Brasil anula gigante e trucida o Irã; Huertas de luto
Giancarlo Giampietro
Sim, era o Irã.
O mesmo Irã que, nas duas primeiras rodadas do quadrangular, havia perdido por apenas oito pontos (77 a 69) para a Eslovênia e por 13 para a Lituânia (80 a 67).
Obviamente, o time mais fraco do torneio amistoso. Mas não tão frágil assim com o Brasil fez parecer neste sábado numa vitória massacrante por 92 a 52. Fazendo uma subtração, temos 40 pontos de vantagem, ou cinco vezes mais o que os eslovenos fizeram.
Cada jogo é uma história, claro. Tem muito a ver também com o modo como os estilos dos oponentes se encaixam. Para falar em tática, técnica, proposta e prancheta do Irã, não tem como fugir do grandalhão Hammed Haddadi. Tudo nessa seleção gira em torno do pivô ex-Memphis Grizzlies.
Contra os eslovenos, por exemplo, ele foi um estrondo: 18 pontos, 9 rebotes e 6 assistências em 35 minutos de ação (haja fôlego!). Contra os lituanos, 12 pontos, 10 rebotes e 2 assistências em 27 minutos, sendo limitado por quatro faltas cometidas.
A bola vai para o poste (no sentido mais amplo possível), e dali ele trabalha com ela, Girando lentamente de costas para a cesta, mas com sólido jogo de pés, munheca e boa visão para o passe. Até mesmo o Brasil já tido certa dificuldade contra o cara, no Mundial de 2010 – ainda que tenha vencido por 15 pontos, só o primeiro quarto foi vencido com autoridade, e o time estava desfalcado de Nenê e Varejão.
Acontece que a seleção dessa vez fez um trabalho mais forte, até por ter quem o marque no mano a mano, sem precisar de ajuda: Nenê, que o anulou no primeiro tempo. Na etapa inicial, Haddadi teve de se contentar com 2 pontos, 3 rebotes e apenas uma cestinha de quadra em cinco tentativas. Nem o MVP do último campeonato asiático, nem sua equipe estão acostumados com números paupérrimos desses.
Com Haddadi fora de combate, caminho aberto para uma lavada de 48 a 24. Após o intervalo, as coisas não ficaram muito mais fáceis para ele. Sai Nenê, entra Splitter. Sai Splitter, entra Varejão, numa ciranda de ótimos defensores. Não passou, mesmo dos 2 pontos na partida e 4 rebotes em 24 minutos arredondados.
Se você contem o gigante, tem mais condições de contestar os chutes de fora, forçando 14 erros em 17 tentativas do perímetro (18%). Nas duas partidas anteriores, haviam matado 11 em 27 (40%).
De resto, soltinho da silva em quadra, o Brasil converteu seus lances livres (miraculosos 77% de aproveitamento, com 20/26, incluindo 4/5 de Nenê e 5/5 de Splitter!!!) e matou também as confortáveis e saudosas bolas de três pontos (49%, 10/21, com 4/6 de Marquinhos).
Muita emoção.
Marquinhos, inclusive, foi o cestinha do time, com 24 pontos em 21 minutos, na sua melhor atuação, disparada, neste ano.
As duas equipes agora vão se reencontrar em Granada, na Espanha, já com um Mundial valendo: dia 31/08, segunda rodada. Até lá, o Brasil ainda faz mais um jogo-teste contra o México, na quarta.
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Sobre Huertas, uma nota triste: seu avô, Américo, de quem o armador era muito próximo, morreu na noite desta sexta-feira. Ele já estava internado em estado grave durante toda essa fase de amistosos da seleção brasileira. Obviamente é difícil se concentrar no trabalho – qualquer trabalho que seja – num momento delicado desses, e todas as suas recentes atuações precisam ser encaradas sob outro prisma. Ainda assim, foi para o jogo hoje, com um minuto de silêncio antes do tapinha inicial. Fica aqui uma saudação ao atleta e sua família.
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Sobre Giovannoni: recuperado de torção no tornozelo, o ala-pivô foi para quadra pela primeira vez nestes amistosos na Eslovênia – e pela segunda em toda a fase preparatória. Depois de ter jogado por apenas três minutos contra os Estados Unidos, ele foi chamado por Magnano com 3min13s restando no primeiro quarto, para entrar no lugar de Hettsheimeir (titular ao lado de Splitter) –Varejão foi acionado apenas no segundo tempo. Ficou em quadra por 16 minutos dessa vez e terminou com 3 pontos, 4 assistências e 1 rebote, acertando 1 de 6 arremessos de quadra (1/3 de longa distância). Enferrujado.
Leandrinho foi poupado mais uma vez, se recuperando de uma inflamação na garganta.