Vinte Um

Arquivo : Nezinho

Na capital do basquete, duas ligas unidas
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Giancarlo Giampietro

Todo mundo junto em quadra

Todo mundo junto em quadra

Mais que qualquer enterrada ou arremesso do meio da quadra convertido – e, veja, bem, não há naaaada de errado com eles –, o fato mais positivo do fim de semana de Jogo das Estrelas do basquete brasileiro, em Franca, precede o evento em si: a mera união entre as duas ligas nacionais, a LNB e a LBF.

Alguém já deve ter dito por aí que as ideias mais proveitosas geralmente são as mais simples, né? Não é preciso inventar a roda todo dia. Aproximar as meninas dos rapazes poderia parecer meio óbvio, mas era algo que não havia sido feito antes. Até porque não se trata de uma  logística tão fácil. Requer um calendário coincidente, viabilização comercial, bufunfa etc. Mas que bom que eles tenham conseguido, e parabéns para quem teve a ideia.

A união das ligas obviamente contribuiu para que um dos maiores bancos brasileiros, o Bradesco, que já ajuda a CBB a pagar as suas contas, assumisse a condição de patrocinador master do evento, numa movimento bastante instigante. O Pedrocão foi envelopado com suas cores. A ver se o investimento pode realmente se expandir pela modalidade – e se, mais relevante, vai durar mais que um ciclo olímpico no qual o país é a sede do grande evento.

A parceria com a NBA também já rendeu mais três patrocinadores para a festa, registre-se – sem contar aqueles que já tinham vínculo com os dois campeonatos brasileiros. Essas marcas estavam expostas em telas de LED ao redor da quadra, em vez daquelas estruturas metálicas de sempre. A liga americana também enviou a Franca o ex-pivô Horace Grant, tetracampeão, para ser um dos jurados do concurso de enterradas. É de se esperar mais ações nessa linha. Aos poucos, esse acordo, vigente há menos de cinco meses, vai propiciando frutos.

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Nesta sexta-feira, foi bacana levar para a quadra ídolos do passado de Franca – Fausto Gianecchini, Chuí, Edu Mineiro, Paulão e Robertão. Assim como levar Hélio Rubens como jurado, para aclamação popular. Em termos de apelo com a galera, porém, parece que Helinho ganharia eleição para presidente na cidade.

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Nos eventos, quem roubou a cena no Pedrocão foi o ala Maxwell, do Brasília. O jogador de 23 anos era o único, hã, baixinho (1,97 m de altura) no torneio de enterradas, concorrendo com três pivôs: Gerson, do Mogi, Mims, de Uberlândia, e o carismático André Coimbra, figurão aparentemente com status cult na capital brasileira do basquete. Coimbra venceu a disputa após cinco enterradas – mas dá para dizer que tenha sido uma decisão caseira do corpo de jurados. Normal, pelo clima do ginásio.

No torneio de três pontos, Marcelinho Machado mandou ver, a despeito das vaias que ouviu – os demais homenageados foram Ricardo Fischer, Robert Day e, claro, Nezinho. Acho que a torcida deu uma exagerada nessa. O veterano tem ainda mecânica muito rápida, além da facilidade para entrar em ritmo. E dá para dizer que ele curte uma plateia hostil.

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Jay Jay é claramente um  prospecto de NBA enquanto mascote. Ele bem que poderia ter assumido a vaga aberta no Philadelphia 76ers nesta temporada – se fosse Sam Hinkie, teria até mesmo gastado uma escolha de segunda rodada no Draft por ele. Jay Jay é profissa.


20 votos para o Jogo das Estrelas do NBB 2015
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Giancarlo Giampietro

Cabem quantos do Bauru no Jogo das Estrelas?

Cabem quantos do Bauru no Jogo das Estrelas?

A assessoria de comunicação da Liga Nacional de Basquete cometeu a loucura de me estender um convite para participar da votação para o Jogo das Estrelas do NBB7, que vai ser disputado entre os dias 6 e 7 de março, com sede ainda para ser anunciada.

Ao menos essa responsabilidade foi divida entre diversos companheiros de imprensa, assim como os técnicos – e seus assistentes –, capitães e (!) árbitros envolvidos com a competição, além de outras “personalidades” da modalidade. Cada um dos eleitores teve a chance de escolher dez nomes para o time brasileiro e outros dez para a equipe estrangeira. Você precisa dividir cada grupo entre titulares e reservas, e os votos dedicados aos titulares ganham peso maior.  Essa é uma novidade no processo que, creio, ajuda a diminuir a chance de injustiças.

Mas, prepare-se, elas podem acontecer. Veja a repercussão, na NBA, para a exclusão de um enfezado Damian Lillard, que não conseguiu nem mesmo a 13ª vaga e foi ao Instagram protestar, lembrando que havia sido ignorado por torcedores, técnicos e até pelo comissário Adam Silver. Ele merecia a vaga de Kevin Durant? Para mim, sim, levando em conta o fato de que o ala de OKC perdeu metade da temporada norte-americana.

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Esse tipo de polêmica certamente vai aparecer aqui neste espaço, agora que abro minhas 20 escolhas. Inevitável. Mas boa parte das discussões depende de quais critérios cada um vai adotar para escolher sua seleção. Pesa mais o sucesso da equipe ou o rendimento individual de cada atleta? Na dúvida, preferi a solução mais fácil: dosar um pouco de cada caminho. Privilegiei os destaques das melhores campanhas, mas também tentei abrir espaço para caras que estejam numa ótima temporada, ainda que seus clubes decepcionem. Só procurei pensar apenas no que acontece neste ano, e, não, ignorando o conjunto da obra – se o cara é o cestinha histórico do NBB, se é medalhista olímpico, se já passou pela NBA etc.

Mais: você vai segmentar, estratificar os jogadores por posição? Na planilha encaminhada pela LNB, era preciso escolher um armador, dois alas e dois pivôs. Esses conceitos são todos meio relativos, não? Pegue um time como Limeira, uma das gratas notícias do campeonato. Nezinho, Ronald Ramon e Deryk estão revezando constantemente, dividindo a quadra, escoltados pelo gatilho de David Jackson, do jeito que o Paulo Murilo pregou sempre em seu Basquete Brasil – e quando dirigiu o Saldanha da Gama. Tentei ir um pouco além da nomenclatura clássica.

