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Como o Golden State Warriors vai reagir à adversidade?
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Giancarlo Giampietro

Tony Allen, uma peste infernizando os Splash Brothers

Tony Allen, uma peste infernizando os Splash Brothers

O Golden State Warriors viveu um ano praticamente perfeito. Um técnico novo brilhante, um sistema repaginado, e a dominância da NBA.  A melhor defesa, o segundo melhor ataque, sufocando e correndo. O MVP Stephen Curry. O grande salto de Klay Thompson e Draymond Green. Um elenco versátil. Tudo isso para desembocar na melhor campanha da liga, com sete vitórias a mais que o Atlanta Hawks, com um aproveitamento de 81,7%. Não só isso, mas a sexta melhor campanha da história, ao lado de outros times históricos.

Agora, esse mundo perfeito se vê seriamente ameaçado, após duas derrotas seguidas para o Memphis Grizzlies, que se vê liderando a série pelas semifinais do Oeste ao limitar o poderoso ataque californiano a apenas 89 pontos no Jogo 3. A pauta obrigatória, então, é a seguinte: como o Warriors vai responder a tamanha adversidade? A primeira verdadeira resistência que enfrenta desde o início da temporada. “Esse é um processo de aprendizado para nós. Somos um time muito jovem”, afirma o treinador Steve Kerr. “Agora este é o nosso momento da verdade. Você tem de aprender durante os playoffs.”

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Talvez a intenção de Kerr seja dizer que seu elenco é inexperiente, não jovem de idade, uma vez que a média de idade do elenco é de 27 anos, contra 27,7 do Memphis Grizzlies. O núcleo de Stephen Curry (27), Klay Thompson (25) e Draymond Green (25) chegou a esta edição dos mata-matas com apenas três séries disputadas em 2013 e 2014. Do outro lado, o Memphis Grizzlies já tem uma base que está em seu quinto ano de competição em alto nível, com sete séries e 42 partidas na caixola. Entre tantos componentes táticos do confronto, a experiência, o emocional também faz diferença, não há como negar.

As coisas ameaçam sair, ou já saíram do controle de Curry

As coisas ameaçam sair, ou já saíram do controle de Curry

Agora fica essa dúvida sobre como esses caras vão se comportar no Jogo 4, claramente decisivo, nesta segunda-feira. Após a segunda derrota seguida, a resposta deles foi de tranquilidade. De que, obviamente, as coisas não haviam saído como queriam, mas que tinham plena capacidade de reverter o quadro e acalmar a turbulência que, sabem, já gira em torno do time, fora do vestiário. Aliás, é o que eles ouvem durante todo o campeonato, aquela de sempre: o sucesso da temporada regular vai se traduzir para os playoffs? Esse estilo de jogo pode ser vencedor? “Eles são uma equipe que só ataca com arremessos. Arremessos não dão certo. Todo esse tipo de coisa vai aparecer agora”, afirma Draymond Green, com a personalidade de sempre. “É frustrante, mas é divertido”, diz Curry.

Personalidade? Green pode ter atacado muito mal, acertando apenas uma de oito tentativas de cesta, mas ele mesmo diz que não é chutando que ele vai ajudar o Golden State a virar a série. Sua relevância maior está na defesa, na liderança e nos pequenos detalhes. Porém, no quarto período deste sábado, quando o Warriors já tentava antecipar sua reação antes de conceder mais uma derrota, o ala-pivô falhou clamorosamente.

Primeiro, invadiu o garrafão durante um lance livre cobrado por Curry, o maior arremessador desta geração. Perdiam por seis pontos, a 3min35s do fim, e cada cesta era importante. “Foi apenas uma jogada estúpida que você não pode cometer num jogo desta magnitude, e assumo toda a responsabilidade por isso, já que não fez o menor sentido. Você está falando de um cara que supostamente tem um elevado QI”, afirmou, de novo, com a mesma sagacidade de sempre. O atleta é duro ao falar sobre os outros. Não ia mudar o tratamento em uma autorreferência.

Draymond Green corre em direção a Coutrney Lee e ao turnover

Draymond Green corre em direção a Coutrney Lee e ao turnover

O problema é que, dois minutos depois, precisamente a 1min13s do fim, Green se atrapalharia novamente. O Grizzlies já não tinha Marc Gasol em quadra, excluído com seis faltas, e o placar apontava cinco pontos de diferença, com posse de bola para os veteranos. O ala-pivô saiu em disparada com a bola, driblando-a feito um maluco, na tentativa de acelerar o jogo e pegar a defesa desprevenida. Na verdade, quem não estava preparado para a transição era o próprio jogador, que deu de cara com Courtney Lee, pronto dar o bote e recuperar a bola. Um baita estrago.

E aí a gente se pergunta: o que levou Green a deslizar desta maneira? Foram dois erros bestas na conta de um jogador que, sim, continua sendo um dos mais inteligentes da liga. Talvez só mais difíceis de entender do que os três lances livres errados em quatro batidos por Klay Thompson em todo o jogo. Ou o fato de Curry ter desperdiçado também outros dois chutes em sete disparos a partir da linha. Na temporada regular, eles acertaram, respectivamente, 91,4% e 87,9%. Nos playoffs, os números despencaram para 83% e 65%. Nesse contexto, a invasão de Green fica um pouco menos grave, já que não era um ponto tão garantido assim. Nota-se um desequilíbrio do time para além dos lances livres, contudo. Nos tiros de longa distância, mesmo quando bem posicionados e se contestação, os atletas do Warriors falharam nos últimos dois jogos. Acertaram apenas 4 de 18 chutes quando estavam “totalmente livres”, segundo a medição do SportVU, o sistema que digitaliza toda a ação das partidas em cada ginásio de NBA. Quando tinham defensores entre 1,2 e 1,8 m de distância, o aproveitamento foi de apenas 4 em 16. Baixíssimo.

Então será que eles realmente estão se divertindo em quadra? Talvez simplesmente não tenha sido a melhor escolha de palavras por Curry. E outra: mesmo que estejam com a confiança abalada, o erro maior seria acusar o golpe e revelar dúvidas. Não não poderiam jamais fazer isso. Os números, por conta, já são preocupantes. O Golden State converteu neste sábado apenas 43,2% dos arremessos e 23,1% em três pontos (errando 20 de 26) – contra, respectivamente, 47,8% e 39,8% na temporada. No Jogo 2, derrota em casa,  foi ainda pior: 41,9% e 23,1%. O estrago maior acontece no primeiro tempo: segundo dados do Synergy, o time estava acertando 51,2% de seus arremessos e desperdiçando 7,3 posses de bola no primeiro tempo durante os playoffs até o sábado. Neste Jogo 3, foram 38,1% e nove erros em 24 minutos.

Reflexo, claro, da forte defesa do Memphis. Porque tem isso também: não é que o Golden State esteja se afundando contra um Minnesota Timerwolves ou, glup, um New York Knicks. Com formação completa nos playoffs – leia-se: com Mike Conley na armação –, os caras disputaram cinco jogos e ainda não perderam. Só não dá para se ater apenas ao sucesso recente, já que esse núcleo experiente somou mais de 50 vitórias nas últimas três temporadas – e que, na atual, foi por muito tempo o segundo melhor time da conferência, até perder rendimento a partir do All-Star Game. Para ser mais específico, até o dia 18 de fevereiro, o clube tinha a terceira melhor campanha da liga, com 73,6% de aproveitamento.

A identidade, sabemos todos, é fortemente vinculada aos seus pivôs e a opressão física que eles podem proporcionar, com a assessoria da tenacidade de Tony Allen (que já soma 11 roubos de bola na série e 23 nos playoffs, com mais de três por jogo nas últimas quatro rodadas) e da agilidade de Courtney no perímetro. O jogo pesado com a dupla Gasol e Z-Bo, e tal, como uma das raras exceções seguindo essa linha, ao lado do Indiana Pacers de West e Hibbert.  Para o atual campeonato, porém, Joerger também conseguiu desenvolver seu sistema ofensivo, terminando com o 13º ataque mais eficiente – sendo que até o All-Star era o 11º. Nada de outro mundo, de amedrontar oponentes, mas um avanço para quem não havia passado da 17ª colocação nas três temporadas anteriores, seja com Dave Joerger ou com Lionel Hollins.

Mas, sim, a defesa continua o ganha-pão. É a segunda melhor dos mata-matas, atrás apenas do Chicago Thibs. Contra o Warriors, vemos essa retaguarda se recompor rapidamente em transição, com muita consciência do que precisa ser feito. O vício, a força do hábito empurra os jogadores para perto da cesta, certo? Contra Curry e Thompson, você precisa desacelerar alguns metros atrás para contestar os arremessos de longa distância. A ideia é inibir a definição rápida do time que mais acelerou durante a temporada.

Uma vez contido o contragolpe, o serviço continua. Os defensores precisam povoara linha perimetral, com participação dos pivôs, aliás, já que Andrew Bogut, hoje, não representa ameaça alguma lá embaixo. Tantas lesões gravíssimas acumuladas na carreira custam muito ao australiano. Então lá está Gasol, gigante e inteligentíssimo, aparecendo numa cobertura imediata diante dos chutadores, fechando espaços e impedir infiltrações. Com menos gente agredindo com a bola, você também contém a troca de passes, ou pelo menos passes que possam liberar os arremessadores. Sem corredor e sem paciência para entender a melhor hora de atacar, o que temos é um aro amassado, mesmo. Segundo Kerr, seus atletas estão correndo, apressados, em vez de jogar com velocidade, pensando.

Para buscar a virada, é bom pensar com carinho no que aconteceu nas últimas duas partidas. Foi realmente falta de sorte na finalização? Ou tranquilidade? Stephen Curry não se mostra intimidado. “Eles tentam tirar nossas oportunidades de arremesso livre de três, seja em transição ou em meia quadra. Ainda assim, consegui me liberar e tive boas chances, o que me deixa bastante encorajado. Basta manter esses movimentos. Sei que os chutes vão cair”, afirmou o MVP da temporada. Draymond Green assegura que ninguém está surtado: “Perder duas em sequência não vai te deixar feliz. Mas, ao mesmo tempo, ninguém está abandonando o navio aqui. Ninguém está entrando em pânico e jogando a toalha”.

O Warriors sofreu duas derrotas consecutivas em três ocasiões durante sua jornada na temporada regular e, de imediato, reagiu com séries de 8, 9 e 16 triunfos. Qualquer arranque desse nível lhes colocaria na decisão da NBA, perto do título. Os playoffs, porém, são outro assunto, ainda mais enfrentando um adversário de respeito. Agora só resta saber se o aprendizado apregoado por Kerr será acelerado, para que eles possam tentar terminar a história da forma como esperavam.


Mais uma na conta de Pierce. Na vitória do Wizards, essa e outras verdades
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Giancarlo Giampietro

Começaram os playoffs, né?

Desde aquele jogo histórico há uma semana, um clássico instantâneo de Chris Paul, as coisas começaram a pegar fogo. Depois da cesta milagrosa de Derrick Rose em Chicago, para deixar os sonhos do torcedor do Bulls mais intensos, foi a vez de Paul Pierce aprontar mais uma neste sábado, para dar a vitória ao Washington Wizards contra o Atlanta Hawks. A equipe da capital venceu por 103 a 101 e reassume a liderança da série, por 2 a 1. Mais um final emocionante.

O que aprendemos com esse jogo?

Bem, primeiro que é muito difícil você contrariar A Verdade. Paul Pierce, no caso.

Paul Pierce: uma verdade difícil de se contrariar na hora da decisão

The Truth: difícil de se contrariar na hora da decisão

Não importa se tem John Wall, se tem Bradley Beal, se tem Marcin Gortat. Na caminhada firme do Wizards nestes playoffs, o técnico Randy Wittman já sacou que, para definir um jogo na última bola, não há caminho melhor que colocar a bola no veterano astro, que ainda está em forma e nunca permitiu que sua confiança caísse para o nível dos meros mortais.

Tudo bem: essa mensagem já é meio batida, mas Pierce fez questão de reforçá-la para evitar uma derrota catastrófica no quintal de Obama.

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Fora isso, no entanto, há uma outra mensagem que o jogo passou, uma que deveria ter impacto maior para qualquer um envolvido com (ou apaixonado por) um jogo de basquete: a história da liga americana diz que são os supercraques que resolvem a parada em quadra, mas isso não quer dizer que você não consiga sobreviver sem eles.

