Vinte Um

Arquivo : Pinheiros

Após mudanças, calendário do basquete brasileiro segue totalmente bagunçado
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Giancarlo Giampietro

Nunca antes na história deste país foi tão difícil agendar um jogo de basquete. Ou melhor: três ou cinco, dependendo do quanto vai se estender a final do Campeonato Paulista masculino.

São José x Pinheiros, segundo round

São José, de Laws, faz revanche contra o Pinheiros em final tardia do Campeonato Paulista

A federação divulgou nesta sexta as datas dos duelos entre Pinheiros e São José dos Campos: dias 20 e 21 em São Paulo, 23 em 24 no Vale do Paraíba e, se necessário, no dia 26 retornando para a capital. Concluída, então, a semifinal na quinta-feira passada, todo mundo que espere mais de dez dias para a decisão começar.

Que espécie de tabela é essa? Não há regularidade, continuidade nenhuma. Quando a final começar, o Pinheiros, por exemplo, terá aguardado 19 dias desde o desfecho de sua série contra o Paulistano. São duas semanas e meia, gente. Algo inadmissível. Péssimo para fazer qualquer competição pegar fogo, como deveria ser numa fase dessas. É o guia básico de como esculhambar seu próprio produto.

No fim, de nada valeu o adiamento do hexagonal semifinal da Liga Sul-Americana por parte de Abasu e Fiba Américas. O Grupo E, que reúne o trio brasileiro, ficou agora para os dias 27 a 29 de novembro, em vez de 13 a 15 ou 14 a 16, como incialmente previsto e que poderiam encavalar com o defescho do Paulista, segundo a lógica. Mas que nada. As datas ficaram vagas e poderiam muito bem ser aproveitadas não fosse a pasmaceira que domina a FPB na hora de acertar sua tabela. Com a demora por parte da federação, pode ser agora que o Pinheiros jogue uma quinta partida num dia e, no outro, já tenha de encarar uma potência nacional em uma competição muito importante.

Pior: as datas dos dias 24 e 26, se utilizadas pelo estadual, coincidiriam com as duas primeiras rodadas do NBB.

Como se esse fosse o único problema para a LNB contornar – porque, convenhamos, obviamente haveria mais de um problema nesta zona toda.

Lançado o NBB 2012-2013

Lançado o NBB 2012-2013, mas já com eventuais mudanças na tabela para se fazer

A terceira jornada do campeonato nacional também já corre o risco de ser desfalcada, já que está toda programada para o dia 29 deste mês. O que implica em mais jogos adiados, uma vez que Brasília, Flamengo e Pinheiros estarão concluindo sua participação no torneio continental neste dia.

É até difícil entender ou explicar. Basicamente: entre os dias 24 e 29 de novembro, estão programados dois jogos finais do Paulista, três rodadas iniciais do NBB e um quadrangular de Liga Sul-Americana. Inacreditável:

Com qual frequência se dá o diálogo entre clubes e a sopa de letrinhas formada por Abasu, Fiba Américas, FPB, LNB (que gere o NBB) e CBB? Há quanto tempo já se faz todas essas competições regularmente? Qual a dificuldade de se organizar um calendário que possa acomodar datas específicas para cada uma delas?

O Campeonato Paulista é forte, tradicional, e tal, mas até quando a FPB vai causar tanto problema assim com seu prolongamento? É impossível definir as datas de antemão? E mais: caso houvesse começado mais cedo, tudo já poderia estar resolvido, e a Abasu e a LNB que se decidissem sobre suas rodadas. Da mesma forma seria se o número de competidores fosse reduzido – um raciocínio que, ok, pode ser despropositado, quando vemos a dificuldade que outras federações tem para catar na rua ao menos quatro inscritos.

Algo, porém, precisa ser feito para acabar com essa bagunça.


Desfalcado, São José vence 5º jogo em Bauru, vira e repete final do Paulista contra Pinheiros
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Giancarlo Giampietro

Algumas notas depois da vitória do São José por 100 a 88 sobre o Bauru, nesta quinta-feira, fora de casa, fechando as semifinais do Campeonato Paulista masculino. O clube do Vale do Paraíba repete a final de 2011 contra o Pinheiros. No ano passado, o clube da capital venceu por 3 a 1 a série decisiva, comemorando o título na casa do adversário.

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Para se classificar, São José venceu três partidas consecutivas contra a equipe que teve a melhor campanha da primeira fase. Foi também a segundo confronto consecutivo em que o time precisou ir ao quinto jogo para passar de fase – jogando agora sem seu principal atleta, o pivô Murilo, e sem contar também com os alas Dedé e Chico. Todos lesionados.

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Um fato bem notado pelo chapa Fernando Gavini: Jefferson William não jogava desde a série contra Franca, na qual fez a cesta da classificação a dois segundos do fim. Voltou neste quinto jogo como se não tivesse parado e esfriado em nenhum momento. Afirmou na entrevista ao repórter da ESPN Brasil que está se sentindo bastante confiante, bem. Pela pontaria na partida, não havia dúvida sobre isso: anotou 25 pontos, contando também com uma generosa contribuição de seus marcadores. O ala-pivô ficou livrinho da silva em diversas ocasiões no perímetro para arremessar com muita tranquilidade.

