Vinte Um

Categoria : Notas

Derrick Rose avisa: tão aguardado retorno vai acontecer no Rio de Janeiro
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Giancarlo Giampietro

Derrick Rose, madrilenho

O sol de Madri faz bem a Derrick Rose: está 100%, pronto para outra

Alô, você, torcedor do Chicago Bulls. A semana acordou sorridente hoje, né?

Direto de Madri, em evento da adidas na capital espanhola, o armador Derrick Rose avisou que seu tão aguardado retorno com a camisa eternizada por Michael Jordan (e Jason Caffey, oras) vai acontecer no dia 12 de outubro de 2013. Quer dizer, bem na abertura da pré-temporada dos hexacampeões. Contra o Washington Wizards. No Rio. De. Janeiro. Vejam só.

Imaginem as hordas de jornalistas de Chicago – e da mídia nacional – dos Estados Unidos por aqui. Já teria aos montes, claro. Mas agora o bicho vai pegar. Só fico com um pouco de pena dos blogueiros humildes da cidade, que especulam, se empenham há meses e meses para tirar qualquer informação possível sobre a volta de Rose, e talvez não tenham grana suficiente para ver de perto seu Messias por aqui nos trópicos.

Pobres blogueiros.

(Corporativismo é pouco, né?)

Porque vale, mesmo, a expectativa. Com Rose, o Bulls sobe a outro patamar no Leste. Passa do time-bonitinho-batalhador-exemplar da temporada passada a novamente candidato ao título, a ameaça ao Miami Heat. Desde que, claro, Rose seja Rose. Digito e bato na madeira ao mesmo tempo.

Na capital espanhola, pela primeira vez, Rose sorriu e se disse 100%. Não 88,7 ou 92,1. Mas 100%, completinho, cheio de energia.

É de tudo o que ele precisa. Algo primordial, essencial. Rose sabe usar ângulos para infiltrações e para a conversão de bandejas na tabela como ninguém. Tem um drible perfeito, forte e rápido. Mas seu jogo todo se baseia, mesmo, em sua explosão física. Arranque e impulsão. Quando em forma, só mesmo aberrações como LeBron James conseguem parar em sua frente. É desse jogador que o Bulls precisa para tentar destronar essa gente de Miami que Joakim Noah tanto odeia.

Então ficamos assim. Para os fanáticos Bullistas deste Brasil profundo, o feriadão ganhou outro significado. Dia da Criança? Nossa Senhora de Aparecida? Ficou tudo para 2014. Virou dia, mesmo, de O Retorno de Rose. Seus sortudos.

*  *  *

Vai fechar nesta terça-feira, dia 16 de julho, a famigerada “janela de anistia” para os clubes da NBA guilhotinarem algumas cabeças. A mesma ferramenta que custou ao Lakers o seu Ron-Ron predileto. No que se refere a Chicago, isso quer dizer que o clube tem poucas horas para decidir se manda Carlos Boozers para as cucuias, ou não. Embora não falem nada em público, tenha certeza de que isso ganha seus bons minutos ou horas de discussão entre  uma diretoria que trabalha sempre sob a pressão de corte de gastos. O Bulls só pagou a “luxury tax” uma vez nos últimos dez anos, e foi na temporada passada, com US$ 3,9 milhões de multa, totalizando gastos de US$ 78,2 milhões com seu elenco. Com a atual configuração de seu plantel, Boozer mantido, a conta subiria mais US$ 18 milhões, conforme o imperdível Zach Lowe discute aqui. Dar uma anistia a Boozer significaria uma economia de US$ 12 milhões. Mas, por mais pão duro que seja Jerry Reinsdorf, é mais provável que a franquia dê mais uma chance a este grupo, agora completo, se provar. Em julho de 2014, eles poderão revisitar o caso se necessário.

*  *  *

Além da questão Boozer e do retorno de Rose, outra história de bastidor torna a temporada 2013-2014 de Chicago ainda mais urgente: a suposta deterioração no relacionamento entre Tom Thibodeau e a diretoria compsota por Gar Forman e John Paxson. Ainda sem motivos claros, o clube simplesmente resolveu não renovar o contrato do principal assistente de Thibs, Ron Adams. Assim, do nada, por que diabos você vai mexer com uma comissão técnica tão competente (e não falamos aqui só de defesa, mas do desenvolvimento de jogadores, vide o progresso de Jimmy Butler, Marco Belinelli, Taj Gibson etc.)?

Falta de capacidade não é o motivo, mesmo. Do contrário, Adams não seria cobiçado por Spurs, Clippers, Celtics, Thunder, Pacers e Nets. Tipo pela elite da NBA inteira. Corte de gastos? Custa me crer que o pagamento de um assistente, que nem conta para nada do teto salarial do clube, fosse fazer tanta diferença assim. O que pegou é que o veterano Adams andava reclamando bastante do elenco do Bulls – algo que ecoa com os protestos do irmão de Derrick Rose no ano passado, lembram? E, se o assistente está assim, é de se imaginar que Thibs também concordasse com algo, pelo menos.

Nesta semana, em Las Vegas, contudo, o técnico principal tentou dissipar um pouco as intrigas, dizendo que ele e seus gestores estavam bem, que o seu time só tem de olhar para a frente e tudo mais. Claro. Thibs pode não ser o técnico mais charmoso do mundo, mas vive a NBA há anos, tendo trabalhado até com Pat Riley. Ele sabe como as coisas funcionam. Sabe que, com o time que tem em mãos, está diante de uma chance única. Não vai atirar tudo para cima. Mas tem coisa aí. Algo para se ficar de olho.


Raulzinho põe pressão em calouro badalado do Utah, mas diz que só fica na NBA se for para jogar
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Giancarlo Giampietro

Olha o Raulzinho aí, gente

O pirulão Gobert e os armadores que brigam por espaço em Utah. Burke não esperava…

Depois que Trey Burke foi selecionado na posição número nove do Draft, Raulzinho, ou Raul Neto, como dizem lá, precisou esperar um tempão. Mais 37 atletas fossem chamados até que ouviu o seu nome, como a 47º da lista, para o Utah Jazz, via Atlanta Hawks.

Então, na hora de juntar as peças, tentando entender quais os planos da franquia de Salt Lake City para a próxima temporada, o natural era pensar que tdoa a prioridade do mundo seria de Burke. Afinal, estamos falando do jogador do ano no basquete universitário, vice-campeão por Michigan, e pelo qual eles pagaram duas escolhas de Draft para poder subir cinco postos e asseugrá-lo.

Raulzinho? Bem, saindo apenas na segunda rodada, ele não teria direito a um vínculo garantido. Além disso, tem um contrato em vigência na Espanha. E… Será que a franquia toparia entrar no campeonato com dois armadores novatos em sua rotação? Quer dizer, o cenário não era muito animador para que o brasileiro seja aproveitado já na próxima temporada. Até que…

Nesta quarta-feira, depois de ficar fora das duas primeiras rodadas enquanto a burocracia da Fiba não liberava sua papelada, o armador foi para quadra na liga de verão de Orlando, teve uma ótima atuação em fácil vitória sobre o Brooklyn Nets por 98 a 69 e colocou um pouco de pimenta nessa história toda.