Já havia acontecido com o Los Angeles Clippers vencendo o Houston Rockets sem Chris Paul – mas aí estaríamos falando de uma meia verdade, uma vez que Blake Griffin está jogando como um autêntico MVP durante toda essa fase decisiva. Neste sábado, porém, o repeteco se mostrou valioso: sem John Wall, afastado por tempo indeterminado, enquanto o inchaço em sua mão esquerda não diminui, o Wizards fez uma grande partida com base no coletivo e construiu larga vantagem. No quarto período, a vantagem de até 20 pontos se evaporou, claro. Mas aí que as coisas ficam mais legais: pois foi a segunda unidade de Mike Budenholzer que tirou toda essa diferença.

John Wall foi forçado a atuar como torcedor e assistente neste sábado

John Wall foi forçado a atuar como torcedor e assistente neste sábado

Ok, vamos evitar ser simplistas: obviamente que  ajuda ter um Derrick Rose, mesmo que a 80% de sua capacidade. Ele pode fazer a diferença aqui e ali, mas LeBron, um Wade ou Bosh no time. Os três juntos, então? Afe: isso pode resultar em até quatro finais consecutivas. Mas o Miami só conseguiu seu título quando os três foram fundidos num só time. Um time de verdade. Sem o devido contexto, conjunto, todos eles ficam pelo caminho.

E foi com uma abordagem exemplar que o Washington conseguiu vencer três quartos por 85 a 66, com pontuação distribuída por diversos atletas, boas trocas de passe, num bom e velho jogo solidário. Agora essa é a parte em que você pode falar: ué, mas não é que o John Wall arremesse 30 bolas por jogo feito Westbrook ou Kobe. Sim, não, mesmo. Mas Wall dominava o jogo para o Wizards de outra forma, com sua habilidade para quebrar a primeira linha defensiva, ganhar terreno e criar para os companheiros. Nas cinco partidas que realizou, o armador gerou 30,8 pontos em assistências – 11 a mais que James Harden, o segundo da lista. Some aí os 17,4 pontos que lee fazia por conta, e temos um número absurdo para quantificar sua influência no time.

Nenê: 17 pontos, 7 rebotes, 4 assistências, 7-9 nos arremessos, em 30 minutos

Nenê: 17 pontos, 7 rebotes, 4 assistências, 7-9 nos arremessos, em 30 minutos

Seria facilmente compreensível se o time perdesse controle. Mas, não. Sentado no banco, a jovem estrela ficou toda orgulhosa ao ver seus companheiros distribuírem 27 assistências para 37 cestas de quadra. Ramon Sessions, titular provisório, deu seis assistências, duas a menos que Bradley Beal. Nenê e Otto Porter Jr. contribuíram com quatro cada. Marcin Gortat, com três. Cada um assumindo um quinhão de responsabilidade. Sete jogadores terminaram com pontuação entre 8 e 17, com Beal e Nenê sendo os cestinhas.

O brasileiro, aliás, fez o que podemos considerar sua estreia no confronto. Depois de passar batido nas primeiras duas partidas, sem nenhuma cesta de quadra, o pivô converteu sete de nove arremessos. Emblemático que, num esforço coletivo, ele tenha brilhado: vários de seus técnicos já pediram para que grandalhão fosse um pouco, pelo menos um pouco mais egoísta e usasse sua habilidade com a bola para chamar mais jogadas.

O que aconteceu no quarto período? Simples complacência por parte do time da casa, um clima de “já ganhou”, ainda mais quando Budenholzer sacou todos seus titulares e limpou o banco de reservas, pondo em quadra até mesmo Shelvin Mack, ex-Washington. É um momento sempre perigoso, não só pelo risco de se menosprezar o adversário do outro lado, mas principalmente por tirar sua própria equipe do trilho.

A bola parou de rodar da forma apropriada. Vimos Will Bynum queimar um ou outro chute de média distância sem passe, por exemplo. Duas ou três posses de trapalhada, e a vantagem já estava em dez pontos, restando cinco minutos. Aí a pressão aumenta, e, quando o time vai ver, já não consegue retomar o ritmo de dez minutos atrás. Enquanto o oponente está sedento, acreditando numa virada salvadora. Foi quase, porém. Os reservas do Hawks podem ter saído decepcionados, mas não deveriam ficar cabisbaixos de modo algum.

Dennis Schröder deu mais indícios de que logo mais vai poder ter o seu próprio time para conduzir. Uma das melhores defesas da liga simplesmente não conseguia conter o alemão, que anotou 16 de seus 18 pontos no quarto final. Aceleração máxima rumo ao aro, bandejas, assistências e faltas recebidas. Ao redor dele, durante quase toda a parcial, estavam Mike Scott, Kent Bazemore, Mack e Mike Muscala. Sim, Muscala, o pivô draftado pela franquia em 2013 na segunda rodada, 28 posições atrás de Lucas Bebê e que jogou na temporada passada ao lado de Rafael Luz na Espanha. O mesmo que converteu uma bola de três a 14 segundos do fim, para empatar o placar.

Budenholzer até utilizou Jeff Teague nos primeiros cinco minutos do quarto, colocou Korver na vaga de Bazemore a 3min42s do fim e chamou DeMarre Carroll para uma defesa a 23 segundos. No geral, porém, abraçou os suplentes da mesma forma que seu mentor, Gregg Popovich, fez em diversas ocasiões pelo Spurs. Mesmo com o jogo parelho no final, deixou a cavalaria fora, premiando o esforço dos coadjuvantes, ao mesmo tempo que dava um recado aos principais atletas, que fizeram um jogo apático demais. A segunda unidade que se comportou como um time verdadeiramente empenhado em lidar com os problemas apresentados em quadra sem esperar pela aparição de alguma figura messiânica.

Até que…

Sim, um personagem com essa aura brilhou no último ataque. Pierce já não é mais o cara do Boston Celtics, obviamente. Não aguenta carregar um time durante toda a temporada. Se o que temos é a oportunidade de matar uma partida com a última bola, no entanto, aí muda a história. Aí é como se ele fosse aquele supercraque. Pronto para finalizar o serviço preparado por todo um time.


Blake Griffin sem limites: astro domina os playoffs e os críticos
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Giancarlo Giampietro

Blake Griffin, em sua versão armador, enquanto CP3 não volta

Blake Griffin, em sua versão armador, enquanto CP3 não volta

Com a explosão muscular para cortar a quadra inteira e deixar os pivôs comendo poeira, a força física para trombar com eles no meio do caminho e uma capacidade descomunal para saltar, podendo engolir o aro e o defensor ao mesmo tempo, Blake Griffin virou coqueluche quase que de modo instantâneo na NBA – só não dá para dizer que foi logo de cara, mesmo, pelo fato de ele ter perdido praticamente todo o primeiro ano de contrato por conta de uma cirurgia no joelho. O ala-pivô dominava os highlights, viralizando cada uma de suas vítimas no embate aéreo, levantando o público do Staples Center como só um certo Kobe fazia.

Para muitos, isso já seria o bastante. Camisas vendidas aos montes, uma fila de patrocinadores para tentar convencer seu agente, o temor dos adversários. O estrelato já estava garantido, oras. Em Los Angeles, ainda por cima, metrópole na qual o esportista tem o privilégio de se tornar o ídolo dos ídolos (de Hollywood). Tal como Kobe, aquele que é aplaudido por um Nicholson, um Denzel ou um Di Caprio.

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Acontece que Griffin sempre teve em mente coisas muito maiores que o frisson que suas cravadas impulsionavam por toda a liga. Não que não o apreciasse. Diferentemente de LeBron, que evitou essa farra desde sempre, topou na hora participar do torneio de enterradas do All-Star Weekend, com direito a um salto (masomeno) sobre um carro. Contudo, ao contrário de diversas maravilhas atléticas que a NBA viu surgir e desaparecer rapidamente, por anos e anos, o astro do Los Angeles Clippers em nenhum momento parou de trabalhar, de dar um duro danado para expandir seu jogo, para equiparar suas habilidades com a bola ao que produzia enquanto força da natureza. “Acomodação” é um termo que definitivamente não faz parte de sua rotina diária. Gregg Popovich, Tim Duncan e Tiago Splitter viram isso de perto. Agora é a vez de Kevin McHale, Dwight Howard, Josh Smith e Terrence Jones se virarem contra ele.

“Você se lembra de ouvir que tudo o que ele fazia era só enterrar. Agora ele é um grande passador. Pode realmente arremessar. Está defendendo. O que as pessoas estão vendo é seu jogo inteiro, mais aspectos de seu jogo”, diz Rivers. O curioso? O treinador, mesmo, reconhece que, a despeito do brilhantismo de seu pupilo, ele ainda está longe de ser unanimidade, sabe-se lá por qual razão. “Acho que o crescimento dele vai ganhando as pessoas. Ele é daqueles gostos que você adquire com o tempo. Mas não acho que se importe. Ele quer se tornar um grande jogador.”

Sem limites
Existem atletas sérios, comprometidos com sua carreira, e existem os Blakes Griffins da vida. Uma classe ainda mais restrita de gente obcecada em se tornar melhor, para o bem ou para o mal, atropelando – no seu caso, literalmente – quem cruzar seu caminho. O mesmo Kobe faz parte desse grupo. Karl Malone e Ray Allen são outros que vêm à mente. O ala-pivô é daqueles que leva bem a sério essa história de “testar seus limites”. Não se trata de mera retórica, como nos conta Ken Berger, da CBS Sports, em matéria cheia de detalhes impressionantes. Essa abordagem de entrega não se restringia aos treinos técnicos. Mesmo um superatleta como ele poderia melhor o condicionamento físico.

Griffin ainda decola

Griffin ainda decola. Só acontece menos que antes

Em sessões que poderiam começar antes mesmo das 7h da manhã, o jogador e seu personal trainer Robbie Davis se empenharam em fazer diversos exames durante… hã… o que seriam suas férias, para tentar decifrar seu metabolismo.  “O objetivo principal de Davis era encontrar a medida de referência de como o corpo de Griffin usava o oxigênio em sua capacidade cardiovascular máxima  e em qual ponto específico o consumo de oxigênio começava a cair em resposta ao seu treinamento”, escreve Berger.

No estudo, notaram primeiro o óbvio: que ele se saía muito bem em situações de rápida explosão. Depois, a principal descoberta: que tinha dificuldade para se restabelecer, se recompor após esse arranque. Davis ainda se empenhou em medir o quanto em geral duravam as ações sem interrupção em quadra e o quanto levavam as paralisações. Com tantos dados acumulados, percebeu que as necessidades do cliente eram anaeróbicas. Assim, pôde preparar um método de treinamento específico para controlar o batimento cardíaco. Hoje, ele consegue ser agressivo de maneira incessante em quadra – mesmo depois de ter perdido 15 partidas na temporada regular devido a uma infecção bacteriana no cotovelo, que pediu intervenção cirúrgica. Isso é um problema para qualquer defesa, especialmente para um San Antonio Spurs que tinha em sua rotação interior um Duncan de 39 anos, um Tiago Splitter fora de ritmo e com movimentação limitada e um Boris Diaw que jamais fica em sua melhor forma.

O problema fica ainda mais grave quando o mero dunker se transforma num autêntico craque, numa arma ofensiva completa. Quando não estava experimentando com Davis, Griffin poderia ser facilmente encontrado no centro de treinamento do clube. O ganho mais evidente de fundamento aparece no arremesso. Dos nove setores computados pela NBA dentro do perímetro de dois pontos, em sete o astro tem nesta temporada um aproveitamento dentrou ou acima da média. Algo impensável para o novato de cinco anos atrás, quando acertava apenas 29,8% de seus arremessos num raio de 3 a 5 metros da cesta, enquanto na faixa de média distância, de cinco metros até a linha de três pontos ficava em 33,5%. Na campanha 2014-2015, esses números saltaram para, respectivamente, 38,3 e 40,4%. Foi uma evolução gradativa, consistente.

“Dois anos atrás, ou mesmo um ano, não teria a confiança para tentar aquele arremesso de três no estouro do cronômetro”, conta o ala-pivô em um artigo na tribuna dos jogadores, a Player’s Tribune, espaço cada vez mais utilizado pelos astros da NBA para que possam contar sua história sem filtros. Ou melhor: com os filtros que lhes convêm. Ele se referia a um chute vencedor contra o Phoenix Suns, no Staples Center, com uma certa dose de sorte, é verdade. “Li alguns textos falando sobre como mudei meu arremesso este ano. Mas não é tão simples assim. Na verdade, tenho trabalhando em mudar minha técnica já há uns três anos. Quando sua memória muscular está tão arraigada a uma certa forma de arremessar, leva anos para mexer, trocar as diferentes partes do movimento de lançamento. Já fiz mais de 250 mil chutes com meu treinador de arremesso, Bob Thate, nesses três anos, com o objetivo de reprogramar meu cérebro. Isso dá aproximadamente uma média de 300 chutes por dia só de média distância. O Bob dizia: ‘Como se constrói uma mansão? Tijolo em cima de tijolo’. É como a Apple lança suas versões do iPhone. A cada ano trabalhamos e trabalhamos para acrescentar novos elementos no chute.”