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O armador Fúlvio jogou muita bola nesta quinta. Foram 24 pontos e sete assistências, assumindo mais responsabilidades ofensivas devido aos desfalques do time. Quando marcou sete pontos em menos de três minutos aproximadamente, estava claro que mandava um recado aos seus companheiros e também aos torcedores e jogadores adversários: sua equipe, aliás, não ficou atrás no placar em nenhum instante, salvo engano. O norte-americano Andre Laws e o jovem Ícaro também foram importantes para dar suporte ao armador principal, ajudando na condução de bola, permitindo que ele arremessasse bem posicionado, com precisão. Em algumas posses de bola, empolgado até demais, acabou forçando a munheca. Mas, no geral, foi muito superior ao olímpico Larry, que fez uma partida muito fraca.

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A equipe de Régis Marrelli repetiu novamente sua estratégia nada convencional: investir muito, mas muito mesmo nos chutes de longa distância. Em Bauru, realmente forçaram a barra, tentando mais bolas de três pontos (29) do que de dois (24), segundo estatísticas online fornecidas pela federação.  Dessa vez, porém, as bolinhas caíram: excepcional aproveitamento de 48% – algo muito difícil de se sustentar, porém, em longo prazo. Algo que também não deu certo em sua passagem pela Venezuela pela Liga Sul-Americana.

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O Bauru, por sua vez, teve um desfecho de série bastante decepcionante. Com seus quatro norte-americanos e algumas promissoras revelações, o time de Guerrinha esteve desconjuntado em quadra, atacando sem consistência ou ritmo algum. Seus atletas tentaram muitas jogadas individuais, buscando o garrafão com pouca inteligência, enfrentando uma defesa que se fechou bem em muitos momentos. O pivô Jeff Agba, por exemplo, pecou demais em sua leitura de jogo. Na maioria das vezes em que jogou de frente para a cesta, atacando Deivisson da linha de lance livre, conseguiu pontuar com facilidade. Inexplicavelmente, porém, ele abriu mão desses ataques para atuar de costas para a tábua, virando aí uma presa fácil para o oponente – muito mais alto e forte.

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Deivisson, aliás, teve uma atuação que deve lhe valer mais tempo de quadra no futuro. O pivô realmente anulou o norte-americano, ocupou espaços e ajudou a congestionar a zona pintada, dificultando as ações de Larry, DeAndre Coleman e Pilar, jogadores que têm nas infiltrações seu carro-chefe ofensivo. No ataque, seu corpanzil também foi importante para dar mais liberdade a Fúlvio quando armado o pick-and-roll. Larry, Gui e Fernando Fischer apanharam bastante para tentar se livrar do choque com uma muralha dessas.


Bagunça com calendário da Liga Sul-Americana contraria valores da candidatura de Grego
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Giancarlo Giampietro

Tenham calma, que a gente chega lá. Ante de chegar ao tema polêmico da vez, é necessário passar por esta introdução aqui.

Presente de Grego

CBB vai receber seu presente de grego mais uma vez?

Era uma vez o ex-presidente da CBB, candidato a voltar ao trono e presente de grego Gerasime Bozikis, que promete em sua campanha tudo, mas tudo mesmo de que a modalidade precisa no país. Não vai sobrar nada! O cartola assegura que, agora, sim, está preparado para levar o basquete a um outro patamar. Que revisou sua desastrada gestão na confederação e que teve diversas conversas por todo o Brasil para saber quais as necessidades vitais do esporte por aqui.

Detalhe: isso vindo de alguém que já havia ficado por três mandatos no poder.

O sujeito passou 12 anos no comando e diz só ter assimilado seus erros e as carências do baquete bem depois, em “momento de reflexão” situado convenientemente em um período eleitoral. Porque, quando você é presidente de uma entidade e viaja para cima e para baixo com os amigos, não sobra muito tempo para refletir, mesmo. Ainda mais quando suas bandas acontecem por aquela loucura que são os cassinos de Las Vegas.

Bem, por outro lado, talvez não precise ser tão inclementes assim, gente. Talvez todos mereçam uma segunda chance, para se redimir, aprendendo com o passado para se fazer melhores pessoas, melhores dirigentes. De modo que, renascido e revigorado, Grego propõe uma chapa guiada pelos seguintes valores:

– Ética;

– Transparência;

– Busca da Excelência;

– Gestão integrada e participativa;

– Sustentabilidade social e ambiental;

– Inovação e ousadia;

(Toca o violino com um som afinado e limpinho, enquanto os lenços são encharcados).

Bonito, né?