Raulzinho jogou por pouco mais de 18 minutos, saindo do banco, e terminou com sete pontos, três assistências e quatro rebotes. Mais que os números, porém, o que causou melhor impressão foi o modo como se comportou em quadra, tranquilo, sereno, sem se deixar levar por nenhum tipo de nervosismo. Ajuda o fato, claro, de ter atuado no segundo principal campeonato nacional do mundo nos últimos dois anos. “Estava mais nervoso ontem porque não sabia se iria jogar, mas hoje eu me senti bem demais”, disse o atleta.

Raul Neto, o Raulzinho

Frame da estreia de Raulzinho

Sem colocar muita fé no brasileiro, o técnico Jason Kidd (ainda soa muito estranho isso, aliás) colocou seus jogadores para pressionar o oponente na quadra inteira. Quem ficou mais no seu pé foi Chris Wright, jogador da D-League. No final, Tyshaun Taylor também foi para o abafa. O filho do Raul não deu a menor bola. Soube lidar com essa marcação, controlando bem seu drible e partiu para cima.

Em um lance no terceiro quarto, ficou muito perto de um turnover até que recuperou a compostura, sacudiu Wright com um crossover da direita para a esquerda, e limpou espaço para fazer o corte. Foi até a cesta e fez a bandeja na cobertura de chocolate, por cima do bração estendido do pivô. Uma de suas belas jogadas que deixaram todos os envolvidos bastante impressionados. Veja no vídeo abaixo este lance e uma assistência dele para ponte aérea, com muita categoria, a partir dos 50 segundos:

Apenas nos minutos finais do quarto período que o queridinho de Magnano afrouxou um pouco, evidentemente cansado, cometendo alguns turnovers ao tentar inventar demais, com passes por trás das costas e tal. Na defesa, teve alguma dificuldade para conter, se colocar à  frente do atlético Wright, especialmente no primeiro tempo. De um modo geral, ele parecia um pouco pequeno perto de tanta gente atlética e vigorosa. Mas, após o intervalo, provavelmente mais adaptado ao nível de competição e ao caos geral que tende a ser uma destas partidas de verão, fez um trabalho muito melhor lidando com essas investidas e causou alguns desperdícios de bola e contestou arremessos.

No geral, foi uma tremenda atuação, ainda mais considerando o fato de que nem treinar direito com os novos companheiros ele pôde – e era visível o desentrosamento da equipe, com um bando de jogadores reunidos há poucos dias, muitos dos quais nunca atuaram em conjunto. “Você não precisa treinar com o time. Todo mundo joga o mesmo jogo”, afirmou o brasileiro, confiante que só.

 “Ele fez um ótimo trabalho. Levando em conta que ele nem treinou conosco, isso mostra um pouco sobre sua mentalidade”, afirmou o assistente técnico Sidney Lowe, que comanda o time de verão do Jazz, que se derramou em elogios – e o melhor foi notar que o técnico principal, Tyronne Corbin, observa tudo atentamente na lateral da quadra, ao lado do legendário Jerry Sloan, agora um consultor da franquia. “Ele sabia cada jogada. Ele sabia o que queríamos, nossas ações. Ele sabia aonde os caras deveriam estar. Sabia o ritmo. Isso fala muito (sobre seu talento).”

A equipe de transmissão da NBA TV não parava de citar seu nome. Era “Raul Neto” para lá e “Raul Neto para cá” – pareciam ter prazer de falar essas palavras, também. Beeeem diferente de quando precisavam narrar o nome do esloveno Rašid Mahalbašić, hehe.

Raulzinho na telinha

Raulzinho gastou seu inglês com Dennis Scott e Rick Kamla ao fim do jogo

Os setoristas dos diários de Utah também fizeram sua parte em elogiar o brasileiro. E, jornalista que são, já começaram a ficar irrequietos e a desenvolver uma trama que deve dominar a seção de esportes do Salt Lake Tribune e do Desert News nesta quinta-feira. A carreira de Trey Burke na NBA não tem nem uma semana e ele já se vê pressionado.

O armador revelado por Michigan não foi nada bem nas duas primeiras partidas em Orlando, a ponto de a comissão técnica ter decidido preservá-lo contra o Nets. Seus números após confrontos com Miami Heat e Houston Rockets: 9,5 pontos, 3,5 assistências, 4,5 rebotes e três desperdícios de bola. Seria algo até regular não fosse o horrendo aproveitamento de 22,2% arremessos e os 10% na linha de três pontos. No total, ele acertou apenas seis chutes em 27 tentativas. Argh.

Então…

“Será interessante ver como Trey Burke reage depois de ter sentado no banco e observar o jogo depois do modo como Raul Neto respondeu”, escreveu Jody Genessy, do DN. “Muito foi falado sobre como Burke vai precisar de tempo para aprender o ataque (algo verdadeiro), e então Net aparece e mostra que sabe, friamente”,  escreveu Bill Oram, do Tribune.

Deu para sacar o clima, né?

Da sua parte, quando questionado sobre o que o futuro (imeadiato) lhe reserva, Raulzinho manteve a linha: é preciso esperar que seu agente, o ex-ala-pivô Aylton Tesch, vai resolver com o Jazz e com o Lagun Aro GBC, seu clube na Espanha. Mas mandou seu recado também, dizendo que só fecharia com a franquia da NBA se tivesse garantias de que seria aproveitado em quadra – seria pouco inteligente, mesmo, trocar uma situação confortável numa liga fortíssima com a ACB, na qual vem evoluindo consideravelmente, para virar um esquenta-banco nos Estados Unidos.

“Claro que, se eu tiver que escolher, quero jogar na NBA, mas isso não cabe a mim”, afirmou ao DN. “Tenho de falar com meu agente e ver o que será melhor para mim. Porque não quero ficar aqui sem jogar. Eu quero jogar.”

Está certo que foi apenas uma partida, numa liga de segundo escalão, e que há muito mais o que fazer durante a semana. Mas, se a primeira impressão é a que fica, vai ser difícil o Utah Jazz não deixá-lo jogar. Goste Trey Burke, ou não.


Faverani, Lucas Bebê, Raulzinho, Alexandre… A quantas anda a ‘invasão brasileira’ na NBA?
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Giancarlo Giampietro

Lucas Bebê e sua turminha nova

Lucas, Schroeder e Muscala aguardam as negociações do Haws para assinar, ou não

Está tudo indefinido no momento. Tudo depende de alguma coisa, ou de várias coisas, na verdade. Mas o contingente brasileiro, de uma hora para outra, poderia saltar de seis para 10 na NBA. Ou ser reduzido para cinco (Leandrinho e Scott Machado). Vai saber: é um período de incertezas, mesmo, com muitos times ainda bem distantes de tomar uma cara, enquanto outros buscam apenas alguns últimos retoques. Nesse furacão, Lucas Bebê, Raulzinho & Cia. são vistos como trunfos (“assets”) das franquias, peças num grande tabuleiro (para ficar numa metáfora mais básica), aguardando a hora de colocar as coisas no papel.

Mas vamos lá, tentar resumir e entender a quantas anda a invasão brasileira na liga. Por tópicos:

Vitor, de Valência para Boston?

Faverani em dupla com Fabrício?

Vitor Faverani (atualizado)
Aos 25 anos, estabelecido como um jogador de ponta na Espanha, Vitor foi testado pelo menos por quatro clubes da NBA – Knicks, Wizards, Celtics e Spurs – nas últimas semanas, mas já tem um bom emprego no Valencia, atraindo o interesse de Real Madrid e Barcelona ano sim, ano não. Não precisa se esgoelar para cruzar o Atlântico.

