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Entrevista: Gallinari e o sonho italiano (e os paralelos com Brasil)
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Giancarlo Giampietro

Gallinari, Bellinelli e Bargnani, de volta à Itália após quatro anos

Gallinari, Bellinelli e Bargnani, de volta à Itália após quatro anos. Foto de 2011

“Acho que temos um time muito bom, especialmente se conseguimos finalmente reunir todo mundo, jogar todos juntos, algo que nunca fizemos, com os caras da NBA e nossos melhores da Europa. Temos uma grande oportunidade neste ano. Todos nós sabemos disso, ainda mais no ponto da carreira em que estamos.”

Pode me interromper se você, por um acaso, já ouviu discurso similar antes?

Esse é o Danilo Gallinari, falando ao VinteUm. Na mesma conversa, ele soltou esta: “No momento o basquete italiano não está num grande momento, podemos dizer. Não há muitas equipes que conseguem competir em alto nível pela Euroliga. O único é o Olimpia Milano, que, infelizmente, não foram capazes de fazer um bom campeonato neste ano. Tomara que nós, com a seleção nacional, possamos trazer alguma felicidade para nossos torcedores de um modo geral e causar um impacto positivo para o futuro”.

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Sim ele está falando sobre a outra Squadra Azzurra e sobre os problemas que uma antiga potência do basquete, de vasta tradição, vem enfrentado. Mas, se a gente trocasse o nome do país e, vá lá, um certo ex-atleta do Denver Nuggets, de quem Gallo foi companheiro, dá para dizer que há um paralelo muito curioso entre o momento atual vivido pela Itália e seus principais jogadores com aquela situação de há pouco que afligia tanto a CBB como a legião brasileira da NBA.

Gallinari, Italia, Italy team

Gallinari deverá ter Preldzic e a Turquia pela frente no EuroBasket em grupo duríssimo

Na temporada passada da liga norte-americana, houve um recorde de quatro atletas italianos inscritos: Gallinari, pelo Nuggets, Marco Bellinelli, então do Spurs, hoje no Kings, Andrea Bargnani, ex-Knicks, hoje Nets, e Luigi Datome, trocado do Pistons para o Celtics e agora no Fenerbahçce, da Turquia. O mesmo barulho que se faz com os nossos representantes por aqui é reproduzido lá, na Bota, com suas estrelas. São os caras que em geral dominam as (poucas) manchetes para além do futebol.

Como aconteceu no dia 14 de fevereiro deste ano, quando a federação do país informou que Gallinari, Bargnani e Datome haviam jantado em Nova York com o presidente Gianni Petrucci e o treinador Simone Pianigiani. Bellinelli tinha outros compromissos pelo All-Star Weekend da NBA e não pôde ir, mas já havia passado seu recado. Tanto ele como os três demais estavam comprometidos em representar o time nacional no próximo EuroBasket, a partir de 5 de setembro.

Bellinelli deve ter perdido um bom vinho e uma excelente massa, suponho. (Nada que ele não possa compensar com o salário de US$ 19 milhões, por três anos, que acabou de acertar com Vlade Divac em Sacramento). No jantar, por parte dos atletas e comitiva era de puro otimismo. O encontro havia acontecido na véspera, no qual os três se comprometeram que estariam juntos com o time nacional na disputa do EuroBasket, a partir de 5 de setembro. Coincidentemente, foi no mesmo dia em que Gallinari atendeu alguns poucos jornalistas na edição global do Basketball without Borders, o camp organizado pela liga americana em parceria com a Fiba. Entre eles, vocês já sabem.

Nos tempos de Milão, como grande aposta europeia

Nos tempos de Milão, como grande aposta europeia

Quando questionado por esta besta antiética e amoral do VinteUm se essa seleção italiana prometia ser a mais forte desde a equipe que ganhou a prata nas Olimpíadas de Atenas 2004 (derrotada na final pela Argentina de Magnano, vejam só), o ala afirmou prontamente que “sim”. Mas não sem complementar: “Quer dizer, espero que sim, que possamos ser. No papel, não há dúvida. a minha cabeça, consigo visualizar isso, acredito nisso, e posso dizer que é o que está na cabeça de todos nós. Mas sabemos que temos de mostrar isso em quadra, que temos de nos provar jogando. Não adianta falar e não fazer. Será um momento especial, e mal podemos esperar para que comece”.

A expectativa para juntar tantas peças, depois de tantos desencontros, desfalques e tropeços é mais que compreensível. Bem sabemos. Desde aquele time com Basile, Bulleri, Pozzecco, Marconato, a Itália exportou atletas para a NBA como nunca, mas ficou fora dos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012 e dos Mundiais de 2010 e 2014. Consequência direta das dificuldades enfrentadas no EuroBasket, no qual terminou em oitavo na última edição em 2013, depois de dois vexames: sequer participou da competição em 2009 e terminou em vigésimo em 2011 (com Bargnani, Gallinari e Bellinelli, aliás, mas sem um elenco de apoio tão bom como o de agora). Em termos de clubes, as coisas pioram. “Hoje só o Olimpia Milano consegue competir em alto nível, e ele infelizmente não foi muito bem nesta temporada”, lembra Gallo, citando o ex-time que até chegou às quartas de final da Euroliga em 2014, mas foi uma grande decepção na campanha passada. Sem contar a quebradeira financeira geral que derrubou até mesmo o Mens Sana Basket, ex-Montepaschi Siena, que foi nada menos que heptacampeão entre 2007 e 2013. O clube, no entanto, faliu e caiu para a quarta divisão. Uma draga que só. “O que aconteceu com eles foi algo ruim para todos, e, não, só para Siena.”

A campanha da seleção de 2013, na Eslovênia, porém, já apresentou sinais positivos. Sem a turma dos Estados Unidos, o time de Pianigiani foi muito bem a primeira fase, vencendo todos seus cinco jogos, contra Grécia, Turquia, Rússia, Finlândia e Suécia. Na segunda, os rapazes ainda bateram a Espanha na prorrogação, mas perderam para Croácia e Eslovênia. Depois de eliminados pela Lituânia nas oitavas de final, as coisas desandaram com um revés contra a Ucrânia pelo chamado torneio de consolação, que ao menos valia vagas diretas para a Copa do Mundo. A última chance de classificação foi na disputa pelo sétimo lugar. Para azar, bateram de frente com a Sérvia, que, um ano depois, seria a vice-campeã mundial, vencendo o Brasil pelo caminho.

Hackett e Gentile dão mais corpo ao time italiano

Hackett e Gentile dão mais corpo ao time italiano

Lembrando essa campanha, Gallinari e seus companheiros de NBA fazem questão de dizer que a seleção italiana vai muito além deles, e é verdade. “Temos o Alessandro Gentile (ala de apenas 22 anos, selecionado em 2014 pelo houston Rockets), por exemplo, que poderia jogar na NBA na próxima temporada tranquilamente , mas vai continuar no Olimpia Milano. É muito talentoso. Acima dessa transição para o Houston, o que mais importa para mim é que ele esteja bem ao final da temporada, pois vamos precisar dele. Ele é uma peça fundamental, e, curiosamente, seria a primeira chance para jogarmos juntos”, afirmou.

Gentile é um cestinha de muito fundamento e coragem. Petro Aradori já é mais arrojado com a bola e oferece mais uma arma no arremesso de longa distância. Daniel Hackett é um armador de 1,98m, forte toda a vida, bom defensor e com capacidade para ganhar o garrafão. Andrea Cinciarini vai revezar com o ítalo-americano na condução, com um jogo mais seguro. Todos eles dão um bom corpo ao time. “Precisamos de todos eles. Em geral, em qualquer esporte coletivo, você não vai conseguir ter sucesso sem o apoio de seus companheiros. É o ponto básico aqui”, afirma Gallo.

