Vinte Um

Arquivo : Kobe Bryant

Cartolas apontam Miami como grande favorito ao título e LeBron como o melhor da NBA
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Giancarlo Giampietro

Não um, mas dois, mas três...

Não adiantou o Los Angeles Lakers contratar Dwight Howard e Steve Nash de uma vez, não. Em sua pesquisa anual com os 30 gerentes gerais de suas franquias, o site da NBA constatou que esses dirigentes ainda consideram o Miami Heat como o grande candidato ao título da próxima temporada.

A equipe da Flórida recebeu 70% dos votos na enquete. O Lakers ao menos tem o consolo de ser um dos outros dois clubes mencionados, com 23,3%, superando os 7,7% do Oklahoma City Thunder, atual campeão do Oeste, que o eliminou nos últimos playoffs.

A enquete também constata uma clara elevação no status do astro nos bastidores da liga.

Dãr.

Nada como um título.

Depois de sua atuação dominante no campeonato empastelado graças ao locaute, LeBron James foi votado por 66,7% dos cartolas como favorito ao prêmio de MVP de 2013 (mesma votação de Kevin Durant no ano passado, diga-se) – 20% foram com Kevin Durant, 16,7%, com Dwight Howard e 6,7%, com Chris Paul.

LeBron no auge

Agora, sim, LeBron é o rei da NBA para os gerentes

Quando questionados sobre qual atleta eles gostariam de ter para começar as operações de uma franquia, 80% responderam seu nome, contra 16,7% de Durant e 3,3% de Howard. Em 2011, a pesquisa teve um empate entre Durant e James, com 37%. LeBron também foi eleito como o jogador que mais força os técnicos fazerem ajustes em seus sistemas para tentar conter (50%) e o melhor ala da liga (73,3%) – algo relativo, considerando as tantas funções que o craque desempenha em uma partida.

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Na eleição posição por posição, Chris Paul bateu forte concorrência para ser apontado como o melhor armador, com 69%, seguido por Derrick Rose (20,7%), Rajon Rondo (6,9%) e Tony Parker (3,4). Rose havia vencido em 2011 com 59,3%.

Kobe Bryant ganhou como melhor shooting guard: 66,7%, diante de 23,3% de Dwyane Wade, que certamente não gostou nada, nada do resultado.  Durant e seu companheiro de Thunder, James Harden, e Manu Ginóbili foram outros lembrados.

Entre os alas-pivôs, outro posto com diversos candidatos, Kevin Love brilhou com 30%, de modo até surpreendente, dado o conservadorismo que costuma predomuniar nas diregções dos clubes. O segundo foi Dirk Nowitzki, com 23,3%, enquanto LeBron  teve 16,7%, LaMarcus Aldridge, 10%, e Kevin Garnett e Blake Griffin, 6,7% – Tim Duncan e Pau Gasol também figuraram na liga.

Por fim, Dwight Howard liderou com folga (93.3%), mas houve dois dirigentes que apontaram aquele que ele substituiu em Los Angeles, Andrew Bynum, reforço do Philadelphia 76ers.

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Entre os brasileiros, Tiago Splitter foi citado em uma de suas perguntas, recebendo um voto quando os gerentes gerais foram questionados sobre qual jogador estrangeiro da NBA teria o desempenho, digamos, mais surpreendente na próxima temporada. Neste quesito, quem levou recebeu mais votos foi o jovem pivô Jonas Valanciunas, do Toronto Raptors (17,2% ou seis).

Kobe, decisivo?

Kobe é outro que não vai gostar muito da pesquisa

Já Anderson Varejão aparece em duas questões, com um voto em cada: “Quem faz mais considerando habilidades naturais limitadas?” e “Quem é o jogador mais durão da liga?”. Engraçado que o capixaba é um jogador extremamente atlético ao seu modo. Pode não ter a força física ou estar longe da impulsão de um Howard ou Blake Griffin, mas é muito veloz, ágil e coordenado. Essa discrepância mostra um pouco como alguns diretores enxergam o jogo.

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Para fechar, claro, os tiros no estouro do cronômetro. Pela primeira vez em muitos anos, Kobe Bryant não foi o mais votado quando perguntados sobre qual atleta gostariam de ver com a bola nas mãos para fazer o arremesso decisivo de um jogo. Dessa vez deu Kevin Durant, com 46,7%, contra 40% do veterano. Carmelo Anthony teve 6,7%. Chauncey Billups e LeBron tiveram um voto cada.

Clique aqui para conferir todas as perguntas da gigantesca enquete que o NBA.com elabora. Sempre muito divertido de conferir.


Dwight Howard estreia bem pelo Lakers, mas não evita 6ª derrota na pré-temporada
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Giancarlo Giampietro

Manchete no Lakers.com

Falta em Howard: como nos tempos de Shaq, é bom que o Lakers se habitue com isso

Acabou a espera, mas não cessaram as derrotas.

Dwight Howard chorou e fez sua primeira partida pelo Lakers na noite deste domingo em derrota para o Sacramento Kings por 99 a 92 em amistoso disputado no Staples Center. Essa foi a sexta derrota em seis compromissos da equipe angelina pela pré-temporada.

“Eu, na verdade, chorei um pouco. Durante o anúncio dos times titulares, um de meus companheiros me flagrou, então tentei esconder, mas estava empolgado. É realmente algo que emociona, porque não ia para a quadra há um tempo. Não sabia o que esperar, mas é uma experiência que põe as coisas em ordem”, disse.