A boa nova, porém, vem do site Tubasket.com: o Boston estaria interessado em lhe oferecer um contrato. “Dos quatro, o Celtics lhe quer em seu elenco”, afirma a publicação, sem dar muitos detalhes, contudo. Com a megatroca que fechou com o Nets, se despedindo de Pierce e Garnett, Danny Ainge já teria no mínimo 13 jogadores sob contrato – Fabrício Melo entre eles –, restando duas vagas para completar o plantel.

Horas mais tarde, o mesmo site espanhol foi adiante e colocou Faverani “muito próximo” de um acordo para se tornar o terceiro brasileiro a jogar pela histórica franquia. “Com o passar das horas, já temos novidades. Todas elas deixam o jogador cada vez mais próximo de Boston, onde esteve há duas semanas entrevistando dirigentes da franquia. Fontes próximas da operação confirmam ao Tubasket.com que o acordo está quase fechado, quase 100%”, escreveram. “Faltam detalhes, embora no principal exista um entendimento: dois anos de contrato mais um terceiro opcional.

Vitor passou batido no Draft de 2009, a despeito de ser seguido pelos olheiros da NBA por anos, admirados com seu talento, mas preocupados com seu comportamento fora de quadra.  Aos poucos, devarzinho, as coisas foram se ajeitando para o paulista de Paulínia. Aparentemente, duas semanas depois de entrevistado, para os cartolas da Beantown, não resta dúvida sobre seu amadurecimento. Vamos ver se eles fecham a negociação.

“Na parte com o time americano, está tudo praticamente certo. Agora precisamos esperar os dois times entrarem em contato, e isso demora um pouco mais. Eles irão pagar uma multa para ele deixar o Valência”, disse o agente Luiz Martín, ao Lancenet!.

Lucas Bebê
Danny Ferry, gerente geral do Atlanta Hawks, anda bastante ocupado nas últimas semanas. Com mais de US$ 20 milhões em salários para gastar, tentou Dwight Howard em vão, assinou com Paul Millsap, renovou com Kyle Korver, fechou com o operário DeMarre Carroll, vai se sentar com Andrew Bynum nesta semana (talvez até nesta terça) e ainda precisa ver o que fazer com Jeff Teague. Ele pode tanto estender um novo contrato para o pequenino, ou envolvê-lo em uma negociação por Brandon Jennings ou Monta Ellis.

Considerando toda essa movimentação, Ferry tem sob sua alçada nove jogadores – sejam contratados ou apalavrados. Restam quatro vagas para ele preencher um elenco mínimo para a próxima temporada. Uma certamente seria a do armador titular. Outra poderia ser de Bynum, mas precisa ver se há espaço na folha salarial para isso dar certo. Talvez não sobre grana. As outras duas ou três? Neste ponto entrariam Lucas Bebê e o alemão Dennis Schroeder, suas duas escolhas de primeira rodada do Draft deste ano, além de Mike Muscala, pivô apanhado na segunda rodada.Primeiro, trabalham com os agentes livres, depois com os calouros.

Lucas e sua icônica subida ao palco do Draft

Será que Bebê vai jogar na NBA de Stern ou na do próximo comissário?

Pensando primeiro no Hawks, o técnico Mike Budenholzer teria como opções de garrafão hoje o talentosíssimo Al Horford, Millsap, Carroll (numa formação mais baixa) e… só. Zaza Pachulia se foi, algo providencial. Bebê e Muscala, então, completariam a rotação. Mas, olha-lá, considerando sua inexperiência, esse grupo ainda fique muito frágil, por mais que queiram usar de small ball. Se o Hawks ainda mira os playoffs – e a contratação de Millsap só corrobora isso –, os cartolas do clube teriam de confiar muito em seus novatos para toparem batalhar com este elenco.

Agora, está pendente ainda a liberação do pivô brasileiro. Ele renovou seu contrato com o Estudiantes por mais dois anos. Poderia ficar na Liga ACB até 2015, confortável, se desenvolvendo. A renegociação, no entanto, permitiu que sua multa rescisória fosse reduzida, facilitando sua saída. Antes, estávamos falando de cerca de 2 milhões de euros, segundo a mídia espanhola, para que o carioca saísse este ano – em 2014, seria de graça. Para não ficar de mãos abanando, o time de Madri aceitou abaixar o valor pedido para agora, desde que no ano que vem também pudessem receber algo.

Ainda que Bebê não tenha saído entre os 10 ou 15 primeiros, com salário mais alto, sendo a 16ª escolha, ganharia no mínimo $1,371 milhão (o valor poderia chegar até US$ 1,6 milhão, dependendo da boa vontade de Ferry) em sua primeira temporada. Estaria provavelmente em condições de pagar sua multa – lembrando que o Hawks pode contribuir com US$ 550 mil nesta conta. Financeiramente valeria a pena, ainda mais de olho no segundo contrato, costumeiramente mais generoso. Agora, essa remuneração só aumentaria de modo mais significativo desde que Lucas mande bem em quadra. Até agora, em todas suas entrevistas, o jogador manifesta confiança de que estaria pronto, sim, para fazer a transição.

Raulzinho (atualizado)

Raulzinho, ainda sem a farda

Espanha ou NBA? Pergunta importante para evolução, diz Raul

A situação é bem mais instável que a de Lucas. A começar pelo fato de ter sido escolhido na segunda rodada do Draft, o que lhe dá menos prestígio na hora de negociar. Mas, mais importante, é o fato de o Utah Jazz já ter assinado com Trey Burke, o n¡umero 9 do Draft, armador  como ele e eleito o jogador do ano do basquete universitário. Para ficar com Burke, a franquia gastou duas escolhas de primeiro round. Ele chega para ser titular, até que se prove o contrário (seu primeiro jogo não foi dos melhores, mas ainda está MUITO cedo para qualquer avaliação).

Por mais que o clube tenha, enfim, adotado uma rota de rejuvenescimento em seu plantel, permitindo a saída de Al Jefferson e Millsap para abrir espaço para os promissores Derrick Favors e Enes Kanter, seria muito raro o clube iniciar a temporada com dois armadores novatos dividindo o tempo de quadra. Improvável demais. Tanto que, na noite de segunda-feira, seus diretores se reuniram com John Lucas III em Orlando.

Não ajuda em nada Raul não ter conseguido uma liberação da Fiba para disputar a liga de verão de Orlando nesta semana. Ainda com contrato com o Lagun Aro GBC (ou San Sebastián Gipuzkoa BC), Raulzinho precisava de uma licença para participar dos amistosos e mostrar em que estágio está seu desenvolvimento. Demorou um pouco, mas chegou. Nesta terça, já estava apto para jogar contra o Houston Rockets. Com experiência de duas temporadas numa Liga ACB, tem grandes chances de impressionar.

No caso de o Utah fechar com um atleta mais rodado para ajudar Burke, valeria a pena para o brasileiro ser o terceiro armador? Duvido. Seria bem melhor seguir na Espanha como titular, enfrentando veteranos de alto nível, para, no futuro, tentar a NBA ainda mais consolidado.

“Não sei ainda quando sairá essa decisão sobre meu futuro”, afirmou o armador ao ESPN.com.br. “Meu agente Aylton Tesch está em contato com minha equipe na Espanha, assim como com o Utah Jazz, buscando aquilo que for melhor no momento. Mudar para NBA ou não? Não é algo a ser pensado ainda, tenho que pensar o que vai ser melhor para eu continuar evoluindo.”