Aí vem o choque de realidade: se não vale falar do passado, recorremos ao presente. E o presente de Grego – não confundir com “presente-de-grego”, tá? 🙂 – é chefiar a Abasu (Associação do Basquete Sul-Americano). É a entidade responsável pela organização da Liga Sul-Americana de clubes, em convênio com a Fiba Américas.

Lucas Dias, revelação do Pinheiros

Será que pelo menos o garoto Lucas Dias conseguiria ganhar mais experiência na 2ª fase da Liga Sul-Americana?

Pois a Abasu acaba de aprontar uma daquelas: marcou um de seus quadrangulares semifinais para os dias 13, 14 e 15 de novembro, colocando o Tiburones de Vargas, da Venezuela, ao lado dos três brasileiros nesta chave. Entre eles, o Pinheiros. O mesmo que vai começar a jogar a final do Campeonato Paulista em breve, em datas que certamente vão coincidir com a competição sul-americana.

E aí faz como? Revoltado, João Fernando Rossi, dirigente do clube paulistano, já ventilou no Twitter a possibilidade de disputar o torneio internacional com seu time sub-17. “Assim, poderão ganhar experiência!”, afirma.

O Campeonato Paulista já passa por um período de interrupção bizarra neste momento, para abrir espaço para a famigerada viagem de São José até a Venezuela, com o Bauru esperando por dez dias para concluir sua série semifinal. O quinto jogo está marcado para quinta-feira, com o horário de 20h15 mantido, depois de a TV e a federação terem tentando antecipá-lo para 17h30, um horário ingrato daqueles.

Agora sabe-se lá o que vai acontecer entre os possíveis caminhos…

a) o Pinheiros se mata e joga os dois torneios, desde que as datas não coincidam?

b) o Pinheiros manda seus garotos para disputar a Liga Sul-Americana e escancara a bagunça?

c) a Federação Paulista vai congelar novamente seus jogos? E aí que se virem o NBB e os clubes paulistas mais para a frente?

d) a Abasu recua e posterga sua tabela – aliás, quais seriam as limitações de calendário por parte deles?

Enfim. Um simples movimento, a simples marcação de um quadrangular já derruba alguns dos pontos prometidos pelo candidato, que é um presente de grego.

Nada como uma “gestão integrada e participativa”, não? Apenas divulgue a programação de jogos, e que se virem.

Nada como “transparência”, hein? Tente achar o regulamento do torneio no site oficial.

E mais: os clubes foram distribuídos por região na semifinal. Quatro argentinos de um lado e a brasileirada e os tubarões venezuelanos do outro. Por quê? Já estava previsto isso? É para não correr o risco de se ter um quadrangular final só com argentinos? É para poupar dinheiro? E como as sedes são definidas? Por que não há uma mísera notinha no site para abordar essas decisões? Nada como a “excelência”, né?

De todo modo, um tópico, ainda que de modo irônico, é acertado em cheio: não deixa de ser ousado.

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A trapalhada na marcação de jogos é até mais difícil de compreender quando consideramos que Grego estaria prejudicando um dos principais clubes da principal federação estadual do país, federação que deve ter um peso danado na eleição do ano que vem. Por que jogar contra algo deste tamanho? Não parece uma boa cartada política. Ou, talvez, nem haja uma preocupação nesse sentido, considerando que o presidente da FPB, Toni Chakmati, foi um dos principais aliados de Bozikis durante seu triplo mandato, atuando como vice-presidente.


São José agora encara maratona em calendário apertado após empatar semifinal
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Giancarlo Giampietro

Laws em ação pelo São José

Calma, São José, que a corrida só está na metade

No ano passado foi o Pinheiros. Agora é o time São José que tem de encarar a maratona quem um calendário apertado pode oferecer. A equipe de Régis Marrelli voltou a vencer Bauru nesta segunda-feira, por 92 a 79, e forçou o quinto jogo da série semifinal pelo Campeonato Paulista.

E sabe para quando ficou essa quinta e derradeira partida? Inicialmente, está prevista para o dia 8 de novembro. Daqui a dez dias. Se não estivesse fazendo tanto, mas tanto calor no estado, daria para dizer que o confronto esfriaria um bocado.

Essa espera fica por conta da viagem que o clube do Vale do Paraíba tem de fazer para a Venezuela, com a missão de fechar a primeira fase da Liga Sul-Americana em confrontos do Grupo D da competição continental. Murilo, Fúlvio e cavalaria embarcam para o norte do continente já nesta terça de manhã, para encarar o Libertad Sunchales e o local Tiburones de Vargas. Jogos de quinta-feira a sábado.

“Está  sendo jogo dia sim, dia sim. E o ‘dia não’ é uma viagem de seis horas de ônibus. Agora é superação”, afirmou o pivô Murilo ao chapa Fernando Gavini, da ESPN Brasil. Já seu treinador afirmou que “quatro jogos em cinco dias é desumano”, comentando a tabela à qual São José e Bauru foram submetidos.