Por mais que se diga que a pré-temporada pouco importa em termos de resultados, isso não impede que a rapaziada em Los Angeles já comece a querer entrar em pânico – afinal, até o Charlotte Saco de Pancadas já venceu a sua. Porque é deste modo que as coisas acontecem entre os torcedores do clube.

Mesmo que Howard não tivesse participado dos cinco reveses anteriores. Que os titulares tenham jogado pouco mais de 20 minutos na maioria deste compromissos. Que o time esteja instaurando um novo sistema ofensivo, e com uma série de novos atletas, entre eles um cara como Steve Nash, que, comparado com Derek Fisher, Steve Blake e, opa!, Smush Parker, muda consideravelmente a dinâmica do que acontece em quadra. Leva um tempo para tudo isso se acomodar.

O quinteto reserva pode ser extremamente frágil, sim – ontem jogaram Chris Duhon, Meeks (aquele que pegou a suposta vaga de Leandrinho), Devin Ebanks, Antawn Jamison e Robert Sacre (que vai dar lugar a Jordan Hill, uma boa melhora, mas não exatamente decisiva). Mas durante a temporada regular seus minutos serão regulados, e alguns dos integrantes da estelar formação titular serão mesclados aqui. Fique tranquilo, que o Lakers não vai entrar com um time desses num quarto período de partida oficial contra o Oklahoma City Thunder. (Ainda que, ontem, nos minutos finais estivessem jogando os titulares de LA e os reservas da capital californiana. Oooops.)

Com Howard, o clube tem a certeza de que conta novamente com um superpivô em suas fileiras. Depois de meses e meses parado por conta de uma cirurgia nas costas, ele voltou com tudo contra o Kings, com 19 pontos, 12 rebotes, 4 tocos e 2 assistências em 33 minutos, tendo de lidar com o colosso que é DeMarcus Cousins (16 pontos, 6 rebotes e 4 bolas recuperadas).

A defesa de Mike Brown ganha uma nova dimensão ao se rodear em torno de Howard, um atleta de primeiro, mas primeiro mesmo, time, capaz de cobrir seus companheiros num relance, protegendo o aro e intimidando os adversários com suas decolagens e trancos. Com ele em quadra no domingo, a equipe teve saldo positivo de cinco pontos, na verdade, enquanto Nash, Kobe e Ron Artest e seu fantástico mundo tiveram +7.

“Perdemos o jogo, mas há muitos pontos positivos para tirar, e vamos seguir melhorando. Vamos nos entrosar e começar a ler o jogo de cada um de uma forma melhor, mas neste momento ainda estamos cedo no processo”, disse Howard.

Para tentar, de todo modo, vencer uminha que seja, a estelar equipe tem mais dois amistosos pela frente: quarta-feira contra o Clippers e quinta novamente contra o Kings. Howard deve participar de apenas um desses jogos, por precaução da comissão técnica.

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A principal missão defensiva de Howard deverá ser fazer a cobertura de Steve Nash. O genial armador pode contribuir muito no ataque para organizar tantas armas, mas na defesa ele pode significar até mesmo uma piora em relação ao que Fisher, Blake e Ramon Sessions ofereciam. Contra o Kings, os baixinhos de lá fizeram a festa: foram 31 pontos somados entre Isiah Thomas, Aaron Brooks e Jimmer Fredette. Aliás, o técnico Keith Smart tem uma decisão intrigante pela frente – se é que algo pode ser intrigante quando estamos falando de Sacramento: como encontrar tempo de quadra para os três jogadores ou quem escolher como carregador de toalha e gatorade durante a temporada.


Bynum, aquele que preferiu sair de Los Angeles
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Giancarlo Giampietro

Aos poucos, o futebol, nosso futebol, ganha um status cult entre os jogadores da NBA, e a presença cada vez maior de atletas de fora do país. No Lakers, Kobe Bryant começou a acompanhar Pau Gasol nessa. Andrew Bynum também começou a gostar da coisa – adiou até mesmo uma cirurgia no joelho para ver a Copa do Mundo da África do Sul de perto.

Kobe e Gasol são Barcelona.  Bynum preferiu adotar o Real Madrid.

Bynum, do Philadelphia 76ersPara o universo em torno do Lakers, jornalistas inclusos, o pivô sempre foi um tanto enigmático, difícil de compreender. Profundamente imaturo x apenas aprendendo, desinteressado x tranquilo, passivo em quadra x alienado por Kobe. Até mesmo um Phil Jackson, o Mestre Zen, teve dificuldade de decifrá-lo e não conseguiu extrair, consistentemente, o melhor basquete do pivô.

Que é o que o exigente Chris Collins espera fazer agora pelo Philadelphia 76ers. Para onde o gigantão foi trocado, sem sentir o menor remorso, mais uma vez na contramão do que geralmente se vê na liga. É de esperar, oras, que os atletas queiram ir para Hollywood e, não, sair de lá.

Na Costa Leste, Bynum vai estar pertinho de casa (New Jersey), o que lhe agrada bastante. Em sua apresentação, durante a semana, foi aclamado por uma legião carente de torcedores do Sixers. Essa rapaziada já vibrou com Julius Erving, Moses Malone, Charles Barkley e Allen Iverson e, nos últimos anos, precisou se confortar com Andre Iguodala, que é um belo jogador, mas não alguém que fosse vender muitos ingressos ou elevar a equipe a um padrão de candidato ao título. Agora eles abraçaram o pivô como esse atleta.