O título do artigo é: “Por que ele não está enterrado mais?”, claro.

Tão longe, tão perto
Em suas primeiras quatro temporadas, Griffin teve média de 2,54 de cravadas por partida. Neste último campeonato, caiu para 1,25, menos da metade. Isso é um reflexo óbvio de sua preocupação em expandir horizontes, se arriscando cada vez mais longe da cesta. Até porque, para castigar o aro, DeAndre Jordan já causa estragos o bastante. Também consegue se preservar um pouco. Está certo que, por vezes, o ala-pivô se enamora com seu chute de média distância, ameaça ainda bem menor do que em suas investidas rumo à cesta. Por outro lado, não é que sua presença na cabeça do garrafão signifique apenas tijoladas. Não só ele melhorou sua pontaria, como também tem tomado decisões mais sagazes com a bola. Hoje, uma estimativa de 26,2% de suas posses de bola terminam em assistência, subindo de 16,6% da temporada 2011-12. A predisposição para o passe sempre esteve lá. Só está mais refinada agora, ajudado também pelo espaçamento que os chutes de JJ Redick, Jamal Crawford e Matt Barnes propiciam.

O chute, sempre com uma novidade

O chute, sempre com uma novidade

Em termos de eficiência, o torcedor do Clippers já viu seu xodó produzir mais em patamares mais elevados. De qualquer forma, a queda no rendimento não é tão expressiva. Além do mais, antes mesmo dos playoffs, o time vem colhendo resultados, tendo o sistema ofensivo mais eficiente do campeonato. Nos playoffs, então, as coisas ficaram bem mais óbvias. “O que ele está fazendo agora não precedência na história da liga, e confio que ele vai continuar jogando nesse nível”, afirma Redick.

Depois de somar dois triple-doubles contra o Spurs na primeira fase, ajudando a derrubar os atuais campeões antes de um ato heróico de Chris Paul, Griffin teve uma atuação ainda mais impressionante na abertura da semifinal do Oeste. Enfrentando um Houston Rockets que vinha de seis dias de descanso, com CP3 fora de combate, Griffin tomou conta do jogo, com 26 pontos, 13 assistências e 14 rebotes, o terceiro triple-double nos mata-matas, ficando atrás apenas dos quatro de Rajon Rondo em 2012 e de Jason Kidd, em 2002, nas últimas 20 temporadas. O segundo tempo em especial foi um primor, com 10 pontos, 10 assistências e 8 rebotes. Griffin se tornou o armador de fato em quadra, levando a bola para o ataque em diversas ocasiões, em transição ou não. Em situações de meia quadra, chamava a marcação dupla e não se incomodava de modo nenhum, servindo ao seus arremessadores, ou simplesmente ignorando a defesa reforçada para pontuar por conta própria. “Blake foi simplesmente sensacional”, disse Doc Rivers. “Insisti com ele… Chegou uma hora em que ele parou de olhar para a cesta. Disse para ele que precisávamos que ele fizesse tudo em quadra. E ele fez.”

Foi tudo, mesmo.

Nesse embalo, se juntou a Oscar Robertson, Wilt Chamberlain, Kareem Abdul-Jabbar e Duncan como os únicos jogadores a conseguir pelo menos 20 pontos, 10 rebotes e 5 assistências em quatro jogos seguidos de playoffs. A sequência se encerrou nesta quarta, com a derrota para o Rockets de 115 a 109. Nesse jogo, ele foi limitado a quatro passes para a cesta. Ah, vá. Ele terminou com 34 pontos e 15 rebotes, acertando 13 de 23 arremessos, em 41 minutos. No primeiro tempo, com uma vitória parcial, foram 26 pontos:

Griffin é quem mais deu assistências até o momento nos playoffs, com 65 no total. Sua média de 7,7 é a quinta, enquanto os 18,8 pontos que ele cria com seus passes consta em segundo numa lista encabeçada por John Wall. Em rebotes, é o segundo em média, com 13,4, atrás apenas de Dwight Howard. Ele também é o jogador mais acionado por seu time, com 105,9 toques por jogo, criando especialmente a partir da quina do garrafão. “Digo ao Blake que a cada noite ele é o cara em quadra. Não importa quem esteja jogando, ele é o cara. Ele se tornou isso, e obviamente você pode notar sua maturidade. Quando jogadas boas ou ruins acontecem, ele se mantém concentrado. Está deixando tudo em quadra”, afirma Jamal Crawford.

Amar ou odiar
De todos os dados em que o ala-pivô aparece entre os primeiros colocados, porém, um obviamente não surpreende: é o segundo em faltas recebidas, com 7,4 por partida. Sim, sofre mais faltas que seu companheiro DeAndre Jordan, aquele das faltas intencionais, superado apenas por Dwight Howard (outra calamidade nos lances livres). Esteve sempre no top 10 dos atletas que mais apanham desde que entrou na liga, sendo o segundo em três campeonatos. Já está acostumado.

No começo, as pancadas tinham a ver com sua própria dificuldade nos arremessos. Com o tempo, porém, outros fatores pareceram mais preponderantes: de tão explosivo e forte, para brecá-lo só na falta, mesmo. E, para evitar que saíssem em um pôster ou num clipe – mais um clipe! –, passaram também a descer a marreta. Muitas vezes com prazer: parece haver um consenso nos bastidores da liga de que Griffin é uma figura antipática, que pede uma espécie de castigo. Já vimos o astro tomar boas bordoadas, mesmo, dos mais diversos adversários.

“Por que todo mundo na NBA parece odiar Blake Griffin?”, pergunta o Bleacher Report. “Por que os oponentes na NBA amam odiar Blake Griffin?”, pergunta o Washington Post. O SB Nation tenta explicar as razões de quadra para tanto ódio. Klay Thompson, cujo Golden State Warriors já se envolveu em algumas boas batalhas com o Clippers, conta o outro lado: “Ele é um cara legal fora de quadra, mas provavelmente… Digo… Apenas joga de modo bastante físico e meio que finge umas faltas”, afirma. “Ele balança um pouco o braço ao seu redor de modo que você possa levar uma cotovelada aleatória ou algo que não pegue muito bem para a maioria dos caras. É como se ele fosse um touro numa loja de bugigangas, meio fora de controle. E aí você o vê fingir algumas vezes e fica se perguntando como um cara tão grande finge tanto assim. Entendo como pode ser irritante, frustrante de jogar contra ele”.

Os companheiros de Griffin obviamente pensam o contrário. “Já disse a Blake que é maluco ser seu parceiro de time, vendo diariamente as faltas que ele recebe, as coisas diferentes que ele tem de assimilar. Ele se sacrifica tanto por nós. Ele poderia facilmente reagir e devolver em socos, entrar em briga, mas ele não faz. Não sei como ele consegue”, afirma Chris Paul. Já Matt Barnes está no time dos que entendem que o astro deveria retribuir as gentilezas em quadra. O que não assusta ninguém (risos). Depois de um incidente entre Griffin e Serge Ibaka em 2013, foi expulso de quadra ao sair em sua defesa:

Depois do jogo, porém, se manifestou frustrado. “Amo meus companheiros de time como se fossem família, mas chega. Não vou mais reagir em nome deles. Só perco dinheiro com isso”, escreveu no Twitter, com termos um tanto mais pesados ou chulos. Do seu lado, Griffin mantém – ou tenta manter – a compostura. O discurso é o correto: por que vou reagir, correr o risco de ser suspenso e atrapalhar minha equipe?

É algo que aprendeu desde cedo, nos tempos de colegial em Oklahoma. “O estado tem um monte de caras bem grandes, a maioria jogadores de futebol (americano), e havia muitos caras tentando muitas coisas para me parar. Eles tentaram tudo”, afirma. Ainda assim, o astro jura não entender qual característica sua seja tão instigante assim.

Por outro lado, o que mais incomoda o ala-pivô é o suposto desrespeito ou desdém pelo seu jogo. “Não posso dizer que não me importo muito com isso, mas agora apenas me dou conta do que é importante”, afirma a Ken Berger. “Sei que as pessoas vão dizer qualquer coisa não importa o que aconteça. Estou apenas concentrado em mim, me sentindo muito mais relaxado, confortável comigo, mesmo, especialmente na quadra. Isso não me afeta mais.”

Em entrevista a Mark Heisler, do Los Angeles Daily News, o atleta diz acreditar que nada do que ele faz é o suficiente para agradar ao público em geral, estando sujeito ao percepções generalizadas obre o que faz em quadra, com uma virada drástica dos dias de calouro-sensação para alvo mais visado. “É definitivamente uma montanha russa. Não estava muito preparado para o que aconteceu na minha primeira temporada, quando tudo meio que estourou rapidamente, aquele sucesso. E aí, acima disso, não estava preparado para o que viria a seguir. Foi praticamente uma virada de 180º, passando das pessoas que diziam que eu poderia fazer isso e aquilo e, então, de repente todos apontando o que eu não poderia fazer. Até hoje, parece que tudo o que ouço é sobre o que não consigo fazer.”

 Essa declaração, no entanto, foi antes dos playoffs. Neste mata-mata, já não parece faltar muita coisa em seu repertório, por mais antipatia que a oposição sinta pelo astro. Agora o desgosto que ele causa vai muito além de uma cravada sensacional ou qualquer problema de imagem, e estão todos tendo de conviver com isso.


Stephen Curry é o MVP da NBA 2014-15. E tudo ótimo
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Giancarlo Giampietro

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James Harden era o meu candidato na disputa pelo título de MVP da NBA 2014-15. O que não quer dizer que seja meu jogador predileto, ou uma figura incontestável. Era só uma preferência com base no que aconteceu na temporada. A Stephen Curry, de qualquer forma, era obviamente o favorito. Também o merecia – e levou o caneco, segundo diversos veículos anteciparam na noite deste domingo, logo depois de seu Golden State Warriors surrar o Memphis Grizzlies.

(Atualizando: a notícia foi confirmada pela NBA nesta segunda. Curry teve 1.198 pontos na votação, contra 936 de Harden. Com 552, LeBron foi o terceiro. Confira o resultado final da eleição, na qual o MVP recebeu 75 votos a mais na primeira colocação. Russell Westbrook superou Anthony Davis, se beneficiando da maior exposição dos jogos de OKC.)

Por que Harden seria, ou poderia ser o mais indicado? Devido a toda a carga que carregou pelo Houston Rockets, e não uma equipe qualquer, mas, sim, a segunda colocada numa Conferência Oeste brutal do início ao fim, dona da terceira melhor campanha da liga. O time texano pode não ter chegado ao patamar de Oklahoma City Thunder e Indiana Pacers no que se refere a lesões, mas passou por poucas e boas: Dwight Howard perdeu exatamente 50% da temporada; para Terrence Jones, foram 49 jogos de desfalque, e aqui já falamos de dois titulares; Patrick Beverley, outro do quinteto inicial, ficou fora de 26; Donatas Motiejunas, de 11. Josh Smith e Corey Brewer chegaram durante o campeonato para ajudar, é verdade, mas nem sempre é fácil assimilar novas peças.

A constante, aqui, foi o Sr. Barba liderando o time. Com a assessoria de Trevor Ariza, o único que completou todos os 82 jogos regulares, um a mais que o astro. Harden, no entanto, liderou toda a liga em minutos de quadra, com 2.981, 51 a mais que o ala – isto é, um jogo e mais três minutos de lambuja. Ficou elas por elas.  Com tantos desfalques, entre pontos e assistências, o ala-armador foi responsável por 44% de toda a produção ofensiva de seu time, sempre seguindo as orientações táticas de Kevin McHale e do escritório de Daryl Morey) perfeitamente: atacando o garrafão e torpedeando de três pontos. Bateu 10,17 lances livres por jogo, sendo o primeiro no ranking da liga, e arriscou 6,8 chutes de longa distância, a mesma quantia de Ariza, dividindo com ele o terceiro lugar, atrás de Curry e Damian Lillard. O cara teve de atacar mais e mais, com eficiência e muita resistência, física e mental. Um esforço que não pode ser menosprezado jamais.

Em termos de números, no entanto, em geral Harden fica em atrás do genial líder do Warriors. E isso que é o mais interessante, e até irônico. O Rockets é tido como a franquia-modelo no uso de estatísticas, das mais simples ao que se tem de mais avançado, para conduzir suas operações de basquete. Internamente, então, devem reconhecer o quão magistral também foi a campanha de Curry, que leva a melhor também no quesito de pura diversão. Os torcedores e o marketing apreciam muito mais o estilo de Curry, com seus dribles vistosos e arremessos impensáveis de fora, a partir do drible. Muito mais legal que ver o barbado cobrar lances livres, claro.