É um problema grave, sim. Supostamente a FPB (Federação Paulista de Basquete) tem pouco a ver com o que decide a Abasu (Associação de Basquete Sul-Americana, presidida pelo presente de grego) em relação aos torneios continentais. Mas no mínimo falta um entendimento entre as entidades ou entre o órgão continental e a nem sempre altiva, muito menos ativa CBB (Confederação Brasileira de Brasileira), ainda mais em tempos em que o chefe de uma está concorrendo com o chefe da outra em uma eleição.

Mais alguns pontos para ponderar aqui:

1) um campeonato estadual mais enxuto também evitaria esse tipo de problema ou eventuais percalços futuros com a iminência da disputa dos Jogos Abertos do Interior em São Paulo (de 18 a 24 de novembro) e o início do NBB (dia 24), logo ali na frente, no dia 24 de novembro. Muito provável que alguma competição seja prejudicada, considerando que ainda temos a decisão do estadual pela frente;

2) os clubes participantes precisam definir melhor suas prioridades, o que vale mais, em vez de acabarem com seus atletas ao tentar disputar tudo até o fim;

3) os jogadores também parecem longe de atingir qualquer nível de organização, para se defenderem de abusos como esses.

Então lá vai novamente São José para a estrada o aeroporto, testando a força e resistência de seu elenco, sobrevivendo a dois confrontos de playoff duríssimos mesmo sem contar com dois de seus principais pontuadores – Dedé e Jefferson William, lesionados. Enquanto seu departamento técnico torce para não ser mais testado.

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Como se já não bastasse um jogo atrás do outro, a FPB ainda marcou o quarto confronto da semifinal interiorana para 16h30 de uma segunda-feira (de Brasília). Algo bizarro, seja pela nada sutil alienação a quem trabalhe em horário comercial na cidade e, por ventura, goste de ver a equipe em ação, seja pela alta temperatura (altíssima) no ginásio são-joseense sem uma refrigeração adequada. Teve casa cheia? Bem, ótimo que o público da cidade esteja tão ligado ao seu time assim – é realmente uma notícia surpreendente e agradável. Uma raridade no basquete. Mas não dá para dizer que tenha sido uma tremenda de uma sacada comercial ou esportiva, não.

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aAlém disso, a federação paulista informou nesta segunda, a 30 horas do jogo, que a quarta partida da série entre Pinheiros e Paulistano foi deslocada de terça-feira para quinta-feira, atendendo a pedido da ESPN Brasil. Mesmo porque não deve ter tido tempo suficiente para os organizadores discutirem as datas dos jogos com a TV, né? Mas também nem importa que alguém tenha se planejado para ir ao (vazio?) ginásio da capital em determinada data. Deixe de ser chato, que vá na quinta, ué. Não dá na mesma?

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Em quatro jogos, Bauru e São José já somaram 200 arremessos de três pontos. A conta é fácil, então: média de 50 chutes de longa distância por partida. Nesta segunda, foram 55, sendo 28 para os visitantes e 27 para o time da casa.

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Sem poder treinar com regularidade, ainda em busca de melhor forma e ritmo, o pivô Murilo fez sua melhor partida pelas semifinais nesta segunda, com 31 pontos e 11 rebotes, lembrando aquela arma que deu muito trabalho para as defesas no último NBB, oferecendo perigo tanto dentro como fora.


Festival de chutes de longa distância marca início das semifinais do Paulista
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Giancarlo Giampietro

Foi de três

Foi de três para o Bauru em duelo com o Mogi (Crédito: Caio Casagrande)

Não é a maior base de dados. Apenas uma pequena amostra, ou um tira-gosto por assim dizer. Mas, depois de ver alguns dos últimos jogos dos mata-matas do Campeonato Paulista, fica difícil de fugir do assunto, sobre aquilo que o professor Paulo Murilo costuma se referir como a “hemorragia de três pontos” do basquete nacional.

Acho que já até virou anacrônico dizer que é anacrônico o modo como preferido como se busca a cesta em quadras nacionais, chutando sem parar de fora, sem o menor pudor ou peso na consciência.

Acompanhem comigo o raciocínio e, me ajude, por que talvez não faça muito sentido: se os arremessos de três pontos valem mais do que o de dois, seria talvez por que ele é mais difícil? Se ele é mais difícil, talvez isso por acaso queira dizer que você tem menos probabilidade de convertê-lo? Se você tem menos probabilidade de convertê-lo, você voltaria todo o seu plano de jogo, ou uma parcela considerável de sua ofensiva para esse tipo de lance?

Sim, senhor.

Pelo menos é o que andamos vendo: nas duas primeiras partidas da semifinal, Jogos 1 entre Bauru e São José e entre Pinheiros e Paulistano, os quatro clubes arriscaram um total de 104 chutes de longa distância (média de 52 por partida). Foram 55 no clássico da capital e 49 no duelo interiorano.

É muita coisa.

Quer saber o quão exagerado este número é?