Vamos aos votos do VinteUm, então, seguidos por breves explicações. Os quintetos titulares vão ser escolhidos pelos torcedores:

NBB – Brasil
Titulares
Nezinho (Limeira)
Alex Garcia (Bauru)
Marquinhos (Flamengo)
Jefferson William (Bauru)
Rafael Hettsheimeir

Reservas
Coelho (Minas)
Leo Meindl (Franca)
Giovannoni (Brasília)
Gerson (Mogi das Cruzes)
Caio Torres (reservas)

Jefferson merece o posto de titular: influência tática e técnica

Jefferson merece o posto de titular: influência tática e técnica

O desafio aqui foi evitar de escalar todo o elenco do Bauru, né? Tendo apenas 10 vagas em cada seleção, achei o mais correta a distribuição entre mais clubes, impondo um limite de três atletas para cada agremiação. E aí Ricardo Fischer acabou sendo sacrificado, em detrimento de seus companheiros bauruenses escalados entre os titulares (Alex segue influenciando o jogo dos dois lados da quadra, resistindo ao tempo, Jefferson William é fundamental no sistema de Guerrinha por sua mobilidade e poder de execução, além de um bem-vindo nível de atividade na briga por rebotes e na defesa, e Rafael Hettsheimeir, ainda que deveras enamorado pelo chute de fora, vem sendo bastante produtivo em seu retorno ao país). Nezinho assume a vaga de Fischer, sendo um dos líderes do Limeira, pontuando com muito mais eficiência do que na temporada passada, ainda que frequente menos a linha de lance livre. Para completar, Marquinhos, que ainda não recuperou o ritmo de seu sensacional NBB5, mas tem números que igualam ou superam sua última campanha, em menos minutos, e ainda é um pesadelo para qualquer defesa nacional conter. O Flamengo também não tem sido o mesmo, mas, da mesma forma, continua sendo um time de respeito

Marquinhos: os números não são os do auge, mas a ameaça é a mesma

Marquinhos: os números não são os do auge, mas a ameaça é a mesma

No banco, o jovem Coelho merece reconhecimento: ganhou autonomia em Belo Horizonte e respondeu muito bem, obrigado. Em termos de produção, é o jogador mais eficiente de sua posição entre os brasileiros, com 14,59 por jogo, mais que o dobro de sua carreira – e o mais interessante pode melhorar muito ainda como um armador forte, veloz e agressivo. Confesso: foi uma dúvida brutal optar entre ele e Nezinho na vaga de titular, mas pesou a maior propensão ao passe e o recorde da equipe do veterano. Leo Meindl vem numa curva ascendente em sua carreira, ajudando o Franca a se manter entre os seis primeiros, a despeito dos problemas financeiros. Talvez não no ritmo esperado, mas está subindo enquanto se distancia de uma complicada lesão no joelho. Seu arremesso de três pontos o abandonou nesse campeonato, e talvez fosse mais interessante que ele usasse sua habilidade no drible e o jogo de média distância para buscar a cesta. Giovannoni faz uma temporada que o colocaria na discussão para MVP, mas o fato de o Brasília ser a grande decepção da temporada impede que isso aconteça.  Foi cruel deixar Lucas Cipolini fora, mas não havia como eleger dois atletas do time candango, a despeito de seu ótimo rendimento estatístico. No garrafão, temos então o jovem e hiperatlético Gérson, que faz Mogi crescer cada vez que vai para quadra com seu energia e dedicação extrema, e Caio Torres, em boa forma, vai fazendo a melhor temporada de sua carreira nos rebotes e como referência interior do time que menos arremessa de três no campeonato. Entre ele e Rafael, a dúvida também é grande. Seus números são superiores, mas o bauruense divide a bola com mais gente. A campanha abaixo de 50% do São José também não ajuda.

NBB – Mundo
Titulares
Jamaal Smith (Macaé)
David Jackson (Limeira)
Marcos Mata (Franca)
Tyrone Curnell (Mogi das Cruzes)
Jerome Meyinsse (Flamengo)

Reservas
Kenny Dawkins (Paulistano)
Ronald Ramón (Limeira)
Jimmy Baxter (São José)
Shamell (Mogi das Cruzes)
Steven Toyloy (Palmeiras)

Jamaal, decisivo nas poucas vitórias do Macaé

Jamaal, decisivo nas poucas vitórias do Macaé

A posição de armador estrangeiro, gente, é a mais concorrida de todo o campeonato. Não encontrei lugar aqui para Caleb Brown, limitado a apenas oito jogos em Uberlândia devido a dores lombares), para o jogo clássico do baixinho Maxi Stanic, do Palmeiras, e nem para Nícolas Laprovíttola, que anda muito inconstante. David Jackson, creio, é uma unanimidade como um arremessador letal de todos os cantos da quadra. Já Mata e Tyrone servem como influência mais que positiva para os jovens companheiros devido ao tino para cuidar de pequenas coisas e a conduta exemplar em quadra. Curiosamente, de tanto fundamento que tem, o argentino vira uma arma ofensiva em quadras brasileiras, assim como aconteceu com seu compatriota Frederico Kammerichs. Curnell pode não ser o jogaodor mais refinado, mas seu vigor físico e seu empenho contagiam. Quando faz dupla com Gérson, é melhor sair da frente – uma dupla que representa bem a identidade vibrante do Mogi. Meyinsse é hoje o pivô mais completo em atividade no país, dosando força física e agilidade acima da média.

Toyloy, uma fortaleza difícil de se combater no garrafão

Toyloy, uma fortaleza difícil de se combater no garrafão

Ramón ganha uma vaga pela consistência que dá ao trio de armadores de Limeira, clube cujo rendimento pede também três indicados. Seus números caíram em quantidade, mas subiram em qualidade, ocupando uma vaga que, em nome e números poderia ser do jovem Desmond Holloway. O Paulistano, porém, insere o explosivo Dawkins no quinteto reserva, mesmo que não repita a química obtida no campeonato passado. Baxter tem números inferiores aos de Robbie Collum (em menos minutos também), uma figura importante para o Minas, mas se sobressai pela postura defensiva. Shamell tem passado bem menos a bola, mas ainda se sustenta como um cestinha decisivo nas quadras brasileiras, enquanto Steven Toyloy voltou a ser uma rocha no garrafão depois de um ano em que foi subaproveitado pelo Pinheiros, levando um Palmeiras a uma honrosa sétima posição.
Estão aí. Se for para xingar, que seja com educação, tá?


“Era a hora de mudar”, diz Vidal, agora sem Alex e Nezinho
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Giancarlo Giampietro

Vidal, novamente dirigindo o Brasília. Mas agora é outro Brasília

Vidal, novamente dirigindo o Brasília. Mas agora é outro Brasília

Não foi a primeira vez que Alex ou Nezinho deixaram a capital federal. O ala, por exemplo, havia saído até mesmo do país em 2007 para jogar pelo Maccabi Tel Aviv. Nezinho, por sua vez, já havia pegado a estrada para Limeira em 2008. Os dois retornaram, claro, e encheram a gaveta de medalhas. Muitas medalhas conquistadas.  Mas agora parece que é para valer. Que chegou a hora de Brasília seguir em frente com seu basquete sem a veterana dupla paulista.

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Pelo menos é a sensação que o blogueiro teve em um papo agradável com o técnico José Carlos Vidal na cerimônia de abertura do NBB7, na última quinta-feira, no Paulistano – um grande evento, por sinal, muito bem organizado, de deixar qualquer competição brasileira com inveja, e prato cheio para os jornalistas, de tantas as fontes para serem consultadas. No decorrer dos próximos dias e semanas, vamos divulgar esse material coletado.