O armador uniu imagem e substância, espetáculo e resultado. Ethan Sherwood Strauss, do ESPN.com, fez um grande artigo a respeito disso. No texto, levanta um dado estarrecedor: nos 29 jogos posteriores ao All-Star Game em Nova York, o eventual MVP acertou 125 disparos de três (média de 4,3). No seu caso, não foi só uma questão de quantidade excessiva de tentativas para gerar volume. Ele acertou 51% desses arremessos. Sim, estamos falando de um autêntico especialista na matéria. Na temporada, ele converteu 44,3%, um número que, isolado, já seria excepcional. Se gastarmos, porém, dez minutos para assisti-lo, esse aproveitamento vira algo de outro mundo, devido ao grau de dificuldade em que os executa.

Essa habilidade fora do comum está no centro do sistema ofensivo agressivo do Warriors, o time mais acelerado da liga. É fato que, quando Curry atravessa a linha central da quadra, já precisa ser marcado de perto. Por um atleta, e com um segundo, no mínimo, na sobra. De olho no que vai aprontar. Mesmo quando contestado, seu rendimento ainda é muito eficaz. É como se fosse impossível marcá-lo. Daí que ficamos no aguardo para saber quando Dave Joerger vai colocar Tony Allen em sua cola durante a série semifinal do Oeste.

E aí Strauss sai com uma sagaz comparação: Curry, nesse sentido, se torna tão assustador como um Shaquille O’Neal no auge, devido ao seu poderio ofensivo. A diferença, nessa sacada, é que Shaq arrebentava as defesas na pancadaria, enquanto o magricelo as estoura com suavidade e elasticidade. Ele é uma ameaça grave no tiro de fora, muito mais perigosa que a de Kyle Korver em Atlanta. O ala do Hawks tem um aproveitamento superior no fundamento, consegue se desmarcar muito bem na movimentação fora da bola, mas, durante a temporada, arriscou apenas 0,7 em média em jogadas individuais, partir do drible – uma senhora diferença para os 4,4 do armador.

A força de Steph se manifesta de outra forma

A força de Steph se manifesta de outra forma

Klay Thompson, Draymond Green, Harrison Barnes, Andrew Bogut, Leandrinho, Marreese Speights… Todos eles têm a vida muito mais fácil no ataque por desfrutar de sua companhia, pelo perigo que representa. Ele é a base do segundo sistema ofensivo mais eficiente da temporada, atrás do Los Angeles Clippers por coisa de 0,1 ponto por 100 posses de bola. Então vamos refazer isso, dado o empate técnico? Curry é a base do sistema ofensivo mais eficiente da temporada, ao lado do Clippers. Esse equilíbrio entre as duas equipes californianas, aliás, propicia uma comparação interessante.

Ambas apostam consideravelmente no arremesso de três. A diferença é que o jogo interno do Clippers, com as cravadas de Jordan e Griffin, compõe um elemento tão mais importante no ataque de Doc Rivers. É por isso que você coloca chutadores como Redick e Crawford ao redor deles e dá a bola para Chris Paul coordenar tudo: para torturar as defesas. Pelo Warriors, a preocupação vem de fora para dentro, ainda mais com Klay Thompson em gradativa evolução e a propensão de Draymond Green para jogar aberto. Mas tudo começa com Curry: o Warriors faz 14,3 pontos por 100 posses de bola a mais com ele em quadra, acerta mais arremessos, comete menos turnovers e se torna mais solidário. Sente o estrago? E as coisas só ficaram mais acentuadas nos cinco primeiros jogos de playoffs.

Poderíamos continuar aqui na construção da campanha “Curry MVP”, levantando mais e mais números. Se quiser visualizar esses dados, a Sports Illustrated reúne aqui uma série de gráficos. Sem se esquecer que ele esteve no Top 6, em médias, de pontos, assistências, roubos de bola e eficiência. Também apresentou melhora significativa na defesa individual, sendo cobrado por Steve Kerr, e sem poder alegar cansaço, uma vez que teve seus minutos controlados.

Como você vai se opor a alguém com esse currículo? Não dá. Ainda assim, meu candidato seria Harden, e tudo ótimo. Se tem uma coisa para a qual serve a disputa entre os dois é reforçar a noção de que raras e raras vezes você vai esbarrar numa discussão em que tudo se resume a certo ou errado. Ou melhor: uma discussão em que, se o outro discorda de você, já está automaticamente errado – aquilo que parece o mal do século, logo abaixo da ganância.  Não seria “absurdo” ou “ridículo” nomear Curry ou Harden como o jogador mais valioso do ano. Era difícil escolher entre os dois craques, mas muito fácil aceitar que o prêmio ficasse entre eles.

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O Golden State foi dominante contra o Memphis Grizzlies na abertura das semifinais do Oeste. Foi sua melhor partida nestes playoffs, em termos de consistência. O time está claramente um degrau acima de um time que perdeu muito em rendimento durante a temporada regular. Sem Mike Conley Jr., preservado enquanto se recupera de uma cirurgia facial após fratura múltipla na série contra o Blazers, fica ainda mais difícil. Ainda que o armador retorne para o Jogo 2 ou 3, estará fora de ritmo e talvez com um certo receio em quadra, mais que natural. Mesmo que estivesse 100%, talvez não seja o suficiente para equiparar o confronto hoje.

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Outra: o Warriors é hoje o único time oficialmente 100% nos mata-matas, em termos de saúdo do elenco. David Lee ficou fora do duelo com o New Orleans Pelicans, mas o problema nas costas do ala-pivô parece mais e mais uma medida cautelar por parte de Steve Kerr, que encontrou uma rotação perfeita sem contar com esse jogador talentos, que, no entanto, não marca ninguém. Draymond Green tomou conta da posição, enquanto, no banco, as melhores alternativas parecem girar em torno de formações mais baixas, ou com Festus Ezeli para combater especificamente os pivôs do Grizzlies.

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Começa nesta segunda o confronto Rockets x Clippers. Mais um ponto a favor dos líderes do Oeste, já que promete ser mais um duelo muito equilibrado. Quem passar daí deve entrar nas finais da conferência capengando. Os Splash Brothers deram sorte no emparelhamento final.


Jogo 7 de Chris Paul já é um clássico da NBA
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Giancarlo Giampietro

Tim Duncan diz tudo. Chris Paul falou que o conhece desde os 11 anos de idade

Tim Duncan diz tudo. Chris Paul falou que o conhece desde os 11 anos de idade

Kawhi Leonard decolou no garrafão em busca de uma ponte aérea insana.  Blake Griffin o acompanhava, mas ainda conseguiu saltar, meio desequilibrado. O passe foi muito forte, porém. Por mais atlético que seja, o ala não alcançaria. Ainda assim, Matt Barnes, só para garantir, estava ali para dar uma raquetada na bola, enquanto estourava o cronômetro. Tudo isso em apenas um segundo. É o tipo de lance que vai ser visto e revisto, como dezenas de uma partida que se tornou um clássico instantâneo para a NBA.

Dentre tantas jogadas para serem reprisadas, certeza que a única que não vai sair da memória por anos e anos foi a cesta da vitória de Chris Paul, levando o Los Angeles Clippers a um placar de 111 a 109 contra o San Antonio Spurs, fechando uma série _____ no sétimo e derradeiro confronto. Preencha a frase como quiser: memorável, empolgante, massacrante, fantástica, de tirar o fôlego ou o sono.

Com mobilidade dificultada por conta de um estiramento muscular, o armador, com toda a pressão da liga em suas costas, recebeu a bola no centro da quadra e bateu para a direita enfrentando Danny Green e Tim Duncan. O drible muito controlado, como se pilotasse um io-iô. Num movimento perfeito, usa a perna esquerda, justamente aquela dolorida, e o quadril para se separar dos defensores e subir para o chute. Tabela, num ângulo bastante improvável, e dois pontos. Absolutamente magnífico.

Foi o tipo de lance – e reação, mancando, mal conseguindo comemorar direito – que remeteu a Isiah Thomas para muita gente. Antes da conquista do bicampeonato em 1989 e 90, o legendário líder do Pistons amargou uma das derrotas mais dolorosas da história da liga. Em todos os sentidos. Detroit vencia o Lakers por 3 a 2 na decisão de 1988. No Jogo 6, na mesma L.A. que reverenciou CP3 neste sábado, Thomas sofreu uma forte torção de tornozelo no terceiro período. Não só continuou em ação, mesmo que vez ou outra despencasse na quadra, como marcou 11 dos próximos 15 pontos da equipe. No total, terminou a parcial com 25 pontos, até hoje um recorde nas finais. Saiu de quadra com 43, mas derrotado por 103 a 102, numa virada suada para Magic e Kareem.

chris-paul-hamstring-jogo-7-clippers-spurs-injury-lesaoAvançando 27 anos no tempo, Paul,  curiosamente comparado a Thomas desde os tempos de universitário, saiu do Staples Center com 27 pontos – 22 depois da lesão – e, ufa, a vitória. Não só isso: foram 5 cestas de três pontos em 6 tentativas, além de 9-13 nos arremessos de quadra em geral, tendo jogado 37 minutos, mesmo sem conseguir passar pelos corta-luzes do modo habitual, ou sem poder acelerar em transição.

No momento mais crítico da temporada e talvez de toda essa era do Clippers, o baixinho correspondeu. Soltou lágrimas imediatas em quadra com o triunfo. Talvez nem ele vá saber dizer exatamente o porquê. Tanta coisa: 1) uma bola a um segundo do fim; 2) a simples dor que sentia; 3) a necessidade de levar o time adiante, com muita gente esperando para julgá-lo como um perdedor; 4) a série foi de estressar, mesmo.

Sim, foi uma injustiça que esses times tenham se enfrentado tão cedo. Mas assim quis a NBA, com o Portland Trail Blazers, campeão do Noroeste em quarto com uma campanha inferior, e assim quis o Monocelha, que empurrou o Spurs para essa roubada para garantir sua estreia nos mata-matas. Os jogadores sofreram em sete partidas, o campeonato já perdeu um forte candidato a título, mas nós ganhamos esse clássico.

Fico pensando no infeliz que tivesse um ingresso do Staples Center em mãos e que tenha desistido da partida para assistir ao combate entre Manny Pacquiao e Floyd Mayweather. Que nos desculpem os supercampeões, mas não houve mais espaço para uma luta depois do que os pesos pesados fizeram na gigantesca arena de Los Angeles. Eles trocaram socos, ou melhor, de liderança em 31 ocasiões durante 48 minutos, sendo que 12 delas foram no quarto período. Além disso, estiveram empatados em 15 momentos. Juntos, acertaram 46% dos arremessos de três pontos, com destaque para os 51,9% do time da casa. Num duelo extremamente nervoso como esse, foram apenas 22 turnovers e 52 assistências.

Chris Paul foi o grande herói, mas não, o único. Blake Griffin conseguiu mais um triple-double, com 24 pontos, 13 rebotes e 10 assistências, em 40 minutos. Ah, e converteu 10 de seus 11 lances livres. JJ Redic anotou ‘só’ 14 pontos, mas seis deles serviram para esfriar uma suposta arrancada do Spurs a coisa de cinco minutos para o fim. Matt Barnes (17 pontos, 7-13, 2 tocos, 2 roubos e 5 rebotes) e Jamal Crawford (16 pontos, 7-15 e a penúltima cesta) também escolheram a melhor hora para contribuir.

Do outro lado, o que dizer de Tim Duncan? O pivô de 39 anos somou 27 pontos e 11 rebotes, com 11-16, em 37 minutos. Arrastando uma perna. Tony Parker terminou com 20 pontos, 5 assistências e 5 rebotes em 34 minutos. Não se esqueçam que o astro francês jogou toda a série também enfrentando dores na perna, no tendão de Aquiles, sem apresentar a velocidade dos bons tempos. Esforços admiráveis, mas que viraram notas de rodapé num capítulo dedicado a Chris Paul.

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Agora os velhacos de San Antonio vão ter de responder diversas perguntas, todas elas girando em torno de uma só: é o fim para Duncan e Ginóbili?

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O Clippers já encara o Houston Rockets na próxima segunda-feira, no Texas, com menos de 48 horas para se regenerar e se preparar. Dureza. É o custo de um Jogo 7 e de uma série como essa. Por um lado, o confronto manda o time de Doc Rivers para a segunda rodada num nível de intensidade absurdo. Quando você passa por uma experiência como essa, sai melhorado. Por outro, o quanto a confiança e o padrão de jogos elevados compensam todo o desgaste (físico e mental) acumulado? Outra: o estiramento de Paul foi muito grave? Chegará em quais condições para desafiar James Harden? Trevor Ariza vai atazaná-lo. Em tempo: o armador teve média de 39,3 minutos na série – e de 34,8 na temporada. Agora tenham em mente o tanto de responsabilidade que ele carrega tanto no ataque como na defesa. É a falta que faz um banco minimamente confiável.