Nesta semana tivemos nove jogos da Euroliga. Os 18 clubes participantes somaram 292 bolas de três pontos. A média foi de 36,5 por jogo.

Aí alguém pode dizer que os confrontos da Euroliga são muito chatos, todos excessivamente táticos, maçantes. Então toca clicar na tabela de jogos da NBA e usar a calculadora pelo menos para os amistosos de pré-temporada realizados nesta quinta-feira.

Pois bem, os oito clubes arriscaram juntos 150 tiros de fora, média de 37,5 por jogo. A gente sabe da maior, né? Os jogos da liga norte-americana têm maior duração: 48 minutos por confronto, diante dos 40 regulares da Fiba. Numa média, então, de chutes por minuto, esses quatro duelos tiveram 0,78 por minuto, contra 1,3 arremesso por minuto do Paulista. Outro detalhe: estamos falando aqui de confrontos de pré-temporada, que por vezes descambam em peladas oficiais, sem rigidez dos técnicos nas rotações e jogadas, com muitos atletas jogando para tentar descolar as últimas vaguinhas nos elencos da temporada regular.

Dos jogos que consultei da Euroliga e da NBA, apenas três tiveram esse padrão tresloucado que tanto adoramos em relação a bolinhas de três pontos: Milwaukee Bucks 100 x 90 Charlotte Bobcats, com 52 disparos de longe (reforçando: em 48 minutos, oito a mais do que nos jogos do Paulista); Maccabi Tel Aviv 90 x 61 Elan Chalon, com 51 (no qual a equipe perdedora se responsabilizou por 29 chutes) e, exagerando, Real Madrid 83 x 75 Fenerbahce, com 41 bolas, oito a menos que Bauru e São José.

No caso dessas três partidas destacadas, apenas no duelo entre Maccabi e Elan Chalon o número de chutes de três ultrapassou grosseiramente os 50% quando comparados ao total de dois pontos: 65%. Na vitória do Real, caiu para 50,6%. Na pelada que foi Bobcats x Bucks, o número ficou em 39%. Nas duas semis do paulista, foram 66,4% (103 tiros de fora contra 155 na área interna).

Precisa dizer mais?

Talvez só o seguinte: tentar a cesta de três pontos não é um crime. Trata-se de uma arma que, se bem usada, pode punir a defesa adversária. Na NBA, por exemplo, o chamado “corner three” virou uma ferramenta básica para qualquer ataque – é o ponto de menor distância do perímetro para o aro e, além de tudo, age de um modo estratégico para dificultar as ajudas da defesa oponente quando um Tony Parker da vida quebra a primeira linha e parte para o garrafão. Isto é, é um fundamento que está aí para ser usado. Mas usá-lo como a principal finalidade em si? Parece loucura.

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Equipe que disparou por conta própria 38 bolas de longa distância no quinto jogo da série contra Franca, o São José possui apenas um jogador entre os dez melhores chutadores de três do Estadual: o armador Fúlvio, que é o décimo, com 42,68% na mira. Chico, Álvaro Calvo e Dedé estão entre os 20 primeiros – mas o último não vem jogando, afastado por lesão. De resto, mais ninguém entre os 44 principais gatilhos do campeonato.


Na Sul-Americana, Pinheiros avança, mas ignora jogador mais eficiente do Paulista
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Giancarlo Giampietro

Joe Smith, do Pinheiros

Smith e Paulinho dominaram a bola pelo Pinheiros no Equador em uma classificação sofrida

O pivô Rafael Mineiro terminou a fase regular do Campeonato Paulista como o jogador mais eficiente da competição. Antes de ir aos mata-matas para poder confirmar sua ótima fase, porém, o rapaz teve de viajar com o Pinheiros para o Equador, numa breve – e, ainda assim, extremamente nervosa – pausa para a disputa de um torneio que não vale nada como a Liga Sul-Americana.

Quer dizer: imagino que não valha muita coisa. É a impressão que fica quando, nas três partidas sofridas da semana passada, vimos o time do técnico Claudio Mortari preservar seu melhor jogador deste início de temporada para as decisões que vêm em outubro. Acho que é por isso que ele foi utilizado tão pouco contra Obras Sanitarias, Centauros e Mavort.

Considerem os seguintes números:

– Mineiro jogou 104 minutos em três jogos e tentou 21 arremessos no total;

– Paulinho jogou os mesmos 104 minutos e tentou 59 arremessos;

– Joe Smith jogou 93 minutos e tentou 41 arremessos;

– Dos 202 arremessos do Pinheiros nesta fase, 87 foram de três pontos (43%);

Como justificar esse contexto? Mais quatro chutes de quadra para Paulinho, o herói da classificação, e ele teria somado o triplo do que tentou seu pivô. O triplo! Mais um chute para o norte-americano, em 11 minutos a menos de quadra, e ele teria somado o dobro de Rafael.