Para o ex-angelino, no fim, é isso o que mais importa. Ser o dono, a referência de uma equipe, aos 24 anos, sete anos depois de ter entrado na liga como o jogador mais jovem da história, vindo direto do colegial para ser escolhido em décimo, de modo visionário e ousado, pelo Lakers.

“Vejo isso como uma oportunidade de assumir o time e ser ‘O Cara’ e avançar com minha carreira. Algumas metas pessoais seriam mais realistas de se obter aqui”, disse Bynum. “Quero ver o quão longe posso levar uma equipe”, afirmou.

Phil Jackson e Andrw Bynum

Nem o Mestre Zen captou a essência de Bynum

O jornalista-escritor Roland Lazenby, que está biografando Michael Jordan neste exato momento e tem boas fontes em Los Angeles, acredita que o pivô está pronto para estourar. “Ele é um homem inteligente. Ele é um jovem inteligente e não apenas por assim dizer. Temos gente brilhante no basquete e gente brilhante. Andrew Bynum é brilhante”, afirmou.

Bynum pode se distanciar, então, da NBA mundana por seu intelecto? Assim como o próprio Phil Jackson fez nos anos 70, caindo de cabeça na contracultura? Não é todo dia que algum jogador vá citar uma frase do general George S. Patto (sim, aquele do filme), célebre na cultura militar norte-americana. Questionado se ele poderia sentir a responsabilidade em Filadélfia, ele respondeu que: “A pressão gera dimantes”.

Ao mesmo tempo, ainda estamos falando do mesmo jogador que pode cometer lances estúpidos como estes do vídeo abaixo, em que se descontrola e desce a marretada em jogadores menores de modo desleal. Seu progresso pelo Sixers já é, desde já, um dos temas da próxima temporada da NBA.


Falatório olímpico: a volta da hegemonia norte-americana
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Giancarlo Giampietro

A campanha olímpica na boca dos protagonistas. Amanhã voltamos com declarações de argentinos, espanhóis, franceses e um canhoto bom daqueles.

“É o coração que primeiro é provado,  e estou feliz que temos um monte de grandes corações na nossa equipe”, LeBron James, bicampeão olímpico.
>> Um tanto cafona, ok, mas só mostra a reviravolta por que passou a vida deste sujeito. Em agosto de 2011, era a pessoa mais achincalhada do esporte. Agora pode falar com propriedade sobre como ser campeão, coração de guerreiros, física nuclear, sistema público de saúde norte-americano etc.

LeBron, no auge“Ele é o melhor jogador e o melhor líder. Não tem jogador mais esperto que ele no basquete hoje em dia”, Coach K, sobre LeBron.
>> Nada bobo o técnico norte-americano, reforçando seu vínculo com aquele que deve dominar a NBA não apenas nos próximos dois anos, como no terceiro, quarto, quinto… 😉

“Sou jovem! Só tenho 28”, Carmelo Anthony, sobre a possibilidade de jogar no Rio-2016.
>> LeBron está em dúvida, mas contem com o Melo, que disputaria um recorde de quatro Olimpíadas caso marque mesmo sua passagem para a Cidade Maravilhosa. O ala do Knicks certamente é um dos astros da NBA que mais se diverte nos torneios da Fiba.

“Já deu para mim. Quatro anos é muito tempo. Os caras mais novos vão assumir no Rio e talvez eu esteja lá para torcer por eles”, Kobe Bryant, ancião.
>> O Laker terminou o torneio jogando bem, depois de algumas apresentações questionáveis, que criaram histeria entre os setoristas norte-americanos no Twitter. Na NBA desde 1996 (!!!), com uma rodagem nos joelhos (costas, tornozelos, pulso, dedo, cotovelo…) de Brasília amarela modelo 1981, é hora do bom e velho Kobe dar uma descansada mesmo e fazer aquilo que ele curte, e muito: prestigiar os compatriotas nas arquibancadas, voltando de trem para casa.

“Grande jogo… A Espanha sempre nos empurra até o limite, mas os EUA são os melhores”, Dwyane Wade, em tweet imediato ao bicampeonato olímpico.
>> A lesão no joelho tirou o jogador de Londres, mas ninguém ia reparar. Com muitos desfalques, a equipe norte-americana ainda é uma força evidentemente superior.

“Chegamos perto, mas você tem de jogar praticamente uma partida perfeita contra eles para poder vencê-los em 40 minutos. Eles são talentosos, têm muitas habilidades e podem fazer cestas sem aos montes”, Pau Gasol, duas vezes prata nas Olimpíadas.
>> O pivô espanhol não tem muito a ver com Rudy Fernández e é um dos caras mais legais do basquete. Jogou barbaridades na final, mas ainda assim não foi o suficiente para desbancar os americanos, apesar do susto.

“É pesada, é uma medalha grande”, Andre Iguodala, com o peito dourado.
>> O (agora) ala do Denver Nuggets nos abre a possibilidade de resgatar a metáfora clássica do mundo dos quadrinhos, reforçada no primeiro Homem-Aranha de Sam Raimi: “Grandes poderes, grandes responsabilidades”. O ouro é pesado para carregar, mas o Team USA parece bem encaminhado para lutar pela extensão de sua hegemonia

Kobe e Oscar Schmidt

Kobe jogou na Europa, admirando de perto um Oscar Schmidt no auge

“Não” e “Não estou certo se sei tudo do jogo, mas eu sei mais que eles”, Kobe Bryant.
>> Duas respostas tipicamente de um Kobe Bryant ao ser questionado se 1) ele poderia aprender alguma coisa com os companheiros mais novos e 2) se, no fim, ele já manjava tudo de basquete, mesmo. Sensacional. Velha guarda, com orgulho.