A questão em quadra para essa fornada italiana fica voltada, por enquanto, à defesa e à capacidade de sacrifício de seus jogadores. O time tem um arsenal ofensivo impressionante. Um conjunto de chutadores talvez inigualável nesse torneio, em todas as posição. Mas há só uma bola para ser compartilhada, não é verdade? Como o ala do Nuggets registra, para ele será a primeira temporada ao lado de muitos dos selecionáveis. Pianigiani vai ter de fazer uma bela preparação para colocá-los na mesma página, entrosados. A seu favor pesa essa mentalidade de que “chegou a hora” por parte dos astros. Algo parecido com o que Magnano encontrou por aqui. Resta saber se isso vai pesar mais que a pressão e que, juntos, poderão compensar eventuais carências individuais na marcação.

Ah, e claro: além desse desafio de dar coesão a um time, que jamais pode ser menosprezado, há um outro probleminha: os adversários. Devido aos recentes deslizes em competições internacionais, na hora do sorteio do EuroBasket, a Itália foi colocada apenas no quinto pote, ao lado de Bélgica, Macedônia e Polônia — enquanto, no terceiro, estavam Finlândia e Ucrânia. No final, caíram num grupo insano, com Espanha, Sérvia, Turquia e a anfitriã Alemanha, que terá Dirk e Schröder. Além da Islândia, coitada. Dá para dizer desde já que essa chave é a Divisão Sudoeste do Eurobasket, com sangue escorrendo por todos os cantos, enquanto as outras são todas Divisões do Atlântico, numa moleza que só. Protejam-se, islandeses, vocês não têm nada com isso.

Os quatro primeiros de cada grupo passam aos mata-matas, mas avançar em quarto nessa chave italiana representaria muito provavelmente um confronto com os franceses, atuais campeões europeus e medalhista de bronze no Mundial, nas oitavas de final. Aí cumprica. Quem cair nesta fase não só estará fora da briga pelo título (dãr!), como também não terá chance de disputar uma vaga no Rio 2016. Via EuroBasket, apenas os dois finalistas terão classificação direta. Os times posicionados entre terceiro e sétimo serão redirecionados, então, para o novo formato de Pré-Olímpico mundial estabelecido pela Fiba, com 18 países divididos em três torneios.

“Não tivemos sorte no sorteio, e não vai haver margem de erro”, diz Gallinari. “Sabemos que não há favoritismo nenhum da nossa parte. Vamos ter de fazer por merecer e ganhar o respeito em quadra e ganhar o respeito em quadra”, completa. É aqui que se encerram os paralelos entre Itália e Brasil. Não é nada fácil a vida de uma equipe europeia nesses tempos… Mas ao menos o time estará completo, podendo, enfim, dar ao basqueteiro italiano ao menos o gostinho de vê-los juntos, para verificar seu verdadeiro potencial.


Euroligado: trote, susto e os 16 melhores
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Giancarlo Giampietro

euroleague-bomb-threat-athens-panathinaikos-barcelona-bomba

Foi um episódio assustador que, felizmente, não deu em nada e se transformou numa brincadeira sem nenhuma graça. O Panathinaikos recebeu o Barcelona em Atenas, na sexta-feira, para a saideira da primeira fase da Euroliga. Os dois times já estavam classificados. Era questão só de cumprir tabela, não era para chamar a atenção de ninguém.

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Mas aí algum desmiolado teve a seguinte ideia: ameaçar as autoridades de que uma bomba explodiria no ginásio olímpico da capital grega. Sim. Deu prazo até: ela estouraria em uma hora. O jogo estava no intervalo, com vitória tranquila do Barcelona, quando as autoridades evacuaram a arena. Ou quase evacuaram: integrantes da torcida organizada do time da casa não arredaram pé do ginásio… Depois de uma varredura completa no ginásio sem identificar nenhum explosivo, com cerca de uma hora de atraso, o jogo retornou. Era apenas um lamentável trote. Claro: melhor que seja assim, sem nenhum incidente, nenhum ferido. Mas não se faz uma coisa dessas.

Em quadra, as boas notícias se concentraram em Galatasaray, Nizhny Novgorod e Zalgiris Kaunas. Esses foram os times que conseguiram as últimas três vagas no Top 16 da Euroliga. O clube lituano, aliás, sofreu horrores para assegurar seu posto no…

Jogo da rodada: Zalgiris Kaunas 80 x 79 Dinamo Sassari

James Anderson comemora aquela que talvez tenha sido a cesta de sua vida

James Anderson comemora aquela que talvez tenha sido a cesta de sua vida

Na disputa pelas duas vagas restantes do Grupo A, o Zalgiris dependia apenas de seus esforços contra o lanterna Dinamo Sassari, uma das piores equipes da primeira fase. Antes de a bola subir, o clube fez uma bela festa para o legendário Arvydas Sabonis, seu presidente, que completava 50 anos. Estava tudo armado para uma grande celebração, né? Tanto que, ao final do primeiro tempo, o time da casa vencia por 49 a 37. Mas por pouco isso tudo não virou um desastre.

O Dinamo não entregou os pontos. Pelo contrário, resolveu brigar como não havia feito em sua primeira participação na Euroliga. Com uma defesa forte, permitiu apenas 13 pontos no terceiro período e descontou dez pontos do placar nessa. Manteve o ritmo no quarto final e virou o jogo, chegando a 75 a 66 com uma bandeja do armador dominicano Edgar Sosa, a três minutinhos do fim. Imagine o choque na belíssima Zalgiris Arena, uma das mais modernas da Europa? A essa altura, eles sabiam que o time precisava da vitória de qualquer maneira, uma vez que, no duelo de russos, o Nizhny Novgorod havia batido o Unics Kazan por 78 a 74. Se o Unics tivesse triunfado, os lituanos já estariam classificados. Não rolou, então teriam de resolver por conta própria.

Com sete pontos em sequência, quatro deles do cestinha americano James Anderson, o Zalgiris conseguiu reduzir a desvantagem para apenas uma posse de bola no minuto final. Cheikh Mbodj converteu um lance livre, após ter desperdiçado o primeiro, e levou o jogo a 78 a 75 para os visitantes. Robertas Javtokas converteu uma bandeja no ataque seguinte. Depois, os anfitriões mandaram Mbodj novamente para o lance livre e ele repetiu o expediente, errando o primeiro, convertendo o segundo (79 a 77). E aí veio o grande lance: com 7s1 no cronômetro, Anderson bateu para dentro, freou e subiu para o arremesso: não só fez a cesta, acertando a tabela, como sofreu falta de Giacomo Devecchi. Ele matou seu lance livre a 2s5 e garantiu a classificação.

A outra definição

Caiu o salário ou foi vitória mesmo? O Galatasaray comemora

Caiu o salário ou foi vitória mesmo? O Galatasaray comemora

O Grupo D tinha uma vaga em aberto, a do quarto colocado, entre Galatasaray e Neptunas Klaipeda, o estreante lituano, que jogava por dois resultados (ou uma vitória sua contra o Valencia, ou uma derrota do seu concorrente para o Olympiakos). O clube turco prevaleceu nessa, ao vencer seu jogo por 79 a 74, enquanto o Neptunas tomou um vareio na Espanha: 103 a 65.

Foi uma jornada memorável para o Galatasaray, que enfrenta sérios problemas financeiros. Antes mesmo da conclusão da primeira fase, o clube já perdeu três jogadores por conta de inadimplência (“atraso de salários”): Furkan Aldemir, hoje do Philadelphia 76ers, Pietro Aradori, que foi para o Estudiantes, e Nate Jawai, que foi para o Andorra – ambos da Liga ACB espanhola.

Por conta das baixas e de desfalques, o técnico Ergin Ataman só utilizou sete jogadores numa partida dramática dessas.  Grande líder da equipe, Carlos Arroyo chamou a responsabilidade e anotou 24 pontos em 36 minutos. O pivô americano Patric Young, ex-New Orleans Pelicans e corajoso toda a vida de topar uma oferta de quem não paga, somou 13 pontos e 13 rebotes. Embora classificado e com a primeira colocação assegurada, o Olympiakos jogou para ganhar, mas o coração e/ou o desespero do time de Istambul pesou mais. Agora só fica uma dúvida: que tipo de elenco o Galatasaray vai apresentar na próxima fase.