Ainda sobre Raulzinho, uma coisa: sei que não temos muitas referências sobre Utah, ou Salt Lake City, vá lá… Mas que tal propormos um pacto coletivo e jamais lhe perguntar o que ele pensa sobre jogar no time que tinha John Stockton? Ok, uma lenda. Ok, um dos maiores da história. Ok, Stockton-to-Malone. Mas… A aposentadoria do carteiro do carteiro, já completou 10 anos. Quantos anos o brasileiro tinha quando o o sujeito disse adeus? Só 11. Então… Deixem que os filhos de Stockton, David e Michael, com o sobrenome nas costas e a função de armador em quadra, falem a respeito. É importante colocar isso porque muitas vezes nós, entidade conhecida como mídia, podemos criar uma história que não existe e, depois, cobrar a respeito.

Alexandre Paranhos

Alexandre, ele

Alexandre mal vestiu a camisa do Flamengo em jogos para valer. Dallas observa

Aposta de Leandrinho, o jogador revelado pelo Flamengo está inscrito no elenco de verão do Dallas Mavericks, que vai jogar na semana que vem em Las Vegas. É difícil dizer o que esperar do ala. Fisicamente, estamos falando de um jogador muito talentoso. Forte, vigoroso, com tremenda envergadura. Aparentemente, deu um duro danado nos Estados Unidos na preparação para o Draft e teria valorizado ainda mais esses atributos. Por outro lado, ainda é muito cru nos fundamentos e muito inexperiente – em alto nível,  isso nunca aconteceu; mal jogou no NBB.

Para agravar, faz muito tempo que o rapaz não disputa uma partida de verdade de basquete. Como, então, vai reagir diante da pressão de tentar uma vaguinha no clube texano, enferrujado e ainda enfrentando a famosa barreira da língua? (No Dallas, o atenuante ao menos fica por conta da predisposição histórica da franquia para trabalhar com estrangeiros).

Durante os treinos desta semana e, em Las Vegas, Alexandre deve convencer os técnicos e dirigentes de Mark Cuban de que merece ao menos um chamado para o training camp em outubro. Desta forma, mesmo que não entrasse para o elenco final, poderia seguir sob a tutela de Donnie Nelson na filial do Mavs da D-League, o Texas Legends.

Para constar: na liga de verão, os segundanistas Jae Crowder (ala) e Bernard James (pivô) saem na frente. Assim como o armador Shane Larkin, escolha de primeira rodada, o ala Ricky Ledo, do segundo round, e o israelense Gal Mekel, já com contrato garantido. De resto, o brasileiro teria de trombar com Christian Watford, calouro revelado por Indiana, DJ Stephens, calouro hiperatlético de Memphis, além dos pirulões Hamady N’Diaye, ex-Wizards, e Dewayne Dedmon, formado pela USC.

É uma trajetória surpreendente a de Alexandre, de qualquer maneira, que desperta muita curiosidade, ainda mais pelo simples convite por parte do Mavs.

PS importante: muito do que está explanado acima pode mudar com um sopro. Considerando a loucura que foi a noite do Draft – Raulzinho já experimentou o que é ser trocado – e toda a movimentação da intertemporada, basta um negócio inesperado para se fechar um elenco, abrir vagas etc. Há muita coisa em jogo ainda.


Fabrício Melo vive semana decisiva para encaminhar sua carreira pelo Boston Celtics
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Giancarlo Giampietro

A história não mudou muito, não. Só um pouco.

Fabrício Melo continua sendo encarado pela diretoria do Boston Celtics como um “projeto”. A diferença: talvez o clube esteja mais disposto a  utilizar o brasileiro. O quanto? Muito vai depender de sua atuação durante a liga de verão de Orlando, que começou neste domingo. “Nós conversamos a respeito e ele sabe é uma semana muito importante”, afirmou o técnico Jay Larranaga, que era cotado para assumir a equipe principal até que Danny Ainge surpreendeu a NBA ao contratar o jovem Brad Stevens para o lugar de Doc Rivers.

Rivers que, segundo o Boston Herald, não apostava muito no pivô e, em off, deixava isso claro para os jornalistas. Com uma comissão sendo constituída agora, Fabrício fica mais animado. “Definitivamente vejo isso como um novo começo para mim. Estou pronto para encarar e me sinto muito diferente comparando com o ano passado. Não sabia o que esperar. Agora sei o que acontece. Estou muito mais confortável”, disse Melo

Fabrício e o meio-gancho

Fabrício, em ação contra o Orlando Magic: bom início de semana decisiva

A equipe de verão do Celtics está sob o encargo de Larranaga, que teve coisas positivas para falar sobre o mineiro de Poços de Caldas antes do início do torneio na Flórida. “Ele tem se preparado realmente durante o último mês em Boston, trabalhando duro, então espero que ele tenha uma ótima liga de verão”, disse. “Acho que Fab tem feito um ótimo trabalho desde o momento em que começamos a treinar.”

Legal, e tal. O que pega é que o treinador ainda se sente impelido a fazer uma resalva: “Ele ainda não é um produto finalizado”. É uma repetição natural do discurso de Danny Ainge no ano passado. Sabiam que haviam contratado alguém que levaria tempo para contribuir. Por isso, a liga de verão em Orlando é tão importante: o clube precisa saber o quanto progrediu e o quanto falta para poder ser um atleta de NBA para valer.

Neste domingo, pela estreia da liga de verão contra o Magic,  pudemos ver um pouco de tudo do discurso de Larranaga – a NBA TV transmite tudo online durante a semana e, depois, nos brindará com os jogos de Las Vegas. No primeiro tempo, o brasileiro, ainda muito cru ofensivamente, foi ignorado por seus companheiros em muitos ataques, sem mal poder tocar na bola. O canadense Kelly Olynyk, o mais novo draftado da equipe, foi quem centralizou as ações, algo esperado. O jogador de Gonzaga é bastante talentoso e mais desenvolvido que o companheiro nesse sentido. Embora um ano mais jovem, tem muito mais rodagem e bagagem.

No segundo tempo, outro jogo: Fabrício se apresentou de modo mais assertivo em quadra e, mesmo sem o condicionamento físico ideal, batalhou no garrafão com dois jogadores competentes em Kyle O’Quinn e Andrew Nicholson e teve sucesso. E foi recompensado do outro lado, marcando todos os seus pontos após o intervalo. Em uma ocasião, converteu até mesmo um tiro de média distância seguido de falta, e os reservas do Celtics se divertiram horrores no banco.

É claro que ninguém em Boston imagina ou sonha que Fabrício vá virar um Kevin McHale. Ainge o selecionou para proteger o aro, dominar os rebotes, fazer bons corta-luzes e, se possível, contribuir de uma forma ou de outra com pontos debaixo do aro. “Ele tem um potencial tremendo”, diz o técnico. “Ele teve alguns grandes jogos nesta temporada da D-League. Fez algumas coisas que nenhum jogador havia feito antes, com seus triple-doubles (de pontos, rebotes e tocos). Ele teve um ótimo impacto defensivo, então o que nós apenas temos de fazer é levá-lo a traduzir isso para a NBA, e de modo consistente.”