Começamos com Vidal, ele mesmo que entra no lugar do argentino Sérgio Hernández e vai para sua terceira passagem no comando técnico da equipe candanga, que faz sua estreia no campeonato nacional nesta terça-feira contra o Bauru, às 20h, na Panela de Pressão do interior paulista. Já mais um reencontro com Alex marcado, afinal, com transmissão oficial no site da LNB. É difícil para qualquer clube substituir um jogador como o ala da seleção, ou Nezinho. Especialmente no caso de um Brasília que havia se habituado a conquistar tudo com o núcleo construído em torno da dupla, além de Guilherme Giovannoni e Arthur. Mas, para o treinador, era chegada a hora. “Já havia um desgaste natural de todos esses anos”, afirma. “cho que a saída dos dois foi de 50% para cada lado (clube e jogador).”

Eles chegam: Fúlvio, Hobson e Cipolini

Eles chegam: Fúlvio, Hobson e Cipolini

Giovannoni e Arthur ficaram, agora com a companhia de Lucas Cipolini, o dinâmico pivô ex-Uberlândia, do armador Fúlvio e do americano Darington Hobson, que chega com a marca NBA em seu currículo. Os dois últimos, aliás, oferecem ao time um perfil completamente diferente, se comparados com os que partiram. A expectativa é que a equipe tenha mais movimentação de bola como resultado. “Na meia quadra, a gente aumentou nossa qualidade, de visão, de inclusão de todos no jogo”, diz Vidal. Para ele, no entanto, a prioridade ainda é o jogo de transição, a partir do momento em que o time solucionar algumas questões defensivas, hoje sua maior preocupação.

Foi algo, aliás, preocupante, mesmo, durante a primeira fase da Liga Sul-Americana que o clube disputou há algumas semanas em Bauru, sofrendo para eliminar o Defensor, do Uruguai, e conseguir a classificação. De todo modo, para Vidal, essa não é hora de pensar em renovação, no sentido de abrir espaço para juventude em seu elenco. Jovens como Ronald e Isaac estão nos planos, mas precisam assumir seus papéis. O próprio treinador lembra que ainda tem duas vagas de estrangeiros para serem preenchidas. E sua vontade é que venham atletas para decidir, para levar o clube de volta ao topo.

Após ter disputado as primeiras quatro decisões do NBB, os candangos ficaram fora da festa nas últimas duas edições, abrindo espaço para o Flamengo equilibrar o tabuleiro histórico. “É um momento de reestruturação, para poder atingir os resultados de que o Brasília precisa. Conseguir títulos e manter o basquete forte”, afirma. “Não estamos num momento de queda. Vamos reestruturar, mas pensando para cima. Ninguém vai ficar batendo palma para um time em renovação. Já vi isso acontecer com alguns times, quando dá essa abaixada e que uso como exemplo. Você estava levando duas, três quatro mil pessoas e depois abaixa para 400, 500. Não quero que isso aconteça em Brasília. Que continuemos com um time competitivo.”

Confira a entrevista completa:

Vidal: Brasília joga por títulos, e para agora

Vidal: Brasília joga por títulos, e para agora

21: Bom, a primeira pergunta é inevitável: o núcleo de seu time sofreu uma boa reformulação, com a saída de figuras como Alex e Nezinho, que haviam criado uma forte identidade. Quais as perspectivas para esta nova equipe?
José Carlos Vidal: É uma reconstrução difícil, um recomeço. No basquete você tem cinco jogadores titulares e os sete no banco. Quando você perde dois titulares, e importantes, tem uma reconstrução que sabemos que vai demorar um tempo e que estamos tentando fazer da melhor maneira possível. Por outro lado, acho que com aquele grupo já havia um desgaste natural de todos esses anos. O que o Flamengo fez anteriormente, o Brasília também precisava fazer.

Sentia, então, que era era mesmo a hora de mudar?
Era. Os resultados não foram ruins. Nessa última fase, em quatro anos com UniCEUB, ganhamos quatro títulos. Foram duas Ligas Sul-Americanas e dois nacionais. Acho que o que ficou de má impressão foi a derrota do NBB do ano passado, que não foi bom para a equipe e também para os patrocinadores. E aí decidimos mudar por bem ver com quais jogadores queríamos ficar e também quais jogadores queriam sair. Acho que a saída dos dois foi de 50% para cada lado. Acho que eles queriam sair, e a direção do clube também achou que era o momento. Conseguimos manter o Guilherme como um protagonista.

Pelo que vimos da primeira etapa da Liga Sul-Americana, o Giovannoni já foi bastante exigido. O time agora será reconstruído ao redor dele, como um pilar?
Isso, ele acaba sendo esse pilar, o que é importante. Também, perder três jogadores desse nível de uma vez seria complicado (risos). Haja busca por americano. A imprensa de Brasília, então, depois da saída dos dois, já estava falando que o time iria acabar, que acabou o sonho.

O clima ficou um pouco tenso, então?
Ficou tenso, mesmo (risos). Mas aí com a vinda do Fúlvio, para o lugar do Nezinho, acho que são jogadores equivalentes. A substituição do Alex é algo mais complicado. Sabia que seria. Ficamos esperando, aguardando um pouco…

Bom, o perfil dele é raro no Brasil, de ser um cara que joga realmente dos dois lados da quadra, e bem. Que causa um grande impacto.
Sim, não é fácil. Além disso, ele tinha um papel de liderança no grupo. Era o capitão, uma referência. Acho que isso por vezes é até mais difícil, do que uma questão tática ou técnica. Então isso é algo que o Giovannoni está tentando (suprir). E agora estamos com este norte-americano (o ala Darrington Hobson, que jogou a temporada passada em Israel e já passou pela NBA), que faz mais uma função 2 ou 1 e veio para substituir, para ser teoricamente importante. Precisávamos de um jogador dessa posição.

Você o considera um cara que venha para fazer a diferença? É sabido que, dos tempos de universidade em Novo México, que o Hobson atuava muitas vezes como um facilitador, mas não com um perfil de carregar pontuação.
A experiência que ele teve em Israel foi a única fora dos Estados Unidos. Não é aquele americano que vem para (chutar tudo)… Ele até perguntou para mim o que esperava dele. O sonho dele era (fazer carreira) nos Estados Unidos, claro, e parece que já foi alcançado de alguma forma.

Aliás, desculpe, mas como chegaram a ele? Quais informações tinham?
A gente conhecia também o Vandinho, que foi assistente técnico dele lá (referência a Adjalma Vanderlei Becheli Júnior, o Vandinho, brasileiro que trabalhou com Hobson no State University-College of Eastern Utah e que já trabalhou no Paulistano) e falou muito bem dele e disse que já estava recuperado (de cirurgia nos dois lados do quadril). A gente o conheceu primeiro por vídeos. E aí meu assistente encontrou o Vandinho numa clínica em que ele estava aqui no Brasil e ficou sabendo da negociação e disse que já havia jogado com ele. Aí foi melhor ainda. E foi por um outro lado também. Parece um cara intenso e vem com muita expectativa de que fazer uma boa temporada aqui. Ele sabe da pressão que vai ser. Já viu nossos jogos, sabe como é. Agora, é um jogador que não veio para ser um definidor, não é o americano definidor. Aí eu tendo Guilherme, Arthur e Cipollini para isso, que pontuam bem, e ele pode contribuir bem com suas características.

