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Arquivo : Liga Sorocabana

Fla abre luta pelo tri com números inflados de ataque (e defesa)
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Giancarlo Giampietro

Vigiar o Flamengo lá na linha de três: é necessário

Vigiar o Flamengo lá na linha de três: é necessário

A concorrência do Flamengo que fique atenta no NBB7: os atuais bicampeões vão se garantindo, por ora, com base em seu poderio ofensivo. Uma artilharia. Em duas partidas, os rubro-negros flertaram com a marca centenária, tendo média de 98 pontos por partida para vencer Paulistano e Liga Sorocabana, fora de casa.

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Um detalhe: nesses dois triunfos, a equipe carioca matou 25 bolas de longa distância. Somou, então 75 pontos, ou 38,2% do seu total com bombas a partir do perímetro – para quem arremessou da linha da NBA em três amistosos da pré-temporada, parece que ficou mais fácil o fundamento, né? Quem quiser derrubar os caras, então, vai ter de fiscalizar bem no perímetro.

Agora, será que o Fla consegue manter um ritmo assim? Difícil, bem difícil. O mais razoável, na briga por um terceiro título consecutivo, seria encontrar um equilíbrio, ainda mais priorizando uma evolução considerável em sua defesa, que também cedeu mais de 90 pontos para a dupla paulista. Na temporada passada, para constar, o time carioca teve médias de 84,7 pontos pró e 76 contra.

Olho no campeão olímpico trintão...

Olho no campeão olímpico trintão…

Ao menos na contenção dos chutes de longa distância a equipe de José Neto vem bem. Somados, Paulistano e LSB acertaram apenas 15/54 (6/24 e 9/30, respectivamente), para um aproveitamento de 27,7%. Neste caso, não valeu a premissa do toma lá, dá cá.

O cestinha flamenguista nessas duas primeiras partidas foi Walter Herrmann, com 38 pontos no total, contra 33 de Marquinhos e 32 de  Marcelinho. O veterano argentino, ainda um craque ao seu modo, é quem vem mais fazendo estragos nos arremessos de fora, com 8/13 (61,5%). Sua habilidade para puxar um dos pivôs para fora do garrafão vem sendo um problema, então, para os adversários, que vão precisar estudá-lo com mais atenção.

Um detalhe: da parte dos sorocabanos, o ataque também vai funcionando, com média de 94 pontos, acima dos 75,9 do campeonato passado. Mas tem muita coisa para rolar ainda.

Sem conclusões precipitadas, é só um registro de duas contagens anormais para o basquete brasileiro neste princípio de campeonato.

*   *   *

Idem para o Bauru e Jefferson William

Idem para o Bauru e Jefferson William

Assim como Herrmann, outro strecht four que fez chover* bolas de três na segunda rodada foi Jefferson William, pelo Bauru. O ala-pivô anotou 30 pontos, dos quais 15 foram em tiros de fora (em nove tentativas). Eitalaiá. Os scouts ligados ao movimento de estatísticas avançadas da NBA ficariam malucos por aqui. Não é segredo que Jefferson gosta desse tipo de jogada. Mas também não foi marcado: seu aproveitamento é de 52,9%, com 9/17. Não deve ser algo sustentável, porém. Em sua carreira no NBB, a média é de 36,9%. Vamos monitorar, uma vez que o time de Guerrinha não faz questão nenhuma de esconder sua predisposição pelos chutes de longa distância, com até cinco atletas abertos em quadra. Na vitória sobre o Basquete Cearense, eles tentaram 29 bolas de três pontos e 30 de dois. Um (des)equilíbrio ao qual não chegaria perto nem mesmo um time maluco por esse tipo de jogo como o Houston Rockets. Em média, o time texano vem com 73,5 arremessos por partida nesta temporada 2014-2015, com 31,3 tentativas exteriores.

(*Sim, uma indireta ao problema com goteiras no ginásio Panela de Pressão, que fez a partida ser adiada. Algo que acontece, sabemos, não pode deveria mais, né? Da parte da cidade, clube e liga.)