“Sou extremamente sólido em meus fundamentos. Isso vem de ter crescido fora dos Estados Unidos. Se você olhar para a maioria dos caras aqui, eles fazem as coisas a partir do drible. Eu fico muito confortável numa posição em que possa atacar de três maneiras diferentes. É muito confortável para mim fazer fintas, usar o passes de jab e trabalhar com os pés. Quando estava crescendo, no meu clube nós tínhamos treinos em que você literalmente não poderia fazer o drible durante toda a sessão”, Kobe Bryant.
>> Sem mais. Ou melhor: é sempre legal lembrar essa infância e adolescência diferentes que Kobe viveu, seguindo a carreira do pai pela Europa, onde idolatrou o armador Mike D’Antoni e babou pelas cestas de Oscar.

“É difícil explicar. Se você nunca fez isso em quadra, não saberia do que e eu estaria falando”, Carmelo Anthony.
>> Sobre os 37 pontos que marcou em mágica noite contra a Nigéria, recorde olímpico norte-americano em apenas 14 minutos de ação. Este número é realmente estarrecedor, e para sempre. Lembro de já ter feito uns 30 pontos num jogo de meia-quadra que durou aproximadamente umas 19 horas. (E isso vale para aqueles que acham que o blogueiro é o mauricinho que nunca pisou na quadra. Tenho provas! Hmpf!)

Coach K

Coach K não fez nada, claro

“Não estamos acostumados a ficar livres na NBA. Então, quando isso acontece a quem… É, tipo… Uau”, Kevin Durant.
>> Durant é um dos meus prediletos. Idade de moço, cara de moço, frases de moço. E ainda falta um apelido que faça jus ao seu talento e carisma. Força, Greg Oden.

“Nenhum. Você sacou tudo. Absolutamente nenhum. Saio todas as noites com minha família, bêbado feito um gambá. Espere só para me ver hoje de noite. Volto umas 6 da manhã e você está convidado para sair comigo. Nós apenas deixamos a bola rolar. É isso. Não sei como você descobriu isso”, Coach K.
>> Pê da vida e cheio de ironias, respondendo a uma pergunta bem deselegante – para dizer o mínimo – sobre se o seu trabalho não seria muito fácil com tanta gente boa seu dispor. Afe.

PS: como os brasileiros não falaram após a derrota para a Argentina, não vamos peneirar nada a respeito deles. Não faria sentido ter um começo, um meio, mas sem fim nesta seção. A cobertura do Bruno Freitas em Londres e do UOL Esporte dá conta do recado.


Na final, não tinha como evitar: ouro para os Estados Unidos
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Giancarlo Giampietro

Kevin Durant e LeBron James

Kevin Durant e LeBron James: “We’re togetha!”

A Espanha guardou tudo o que tinha para o fim. Juan Carlos Navarro, enfim, soltando bombas nas Olimpíadas – até que Kobe Bryant o vigiou no segundo tempo. Rudy Fernández estava para todos os rebotes ofensivos, trombando com os astros norte-americanos, tentando fazer cara de mau, cometendo 87 faltas. Seus atletas aprontaram um escarcéu danado com a arbitragem, reclamaram de tudo o que era marcado ou deixava de ser marcado. Queriam o ouro de qualquer jeito, naquele confronto que tanto esperavam – e evitavam. Mas na final não tinha para onde fugir.

Eles jogaram, enfim, o que sabiam, de acordo com o que se esperava a caminho do torneio, como a segunda grande força do basquete mundial e candidata a destronar os norte-americanos. Deixaram o ginásio estranhamente silencioso – quando o locutor histérico da arena permitia, claro –, tenso, irrequieto, com muito suspense: quem venceria??? Jogão.

Acontece que, do outro lado, o talento reunido era enorme, além de muito determinado e bem treinado. Uma artilharia incomparável, com três, quatro ou até cinco atletas espalhados pela quadra com potencial de acabar com a partida em um instante.

São 30 pontos de Kevin Durant, que nunca arremessou livre de três pontos tantas vezes em sua carreira, 19 de LeBron James, 17 de Kobe Bryant e, na hora de desafogar, mais 11 para Chris Paul, todos no segundo tempo. E pensar que ainda faltaram cestinhas como Dwyane Wade, Derrick Rose e Chris Bosh.

17 pontos para Kobe

17 pontos para Kobe

Com tanta gente boa, a defesa adversária não sabe muito o que fazer. Cobre de um lado, descobre o outro, e convive com um aproveitamento de 41% nos tiros de fora, com 45 pontos produzidos desta maneira. Abre sua defesa e permite as infiltrações dos mesmos atletas versáteis, com um aproveitamento de 58% no jogo interno. Chumbo grosso.

O que faltou aos Estados Unidos na final só foi uma defesa mais eficiente, mais intensa, a qual seus superatletas poderiam conduzir – ou será que até eles se cansam numa temporada extenuante dessas? Pode ser. Eles só conseguiram a separação no placar no início do quarto período depois de encaixarem seguidamente boas defesas que resultaram em desarmes. E, de todo modo, não se pode subestimar quem estava do outro lado, porém: a Espanha escalou muita gente habilidosa e experiente para cuidar da bola – foram apenas 11 desperdícios de posse.