E como está o Fúlvio? Ele obviamente não teve um ano muito fácil em São José, depois de cirurgia por ruptura do cruzado anterior.
Naquela semana da Liga Sul-Americana, ainda tínhamos o Fúlvio a 60%. Não podemos esquecer isso, que ele estava há um ano parado. Foi uma aposta nossa. Eu gosto muito dele. Já havia trabalhado com ele como assistente. Todo técnico precisa ter um jogador de confiança. No meu time é assim, então vamos ter o Fúlvio. Que é armador, e quando você tem um armador assim, facilita o trabalho do técnico.

Alex, agora do outro lado: defesa ainda inspira preocupação. Isaac nos planos

Alex, agora do outro lado: defesa ainda inspira preocupação. Isaac nos planos. Crédito: Henrique Cunha/Paschoalotto/Bauru

Saem Nezinho e Alex, muito agressivos, um estilo que eles têm e com o qual venceram muitos títulos por Brasília. Mas agora chegam atletas de perfil diferente. Fúlvio pode pontuar, claro, mas tem mais vocação para a organização, muito mais passador. E o Hobson também. Você imagina um time mais homogêneo no ataque devido a essas características? O que você imagina de identidade para a equipe nesse sentido?
Não gosto muito de falar de filosofias, mas de estilos de jogo. Penso muito no jogo de transição, desde as categorias de base. E o Hobson também ajuda para esse papel. Ele pode pegar um rebote e levar a bola por conta, atravessando a quadra e dando bom ritmo ao time. Acho que, na meia quadra, a gente aumentou nossa qualidade, de visão, de inclusão de todos no jogo. Pelo Fúlvio e por ele. O Guilherme fazendo mais uma posição de 3, algo que ele fez a vida toda. Sabe se virar ali e está voltando a isso, estou insistindo com ele. É uma função importante para mim e na qual já foi usado no NBB5 e 6. E o Hobson também tem o um contra um, com o drible. Além disso, ainda vamos em busca de pelo menos mais um reforço, precisando alguém ali no poste baixo, mais forte, que pontue e possa fazer as coisas na hora do sufoco. Estamos procurando. Temos mais uma vaga de americano. Agora é esperar. É um time que vai poder jogar mais solto, mais leve e talvez com mais consistência. O problema por enquanto é mais a defesa, é onde temos de melhorar mais, antes de começar a temporada. Nesses três primeiros jogos, vimos que precisamos melhorar bem.

Isso tem mais a ver com ganhar coesão com as novas peças, ou é algo que vem mais das características dos jogadores, que pedem outro sistema defensivo para encaixá-los?
É mais a segunda alternativa, mesmo. Mas estou buscando esse sistema, mudando algumas coisas. Porque por, às vezes, mais que você queira uma coisa, tem hora que as características não são para aquilo que se pede. Mas acho que é um time que pode defender pelo aspecto cognitivo, que é algo que estou sempre falando para os jogadores: que às vezes você pode não ser um grande defensor de físico, individualmente, mas que, se defender conjuntamente, com inteligência, escolher a hora certa, fazer as trocas certas, seguir as regras, pode dar certo. O técnico tem de saber isso: as virtudes de sua equipe, de saber como pode jogar. Como sabia com a equipe anterior, desde 2006 e de quando voltei. Esse time agora é de outra visão, então tem de ter adaptação, mesmo. Explorar nossas virtudes e aceitar nossas deficiências para evoluir a partir daí, para um tipo de defesa que não fazíamos muito e no qual estamos treinando nesses dois meses. Agora é tentar por mais em prática e aí, sim, fazer uma avaliação real. Acho que o jogo contra o Bauru foi um bom jogo para isso. Até o terceiro quarto, estava equilibrado.

Queria perguntar também a respeito de dois dos atletas mais jovens: Ronald e Isaac. Eles já estão integrados à base do time há um tempo. Nessa nova configuração, eles ganham mais responsabilidades?
Acho que são dois jogadores que não podem mais ser considerados esperanças ou promessas, mas que têm que, neste ano, serem realidades. O Isaac quase não jogou no ano passado com o Sergio (Hernández, técnico argentino que dirigiu o time por apenas uma temporada) na rotação. Neste começo de temporada ele deu um pouco de azar, se machucou, mas é um cara que é para ser nosso sétimo jogador. Com o Ronald também. Depois, se eu troxer um 5, pode ser que a coisa mude um pouquinho. Mas o Isaac é um cara com quem conto. Eu o trouxe de Vila Velha, um garoto importante, arremessador, mas que tem de se impor.  Não vou dizer que tenha de ser um protagonista, mas que seja uma peça importante, assumir um papel. Isso tenho cobrado. Conto com ele e o Ronald. E aí tem os subs, que ainda são mais garotos, que nunca tinham jogado no adulto, os subs, o Bruno e o Gustavo. Mas não quero fazer uma renovação total no Brasília. Acredito que o Brasília tem um nome, e que a gente vai ser cobrado por isso. Também vou cobrar dos patrocinadores, que a gente tem vaga para mais dois estrangeiros. A gente tem de ver como começa e correr atrás. De chegar para a disputa. Acho que Limeira… Flamengo… Bauru estão com os elencos mais fortes do NBB. Não é o momento de Brasília ficar pensando em renovação. É um momento de reestruturação, para poder atingir os resultados de que o Brasília precisa. Conseguir títulos e manter o basquete forte.

O tradicional Nilson Nelson já lotou com basquete na capital federal. Pegou?

O tradicional Nilson Nelson já lotou com basquete na capital federal. Pegou?

Como você poderia nos explicar essa forte identificação de Brasília com o basquete? Sabemos que grandes jogadores vieram da capital, mas o que faz a cidade ter essa relação especial? Seria a ausência hoje de um grande clube de futebol? Ou o que mais? Como se desenvolve?
Acho que isso facilitou. Mas tem mais. Comecei a jogar basquete em Brasília em 1973, e aí a gente teve alguns ícones. O próprio Oscar começou a jogar no time em que joguei. Depois cheguei a um nível razoável. Teve o Pipoka, que saiu da minha geração de seleção. Sempre teve internamente quatro ou cinco clubes que tinha um campeonato que chegava a lotar ginásio. Tinha uma história. Eu mesmo lutei pelo Gama, que teve um time com o Gama em 2000, mas aí nunca deu certo. Já existia uma identificação com o esporte, mais do que o vôlei e outros esportes coletivos. Não ter esse time de futebol facilitou. Agora nessa nova fase conseguimos por 20 mil pessoas em jogo em 2006 contra o Flamengo, e daí para a frente a coisa foi evoluindo. Como todo brasileiro, a maioria quer torcer para time que ganha. Se começarmos a perder muito jogo em casa lá, o pessoal começa a cobrar que vai para o ginásio e nunca tinha perdido um jogo (Risos). Aí você fala que também não é bem assim… Então tem tudo isso. Foi crescendo. É por isso que falo com o pessoal, com os patrocinadores que não estamos num momento de queda. Vamos reestruturar, mas pensando para cima. Ninguém vai ficar batendo palma para um time em renovação. Já vi isso acontecer com alguns times, quando dá essa abaixada e que uso como exemplo. Você estava levando duas, três quatro mil pessoas e depois abaixa para 400, 500. Não quero que isso aconteça em Brasília, não. Que continuemos com um time competitivo.