Aceitando duelar em jogos extremamente corridos, bagunçados, o clube paulista se privou de explorar um jogador que vive o melhor momento de sua carreira, tendo encaixado, enfim, suas habilidades de um modo satisfatoriamente produtivo. Para quem não é muito apto a eufemismos, dá para aceitar que o grandalhão foi solenemente ignorado ou, como prefiro, alienado. Uma má e velha história do basquete brasileiro recente.

Teria Mineiro sido muito passivo, se escondido do jogo? Foi muito bem marcado? Mesmo que tenha sido o caso, cabe ao treinador também encontrar soluções para aproveitar melhor as peças que tem. Além do mais, o fato é que Mineiro não foi o único a ser colocado de escanteio. O paraguaio Araújo teve 18 arremessos a seu dispor em 50 minutos, enquanto a Morro foram designados preciosos 12 chutes em 54 minutos. Somem aí A + B + C, e temos 51 arremessos para os três principais pivôs da equipe, oito a menos do que tentou Paulinho. (Para não falar que o caçulinha Lucas Dias jogou por 63 minutos e ganhou o direito a se esbaldar com sete disparos.)

A bola não chegou com a frequência adequada porque em muita ocasiões ela é atirada de longe com afobação. O elevado volume no jogo de três pontos do Pinheiros no Equador fez ainda menos sentido quando era evidente que seus armadores tinham muita facilidade para infiltrar e conseguir passes limpos para os pivôs, mais bandejas e/ou carregar os adversários de falta. No geral, o clube brasileiro acertou 58,3% nas bolas de dois pontos, 75% nos lances livres e apenas 26,4% de longa distância, um número muito abaixo do aceitável.

O ponto aqui não é crucificar Paulinho ou Smith. Na sucessão de ‘peladas’ que vimos em Ibarra, com o Pinheiros entrando na dança, era natural que o jogo ficasse concentrado nas mãos dos baixinhos, aqueles que partem primeiro para o contra-ataque.  Boracini, também em sua melhor temporada, teve a confiança para definir em um momento de extrema tensão. Não é para qualquer um.

Mas talvez um lance heróico daqueles só não fosse necessário caso o plano tático tivesse envolvido mais cestas fáceis com Mineiro ou com o próprio cestinha. Foi um tiro de três pontos no último segundo salvador Na prática, quase um cara-ou-coroa, que dessa vez sorriu para a turma de Mortari.

Agora, é o bastante para conquistar um título internacional, que vale, e muito?


Após gafe, federação muda regulamento do Paulista nas vésperas dos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Larry x Hélio, Campeonato Paulista

Bauru de Larry e Limeira de Hélio estão nos mata-matas

Estava passando batido há semanas e semanas, mas, na hora que chega o playoff, não há como esconder, né?

Que a Federação Paulista de Basquete conseguiu se atrapalhar com uma das regras mais simples e importantes de seu campeonato estadual. Coisa básica como definir quem tem o mando de quadra numa decisão, saca?

É assim: terminou na noite desta segunda-feira a temporada regular do Paulista, e os confrontos dos mata-matas estão definidos. Líderes de seus grupos, Bauru e Pinheiros entram como cabeças-de-chave. Até aí, ok, tudo compreendido.

O problema é que, numa eventual final estre os dois clubes, ninguém (cartolas, equipes, torcedores, patrocinadores, pais-de-santo) saberia dizer hoje quem seria o anfitrião dos jogos 1, 2 e, se preciso, 5. Porque a FPB simplesmente alterou seu regulamento nesta segunda-feira, de última hora, para compensar uma gafe tremenda (avalizada por cada uma das assinaturas na assembleia, diga-se).

Para compensar gastos e abrigar o maior número de competidores possível, a federação dividiu o campeonato em dois grupos. Mas com um detalhe: uma chave teve sete times enquanto a outra contou com oito. Supostamente, a melhor campanha teria o mando de quadra. Mas, de acordo com as regras estabelecidas, não havia como determinar qual seria essa a melhor campanha.

E por qual motivo?

Simplesmente porque não é possível comparar o número de pontos que o Pinheiros somou pelo Grupo A (25) com os 22 que Bauru teve pelo Grupo B. Afinal, a turma do Guerrinha disputou duas partidas a menos. Dãr.

Então, para definir quem é quem na decisão, decidiram que vão somar os resultados dos mata-matas também. E ai de quem tiver uma série melhor-de-cinco complicada pela frente.

Melhor assim, né?

Afinal, decidir o mando por meio do aproveitamento de pontos na primeira fase seria terrivelmente compliado. Para constar: o Bauru teve 83,3%, contra 78,5% do Pinheiros. Ou quem sabe, para evitar distorções, levar em conta apenas os pontos ganhos pelas equipes nos confrontos com os demais três classificados de cada chave?

Mas, não. Mudou, tá mudado, e que façamos as contas daqui para a frente.

*  *  *

São estes os confrontos:

Pinheiros x Liga Sorocabana
São José x Franca
Bauru x Mogi das Cruzes
Limeira x Paulistano

Os mata-matas começam na quinta, com Limeira x Paulistano e Bauru x Mogi. Destaque para o embate entre São José, que conta com a volta de Murilo em hora providencial, com a garotada que Franca reuniu.


