Vinte Um

Arquivo : maio 2013

Final Four da Euroliga: os brasileiros e os candidatos à NBA
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Giancarlo Giampietro

Hettsheimeir, galáctico

Rafael Hettsheimeir teve dificuldades para se encontrar no Real Madrid

Basicamente? A grande maioria dos jogadores que vão estar em quadra neste fim de semana pelo Final Four da Euroliga teria condições de fazer parte da rotação de um time de NBA. Alguns, como titulares. Outros? Completando o banco. Mas é inegável o talento. Vamos  publicar alguns posts sobre o assunto, mas falando, claro, mais sobre a liga europeia do que a norte-americana.

Os brasileiros

Marcelinho Huertas (Barcelona)
Médias gerais: 7,9 pontos, 3,4 assistências, 2,1 rebotes, 48,5% nos arremessos, 34,4 % de três pontos e 97,1% nos lances livres

Maestro Huertas

Huertas: “titular” do Barça

O homem de confiança de Rubén Magnano nem sempre foi titular durante a grande campanha do Barcelona, mas isso, no fim, não quer dizer muita coisa. O técnico Xavi Pascual revezava sua escalação de acordo com o que o adversário apresentava. Em duelos com times de armadores mais fortes e agressivos, geralmente ele optava por Victor Sada, que está mais equipado para este tipo de embate. No geral, porém, Huertas foi quem recebeu mais minutos em 29 partidas: 582, contra 492 do espanhol.

Mais importante: o brasileiro ganhou sinal verde de Pascual para criar mais em quadra, ficando mais tempo com a bola em mãos – numa atitude que, para os padrões de um técnico extremamente controlador e detalhista, soa como revolução. Huertas pôde jogar mais em pick-and-roll, sua especialidade, e teve liberdade para, inclusive, fazer passes por trás das costas e buscar ponte-aéreas. Se até Pascual pode mudar nesse sentido, não vá se considerar você um caso perdido, ok? E deu certo: o Barça manteve sua consistência defensiva, mas elevou o padrão de seu ataque para dominar a competição. De resto, o armador talvez tenha só desejado um pouco nos chutes de fora, já que tem potencial para chutar na casa de 40% com tranquilidade, conforme fez nos últimos dois anos.

– Rafael Hettsheimeir (Real Madrid)
Médias gerais: 3,4 pontos, 2,1 rebotes, 0,3 tocos, 52,6% nos arremessos, 33,3% e 84,6% nos lances livres.

Olha, é complicado. Nosso anti-Scola assinou tarde com o Real Madrid (final de outubro), depois de negociar com alguns times da NBA, perdeu a pré-temporada por estar se recuperando de uma cirurgia no joelho e teve sempre de remar contra o prejuízo durante a temporada, tendo de se contentar basicamente em ser o último homem da rotação de grandalhões de Pablo Laso – atrás de Mirza Begic, Nikola Mirotic, Felipe Reyes e do americano Marcus Slaughter, todos atletas de ponta na Europa. Se em Zaragoza ele era a estrela da companhia, aqui, num elenco fortíssimo e milionário, foi apenas mais um.

O pivô teve média de apenas 8 minutos por jogo, mas não quer dizer que não tenha tido chances. Entre as rodadas 14 e 21 do Top 16, ele ficou fora de apenas de um jogo. Teve boas atuações contra o Panathinaikos e contra os pangarés da Alemanha, mas não foi o suficiente para ser promovido. Quando chegaram os playoffs, o técnico precisou acertar os ponteiros, e o pivô revelado em Ribeirão Preto acabou sacrificado: nas quartas, contra o Maccabi Tel Aviv, teve apenas 4min27s no total. Muito pouco para alguém de seu talento, mas não dá para chorar injustiça. O lance agora é aproveitar o tempo com a seleção, treinar forte e chegar revigorado para o próximo ano.

Os candidatos
Seguem alguns jogadores que, com a dupla brasileira acima, nunca passaram pela liga norte-americana e mereceriam alguma atenção no caso de algum clube de lá quiser um bom e sólido reforço. Não são apenas estes, claro. Vem mais lsita por aí.. Mas, em alguns casos, é preciso pagar: um cara como Pablo Prigioni só topou receber o mínimo pelo New York Knicks este ano porque não tinha mais desafios para sua carreira na Europa e queria encarar outra coisa. Hoje é titular da segunda melhor campanha do Leste.

– Victor Sada (Barcelona): olha ele aqui de novo! Sim, o espanhol de 29 anos tem sérias dificuldades para comandar um ataque que precise de um pouquinho de criatividade, vide seu tempo de quadra reduzido contra o Panathinaikos nas quartas de final. Diante de uma defesa robusta, que lhe tirava os espaços para infiltração, seu arremesso falho ficou exposto, sua confiança foi para o buraco, e Pascual, lutando pela sobrevivência, não teve outra coisa a fazer senão enterrá-lo banco. Mas, usando-o como um armador reserva – que, na verdade, é o seu status no Barça –, qualquer equipe estaria bem servida com esse barbudo, que é uma peste na defesa. Tem excepcional movimentação lateral e braços largos, atacando o drible dos adversários, ganhando só nessas investidas alguns segundos preciosos para sua defesa. Também é explosivo e joga acima do aro.

Jaycee vai chutar

Jaycee, o melhor gatilho das Américas fora da América?

Joe Ingles (Barcelona): utilizado de modo pontual por Pascual, não teve a temporada que se esperava depois de suas ótimas apresentações nas Olimpíadas. Mas isso tem mais a ver com a mesma encrenca que Rafael encontrou no Real, do que por incapacidade deste canhoto australiano. Ninguém simplesmente se apresenta a um Barça e acha que vai ser premiado com titularidade, vinho e mimos que só. Tem de lutar, e Ingles encarou durante toda a temporada a concorrência de um dos melhores alas do basquete europeu nos últimos anos, o americano Pete Mickeal. Quando o veterano foi afastado na reta final por conta de uma embolia pulmonar, Pascual teve de recorrer novamente a Ingles, de 25 anos. Aqui, estamos falando de um jogador com ótimo drible, capacidade para coordenar ações no pick-and-roll e ser até mesmo um segundo armador em quadra, bom arremessador e criativo na hora de partir para a cesta. Fica devendo na defesa.

Jaycee Carroll (Real Madrid): tem um termo em inglês que soa muito bem, mas, quando traduzido, perde o charme: “instant offense from the bench”, ataque instantâneo saindo do banco. Com Carroll, de 30 anos, é assim mesmo. Em 21min36s de média, ele anotou 12,5 pontos por jogo, matando 54,6% nos tiros de dois pontos, 43,1% de três e 87,8% nos lances livres. Em toda a sua carreira, contando a quatro temporadas pela universidade de Utah State desde 2004, passando pela Itália e há um bom tempo na Espanha, ele chutou abaixo dos 40% da linha de três pontos em apenas um ano (2009-2010, pelo Gran Canaria). Pensem assim: é como se ele fosse um Steve Kerr 2.0, com capacidade de criar espaço para seu próprio arremesso, sem perder a eficiência no chute.