Os grupos do Top 16
top16-euroleague-2014-2015

O Grupo F vai ser uma pauleira que só. O CSKA é o favorito, mas o Fenerbahçe vem dando sinais de que talvez nesta temporada esteja realmente pronto para desafiar os times mais tradicionais. De qualquer forma, é impossível cravar aqui quatro favoritos para as quartas de final. Do outro lado, a chave ficou mais esvaziada, tendo como grande atrativo a dupla Real-Barça – garantia de dois clássicos espanhóis! O Maccabi, por sua tradição, também estaria em boas condições, não fosse seu desempenho bastante irregular até aqui.

Os brasileiros
Marcelinho Huertas foi o destaque da vitória do Barça sobre o Panathinaikos por 80 a 67. O armador está desfrutando de maior autonomia no ataque catalão para atacar. Em Atenas, foram 17 pontos, 9 assistências e 7/12 nos arremessos, em 30 minutos. Já JP Batista se despede da Euroliga com 7,8 pontos, 2,1 rebotes e 45,5% nos arremessos e 81,8% nos lances livres  em dez partidas. Na saideira do Limoges, contra o CSKA Moscou, ele jogou apenas 7 minutos. Agora o time se concentra na Eurocup, na qual divide grupo com Cantu (ITA), PAOK (GRE) e o Kimkhi (RUS).

Lembra dele? Linas Kleiza (Olimpia Milano)
Depois de um looongo inverno, o ala-pivô lituano saiu da hibernação ao anotar 29 pontos em 31 minutos pelo time italiano em vitória por 101 a 96 sobre o Turow Zgorzelec, da Polônia. Foi sua maior contagem pessoal na Euroliga, a partir de oito bolas de longa distância em estonteantes 13 tentativas. Detalhe: ele havia perdido as primeiras quatro bolas de longa distância. Depois matou suas oito em sequência. Até então, o jogador ex-Denver Nuggets e Toronto Raptors, contratado a peso de ouro, havia anotado 13 pontos na oitava rodada, contra o Bayern de Munique. Ao final da primeira fase, em sua terceira Euroliga, suas médias são de 8,6 pontos, 2,7 rebotes e 37,5% nos arremessos de três.

Tuitando

O jogo contra o Panathinaikos também teve esse detalhe: Pascual completou 500 partidas como técnico do Barcelona, pelo qual ganhou uma Euroliga (foi o primeiro treinador europeu a conseguir esse feito), quatro Ligas ACB e três Copas do Rei, desde 2008. Ele acabou de renovar seu contrato até 2017.


O Laboral Kutxa enfrentou o Estrela Vermelha, em Belgrado, com ginásio vasio. O clube sérvio, no entanto, encontrou um modo, digamos, pitoresco para colocar a torcida na arquibancada, distribuindo fotos da rapaziada pelos assentos. Fernando San Emeterio achou o maior barato.


As jogadas da semana!


Euroligado: Barça de Huertas atropela, Limoges de JP batalha
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Giancarlo Giampietro

Bongou-Colo (d): pura energia para o Limoges de JP

Bongou-Colo (d): pura energia para o Limoges de JP

Enquanto o Barcelona de Marcelinho Huertas segue invicto e arrasador, o Limoges de JP Batista faz de tudo para ainda se manter no páreo. Na oitava semana da Euroliga, os dois representantes brasileiros saíram de quadra satisfeitos com os resultados de suas equipes. Mesmo que eles tenham sido bastante diferentes. Acompanhem.

O jogo da rodada: Limoges 67 x 64 Unicaja Málaga
Não foi o duelo mais bonito, como o placar baixo não deixa mentir. Mas a maneira como chegamos a esse resultado foi para fazer levantar da cadeira até mesmo o torcedor francês mais contido. O Málaga chegou a abrir 20 pontos de vantagem ainda no primeiro tempo, fora de casa, e levou a virada.

Para ser mais preciso: o placar apontava 32 a 12 a favor do time espanhol com 16 minutos de jogo, depois de uma bandeja do ala Will Thomas. Mas os atuais campeões franceses batalharam pelo placar e conseguiram uma grande vitória que os mantém com chances de classificação para o Top 16, mesmo que numa situação ainda desfavorável.

João Paulo Batista já estava em quadra quando os espanhóis tinham essa larga diferença. O pivô, todavia, foi importantíssimo na reação dos donos da casa. Com quatro pontos e uma assistência, ajudou os donos da casa a reduzir a desvantagem para 13 pontos antes do intervalo.

No terceiro período, então, ele brilhou. O pernambucano foi mantido no quinteto inicial e marcou dez pontos na parcial, sendo sua quinta cesta de quadra justamente aquela que valeu pelo 41 a 41, o primeiro empate desde que os espanhóis abriram larga vantagem, com 28 minutos rodados no cronômetro.

A despeito da pressão, o Unicaja de Joan Plaza não ruiu. Controlou os nervos e fez um jogo parelho no quarto final, defendendo bem, ainda que seu ataque funcionasse aos tropeços. Aí foi a vez de o ala-armador Jamar Smith despontar. O americano, que chegou a assinar contrato com o Boston Celtics nos tempos de Fabrício Melo, converteu três bolas de longa distância e, junto com as cravadas de um sempre agressivo Nobel Boungou-Colo, foi instrumental na vitória.

Smith somou 18 pontos, cinco assistências e quatro rebotes. Bongou-Colo também contribuiu de modo versátil, com 12 pontos, sete rebotes e quatro assistências. O arremessador Ryan Toolson, sobrinho de Danny Ainge, anotou 15 pontos em 29 minutos pelos espanhóis.

O Málaga pode ter perdido, mas assegurou sua vaga na segunda fase, ao lado de CSKA Moscou e Maccabi Tel Aviv. Resta, então, só o quarto lugar em jogo, e o Limoges ainda sonha. Os franceses estão na lanterna do grupo, com dois triunfos e seis reveses, mesma campanha do Cedevita Zagreb. A equipe croata, por ora, leva a melhor tanto no saldo de pontos (-41 a -66) como no confronto direto (por ter vencido o segundo duelo por mais pontos). O ALBA Berlin é quem está mais bem posicionado, com três vitórias e cinco derrotas. Um detalhe, no entanto: o clube alemão encara o Limoges na próxima rodada e o Cedevita na última. A disputa promete.

Os brasileiros
Bem, já falamos do papel decisivo de JP Batista na virada. Então aqui ficam os números finais dele na partida: 14 pontos em 23 minutos, com uma jornada perfeita nos arremessos (6/6 nos chutes de quadra e 2/2 nos lances livres). Ele ainda pegou dois rebotes ofensivos, deu uma assistência e conseguiu uma roubada de bola.

Huertas contra Tony Taylor, jovem armador americano do Turow

Huertas contra Tony Taylor, jovem armador americano do Turow

Marcelinho Huertas pouco jogou na vitória do Barcelona sobre o Turow Zgorzelec, na Polônia. Isso tem pouco a ver com o basquete do armador, que somou cinco pontos e três assistências em apenas 15 minutos. É que essa foi a partida mais fácil do Barça na competição, mesmo, com placar de 104 a 65, dando a chance para o técnico Xavi Pascual preservar seus principais atletas. Até mesmo o adolescente Ludde Hakanson, sueco de apenas 17 anos, foi para quadra, jogando os últimos 8 minutos, com três pontos e duas assistências. O jovem croata Mario Hezonja marcou 15 pontos em 17 minutos.

Somente o CSKA Moscou se equipara ao clube catalão em termos de sequência de vitórias no campeonato. São os únicos invictos. O time moscovita, no entanto, tem melhor saldo de pontos: 129 a 112, depois de ter batido o Cedevita Zagreb em casa, por 97 a 79.