Dupla do Pinheiros lidera resistência a domínio de estrangeiros no Paulista
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Giancarlo Giampietro

Rafael Mineiro, do Pinheiros

Mineiro monta o quebra-cabeça e vai liderando o Paulista em eficiência

Quatro dos seis jogadores mais eficientes do Campeonato Paulista masculino são estrangeiros. Se formos levar em conta os dez melhores, seis são gringos. Mesmo que as equipes brasileiras não consigam contratar jogadores de ponta do mercado internacional, eles chegam por cá e fazem a festa.

Pegue o caso do ala-armador Desmond Holloway, de 24 anos e revelado pela nada tradicional universidade de Coastal Carolina, onde teve sucesso até ser suspenso por problemas acadêmicos. Ele chegou a ser apontado como uma aposta para o Draft, mas sua candidatura que não chegou a vingar, diferentemente de gente como Damian Lillard, Kenneth Faried, Charles Jenkins e Norris Cole (caras que jogaram em equipes menores da NCAA e conseguiram assinar com a NBA). Depois, tocou sua carreira como profissional na Premier Baskerball League, campeonato minúsculo dos EUA, e no México.

Não necessariamente os pólos mais atraentes, não?

Desmond Holoway, NCAA

Desmond Holloway nos tempos de Coastal Carolina

Nada disso importa muito: “Desmond” – é deste modo como é tratado no site oficial da federação paulista – chegou com tudo ao interior paulista, sendo o destaque da Liga Sorocabana na competição. Pelo time de Rinaldo Rodrigues (aquele mesmo, que, histérico após uma derrota, não deixaria seus atletas tomarem banho), ele é o segundo mais eficiente do Paulistão, com 21,82 pontos, mesmo que seu tempo de quadra não passe dos 30 minutos por jogo.

Ele já está acima do bauruense Larry Taylor na lista. O armador naturalizado brasileiro tem 19 pontos neste índice. Juan Figueroa, armador argentino do Franca e ‘intruso’ em meio a tantos norte-americanos, aparece em quinto, com 18,91. DeAndre Coleman, ala-pivô do Bauru, é o sexto, com 18,6. Kenny Dawkins, armador companheiro de Desmond em Sorocaba, está em sétimo. Caleb, ala do Palmeiras, é o décimo.

Note que pulamos aqui os primeiro e quarto colocados do índice de eficiência. São, respectivamente, os pinheirenses Rafael Mineiro e Paulinho, dupla do Pinheiros que tenta liderar a resistência técnica brasileira no principal – e único realmente competitivo – estadual do país.

*  *  *

Primeiro, a lesão de Shamell. Depois, a saída de Marquinhos, Olivinha e Figueroa. Por fim, a longa espera para a estreia do norte-americano Joe Smith ao elenco. Com menos poder de fogo, Claudio Mortari precisava encontrar protagonistas para sua equipe, aquela que defende o título paulista. Não havia, então, melhor hora para Rafael, enfim, juntar as peças do quebra-cabeça.

De imenso potencial, Mineiro vai tocando a melhor temporada de sua carreira, aos 24 anos. Os lampejos sempre estiveram ali, desde a campanha do Mundial Sub-19 de 2007, no qual era o parceiro de Paulão, já ganhando seu próprio capítulo nos caderninhos dos scouts internacionais: a impulsão, mobilidade, a agilidade, o tiro de média – e, depois, longa – distância… Tudo anotado.

O que faltava muitas vezes era botar a cuca no lugar, canalizar a energia em quadra e produzir de modo consistente. Afinal, ainda é jovem, mas não mais um adolescente. Corria sério risco de ficar na galeria de eternas promessas – sua convocação para o Sul-Americano deste ano, aliás, causou estranheza. De um lado, o talento era inegável. Do outro, a produção não justificava.

Rafael Mineiro

Rafael sobe para a enterrada

Agora, sim. Até esta sexta-feira, Rafael Mineiro tem 22,15 pontos de eficiência até o momento, com 13 jogos disputados. Não é exatamente uma grande amostra, mas o ponto positivo é que o pivô vem liderando essa estatística geral desde o início da competição. Em números mais básicos são 17,3 pontos e 8,2 rebotes de média.

Bem acima dos 5,4 pontos e 2,3 rebotes do NBB passado, como reserva de Olivinha, mesmo se levarmos em consideração a produção por tempo de jogo. Caso mantivesse o ritmo em 40 minutos pelo campeonato nacional de 2011-12, Mineiro teria médias de 15,2 pontos e 6,6 rebotes. No Paulista, suas médias nesse cenário seriam respectivamente de 21,2 e 10,2, sem perder a precisão nos arremessos. Um baita salto.