Stratos Perperoglou (Olympiakos): o sonho de qualquer treinador dentre aqueles que não são craques. Perperoglou é um ala de 28 anos que sabe muito bem o que pode e, muitas vezes o que conta mais, o que conta o que não deve fazer em quadra. Se ele não tem a ginga de um Spanoulis ou de um Navarro, para que inventar? Faz seu jogo feijão com arroz, mas muito bem feito: excelente defensor em cima da bola e coletivamente, com ótimo porte físico para um ala (2,03 m e forte), disciplinado, combativo. No ataque, passa de lado e abre espaço. Não foi bem nos disparos de longa distância este ano, convertendo apenas 28,3%, mas tem média de 38,7% na carreira na Euroliga.

Os ‘draftáveis’
Aqui, os jogadores com idade para serem escolhidos no Draft da NBA, inscritos ou não. Para esse grupo de elegíveis, só valem os jogadores nascidos até 1991 (a turma que completa ou vai completar 22 anos).

Alejandro Abrines (Barcelona): ou Alex, como preferir. Aos 19 anos, só foi acionado por Pascual durante a temporada quando a fatura estava liquidada. Até que o Barça perdeu Mickeal, e Pascual teve de procurar outras soluções. Chamou Abrines, não teve jeito. E o que o garotão me apronta? Como se estivesse com seu jogo represado, na última rodada do Top 16 ele anotou 21 pontos em exatos 21 minutos contra o Maccabi Tel Aviv e deu o recado para o professor: “Xácomigo!” Foi uma partida incrível mesmo de um ala com muita personalidade e agressividade no ataque, tendo bom arremesso e vocação para as infiltrações, a despeito do físico magricela. Contra o Panathinaikos, ele deu uma esfriada, mas não deixa de ser uma boa opção para um clube americano que pode selecioná-lo este ano e deixá-lo mais alguns campeonatos na Catalunha para desenvolvimento. Tem chances de entrar na primeira rodada do Draft.

Marko Todorovic (Barcelona): ala-pivô de 20 anos e 2,08m nascido em Montenegro que também não foi muito utilizado por Pascual, mas que, ainda assim, teve mais tempo que Abrines. Algo natural para os homens de garrafão, considerando o possível acúmulo de faltas dos titulares. Quando acionado, Todorovic costumava entrar ainda é muito frágil fisicamente, mas demonstra agilidade e capacidade atlética incomum para seu tamanho. Candidato a sair na segunda rodada.

O Barcelona ainda tem em seu elenco o ainda mais jovem ala Mario Hezonja, croata de 18 anoso que nem poderia se inscrever neste ano, pela idade baixa. Hezonja é considerado como o mais promissor deste trio, como um cestinha nato.

* O Canal Sports+, da Sky, transmite nesta sexta-feira e no domingo todos os quatro jogos do Final Four da Euroliga. Divido os comentários com Ricardo Bulgarelli. A naração fica por conta dos companheiros Maurício Bonato, Ricardo Bulgarelli e Marcelo do Ó, como foi durante toda a temporada.


Após Curry, Thompson aparece para atormentar Spurs, e Warriors apronta de novo
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Giancarlo Giampietro

Klay Thompson aterroriza San Antonio

É isso aí, o Klay Thompson também pode pelo Golden State!

 

“Viu só? Eu também consigo fazer ISSO. Nhém!”, é o que parece que o Klay Thompson resolveu dizer para toda a NBA, nesta quarta-feira, para desespero de Gregg Popovich em San Antonio.

Depois do espancamento promovido pelo Miami Heat para cima do Chicago Bulls, invertendo o conceito de quem desceria a marreta nesta série, o Golden State Warriors resolveu aprontar de novo contra o San Antonio Spurs. Mas dessa vez quem comandou a traquinagem foi este ala esguio e igualmente perigoso nos tiros de três pontos.

Relegado ao papel de coadjuvante durante a arrancada rumo ao estrelato de Stephen Curry nos playoffs, Thompson deu provas de seu seriíssimo potencial no Texas para deixar a experiente turma de Tim Duncan desconcertada. Em dois jogos, temos um confronto empatado, com o mando de quadra roubado por parte do Warriors. E não só isso: o que assusta é que a equipe dirigida pelo surpreendente Mark Jackson poderia estar facilmente com uma vantagem de 2 a 0, não fosse a patinada feia que deram na primeira partida, perdendo uma liderança de duplo dígito no quarto final, caindo na segunda prorrogação.

Se tomarmos como parâmetro o que Curry vinha produzindo até aqui, o Spurs até que conseguiu atrapalhar sua vida no segundo jogo, limitando-o a apenas sete conversões em 20 arremessos no total e a quatro assistências para dois turnovers. Ainda assim, ele marcou 20 pontos, mas tudo bem.

Klay Thompson x Kawhi Leonard

Leonard tenta o toco, mas a alta elevação no chute de Thompson não permite

E aí que me entra em cena o Thompson aproveitando os espaços oferecidos pela marcação mais concentrada em Curry e arrebenta com o Spurs, sem dó nem piedade: 34 pontos, com 13 em 26 chutes de quadra e impossíveis oito bolas de três certeiras em nove tentadas – ao mesmo tempo em que Curry, para se ter uma ideia, chutou 6/9 na linha de lances livres. Segura!!!

O curioso é que, no quarto final, o ala ficou zerado. Problema resolvido para as próximas partidas, então, por parte de Pop?

Nada: porque Curry e Jarret Jack assumiram a bronca e marcaram os últimos nove pontos do Warriors para proteger mais uma grande vantagem no placar que estava indo para o buraco – o primeiro tempo terminou com 19 pontos para a fedelhada; a 4min22s do fim da partida, o Spurs estava a apenas seis pontos de um empate.

Só que o raio não caiu de novo no mesmo lugar. Vejam essa declaração de Manu Ginóbili: “O que aconteceu no jogo 1 não é sobre inexperiência. É apenas um desses jogos que acontece muito raramente, algo como uma vez em mil. Não era para termos vencido aquele jogo. E eles vieram ainda mais famintos, mais determinados. E claro que eles são mais jovens e mais atléticos que nós. Mas eles também foram mais físicos. Apenas fizeram um trabalho muito melhor que o nosso. Eles mostraram que queriam mais. Eles provavelmente pensaram que mereciam a vitória no jogo 1 e queriam mais uma oportunidade para vencer”.

É preciso respeitar o astro argentino pela sinceridade, franqueza de seu comentário. Um raciocínio que entrega como está o espírito do Spurs no momento: de não saber o que fazer, de ser pego de surpresa por um time que supostamente não só não deveria estar competindo com seus veteranos, como parecia inimaginável que pudessem ser simplesmente omelhor time na série.

Em Oakland, os ávidos torcedores do Warriors já devem estar fazendo o gargarejo para preparar a garganta. Vai explodir aquele ginásio, e o jovem Warriors está em uma posição para satisfazê-los.

*  *  *

Thompson, um exímio arremessador de três, havia matado apenas 34,3% na série contra o Denver Nuggets e havia errado seus últimos dez chutes de longa distância, incluindo os quatro que tentou na primeira partida contra o Spurs.