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Na estreia do técnico Marcel em um NBB, seu Pinheiros venceu o Rio Claro, fora de casa, por 84 a 70, num jogo um tanto maluco. Também uma novidade neste campeonato nacional, os rioclarenses chegaram a virar a partida no segundo tempo e abrir nove pontos no placar, só para tomar um 24 a 11 na última parcial. Não vi a partida. De todo modo, chama a atenção o quinteto titular usado por Marcel: Paulinho teve a companhia dos irmãos Smith, formação com três armadores bastante agressivos. Eles eram protegidos, digamos assim, por dois atletas muito físicos na linha de frente Marcus Toledo e Douglas Kurtz. O trio Paulo-Joe-Jason terminou com 52 pontos –61,9% do total do time da capital. Não só: foram mais 11 assistências, de 15, para o trio, e oito roubos de bola (sete por parte dos americanos). Epa.


Campeonato Paulista dá largada com desfalques e promessa de “disputa no tapa” por espaço
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Giancarlo Giampietro

Lucas, o Tischer

Tischer está de volta ao basquete brasileiro, pelo Bauru: 9 pontos e 7 rebotes na “estreia”

Geralmente o jornalista vai tentar se antecipar aos fatos, correr atrás da informação e apresentá-la ao leitor antes que as coisas aconteçam. No caso do Campeonato Paulista de basquete masculino, esse procedimento não se faz necessário.

Para constar, a competição supostamente começou nesta quinta-feira com cinco jogos: Bauru 82 x 66 Liga Sorocabana, Limeira 91 x 87 Rio Claro, XV de Piracicaba 71 x 54 Pinheiros, Paulistano 81 x 77 Mogi das Cruzes e São José 61 x 55 Jacareí.

Agora por que diabos você vai escrever “supostamente”, se está, na tabela oficial da incompetente FPB (Federação Paulista de Basquete), publicado que esta foi, sim, a primeira rodada da competição? Pergunta válida.

Ora, é possível levar a sério um início de campeonato no dia 1º de agosto, quando a temporada de seleções nem mesmo foi aberta? Veja bem: Rubén Magnano reuniu seus convocados há duas semanas em São Paulo, viajou justamente nesta quinta com eles para a Argentina, e sua equipe vai disputar o primeiro amistoso neste sábado. Um ótimo timing, , então, para federação colocar aquele que é o maior (único de verdade?) estadual do país em andamento, não?

Neste momento, três dos grandes destaques da competição – Caio Torres (São José), Larry Taylor (Bauru) e Rafael Mineiro (Pinheiros) – e uma de suas principais promessas – Leo Meindl (Franca) – estão na cidade de Salta. Mas os desfalques não ficam só por conta dos convocados, incluindo aqui mais dois francanos, Lucas Mariano e Paulão, que não embarcaram para o Super 4. Grande parte dos elencos ainda está em fase de preparação, desenferrujando das férias, para não dizer “em formação”.

Da sua equipe principal, por exemplo, no triunfo sobre Jacareí, o São José contou apenas o armador Fúlvio, enquanto Laws mal voltou dos EUA depois de resolver algumas pendências burocráticas, Jefferson William foi poupado e Dedé ainda se recupera de uma cirurgia no joelho. Para eles, o campeonato começa daqui a pouco só.

O mesmo raciocínio está valendo para o Pinheiros. Escaldado quando o assunto é calendário do basquete nacional (e continental), o time da capital colocou em quadra Paulinho, Morro e Tavernari, acompanhados de alguns de seus promissores garotos e de outros reservas e apanhou do XV. Tensão? Fúria? Nada, o clube simplesmente está pensando bem lá para a frente. “Diferentemente de outros clubes, os resultados neste inicio do Paulista são o que menos importa para nosso planejamento”, escreveu o diretor João Fernando Rossi, no Twitter. “Temos jovens valores que precisam de ritmo no adulto… Sem cobrança e sem pressão de ganhar neste momento.”

E há quem ainda precise mostrar suas caras para a torcida, gente. Franca, vejam só, marcou para hoje, sexta-feira, no Pedrocão, a APRESENTAÇAO oficial de seu elenco para a temporada. Estão todos convidados:

Só resta saber se o presidente da FPB, o imortal Toni Chakmati, vai comparecer. Desconfio que não. Em entrevista ao companheiro Alessandro Lucchetti, do Estadão, o cartola, sempre muito simpático, reclamou desta festa “tardia” por parte do clube mais tradicional do país. “Franca pediu para adiar sua estreia, porque quer fazer uma apresentação da equipe um dia após o início do campeonato. Deixam tudo para a última hora”, afirmou.