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Duelar com um ressurrecto Dwight Howard não é o sonho de ninguém. Mas pode ter certeza que DeAndre Jordan está, sim, aliviado de poder enfrentar o Rockets. Afinal, no jogo do “hack-a-fulano”, Kevin McHale tem muito mais gente para esconder no banco de reservas. Além de Howard, Josh Smith é um péssimo chutador. E o pragmatismo das faltas intencionais fora da bola em péssimos chutadores quase custou ao Clippers o triunfo. Não apenas pelos seis lances livres desperdiçados pelo pivô titular, mas pelo buraco aberto no garrafão quando teve de ser substituído. Foi o momento em o Spurs dominou a tábua ofensiva e construiu uma pequena vantagem.


O que está em jogo para a sétima partida entre Spurs e Clippers?
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Giancarlo Giampietro

Sabe aquela história de que a temporada de playoffs do basquete pode acabar com relacionamentos, acabar com sua vida social e tudo o mais? É NCAA, NBB, Euroliga, NBA, LBF… Um monte de siglas competitivas chegando ao clímax, fazendo o sofá ganhar sua forma de modo definitivo, arrebentando com o controle remoto.

É uma dureza, é uma batalha.

Mas, se for para fazer (mais) um sacrifício, a noite deste sábado, bem no meio do feriadão, se faz obrigatória na frente da tela ou do computador, com o Jogo 7 entre San Antonio Spurs e Los Angeles Clippers para fechar a primeira rodada dos mata-matas da grande liga americana. Haja pilha, haja força. E, claro, haja coração.

Há muito em jogo para esses dois

Há muito em jogo para esses dois

De tantas séries que vimos, ou que tentamos acompanhar decentemente, por aí,  essa é a que teve o mais alto nível de basquete praticado. Dois pesos pesados chegando ao limite. Para quem perdeu: o time californiano abriu 1 a 0, mas perdeu a segunda em casa, teoricamente cedendo mando de quadra aos atuais campeões, que, depois, virariam. Mas o Clippers não arrefeceu e ganhou o Jogo 4. Na volta para Los Angeles, Spurs de novo:  3-2. Os caras tiveram a chance de sacramentar a classificação na quinta, mas perderam – foi apenas a segunda fez em 14 jogos que a equipe do Coach Pop falhou em fechar um duelo nessas condições. E lá vão eles para o Staples Center.

Já teve de tudo: prorrogação, triple-double para Blake Griffin, viradas e reviravoltas, atuações que deveriam ser inacreditáveis para um Tim Duncan de 39 anos, mas que viraram corriqueiros, o jogo da vida de Austin Rivers, mais problemas físicos para Tony Parker, controle e descontrole de Chris Paul, faltas intencionais e tediosas do Spurs, cravadas e airballs de DeAndre Jordan, Kawhi Leonard criando o caos em quadra e, claro, muita reclamação com a arbitragem. “É ridículo que essa seja uma série de primeira rodada. Foi a primeira coisa que o Pop me disse antes do Jogo 1, e eu disse a mesma coisa. Mas nós dois nos conformamos. Diabos, não dá para mudar isso”, afirmou Doc Rivers.

O lance é que o confronto poderia muito bem não ter acontecido.

Primeiro que as regras da NBA empurraram os dois gigantes nessa direção. Se a liga não insistisse que os campeões de cada Divisão tivessem um lugar garantido entre os quatro primeiros rumo aos playoffs, o Spurs teria ficado em quinto e pegaria o Memphis Grizzlies, enquanto o combalido Portland Trail Blazers, com pior campanha, cairia para sexto, para enfrentar o Clippers.

Agora, a despeito da frustração por essa tola convenção na hora de montar a tabela – basicamente ninguém se importa com um título regional –, os rapazes de Gregg Popovich foram aqueles que se colocaram numa situação difícil ao perder o último jogo da temporada regular para o New Orleans Pelicans. (Ok: esse paragráfo também poderia muito bem ser finalizado da seguinte maneira: a despeito da frustração… blablabla, os rapazes de Gregg Popovich acabaram vitimizados pelo Monocelha na rodada de saideira. É bom que os times de ponta no Oeste se acostumem com isso.)

Aí que dois dos melhores times da conferência após o All-Star caíram frente a frente na chave. Só um Jogo 7, mesmo, pare resolver a parada, com o Houston Rockets aguardando. Com muita coisa na mesa:

Spurs

Parar? Só se for o Griffin

Parar? Só se for o Griffin

– Poderia ser a aposentadoria de Duncan? Sim, eu sei: faz uns cinco anos já que essa pergunta se repete. O veterano disse que se sentiu muito bem durante a temporada e, durante o All-Star, deixou claro que só largaria sua carreira se percebesse que não dava mais, que estava sofrido demais para produzir – independentemente de o time conquistar novamente o título, ou não. Bem… Com 39 anos recém-completos, o cara ainda tem médias de 16,3 pontos, 11,2 pontos, 3,7 assistências, 1,7 toco e 1,5 roubo de bola, acertando 56,8% de seus arremessos de quadra. Vai parar por quê? Não teria por quê. Mas, para uma questão tão drástica como essas, a resposta jamais vai ser lógica.

– Poderia ser a aposentadoria de Manu Ginóbili – pelo menos da NBA? É… o argentino está no mesmo barco. Por isso, ambos assinaram contratos de apenas um ano. É uma decisão que vai ser tomada campeonato após campeonato. Aqui de longe, a sensação é a de que o craque argentino vai vincular seu destino ao de Duncan. Se o pivô desencanar, acho que esta lenda do basquete sul-americano também vai seguir seu rumo. Até para que o Spurs possa acelerar sua reformulação ainda com Popovich. De qualquer forma, não duvidaria nem um pouco que Manu ainda jogasse pela Argentina no Pré-Olímpico e, quiçá, no Rio 2016. Atuando na liga de seu país, depois de alguns meses parado. Qualquer coisa do tipo. Só especulações da minha parte.

– As negociações de agentes livres vão depender basicamente do que os veteranos acima decidirem. Os rumores já são muito fortes ligando o clube texano a LaMarcus Aldridge, em concorrência com Dallas e Portland. Se a renovação com Kawhi Leonard parece favas contadas, boa parte do atual elenco vai entrar no mercado: do núcleo mais utilizado, apenas Parker, Splitter, Diaw e Mills têm contrato garantido no próximo campeonato. Olho em Danny Green: um jogador que ofereça chute de três e excelente defesa é muito valorizado na NBA de hoje, mesmo que, nestes playoffs, ele esteja acertando apenas 27,3% dos chutes de fora.

Manu, Tiago e suas bandeiras

Manu, Tiago e suas bandeiras

– Tiago Splitter: o pivô não conseguiu chegar aos mata-matas com a forma física ideal, com dores na panturrilha e o condicionamento físico abalado devido ao tratamento intensivo fora de quadra. Sua presença defensiva faz muita falta ao Spurs no combate com Jordan e Griffin. De qualquer forma, está em quadra dando o que tem hoje, ao seu feitio. Aqui, as coisas não têm mais volta: se o time texano seguir diante, o catarinense vai junto, tentando trabalhar como puder.  Se a equipe for eliminada, o brasileiro vai ter boas semanas de descanso antes da convocação de Rubén Magnano. Mas tem uma coisa: considerando as dificuldades que o atleta enfrentou durante a temporada, já tendo disputado a Copa no ano passado, será que não era mais negócio lhe conceder um descanso prolongado? Isso, claro, caso Fiba não obrigue o CBB a enviar seu time principal ao México para brigar pela vaga olímpica…

Clippers

Um núcleo forte. Vai durar?

Um núcleo forte. Vai durar?

– Vai ou não vai? Chris Paul foi contratado em 2011. Já é a quarta temporada com o armador municiando Griffin e Jordan. Em tese, com esse trio de respeito, o time foi ou deveria ter sido considerado um candidato ao título. Acontece que, se perderem, será o quarto ano, então, em que nem mesmo disputariam as finais de conferência disputaram. E aí que a repercussão pode ser grave, caso o proprietário Steve Ballmer não tenha tanta paciência depois de ter assinado um cheque de US$ 2 bilhões para comprar a franquia. O próprio exemplo do Spurs indica que talvez a melhor trilha seria a de se manter uma base e procurar melhorá-la. Desde que, hã,  os jogadores queiram continuar juntos. Há muito zum-zum-zum em torno da relação de Paul com Griffin e Jordan.

– Além do mais, o início da trajetória de Doc Rivers como todo poderoso do basquete do Clippers não é nada animador. Seu time pode estar digladiando com os atuais campeões, mas isso acontece com uma base que já havia sido formada pela gestão anterior. No que cabia ao técnico-presidente, ele fracassou, chegando aos playoffs com uma rotação extremamente limitada, após várias apostas furadas. Aliás, essa questão independe do desfecho do Jogo 7: Doc tem visão estratégica para melhorar seu elenco a curto prazo, sem sacrificar o futuro da franquia? Para usar o tema da década: Doc é capaz de conduzir um time de ponta de modo sustentável?

Três que se repetem com Del Negro, Butler e Billups já fora

Três que se repetem com Del Negro, Butler e Billups já fora

– Chris Paul: um dos melhores armadores que a NBA já viu. Sem dúvida – e sem culpa de que, por boa parte de sua carreira, seu Hornets não oferecia uma estrutura competitiva, perdido nos bastidores até que o clube fosse vendido. Um furacão da dimensão do Katrina também não ajudou em nada. Agora… em Los Angeles, não lhe faltaram companheiros qualificados. No ano passado, na derrocada diante de OKC, o invocado baixinho se atrapalhou todo com a bola nos momentos decisivos, numa atuação para lá de desastrada. Mais uma falha neste sábado poderia arranhar sua reputação de líder destemido. E o time depende muito dele. Quando o Spurs conteve CP3, saiu de quadra vencedor.

– DeAndre Jordan: vai virar um agente livre ao final do campeonato. Pelos bastidores, já pintou um boato de que estaria interessado no Dallas Mavericks. Mais uma derrota precoce poderia empurrar o pivô para fora da franquia? A despeito de sua amizade com Griffin?

– Seria a aposentadoria de Hedo Turkoglu? Glen Davis vai fazer regime!? Austin Rivers vai receber propostas depois de seu fantástico Jogo 4!?

(Brincadeira, só para aliviar a tensão. A gente se fala ao final da partida.)


Cavs desfalcado pede ajuda aos amigos de LeBron
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Giancarlo Giampietro

Visão de dirigente de LeBron vai ser testada

Visão de dirigente de LeBron vai ser testada

LeBron James tinha um plano, desde o início. Se era virar as costas para um Dwyane Wade em frangalhos, para os arremessos de Chris Bosh e uma liderança como Pat Riley, que fosse para um clube em que pudesse dar as cartas – se não todas elas, mas grande parte do baralho. Se pudesse ser em casa, quanto melhor.

Quando o Rei decide retomar suas raízes, nem toda a ingenuidade de Cleveland vai poder confiar que fosse por mero sentimentalismo e apego a crenças locais. Isso pode até ter influenciado em todo o processo, mas um cara tão inteligente e ambicioso como LeBron não vai seguir um rumo porque o coração mandou. Assim como faz em quadra, sua versão homem de negócios avalia tudo o que está ao seu redor nos mínimos detalhes antes de tomar qualquer, na falta de melhor termo, decisão.

A maior prova disso é sua própria carta publicada na Sports Illustrated, comunicando ao povo de South Beach que estava retornando com os seus talentos para Ohio. Lá, deixou claro que Andrew Wiggins e Anthony Bennett não faziam parte de seus planos, abrindo caminho para a negociação por Kevin Love. O ala exigia um sacrifício do futuro por parte da franquia para instaurar seu reinado imediato. Sabemos o que aconteceu.

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Pois agora Kevin Love está fora de ação. Oficialmente, no caso – uma vez que não possamos dizer que o ala-pivô estava 100% presente de corpo e alma durante uma temporada cheia de pequenos incidentes que, quando agrupados, pintavam um cenário no qual sua saída de Cleveland, como agente livre, era realmente possível. Ninguém sabe ao certo mais depois da cirurgia no ombro esquerdo que vai tirá-lo das quadras por até seis meses.

O que sabemos é que, sem Love, LeBron e todos os seus chapinhas vão ter de realmente jogar muito para combater o Chicago Bulls nas semifinais do Leste. Talvez seja injusto com David Griffin, o gerente geral que merece o prêmio de Executivo do Ano pelo simples fato de ter tornado possível a volta do superastro e ainda realizou duas excelentes trocas em meio a um momento de crise. Mas é notório que algumas contratações do Cavs foram, digamos, sugeridas por James.