Hettsheimeir exclusivo: “Não pensei duas vezes ao acertar com Bauru”
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Giancarlo Giampietro

Hettsheimeir em ação pela Sul-Americana, em vitória sobre o Brasília. Outro cenário

Hettsheimeir, em vitória sobre o Brasília. Outro cenário. Crédito das fotos: Henrique Costa/Paschoalotto/Bauru

Quando Rafael Hettsheimeir deixou o basquete brasileiro, o campeonato nacional ainda era (?) organizado pela CBB de Gerasime Bozikis, tendo Vanderlei Mazzuchini, hoje diretor da confederação, como seu segundo cestinha, atrás de Marcelinho Machado. Foi antes da ruptura de 2006, que gerou primeiro a Nossa Liga de basquete, depois outra competição paralela que acabou sendo só uma versão estendida do Paulistão e, por fim, no advento da Liga Nacional de Basquete, que colocou a casa em ordem. Faz tempo.

Seu Ribeirão Preto de 2005 não tinha mais Alex Garcia, que estava tentando a sorte na NBA, mas ainda seguia liderado pela dupla Nezinho-Renato, acompanhando também por Murilo e outros jovens como Douglas (aposentado precocemente, uma pena) e dois espigões que viriam a ser conhecidos como “Rafael Mineiro” – um no Limeira, o outro no Paulistano, de estilos completamente diferentes.

Nove anos depois, todos vividos na Espanha, o pivô está de volta ao interior paulista, agora em Bauru – a 213 km de Ribeirão e a 193 km de sua cidade natal, Araçatuba. Ele integra mais um plantel de respeito, combinando também estrelas nacionais (Murilo entre elas) e revelações promissoras, cheio de ambição. “O elenco desta temporada para brigar pelos títulos dos campeonatos que formos disputar. O elenco já está se adaptando às novas peças e o entrosamento vem com tempo de quadra. Nossos objetivos sãos os títulos”, afirma o jogador ao VinteUm, em entrevista por email.

Henrique Costa/Paschoalotto/Bauru

Na duríssima semifinal do Paulista contra Franca, em que o time ficou perto da eliminação, mas virou o jogo

Aos 28, após jogar a Euroliga por Real Madrid e Unicaja Málaga, Hettsheimeir é hoje um dos veteranos sob o comando de Guerrinha e um três atletas da seleção brasileira de Rubén Magnano em Bauru, ao lado de Alex, outro grande reforço, e Larry Taylor. Eles voltaram da Copa do Mundo para ajudar a equipe a voltar à final do escondido Campeonato Paulista, que começa a ser disputada nesta segunda-feira, contra o Limeira, em série melhor-de-cinco. É o primeiro troféu que vão buscar. Depois, vêm o NBB e a Liga Sul-Americana, pela qual já venceu seu primeiro quadrangular, semana passada, em casa.

Confira abaixo o que o pivô pensa a respeito da pressão que o clube vai enfrentar na temporada e sua crescente predisposição aos chutes de longa distância, além do cenário nacional que ele reencontra, o que o motivou a deixar a Espanha.

21: Como tem sido o retorno ao basquete brasileiro, depois de tanto tempo no espanhol? Encontrou um cenário diferente, após nove anos?
Rafael Hettsheimeir: Com certeza, o cenário é outro. O basquete brasileiro está mais organizado, os times estão mais competitivos e com jogadores de fora que trazem na bagagem experiência para contribuir com essa evolução.

O que mais o motivou a voltar?
Há dois anos eu pensava em voltar para o Brasil para ficar mais próximo da família. Quando recebi a proposta de Bauru, não pensei duas vezes. Uma equipe competitiva com ótimos jogadores e uma cidade próxima de onde minha família mora.

Nas últimas duas temporadas, você integrou o elenco de dois times de ponta na Espanha. Desnecessário falar sobre a qualidade que o Real Madrid tinha, por exemplo. No final, acabou não tendo muito tempo de quadra? Foi uma combinação de lesões, timing e forte concorrência? Com foi lidar com esse tipo de situação?
No Real Madrid tive a infelicidade de chegar lesionado. Na ocasião o campeonato já estava em andamento e não consegui acompanhar o ritmo, por conta de uma lesão de longo tempo de recuperação, aproximadamente sete meses. A mesma situação de lesão se repetiu no Málaga. Quase no meio do Campeonato tive uma lesão na panturrilha e fiquei três meses parado. Quando voltei, já era fase final e é difícil reintegrar a equipe em jogos decisivos em que eu estava sem ritmo.

Henrique Costa/Paschoalotto/Bauru

Rafael e o jogo interior: ideia é dosar com o tiro de fora, cada vez mais presente em suas atuações

Do que viu em quadra do Bauru, neste processo de adaptação depois da Copa, qual acredita ser o potencial da equipe? Após o Paulista, pensar em título do NBB e da Liga Sul-Americana já é uma meta? Até por ter três jogadores da seleção e jovens de muito valor, o time desperta muita expectativa para este ano. Como lidar com essa pressão?
O elenco desta temporada do Paschoalotto/Bauru foi montado para defender o título paulista, pelo qual estamos lutando na final, e para brigar pelos títulos dos campeonatos que formos disputar. O elenco já está se adaptando às novas peças e o entrosamento vem com tempo de quadra. Nosso objetivo sãos os títulos. A pressão faz parte da vida de um atleta de alto nível, temos que saber lidar com isso e não deixar influenciar dentro de quadra.

Nos últimos anos, fica evidente seu trabalho nos arremessos de longa distância. Hoje, o quão confiante você se sente neste fundamento? No plano tático do Bauru, acha que será algo mais preponderante do que o jogo interior? Ou a idéia é dosar?
A ideia é dosar e vai com a leitura do jogo. Um cinco que arremessa de fora não é tão comum, então isso pode ajudar o time em uma situação de jogo, além de me ajudar a abrir o jogo.

Henrique Costa/Paschoalotto/Bauru

Rafael e Larry, dois selecionáveis

Nesse sentido, a dupla com Murilo parece integrante: ele também gosta de jogar de frente para a cesta, com bom chute e corte. O que você espera dessa parceria?
Tanto o Murilo como o Jefferson têm a capacidade abrir o jogo, além do chute de fora, que é uma arma fundamental, já que dependendo da situação podemos ter cinco jogadores em quadra com capacidade de arremesso. Para o time, isso mostra que um revezamento com o banco mantém a proposta do nosso jogo.

Entre os mais jovens do time, um deles, imagino, estará sempre praticando mais com você, pela posição: o Wesley Sena. Do que já viu nos treinos, o que pode nos contar sobre seu potencial? Te impressionou? Quais suas principais qualidades hoje?
O Wesley é um jogador novo e com um grande potencial. É forte fisicamente e tem talento. Acredito que nesta idade, poder estar treinando com jogadores com larga experiência, como o Alex e o Murilo, por exemplo, vai agrega muito conhecimento para o futuro e o basquete dele.

