse tipo de jogo mais arrastado favoreceria ao Grizzlies, com a inteligência e diversos recursos técnicos de Marc Gasol.

De dar nos nervos: Tony Allen, cedo ou tarde, vai tirar alguém do sério. Não tem jeito. Em forma – coisa que não aconteceu nos mata-matas de 2012 –, Allen é um dos melhores defensores de perímetro da liga, ou o melhor, mesmo, com pés e mãos extremamente ágeis. Sim, ele vai bater de frente com Chris Paul nos momentos críticos da série, e essa vai ser uma batalha imperdível.

Olho nele: no banco do Clippers, a dupla Eric Bledsoe e Jamal Crawford já tem um chamariz, e tanto. Impossível assistir a Bledsoe e não lembrar de Westbrook, quando ele explode rumo ao garrafão e deixa múltiplos defensores comendo poeira. Um, dois, ninguém viu, já colocou na redinha. E Crawford pode ser hoje o melhor jogador de playground na NBA, colocando a bola no chão, atacando no um-contra-um e matando bolas pela direita, pela esquerda, e o defensor nem viu por onde ele passou. Mas, se você conseguir desviar o olho dessas duas peças, poderá notar todo o trabalho de Matt Barnes fora da bola. O ala é um dos caras que mais joga duro na liga e para o qual pouca gente dá muita ou sequer uma bola. Cortando para a cesta de modo incessante, passando a bola confortavelmente, atacando a tábua ofensiva em busca de rebotes, peitando quem quer que seja do outro lado na defesa, é um operário perfeito para qualquer time que se pretneda vencedor.

Palpite: sinceramente, não dá para arriscar nada aqui. Depende muito de jogo para jogo.


Prévia dos playoffs da Conferência Oeste da NBA: Parte 1
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Giancarlo Giampietro

1-OKLAHOMA CITY THUNDER x 8-HOUSTON ROCKETS

A história: James Harden, James Harden, James Harden. Ah! E tem ele também: o James Harden. Do ponto de vista do torcedor do Oklahoma City Thunder, talvez o mais fanático da liga hoje, não podia haver um adversário mais dolorido. Mal deu tempo de se esquecerem da troca feita em outubro passado, e aqui está o Sr. Barba de volta, para visitar a cidade para os dois primeiros jogos da série. Sério mesmo que não dava para evitar?

O jogo: o Rockets é a equipe mais jovem dos playoffs na média de idade e pode se dar por satisfeito só por ter chegado aqui? Pode ser, mas… Não vai deixar de se lamentar a perda do sétimo lugar na úuuuultima rodada da temporada regular. Porque sobrou agora um time que, com Durant, Westbrook, Ibaka, Reggie Jackson, Kevin Martin, não vai se importar em nada de correr com os novos amiguinhos de Harden. O Rockets acelera mesmo e busca geralmente dois tipos de investida: a bandeja, enterrada direto ao aro e os tiros de três pontos gerados a partir de infiltrações. Não espere tiros de média distância. Na temporada regular, essa proposta rendeu uma vitória em três duelos. O problema? As duas derrotas foram por 22 e 30 pontos de diferença, dois massacres. Espere pontuações altas.

De dar nos nervos: Serge Ibaka. Como se fosse um jogador de vôlei deslocado, sai dando cortada para tudo que é lado e gosta de berrar no ouvido dos adversários. Muito ágil e atlético para o seu tamanho, está sempre se metendo onde não é chamado. 😉

Olho nele: para o Houston ter alguma chance, vão precisar encontrar algum meio de, pelo menos, incomodar Kevin Durant. Entra em cena Chandler Parsons, jogando leve, alto e atlético, que pode perseguir o cestinha. Na temporada regular, ele marcou 63 pontos nos primeiros dois jogos e apenas 16 no terceiro. Ainda que tenha somado também 12 rebotes e 11 assistências – um absurdo –, foi limitado a 4/13 nos arremessos e cometeu cinco turnovers. Quer dizer: dá para atrapalhar. Do outro lado, Parsons evoluiu bastante desde que saiu da universidade e, como Jeff Van Gundy citou na quarta passada, lembra um pouco Hedo Turkoglu. E, acreditem, a referência é um elogio, pensando na primeira metade da carreira do turco.

