Lakers já entra em contato com Phil Jackson. Agora depende do Mestre Zen
Giancarlo Giampietro
As despedidas de Phil Jackson do Lakers têm duas coisas em comum: foram bastante turbulentas e duraram pouco.
Ou melhor: podem durar pouco.
Neste sábado o LA Times já publica que a franquia entrou em contato com o Mestre Zen . “Eles estão tentando contratá-lo feito malucos”, diz uma fonte anônima (o agente? Jeanie Buss? Derek Fisher? Arnold Schwarzenegger? Vai saber. De todo modo, a frase é boa e a gente encaixa aqui). Ainda não fizeram uma proposta concreta, ainda fica no campo da sondagem, mas já conta como um primeiro, e importantíssimo passo, para preparar mais um retorno triunfante ao comando de uma nova versão de seu elenco estelar.
O passo mais importante, na verdade: ninguém vai duvidar que ele seja a pessoa certa – e mais preparada, em todos os sentidos – para o cargo, dinheiro não é o problema, a torcida já pediu, os jogadores se animaram etc. etc. etc. Mas o que precisa ser tirado do caminho é a guerra tola de egos e mostrar que a franquia (leia-se “Jim Buss”) está pronta para recebê-lo de braços abertos. Isso depois de ter demitido todos os assistentes, scouts e, se bobear, os gandulinhas ligados ao professor em 2011. A ideia era promover uma mudança completa, num expurgo de qualquer influência do passado recente. Que agora pode virar o futuro.
(Tudo o que liga o clube ao técnico tem a ver com a expressão trocadilhosa “A volta dos que não foram”, é tudo meio confuso, contraditório, num clima de “ame ou odeie” assim mesmo).
Segundo o Times, Jackson não deixou de acompanhar o Lakers de perto e está interessado no cargo novamente. “Ele nunca se afastou do jogo”, dizem as fontes anônimas. Então dá para imaginar Jackson em suas pescarias com Luc Longley sempre com o iPad ligado, plugado com o League Pass conectado, né?
Hã… Também não chega a tanto.
De todo modo, em carecia disso. Uma mente brilhante, devota ao jogo como a do treinador mais vitorioso da história da liga não precisa de muito empurrão, combustível para engrenar e botar um plantel como o do Lakers para funcionar.
Segundo consta, a diretoria angelina pretende definir o substituto de Mike Brown em “quatro ou cinco dias”. Algo rápido. Se Jackson, por alguma razão, não topar o retorno, Mike D’Antoni seria o plano B, devido a sua ligação com Nash, o respeito de Kobe e também pelas poucas opções disponíveis no mercado.
Mas a prioridade parece – e deveria ser – Jackson. Seu salário de US$ 10 milhões em seu último ano de contrato equivaleria a 8,3% do contrato anual de TV que o clube tem em Los Angeles. Para rearranjar um time desconjuntado, seria uma barganha. Mesmo que já estejam pagando mais US$ 10 milhões para Mike Brown sem empregá-lo (e que ninguém sinta pena do demitido, aliás).
“Conhecendo-lo do jeito que sei, acho que é só uma questão de saúde. Ele é um perfeccionista, todos sabemos disso. Se ele se sentir pronto para isso, para dar o que ele acha que tem de dar aqui, acho que ele estaria interessado”, afirma Kobe. “Ele ensina os jogadores a serem pensadores. Ele ensina as pequenas nuanças, os detalhes intrincados do jogo que nem todos sabem. Não é culpa do restante, mas, quando falamos de basquete, ele está na classe dos gênios. É difícil para qualquer um assumir uma responsabilidade dessas depois que os jogadores foram cultivados sob uma tutela dessas”, completou o astro.
Tudo parece fazer muito sentido para não tentar essa via, a via Zen outra vez.