Um causo
O armador Daniel Hackett se meteu em uma enrascada durante a temporada de seleções deste ano. Insatisfeito com seu papel na Squadra Azzurra do basquete, o ítalo-americano simplesmente abandonou a concentração da equipe, sem avisar ou pedir permissão para ninguém. A atitude, claro, não pegou nada bem. A ponto de a confederação italiana suspender o atleta por seis meses de qualquer atividade basqueteira no país. Arrivederci!

Daniel Hackett, numa das atuações mais impressionantes da temporada. Perdoado

Daniel Hackett, numa das atuações mais impressionantes da temporada. Perdoado

O Olimpia Milano, seu clube, estudou rescindir seu contrato, sem pagamento. Afinal, com um gancho desses, ele perderia 26 jogos da liga local. O jogador, porém, pediu desculpas aos diretores e encontrou um meio termo: seu salário para a atual temporada foi reduzido, enquanto o contrato de 2015-2016 segue validado, integralmente. Mas por que bancar um cara que nem vai jogar?

O que pega é que, em jogos da Euroliga, em outra esfera, Hackett está liberado para atuar. Além disso, o Olimpia sabe que estava lidando com um atleta que pode fazer a diferença. Com 1,99 m, é alto e bastante ágil em sua posição para os padrões do Velho Continente. Pressiona os adversários demais em cima do drible e, no ataque, tem facilidade para concluir suas jogadas, embora seu arremesso ainda seja suspeito, especialmente quando em movimento.

Contra o Bayern de Munique, na quarta-feira, porém, caiu praticamente tudo, e na principal hora. O esquentadinho jogador anotou 19 de seus 25 pontos no quarto período e liderou o clube italiano a uma vitória no sufoco sobre o Bayern de Munique, em casa, por 83 a 81. Foi dele a cesta decisiva a 1s5 do fim. E agora? Estão todos satisfeitos com o acordo? O Olimpia Milano ficou muito perto da classificação no Grupo da Morte.

Em números
2.535
– Vassilis Spanoulis chegou a essa quantia de pontos para superar Jaka Lakovic e se tornar o terceiro maior cestinha da história da Euroliga, atrás apenas de Juan Carlos Navarro, o líder disparado, e de Marcus Brown, ala americano que defendeu sete clubes diferentes na Europa, com destaque para CSKA e Maccabi. Navarro tem 3.496 e ainda está em atividade. É praticamente impossível que qualquer atleta o supere. Já Brown tem 2.739 pontos, algo mais plausível para o craque grego. Spanoulis, por outro lado, já tem um recorde memorável a seu favor: é o único a integrar tanto o top 5 de pontos como de assistências da competição. Ele já deu 710 passes para cesta. Acima dele aparecem Sarunas Jasikevicius (4º), Pablo Prigioni (3º), Theo Papaloukas (2º) e Dimitris Diamantidis (1º). Só. Ah, e o Olympiakos, líder do Grupo D, bateu o Neptunas Klaipeda, da Lituânia, por 89 a 79 em casa.

98 – O Real Madrid se recuperou da derrota sofrida para o UNICS Kazan na semana passada. Ou quase isso. Contra outro rival russo, o Nizhny Novgorod, o time blanco venceu e marcou 101 pontos. Perfeito, certo? Não fossem os 98 pontos que sua defesa sofreu contra um time que não havia feito mais que 89 pontos até aqui – e contra o lanterninha Dínamo Sassari. O Real lidera o Grupo A, com seis vitórias e duas derrotas, mas seu desempenho jogo a jogo certamente já inspira preocupação para a torcida merengue. Nos últimos quatro confrontos, foram dois reveses e dois triunfos que combinaram para um saldo de apenas cinco pontos.

43 – Foi o índice de eficiência obtido pelo pivô D’Or Fischer, do UNICS, na vitória sobre o Sassari, com 23 pontos, 15 rebotes e 3 assistências, tendo errado apenas um arremesso em 11 tentativas. O americano de 33 anos vive fase excepcional. Contra o Real, sua linha estatística já havia sido de 25 pontos, 8 rebotes e 11-17 nos arremessos. Até aqui, o pivô errou apenas 11 de 55 chutes em oito partidas, para um aproveitamento absurdo de 80% de quadra. É o mesmo que ele mata nos lances livres.

2 – O Zalgiris Kaunas foi limitado a apenas dois pontos no primeiro quarto de uma derrota por 66 a 57 para o Anadolu Efes, um recorde negativo do torneio, que o próprio clube lituano compartilhava com outros três times. Na reta final do terceiro quarto, o Zalgiris, jogando em casa, havia convertido apenas sete cestas de quadra, uma dureza, com a defesa da equipe de Dusan Ivkovic sufocando. No final, os anfitriões terminaram com 15/53 nos chutes.

1 – Depois de quatro tentativas, Laboral Kutxa conseguiu a primeira vitória fora de casa, derrotando justamente um adversário que estava invicto como mandante: o Galatasaray, em Istambul, por 89 a 82. O veterano ala Fernando San Emeterio conseguiu sua maior contagem individual pelo torneio, com 25 pontos, mas foi o armador americano Doron Perkins quem decidiu o jogo no fim, com inesperados 9 pontos nos últimos minutos (mais do que ele havia feito nos últimos seis… jogos!). O clube basco, que já demitiu o técnico Marco Crespi durante a campanha, chega agora a dois triunfos seguidos e se posiciona bem na briga por vaga, assumindo a terceira posição do Grupo D, com 4-4. O Galatasaray está em quarto, com 3-5, superando o Neptunas nos critérios de desempate.

Tuitando

A mídia turca e a galera na Espanha estão dando como certa a transferência de Thomas Heurtel para o Anadolu Efes antes do Top 16 da Euroliga. O armador francês vai se tornar agente livre ao final da temporada, com a cotação em alta. É mais um jogador de que o clube basco vai ter de se desfazer para faturar uma graninha, depois de ajudar a desenvolvê-lo.

É, ao que parece o Olimpia Milano já concedeu perdão a Daniel Hackett.


As 10 melhores jogadas da rodada!


Euroligado: vai ter festa em Madri?
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Giancarlo Giampietro

Nikos Zisis manda um beijo para a mamãe, para o papai e para a torcida do Real. Água no chope

Nikos Zisis manda um beijo para a mamãe, para o papai e para a torcida do Real. Água no chope

Na semana em que a Euroliga comemorou pleno sucesso na venda dos ingressos para o seu Final Four, Madri era para estar em polvorosa. Afinal, a capital espanhola será a sede da fase decisiva da competição. Do total vendido, 40% foram direcionados para torcedores declarados do Real – a festa já estava pronta, e com muita antecedência: estamos apenas na sétima semana do torneio, e os jogos finais serão disputados em 15 e 17 de maio. E aí que, no dia seguinte da compra, o UNICS Kazan, da Rússia, tratou de por todo o fanatismo merengue em dúvida ao vencer a superpotência europeia fora de casa por incríveis 85 a 75. No papel, o Real é um dos favoritos ao título. Entra nessa conta o fato de eles também terem sido vice-campeões nos últimos dois anos. Um time de chegada, ou quase isso. Nesta campanha, porém, o time vai enfrentando mais dificuldades. Ainda que tenham enganchado uma sequência de até 12 triunfos oficiais no início da temporada, algumas dessas vitórias foram bem apertadas, no sufoco. Como a da rodada passada sobre o Zalgiris Kaunas. Uma derrota para o clube russo certamente não estava nos planos do técnico Pablo Laso, ainda mais na Espanha. Foi a segunda do Real pelo Grupo A, no qual ainda é líder, mas sem aquela aura de imbatível.