Bem, talvez Franca tenha demorado ara fazer essa festa.Esse é um ponto.

Mas também podemos falar que faltou criatividade ao time, gente.  Eles poderiam ter feito qualquer catadão de jogadores nas ruas da cidade na semana passada e os enviado para quadra sem remorso, já que essas primeiras rodadas não está valendo nada –  e nem deveriam, mesmo. Quer melhor marketing que esse? “Franca realiza o sonho de seus fanáticos torcedores”, “Franca: lugar de torcedor é na quadra” e por aí iríamos. Até o Globo Esporte embarcaria nessa.

Lucchetti, aliás, faz um serviço ao basquete brasileiro ao gravar o Sr. Chakmati. Fazia tempo que não nos éramos brindados com frases elegantes como esta: “Se não chegamos num acordo ainda, vamos chegar no tapa”.

Esse é o dirigente falando sobre os eventuais problemas de tabela que teremos lá pelos idos de novembro, quando o NBB vai dar sua largada e dois ou quatro ou mais de seus clubes ainda estarão presos ao Campeonato Paulista. O estadual terá 12 times apenas – contra 16 do ano passado –, mas com um sistema de turno e returno na fase regular, resultando em 22 partidas (!!!) para cada representante, até que cheguemos aos playoffs. Santamãe.

Então ficamos nisso, na bagunça de sempre. Bagunça é a nossa regra, nossa essência.

Voltamos algum dia desses para dar o panorama do campeonato. Só vamos esperar que ele comece de fato.


Após mudanças, calendário do basquete brasileiro segue totalmente bagunçado
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Giancarlo Giampietro

Nunca antes na história deste país foi tão difícil agendar um jogo de basquete. Ou melhor: três ou cinco, dependendo do quanto vai se estender a final do Campeonato Paulista masculino.

São José x Pinheiros, segundo round

São José, de Laws, faz revanche contra o Pinheiros em final tardia do Campeonato Paulista

A federação divulgou nesta sexta as datas dos duelos entre Pinheiros e São José dos Campos: dias 20 e 21 em São Paulo, 23 em 24 no Vale do Paraíba e, se necessário, no dia 26 retornando para a capital. Concluída, então, a semifinal na quinta-feira passada, todo mundo que espere mais de dez dias para a decisão começar.

Que espécie de tabela é essa? Não há regularidade, continuidade nenhuma. Quando a final começar, o Pinheiros, por exemplo, terá aguardado 19 dias desde o desfecho de sua série contra o Paulistano. São duas semanas e meia, gente. Algo inadmissível. Péssimo para fazer qualquer competição pegar fogo, como deveria ser numa fase dessas. É o guia básico de como esculhambar seu próprio produto.

No fim, de nada valeu o adiamento do hexagonal semifinal da Liga Sul-Americana por parte de Abasu e Fiba Américas. O Grupo E, que reúne o trio brasileiro, ficou agora para os dias 27 a 29 de novembro, em vez de 13 a 15 ou 14 a 16, como incialmente previsto e que poderiam encavalar com o defescho do Paulista, segundo a lógica. Mas que nada. As datas ficaram vagas e poderiam muito bem ser aproveitadas não fosse a pasmaceira que domina a FPB na hora de acertar sua tabela. Com a demora por parte da federação, pode ser agora que o Pinheiros jogue uma quinta partida num dia e, no outro, já tenha de encarar uma potência nacional em uma competição muito importante.

Pior: as datas dos dias 24 e 26, se utilizadas pelo estadual, coincidiriam com as duas primeiras rodadas do NBB.

Como se esse fosse o único problema para a LNB contornar – porque, convenhamos, obviamente haveria mais de um problema nesta zona toda.

Lançado o NBB 2012-2013

Lançado o NBB 2012-2013, mas já com eventuais mudanças na tabela para se fazer

A terceira jornada do campeonato nacional também já corre o risco de ser desfalcada, já que está toda programada para o dia 29 deste mês. O que implica em mais jogos adiados, uma vez que Brasília, Flamengo e Pinheiros estarão concluindo sua participação no torneio continental neste dia.