*  *  *

Esta é daquelas notícias que nenhuma das partes vai confirmar oficialmente, mas já virou senso comum nos bastidores da liga; quando o Thunder decidiu no ano passado que não poderiam renovar com James Harden, o primeiro clube a receber uma ligação de Sam Presti foi o Golden State Warriors. A franquia de Oklahoma City queria saber se dava para fazer algum negócio por… Thompson, de 23 anos. Foram recusados de cara.

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O pai de Klay Thompson, Mychal, foi o número um do Draft da NBA em 1978, pelo Portland Trail Blazers. Ele teve uma carreira produtiva em seus primeiros anos sob o comando do legendário Jack Ramsay em Portland, mas não chegou a ser dominante em um time que demorou a se recuperar da perda de Bill Walton. Foi, no entanto, uma peça fundamental para o Lakers no final dos anos 80, reforçando o banco da equipe que ganhou o bicampeonato em 1987-88. Showtime!

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Na última vez que o Warriors havia triunfado em San Antonio – em 14 de fevereiro de 1997 –, Stephen Curry tinha apenas oito anos e Tim Duncan estava na faculdade.


Knicks diversifica ataque e resgata Carmelo Anthony para empatar série
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Giancarlo Giampietro

Melo no ataque

Carmelo ataca o grandalhão Hibbert em movimento

Em seus últimos quatro jogos, Carmelo Anthony havia arremessado 110 vezes. E acertado 35. Isso dá um aproveitamento de 31,8%, e não estamos falando de chutes de três pontos, mas arremessos de todos os cantos da quadra, incluindo os mais próximos ao aro.

Cruzes, hein?

Dos números acima, o número que assusta mais, acho, são as 110 tentativas. Média de 27,5 por jogo. Quer dizer, Melo estava, no mínimo, jogando por 55 pontos possíveis por duelo, sem contar os tiros de longa distância e os lances livres. Chuta, chuta, chuta, e chuta mais um pouco. Depois perguntam por que o Tyson Chandler tem dores nas costas. Vai pular tanto assim por rebote, vai. 😉

Mas é desta forma que o New York Knicks foi construído, mesmo. Seu plano de jogo vive ou morre por seu superastro. Felton vai ciscar aqui e ali para tentar abrir a defesa. Os chutadores vão se espalhar pelos cantos do ataque e o ala vai aparecer no “cotovelo” do garrafão para entrar em ação e gastar seu vasto repertório de movimentos.

O problema é que, de tanto recurso que o cara tem, por vezes o ataque da equipe pode ficar muito acomodado, estagnado, um prato cheio para boas defesas. Bota no Melo que ele resolve, ué. E a estrela gosta – tem a vocação de Oscar, Kobe, Jordan, Marcelinho neste caso, de atirar primeiro e perguntar depois.

Nesta terça, porém, na surra por 105 a 79, sobre o Pacers, igualando a série em 1 a 1, o Knicks procurou diversificar um pouco suas ações ofensivas e, enfim, resgatou seu cestinha do Pólo Norte.

Em vez de se contentar com jogadas de isolamento contra um defensor versátil e eficaz como Paul George. Em diversas ocasiões, mas, especialmente no segundo tempo, Felton e  Prigioni davam aquela enroladinha básica com a bola ao cruzar a quadra, enquanto o ala partia em direção a Chandler para uma série de corta-luzes diferentes – e Chandler, com sua envergadura e agilidade, é um dos melhores nesse quesito, daí que, se você for olhar sua linha estatística e dizer que, poxa, “fulano fez só oito pontos e pegou quatro rebotes”, pode correr o risco de julgar sua partida como ‘fraca’, ‘apagada’, quando há muitas outras formas de se contribuir para uma vitória no basquete.

Para ficar mais divertido, por vezes, o próprio Carmelo fazia um corta-luz prévio em cima do marcador de Chandler para, depois, receber a troca de favores do pivô, numa ação que pode deixar os defensores desnorteados, liberando o atacante por alguns segundos preciosos. O passe vem na mão e aí é caixa. Além disso, Anthony partiu para outros cantos da quadra e também procurou se desgarrar rapidamente, em movimento, em situações de transição, antes que a sufocante defesa do Pacers se recompusesse inteiramente.

Resultado: oele voltou a ter um a ter um volume de jogo altíssimo, com 26 disparos, mas com um rendimento bem mais palatável, convertendo exatamente a metade, aproveitando seu melhor posicionamento. Terminou com sua linha clássica de 32 pontos e 9 rebotes.

Se os chutes de longa distância no geral não caíram com a frequência desejada – foram apenas 10 cestas em 30 –, a (nem tão) simples reabilitação de Carmelo é uma notícia para o técnico Mike Woodson e o torcedor  (e cineasta genial nas horas vagas) Spike Lee.

Agora só resta mais uma expedição ao frio polar para recuperar JR Smith. Este ainda está com as mãos congeladas.

*  *  *

O que mais deu certo para o Knicks?

Na defesa, para tentar cortar o jogo interior potente do Pacers, Woodson resolveu atacar a raiz, com razão. Sua defesa pressionou bastante as linhas de passe e desestabilizou os limitados atletas de perímetro do adversário, que cuidaram muito mal da bola, cometendo 21 turnovers. Quatro atletas de Nova York tiveram dois roubos de bola – foram 11 no geral para equipe.

Esse abafa funcionou com perfeição do final do terceiro período em diante, quando os visitantes ficaram mais de dez minutos sem fazer uma cesta de quadra. Impressionante: sem saber o que fazer, a rapaziada tacava bolas desequilibradas de fora para amassar o aro do Garden. Foi essa sequência que tornou um jogo apertado em 36 minutos numa lavada ao final dos 48.

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Pablo Prigioni teve um jogo perfeito: com 10 pontos, 4 assistências, 4 rebotes, convertendo todos os seus quatro arremessos, dois deles de longa distância, sem perder a bola uma vez sequer. A exigente torcida nova-iorquino aprovou e gritava “Pablo!” toda hora. Engraçado ver um veterano como o argentino virando mascote a essa altura da carreira.

*  *  *

Do lado do Pacers, a despeito de seus sete erros com a bola, impressiona a confiança com que Paul George vem se apresentando nos playoffs. Dá para perceber de cara por sua postura corporal, agindo com desenvoltura e firmeza em seus movimentos. Cresceu demais o rapaz na ausência de Danny Granger e com as tentativas, erros e acertos ao longo do campeonato.

 


Baixinho Nate Robinson supera rejeição da NBA e faz as vezes de Derrick Rose pelo Bulls
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Giancarlo Giampietro

Nate Robinson x Mario Chalmers

O Miami Heat não conseguiu parar o pequenino Nate Robinson. Série fica beeem interessante agora

No dia 24 de dezembro de 2011, Nate Robinson foi dispensado pelo Oklahoma City Thunder. Feliz Natal!!!

No dia 31 de julho de 2012,  ele assinou um contrato sem garantias com o Chicago Bulls, correndo o risco de ser dispensado a qualquer momento.

Nesta segunda-feira, dia 7 de maio de 2013, o baixinho carregou o ataque do Bulls para uma vitória surpreendente contra o Miami Heat na abertura das semifinais do Leste. Ele marcou 27 pontos, 9 assistências, pegou três rebotes e matou oito em 16 arremessos, tornando os acontecimentos citados nas datas cima ainda mais chocantes.