O jogo da rodada: Barcelona 84 x 80 Olimpia Milano
Três outras partidas poderiam entrar aqui facilmente: 1) Real x UNICS, pelas razões citadas acima; 2) Laboral Kutxa 89 x 70 Olympiakos, pelo fato de mais um invicto ter caído, e de forma surpreendente, e de algumas marcas estatísticas importantes terem sido obtidas; 3) ALBA Berlin 79 x 78 Unicaja Málaga, com direito a cesta no estouro do cronômetro para os alemães.

Mas vamos com o sétimo triunfo seguido do Barça na Euroliga, pelo alto nível da partida e pela forma pela qual ele foi construído. O time italiano é uma das decepções da temporada, com um time caro, pretensioso, mas que havia vencido apenas dois de seus primeiros seis jogos. Está certo: os caras caíram no Grupo da Morte. Complica, mesmo. Por outro lado, esperava-se uma equipe muito mais competitiva. Que finalmente deu as caras nesta sexta-feira, desafiando ao máximo o clube catalão, fora de casa.

Os visitantes italianos tinham uma vantagem de 11 pontos na metade do terceiro período, mas não conseguiram manter esse controle de jogo. O armador tcheco Tomas Satoransky e o ala-armador Brad Oleson comandaram uma virada que deixou o time blaugrana na frente no placar, no início do quarto final, com 57 a 56. Os últimos 10 minutos foram bastante emocionantes, lá e cá. Nos últimos 2min45s de jogo, para se ter uma ideia, houve sete trocas de liderança. E aí que, com 7s7 no cronômetro, o pivô Nicolo Melli perdeu as estribeiras e fez uma falta antidesportiva em cima do jovem ala Alejandro Abrines. O Barça conseguiu três pontos na linha de lance livre, e aí Inês morreu de vez.

Para vencer, o técnico Xavier Pascual teve uma boa ajuda de sua dupla croata. Melhor pivô da temporada passada, Ante Tomic contribuiu com 18 pontos e 7 rebotes em 28 minutos, convertendo todos os seus oito lances livres. Já o jovem ala Mario Hezonja, muito mais utilizado pelo treinador nas últimas semanas, depois da pressão feita por seu agente Arn Tellem, somou 13 pontos, 2 rebotes, 2 assistências em 22 minutos. Pelo Milano, o armador Daniel Hackett acumulou com 21 pontos, 5 assistências e 5 rebotes. Alto e atlético, ele converteu 4 de 6 arremessos de longa distância e acabou falhando nas suas conclusões mais próximas da cesta, com 4/15 nas bolas de 2 pontos.

Os brasileiros
Marcelinho Huertas teve dificuldades contra a atlética defesa do Olimpia Milano, cometendo o dobro de turnovers em relação a suas assistências (6 x 3), em 22 minutos. O brasileiro ainda apanhou cinco rebotes e marcou 7 pontos, com 50% nos arremessos. Um de seus passes para cesta, no entanto, foi espetacular (veja abaixo). Já JP Batista foi ainda menos efetivo na derrota do Limoges para o Cedevita Zagreb, na Croácia, por 102 a 83. O pernambucano ficou em quadra por 12 minutos e terminou com dois pontos, duas assistências e um rebote, sendo pouco envolvido no ataque dessa vez. O resultado foi péssimo e deixa o time numa situação para lá de delicada no Grupo B, como lanterna e com um saldo de pontos grave.

Lembra dele? Nemanja Bjelica (Fenerbahçe)
Um dos algozes do Brasil na Copa do Mundo, o ala-pivô vem em grande fase pelo clube turco. Na quinta-feira, o talentoso atleta de 2,11 m marcou um double-double em vitória contra o Turow Zgorzelec, com 16 pontos e 10 rebotes em apenas 26 minutos. Pela primeira vez na temporada, seu arremessos de três pontos funcionou com eficiência (2/3). A mira desajustada, no entanto, não o impediu de causar impacto nas partidas anteriores, provando que seu jogo é muito superior ao de um mero strecth four. Flip Saunders e o Minnesota Timberwolves deveriam dar um jeito de assinar com o sérvio o mais rápido possível. É um craque.

Bjelica, todo saidinho. Seus direitos na NBA pertencem ao Timberwolves

Bjelica, todo saidinho. Seus direitos na NBA pertencem ao Timberwolves

Em números
25.000 – O Baskonia/hojeLaboral Kutxa/ex-Caja Laboral/ex-TAU Cerámica (como se popularizaram por aqui na época em que contavam com Tiago Splitter e, depois, Marcelinho Huertas) ultrapassou na quinta-feira a marca de 25 mil pontos na história da Euroliga. Um recorde. Em 310 jogos, dando média de mais de 80 por partida. De fato, o clube basco sempre foi reconhecido por seu estilo ofensivo, contando com o talento de diversos jogadores sul-americanos para isso. Scola, Prigioni, Nocioni e Oberto foram outros a brilhar por lá. Nada melhor para celebrar essa marca do que bater o poderoso Olympiakos em casa. E ninguém melhor que o capitão Fernando San Emeterio para registrar o momento.

O esforço defensivo do Laboral Kutxa para brecar um dos maiores cestinhas europeus

O esforço defensivo do Laboral Kutxa para brecar um dos maiores cestinhas europeus

2.500 – Na mesma partida, Vassilis Spanoulis se tornou o quarto maior cestinha da Euroliga, superando seu ex-companheiro de Panathinaikos, Mike Batiste. O astro grego tem agora exatamente 2.522 pontos (depois de ter anotado 27 no duelo). Com mais uma bola de três, vai superar o esloveno Jaka Lakovic e se tornar o terceiro maior pontuador, atrás apenas do americano Marcus Brown, que jogou muita bola pelo CSKA no auge, e de Juan Carlos Navarro, a lenda vivíssima do Barcelona, que tem mais de 3.400 pontos e dificilmente vai ser alcançado.

Sonny Weems bloqueia Yogev Ohayon: o CSKA já é favorito a jogar o F4 em Madri

Sonny Weems bloqueia Yogev Ohayon: o CSKA já é favorito a jogar o F4 em Madri

800 – A Euroliga não divulgou a quantidade exata de ingressos vendidos, limitando-se a dizer que os ingressos básicos foram esgotados. Mas ainda restam entradas disponíveis. Cada clube classificado para o Final Four vai receber uma carga de 800 tickets. Além disso, os famosos ingressos premium ficarão disponíveis no final do ano, assim como os ingressos acompanhados de pacotes de viagem. Se você tiver interesse, a agência oficial é a Detur.

36 – O índice de eficiência do gigante Boban Marjanovic na vitória do Estrela Vermelha sobre o Neptunas Klaipeda por 79 a 62, estabelecida num terceiro período arrasador (27 a 10). O pivô sérvio foi mais uma vez dominante no garrafão, com 24 pontos e 12 rebotes, matando 11 de seus 13 arremessos para ganhar novamente o prêmio de MVP da jornada. Ele e o americano Andrew Goudelock, do Fenerbahçe, são os únicos a repetir a conquista nesta temporada.

23 – Mais uma rodada, mais um baile promovido pelo CSKA Moscou, que agora venceu o Maccabi Tel Aviv, em Israel, por 23 pontos de vantagem: 84 a 61. Um dos únicos invictos da competição ao lado do Barça, o time russo tem agora 111 pontos de saldo na liderança do Grupo B. É a melhor campanha até aqui.

Tuitando

O americano Reggie Redding teve sua jornada de herói ao definir o triunfo do ALBA sobre o Unicaja Málaga com uma corajosa e perfeita bandeja no último lance. O ala de 26 anos, que se formou pela Universidade de Villanova, já jogou no Chipre e está na Alemanha desde 2011, também fez seu melhor jogo da temporada, com 19 pontos, 6 rebotes e 5 assistências em 30 minutos.

O georgiano Tornike Shengelia, ex-Nets e Bulls, deu um duro danado contra o Olympiakos, o que é de praxe em seu jogo: 14 pontos, 7 rebotes, 2 tocos, 2 roubos de bola e 3 assistências em 28 minutos intensos, mas que valeram a pena. Nada melhor que uma vitória como recompensa.