Espera-se alguma coisa, qualquer coisa da dupla acima

Espera-se alguma coisa, qualquer coisa da dupla acima. Ambos com 34 anos

Sim, estamos falando de Mike Miller e James Jones, além de, em menor escala, Shawn Marion – que não é dos amigos íntimos, nem nada disso, mas foi recrutado pessoalmente pelo craque. Ainda mais com JR Smith suspenso das duas primeiras partidas em Cleveland, esses veteranos precisam dar alguma contribuição para o Cavs. Mesmo que David Blatt opte por usar Timofey Mozgov e Tristan Thompson ao mesmo tempo e por longos minutos. Mesmo com minutos elevados para LeBron e Irving, que já tiveram, respectivamente, 43,0 e 40,5 minutos contra o Boston Celtics. Love e Smith acumularam mais de 53 minutos em média, que precisam ser absorvidos por alguém.

“A margem de erro contra o Celtics era tamanha que eles poderiam jogar num nível C, que tudo bem. Mas agora essa margem diminuiu consideravelmente. Contra o Bulls, não vai dar nem mais o B”, afirmou o jornalista Brian Windhorst, do ESPN.com, em podcast com Bill Simmons, editor-chefe do Grantland. Windhorst não está mais 100% dedicado ao dia a dia do Cavs, mas é um dos repórteres mais bem conectados dentro da franquia – e também com o círculo mais íntimo de LeBron. Acompanha o ala desde sua adolescência.

Windhorst depois mencionou a necessidade de pelo menos um integrante desse trio parada dura jogar bem em jogos isolados. Tipo: se Jones for bem na primeira partida, Marion, na segunda e Miller, na terceira. Para darem mais opções a David Blatt. Do contrário, as coisas podem se complicar. O técnico também adiciona Kendrick Perkins a essa lista. “Caras que estão no banco e não estavam jogando muito, com Shawn, Mike e Perk, precisam obviamente estar prontos para jogar mais minutos, e sei que eles vão fazer isso por serem profissionais e terem experiência e por terem estado em situações vitoriosas antes”, afirmou.

De fato, são todos trintões com muita bagagem e histórias para contar e que já foram campeões em diferentes momentos de suas carreiras. Estão habituados a momentos de pressão. Blatt (e LeBron) têm de se apegar a esse conceito, mesmo, para contar com os veteranos. Já que, em termos de atividade em quadra, a produção foi praticamente nula durante a temporada.

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Mesmo no caso de uma projeção estatística por 36 minutos, as coisas não melhoram muito. Na maior parte do tempo, os quatro jogaram mais como aposentados do que como peças importantes num time de playoff. Para não falar das dificuldades de Jones e Miller na defesa e as trapalhadas de Perk no ataque, cometendo turnovers sem parar (32,1% das posses de bola na qual foi envolvido). Contra o Celtics, Miller não teve um minuto sequer de ação, enquanto Marion e Perk somaram sete. Jones foi o único que jogou regularmente, com 46 minutos em quatro partidas, acertando apenas 2 de 11 arremessos de três (a especialidade de sua carreira).

Não que seus contratos tenham sido completamente equivocados. Faz bem uma presença reconfortante no vestiário, ainda mais no caso do Cavs, que seria o time mais visado/badalado/atacado/pressionado do campeonato. Não é por acaso que, ao checar o plantel do hegemônico Chicago Bulls de Phil Jackson (e Jerry Krause…), vamos encontrar verdadeiros anciões como James Edwards em 1996, aos 40, acompanhado por John Salley e Jack Haley, e Robert Parish em 97, aos 43. Mas nenhum desses pivôs velhacos teria um papel relevante em quadra. Bem diferente do que se espera em Cleveland agora.

Bicampeão com Miami e um dos melhores amigos de LBJ, James Jones está confiante. Ou mais ou menos confiante: “Uma parte essencial de nosso time foi subtraída, mas acho que temos o suficiente e nós sabemos que temos o suficiente. Então vamos jogar, competir. No final do dia, é questão de dar nosso melhor e esperar que esse melhor seja o bastante”, diz o ala

Essa incerteza gera um suspense tático para lá de intrigante – e deve até mesmo dificultar a vida dos técnicos de Chicago em um primeiro momento. Na hora de preparar o scout da série, eles vão precisar se ater com cuidado aos reduzidos minutos em que Kevin Love – e Smith – estavam no banco e tentar tirar conclusões a partir daí.

Mike Miller teve algumas grandes partidas pelo Miami e pelo Memphis nos playoffs. Conseguirá replicá-las?

Mike Miller teve algumas grandes partidas pelo Miami e pelo Memphis nos playoffs. Conseguirá replicá-las?

(Um parêntese: a contraposição dos talentos gera duelos individuais extremamente interessantes. São todas variáveis que corre-se o risco de ficar muito confuso. Tanto aqui no texto como nas pranchetinhas mágicas. Kyrie Irving x Derrick Rose: quem vai pontuar mais e permitir mais/menos pontos também? Iman Shumpert x Jimmy Butler: foi o ala com o qual LeBron comparou Shump no momento da troca, mas o emergente astro do Bulls é muito mais completo – e forte. Mozgov x Gasol: o russo vai tentar brecar o espanhol, mas tomando o máximo de cuidado com faltas. Thompson x Gibson: o canadense saltitante, cheio de energia contra um combalido e valente ala-pivô. Miller/Jones x Dunleavy Jr.: a corrida dos veteranos. Por aí vamos.)

O que pega é que Chicago também tem seus problemas. Joakim Noah está se arrastando pela quadra, e não é que Taj Gibson esteja correndo muito mais. Nikola Mirotic também se contundiu contra o Milwaukee Bucks, para não falar de todo o drama em torno de qualquer queda de Derrick Rose. A despeito da lavada que sofreu no Jogo 6, o Milwaukee Bucks deu muito trabalho.

Como Zach Lowe destaca em sua análise sempre minuciosa, Jason Kidd não teve problema Noah com jogadores menores, uma vez que o pivô não representava nenhuma ameaça. Marion, mesmo dois ou três passos mais lento que os tempos de Matrix, não teria problema com ele e ainda poderia atrapalhar Butler. Será que Jones e Miller também dariam conta? Talvez não seja necessário usar Thompson e Mozgov, uma dupla atleticamente opressora, ma que pode atrapalhar o ataque, em termos de espaçamento. A não ser que Mozgov acerte seus chutes de dois de longe com muita eficiência. Ainda assim, a quadra estará mais apertada para as infiltrações de LeBron e Irving. “Vamos ter de manter nosso ataque espaçado porque é dessa forma que jogamos”, diz Blatt. “Claro que sem os dois na escalação, algumas mudanças precisarão ser feitas. Mas tivemos muito sucesso neste campeonato e não queremos nos afastar tanto das coisas que deram certo.”

Se Miller e Jones ao menos estiverem acertando seus arremessos, a solução mais prática e recomendável talvez seja colocar LeBron como o ala-pivô efetivo do time, algo que ele fez com maestria em Miami, e apostar no small ball. Usar a flexibilidade que uma aberração atlética como o camisa 23 proporciona. O problema é que, dentre as muitas razões para seu retorno a Cleveland, ter Kevin Love ao seu lado no quinteto inicial era muito atraente justamente para afastá-lo da cesta. “LeBron odeia defender no garrafão, ter de batalhar ali. Para ele, é OK jogar ali no ataque de vez em quando, mas odeia marcar na posição 4”, diz Windhorst.

Por essas e outras que a mera cogitação de LeBron para o prêmio de MVP não parece nem um pouco justa com os outros candidatos. Afinal, estamos falando de um jogador que deliberadamente se esquivou de algumas responsabilidades. O mesmo cara que tirou duas semanas de folga durante a temporada para aliviar o estresse sobre a mente e o corpo. Que falou abertamente sobre como, em algumas partidas, estava no modo “relaxa e goza”.

Contra Chicago, ele sabe que não vai poder se comportar assim – vai precisar se desdobrar, alternando entre Gibson, Noah, Mirotic e, provavelmente, Butler, no caso de o ala estiver massacrando Shumpert ou Smith (quando este retornar). Haja fôlego e resistência.

Mesmo que o Bulls também esteja avariado fisicamente, é um time muito mais forte e calejado que o Boston Celtics. Com um número maior de opções que as da final de conferência de 2011 que o Miami derrubou, mas com um mesmo núcleo sedento por seu primeiro título. Thibs, Noah, Gibson e, principalmente, Rose vão brigar enquanto puderem.

Aí que LeBron vai ter de se expor de acordo com o que sua equipe precisar e o adversário pedir. Se houve um motivo para ele curtir a primeira metade do campeonato, era para poder se desdobrar nos playoffs, algo que a primeira rodada. “Obviamente, Kevin traz muito para o nosso time. É uma grande perda para nós. Ninguém vai conseguir assumir sua função – ele é especial por um motivo. Mas alguns dos nossos caras vão ter de se levantar e fazer mais. Precisamos disso, ainda mais com o JR fora”, afirmou James. Que, dessa vez, não vai ser testado apenas como craque, mas também como dirigente. E amigo.


Rajon Rondo: após o fiasco em Dallas, as dúvidas continuam
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Giancarlo Giampietro

Não bateu o santo

Não bateu o santo

As mesmas perguntas que o torcedor do Chicago Bulls fazia com Derrick Rose, a galera em Dallas poderia estar muito bem repetindo a respeito de Rajon Rondo durante a segunda metade da temporada. Claro que sem a mesma intensidade, pois o armador havia acabado de chegar. No período pós-cirúrgico, quem estava ao lado dele era o fã do Boston Celtics, na verdade.

De qualquer forma, o Mavericks apostou alto em sua contratação em dezembro. Mark Cuban acreditava que Rondo viria para levar o seu clube a um outro patamar. Lembrem-se: estamos falando de um momento no qual tudo parecia estar em aberto na fortíssima Conferência Oeste. Uma fase na qual os cartolas acreditavam que uma cartada poderia levá-los ao topo, ao mesmo tempo em que os braços cruzados poderiam resultar numa queda vertiginosa, uma vez que estavam o burburinho era grande nos bastidores. Todos querendo se reforçar.

Enquanto Chicago curte aquilo que parece até mesmo um sonho com Rose – isso, claro, se o Milwaukee Bucks não estragar tudo –, o dono do Dallas quebrou a cara. Com a série contra o Houston Rockets em andamento, Rondo está fora do baralho, num desfecho deprimente para uma transação antes pautada pela euforia. Segundo as palavras do próprio técnico Rick Carlisle, o jogador muito provavelmente não vestirá a camisa do time. “É pouco provável, para ser honesto, e acho que é importante falar a verdade nessas situações”, disse. Ouch.

Foi uma decisão realmente dura e um tanto suspeita. A franquia, oficialmente, afirmou, após as duas derrotas fora de casa, que uma contusão nas costas afastaria o jogador do restante do duelo com o Rockets. Sem dar maiores informações a respeito de qual lesão era essa. Outra: o time perdia apenas por 2 a 0, tinha plenas condições de reverter o resultado. A questão médica era tão grave assim a ponto de, mesmo com uma eventual virada contra Houston, ele ser descartado para o restante dos playoffs? “Entendo que esse anúncio… Vai ter diferentes interpretações. Estou dando nossa interpretação, e isso é um fato”, afirmou o próprio Carlisle.

Os próprios (ex-?) companheiros de Rondo estão surpresos. Tyson Chandler sorriu ao falar a respeito. “Acontece”, deu de ombros. Dirk Nowitzki disse que “coisas muito estranhas” aconteceram com a sua equipe na última semana: “Não sei se alguma coisa aconteceu com suas costas. Não falei com ele”. Os dois veteranos sabem, no fundo, que não adianta fazer rodeio. Se há alguma problema com o armador, não é nas costas. Está mais para a cabeça ou o coração.

Um lance em específico entrega tudo. Com menos de cinco minutos de jogo – o relógio mostrava exatos 7min33s ainda restantes no primeiro quarto –, Rondo falhou em cruzar a linha central em oito segundos. Turnover. Daqueles mais chocantes, mesmo. E não era que o armador estar curvado em quadra, mancando, ou que tivesse caído contorcido no chão. Simplesmente, ou supostamente, não estava prestando a atenção no cronômetro de posse de bola. Talvez não tivesse mais a mínima vontade de organizar mais um ataque ditado por seu técnico. Depois, falhou em voltar para a defesa e permitiu um arremesso livrinho de Jason Terry. Com 6min54s, foi substituído por José Juan Barea. Rondo ainda voltaria no segundo tempo, mas cometeria duas faltas seguidas em James Harden, totalmente destemperado. Foi substituído novamente e se isolou do banco de reservas. Fora de controle.