Como pode um sujeito com esse tipo de habilidade teri ficado na berlinda desse jeito?

Little Nate

Nate Robinson, quem diria, barbarizando nos playoffs da NBA

Bem, no caso de Robinson é até fácil entender, e não por causa de sua altura (1,75 m). Não são necessários nem dois ou três minutos de jogo para ver o quão explosivo, nos mais diversos sentidos, pode ser. Na verdade, tem dia em que um mero close do banco de reservas de Tom Thibodeau para ver a formiguinha atômica surtando.

Mas já foi muito pior. Ele tirou uma série de treinadores do sério com suas intempestividades e atos infantis em quadra e no vestiário – foi considerado, por exemplo, um caso perdido por Larry Brown e irritou até mesmo caras como Mike D’Antoni e Doc Rivers, que estão longe da fama de autoritários ou disciplinadores.

E, uma vez que um jogador qualquer pega esse tipo de reputação, a Rádio Fofoca nos bastidores da liga tende a ser inclemente. Que o diga Kenyon Martin, que teve de implorar por trabalho até o Knicks perder todos os seus pivôs e não ter a quem recorrer mais.

Daí que Robinson saiu de um contrato de mais de U$ 12 milhões por três anos assinado com o Boston para viver, nos últimos dois campeonatos, pulando de galho em galho, dependendo de que algum clube que estivesse disposto a se arriscar a adicioná-lo ao elenco. Depois de ser chutado pelo Thunder, foi contratado com um contrato não-garantido pelo Warriors. Depois, teve de passar pelo mesmo processo pelo Bulls.

O curioso é que ele já havia feito pelo Golden State uma de suas melhores campanhas, rendendo Stephen Curry do banco, ou assumindo o posto de titular, mesmo, quando o armador foi afastado devido ao seus preocupantes problemas de tornozelo. Em Chicago, manteve o mesmo ritmo, num reforço providencial para um time que sabia que não contaria tão cedo com Derrick Rose.

Robinson obviamente não está à altura do ex-MVP da liga. Mas, para um time desesperado por força ofensiva e, ao mesmo tempo, muquirana, foi considerado o reforço ideal – não se esqueçam: o baixinho já venceu o torneio de enterradas, poderia jogar futebol americano facilmente de tão forte e atlético e sempre teve facilidade para criar seu arremesso apesar da (falta de) estatura. Problemas de temperamento à parte, era um bom negócio.

(Vejam do que é capaz:

)

Thibodeau sabia com o que estava lidando, foi seu técnico em Boston. “Tinha um bom entendimento sobre quem ele é. Você tem de aceitar o pacote inteiro, e a parte boa prevalece diante da má”, disse o treinador, dia desses, depois de uma vitória dramática sobre o Nets, em tripla prorrogação, na qual ele anotou incríveis 34 pontos em apenas 29 minutos, torturando CJ Watson e Deron Williams.

Com esta produção, o Thibs não era doido de reclamar: as médias do ‘armador’ nos playoffs são de 17 pontos em 30 minutos, com aproveitamento de 50,5% nos arremessos, algo inédito em sua carreira. Ele não é o sujeito mais solidário quando tem a bola em mãos, com 3,6 assistências por jogo, mas o Bulls depende muito, mesmo, de sua criatividade para avançar. De modo que ele serve como bom complemento com Kirk Hinrich, Luol Deng e Jimmy Butler, outro que já vai ganhar seu próprio texto também. “Nate é a chave para este time”, disse o jovem Butler. “O ataque que ele traz do banco, o modo como ele pode facilmente mudar o rumo do jogo. Isso é grande para qualquer equipe, e é o que Nate vem fazendo para nós.”

Contra o Heat, embora tenha chutado oito vezes da linha de três pontos, conseguiu um bom equilíbrio em sua agressividade no ataque, batendo para dentro, furando uma defesa composta por adversários igualmente superatléticos, ganhando dois dez lances livres para cobrar – praticamente a mesma quantia que acumulou em toda a primeira rodada, 11, mas em sete partidas.

“Para alguém desse tamanho fazer as coisas que ele faz… Você precisa me dizer de um jogador abaixo de 1,80 m que seja melhor que ele, em toda a história do jogo”, avaliou Joakim Noah.

Mugsy Bogues, Spud Webb, Earl Boykins, todos eles podem ficar enciumados, mas, se Robinson continuar nessa tocada, vai ser difícil acusar Noah de camaradagem.

*  *  *

O Little Nate – ou Neitinho, Neitezinho, escolham – tinha um saco de gelo maior que sua cabeça, colado a sua face, na hora de falar com os repórteres depois do jogo. Num choque com LeBron James e a quadra, arrebentou a boca, precisando tomar pontos no vestiário. Imagine o drama. “Vamos logo”, disse ao médico. Voltou para o banco pouco antes do intervalo. Thibodeau surpreendeu – para os seus padrões, claro – e disse que iria apenas usar o jogador quando ele se sentisse pronto. “Estou pronto agora”, ouviu de resposta.

No final do jogo, estava prontinho mesmo para bagunçar, agora no bom sentido:

*  *  *

Contra o Nets, Robinson quase quebrou o recorde de pontos no quarto período de um jogo de mata-matas pelo Bulls. Com 23 pontos, ficou a apenas um da marca de… Bem, vocês tem três chances.

1) Não, não estamos falando de Rose.

2) Nem de Luc Longley!

3) Sim, Michael Jordan. Aquele da camisa 23. Jordan anotou 24 pontos no dia 12 de maio de 1990 contra o Philadelphia 76ers do então menos gordote Charles Barkley, que, mesmo assim, saiu vencedor de quadra.


Quebradiço, Andrew Bogut é jogador-chave no Warriors por trás do show de Curry
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Giancarlo Giampietro

Andrew Bogut, surpresa contra o Nuggets

Andrew Bogut, tentando jogar

Em um final de temporada com tantas lesões, nas suas anotações você começa a se preocupar não só com a técnica dos jogadores da partida a ser estudada, mas também com a saúde deles, usando de zêlo e humanismo. E, em termos de bem-estar, confesso que havia no QG 21 um grande temor pelo quebradiço Andrew Bogut.

Meu Deus, será que ele aguentaria o corre-corre que prometia a série entre seu Golden State Warriors e o Denver Nuggets? Será que ele teria ao menos a compahia de Dick Bavetta para caminhar tranquilamente ao seu lado durante algum jogo da série?

Bogut não deu a mínima para a piada, claro.

Mesmo manquitolando, ainda sentindo um tornozelo que aparentemente nunca mais estará 2100%, deu um jeito de causar o impacto que o Warriors aguardava ansiosamente desde que fechou uma controversa troca no início de 2012. Enquanto isso, Monta Ellis já está de férias, podendo ou andar de mobilete em algum rincão do Mississipi, ou matutando com seus agentes qual decisão tomar a respeito da próxima temporada.