Essa estabilidade ofensiva ajudou a alimentar o excepcional Pau Gasol. Que os torcedores do Lakers tenham assistido a esse jogo atentamente, para não se esquecerem do talento formidável de seu pivô. Firme, sem fugir do contato e, melhor, sem perder a cabeça, terminou com 24 pontos, 8 rebotes e 7 assistências. Sete assistências do pivô! Mais do que LeBron e Paul juntos.

Gasol tentou de tudo, mas não contou com a ajuda de seu irmão – esse, sim, mais desequilibrado no jogo, cometendo quatro faltas em 15 minutos de partida, privando a Espanha de sua cartada supersize. No fim, foram os Estados Unidos que venceram a batalha por rebotes, mesmo com Tyson Chandler limitado a oito minutinhos. Palmas aqui para Kevin Love (9 rebas), Durant (mais nove) e LeBron (com sete).

Jogando com esta gana e preparação, vai ser difícil que alguém os derrote. Agora são 62 vitórias e uma derrota na gestão de Coach K, e apenas uma derrota, a da semifinal para a Grécia de Theo Papaloukas e Sofoklis Schortsanitis. O técnico não segue mais com a equipe para o próximo ciclo olímpico, mas Jerry Colangelo fica por lá, com a estrutura mantida. Aí fica difícil de competir, não importando os atalhos que queiram tomar.

O Coach K se despede do Team USA

O Coach K se despede do Team USA

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LeBron James é o primeiro jogador desde Michael Jordan a vencer o título da NBA, com os prêmios de MVP da temporada e das finais, na mesma temporada em que conquista o ouro olímpico. Um ano incrível e redentor para o fenômeno, realmente.

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Kevin Durant terminou as Olimpíadas com 156 pontos em oito jogos, sendo o cestinha (no total) do torneio, batendo um recorde. Em média, Patty Mills foi o melhor, com 21,2 por partida, contra 19,5 do americano, que dessa vez não precisou carregar o time nas costas como aconteceu no Mundial de 2010.

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Na disputa do bronze, não deu o terceiro pódio seguido para nossos vizinhos. Ginóbili e Scola foram até o fim também (37,4 pontos por jogo para os dois, somados), mas não deu. Medalha para Rússia, e um talento como Andrei Kirilenko merecia a dele. Assim como o técnico David Blatt. Se temos nosso técnico argentino, precisou um norte-americano para reformular a seleção russa, realizando o potencial do país.

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A carreira de Anthony Davis, 19, começou bem, não? Um título universitário, quatro meses depois o ouro olímpico. Simbolicamente, a bola terminou em suas mãos. Que venha o futuro.


Alguém precisa se candidatar a herói olímpico?
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Giancarlo Giampietro

Vai cair, Leandrinho?

E vai cair?

Imagino que muita gente que frequenta estes aposentos um tanto esculhambados – o Vinte Um, que fique claro, e não a casa maior, sempre azeitada – deva também dar suas bandas por vizinhanças muito mais  glamorosas, como o ESPN.com americano. Lá, a galera deve ter tido contato com o blogueiro Henry Abbott, do True Hoop, que já fez a alegria e a fúria de muitos leitores com uma cruzada particular contra Kobe Bryant.

Não é exatamente um ataque pessoal contra o astro do Lakers, mas ele não deixa de dar suas estocadas no ala quando critica a cultura do que chama de “hero ball’ na NBA. Aquela coisa de, nos minutos finais de uma partida, abrir mão de qualquer sistema para que a bola fique isolada em um canto da quadra com a superestrela de cada equipe, que teria carta branca para decidir e matar o confronto – ou não.

Abbott resolveu fazer um extenso levantamento sobre o aproveitamento de Kobe nos minutos finais em lances decisivos para, supostamente, desconstruir o mito em torno do cestinha, que seria considerado o principal predador da liga nesse tipo de ocasião. De acordo com seus números, ele não seria nem o melhor, nem um dos cinco melhores, nem um dos 20 melhores. Sinceramente, dá preguiça de ir além no assunto: acho que as coisas não são podem ser julgadas só pelo mero aproveitamento de qualquer atleta. Precisa ver como foi cada chute e em que contexto ele aconteceu. A discussão vai longe – por que o capitão do Lakers seria, então, ainda, um dos jogadores mais temidos da liga, por atletas, técnicos e cartolas?

Mas todo esse preâmbulo serve para nós falarmos de seleção brasileira. E se o tema é “hero ball” e a equipe nacional, já dá para sacar aonde estamos chegando, né?

Leandrinho e os minutos decisivos da estreia contra a Austrália.

Com cerca de dois minutos para o fim, por duas posses de bola seguidas, o Brasil se contentou em entregar a bola nas mãos de Leandrinho para deixar que o ala resolvesse a parada. Leandrinho seria o herói da vez. E não dá para concordar com isso.

Kobe Bryant no último segundo

Se nem Kobe pode… Vai quem?

Se há gente que conteste esse tipo de armação até mesmo para um Kobe – ou um Ginóbili, um Gasol, um Tony Parker –, não posso nem arriscar os impropérios que o Mr. Abbott soltaria diante da ocasião em que o até agora desempregado Leandrinho decide/é colocado para jogar contra a rapa.

