Prévia dos playoffs da Conferência Oeste da NBA: Parte 1
Giancarlo Giampietro
1-OKLAHOMA CITY THUNDER x 8-HOUSTON ROCKETS
A história: James Harden, James Harden, James Harden. Ah! E tem ele também: o James Harden. Do ponto de vista do torcedor do Oklahoma City Thunder, talvez o mais fanático da liga hoje, não podia haver um adversário mais dolorido. Mal deu tempo de se esquecerem da troca feita em outubro passado, e aqui está o Sr. Barba de volta, para visitar a cidade para os dois primeiros jogos da série. Sério mesmo que não dava para evitar?
O jogo: o Rockets é a equipe mais jovem dos playoffs na média de idade e pode se dar por satisfeito só por ter chegado aqui? Pode ser, mas… Não vai deixar de se lamentar a perda do sétimo lugar na úuuuultima rodada da temporada regular. Porque sobrou agora um time que, com Durant, Westbrook, Ibaka, Reggie Jackson, Kevin Martin, não vai se importar em nada de correr com os novos amiguinhos de Harden. O Rockets acelera mesmo e busca geralmente dois tipos de investida: a bandeja, enterrada direto ao aro e os tiros de três pontos gerados a partir de infiltrações. Não espere tiros de média distância. Na temporada regular, essa proposta rendeu uma vitória em três duelos. O problema? As duas derrotas foram por 22 e 30 pontos de diferença, dois massacres. Espere pontuações altas.
De dar nos nervos: Serge Ibaka. Como se fosse um jogador de vôlei deslocado, sai dando cortada para tudo que é lado e gosta de berrar no ouvido dos adversários. Muito ágil e atlético para o seu tamanho, está sempre se metendo onde não é chamado. 😉
Olho nele: para o Houston ter alguma chance, vão precisar encontrar algum meio de, pelo menos, incomodar Kevin Durant. Entra em cena Chandler Parsons, jogando leve, alto e atlético, que pode perseguir o cestinha. Na temporada regular, ele marcou 63 pontos nos primeiros dois jogos e apenas 16 no terceiro. Ainda que tenha somado também 12 rebotes e 11 assistências – um absurdo –, foi limitado a 4/13 nos arremessos e cometeu cinco turnovers. Quer dizer: dá para atrapalhar. Do outro lado, Parsons evoluiu bastante desde que saiu da universidade e, como Jeff Van Gundy citou na quarta passada, lembra um pouco Hedo Turkoglu. E, acreditem, a referência é um elogio, pensando na primeira metade da carreira do turco.
Palpite: Thunder em cinco (4-1).
2-SAN ANTONIO SPURS x 7-LOS ANGELES LAKERS
A história: desde que Tim Duncan foi selecionado pelo Spurs em 1998, os times se enfrentaram seis vezes nos mata-matas, com quatro vitórias para o Lakers. Estamos falando, então, de um clássico do Oeste, ao qual, supostamente o Spurs chega como grande favorito, com uma campanha muito superior na temporada regular. Acontece que, em abril, com Ginóbili afastado por lesão e Tony Parker com o tornozelo arrebentado, a coisa desandou um pouco, com seis derrotas nos últimos nove jogos. Não ficou muito claro se era apenas o que dava para se fazer, considerando os problemas físicos, ou se Gregg Popovich permitiu que seu time relaxasse um pouco, mesmo, abrindo mão da disputa por mando de quadra nas etapas decisivas. Do lado do Lakers, certeza que Mike D’Antoni não vai se sensibilizar com os eventuais dilemas de Pop, uma vez que ele não contará com Kobe Bryant e deve ter um Steve Nash jogando no sacrifício.
O jogo: com seu time ideal, o Spurs foi ainda melhor este ano do que na temporad apassada, tornando sua defesa a terceira melhor da liga, combinada com o sétimo melhor ataque, num resultado formidável. Eles vão retomar esse padrão? Se conseguirem se aproximar desse padrão, o Lakers não deve ter muita chance, mesmo que funcione a nova abordagem ofensiva do time, minando os adversários com Pau Gasol e Dwight Howard no garrafão. Agora, se Parker não estiver bem e não conseguir colocar pressão para cima da retaguarda angelina, as coisas podem mudar um bocado. Tim Duncan se veria obrigado a jogar no mano a mano contra Howard. Danny Green, Gary Neal, Kawhi Leonard e McGrady não teriam tantos arremessos livres, e a dinâmica da partida pode ser outra. Quanto mais lento e físico o jogo, melhor para o Lakers.
De dar nos nervos: estamos diante aqui de um monte de escoteiros e Ron Artest. O #mettaworldpeace jura que não se mete mais em confusão, e faz bastante tempo que a polícia não toca seu interfone ou que os juízes apitem com medo em sua direção. Por outro lado, difícil esquecer que o sujeito é o responsável por isso…
E isso…
Olho nele: Tiago Splitter vai ter de se virar para fazer uma boa defesa em um redivivo Pau Gasol. Sem Kobe, a bola passa pelas mãos do espanho praticamente em todo ataque do Lakers, e caberá ao catarinense sua cobertura, muitas vezes bastante afastado da cesta, na cabeça do garrafão, ainda mais agora que Boris Diaw está fora de ação. É um baita desafio para Splitter, a não ser que Popovich queira se aventurar com Matt Bonner em seu lugar.
Palpite: Qualquer um em sete jogos ou surra do Spurs em quaro (4-0).