Kelly Olynk, um talento

Olynyk, aposta de Ainge, muito mais desenvolvido que Fabrício

Antes de avaliarmos 0s números de Fabrício neste primeiro jogo, uma nota obrigatória: as estatísticas das ligas de verão são constantemente questionadas por scouts e jornalistas presentes no ginásio. E, de certo modo, elas pouco importam também. Treinadores e dirigentes estão muito mais interessados em ver essas peladas para projetar o que suas revelações podem fazer nos jogos que realmente importam, do que em acumular vitórias em julho.

De todo modo, lá vão: foram nove pontos, oito rebotes e um toco (em Victor Oladipo, ala superatlético selecionado em segundo no Draft deste ano) para o brasileiro, que jogou por 28 minutos. Mas, dentre seus dados, o mais importante foi seu saldo de cestas: +6, o maior de todos os dez atletas do Celtics que foram para quadra. Além dele, apenas o ala-armador Courtney Fells teve saldo positivo na derrota por 95 a 88 diante de um adversário que escalou muitas figuras de seu time principal. Outra marca importante: cometeu apenas três faltas, sem deixar de ser combativo, problema que foi uma constante nas últimas temporadas.

Com diz Larranaga, a despeito de a inexperiência de Fabrício, o desafio é fazer isso de modo consistente durante toda a semana, decisiva. Afinal, um ambiente de extrema competição como o da NBA, não há tanta paciência assim. O pivô se mostra confiante. “Acho que estou muito perto”, disse. “Acho que agora vou jogar. Isso é o que vai me fazer melhorar: apenas jogar basquete. É do que preciso. Agora quero ficar confortável e mostrar o que posso fazer.”

 

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As opiniões sobre Fabrício depois da estreia:

– Brad Stevens (quem mais importa, no caso): “Não tenho condições de comparar o ano passado, nem mesmo duas semanas atrás com o que vi hoje, mas penso que as coisas que me impressionaram sobre ele foi o modo como ele tentou se comunicar defensivamente. Acho que ele foi bastante ativo, muito engajado. E ele obviamente fez alguns ganchos bem em frente de onde estávamos, mostrando muito toque. Ele é um cara grande que pode jogar no garrafão e ao redor dele. Sabe fazer corta-luzes. Defensivamente, ele parece alguém que tem bons instintos e sabe o que está acontecendo. As primeiras impressões foram boas”.

Jay Larranaga: “Acho que Fab fez um monte de coisas legais. Ele nos dá uma presença interior. Ele fez alguns ganchos legais, foi para o rebote, deu um belo toco. Ele hoje está como todos nós: um trabalho em progresso, e acho que ele deu bons passos hoje”.

Jared Sullinger (pivô que também parte para o segundo ano em Boston, muito mais polido também e que está afastado devido a uma cirurgia nas costas, mas acompanha o time feito um assistente técnico): “Comparando com o ponto em que estava no ano passado, ele é um jogador completamente diferente”.

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Uma presença interessante no elenco de verão de Boston: o armador Jayson Granger, que é… Uruguaio (filho de Jeff Granger, ala-pivô americano naturalizado que defendeu nossos vizinhos do Sul por anos e anos). Velho conhecido daqueles que seguem Lucas Bebê na Liga ACB, é mais um dos projetos sul-americanos do Estudiantes. Com 23 anos, 1,88 m de altura, ele vem de uma bela temporada na Espanha e decidiu se testar contra atletas de primeiro nível nos EUA. Neste domingo, acertou apenas um de seis arremessos, mas somou cinco pontos e quatro assistências, ganhando mais tempo de quadra depois da lesão de Nolan Smith, azarado jogador ex-Portland. O jovem Granger, porém, costuma ignorar a seleção uruguaia.


A vingança de Kobe Bryant: não vai mais seguir Dwight Howard no Twitter
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Giancarlo Giampietro

No more Kobe, Dwight

Imaginem o Kobe Bryant num momento desses.

Deve estar espumando. Deve ter reduzido a carga de sono para 3 horas e meia. O restante ele tira na esteira.

A ponto de, não satisfeito por ele próprio ter deixado de seguir Dwight Howard no Twitter, convenceu (forçou? coagiu?) Pau Gasol a fazer o mesmo. : )

Se a partida de Dwight Howard para o Texas pode ter algum efeito positivo para o torcedor do Lakers, é a fomentação de suas fantasias sobre a legendária dedicação de Kobe aos treinamentos, a sua preparação e sua facilidade de encontrar qualquer motivo para se sentir o cara mais revoltado do planeta e descontar toda essa ira em quadra, na cabeça dos oponentes.

Aqui vai uma notinha já para vocês pensarem a respeito: em sua visita ao Brasil, Kobe trouxe na bagagem um punhado de camisetas e bermudas, o sundown, um par de sungas e… três ou quatro pessoas de seu estafe totalmente dedicadas a sua reabilitação. Ele não ficou nem uma semana por aqui nos trópicos, mas isso não era motivo para frear, em junho, seus trabalhos físicos. A dedicação era tanta que o estafe da Nike se maravilhava quando via o astro fazendo exercícios em pleno avião, se deslocando de São Paulo para Salvador, aonde viu a seleção brasileira golear a Itália.

Isso tudo antes de levar o fora de Howard.

Agora, então…

(Que o ala já tivesse toda a motivação do mundo para chocar a comunidade da medicina e voltar tinindo de uma lesão gravíssima que é a ruptura do tendão de Aquiles, tudo bem, a gente deixa quieto por ora. Melhor instigar, mesmo, o frenesi por Bryant, aproveitando ao máximo sua aura, enquanto ela ainda dura. E, além do mais, como ensinou o filme do homem que matou o fascínora, que se imprima a lenda!)

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Nessa confusão toda, de feliz em Los Angeles temos Pau Gasol apenas. Sentindo-se destratado por dois anos sem parar, o espanhol, agente livre em 2014, agora sabe que a zona pintada é sua. Toda sua. Né, Jordan Hill? Agora não tem papo sobre troca, dispensa, nem nada. Se o Lakers quiser ser competitivo no próximo campeonato, só mesmo com o espanhol motivado, envolvido e em boa fase técnica. Será que D’Antoni, a fascite plantar e os joelhos vão deixar?

Quanto ao técnico, pode ser que, por De contratações pontuais, o Lakers tem ido atrás de jogadores que se encaixariam no sistema de D’Antoni. A escolha de Ryan Kelly já foi nessa direção. Chris Copeland era outro especulado – mas já é do Pacers. A boa notícia para Gasol: são dois alas-pivôs chutadores. Sem essa, então, de ver o barbudo jogando aberto o tempo todo.


Michael Jordan abre os cofres e convence Al Jefferson a jogar pelo Bobcats
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Giancarlo Giampietro

Pronto, já podem dar a chave de cidadão de Charlotte para o Baby Al. Não é todo dia que um agente livre topa uma enrascada dessas.

Mas, sem paciência para ver o que o mercado lhe reservaria quando o chorão do Dwight Howard, o pivô ex-Utah Jazz, pouquíssimo badalado considerando os outros nomes que centralizavam as atenções nos primeiros dias de negociatas, topou nesta quinta-feira um contrato de três anos e algo perto de US$ 40 milhões para vestir a camisa de um eterno saco de pancadas.

Al Jefferson

Baby Al, agora do Charlotte

Os dois primeiros anos de vínculo seriam garantidos – e o atleta poderia exercer uma cláusula antes do terceiro. Providencial essa, aliás: embolsa uma boa grana por dois campeonatos e, se as coisas seguirem na mesma para o eterno saco de pancadas, consegue zarpar e, talvez, ir atrás daqueles contratos descarados em busca de um anel.