Não que ele não tenha condição de criar algo: o ala tem um bom chute de três pontos e ainda parte para a cesta com um primeiro passo explosivo acima da média. O problema é o que acontece no meio do caminho. Invariavelmente, o ligeirinho toma decisões equivocadas com a bola, esbarrando em postes no garrafão ou queimando bolas de três pontos absurdas de forçadas, como fez neste domingo, com pouco menos de 50 segundos para o fim e sua equipe vencendo o jogo por quatro pontos.  Foi um chute que me remeteu na hora para 2007, em um daqueles fatídicos duelos Brasil x Argentina no Pré-Olímpico de Las Vegas, no qual ele ignorou o corta-luz de Nenê para chutar a uns bons oito metros de distância. Saiu uma tijolada desgovernada.

Então, se não for ele, vai quem?

Acho que não há resposta para essa pergunta. Na real, ela nem deveria ser feita.

A equipe brasileira tem um ótimo elenco, com muitos jogadores competentes para executar diversas tarefas, mas o que não temos é este sério candidato ao “hero ball”. Então, em vez de contar com anomalias, o recomendável talvez seja partir para quadra com um cenário em que Huertas e Magnano pudessem determinar qual a melhor opção para aquele momento. Tudo vai depender do rival, sua quantidade de faltas individuais e coletivas, quem do seu lado está com a mão quente e outras tantas alternativas. Tudo de acordo com o que o jogo propõe, mas baseado em ações em conjunto.

É muito mais razoável do que tentar glorificar ou crucificar um só atleta.

Leandrinho, no caso.

*  *  *

O mercado da NBA já deu uma bela esfriada, e até agora não há sequer um rumor lá fora que envolva Leandrinho. Muitos jogadores de sua posição já se arrumaram. Caras como Ray Allen, Eric Gordon, Shannon Brown, OJ Mayo, Courtney Lee, Jason Terry, Randy Foye, Lou Williams, Ronnie Brewer, Nick Young etc.

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Batendo na mesma tecla: o veloz ala rende muito mais quando envolvido em movimentações em que receba a bola em boas posições para dar o bote. Depois de um corta-luz, um corte por trás o marcador etc., a coisa funciona muito melhor do que simplesmente isolá-lo na quadra para que crie algo por conta. Recebendo a bola em movimento, a caminhoa da cesta, ele pode usar sua explosão com muito mais eficácia, para passar pela defesa como um legítimo “Vulto Brasileiro” (seu apelido na liga em 2006, 2007 e agora esquecido). Próximo da cesta, seu aproveitamento é bem superior ao de média para longa distância.


Atiçados, EUA promovem blitz em último amistoso e atropelam a Espanha
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Giancarlo Giampietro

A Espanha provocou.

A torcida e os reservas vibravam com as andadas marcadas contra Kobe Bryant. Serge Ibaka, reforço contratado no ano passado, cravava e fazia pose no garrafão. Cabreiro, Kevin Durant não se conformava e amassava o aro. LeBron James também se precipitava e cometia turnovers. Coach K parava o jogo por precaução.

Oito pontos de vantagem contra os norte-americanos?

Vamos!

E foram, mesmo. A Espanha ainda venceu o primeiro quarto por 23 a 21, mas os Estados Unidos voltaram mudados para quadra e concluíram sua série de amistosos pré-olímpicos com mais uma vitória em Barcelona: 100 a 78 (vantagem bem mais largo do que fizeram contra Brasil e Argentina). Jogaram duro até o fim e só se contentaram quando chegaram ao placar centenário.

Carmelo Anthony, Team USA

Carmelo queimou a redinha no 1º tempo

Depois do tempo de Krzyzewski, começou a blitz. Sai Chris Paul, entra Deron. Entra Russell Westbrook. Entra Andre Iguodala. Volta Durant. Volta Kobe. Não para: a pressão fica absurda em cima da bola.

No ataque, equilibrando a balança, Carmelo Anthony, que vinha sendo questionado, só não fez chover no ginásio catalão. Marcou 22 pontos só no primeiro tempo, contra 25 do restante dos seus companheiros, para colocar os visitantes na frente. Não perderiam a liderança nunca mais. É complicado: quando não é Durant, vem Anthony. Quando não tem Anthoy, vem James. E segura.

No terceiro quarto, com um inefetivo Tyson Chandler preso no banco e os três alas-pivôs escalados – Durant, Melo e LeBron –, a diferença chegou a 20 pontos.

Para não ficar tão feio assim, o técnico Sergio Scariolo enfim começou a mexer seus pauzinhos. Passou a defender por zona, com as pestes chamadas Victor Sada e Sergio Llull na cabeça do garrafão, devolvendo um pouco a pressão na linha de passe. Por um tempo, os americanos, agora só com reservas em quadra, se enroscaram, e a vantagem caiu um bocado.

Quando iniciou o quarto final, com a cavalaria de novo a postos e Scariolo retirando sua defesa por zona (que só retornou nos minutinhos finais, para mais testes), o jogo já estava no papo. O amistoso, pelo menos.

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O segredo do técnico Sergio Scariolo, que dirige a Espanha? Guardou Marc Gasol a partida toda novamente. O pivô do Memphis Grizzlies está com esse problema físico há um bom tempo, pode ser sério, mas e se for jogo de cena? De modo que os EUA ainda não sabem o que é enfrentar a Espanha com Ibaka e os irmãos Gasol na rotação. Felipe Reyes, envelhecido, foi presa fácil.

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De resto, difícil acreditar que a Espanha tenha tirado tanto o pé assim. Perder em casa desse jeito não seria a melhor despedida antes de partir para as Olimpíadas, por mais que os irmãos Gasol tenham dito ao New York Times na véspera que não iam mostrar tudo. “Kobe não gosta de perder para ninguém, mas eu gostaria de deixá-lo vencer amanhã e derrotá-lo em Londres. Isso seria o ideal”, afirmou Pau.