Na hora de pensar no Warriors, é difícil ir além de Stephen Curry e o bombardeio que ele promoveu para cima dos indefesos jogadores do  Nuggets. Com média de 24,3 pontos, 9,3 assistências, 2,2 roubos de bola, 43,4% nos três pontos e 100% nos lances livres, o show foi todo dele. Mas, para que o armador extremamente talentoso possa seguir brilhando nos playoffs da NBA, carregando sua equipe no ataque, é imperativo que o time californiano tenha o pivô australiano minimamente em forma, para balancear as coisas do outro lado da quadra.

Jogando no sacrifício, sim, sem poder saber ao certo o que terá para entregar noite sim, noite não, Bogut teve um desempenho mais do que satisfatório considerando o basquete anêmico que ofereceu durante as 32 partidas (contadinhas) que teve no campeonato 2012-2013. Suas médias foram de 8,2 pontos, 10,3 rebotes e 2,3 tocos em controlados 27,7 minutos. Não é muito – ainda restaram 20 minutos para o emergente Mark Jackson preencher em sua rotação, seja com Carl Landry, com o gigantão Festus Ezeli ou com o calouro-veterano Draymond Greene. São três atletas interessantes, que apresentam habilidades diferentes para o pastor Jackson, mas o melhor, mesmo, é ter Bogut em quadra, né?

“Para ser justo, ele não é 100 por cento agora”, disse o técnico. “Quando ele está com o corpo vivo, ativo, se sentindo bem, nós ficamos confortáveis com o que ele faz em quadra. Algumas noites, ou alguns dias, porém, obviamente, são obviamente um desafio para ele.”

Por mais que a defesa do Warriors tenha melhorado sensivelmente nesta temporada, sendo a 13ª mais eficiente da liga – o que provavelmente não acontece desde os tempos em que Nate Thurmond trombava com Jabbar nos anos 70 –, nos mata-matas o australiano pode dar ao time uma presença muito mais sólida em sua retaguarda. Ainda que esteja com a mobilidade comprometida, o Aussie tem envergadura, tempo de bola, leitura de jogo e é um excelente e inteligente comunicador, podendo orientar alguns de seus companheiros mais inexperientes e cobrir por eles quando necessário.

Além disso, numa comparação com o massa-bruta Ezeli, Bogut também merece muito mais respeito no ataque, ainda que George Karl tenha decidido pagar para ver em muitos momentos, num erro de cálculo. Tá certo que o veterano não fez nada pelo Warriors em míseros 32 jogos, flertando com atuações dignas de Andris Biedrins. Mas não custava ter enfrentado o cara nos primeiros jogos para sentir quem estava do outro lado. Quando foi se mexer o técnico do Nuggets, promovendo JaVale McGee para o quinteto inicial, talvez fosse muito tarde. O adversário teve média de 63,2% nos arremessos, um salto qualitativo considerável, se aproveitando das brechas propiciadas pela atenção desprendida a Curry, Jack e Thompson no perímetro.

Jackson e o Warriors só podem esperar agora que este Bogut esteja em ação nesta segunda rodada. Porque a batalha no garrafão vai ficar significativamente mais complicada, com o tal de Tim Duncan pela frente.

*  *  *

Mobilidade comprometida, e tal, e de repente baixa o santo no gigante australiano, que aprontou isso aqui jogo 4 contra o Nuggets:

 *  *  *

Bogut, por algum motivo, escapa com frequência da lista das primeiras escolhas infelizes que tivemos na década passada. Vindo da universidade de Utah, sensação nos Mundiais de base em sua categoria, ele convenceu o senador Herb Kohl, dono do Bucks, de que era o cara certo para o pick 1 de 2005 por suas habilidades, digamos, políticas – se apresentou de terno para a entrevista com o milionário e usou sua retórica de modo confiante, passando a imagem de um franchise player. Durante os anos, contudo, o excesso de lesões o privou de qualquer chance de justificar seu status. Ele saiu dois postos na frente de Deron Williams e a três de Chris Paul. Além dos dois geniais armadores, Andrew Bynum (10), Danny Granger (17) e David Lee (30!) já foram selecionados para um All-Star Game nesta classe.


Símbolo do Bulls, Joakim Noah tem atuação histórica e já tira o sono de Chris Bosh
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Giancarlo Giampietro

JoJo esmaga!

Joakim Noah, ame-o ou ame-o

 

Sabe quem não acordou nada feliz neste domingo?

Chris Bosh.

O ala-pivô do Miami Heat, na real, já deve ter ido deitar na noite de sábado com a cabeça cheia, já que, nos próximos dias, vai ter de encarar ao menos quatro jogos de encheção de saco, de esforço máximo exigido quando soube queprecisaduelar com este animal que atende pelo nome de Joakim Noah. Veja a foto acima.

O pivô é um dos queridinhos do blog, mas, num campo (beeeem) mais amplo, ocupa um lugar especial no clube dos personagens mais odiados da liga, com suas bravatas, o comportamento estridente em quadra. Dos mais detestados desde que, claro, você não jogue ao seu lado. Pois quem não vai gostar de tê-lo como companheiro? O sujeito é quem em média mais corre em quadra em quadra: são cerca 4,4 km por partida!

E não tem fascite plantar que segure, pelo jeito. No sacrifício, Noah batalhou durante seis partidas contra o Brooklyn Nets e, na noite deste sábado, foi brilhante ao liderar o Bulls rumo ao triunfo no único “Jogo 7” da primeira fase dos playoffs 2013 da NBA. Com apenas sete minutos de descanso, produziu 24 pontos (com 12/17 nos arremessos), apanhou 14 rebotes e, para completar o serviço, ainda deu seis tocos em uma atuação que certamente entra no rol das mais memoráveis da história de uma laureada franquia. Ainda mais épico depois de ele ter anunciado ainda em Chicago, ao final do sexto jogo, que sua equipe venceria, sim, na próxima oportunidade. Cojones.

Porque, sim, Noah pode ser brilhante. Quer dizer, vamos recomeçar: ele é brilhante.

Muito pouco de seu jogo pode ser considerado plástico, embora ver m gigante de mais de 2,10 m puxar contra-ataque em alta velocidade como ele faz não seja das cenas mais comuns de se ver por aí. Mas tudo bem: entre as categorias dehighlights que costumam render notoriedade no marketing da liga, dificilmente ele vai se enquadrar. Vez ou outra o pivô pode emplacar uma enterrada na cara de alguém em algum top 10 de jogadas. Só não espere ver uma contagem regressiva dos “melhores rebotes da temporada!”, muito menos um clipe com “as melhores recuperações na defesa de um pick-and-roll 2012-2013!” etc.

Não basta ter coração. Ajuda, mas, para se tornar um defensor especial, daqueles que influencia drasticamente o andamento de uma partida, o jogador precisa ser minimamente inteligente e entender qual o seu papel em esquemas complexos como os de Tom Thibodeau. Noah domina em absoluto esses conceitos, com um posicionamento impecável na cobertura da turma do perímetro, fechando o garrafão, forçando o adversário a ruminar outras soluções enquanto o cronômetro não para. E é pela defesa que Thibs, que se firma entre os melhores técnicos da liga e o seu Bulls vão avançando, mesmo sem Derrick Rose, Luol Deng, Kirk Hinrich, Rip Hamilton e Vlad Radmanovic. Ops, esqueçamos este último.