As jogadas da semana!


Euroligado: 1ª rodada confirma Grupo da Morte
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Giancarlo Giampietro

Já escrevi durante a Copa do Mundo sobre como essa coisa de Grupo da Morte pode ser meramente um recurso (leia-se “truque) jornalístico fácil para ganhar manchetes, driblar a falta de informação, ou qualquer coisa do tipo. No caso da Euroliga 2014-2015, porém, é impossível escapar deste clichê ao avaliar as equipes emparelhadas no Grupo C. C de morte, mesmo. Na rodada que abriu a temporada, com jogos espalhados entre quarta e sexta-feira, dois dos melhores confrontos aconteceram justamente por esta chave: Fenerbahçe x Olimpia Milano e Barcelona x Bayern de Munique. A eles se juntam o Panathinaikos e o estreante polonês Turów Zgorzelec, este correndo por fora, mas bem por fora, mesmo. De resto, o que temos é o seguinte: um grande time de basquete vai ficar fora do torneio logo na primeira etapa. A julgar pelos elencos e pelos primeiros 4o minutos de ação para o sexteto, os alviverdes gregos, com toda a tradição de seis títulos continentais, que se cuidem. Ao menos, venceram o Turow por sete pontos na estreia. A conferir o desenrolar desta sangria.

O jogo da rodada: Fenerbahçe 77 x 74 Olimpia Milano

Fenerbahçe comemora o triunfo como se fosse até um título

Fenerbahçe comemora o triunfo como se fosse até um título

Dá para advogar a favor do triunfo do Nizhny Novgorod, da Rússia, sobre o Dínamo Sassari, da Itália, por 88 a 86? Claro que dá. Fora de casa, o clube italiano teve uma largada fulminante ao abrir uma vantagem de até 19 pontos no primeiro tempo (26 a 7), mas viu todo esse montante ser derrubado rapidamente. Daí que os anfitriões conseguiram a virada no segundo tempo e pularam eles com dez pontos na frente no princípio do quarto período. Havia tempo, porém, para uma reação dos italianos, que chegaram a ter a última bola em mãos para o empate ou virada. Não rolou.

De qualquer forma, considerando o nível dos times que se enfrentaram em Istambul – dois clubes com pretensões de título na temporada –, comparando com dois estreantes em solo russo, fica-se confortável em seguir este caminho. Depois de o Fener vencer o primeiro quarto com facilidade (26 a 15), o Milano reagiu pelas mãos improváveis do pivô Niccolo Melli (grandalhão que protege o aro na defesa e, no ataque, é basicamente um chutador em evolução de média para longa distância), as equipes travaram uma batalha duríssima. O segundo tempo foi realmente como uma luta franca de boxe, sem que nenhum oponente abrisse uma larga vantagem. Foram incontáveis trocas de liderança entre ambos. Como no finalzinho da terceira parcial em que uma cesta de três do Fener foi respondida por jogada de fal-e-cesta para cima do jamaicano Samardo Samuels, deixando o time visitante na frente por 58 a 57.

O confronto seguiu nesse ritmo até o último minuto quando o armador cestinha americano Andrew Goudelock matou uma bomba de três pontos – daquelas em que você se consagra ou ouve “anta” em turco vindo da arquibancada –, para levar o placar a 76 a 71 para o Fener, com menos de 50 segundos no cronômetro. Falaremos mais a respeito de Goudelock abaixo. Foi, em suma, uma partida já em alto nível, com grandes personagens em quadra (entre draftados e atletas com experiência de NBA em quadra, eram 10), com muita intensidade logo de cara.

JP teve de se virar contra Schortsanitis em seu retorno a um palco de Euroliga

JP teve de se virar contra Schortsanitis em seu retorno a um palco de Euroliga

Os brasileiros
Marcelinho Huertas: em uma vitória bastante dura sobre o Bayern, por 83 a 81, não teve a jornada mais feliz na conclusão de seus tiros em direção ao garrafão (1-6 em chutes de dois pontos), mas conduziu bem o ataque do Barça nos 25 minutos em que esteve em quadra. Foram computadas apenas duas assistências, mas o armador  deu estabilidade ao ataque, alimentando bem o jogo interior para Ante Tomic (15 pontos, 6-7 nos arremessos). Com o tcheco Tomas Satoransky de fora, Juan Carlos Navarro fez as vezes de armador reserva, terminando com oito passes para cesta e 2-10 em bolas de longa distância. Figura.

JP Batista: foi uma estreia bastante produtiva para o pivô com a camisa do Limoges, campeão francês, em jogos de Euroliga, contra o Maccabi Tel Aviv tão bem quisto pelos flamenguistas. O pernambucano marcou 15 pontos em apenas 19 minutos, convertendo 7-16 arremessos, porém. Esta é a terceira edição da competição para João Paulo, que não a disputava desde 2009. O time israelense venceu por 92 a 76, em casa, com um show de sua torcida.

Lembra dele?
Andrew Goudelock (Fenerbahçe)
O torcedor do Los Angeles Lakers mais nerd certamente guarda um espaço em seu coração para este chutador de mão cheia. Revelado pela universidade de Charleston, ele estreou pela franquia angelina na temporada do lo(u)caute, 2011-2012, já sob o comando de Mike Brown. No campeonato seguinte, depois de incendiar a D-League, foi novamente contratado pelo Lakers na reta final. Depois da lamentável lesão de Kobe, acabou recebendo minutos de playoff inesperadamente contra o Spurs, sendo um dos poucos atletas do time capaz de criar alguma coisa por conta própria no perímetro. Com 1,90 m, se tanto, porém, é considerado muito baixo para a posição, a despeito de seu talento ofensivo. Na Europa, isso não foi problema. Jogou demais pelo UNICS Kazan na campanha passada e acabou contratado a peso de ouro pelo Fener. Em seu primeiro jogo de Euroliga, marcou 19 pontos, quatro rebotes e quatro assistências, com 8-16 nos arremessos em 36min53s – o sargentão Zeljko Obradovic simplesmente não conseguia tirá-lo de quadra.

Um vídeo: Berrante
Agora, se Goudelock está com moral com o piradaço e octocampeão da Euroliga sérvio, o mesmo não se pode dizer de Ricky Hickman. Depois de lidar com David Blatt em Tel Aviv, o americano agora vai precisar de protetor auricular. Vejam o esculacho que ele tomou do treinador antes de um pedido de tempo nos minutos finais contra o Milano:

(Outro vídeo: insanidade em Belgrado
A torcida do Estrela Vermelha está que não se aguenta: seu clube disputa a Euroliga, enquanto o arquirrival Partizan, o time hegemônico da Sérvia e da Liga Adriática na última década, vê tudo de fora. Na estreia contra o Galatasaray, os caras sacudiram a Kombank Arena desde 30 minutos antes de a bola subir. Durante o aquecimento, o ginásio estava assim. Imagine quando eles venceram por 29 a 10 no segundo período, para assegurar a primeira vitória? Transmiti o jogo no Sports+ ao lado do chapa Maurício Bonato, e foi de arrepiar.

)

Em números

78,5%– Foi o aproveitamento de quadra do gigante Boban Marjanovic, de 2,21 m, para demolir a defesa do Galatasaray. O sérvio anotou 22 pontos, acertando 11 de seus 14 arremessos, em 27 minutos. Também pegou 10 rebotes. É impressionante a evolução do pivô nos últimos anos. Inicialmente, a tendência era tirá-lo apenas como um herói cult do basquete, por razões óbvias de estatura (aquela coisa de enterrar e dar toco sem saltar etc.). Mas Marjanovic trabalhou duro para se tornar uma arma extremamente perigosa no garrafão.