Carlisle é um dos raros casos de sua profissão, em atividade na liga, que pode se orgulhar de colocar uma estrelinha de “campeão” no currículo. Já fez a carreira de diversos atletas e tem a fama justa de tirar deles o máximo que dá. Mas, ao que parece, as coisas precisam correr nos seus termos. Ele dita as ordens, o jogador obedece. Uma figura controladora.

Com Rondo, não seria tão singela assim a relação. Doc Rivers, mesmo, sabe o quão cabeça dura e desafiador seu antigo, hã, pupilo pode ser. Os dois bateram de frente em diversos momentos em Boston. De qualquer forma, até por ter trabalhado com o jovem recém-saído da Universidade de Kentucky, ainda pouco badalado, a relação teve uma dinâmica diferente. Ele viu o rapaz crescer. Por outro lado, o mesmo rapaz tinha muito com o que aprender com um antigo All-Star de sua posição.

Além disso, para a temporada 2008-2009, o vestiário do Celtics deu uma boa encorpada, com Kevin Garnett, Ray Allen, PJ Brown e Sam Cassell chegando para ajudar Paul Pierce na condução das coisas. Isso para não falar de Kendrick Perkins, um dos melhores amigos do armador – e que tem uma voz asssertiva para dissipar qualquer polêmica.

Em Dallas, o elenco também estava tomado por veteranos e uma referência insuspeita como Nowitzki. Um dos melhores jogadores de todos os tempos, feliz da vida pela chegada de uma segunda estrela ao time, justamente um cara que, segundo imaginava, facilitaria ainda mais seus arremessos, devido à visão de quadra. Rondo chegaria para assumir a mesma função de Jason Kidd no título de 2011, reforçando a dupla armação por que Carlisle tanto preza. Poderia acertar também a defesa. Era o que se supunha.

Faça assim, faça assado

Faça assim, faça assado

Aqui vale, então, relembrar o embate em torno da contratação, porém. Vocês se recordam, né?

O craque alemão estava exultante, assim como Mark Cuban e Donnie Nelson, que bateram o martelo. Em um primeiro momento, o pacote entregue a Boston nem parecia muita coisa, se comparado ao astro que estavam adquirindo. OK, uma escolha de primeira rodada é muito valiosa – se o time decolassee, contudo, sua relevância ao menos seria parcialmente amortizada. E, por mais que Brandan Wright e Jae Crowder fizessem coisas interessantes, as lacunas poderiam ser repostas internamente ou com mais uma transação pontual. Não havia como não fazer a troca.

Agora, a turma que observa a liga mais pelo escopo dos números não estava tão convencida a respeito, e as dúvidas tinham muito mais a ver sobre um declínio evidente de Rondo do que pelo desempenho eficentíssimo de Wright. Diversas medições estatísticas apontavam que a produção do armador já não condizia com sua fama. Pior: o sinal de alerta ficava ainda mais chamativo quando se notava que os pontos fracos (arremesso ainda bem abaixo da média, a aversão aos lances livres e o drible muitas vezes insistente, em detrimento da movimentação de bola) em seu jogo tinham tudo para tirar dos trilhos a locomotiva ofensiva do Mavs, de muitos passes e chute.

Sobrou para essa galera aí

Sobrou para essa galera aí

Em resposta a essas observações realmente pertinentes, os favoráveis ao negócio levantavam outra questão: será que essa queda de rendimento não estava ligada ao puro desânimo por fazer parte de um time em reconstrução? Que, se voltasse para uma equipe de ponta, passaria a se dedicar mais em quadra, recuperando especialmente seu poderio defensivo? Só não poderiam acreditar que a cirurgia pela qual passou em fevereiro de 2013, para reparar um ligamento cruzado anterior, havia causado danos mais sérios ao seu jogo.

Quatro meses depois da transação, parece que a turma das contas ganhou a luta. E não foi por pontos, com o perdão do trocadilho.

O Mavs tinha o melhor ataque da NBA antes da troca. No dia 19 de dezembro, véspera da estreia de Rondo, sustentava média de 113,6 pontos por 100 posses de bola – número que, na eventualidade de um desastre natural e o fim da liga, deixaria o time texano com o maior índice ofensivo da história da liga. A defesa, sim, era apenas a 20ª e precisava de mais cuidados, levando 105,1 pontos.  A partir daí? Despencaram na classificação. Com Rondo, a equipe foi apenas o 12º melhor ataque, com 104,1 pontos. Na retaguarda, melhoraram um pouco, mas nada que compensasse: sofrendo 103,0 pontos, ocupariam o 17º lugar na lista. Em vez de equilíbrio entre um setor e outro, o que aconteceu foi a perda de uma identidade.

Com Rondo em quadra, o Dallas marcava 103,4 pontos por 100 posses. Sem ele, 112,2. Na defesa, os adversários fizeram 2,3 pontos a mais por 100 posses quando o armador estava no banco. No final, o prejuízo era de 6,5 pontos com o suposto “reforço”. Quer dizer: mesmo se não tivesse entrado em uma desavença com Carlisle, talvez a extensão de seu contrato já não fosse justificada. A não ser que Cuban não quisesse dar o braço a torcer. Não é o caso.

“Aqui todo mundo assume a culpa. Estamos numa franquia em que todo mundo reconhece sua parte. O que eu adoro sobre Mark Cuban é que ele é o exemplo definitivo para isso. Quando cometeu erros no passado, ele vem a público e os admite. Todos estão sujeitos a cometer erros, e você aprende com eles. Essa troca era um risco que valhia correr, e todos concordamos com isso. Agora estamos num ponto em que é hora de seguir em frente com o que temos”, disse o técnico.

O que ele tem agora?

No Jogo 2 em Houston, Devin Harris estava afastado, por conta de uma contusão no pé. Coube, então, ao fogoso Barea, em ótima fase, fazer um trio de baixinhos com Monta Ellis e Raymond Felton, egresso do ostracismo, com média de 1,5 ponto e 9,3 minutos em apenas 29 partidas durante a temporada. Rondo passou os últimos minutos no banco, mesmo com o jogo ainda em aberto – ou melhor, fora do banco, sentado em quadra longe de seus companheiros, diante da linha de base.

Rondo e Kobe vão dividir a mesa mais e mais vezes em Los Angeles?

Rondo e Kobe vão dividir a mesa mais e mais vezes em Los Angeles?

O armador saiu do ginásio sem se pronunciar e até agora não deu sua versão final dos fatos. Agora, vai entrar no mercado de agentes livres. Com a reputação, acredita-se, consideravelmente abalada. Sua salvação pode ser a surpreendente amizade e os flertes com Kobe Bryant.

A diretoria do Lakers vai ter espaço na folha salarial para investir e, ultimamente, não anda tomando as decisões mais sensatas. Se o astro pressionar pela contratação de seu, hã, camarada, Jim Buss e Mitch Kupchak vão topar? Vão oferecer um salário máximo, ou terão ao menos o bom senso de barganhar o preço?

Independentemente do salário pago, contudo, a consequência já é sabida: o torcedor angelino, aturdido por duas campanhas ridículas, herdaria toda as dúvidas de seus arquirrivais de Boston sobre o que se passa com Rondo.

Quem sabe Rondo só precise de um time em que esteja feliz? Que lhe dê autonomia em quadra? Talvez seja o cara para quem Kobe possa deferir? Será que…


Produção de Rose é grande surpresa na arrancada do Chicago Bulls
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Giancarlo Giampietro

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Foi um longo período de espera, misturando angústia e expectativa em torno do armador que já foi sem dúvida não só um dos melhores de sua posição, como também um dos principais nomes da liga. Será que dá, ou acabou? Será que está se resguardando, ou não passa mais disso? Cada queda no tablado gerava uma aflição coletiva.

Pois bem.

A uma vitória de eliminar o Milwaukee Bucks pelos playoffs da NBA, não duvido que o torcedor de Chicago creia estar vivendo um sonho ao ver as últimas partidas de Derrick Rose.

Não é que ele tenha voltado 100%. Em alguns momentos, lembro decididamente o antigo MVP. Em outros, você nota o quanto de ferrugem ele ainda tem para tirar. O astro ainda pode sair de uma atuação arrebatadora como a do primeiro jogo contra o Milwaukee Bucks nos playoffs (23 pontos em 27 minutos), para os oito turnovers e os oito arremessos desperdiçados em 13 tentativas cometidos no Jogo 4 da série, inclusive desperdiçando a última posse de bola da equipe, permitindo um triunfo de honra ao emergente oponente. Em geral, porém, sua contribuição está muito acima de uma previsão razoável.

Como chegamos até aqui?


Os números da temporada regular, na verdade, jogam a favor de Rose. Mas não as suas médias, muitas delas sensivelmente aquém de seu auge. O que vale aqui é o reflexo positivo que sua presença em quadra teve para os demais companheiros. Com o camisa 1 jogando, o Bulls teve aproveitamento de 64,7% . Sem ele, cai para 54,8% – o que lhe deixaria abaixo do Toronto Raptors e Washington Wizards na tabela.

O excelente rendimento pode ser transposto para as melhores combinações do técnico Tom Thibodeau em quadra. Na hora de filtrar as rotações do exigente treinador por um mínimo de 100 minutos em quadra, as quatro melhores marcas foram com o MVP de 2011 em quadra. A que teve o melhor resultado colocou Tony Snell, Jimmy Butler, Pau Gasol e Joakim Noah ao seu lado, atingindo um saldo de 9,6 pontos a cada 100 posses de bola. O quinteto titular com Mike Dunleavy Jr. no lugar de Snell rendeu +3,7 pontos, sendo a terceira da lista.

(PS1: Se a gente abaixar o limite para 99 minutos, porém, o quinteto Aaron Brooks-Jimmy Butler-Mike Dunleavy Jr.-Taj Gibson-Pau Gasol seria o segundo da lista, com saldo de 9,2 pontos por 100 posses de bola. Para ver com essa coisa de números pode ser traiçoeira. De todo modo, creio que esse dado específico só ratifica a bela temporada que Brooks fez em Chicago, sem chamar tanto a atenção como fez Nate Robinson. PS2: com tantas lesões, o time titular básico foi único de Chicago a ter ficado em quadra por mais de 200 minutos durante todo o campeonato, o equivalente a pouco mais de quatro partidas.)

Como explicar esse impacto?

A alternativa mais óbvia é o fator tático que ele proporciona. Rose ainda seria uma distração para os defensores. Uma isca, mesmo, que daria mais espaço para Joakim Noah passar a bola; para Gasol operar em média distância; para as infiltrações Jimmy Butler – que já bateu contra o Bucks seu recorde individual de pontos nos playoffs em três ocasiões –, e para os chutes de Mike Dunleavy Jr. Por aí vai. “Ele faz algumas infiltrações para depois passar para os alas, gerando oportunidades de cesta de maior probabilidade de acerto, além de ter uma grande química com Gasol no pick and roll”, diz Thibs. “Aquele antigo jogador imprudente já não está mais aqui”, afirma Rose. “Aquilo já passou. Estou mais esperto.”

O armador teria então uma reputação que desperta cautela desmedida em seus adversários e estaria mais preparado para se aproveitar disso. Interessante. Afinal, para quem acompanhou sua temporada, o armador pareceu outro jogador – menos produtivo e agressivo do que o de três anos atrás.

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Reparem na redução sensível nas tentativas de lance livre, diretamente ligada ao acréscimo nos chutes de longa distância. Tivesse Rose praticado com Stephen Curry por semanas e semanas, talvez isso não fosse um problema. Mas o fato é que ele terminou o campeonato com um aproveitamento horroroso de 28% nos tiros de fora. Isso equivale simplesmente ao pior rendimento na história da liga para alguém que tenha tentado um mínimo de cinco disparos por jogo. Em seu ano de MVP, converteu 33,2%. Não é um primor, mas é mais palatável. Mesmo sem partir tanto para a cesta, também cometeu mais turnovers. No final, teve o pior índice de eficiência de sua carreira.

Tendo esses dados em mente, seu rendimento nos playoffs se torna bastante encorajador, principalmente pelo fato de enfrentar uma defesa tão sufocante como a do Milwaukee Bucks, a que mais força  turnovers na liga (haja envergadura, gente). O ídolo de Chicago pode até ter caído nas diversas armadilhas que Jason Kidd apronta, desperdiçando 18 posses de bola em quatro partidas, mas, por outro lado, elevou seu aproveitamento de três pontos para inacreditáveis 46,2%, com 6,1 tentativas a cada 36 minutos.