Ganhou contra o Nets o time de mais camisa, mas também aquele time mais determinado e instruído, que não vai se dar por derrubado jamais, e que tem em Noah seu principal símbolo, por mais que a estrela da companhia seja Rose.


Após dura eliminação, Boston Celtics encara incertezas em torno da dupla Pierce-Garnett
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Giancarlo Giampietro

Adeus?

Fabrício Melo pode se despedir de Pierce e Garnett

Será que dessa vez o fim chegou, mesmo?

Eliminado pela primeira vez na fase de abertura dos playoffs desde que uniu Paul Pierce e Kevin Garnett em seu plantel, o Boston Celtics vai enfrentar algumas duas semanas de ponderação, ao mesmo tempo em que junta seus pedacinhos fragmentados pela marretada que tomaram do New York Knicks.

Juntos, sob a orientação de Doc Rivers, os dois veteranos foram campeões em 2008, vice em 2010 e uma vez finalistas do Leste em 2012.

Nesta temporada, depois da contratação de reforços que pareciam tão promissores em outubro, o clube penou com muitas lesões – incluindo a crucial e lamentável perda de Rajon Rondo – e a estafa de seus dois principais jogadores e nunca pôde se inserir para valer na lista de candidatos ao título.

Saibam que, em Boston, por mais orgulhosos que os torcedores fiquem de seus atletas, a expectativa é sempre de brigar pela ponta, mesmo, ainda mais depois da sequência incrível que viveram nas últimas temporadas.

E teria um time centrado nos dois astros, que já disputaram 100 (!!!) partidas de playoffs lado a lado, condições de voltar a reinar na NBA? Sem ajuda, muuuuita ajuda, depois do que aconteceu neste campeonato, é bem provável que a resposta seja “não”.

Exigir de Garnett e Pierce que lideram a equipe em uma temporada regular brutal e que cheguem em forma para digladiar nos mata-matas, quando eles estão em suas, respectivamente, 18ª e 15ª temporadas, não parece o melhor caminho.

Pierce x Knicks

Celtic toda a vida, Pierce foi exigido demais na série contra o Knicks

Estatisticamente, eles ainda dão conta do recado. Especialmente KG. Se você pegar seus números em uma projeção por 36 minutos, suas médias de 2012-2013 seriam ainda consistentes com o que apresentou em 2008-2009, por exemplo. Seu impacto na defesa ainda é imenso. Mas, fisicamente, já não é mais possível acompanhar o ritmo – desde 2007 seu tempo de quadra é reduzido ano a ano. Nesta temporada, pela primeira vez ficou abaixo dos 30 minutos por partida desde sua campanha de novato, e mesmo isso não foi suficiente para evitar diversas contusões e lesões, que o limitaram a 68 partidas no ano.

Pierce, por seu lado, a despeito de ter acumulado a menor média de minutos de sua carreira (33,4), teve sua melhor temporada estatística desde 2009. Ele perdeu apenas cinco jogos também. Quer dizer, ainda está inserido entre os melhores de sua posição, ainda mais considerando sua habilidade para criar no mano-a-mano. Nos playoffs, porém, mesmo enfrentando um time que não é conhecido pelo poderio defensivo, sem ter um atleta decentemente equipado para combatê-lo, o experiente ala teve aproveitamento de apenas 36,8% nos chutes de quadra. Além disso, cometeu absurdos 5,3 desperdícios de posse de bola por jogo. Quer dizer: o Celtics pediu muito de seu cestinha.

Pouco o que dizer
Nesta sexta, em Boston, depois do revés por 88 a 80, um balde de água fria para um elenco extremamente orgulhoso e que havia ganhado confiança pelos dois triunfos seguidos, eles preferiram não falar.

A dor ainda era muito grande, as emoções “muito, muito fortes”, como definiu Garnett, para que falassem qualquer coisa prevendo o futuro. Vão passar dias e dias até que a dupla e o técnico Rivers possam se reunir e discutir o que ainda pode ser feito, o que será de suas trajetórias

Esse vínculo emocional representa o maior dilema e desafio do cartola Danny Ainge. Novamente.

Há pelo menos três anos o dirigente precisa lidar com a oposição de dois possíveis planejamentos: manter a base ou implodir tudo, reconstruindo o grupo.

Em 2012, Ainge foi criativo e criou uma terceira via. Renovou com Garnett, que era um agente livre, e Bass, segurou Pierce, substituiu o desertor Ray Allen por Jason Terry e investiu na chegada de peças mais jovens, como os alas Jeff Green e Courtney Lee e o novato Jared Sullinger (sem contar Fabrício Melo). A equipe se apresentou para a pré-temporada com muito otimismo.

Acabou que Sullinger, quando começava a engrenar, foi afastado por problemas nas costas. Depois da dura perda de Rondo, Leandrinho também foi abatido. Terry e Lee foram duas grandes decepções. Green ainda é muito inconstante. Sobrou, então, a carga pesada para Pierce e Garnett levarem, ao mesmo tempo em que gente como Terrence Williams, Jordan Crawford, Shavlik Randolph e DJ White chegava de todos os lugares, no meio do campeonato, sem entrosamento algum ou experiência para contribuir positivamente.

O que, diabos, fazer?
Com essa alternativa esgotada, cá está novamente a questão do que fazer com os astros. “Bem, você não vai encontrar Paul Pierces e Kevin Garnetts no mercado. Esses caras não existem mais – exceto pelos caras que vão provavelmente ficar onde estão”, disse Ainge.

Paul Pierce + Kevin Garnett

100 jogos de playoffs para a dupla

Apenas uma pequena parte do salário de Pierce para 2013-2014, seu último ano de acordo, é garantida. Ele poderia, então, ser facilmente negociado – um movimento com o qual a franquia flertou, e muito, durante os campeonatos mais recentes. “Isso é uma questão para o Ainge e sua equipe. Não tenho ideia do que vai ser. Só sei que espero definitivamente estar jogando no ano que vem”, afirmou o ala.

E a informação predominante que vem de Boston é de que Garnett, sem o seu fiel parceiro, anunciaria a aposentadoria de imediato, abrindo mão de mais duas temporadas de seu contrato – ele já teria informado ao Clippers, por exemplo, que não aceitaria uma troca para Los Angeles, nem para jogar ao lado de Chris Paul e Blake Griffin. O pivô poderia, aliás, pendurar seu par de tênis mesmo que Pierce continuasse.

É duro.

“O que espero é que nós aproveitemos no próximo ano esta experiência que tivemos, jogando com paixão e coração a cada noite”, disse o doidinho-da-silva Jason Terry, num momento, porém, de reflexão. “Ter jogado com KGe Paul foi uma grande experiência. Sei que as pessoas agora estão se perguntando se ambos vão estar de volta. Não posso responder isso, mas o que posso dizer é que eles me ensinaram muito.”


As visitas que valem: Magnano encontra Faverani e outros na Espanha
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Giancarlo Giampietro

 Rubén Magnano

Rubén Magnano viajou nesta sexta-feira para fazer um giro pela Espanha. Mas não você pensar que o nosso argentino está a passeio, arrastando o chinelo – aliás, cá entre nós, mas é impossível imaginar o professor de bermuda, óculos escuro, bebericando um drink, né? O treinador faz, na verdade, mais uma de suas visitas oficiais para se reunir com a legião de jovens jogadores brasileiros no país Ibérico, tentando sentir o pulso da moçada antes de elaborar sua convocação para a Copa América, que será disputada na Venezuela este ano.