Boban Marjanovic foi companheiro de Lucas Bebê no time de verão do Atlanta do ano passado e ficou fora da seleção sérvia da Copa do Mundo

Boban Marjanovic foi companheiro de Lucas Bebê no time de verão do Atlanta do ano passado e ficou fora da seleção sérvia da Copa do Mundo

29 – Mardy Collins, ala-armador ex-New York Knicks e Los Angeles Clippers, atingiu este índice de eficiência pelo Turow em duelo com o Panathinaikos. O norte-americano nunca deixou tão feliz o torcedor do Olympiakos, seu clube no campeonato passado, como nesta sexta, ao somar 23 pontos, 9 rebotes e 5 assistências em 29 minutos contra o arquirrival dos Vermelhos.

22 – Dario Saric foi titular e recebeu 21min59s – 22 minutos, vai? – de tempo de quadra do técnico Dusko Ivkovic, pelo Anadolu Efes, na primeira rodada. Por que isso é relevante? É que, durante a semana, o pai do promissor ala-pivô croata, havia esperneado publicamente para reclamar das poucas chances que o garoto vinha recebendo no princípio de temporada. Foi simplesmente bizarro: o clube estava disputando apenas amistosos e uma rodada pelo campeonato turco, e o sujeito já estava sem paciência alguma, ameaçando inclusive tirar Saric de lá. O detalhe: antes do Draft da NBA, o Papai Saric havia comprado uma briga com os antigos agentes do atleta, dizendo que seria a maior burrada da história se o atleta deixasse o Cibona Zagreb direto para a liga norte-americana. Que o melhor era ele primeiro trabalhar em um grande clube europeu, primeiro, para ganhar cancha, se desenvolver.

10 – Muito confiante depois da conquista da medalha de bronze na Copa do Mundo, substituindo Tony Parker, o armador Thomas Heurtel teve uma exibição magnífica na primeira partida do campeonato, quarta-feira, em vitória contra o Neptunas. Foram dez passes para cesta, além de 13 pontos e quatro roubos de bola. Em seu último ano de contrato, Heurtel recebeu proposta do Anadolu Efes, mas optou por ficar no País Basco.

4 x 4 – A primeira partida de Euroliga para Gustavo Ayón deixou claro, mais uma vez, seu talento, sua versatilidade. O Real Madrid adorou. Em um jogo muito mais apertado do que o esperado contra o jovem elenco do Zalgiris, em Kaunas, o mexicano teve um mínimo de quatro tentos em quatro estatísticas diferentes: 10 pontos, 6 rebotes, 4 assistências e 4 roubos de bola, em 24 minutos.

Tuitando

Este é o armador Tyrese Rice, MVP do Final Four da temporada passada pelo Maccabi, elogiando o ala Lucca Staiger, do Bayern de Munique. Nesta sexta, com o apoio de seu ex-companheiro de clube, o alemão matou quatro em oito tiros de três contra o Barça. Staiger, que tem de fato uma bela mecânica, acertou 44,2% na temporada passada – mas apenas 28,8% em três campanhas de Eurocup (a Liga Europa do basquete) pelo Alba Berlim.

Aqui temos o encontro do legendário Sarunas Jasikevicius, hoje assistente do Zalgiris, talvez o melhor armador europeu de sua geração, com o atual melhor armador do continente, Sérgio Rodríguez, o Señor Barba. Tudo de acordo com a nada modesta opinião de um blogueiro, ok.

Recuperado de um glaucoma, que o tirou da Copa Intercontinental contra o Fla, Sofoklis Schortsanitis está de volta. E o pivô grego, um dos nobres protagonistas da Dinastia Baby Shaq, já fez toda a diferença pelo Maccabi, anotando 11 pontos em 11 minutos de jogo, usando óculos – impossível não olhar para ele.

Pesic foi campeão europeu pelo Barcelona em 2003, e os catalães não vão esquecê-lo. A nota bacana para o basquete brasileiro é a presença de Anderson Varejão naquele plantel.


Vai começar: a Euroliga 2014-2015 em números
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Giancarlo Giampietro

O Barcelona conta com um dos brasileiros da Euroliga. Vocês sabem quem, né? Na foto

O Barcelona conta com um dos brasileiros da Euroliga. Vocês sabem quem, né? Na foto

O basqueteiro sabe: quando chega outubro, o que ele mais ouve é: “Vai começar”.

Pois vai começar nesta quarta-feira a Euroliga de basquete, com um monte de jogadores que nos fizeram companhia durante a Copa do Mundo, dois brasileiros e o MarShon Brooks. Abaixo, alguns dados a respeito da segunda principal liga de clubes do mundo, que será transmitida no Brasil com exclusividade pelo canal Sports+, da SKY, time do qual farei parte novamente.  Jajá voltamos aqui com os times e jogadores para se ficar de olho, um contexto maior sobre os dois brasileiros no páreo – Marcelinho Huertas e JP Batista – e qualquer coisa que dê na telha.

Vamos lá, anotando:

76 – São 76 os jogadores dos Estados Unidos inscritos na competição, disparado o país com maior número de participantes no torneio. Em média, são mais de três por elenco. O atual campeão e vítima do Flamengo Maccabi Tel Aviv foi o que mais importou da fonte: oito! Mas nem todos são registrados como ianques, porém. No clube israelense, por exemplo, são três com cidadania local: o ala Sylven Landesberg e os pivôs Alex Tyus e Jake Cohen. Há americanos croatas, americanos bósnios, americanos belgas, e por aí vai.

Teodosic. Quem se lembra dele?

Teodosic. Quem se lembra dele?

66,6% – Da seleção sérvia que derrotou o Brasil pelas quartas de final da Copa, 8 atletas – ou 66,6% – jogam em clubes da Euroliga. O terror Milos Teodosic segue no CSKA Moscou, enquanto o pivô Nenad Krstic deixou a capital russa para jogar pelo Anadolu Efes, da Turquia. Em Istambul ainda aparecem o prodígio Bogdan Bogdanovic e o classudo Nemanja Bjelica, pelo Fenerbahçe. O pivô Vladmir Stimac saiu do Unicaja Málaga para o Bayern de Munique, mas o clube espanhol, por sua vez, completou sua cota com o armador Stefan Markovic. O Estrela Vermelha, único time do país disputando a competição, conta com os outros dois: o armador reserva Stefan Jovic e o atlético ala Nikola Kalinic. De resto? Miroslav Raduljca levou seus talentos, barba e Harleys para a China; Rasko Katic está em Zaragoza, Stefan Bircevic, em Madri (pelo Estudiantes) e Marko Simonovic, na França (pelo Pau-Orthez). O contingente sérvio, claro, não se limita a eles. Fora do Estrela, há mais nove jogadores espalhados pelo continente.

41 – É o número de atletas com experiência de pelo menos uma temporada regular completa na NBA – descartei os jogadores de contratos temporários, não-garantidos, com uma ou outra partida oficial ou amistosos de pré-temporada. Os dois que têm mais rodagem são Andrés Nocioni, nosso bom e velho e amigo, com  12.654 minutos (contando playoffs) e Krstic, com 11.252 minutos. Da safra nova, vale ficar de olho no que vão aprontar os alas MarShon Brooks (aquele mesmo ex-Nets, Celtics, Warriors, Lakers, seguidor de Nick Young, sem o carisma, mas que julga ser tão bom quanto um jovem Kobe Bryant e agora defende o Olimpia Milano), James Anderson (raro caso de talento mal desenvolvido em San Antonio, ex-Sixers, hoje no Zalgiris Kaunas) e Orlando Johnson (ex-Pacers e Kings, no Baskonia/Laboral Kutxa).

33,3% – Um terço dos clubes desta temporada não disputaram a última edição do campeonato: Dínamo Sassari (Itália), Nizhny Novgorod (Rússia), PGE Turow Zgorzelec (Polônia), Neptunas Klaipeda (Lituânia), todos estreantes, além de Limoges (da França, longe do torneio desde 1998), Valência (Espanha, desde 2011), Cedevita Zagreb (Croácia, desde 2013) e UNICS Kazan (Rússia, desde 2012).