Outra grande notícia aqui é o fato de Michael Jordan ter assinado o cheque. Obviamente estamos falando de outro que perdeu a paciência – “Que novidade”, pode falar. No ano passado, quando seu time terminava a temporada do lo(u)caute com a pior campanha da história, MJ dizia que tudo bem, que tinha tempo. Convocou uma série de coletivas para dizer que estava de acordo com o plano. Queriam seguir o modelo de OKC: estocar altas escolhas de Draft e formar um time bom e sustentável.

Bem, atiraram toda essa papelada pela janela agora.

Para fechar o negócio (quase) bombástico, o Bobcats terá de anistiar o ala Tyrus Thomas, que tem a honra de resgatar esse termo que já andava em desuso no mercadão da liga. Funciona assim: uma equipe teria o direito de escolher um contrato que considere ingrato em seu elenco para limpá-lo de sua folha salaria. O clube ainda paga os salários do atleta, mas ao menos consegue um respiro para buscar novas contratações sem se enforcar com multas pesadas. Ou seja: Thomas vai embolsar US$ 18 milhões nos próximos dois anos sem precisar pisar em Charlotte tão cedo. Amém.

Na quadra como fica?

O técnico Steve Clifford, outra novidade, ganha um dos pivôs mais talentos ofensivamente de toda a liga – Jefferson pode matar de média distância com regularidade e sabe jogar de costas para a cesta, com jogo de pés criativo e boa munheca. Um sólido reboteiro também. São praticamente 18 pontos e 10 rebotes garantidos por partida. Do outro lado, porém, Bismack Biyombo não poderia ser mais útil, já que seu novo companheiro de garrafão é meio que um peso morto na defesa. Lento, vulnerável em jogadas de pick-and-roll, o recém-contratado também não intimida na hora de proteger o aro. De qualquer forma, o garrafão fica reforçado, ainda mais com o promissor Cody Zeller adicionado via Draft.

Um problema a ser resolvido, porém, é o fraco jogo de perímetro do Bobcats. Para Jefferson poder atuar, precisa-se de arremessadores desesperadamente. Se Michael Kidd-Gilchrist conseguir se apresentar pelo menos como um atacante medíocre nos tiros de média ou longa distância, já ajudaria bastante. Se Ben Gordon também tiver um mínimo de boa vontade, também seria de bom grado.

De qualquer forma, seria recomendável Jordan investir alguns tostões a mais num especialista.  Mas, calma lá também. Em termos de Bobcats, o que eles toparam pagar hoje foi algo já histórico.

PS: os negócios só podem ser oficializados no dia 10 de julho. Até lá, pode ser que o Utah Jazz tope algum negócio paralelo com o Bobcats, que mandaria algo em troca do pivô no esquema “sign-and-trade” (“assina-e-troca”). De todo modo, o time de Salt Lake City está interessado, mesmo, em ver seus dois garotões – Derrick Favors e Enes Kanter – se desenvolverem, e chegou a hora de ver o que eles podem oferecer para valer.


Splitter vai renovar por US$ 36 milhões e quatro anos. Spurs não deu chance para o “se”
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Giancarlo Giampietro

Splitter pra mais dois pontos

Ah, como seria a trajetória de Tiago Splitter na NBA em outra equipe? De repente sem a pedagogia de Gregg Popovich, que o segurou por um ano e meio até que estivesse devidamente adaptado ao que ele espera dos jogadores do Spurs. Ou sem a necessidade de dividir espaço, toques e pontos com um mito chamado Tim Duncan. Parece que a gente nunca mais vai saber.

Nesta terça-feira, Adrian  “Fura o furo” Woynarowski, do Yahoo! Sports, publicou que a franquia texana e o pivô catarinense já encaminharam a renovação de seu contrato – as partes começaram as tratativas na segunda-feira e encaminharam o acordo raaaapidamente. Segundo o renomado jornalista, serão US$ 36 milhões pagos ao catarinense por serviços a serem prestados nas próximas quatro temporadas – ele se tornará, assim, o terceiro brasileiro, mais bem pago da liga, atrás de Nenê e Anderson Varejão.

(Nota: o vínculo ainda não é oficial.  Deve-se respeitar a moratória imposta pela liga até o dia 10 de julho, quando os clubes podem anunciar suas negociações. Até lá, nem dirigentes, nem jogadores podem comentar a respeito.)

Em entrevista coletiva neta terça-feira pela manhã, talvez ciente das conversas adiantadas para sua extensão contratual, Splitter já havia dito que considerava o Spurs “a melhor opção” para sua carreira. “É claro que o basquete é um esporte envolvido por muitos negócios, e nós não sabemos o que vai acontecer. Mas, pelo estilo de jogo, pela oportunidade que tive e por já conhecer o sistema, o técnico e forma de trabalho, o melhor pra mim seria ficar no Spurs.”

Segundo consta na mídia norte-americana, o Portland Trail Blazers, desesperado atrás de um guarda-costas para proteger LaMarcus Aldridge, estaria interessado em enviar uma proposta a Splitter, que era um agente livre restrito – poderia negociar com qualquer equipe, mas o Spurs teria o direito de cobrir uma eventual oferta. Gregg Popovich e RC Buford já logo disseram: “Nem vem, que não tem”. Foi a mesma coisa, aliás, que o Indiana Pacers fez com Roy Hibbert no ano passado – uma vez que o Blazers se engraçou para seu gigantão, o martelo da renovação foi batido prontamente.

Então, agora, temos o seguinte: Splitter segue em San Antonio para render e ajudar Tim Duncan sempre quando necessário, até que o legendário pivô decida pela aposentadoria. Em termos de impacto e manchetes, não foi o desfecho mais atraente, mas é o mais seguro. Já se sabe o que esperar do catarinense no clube texano no próximo ano: defesa, luta por rebotes, finalizações em pick-and-roll com Tony Parker e, possivelmente, Manu Ginóbili, umas cinco ou sete cestas por partida, eficientes corta-luzes e a certeza de que vai entrar em quadra novamente brigando pelo título.

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A despeito da negociação concretizada, o pivô não vai defender a seleção brasileira na Copa América deste ano. Disse que precisava de descanso, independentemente da papelada assinada. Compreensível: seriam suas primeiras férias para acompanhar o filho e respirar um pouco após a temporada mais desgastante que já viveu – lembrem-se que o catarinense jogou as Olimpíadas em agosto do ano passado e que sua temporada se estendeu até junho. De 2005 a 2012, ele se apresentou para a CBB toda vez que foi chamado.

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Não tem jeito: grandalhões são pagos quando chega a hora de entrarem no mercado de agentes livres. Com um pivô talentoso como Splitter, não seria diferente. Seu segundo contrato não deixa também de recompensá-lo pelo desconto que deu para o Spurs no primeiro vínculo: a média anual de cerca de US$ 3,6 milhões não fazia jus ao que o MVP da Liga ACB ganharia no mercado europeu.

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Outro candidato ao título acertou uma renovação contratual importantíssima nesta terça: o Indiana Pacers, segurando David West. O pivô deve ganhar US$ 12 milhões em cada um dos próximos três campeonatos. Um valor que contextualiza bem a bolada que Tiago vai levar no Texas.