A julgar pela situação de nossos representantes na NBA, a visita aos ‘espanhóis’ é fundamental para a composição do elenco que deve brigar pelo título continental e, no mínimo, uma vaga na (agora chamada) Copa do Mundo. Confira aqui uma breve análise sobre os grupos do torneio e de como será difícil contar com a turma da maior liga do mundo.

No release divulgado pela CBB, a informação mais importante é que, em seu giro espanhol, Magnano vai sentar para conversar com Vitor Faverani, pivô do Valencia, neste domingo. Quer dizer, pelo menos a gente espera que isso vá acontecer. Da última vez em que marcaram um encontro, o jogador deixou o técnico esperando, esperando, esperando até ficar possesso e fulo da vida. Daí o cara ter sido ignorado nas listas mais recentes.

A julgar para uma entrevista de Vitor para o site da confederação há algumas semanas, dessa vez parece que a reuniãozinha vai rolar. O pivô afirmou que está mais que disposto a servir à pátria jogar pela equipe nacional. Caso acertem os ponteiros, o rapaz, extremamente versátil e habituado a competir em alto nível, para valer, – já deixou para trás o rótulo de “promessa” há tempos –, tem tudo para ser uma referência da equipe a partir de agosto.

Huertas, Hettsheimeir, Raulzinho, Rafael Luz, Lucas Bebê e Augusto também estão na agenda de Magnano. Tudo em três dias de estadia.

 


Estratégia de faltas intencionais naufraga, e Thunder se vê pressionado por reação do Rockets
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Giancarlo Giampietro

Asik paga na linha de lance livre

Asik dessa vez encarou os lances livres e definiu vitória do Rockets sobre o Thunder

Tudo começou, que eu me lembre, com o “Hack-a-Shaq” conduzido pelo endiabrado Don Nelson em seus tempos de Dallas Mavericks. Sem ter um pivô capaz de ao menos fazer cócegas no mamute dominante do Los Angeles Lakers, ele não tinha dúvida. Que se descesse a marreta nele, com Shawn Bradley, Danny Fortson, Wang Zhizhi e qualquer outro sujeito acima dos 2,00m  de altura para tentar travar tanto o pivô como seu poderoso adversário como um todo.

O Shaq ficava fulo, desnecessário dizer.

KG x Shaq

Era difícil parar Shaq no auge…

Bem, muito provável que algum técnico diabólico da NCAA já tivesse empregado essa estratégia bem antes, mas a expressão “Hack-a” acabou eternizada por Nelson, mesmo.

Muitos, a partir daí, seguiram essa trilha. Gregg Popovich, em especial. Dwight Howard, Ben Wallace e todos esses caras que não conseguiam chutar nem 51% direito da linha de lances livres estavam entre as principais vítimas. Até que o próprio Pop viu o Oklahoma City Thunder de Scott Brooks usar do mesmo plano contra o Spurs, mais especificamente um certo Tiago Splitter, no ano passado, e com sucesso. Desmoralizaram o brasileiro, que não estava nem um pouco habituado a isso. Relembre como foi aqui, em nossa encarnação passada.

Pois Brooks tentou aprontar mais uma dessas nesta terça-feira. Vendo seu time em posição desfavorável contra o insurgente Houston Rockets, com 12 pontos de desvantagem no início do quarto período, o treinador se humilhou e ordenou que seus jogadores fizessem falta atrás de falta no pivô Omer Asik.

O turco tem média de 52,7% na carreira, mas elevou seu aproveitamento para 56,2% neste ano. Ainda baixo, mas bem melhor que os, glup!, 45,6,% do ano passado.

Mas, antes de seguirmos em frente, pausa para uma viagem no túuuuuunel do tempo.

Beeeeem amigos! Estamos falando direto de Istambul, acompanhando as emoções do Mundiaaaaaal de basquete de 2010. É semifinal! Turaquia, os donos da casa, contra a Sérvia, uma potência! Haaaaaja coração, muito equilíbrio em quadra! Acontece neste momento um episódio lamentável com Omer Asik, o gigante turco que precisa encarar seu drama na linha de lance livre, diante de sua torcida. O pivô sofreu falta debaixo da cesta. O placar está apertado. Ciente de seu arremesso horrendo, o pivô não teve dúvida, minha gente. Depois de alguns segundos, se fingiu de doente terminal para ser retirado da partida. E deu certo a manha! Em seu lugar, entrou o armador Ender Arslan, ótimo chutador, que colocar sua equipe com três pontos na frente, restando pouco mais de um minuto de jogo. Pode isso, Arnaldo?!

Reveja essa pasmaceira toda no… Hã… documentário abaixo, altura do minuto 4min30s. É patético:

Agora voltamos a 2013, dia 1º de maio, nos confins do estado de Oklahoma, felizmente.

Dessa vez o turco decidiu encarar a linha de lance livre com muito mais dignidade, algo que lhe faltou em 2011 e falta também a Brooks – o sujeito me apela a uma tática dessas em seu próprio ginásio? Que horror. Tomou um belo castigo: Asik matou 13 em 18 tentativas no geral – dos quais foram11 em 16 no quarto final! Bom para um aproveitamento de 72,2%, sacramentando a vitória do Rockets.

O Rockets agora começa a cafungar para cima do Thunder. Uma eventual varrida do time de Kevin Durant agora se transformou num 3 a 2  incômodo, com a série retornando a Houston para o sexto jogo na sexta-feira. Esperando, talvez, que Brooks tenha tomado uma lição.

*  *  *

Por mais despreszível que seja a tática de faltas intencionais, houve um dia em que ela foi engraçada. Com Popovich barbudo, playoffs de 2008, Shaq vestindo o uniforme do Phoenix Suns (algo ainda bizarro cinco anos depois, aliás). Com cinco segundos de jogo, Michael Finley agarra o pivô no meio da quadra. Cinco segundos! Ninguém entende: a equipe de transmissão, os árbitros, O’Neal, até que a câmera pega o treinador do Spurs sorrindo e com os dois polegares erguidos: “Thumbs up!”. Era uma piada:

Voltando agora a Oklahoma City. Esse quinto jogo da série valeu, mesmo, como O Retorno de James Harden. Que partida fez o Sr. Barba. Depois de uma partida atroz em Houston, na qual obteve um double-double que ninguém quer fazer (15 pontos e 10 desperdícios de bola!), ele se recuperou com 31 pontos e oito rebotes no triunfo por 107 a 100, silenciando a torcida que já vibrou com muitas de suas cestas. Ele converteu dez em 16 chutes de quadra, sete de nove em três pontos. “Um caracará de olhar sanguinolento”, diria um colega que cobre o Congresso em Brasília. Confira:


Blake Griffin é a última adição a uma vasta lista de enfermos nos playoffs da NBA
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Giancarlo Giampietro

Marc Gasol x Blake Griffin, Memphis Grizzlies x Los Angeles Clippers

Blake Griffin é a última adição a uma tortuosa lista de enfermos da NBA

Blake Griffin entrou em quadra um pouco mais tarde que os companheiros de Clippers, sem nenhuma explicação. Bateu bola normalmente, procurou agrediu também como o de costume no primeiro quarto, mas ele simplesmente não conseguiu ser o mesmo durante a quinta partida da série contra o Memphis Grizzlies, que conseguiu a virada, fazendo 3 a 2 com uma grande vitória em Los Angeles.