Para fechar: o plano é ficar por um bom tempo no basquete brasileiro? Ou é uma decisão que pretende encarar a cada temporada?
Eu voltei agora e estou perto da minha família. Agora o plano é esse, defender as cores do Bauru e estar próximo da minha família. Então estou muito feliz com essa combinação.


Brasília apanha pela Liga das Américas naquilo que teoricamente faz de melhor
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Giancarlo Giampietro

Giovannoni reclama

O Brasília se habituou a dominar o NBB com seus jogadores mais talentosos que a média, explosivos, descendo em contra-ataques aparentemente poderosos, ainda mais com todo o entrosamento de anos entre Nezinho, Alex e Arthur, mais a adição de Giovannoni quando essa base de reencontrou no Distrito Federal.

Além disso, não dá para esquecer que os supercampeões nacionais também são famigeradamente conhecidos por sua catimba, o apreço pelo contato físico, a reclamação com a arbitragem, uma ou outra falta mais dura, para mostrar “quem manda”. O território é deles, afinal.

Mas e quando o adversário não está nem aí para nada disso – e, se quiser encarar, sobra um senhor cotovelo do pivô Fernando Martina? Quando não enxergam do outro lado nenhum cachorrão? E quando a arbitragem se mostra extremamente fria a cada contestação, petrificada, mas não por medo?

Aí o jogo tem que ser só na bola, e na bola o Lanús deu uma sova nesta quinta-feira, vencendo por grigantes 77 a 49 pela abertura do quadrangular final da Liga das Américas, em Porto Rico.

A vantagem chegou a ser de 69 a 34 ao final do terceiro período. Na última parcial, com a partida já decidida, a equipe brasileira venceu por 15 a 8. O que houve?

Os argentinos – e seus dois excelentes americanos, o pivô Robert Battle e o ala-pivô William McFarlan – simplesmente fecharam a porta na cara do Brasília, que se viu obrigado a investir em lances de um contra um, sem nenhuma inventividade em suas movimentações ofensivas, virando presa fácil.

Para entrar no garrafão foi extremamente complicado, resultando numa pontaria horrível de 35% nos arremessos de dois pontos para seus oponentes. Você soma isso com o fato de as sagradas bolinhas não terem caído dessa vez – foram 11,1%, 2/18, azar, né? – e tem uma ideia do que a defesa dos caras aprontou na partida. Para não ficar nenhuma dúvida, ainda se pode contrastar as sete assistências (sete do time todo, em 40 minutos de jogo, reparem) contra 16 desperdícios de bola para os campeões nacionais. Um estrago.

Contestando cada arremesso, cada posse de bola – quando o jogo ainda valia –, o Lanús conseguiu então atropelar os candangos justamente nos contragolpes, com 23 pontos contra apenas sete. Foi com um contra-ataque atrás do outro nos segundo e terceiro períodos, vencido por 26 a 12 e 24 a 9, que o time abriu sua expressiva liderança.

E isso chama bastante atenção: os brasileiros gostam de jogar desta forma, mas só de um lado da quadra? Porque a defesa em transição nesta primeira rodada do quadrangular decisivo foi um desastre. Completamente lenta, desnorteada, permitindo que os armadores, alas ou pivôs pudessem se aproximar de sua cesta com muita facilidade, trocando passes em high-low, em triangulações, ou batendo direto em infiltrações, mesmo, como no caso de Nicolás Laprovitolla, armador de seleção, que anotou 18 pontos e 5 assistências, matando seis chutes em oito tentativas de dois pontos.

Não dá para dizer que o Lanús é tão superior assim em comparação com o Brasília.

Dá para argumentar que foi uma daquelas noites em que “nada deu certo” – Alex acertou apenas um arremesso em oito, pontuando basicamente em lances livres; Arthur terminou com dois pontos; Guilherme foi com 4/12; Nezinho sozinho foi responsável por sete turnovers.

Mas não deixou de ser uma tremenda de uma lição de basquete .

*  *  *

O Lanús já enfrentou clubes brasileiros em quatro ocasiões neste torneio e venceu todas elas por mais de dez pontos de vantagem. Além da surra que aplicaram nos candangos nesta quinta, bateram o Flamengo por 83 a 69 na fase de semifinal e o Pinheiros em duas ocasiões: 86 a 74 na primeira fase e 87 a 72 nas semis. Afe. Ainda bem que não disputam o NBB, hein?

*  *  *

Nesta sexta, o Pinheiros enfrenta os argentinos pela terceira vez, então, neste torneio. Na primeira rodada, a equipe paulistana conseguiu uma boa vitória por 88 a 76 sobre os anfitriões do Capitanes de Arecibo – que tem três jogadores ex-NBA, os gêmeos Graham e o gigante PJ Ramos. Belo resultado, mas não vi o jogo. Seguem as estatísticas. Quem vencer entre Lanús e Pinheiros, então, vai ficar muito perto do título.


Análise: Brasília vence jogo tresloucado com defesa sufocante de Alex sobre Marquinhos
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Giancarlo Giampietro

 Olivinha x Isaac

Algumas notas sobre o clássico entre Flamengo e Brasília, aparentemente as duas melhores equipes do basquete brasileiro. Uma vitória dos candangos por 82 a 70, impondo a segunda derrota do rubro-negros na atual edição da liga nacional:

– É claro que vai irritar muita gente, mas não dá para evitar a sugestão: se isso é o que há de melhor hoje no basquete brasileiro, então a coisa está feia, mesmo. Ficando evidente que os times participantes do NBB não conseguem dar aquele salto técnico tão aguardado.

(Pausa para que se digira essa colocação por alguns cucos…)

(Pronto.)

Que o ginásio borbulhando influencia no comportamento dos atletas decididamente – afinal, eles, por mais experientes que sejam, não estão nada habituados a entrar em quadra com tanta gente assim na plateia, mesmo que haja todo aquele espaço azul nas laterais da quadra para separá-los.

Que a rivalidade também contribui para tanto nervosismo. Havia muita tensão no ar, claro.

Mas chega uma hora que você espera que as coisas se assentem em quadra. Que os atletas tenham se aclimatado e passado a se concentrar tão somente no que precisavam executar em quadra, canalizando toda a energia do confronto de modo positivo.

Não foi o que aconteceu, e o que vimos foi um jogo sem ritmo algum: é de atordoar a facilidade para se alternar entre sequências infindáveis de ataques e contra-ataques tresloucados, com um festival de decisões equivocadas, e um jogo travado pelo excesso de faltas duplas, reclamações e tantas explanações didáticas (bem didáticas, tudo explicadinho, direitinho, em prol do basquete, sabe? Bem direitinho mesmo e didático, tintim por tintim, não se enganem). Foram muitos erros de bandeja e em finalizações no garrafão.