Parla, Ginóbili!

Parla, Ginóbili!

13 – Há 13 anos que um clube da Itália, o país mais vencedor do torneio, não ganha leva o troféu para casa. O último foi o Virtus Bologna de um jovem Manu Ginóbili, em 2001, temporada na qual os times acabaram divididos em duas competições – a segunda com o nome de SuproLeague, ainda sob gestão da Fiba, que não foi adiante.

12 – No mapa da Euroliga, uma dúzia de países estão representados. A Espanha apresenta o maior contingente: cinco times (Barcelona, Baskonia/Laboral Kutxa, Málaga, Real Madrid e Valência). Rússia (CSKA Moscou, Nizhny Novgorod e UNICS Kazan) e Turquia (Anadolu Efes, Fenerbahçe e Galatasaray) têm três cada. Depois temos dois da Itália (Olimpia Milano e Dínamo Sassari), dois da Lituânia (Zalgiris Kaunas e Neptunas Klaipeda), 2 da Alemanha (Alba Berlim e Bayern de Munique), 1 da França (Limoges), 1 de Israel (Maccabi), 1 da Croácia (Cedevita Zagreb), 1 da Polônia (Turów Zgorzelec) e da Sérvia (Estrela Vermelha).

9 – A atual edição conta com nove campeões continentais, listados aqui pela ordem cronológica de seus primeiros títulos: CSKA Moscou (1961), Real Madrid (64), Olimpia Milano (66), Maccabi Tel Aviv (77), Limoges (93), Panathinaikos (96), Olympiakos (97), Zalgiris (99) e Barcelona (2003). Detalhe: o campeonato europeu de clubes só passou a ser disputado com o nome de Euroliga em 2001).

8 – Tal como acontece no futebol, o Real Madrid é o clube com mais títulos europeus, com oito. Da mesma forma que também acontecia nos gramados – até levantarem a taça na temporada passada –, os merengues aguardam há tempos, porém, a nona. Não sobem ao degrau do pódio desde 1995. Maccabi, CSKA e Panathinaikos têm seis títulos cada um.

Sergio Rodríguez, Señhor Barba MVP

Sergio Rodríguez, Señhor Barba MVP

5 – A Euroliga ainda tem um quinteto de MVPs em atividade nesta edição. Dificilmente eles poderiam jogar juntos, porém, já que estamos falando de cinco armadores: Juan Carlos Navarro (2009), Milos Teodosic (2010), Dimitris Diamantidis (2011) Vassilis Spanoulis (2013) e Sérgio Rodríguez (2014). Obs: o destaque de 2012 foi Andrei Kirilenko, ex-CSKA, durante a temporada do lo(u)caute da NBA.

3 – Uma tradição da Euroliga é a eleição dos MVPs de cada mês, assim como a NBA faz. O Barcelona tem uma curiosidade em seu plantel: com três prêmios cada um, Navarro e Ante Tomic são os dois recordistas nesse quesito. A longevidade de La Bomba impressiona: seus três troféus estão espalhados entre janeiro de 2006 e janeiro de 2011. Já o talentosíssimo pivô croata arrebentou na edição passada, faturando dois em sequência em fevereiro e março.

2 – Guerra da Cisplatina! Argentina, Brasil e Uruguai têm a mesma quantia de jogadores na Euroliga 2014-15: um par cada. Por essa você não esperava, né? Marcelinho Huertas (Barça) e João Paulo Batista (Limoges) fazem as vezes dos tupiniquins, enquanto Nocioni e o enjoado Facundo Campazzo representam os argentinos pelo Real Madrid. O espírito charrúa fica por conta do imortal Esteban Batista (Panathinaikos) e do armador Jayson Granger (Málaga). Obs: o jovem ala-pivô brasileiro Daniel Bordignon pertence ao Baskonia, mas foi emprestado para o Navarra, da Liga Adecco Oro, segunda divisão espanhola.

0 – O Cedevita Zagreb é o único time de todo o campeonato que não conta com nenhum jogador dos Estados Unidos em seu plantel. Em meio aos croatas, o único estrangeiro sob a orientação de Jasmin Repesa é o bósnio Nemanja Gordic, se é que isso pode ser considerado um forasteiro.


Cartola do Thunder quebra barreira e contrata técnico sérvio para filial
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Giancarlo Giampietro

Criado sob as asas de RC Buford e Gregg Popovich em San Antonio, Sam Presti viu o Spurs se estabelecer como um modelo de gestão da NBA na década passada. A ponto de, a cada ano, seus concorrentes buscarem em seus escritórios as cabeças pensantes que possam renovar suas operações.

Darko Rajakovic, novo técnico do Tulsa 66ers

Da Espanha para a D-League: Rajakovic

Agora ele vai criando a sua própria escola. Nesta quarta, o Yahoo Sports norte-americano divulgou que cartola chegou a um acordo para contratar o sérvio Darko Rajakovic para ser o treinador da filial de D-League do Oklahoma City Thunder, o Tulsa 66ers.

Aguardando apenas a conclusão de seu processo imigratório, Rajakovic está prestes a se tornar, desta forma, o primeiro estrangeiro a assumir o comando de um clube da liga de desenvolvimento – e, desta forma, ligado à NBA.

Não é de se estranhar, considerando a franquia de onde o gerente geral saiu, uma das que mais investiu em estrangeiros na década passada. Foi seu pedigree de Spur, aliás, que motivou sua própria contratação pelo Oklahoma City, então Seattle Supersonics, em 2007. Desde então, Presti virou um símbolo por si só de como um dirigente deveria agir ao reformular sua equipe, considerando que ele levou sua equipe de pior campanha a candidato ao título em três, quatro anos.

Ele pode ter dado a sorte com a preferência do Blazers por Greg Oden, em vez de Kevin Durant, mas suas escolhas seguintes de Russell Westbrook, James Haden e Serge Ibaka são inquestionáveis. Assim como a condução se sua folha salarial, com a paciência para montar o time, ainda que um ou bom aparente bom negócio tenha sido descartado em prol de uma visão a longo prazo.

Todos esses movimentos deram a Presti uma carta branca para agir do modo que quiser, tomar a decisão que bem entender. Como apostar num sérvio para guiar os jogadoers mais jovens ligados ao seu clube e que passarão um tempo em Tulsa. Aos 33, Rajakovic estava no Torrelodones, da Espanha, elogiado justamente por seu trabalho no desenvolvimento de atletas.

Ettore Messina trabalhou na campanha passada como consultor de Mike Brown em Los Angeles e viu de perto uma temporada insana nos bastidores para o Lakers e se mandou para a Rússia. Também sérvio, Igor Kokoskov é assistente do Phoenix Suns e trabalha na liga há 12 temporadas, sendo o primeiro europeu contatado para um cargo integral de comissão técnica na liga.

Mas Rajokovic é quem primeiro cruza fronteiras para ser o chefe, ainda que na liga menor.

Teriam Presti, Bryan Colangelo, Popovich – na hora da saideira – ou outro dirigente a coragem de entregar seus times principais na mão de um estrangeiro, um europeu? Quanto maior o contato e o intercâmbio entre os dois continentes, é provável que um dia aconteça.

*  *  *

Petrovic e Karl em Madri

George Karl teve o privilégio de dirigir Drazen Petrovic pelo Real Madrid

Também não é muito comoum ver a rota oposta: norte-americanos com selo de NBA dirigindo clubes da Europa. Dois vêm na cabeça agora.

O primeiro seria George Karl, sabiam? Depois de dirigir Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors nos anos 80 e não ter muito sucesso, o hoje treinador do Nuggets comandou o Real Madrid em duas temporadas, revezando-se com o Albany Patroons da CBA.

Ídolo de infância de Kobe Bryant na Itália, Mike D’Antoni começou como técnico no basquete de lá, trabalhando no Milano e, depois, no Bennetton Treviso.


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