Acontece que o (outro) clube de Los Angeles havia conseguido um milagre até esta terça-feira: na era de fontes anônimas amplificadas por Twitter e comunicação instantânea,  esconderam por mais de 24 horas o fato de que o ala-pivô era dúvida para a partida e que, se fosse para jogar, seria no sacrifício, devido a uma grave torção de tornozelo que sofrera na véspera. O jogador pisou no pé de Lamar Odom durante um exercício de garrafão e teve de se submeter a tratamento até minutos antes do confronto. Daí o atraso. Pois esse milagre, o da recuperação em tempo recorde, o clube não pôde fazer.

Uniformizado, mas nada pronto, foi limitado a apenas 20 minutos no total, seis no segundo tempo, e ainda encontrou um jeito de contribuir pelo menos com quatro pontos, cinco rebotes e cinco assistências, mostrando que sua mínima presença já atraía a defesa do Grizzlies, podendo, então, servir aos seus companheiros com sua habilidade mais subestimada: a visão de jogo/passe. Mas simplesmente não era o mesmo Blake Griffin: ele não bateu um lance livre enquanto esteve em quadra e penava com o jogo físico de Zach Randolph.

O astro do Clippers é apenas o caso mais recente – porque, pelo jeito, não dá pra falar em “último caso” – de lesões que vão interferindo de maneira direta e assustadora nos playoffs da NBA.

Se formos vasculhar o elenco dos 16 times que chegaram ao mata-mata, difícil encontrar alguém que esteja realmente 100%.

Vamos lá:

OESTE

– O Oklahoma City Thunder perdeu Russell Westbrook possivelmente para o resto dos playoffs devido a uma ruptura de menisco, tendo passado por uma cirurgia no sábado. Detalhe: a aberração atlética do Thunder nunca havia perdido um jogo sequer em toda a sua carreira, incluindo colegial e universidade, devido a qualquer tipo de problema físico.

Spliter is down

Splitter: tornozelo e desfalque

– O San Antonio Spurs precisou juntar os cacos ao final da temporada, com Tony Parker e Manu Ginóbili baleados. Eles parecem bem agora, mas o clube texano tem sorte de ter varrido o Lakers rapidamente para poder ficar um tempo a mais descansando e reabilitando Tiago Splitter, que sofreu uma torção de tornozelo esquerdo e perdeu o fim da primeira série. O clube espera que ele possa voltar para a segunda rodada.

– O Denver Nuggets já não conta mais com os serviços de Danilo Gallinari, cuja campanha foi encerrada ainda na temporada regular também por conta de danos em seu menisco. Além disso Kenneth Faried sofreu a sua própria torção de tornozelo, perdeu o primeiro jogo contra o Warriors e só foi lembrar nesta terça-feira o maníaco que é, subindo para cravadas e rebotes de tirar o fôlego.

– No Memphis Grizzlies, Marc Gasol tem de medir esforços para não agravar um estiramento muscular no abdome.

– O Golden State Warriors perdeu o ala-pivô David Lee por todo resto de campanha, devido a uma lesão muscular no quadril. Além disso, não pôde escalar o ala Brandon Rush durante todo o campeonato por conta de um joelho arrebentado.

– Se você for falar de lesões com Mike D’Antoni, o técnico do Los Angeles Lakers, é melhor tirar o lenço do bolso e se preparar para um dilúvio. Kobe Bryant estava fora de ação por conta de uma ruptura no tendão de Aquiles. Steve Nash precisou tomar injeções peridurais para enfrentar o Spurs, com lesões musculares e dores nas costas. Seu substituto, Steve Blake, também ficou no banco por conta de uma lesão na coxa. Pau Gasol teve de se virar com uma fascite plantar e tendinite nos joelhos. Ron Artest voltou para quadra sem nenhuma força na perna devido a uma cirurgia de reparo no menisco.

– Jeremy Lin desfalcou o Houston Rockets no último duelo com o Thunder e é dúvida para o quinto jogo por conta de um músculo do peito.

Acha que é pouco? Vamos, então, ao…

LESTE

Dwyane Wade está com problemas no joelho, e o Miami Heat ao menos teve o luxo de poupá-lo do quarto confronto com o fraquíssimo Milwaukee Bucks, conseguindo assim a quarta vitória e a varrida.

– O New York Knicks enfrenta o Boston Celtics sem poder contar com Amar’e Stoudemire – embora ainda haja a esperança de que ele volte para uma eventual e bem provável semifinal de conferência. Pablo Prigiini perdeu um jogo da série com o tornozelo torcido. Tyson Chandler está com dores no pescoço e nas costas, com sua mobilidade claramente avariada.

Rose, de terno o ano todo

O mistério de Derrick Rose: irmão mais velho diz que armador está a “90%”

– O Indiana Pacers precisou apagar de seus planos qualquer contribuição que esperava de Danny Granger neste ano. Com tendinite no joelho, ficou em tratamento por mais de quatro meses, tentou voltar a jogar em cinco partidas em fevereiro, mas não tinha jeito mesmo. Mais um que foi para a faca. George Hill tem de maneirar em seus movimentos por conta de uma contusão no quadril que causa dores na virilha.

– O Chicago Bulls é como se fosse o Lakers desta conferência. Minha nossa. Derrick Rose ainda não passou um minutinho em quadra em uma longa, longa, loooooonga recuperação de uma cirurgia no joelho (ligamento cruzado). Joakim Noah vai mancando com sua fascite plantar. Kirk Hinrich estourou a panturrilha. Taj Gibson voltou contra o Brooklyn Nets de uma torção no joelho, mas sem danos mais sérios.

– No Atlanta Hawks, Josh Smith tem problemas no joelho e no tornozelo, Al Horford, na coxa, Devin Harris, no pé, e Zaza Pachulia fora do campeonato depois de passar por uma cirurgia no tendão de Aquiles.

– Por fim, o Boston Celtics não conta com Rajon Rondo (ligamento cruzado do joelho) e Jared Sullinger (cirurgia nas costas). Entre as diversas contusões de Kevin Garnett, a última a incomodar está no quadril.

Chega de tortura?

Tenho quase toda a certeza do mundo de que deixei escapar alguma lesão ou contusão neste balanço. E outra: essas são as questões físicas declaradas pelos times e jogadores. Vai saber o que cada um está escondendo no momento.

É realmente necessária uma reflexão por parte da liga a respeito. Sua temporada de 82 jogos chega a ser desumana, considerando o nível de esforço físico exigido no esporte hoje em dia.

Como seriam os playoffs da NBA se todos os times estivessem 100%? O Miami Heat provavelmente ainda seria o grande favorito ao título, tá certo. Mas a gente nunca vai poder realmente saber.