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LeBron não cansa de surpreender. Impressionante: em alguns momentos marcou Pau Gasol, no mínimo cinco centímetros mais alto e bem mais comprido, no mano-a-mano, sem ajuda, no centro do garrafão, sem perder posição. Do outro lado, quando os dois se enfrentaram, não houve como o pivô do Lakers parar na frente do trator do Miami Heat.

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Vamos combinar: a partir de agora, quando o Coach K colocar em quadra Westbrook, Durant, LeBron e Carmelo ao mesmo tempo, vamos chamar aqui de Team Freak, ok? O ritmo fica alucinante, com Deron ou Paul armando.


EUA atropelam Grã-Bretanha, mas cuidado com a informação
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Giancarlo Giampietro

Essa vai “para o pessoal que acompanha muito o basquete e para os que não acompanham tanto” – e para os que tiveram a chance de acompanhar pela TV fechada o amistoso entre Grã-Bretanha, nossa adversária de primeira fase nos Jogos de Londres-2012, e os Estados Unidos.

Devido a imprevistos aqui no QG 21, conseguimos pegar a transmissão apenas pela metade, do início do segundo tempo adiante. Mas foi o suficiente para colher algumas informações que merecem retificação:

Chris Mullin, Warriors

Mullin chutava demais, mas foi Bird quem venceu vários torneios de três pontos. Foi ele quem defendeu o Pacers

– o New Orleans Hornets teve a primeira escolha do Draft deste ano, mas isso não quer dizer que eles fizeram a pior campanha da temporada passada. Foram os últimos no Oeste, mas superaram Charlotte Bobcats, Washington Wizards e Cleveland Cavaliers no geral. Isto é, nem sempre o pior time do campeonato vai ficar com a melhor escolha do Draft: ele é simplesmente aquele que tem mais chances de pular para primeiro;

– Kobe Bryant não foi o primeiro do Draft em seu ano – saiu em 13º – e não foi escolhido pelo Lakers. Quem fez a seleção foi o então Charlotte Hornets, que depois o repassou para a franquia californiana em troca do pivô sérvio Vlade Divac. Ok, podemos até aceitar que já estava tudo acertando entre as franquias, mas, pelo modo que foi colocado, deu a impressão de que a poderosa franquia havia naufragado no campeonato anterior e, por isso, ganhou o espetacular ala como recompensa. Não foi isso;

– Chris Mullin era um exímio chutador de longa distância, especialmente da zona morta, mas nunca venceu sequer uma disputa do torneio de três pontos do All-Star Game da NBA. Seu companheiro de Dream Team, Larry Bird, faturou as três primeiras edições do evento;

– Christian Laettner, único jogador universitário selecionado para o Dream Team original, jogou por Minnesota Timberwolves, Atlanta Hawks, Detroit Pistons, Washington Wizards, Miami Heat e até pelo Jacksonville Giants, da ABA, mas nunca pelo Indiana Pacers. Chris(topher) Mullin, sim, atuou pelo Pacers na final de sua carreira;

– Russell Westbrook é um tremendo de um atleta, mas nunca “passou” pela posição 5 no confronto com os britânicos. Ele pode ter cruzado o garrafão diversas vezes durante a partida, mas não há um “5” marcado na zona pintada.

– Ainda dentro do mito do “cincão” do basquete, esse jogador não precisa necessariamente jogar “paradão” no garrafão. Nem Manute Bol, com 2,31m de altura, ficava estacionado ali, acreditem.

Desculpem, pode parecer arrogância do blogueiro, que nem gosta de atuar como ombudsman de nada – o trabalho produzido aqui pode estar sujeito ao maior número possível de erros também, mas ao menos os internautas estão aí, alertas, para corrigir, reclamar e achincalhar.  O mesmo blogueiro não conhece em detalhes 50% da Grã-Bretanha que está prestes a enfrentar o Brasil nas Olimpíadas – sem estudar, não vou me meter a inventar nada agora sobre o Andrew Sullivan, podem ficar tranquilos –, mas existe situações em que é melhor apenas relatar do que informar. Pensando em quem acompanha e em quem está por fora.

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Deron Williams, Team USA

Deron teve vida muito mais fácil em Manchester

Sobre o jogo em si, as bolas de longa distância dos norte-americanos caíram muito mais do que aconteceu contra os brasileiros, mas muitas delas aconteceram em transição, totalmente livres, coisa que não aconteceu na segunda-feira. Pois Magnano armou seu time de modo a limitar ao máximo os contra-ataques norte-americanos, principal trunfo deles na busca pelo bicampeonato olímpico.

O Brasil não possui os mesmos atletas que Coach K tem a seu dispor, mas vem baseando muito de seu jogo nessa fase preparatório, e no Pré-Olímpico do ano passado também, em uma defesa adiantada, botando presão em cima da bola. O ponto fraco da seleção anfitriã das Olimpíadas fica por conta justamente de seus armadores. Luol Deng, ainda mais no sacrifício, não vai poder fazer tudo pela equipe, ainda mais se Alex conseguir dar uma boa canseira nele aqui e ali – as chances de que Marcelinho e Marquinhos consigam lidar com ele no mano-a-mano são mais reduzidas.