É até difícil entender ou explicar. Basicamente: entre os dias 24 e 29 de novembro, estão programados dois jogos finais do Paulista, três rodadas iniciais do NBB e um quadrangular de Liga Sul-Americana. Inacreditável:

Com qual frequência se dá o diálogo entre clubes e a sopa de letrinhas formada por Abasu, Fiba Américas, FPB, LNB (que gere o NBB) e CBB? Há quanto tempo já se faz todas essas competições regularmente? Qual a dificuldade de se organizar um calendário que possa acomodar datas específicas para cada uma delas?

O Campeonato Paulista é forte, tradicional, e tal, mas até quando a FPB vai causar tanto problema assim com seu prolongamento? É impossível definir as datas de antemão? E mais: caso houvesse começado mais cedo, tudo já poderia estar resolvido, e a Abasu e a LNB que se decidissem sobre suas rodadas. Da mesma forma seria se o número de competidores fosse reduzido – um raciocínio que, ok, pode ser despropositado, quando vemos a dificuldade que outras federações tem para catar na rua ao menos quatro inscritos.

Algo, porém, precisa ser feito para acabar com essa bagunça.


Após gafe, federação muda regulamento do Paulista nas vésperas dos playoffs
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Giancarlo Giampietro

Larry x Hélio, Campeonato Paulista

Bauru de Larry e Limeira de Hélio estão nos mata-matas

Estava passando batido há semanas e semanas, mas, na hora que chega o playoff, não há como esconder, né?

Que a Federação Paulista de Basquete conseguiu se atrapalhar com uma das regras mais simples e importantes de seu campeonato estadual. Coisa básica como definir quem tem o mando de quadra numa decisão, saca?

É assim: terminou na noite desta segunda-feira a temporada regular do Paulista, e os confrontos dos mata-matas estão definidos. Líderes de seus grupos, Bauru e Pinheiros entram como cabeças-de-chave. Até aí, ok, tudo compreendido.

O problema é que, numa eventual final estre os dois clubes, ninguém (cartolas, equipes, torcedores, patrocinadores, pais-de-santo) saberia dizer hoje quem seria o anfitrião dos jogos 1, 2 e, se preciso, 5. Porque a FPB simplesmente alterou seu regulamento nesta segunda-feira, de última hora, para compensar uma gafe tremenda (avalizada por cada uma das assinaturas na assembleia, diga-se).

Para compensar gastos e abrigar o maior número de competidores possível, a federação dividiu o campeonato em dois grupos. Mas com um detalhe: uma chave teve sete times enquanto a outra contou com oito. Supostamente, a melhor campanha teria o mando de quadra. Mas, de acordo com as regras estabelecidas, não havia como determinar qual seria essa a melhor campanha.

E por qual motivo?

Simplesmente porque não é possível comparar o número de pontos que o Pinheiros somou pelo Grupo A (25) com os 22 que Bauru teve pelo Grupo B. Afinal, a turma do Guerrinha disputou duas partidas a menos. Dãr.

Então, para definir quem é quem na decisão, decidiram que vão somar os resultados dos mata-matas também. E ai de quem tiver uma série melhor-de-cinco complicada pela frente.

Melhor assim, né?

Afinal, decidir o mando por meio do aproveitamento de pontos na primeira fase seria terrivelmente compliado. Para constar: o Bauru teve 83,3%, contra 78,5% do Pinheiros. Ou quem sabe, para evitar distorções, levar em conta apenas os pontos ganhos pelas equipes nos confrontos com os demais três classificados de cada chave?

Mas, não. Mudou, tá mudado, e que façamos as contas daqui para a frente.

*  *  *

São estes os confrontos:

Pinheiros x Liga Sorocabana
São José x Franca
Bauru x Mogi das Cruzes
Limeira x Paulistano

Os mata-matas começam na quinta, com Limeira x Paulistano e Bauru x Mogi. Destaque para o embate entre São José, que conta com a volta de Murilo em hora providencial, com a garotada que Franca reuniu.


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