De novo: o maior desafio de Rafael foi sempre se manter consistente, concentrado. E ainda tem uma longa temporada pela frente, com jogos muito mais complicados para testá-lo. Vamos ver como ele se sai nessa empreitada.

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Com 18,92 pontos de eficiência, Paulinho conseguiu se posicionar entre Larry e Figueroa, dois dos armadores considerados tops no basquete brasileiro. O segredo para sua escalada? Melhor seleção nos arremessos: ele vem convertendo excelentes marcas tanto nas bolas de dois pontos, com aproveitamento 62,1% (Mineiro, pivô, tem 64,1%), como nas de três, com 45,45%.

Em números totais, ele aparece em quinto nas assistências (5,69) e entre os cestinhas (17,38). Mas sabe do que mais? O jogador poderia estar ainda mais bem posicionado no ranking de eficiência não fosse seu descuido com a bola. Paulinho é o líder absoluto no campeonato com 4,46 erros por jogo, um número muito elevado, ainda mais quando levamos em conta que o Paulista não apresenta as defesas mais robustas do mundo.

Para comparar: Fúlvio (7,4 por jogo), Larry (7,0) e Figueroa (6,55), os três líderes no ranking de assistências, não aparecem nem entre os 40 jogadores que mais desperdiçam a posse de bola, e vocês sabem o quanto eles a têm em mãos a cada jogo. A discrepância é grande.

Paulinho Boracini, do Pinheiros

Dosar agressividade e estabilidade: tarefa para Paulinho

As características de Paulinho sempre foram muito mais de um finalizador, do que de um preparador. Seu jogo só vai funcionar se ele entrar em quadra com uma mentalidade agressiva: ele pode criar muito bem no mano-a-mano. Mas, a essa altura de sua carreira, não dá para deixar de constatar que o jogador ainda precisa dosar melhor seu jogo, saber qual a hora precisa para atacar e tomar decisões mais sensatas com a bola. O copo meio cheio ao menos mostra que, a despeito da condução errática, ele conseguiu evoluir em outros aspectos.

Talvez a atuação em dupla com Smith o ajude, aliviando um pouco a pressão em seu drible. É para monitorar: na última partida contra Santos, a presença do americano não aliviou muito: o armador distribuiu dez assistências, mas cometeu seis erros.

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Para quem já reclamou do que publicamos aqui sobre a naturalização de Ibaka e Larry, do modo como foram feias por suas federações, vai parecer que há bandeiras de xenofobia em cada cômodo do QG 21. Nah, sai dessa. Acontece na maioria dos campeonatos. Só não pode esquecer que essa galera que vem jogar no Brasil não está nem no primeiro, nem no segundo escalão do mercado. E ainda causam um estrago – assim como fazem as centenas de boleiros brasileiros no Chipre, no Azerbaijão etc. Para se pensar, de todo modo.


Paulista masculino de basquete tem divisão regional de grupos
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Giancarlo Giampietro

O Campeonato Paulista de basquete que começou na semana passada tem um detalhe interessante em sua fórmula de disputa que serve como uma amostra simples de que a modalidade ainda não tem tanto do que se orgulhar assim como prega de modo ufanista o presidente da CBB em seu editorial.

Na competição que teve largada na quinta-feira, chama a atenção uma divisão regional dos 16 clubes inscritos em dois grupos:

(Atualização! Desculpem, havia colocado aqui os grupos de 2011, que são praticamente os mesmos deste ano, mas agora está certinho.)

Grupo A: Franca, Limeira, Bauru, Jacareí, Liga Sorocabana, América de São José do Rio Preto e Rio Claro.
Grupo B: Suzano, São José, Paulistano, Mogi das Cruzes, Palmeiras, São Bernardo, Pinheiros e Internacional de Santos.

Régis Marrelli, técnico do São José

Régis Marrelli orienta o time do São José em vitória sobre Mogi das Cruzes por 76 a 60 na estreia

Veja bem: estamos falando do estado que tem mais clubes inscritos no NBB, com múltiplos candidatos ao título entre eles e de grande tradição histórica em boa parte de suas cidades. Clubes que estão espalhados por um território que, com seus 248.209.426 km² de área total, pode ser maior que um país europeu, mas não deveria apresentar tantas limitações de locomoção assim para seus concorrentes.

Em tese, claro. As rodovias são ótimas, mas vá bancar o pedágio a cada vez que cair na estrada…  Então, na assembleia para definir a formatação do campeonato, ficou definida em votação essa composição regional, para abreviar viagens e custos. Na maioria dos casos, imagino que os times peguem o ônibus de volta para casa no mesmo dia, evitando assim gastar com acomodação também.

É o formato de primeira fase mais justo? Não seria legal ver o Pinheiros, com seu elenco mais tarimbado, se testar contra o fortalecido Bauru? Não seria interessante o confronto do Paulistano com o renovado Franca?

Esqueça: essas hipóteses estão reservadas eventualmente apenas para os mata-matas.

Nada como um bom controle de caixa.

Que pujança, hein, presidente?