– Na NBA, já é recorrente a discussão sobre a eficiência do famigerado “hero ball”: quando o sujeito põe a bola debaixo do braço nos segundos finais, pede para limpar a quadra e parte para o abraço, para as glórias. É ele contra a rapa. Já não é realmente o cenário mais indicado. No confronto desta quinta, vimos isso acontecer muitas vezes: individualismo exacerbado. Com uma diferença: muitas vezes apenas no início de uma posse de bola qualquer no segundo quarto. Ou no primeiro. Ou no fim do terceiro. Enfim…

– O resultando de tanto nervosismo e tentativa de heroísmo na frieza dos números: um aproveitamento muito baixo nos arremessos de quadra. O Brasília matou 30 em 70 tentativas de cesta (42,8%). O Flamengo foi de 22 em 66, o clássico 33,3%. Ugh. E não me venham dizer que foi por causa de duas muralhas defensivas. Muralha, mesmo, tem um nome. Vamos a ele…

– Também não chega a ser novidade, mas é preciso reconhecer mais um esforço louvável de Alex para conter seu companheiro de seleção brasileira, Marquinhos. Não dá para dizer que existe uma rivalidade pessoal entre os dois. Mas ambos sabem que é um duelo diferente, envolvendo dois jogadores de ponta, de seleção. E nós sabemos que esse é o tipo de jogo que Alex adora também. Pois o “Brabo” usou todo o seu vigor físico, aplicação e fundamento para anular um dos jogadores mais talentosos ofensivamente do campeonato.

Alex ainda terminou com 11 pontos, boa parte deles anotados no quarto final, mas a grande influência que ele exerceu sobre a partida foi na marcação, mesmo, se dedicando a arrancar o flamenguista de sua zona de conforto.

– Sobre Marquinhos, realmente foi um jogo bastante decepcionante. O ala não conseguiu reagir contra a defesa sufocante de Alex, se perdendo em quadra. Em vez de encarar o desafio, buscar mais infiltrações – já que o tiro de fora não caía… –, o ala fez o contrário: sucumbiu, recuou em quadra e insistiu em chutes de probabilidade muito menor de acerto. Encerrou sua participação com apenas uma cesta de quadra em dez tentativas.

Quando não brecava para buscar o arremesso, procurava rodar a bola. Mas, aturdido, cometeu uma série de erros. Foram cinco desperdícios no total, sem contar outros passes forçados quase interceptados pelos oponentes. Seria um jogo para esquecer, não fosse a necessidade de rever seu desempenho e tentar tirar uma lição disso.

– Fica a expectativa para que o pivô Paulão consiga dar um jeito em seu físico. Porque do jeito que está não dá. Naturalmente, vocês vão achar que o blogueiro ficou maluco, já que o rapaz somou 17 pontos e 10 rebotes no triunfo, sendo o jogador com melhor índice de eficiência da partida. Agora, tivesse o Flamengo um pivô mais ágil, como ficaria Paulo Prestes em quadra?

– Aliás, esse é um ponto constantemente destacado pelo professor Paulo Murilo em suas análises no Basquete Brasil (leitura obrigatória para avaliar o que se passa, ou não, com a tática no NBB) e que ficou evidente: lentos, Caio e Paulão ficam bastante deslocados em seus elencos, com um estilo que não combina com a vocação do restante dos companheiros. E, por falar em Paulo Murilo, fica uma dica para os basqueteiros cariocas de plantão, ou aqueles que possam dar um pulinho no Rio de Janeiro: o professor vai coordenar uma oficina imperdível de 28 a 31 de março.

– Nezinho: 4 acertos em 11 tentativas de três pontos. Onze. Algumas delas horrorosos, daquelas de tirar as crianças da sala.

– Impressão, ou Alex está saltando ainda mais? O mesmo vale para Giovannoni, que, nos segundos finais, saiu com bastante facilidade do chão para dar duas raras cravadas.

– Sobre a transmissão: ponto para o SporTV por ter enviado sua equipe para o ginásio, dando a chance para que os telespectadores pudessem captar toda a pressão exercida pela torcida. Só uma observação: será que não dava para caprichar mais no cronômetro apresentado na tela? Dependendo do tempo de jogo, a visualização é extremamente difícil – e, sim, meus óculos estão com a lente correta. 🙂

PS: Siga o Vinte Um no Twitter: @vinteum21.


Deu Argentina de novo: Brasília erra muito e perde em casa para Regatas Corrientes
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Giancarlo Giampietro

Alex x Washam

Nem Alex, excelente defensor, teve muito sucesso contra Washam

Você pode não acreditar, mas, num embate entre brasileiros e argentinos no basquete masculino, deu Argentina. Nesta quinta-feira, o Brasília tinha seu confronto com o Regatas Corrientes muito bem encaminhado no primeiro tempo, mas se atrapalhou todo na etapa final, com um festival de desperdícios de posse de Nezinho, e acabou derrotado por 93  a 91, em casa.

Não só o revés conta como mais um no histórico recente entre clubes dos dois vizinhos, como também custou aos candangos a liderança do Grupo B da Liga Sul-Americana.

O Brasília chegou a abrir 17 pontos de vantagem com 14 minutos de jogo, quando caía tudo de três pontos e Guilherme Giovannoni (24 pontos no total) não encontrava resistência em suas investidas. Dava tudo certo. Depois o que acontece? Roda VT: na volta do intervalo, com um pouco mais de pressão sobre a bola, os argentinos conseguem desestabilizar os anfitriões, e aí acontece um carnaval de decisões equivocadas com a bola que permitem aos adversários, de pinguinho em pinguinho, a redução da desvantagem e a virada.

Nezinho, por conta própria, somou seis erros individuais, com muitos passes descabidos. Muitos deles difíceis de engolir. Por exemplo quando o armador, experiente que só, salta com a bola no meio da quadra sem um objetivo claro e acaba atirando a batata quente para os outros resolverem.

Sabemos que é um jogador tinhoso. Nezinho não se conforma com os erros que comete e passa a enfrentar a questão de frente. Em muitos casos, trata-se de uma boa postura. Não se deixar abater para supostamente manter a cabeça no lugar. O problema com o veterano é que o complemento desta fórmula nem sempre funciona. Quando voltou do banco, ele desembestou a chutar suas bolas de três pontos na corrida, sem paciência alguma. Por mais que alguns desses disparos tenham chorado, são bolas bastante absurdas nessa altura da carreira.

Uma delas veio em momento crucial. Após uma falha da arbitragem e o destempero do técnico argentino, o Brasília pôde bater quatro lances livres, abrir cinco pontos de vantagem com pouco mais de 1min30s no cronômetro e ainda ter a posse de bola. Posse que terminou com o disparo de longa distância em péssima hora, a possibilidade de um contra-ataque e o início de uma última reação dos visitantes. Reação que terminou com uma bola de dois pontos do americano Dartona Washam (23 pontos) a 2s do fim, debaixo da tabela, numa pane defensiva que também custou caro.

O torneio continental tem mais dois rounds entre brasileiros e argentinos. Pelo Grupo C vão se enfrentar o Peñarol deles e o Flamengo. Enquanto pelo Grupo D o confronto ocorre entre São José e o tradicional Libertad Sunchales.

*  *  *

Em termos de aproveitamento de quadra, o Brasília teve uma ótima jornada, com 56,1% no geral (618% nas bolas de dois pontos e 47,8% nas de três), todos bem superiores ao que apresentou o adversário, respectivamente com 47,5% (56,3% e 37%). O que acabou determinando a derrota foram os 16 desperdícios de posse de bola contra apenas sete dos oponentes, além da discrepância no número de lances livres, devido ao elevado número de faltas do time da casa: 27 contra 18.