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Os pivôs britânicos são sólidos, fortes, alguns pesados, outros mais atléticos. Joel Freeland está no meio termo e merece cuidado, tendo refinado seu jogo na mesma Espanha que formou Splitter. Já Nana Papa Yaw Dwene Mensah-Bonsu, mais conhecido simplesmente como Pops Mensah-Bonsu, primo do Kojo Mensah, agora do Flamengo, também deve de ser vigiado, fazendo parte da turma daqueles que correm bastante, atacam os rebotes ofensivos, com muita energia. Em condições CNTP, porém, não creio que representem alguma ameaça grave ao nosso trio da NBA.


Nets garante ter a melhor dupla de perímetro da NBA
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Giancarlo Giampietro

Deron Williams e Joe Johnson – Brooklyn NetsHá certos termos do inglês, seja no basquete ou em qualquer outra área, que têm tradução difícil, né? Por exemplo, frontcourt e backcourt. Para frontcourt, adotei algo como “linha de frente”, incluindo alas e pivôs. Pensando no quanto eles brigam pelos rebotes e saem primeiro em disparada nos contra-ataques, parece adequado. Quem “galera do fronte” também? Mas talvez aí fosse longe demais na informalidade. Bem, para backcourt, “linha de trás” não vai funcionar. Nem “dupla de armadores”, pois, no caso abaixo, um deles não é um armador nato, armador de fato, embora tenha habilidades condizentes aqui e ali com a posição.

Tudo isso para falar que o Nets está todo orgulhoso de sua backcourt para as próximas temporadas: Deron Williams e Joe Johnson, dupla pela qual batalhou bastante. Era grande o temor do Mark Cuban Mutante Russo, o Mikhail Prokhorov, em levar a franquia para o Brooklyn sem ter sequer um jogador de destaque para apresentar aos nova-iorquinos entendidos e desentendidos.

O gerente geral Billy King já entrou de canela em sua coletiva: “Hoje é um ótimo dia, porque foi o dia em que formamos a melhor backcourt da NBA”. A declaração deve ter soado como Mozart nos ouvidos do bilionário playboy russo, que acredita ter montado mais um dos supertimes da liga.

Joe Johnson com sua família, Deron Williams com a esposa em Brooklyn

Veja com os jogadores foram apresentados: ao ar livre, em algum canto do Brooklyn, no tipo de ação que ainda vai render muitos dividendos para o clube e que realmente mexe com a cabeça dos atletas

Aqui, vamos traduzir, então, como a melhor dupla de perímetro, considerando as chamadas posições 1 e 2, PG e SG, armador e ala-armador/arremessador. Deron e Johnson podem ser dominantes, mesmo. São todos mais altos e fortes do que a maioria dos concorrentes de posição, têm bom chute de longa e média distância e passam muito bem. Mas talvez falte um pouco de velocidade e explosão.

Enquanto isso… O Thunder tem Russell Westbrook e James Harden, o Lakers vai de Nash e Kobe, o Clippers, de Chris Paul e Chauncey Billups por uma segunda vez, o Spurs já eternizou Tony Parker e Manu Ginóbili, e por aí vai.

Concordam que a melhor “backcourt” é a do Nets?

Bem, o Joe Johnson fez questão também de abrir outra discussão, afirmando que o time do Brooklyn já é definitivamente o melhor de Nova York.

(Uma vez que os elencos estiverm totalmente definidos, vamos fazer essa brincadeira, então).


Kobe Bryant x Kyrie Irving. Que duelo é esse?!
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Giancarlo Giampietro

Por mais que vejamos esse tipo de ação ocorrer sem parar na NBA, o basquete de forma alguma pode ser definido por um duelo um contra um. Por isso, aqui no Vinte Um, geralmente vamos fugir dele e, de vez em nunca, vamos abordá-lo. Quando dois atletas apostam US$ 50 mil e eles se chamam Kobe Bryant e… Kyrie Irving (!?!), vale a exceção.

Kyrie Irving x Kobe Bryant, valendo aposta

Cinquentinha (mil) na suposta aposta de Kobe e Irving

Tá certo que o armador do Cleveland Cavaliers foi um pequeno fenômeno em sua temporada de estreia, surpreendendo os adversários e os especialistas, por sua grande eficiência e a pouca experiência. Agora… desafiar um Kobe Bryant? Abusado.

Tudo em tom de brincadeira, claro, com provocações de um lado para o outro, e o veterano do Lakers batendo na tecla que estaria enfrentando um garoto de colegial. É uma piada sobre o fato de Irving ter perdido quase toda a sua temporada de universitário por Duke. Kobe também recomenda que o rapas assista a muitas fitas de seus jogos. O armador argumenta que o ala jamais conseguiria marcá-lo. O ‘rival’ retruca dizendo que ele precisaria de um corta-luz para se livrar de sua defesa. E por aí vai. Confira no vídeo abaixo.

O duelo seria realizado em 2013, valendo esse cheque valioso para uma instituição de caridade que o vencedor escolheria.

Duvido que joguem.

Agora, escrevendo sério, os boatos de Las Vegas são de que Kyrie Irving se saiu muito bem nos treinos pelo “select team” – jovens promissores reunidos pela USA Basketball como sparrings dos olímpicos e que, ao mesmo tempo, já começam suas candidaturas para torneios futuros. Irving escolheu apenas neste ano defender os EUA internacionalmente. Nascido em Sydney, chegou a namorar a ideia de jogar pelos Aussies. Depois do que apresentou na temporada da NBA, já nas primeiras semanas, Jerry Colangelo se apressou em mimar o menino, com a ajuda do Coach K, com quem trabalhou brevemente em Duke. Daqui a quatro anos, é provável que ele se se apresente por aqui nos Jogos do Rio.