A primeira decisão certa de Michael Jordan? Novo técnico do Bobcats é aclamado
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Giancarlo Giampietro

Steve Clifford, da irmandade

Chegou a vez de Steve Clifford em mais uma aposta de Michael Jordan

Olha, vocês podem até estranhar, ou e assustar, mas, A julgar pela reação despertada pela contratação de Steve Clifford como técnico do Charlotte Bobcats, dessa vez o melhor jogador de todos os tempos e um dos piores dirigentes da história, parece que o cartola Michael Jordan acertou uma.

É sério.

Entre jogadores que já trabalharam com o treinador e outros companheiros de prancheta, como um amigo disse, parecia a maior injustiça do basquete, para não dizer do mundo, que Clifford, assistente toda a vida, ainda não estivesse à frente de uma equipe. Qualquer equipe que fosse. Mesmo que seja o Bobcats.

MKG e Kemba

Kidd-Gilchrist e Kemba Walker são as apostas de Clifford para sonhar em Charlotte. Time que quase nunca festeja

E, bem, tomara mesmo que seja o caso, né?

Afinal, ele será o sexto treinador diferente da franquia desde a temporada 2006-2007. A lista de antecessores: Bernie Bickerstaff, Sam Vincent, Larry Brown, Paul Silas e Minke Dunlap.

Desses, quem teve o melhor rendimento foi o legendário Brown, único treinador a ter sido campeão tanto universitário como da NBA. E, por melhor rendimento, saiba que estamos falando de aproveitamento de 45,8% em duas campanhas. Abaixo da mediocridade, isto é, ainda que, no meio do caminho, tenha garantido pela única vez o Bobcats em uma edição dos playoffs, em 2010, com mais vitórias (44) do que derrotas (38).

Com as constantes trocas que pede e orquestra, ele conseguiu reunir um elenco realmente decente, com Stephen Jackson, Gerald Wallace, Raymond Felton, Boris Diaw, Tyson Chandler, Nazr Mohammed, Tyrus Thomas, Raja Bell, Gerald Henderson e DJ Augustin. Esse não lembra um time de NBA? Quer dizer, pelo menos em 2010, quando Thomas ainda estava vivo e Wallace e Jackson, sem problemas de junta, lembrava, sim.

O problema é que Brown não consegue parar sossegado. A cada mês ele se enamora por um jogador e passa a detestar o outro. E toca mandar mensagem, telefonar, beliscar, cutucar o ombro e fazer sinal de fumaça em direção ao proprietário e o gerente geral para pedir mais e mais negociações. Até que chega aquele momento em que a relação fica (ficou) insustentável.

De acordo com relatos diversos, Jordan não deve ter esse tipo de problema com Clifford. “Acho que ele tem grande habilidade com as pessoas e grande qualidade como um técnico de basquete”, afirmou Jeff Van Gundy, ex-comandante do Knicks e do Rockets, hoje comentarista da ESPN. “Steve é o tipo de cara que pode treinar times jovens em reconstrução, times que estejam beirando os playoffs e times experientes. Eu realmente acredito nisso.”

A irmandade dos técnicos

SVG e Clifford nos tempos de Orlando

Clifford trabalhou com JVG nas duas franquias. Seus laços com a família Van Gundy, então, se estenderam para Stan e o Orlando Magic, com o qual trabalhou de 2007 a 2012 – e as coisas funcionam assim, mesmo, na liga. Os cargos de técnicos são constantemente entregues, distribuídos dentro de uma irmandade. De vez em quando um ou outro escapa, como no próprio caso do novo Bobcat, que esteve com o Lakers no último campeonato, deslocado no estafe de Mike D’Antoni.

A irmandade dos Van Gundy tem Pat Riley como patrono, Erik Spoelstra como o caçula e Tom Thibodeau, outro ex-assistente do Rockets, no meio. Essa turma toda saiu estourando champanhe por aí por esses dias. Thibs mandou mensagem para SVG: “Este é um grande dia para todos nós”.

Sobre o assunto, SVG se tornou a fonte número um para os jornais de Charlotte, uma vez que chefiava a comissão com Clifford por cinco anos em Orlando. “Steve é um grande treinador. Ninguém merecia mais. Ele não tem ponto fraco. É ótimo no riscado e um tremendo professor. Vai deixar seu time preparado todas as noites”, disse.

Agora, os elogios não se resumiram só aos amigos. Diversos jogadores elogiá-lo. Entre eles: JJ Redick, Marcin Gortat, Quentin Richardson e Hidayet Turkoglu, entre eles. “Parabéns! Grande técnico e ótima pessoa! Grande contratação! Adorei trabalhar com ele”, tudo nessa linha. “O Bobcats vai vir forte no ano que vem!”, sublinhou Gortat. Isso não é nada normal, gente. De jogadores falarem em público de um treinador com o qual nem vínculo direto eles têm mais.

Fica a expectativa, então, para o trabalho que vai ser realizado em Charlotte, em sua primeira jornada como treinador principal. “Qualquer bom treinador tem uma boa e clara visão sobre como quer ver seu time treinando e jogando – e eu tenho isso. Já vi que a carga certa de trabalho e de comunicação podem fazer para um time. Sim, sou inexperiente como treinador, mas estou confiante e sei como quero fazer isso”, disse o técnico, que assina contrato de dois anos com um terceiro opcional para a franquia.

Clifford vai herdar uma equipe que venceu apenas 28 partidas e perdeu 120 nos últimas duas temporadas. Um aproveitamento de 18,9% no geral, cacilda. Quer dizer, então, que vai precisar de toda a boa fé do mundo. Quando chegou a parada do All-Star Game, já eram 12 vitórias e 40 derrotas.

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No dia 24 de novembro de 2012, o Charlotte Bobcats tinha sete vitórias e cinco derrotas. No início de campanha, bateram Indiana Pacers (veja só!) e Dallas Mavericks. Uma nova era! Que nada: até o dia 29 de dezembro, eles perderam 18 partidas seguidas, e o sonho acabou. Foram terminar o ano com 21 triunfos e 61 reveses, graças a uma inacreditável sequência de três resultados positivos nas últimas rodadas.

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É por isso que fica qui, então, uma paródia da música “Don’t Stop Believin'”, da banda Journey, sobre as dificuldades de se jogar pelo Bobcats:

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No momento, o processo de mudança de Charlotte Bobcats para o bom e velho Hornets ainda não tem um prazo certo, mas deve acontecer. Pode ser que seja concluído apenas para 2014-2015. Pelo menos essa parte do universo se acerta, né? Se o Jazz não está nem perto de sair de Utah, voltando para New Orleans, que pelo menos a marca Hornets volte para o lugar de onde nunca deveria ter saído.


Draft: como está o status dos brasileiros que se candidatam à NBA
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Giancarlo Giampietro

Passada esta final eletrizante e memorável, é hora de nos dedicarmos ao próximo passo da NBA. Porque o show não pode parar.

É hora do Draft! Um dos meus períodos favoritos do ano, acreditem.

Não deu para comentar isso durante os últimos dias malucos – do ponto de vista pessoal –, mas as três brasileiros que se candidataram este ano decidiram manter a inscrição no processo de recrutamento de novatos da liga: Lucas Bebê, Raulzinho e até mesmo o ala Alexandre Paranhos. O que surpreende, bastante.

(Lembrando que Augusto Lima não pode ser incluído neste grupo em específico porque sua participação, devido ao ano de nascimento, já é automática. Assim como todo brasileiro que veio ao mundo em 1991.)