Palpite: Thunder em cinco (4-1).

2-SAN ANTONIO SPURS x 7-LOS ANGELES LAKERS

A história: desde que Tim Duncan foi selecionado pelo Spurs em 1998, os times se enfrentaram seis vezes nos mata-matas, com quatro vitórias para o Lakers. Estamos falando, então, de um clássico do Oeste, ao qual, supostamente o Spurs chega como grande favorito, com uma campanha muito superior na temporada regular. Acontece que, em abril, com Ginóbili afastado por lesão e Tony Parker com o tornozelo arrebentado, a coisa desandou um pouco, com seis derrotas nos últimos nove jogos. Não ficou muito claro se era apenas o que dava para se fazer, considerando os problemas físicos, ou se Gregg Popovich permitiu que seu time relaxasse um pouco, mesmo, abrindo mão da disputa por mando de quadra nas etapas decisivas. Do lado do Lakers, certeza que Mike D’Antoni não vai se sensibilizar com os eventuais dilemas de Pop, uma vez que ele não contará com Kobe Bryant e deve ter um Steve Nash jogando no sacrifício.

O jogo: com seu time ideal, o Spurs foi ainda melhor este ano do que na temporad apassada, tornando sua defesa a terceira melhor da liga, combinada com o sétimo melhor ataque, num resultado formidável. Eles vão retomar esse padrão? Se conseguirem se aproximar desse padrão, o Lakers não deve ter muita chance, mesmo que funcione a nova abordagem ofensiva do time, minando os adversários com  Pau Gasol e Dwight Howard no garrafão. Agora, se Parker não estiver bem e não conseguir colocar pressão para cima da retaguarda angelina, as coisas podem mudar um bocado. Tim Duncan se veria obrigado a jogar no mano a mano contra Howard. Danny Green, Gary Neal, Kawhi Leonard e McGrady não teriam tantos arremessos livres, e a dinâmica da partida pode ser outra. Quanto mais lento e físico o jogo, melhor para o Lakers.

De dar nos nervos: estamos diante aqui de um monte de escoteiros e Ron Artest. O #mettaworldpeace jura que não se mete mais em confusão, e faz bastante tempo que a polícia não toca seu interfone ou que os juízes apitem com medo em sua direção. Por outro lado, difícil esquecer que o sujeito é o responsável por isso…

E isso…

 Olho nele: Tiago Splitter vai ter de se virar para fazer uma boa defesa em um redivivo Pau Gasol. Sem Kobe, a bola passa pelas mãos do espanho praticamente em todo ataque do Lakers, e caberá ao catarinense sua cobertura, muitas vezes bastante afastado da cesta, na cabeça do garrafão, ainda mais agora que Boris Diaw está fora de ação. É um baita desafio para Splitter, a não ser que Popovich queira se aventurar com Matt Bonner em seu lugar.

Palpite: Qualquer um em sete jogos ou surra do Spurs em quaro (4-0).


Lakers avança aos playoffs em sétimo; veja como ficaram todos os confrontos
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Giancarlo Giampietro

Foi um jogo em clima de playoffs. E, suando como o Los Angeles Lakers teve de suar nas últimas partidas, semanas, não havia nada de estranho nisso. É como se eles ja estivessem jogando numa condição de mata-mata há tempos. Nesta temporada inclassificável, eles conseguiram superar uma série de lesões e intrigas desnecessárias para, na última rodada, enfim, assegurar que seguiriam adiante na Conferência Oeste da NBA

Gasol, em grande fase novamente, aleluia

Gasol, mais um jogo brilhante de um astro que D’Antoni destratou no início da temporada

Com direito a prorrogação, depois de um chute de três pontos de Chandler Parsons, uma das revelações do campeonato, no último segundo, a equipe de Mike D’Antoni bateu o Houston Rockets por 99 a 95 em mais um jogo dramático – porque, francamente, esta campanha não poderia terminar de outra maneira.