*  *  *

Algo que chamava muito a atenção vendo o jogo: a enorme diferença de capacidade atlética dos jogadores de Brasília contra os rivais do Regatas. Alex, Nezinho, Tischer, o energégico Isaac, Ronald… Esse povo sobrava nesse quesito. Ainda assim, foram os argentinos quem bateram muito mais lances lives, dada a indisciplina dos oponentes e o acúmulo de faltas muitas vezes desnecessária. O time da casa cobrou apenas 21 lances livres e converteu 16. Os forasteiros tiveram 37 lances livres, matando 27. São nove pontos de diferença nesse quesito. Foram incontáveis os lances em que o corajoso Paolo Quinteros bateu a primeira linha de defesa candanga com fintas simples para entrar no garrafão e causar um rebuliço.


Com mais 2 cortes, Magnano agora vai com qual pivô?
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Giancarlo Giampietro

Bom, aparentemente, quando Magnano convocou Nezinho e Vitor Benite ao final do Sul-Americano, era apenas para compensar os desfalques que teria em seus primeiros três amistosos preparatórios rumo a Londres e, ao mesmo tempo, recompensar os dois jogadores pelos serviços prestados – isto é, obrigado por nos ajudar com a classificação, mas agora optei por seguir outros rumos.

Caio Torres, seleção brasileira

Caio Torres, opção para Magnano

Com Huertas merecendo um descanso, Leandrinho ainda emperrado com nossa burocracia, eles ajudaram o argentino a preencher a rotação nas partidas em São Carlos e, por certo, ganharam uma última chance para tentar impressionar o chefe. Agora, em uma semana o que o treinador poderia realmente ver de diferente além do que já sabia sobre os dois atletas?

De todo modo, segue a vida e o curso da seleção, agora com 13 jogadores, definidos os cortes dos dois atletas de perímetro. Fica agora a dúvida sobre quem será o último atleta a ser dispensado para que conheçamos os 12 olímpicos.

Tudo leva a crer que os pivôs Augusto Lima e Caio Torres concorrem diretamente pela vaga. Discutir se Raulzinho ou Larry Taylor poderiam dançar seria uma temeridade – levar só dois armadores e improvisar Leandrinho? Não, obrigado.

Entre Augusto e Caio temos uma senhora dúvida. Tentemos explicar o quão complicada pode ser essa decisão: são dois tipos de pivô completamente diferentes. Augusto corre a quadra toda. Caio, que está bem mais fino, em sua melhor forma física, é mais lento. Augusto, por sua mobilidade, finaliza melhor no pick-and-roll e ataca os rebotes ofensivos com voracidade, enquanto Caio funciona melhor de costas para a cesta ou posicionado para chutes de média ou longa distância, podendo ficar assim mais distante da tabela.

Nenê e Magnano

Augusto ou Caio: quem combina mais com Nenê/

Que tipo de jogo Magnano espera encarar nos Jogos britânicos? Batalhas mais lentas e pesadas? Ou um jogo mais atlético, veloz, dinâmico? Cada proposta dessa combina melhor com um dos pivôs. Vendo a formação de elencos por aí afora – a Lituânia tem apenas duas ‘torres’ no Pré-Olímpico, mesmo caso da Grécia e da Rússia, por exemplo –, a aposta é que veremos algo mais parecido com a segunda  alternativa.

No fim, porém, esses podem ser apenas devaneios despropositados, e o técnico nem estaria interessado nesse tipo de discussão, podendo simplesmente optar por levar aquele que considera o melhor jogador entre os dois, sem se importar também se um combina mais com o outro, em termos das combinações que pensa deixar em quadra.

Hoje, Caio é um jogador mais refinado (em termos de habilidades), experiente (já passou um bom tempo na Espanha) e está em melhor fase (Augusto lidou com muitos problemas físicos durante o ano). Também foi incluído diretamente na lista primária, o que faz diferença, por mais que o treinador negue.

Nenhum dos dois vai mudar o rumo da seleção agora em Londres. Mas o debate é divertido e sempre vale.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada.


Amistosos para definir reservas de Huertas
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Giancarlo Giampietro

Bom, a Seleção foi para a quadra, em São Carlos, nesta semana, para fazer suas primeiras partidas preparatórias rumo a Londres-2012, depois do início dos treinos no dia 10 de junho. Se hoje estamos no dia 27, quer dizer que foram pouco mais de duas semanas de preparação com os rapazes em São Paulo – tirando Splitter e Huertas que chegaram um pouco depois e os três promovidos do Sul-Americano.

Não dava para esperar, por isso, uma equipe nacional tinindo. Magnano costuma “acabar” com os atletas em seu início de treino, a formação de uma rotação – se é que vai se apegar a isso – deve estar distante em sua camisa, e o time, a despeito de uma certa base que se repete há tempos, não jogava junto desde Mar del Plata.

De todo modo, se a bola subiu, já vale tomar nota.

Naturalmente, estava todo mundo pensando em Leandrinho e Nenê, no retorno dos dois ao time, se adequando a um grupo fortalecido pela conquista da vaga olímpica. Depois tiveram de esquecer o ala-armador, que está sem seguro e não joga em São Carlos. Oooops.

Prefiro, neste primeiro momento, voltar as atenções para estes sujeitos aqui:

Armadores da Seleção duelam

Marcelinho enfrenta marcação de Nezinho

Larry marca Huertas em treino

Marcelinho enfrenta marcação de Larry(nho)

Raulzinho enfrenta marcação de Nezinho

Raulzinho enfrenta marcação de Nezinho

Nezinho enfrenta marcação de Raulzinho

Nezinho enfrenta marcação de Raulzinho

Isso, os armadores.

Pode haver alguma dúvida entre Caio Torres e Augusto Lima, dependendo do que Magnano projete para o jogo olímpico – batalhas físicas, lentas no garrafão, ou um jogo mais atlético, veloz, mas que não perde em intensidade

Huertas pode não ter participado do massacre que foi a temporada loucauteada da NBA, mas avançou longe com o Barcelona na Espanha e foi o último a se apresentar. Desde que esteja bem fisicamente, ninguém vai se preocupar com isso – esse é garantido.

Agora, se recuperarmos o que se passou em solo argentino no ano passado, nosso titular por muitas vezes jogou a partida inteira sem descanso, porque Magnano parecia não confiar em quem tinha no banco. Não dá para evitar, então, dessa vez, observar atentamente Larry, Raulzinho e, sim, Nezinho.

Quem vai entrar em quadra primeiro? Cada um num jogo? Quantos minutos vai ficar? Qual o seu sucesso em organizar o time ofensivamente, reduzir os erros e pressionar o armador adversário? Atenção nesses e outros detalhes.

Pode ser cedo, bem cedo para avaliar o conjunto todo.

Mas, no caso da armação e da definição dos 12 olímpicos, o processo já está bem adiantado, na verdade. Magnano vai definir seu grupo após os amistosos em Foz do Iguaçu. Serão nove jogos até lá. Para os armadores brasileiros, vai passar voando.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada.


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