Lucas Bebê em Treviso

Bebê está subindo nas tabelas…

Desta forma, fazendo as contas, são pelo menos quatro os brasileiros tentando ingressar na liga efetivamente, restando agora menos de uma semana para a cerimônia do dia 27 de junho, no ginásio do Brooklyn Nets.

Agora estamos no ponto desse processo em que os prospectos vão cruzando os Estados Unidos de costa a costa para treinar em privado pelas equipes. Essas sessões podem alternar: há jogadores que se recusam a duelar com outros em quadra e são avaliados individualmente ou apenas entrevistados e examinados. Há aqueles que estão sedentos para esse tipo de batalha, para provar que têm condição de subir nos rankings de um time em específico.

Esse tipo de treinamento produz muitas vezes causos e causos.

Nunca vou me esquecer dos relatos que vieram de Memphis no ano de 2003, quando Leandrinho seguia a trilha de Nenê. Há dez anos já! Caraca.

Pois bem, o ala-armador brasileiro havia acabado de fazer toda uma preparação especial sob a tutela de Ron Harper, em Cleveland. Aos poucos, começou aquele burburinho que aumentou consideravelmente num treinamento pelo Grizzlies, ainda gerido por Jerry West naquela época. Ali, Leandro bateu de frente, literalmente, com um prospecto vindo de Marquette, um certo Dwyane Wade. Segundo consta, o pau comeu nas atividades em quadra, e o hoje superastro do Miami Heat teria reclamado para West sobre o excesso de agressividade de seu adversário. Velha Escola, o Logo teria sorrido maliciosamente, se divertindo com o que via.

Um ano depois, em 2004, quem estava em turnê pré-Draft era o Rafael “Baby” Araújo. Formado por BYU, seu jogo não era nenhum mistério para os scouts e dirigentes. “Hoffa” (nos EUA) era cotado como um dos melhores pivôs daquela safra – pensem nisso: ele foi draftado em oitavo pelo Raptors, enquanto Anderson Varejão saiu apenas em 30º, via Orlando Magic, depois trocado para o Cleveland Cavaliers. Ainda assim, precisava provar seu valor nesses testes. E, para todo lugar que ia, parece que se cruzava com outro grandalhão, David Harrison, da universidade do Colorado. Dizem que chegou um momento em que os dois já não se aturavam mais, de tanta pancada que haviam trocado em um curto período. Até que saíram no tapa, mesmo.

 É por isso que passam os brasileiros agora.

Das notícias que temos, Lucas Bebê já treinou por Utah Jazz (14ª e 21ª escolhas) e Minnesota Timberwolves (9ª e 26ª). O brasileiro é visto hoje como um candidato certeiro ao primeiro round do Draft, e há quem já o coloque entre os 20 mais bem cotados depois da ótima exibição no camp de Treviso.

Em Utah, ele duelou com Mason Plumlee, jogador formado pelo Coach K em Duke, muito mais polido e três anos mais velho. Interessante que o Jazz esteja olhando para grandalhões também, quando o mais lógico seria buscar um armador . Talvez porque saibam que dificilmente vão manter Millsap e Al Jefferson, precisando preencher a rotação em torno dos ultratalentosos Enes Kanter e Derrick Favors. Já em Minnesota o carioca competiu com outro “marmanjo”, Jeff Withey, de Kansas, também com três anos a mais de cancha.

Augusto, por sua vez, lutaria por uma vaga no segundo round. Por isso, já foi testado pelo Wolves (que tem também as 52ª e 59ª escolhas), pelo Golden State Warriors (que, curiosamente, não tem nenhuma escolha de Draft, mas sempre pode se envolver em alguma troca ou simplesmente comprar uma, algo mais fácil na segunda rodada) e pelo Indiana Pacers (23ª e 53ª). Nas duas últimas sessões, o brasileiro concorreu com o iraniano  Arsalan Kazemi, prospecto da universidade de Oregon.

Sobre Paranhos, as informações são escassas. O ala ex-Flamengo, de potencial físico incrível, mas que mal jogou pelo clube carioca nos últimos dois NBBs, está sendo promovido nos Estados Unidos por Artur Barbosa, o irmão mais velho de Leandrinho. Artur enviou um email ao jornalista Henry Abbott, do blog ThrueHoop, da ESPN, para falar sobre o garoto. Em seu texto, revela que o ala foi testado pelo Houston Rockets. O Milwaukee Bucks foi outro que o observou de perto.

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Sobre Raulzinho, não há relatos de que esteja treinando nos Estados Unidos, mas tenho uma pequena informação: há um time da Conferência Oeste bastante interessado pelo armador. Seu estafe ficou impressionado com sua exibição em Treviso, onde foi eleito o MVP do camp.


Lucas Bebê usa evento na Itália para melhorar sua cotação e fica mais perto da NBA
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Giancarlo Giampietro

Lucas Bebê no ataqueUm post de atualização do fim de semana: Lucas Bebê deixou uma excelente marca no adidas EuroCampo em Treviso e, segundo todos os relatos, melhorou consideravelmente seu status visando o Draft da NBA deste ano. Inicialmente cotado como um prospecto para a primeira rodada, estaria agora na briga para ser selecionado entre os 20 melhores, quem sabe até sonhando com um lugar entre os 15 primeiros.

O pivô participou apenas do primeiro dia de atividades na cidade italiana, o sábado, e de tão satisfeito com seu desempenho, abriu mão dos jogos de domingo e desta segunda-feira – na ciranda do Draft, quando você consegue dar uma bela cartada, melhor não arriscar mais: que fique a primeira impressão.

Bebê precisava ir para quadra ao menos um dia para confirmar diante dos gerentes gerais e outros dirigentes da liga norte-americana aquilo que provavelmente a maioria dos scouts europeus já vinha falando: que ele havia melhorado consideravelmente durante a temporada 2012-2013 na Espanha. Conseguiu, sendo dominante na tábua ofensiva e defensiva, enterrando com facilidade e distribuindo tocos como quem jogava vôlei.

O simples fato de também ter topado o desafio, de se exibir nesse contexto,  sujeito a elogios e, claro críticas, também pegou bem para os dirigentes, numa prova de coragem e maturidade. Por outro lado, o pivô ainda não se sente plenamente confortável com seu inglês, um detalhe que pode afastar um cartola mais exigente.

RaulzinhoPara causar sensação, o carioca também teve um pouco de sorte, convenhamos: pôde jogar no mesmo time de seu velho (ok, “velho”) companheiro das seleções de base, Raulzinho. Os dois combinaram com sucesso em diversas jogadas de pick-and-roll, numa ajuda providencial para o grandalhão, que pôde enterrar à vontade, atacar o aro como gosta, contando com os passes precisos do parceiro.

E, nesse evento, não importa muito o quanto você produz (as estatísticas, no caso), mas, sim, o modo como você conseguiu esses números. Para as dezenas de avaliadores da liga americana,  vale mais  o potencial vislumbrado nos atletas. E de potencial sabemos que Lucas está muito bem servido. Veja o vídeo:

Raul e Augusto? Os dois também foram bem, ganharam elogios, mas ainda seguem bem distantes de Bebê em termos de cotação. Para Augusto, não há muito o que fazer: por ter nascido em 1991, neste ano ele participa automaticamente do processo de recrutamento de calouros da NBA. Já Raulzinho tem a chance de retirar o seu nome da lista de inscritos, caso não goste do que tem ouvido, para tentar novamente no ano que vem.

Augusto Lima