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O Fantástico Mundo de Ron Artest: “O maior engima”
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Giancarlo Giampietro

Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.

E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.

As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.  Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.

Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura  –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.

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Pete Carril, 82, é considerado o patrono do sistema ofensivo de Princeton, embora não seja certo de que ele tenha criado essa linha de ataque que foi empregada com excelência pelo Sacramento Kings no início da década passada. Por que Princeton? Foi a universidade na qual Carril trabalhou de 1967 a 1996, coordenando seu time de basquete. Depois, passou a trabalhar no clube instalado na capital californiana, integrando a comissão de Rick Adelman, hoje treinador do Minnesota Timberwolves.

Em sua vasta experiência, trabalhou com centenas de jogadores liderados, entre eles o inestimável Ron Artest, o Metta World Peace, que atuou pelo Kings entre 2006 e 2008.

Em entrevista ao site da Sports Illustrated, um dos crânios do basquete discorreu sobre Ron-Ron, refletindo sobre sua complexidade. Não falta assunto, mesmo, nesse caso. “É o maior enigma que já vi porque eu realmente gosto desse cara”, afirmou. “Gosto bastante dele. Eu o via com seus garotos, e seus filhos o idolatravam. Eles vinham depois do jogo pedir refrigerante, se agarravam a suas pernas, era incrível o quanto eles se amavam. Então eu ficava me perguntando: este cara ama essas crianças e eles o amam, então porque ele não pode ser diferente como um jogador?’ O que o leva a fazer as coisas malucas que ele faz?”

Carril relembra: no momento em que o Kings trocou Peja Stojakovic por Artest, o Kings subiu de 29ª defesa da liga para 16ª. Tudo com uma simples substituição, estando o ala, então, em seu auge físico, quando tinha a força para cuidar de adversários maiores e ainda era ágil o suficiente para se posicionar diante de Kobe Bryant.

Pete Carril, Princeton

Artest pode deixar um Carril maluco

Feito o ponto, ele, então, arrisca uma tese que, depois de ouvida, parece a coisa mais óbvia para entender o que motiva Ron-Ron a praticar o lunatismo: “Ele tem de saber que vai receber o crédito pelo que ele faz”.

Não bastaria, então, o salário acima da média da liga e o respeito de seus oponentes. “Ele deve ser um desses caras que acha que não recebe o devido reconhecimento. E reconhecimento no mundo de hoje é algo muito, mas muito forte. Hoje não existem mais caras que tiveram ótima performance no nível mais alto, mas fazendo isso de modo quieto. Esses não existem mais. Agora temos os que fazem barulho”.

Só acontece de Artest fazer um pouco mais de barulho que os outros.

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Com a contratação de Eddie Jordan como assistente de Mike Brown, o Lakers pode adotar o modelo Princeton de ataque. É um sistema que pode muitos jogadores versáteis em quadra e que, de alguma forma, pede que o conceito de posições seja abolido em quadra. Nos tempos de Kings, por exemplo, Vlade Divac ou Brad Miller poderiam dar mais passes para cesta do que o ‘armador’ Mike Bibby. Chris Webber tinha liberdade para explorar todos os seus inúmeros talentos. No elenco atual do Lakers, Pau Gasol parece ser uma peça perfeita para isso. Artest também é uma boa pedida. Steve Nash (acostumado a ter a bola em mãos), Kobe (idem), Dwight Howard (não exatamente o exemplo de um grande passador e arremessador)? Precisamos ver.


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