O time californiano foi para quadra já classificado, devido ao revés do Utah Jazz contra o Memphis Grizzlies, mas ninguém entre os tropeiros de Lakers e Rockets queria aliviar em nada. Tudo pela sétima colocação nos playoffs e o sonho de eliminar o San Antonio Spurs.

E não é que é possível?

Resumidamente: o Spurs hoje parece vulnerável. Manu Ginóbili concluiu a temporada afastado das quadras, Tony Parker estava em frangalhos, e eles ainda perderam Boris Diaw e Stephen Jackson, dois veteranos talentosos, para deixar o banco de reservas ainda mais fraco. Ou Tracy McGrady ainda pode produzir algo em uma quadra de NBA?

Sério? O T-Mac?

Stephen Jackson deve estar se matando de rir, ou chorando de raiva a essa altura. Talvez em Porto Rico, vai saber.

Por outro lado, claaaaaaro que ninguém vai duvidar da capacidade de Gregg Popovich e claaaaro que só dá para se impressionar com o ano que Tim Duncan teve.

Mas…

Se Parker não estiver inteiro para acelerar um pouco o jogo e atacar de modo agressivo e efetivo no pick-and-roll, na meia-quadra, de uma hora para a outra, você tem um time texano mais vulnerável diante de Lakers que realmente poderia pensar em alguma coisa nesta série,  um clássico da liga, mesmo sem Kobe.

Ainda mais com a grande fase de um ressurrecto Pau Gasol – foram 17 pontos, 20 rebotes e 11 assistências contra o Rockets! Aleulua, D’Antoni, aleluia! – e a possibilidade de Steve Nash retornar nos playoffs. Ainda que Steve Blake, vivendos seus melhores dias como um Laker, possa dizer uma coisa ou outra a respeito sobre o desfalque de seu xará.

*  *  *

Por que o Spurs é melhor para o Lakers, fora as lesões de Parker e Ginóbili?

A dificuldade em geral da defesa angelina em parar Harden, Parsons, Beverley (aquele que roubou a vaga de Scott Machado) e qualquer Rocket que pudesse criar a partir do drible só serve para sublinhar todo o empenho do time em tentar subir para o sétimo lugar do Oeste nesta quarta. Contra Durant e Westbrook? Não teriam a menor chance.

*  *  *

Confira todos os playoffs da NBA 2012-2013 (voltaremos a eles até sábado):

OESTE

– 1-Oklahoma City Thunder x 8-Houston Rockets
Quis o destino que James Harden realmente tivesse de enfrentar os ex-companheiros

– 4-Los Angeles Clippers x 5-Memphis Grizzlies
Blake Griffin e Zach Randolph se odeiam; na verdade, praticamente tudo se odeia aqui

– 3-Denver Nuggets x 6-Golden State Warriors
Os times vão correr tanto que Bogut pode  ter um piripaque em quadra; Ty x Steph?? Uau.

– 2-San Antonio Spurs x 7-Los Angeles Lakers
Ok, Pop, taí o que você queria. Era o que você queria mesmo, né!?

LESTE

– 1-Miami Heat x 8-Milwaukee Bucks
Porque, com Jennings e Ellis no ataque e Sanders na cobertura, o Bucks pode com todo mundo. Claro.

– 4-Brooklyn Nets x 5-Chicago Bulls
Serve para algo o mando de quadra do Nets? Noah vai jogar? E rose? Vamos de Deron x Thibs no fim?

– 3-Indiana Pacers x 6-Atlanta Hawks
Para fugir do Heat, o Hawks fez de tudo. Não sei se, fisicamente, vão ficar tão satisfeitos. Podem vencer, mas com hematomas.

– 2-New York Knicks x 7-Boston Celtics
Clássico é clássico, e vice-versa, já ensinou Jardel. Mas o Knicks é o favorito, a não ser que os médicos tenham alguma surpresa.