Derrick Rose de três... Com aproveitamento até bizarro

Derrick Rose de três… Com aproveitamento até bizarro

Mais: ainda que tenha diminuído a quantidade de lances livres, buscou muito mais o jogo perto da cesta. Durante a temporada, 26% do seus arremessos saíram na região do semicírculo – em 2011-12, o número foi de 31,7%. Agora, nos mata-matas, chegou a 30,3% – exatamente o que fazia nos playoffs de 2011. “Nunca estivemos ao redor desse tipo de rapidez”, confidenciou um jogador do Bucks ao repórter Vincent Goodwill, da Comcast Sportsnet.

Agora, todos em volta do Bulls querem ver mais. “Não é que o Derrick esteja velho. Seus melhores anos ainda estão por vir”, diz Thibs. “Ele teve de navegar em meio à adversidade, e isso fez dele alguém mais forte mentalmente. Agora temos uma chance. Ele talvez esteja jogando como na melhor fase. Ele está um pouco mais paciente, e também extraindo o melhor de seus companheiros.”

Durante o campeonato, houve a especulação sobre como Rose poderia estar se preservando durante o campeonato. Kevin Pelton, do ESPN.com, recuperou, num artigo todo preocupado, uma das frases do jogador na preparação para a Copa do Mundo de basquete. “Você vai ver isso na temporada: apenas vou tentar afastar as pessoas do meu corpo. Estou usando um monte de chutes em flutuação, ou freando no meio do caminho, coisas assim para que não seja tocado demais”, disse, em julho. Já Zach Lowe, do Grantland, apurou como o atleta estava atacando o aro muito mais no quarto período das partidas, em comparação com os três anteriores. Isto é, quando importava.

No Jogo 4, o turnover de Rose que eu ao Bucks a chance de estender a série

No Jogo 4, o turnover de Rose que eu ao Bucks a chance de estender a série

Só Rose vai poder afirmar, mesmo, que estava se preservando durante a temporada – seja por um eventual e mais que compreensível temor de lesão, ou por ter os playoffs em mente. Autoestima nunca foi alto que lhe tenta faltado. O difícil era produzir, atuar dessa maneira com regularidade. “Ninguém sabe o que esperar porque eu não sei o que esperar. É meio como prever o tempo: ninguém sabe. O que sei é que tenho de me preparar bem e tenho muita confiança em mim.”

Aí vem a parte chata, ok? Está muito cedo para celebrações que varem a noite. O histórico médico do armador requer toda precaução, mesmo que os jogos mais espaçados nos playoffs facilitem a recuperação física – esse é o lembrete mais desagradável. Mas também aquela história da amostra ainda insignificante de jogos para se tirar conclusões: um curto período, as estatísticas se tornam bem voláteis. Ou vamos acreditar que, de uma hora para outra, Rose se transformou, mesmo, num chutador dos três pontos de elite?

As ressalvas se fazem obrigatórias, mas a intenção não é desacreditar Rose. Com ele, Chicago fica mais forte, não há dúvida. No auge atlético de 2011, apenas outra aberração como LeBron James conseguia pará-lo. Foi o que aconteceu na final do Leste daquele ano, quando o então mordido astro do Miami Heat era designado para a sua contenção no quarto final, com sucesso. Sem os arroubos de Rose, aquela versão do Bulls não foi páreo para um time que conquistaria a conferência por quatro anos consecutivos.

Agora os dois vão se cruzar novamente – a não ser, claro, que o Milwaukee consiga ser o primeiro time da história a virar uma se vendo em desvantagem de 0-3. Aí o astro de Cleveland poderá conferir de perto do que o antigo rival ainda é capaz, com a diferença de que o oponente hoje é escoltado por um Jimmy Butler em franca evolução e por todo o repertório ofensivo de Gasol. Por melhor que jogue, Chicago já não depende exclusivamente de Rose – e nem deveria. “O desafio não é apenas tirar o melhor dele, mas de todos os seus companheiros”, afirma Thibodeau.

Ainda assim, não há como estranhar a euforia dos conterrâneos de Chicago, que invadiram Milwaukee durante o fim de semana para lhe gritar “MVP”. Rose não precisava postar o melhor índice de eficiência da liga ou marcar 30 pontos por jogo. Os caras apenas queriam que ele voltasse bem. Já é uma baita história. Agora eles esperam que dure uma eternidade.


Plantão médico: lista de enfermos é ameaça séria nos playoffs da NBA
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Giancarlo Giampietro

Varejão foi uma das primeiras baixas bastante relevantes da temporada

Varejão foi uma das primeiras baixas bastante relevantes da temporada

Quer uma tradição impregnada nos Playoffs da NBA? Daquelas mais desagradáveis e, ao mesmo tempo, mais importantes para a definição de um título? Que pode ter tanta influência no resultado final de um campeonato como toda a preparação, todo o refinamento tático obtido em uma looooonga temporada? A contagem de feridos. As lesões, mesmo.

E aí que você pode falar também de sorte ou azar, ainda que o trabalho de um técnico e seu estafe médico possam ajudar na prevenção delas…

Mas pegue por exemplo o caso de Tiago Splitter. O pivô foi para as finais da liga por dois anos seguidos. Pode ter dito não a Rubén Magnano em 2013, mas aceitou nova convocação no ano passado, para a Copa do Mundo. Não dá para saber o quanto a carga extra de treinos e jogos, num mês que seria de férias, deixa o atleta em uma situação mais propícia para sentir algo. O que dá para dizer, imagino, é que ajudar, não ajuda, e que o catarinense não conseguiu fazer a pré-temporada ideal, perdeu quase 20 jogos no início da campanha e demorou um tempo para entrar em forma, lidando com problemas musculares na panturrilha (uma área sempre complicada). Sem pressa, com um elenco vasto, o clube texano teve toda a precaução do mundo com ele, como de praxe. Sabemos como Gregg Popovich é extremamente consciente no uso de seus atletas. Mesmo assim, Splitter teve o azar de, a duas semanas dos mata-matas, voltar a sentir dores bem incômodas.

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(Um parêntese importante: não estou dizendo que ele não deveria ter jogado o Mundial. O pivô muito provavelmente ficaria bem irritado só com a mera insinuação, por ser daqueles que só abriu mão da seleção uma única vez, e num torneio que, convenhamos, sua presença era totalmente desnecessária. Só faço a lembrança aqui para percebermos como esse tipo de questão é muito mais complexa do que ser patriota ou fugir da raia – e de como diversos fatores interferem na caminhada de um time de NBA. Do ponto de vista do torcedor brasileiro, tudo ótimo. Agora vá perguntar para os admiradores do Spurs o que eles pensam a respeito.)

Splitter não chega inteiro para o mata-mata contra Jordan

Splitter não chega inteiro para o mata-mata contra Jordan

Por mais formidável que seja o plantel de Pop e RC Buford, talvez o mais vasto da liga, que Aron Baynes tenha comprovado suas virtudes em sua melhor temporada nos Estados Unidos (joga duro demais, bom finalizador, mas um tanto robótico, nada criativo) e que Boris Diaw tenha redescoberto em março a alegria de se jogar basquete, já deu para reparar a importância do pivô na equipe, não? Com Splitter em quadra, a defesa fica bem mais sólida, aumentando a densidade demográfica no garrafão. Algo importante para enfrentar Blake Griffin e DeAndre Jordan, por exemplo. O ataque também funciona com ele, mas sua efetividade vai depender do sistema do adversário. De qualquer forma, pergunte ao seu técnico sobre sua importância. “Gostaríamos jogar com ele o máximo que pudéssemos”, disse antes de a série contra o Clippers começar. “Mas vamos ver.”

Neste domingo, no plantão corujão, pudemos ver, então, o brasileiro em ação, pela primeira vez desde o dia 3 de abril, numa vitória arrasadora contra o Denver Nuggets, quando o Spurs dava indícios de que havia novamente potencializado toda a sua fantástica química em quadra. Com uma escalação decidida apenas no domingo mais cedo, Tiago teve seu tempo controlado: jogou por exatos 9min57s de jogo, terminando com 4 pontos, 3 rebotes e 3 faltas, além de uma assistência e um roubo de bola. Foi máximo que Popovich pôde usá-lo. Afinal, ele só havia feito um treino, e com participação limitada, em 16 dias.

Baynes atuou por 20 minutos. Diaw, por 28. Tim Duncan ficou com sua tradicional meia hora de partida. Quando o veterano foi para o banco, a equipe sentiu. Ali poderia estar Splitter tentando ao menos incomodar uma figura assustadora como DeAndre Jordan – só Andre Drummond tem hoje essa combinação de altura, envergadura, impulsão e ombros largos. Jordan descansou por menos de dez minutos. Blake, por menos de seis. Estavam quase sempre em quadra, sendo muito agressivos, combinando para 35 pontos, 26 rebotes, 7 tocos e 7 assistências. Clippers 1 a 0, com 15 pontos de vantagem.

O torcedor do Spurs, porém, não é o único a se lamentar. Longe disso. Basta pegar o celular e trocar mensagens com a galera do Trail Blazers para sentir o drama. O departamento de infográfico de qualquer emissora de TV precisa estar muito atento nos jogos entre Portland e Memphis. A lista de enfermos é gigante, sempre com o risco de se adicionar mais um – ou de ter atualizar o status deles. Na série Rockets x Mavericks, teve atleta que precisou até mesmo calçar um tênis de numeração maior que a sua para devido a um inchaço no dedão.

E aí? Não há como negar que a temporada de 82 jogos causa um desgaste absurdo. Por mais que os atletas viagem em voos fretados, com acentos personalizados. Por mais que possam pagar um estafe médico e de preparação física por conta própria. Há um limite que o corpo pode aguentar. Dia desses, Rafael Uehara, que já deu sua contribuição valiosa aqui no VinteUm, destacou no Twitter uma passagem interessante no livro Soccernomics, sobre como o excesso de jogos do futebol inglês impede que a seleção do país faça boas campanhas em seus torneios. É uma declaração de Daniele Tognaccini, chefe do departamento atlético do Milan Lab, explicando o que acontece quando um jogador de futebol tem de disputar 60 partidas em um ano: ‘O nível de performance não é otimizado. O risco de lesão é muito alto. Podemos dizer que o risco de lesão em um jogo, depois de uma semana de treino, é de 10%. Se você joga a cada dois dias, o risco cresce para 30 a 40%. Se você joga quatro ou cinco partidas seguidas sem a recuperação certa, o risco de lesão é incrível. A probabilidade de você ter uma performance abaixo de sua capacidade é muito alta”.

Um gráfico que The OC Register preparou na temporada passada para mostrar todas as lesões que Kobe havia sofrido em sua carreira até então

Um gráfico que The OC Register preparou na temporada passada para mostrar todas as lesões que Kobe havia sofrido em sua carreira até então

Agora tente traduzir essa declaração para o mundo da NBA. O jogo de futebol pode ter maior duração (90 minutos x 48), mas vá falar para um ala do basquete ficar encostado na ponta direita da quadra, na sombra, esperando que seus quatro companheiros protejam a cesta do outro lado… Quer dizer: é difícil de dimensionar quais os cálculos que Tognaccini faria. O comissário Adam Silver sabe disso. Tanto que, em sua coletiva após a última reunião com os proprietários de clubes, afirmou que há uma preocupação (enfim!) séria em reduzir os famigerados back-to-back (dois jogos em duas noites consecutivas) e as semanas de quatro partidas em cinco dias.

Pensando nisso, segue a relação dos lesionados. Ou, pelo menos: dos atletas oficialmente lesionados. Aqueles que os clubes se sentem obrigados a informar. Inúmeras ocorrências não vêm a público, como Serge Ibaka nos explicaem uma entrevista bem bacana ao HoopsHype: “Veja, há muitas pessoas, torcedores e aqueles não estão dentro do time, que não sabem o que se passa. Você ouve gente falando que tal cara não está jogando bem. Mas eles não sabem o que está acontecendo. Posso dizer a você o que aconteceu comigo, por exemplo. Meu tornozelo estava doendo a temporada inteira. As costas também. Não é que eu tenha me lesionado apenas no final, que é o que todo mundo sabe. Eu machuquei meu tornozelo jogando com a seleção (espanhola, na Copa do Mundo…) durante o verão, e ele ficou ruim o tempo todo. Tive de tomar pílulas para poder jogar sem dor. Não sou só eu. Muitos dos meus companheiros passaram pelo mesmo problema”.

Também juntei aqui um ou outro caso de atletas que acusaram problemas em quadra ou em entrevistas, ainda que não tenham sido afastados. Sim, a temporada é desgastante demais, e suas consequências podem ser graves:

Atlanta Hawks
Thabo Sefolosha: o ala suíço está fora da temporada devido a uma fratura na perna causada por ação de policiais em uma casa noturna nova-iorquina – sim, essa não teve nada a ver com a quadra. A diretora executiva do sindicato dos jogadores, Michele Roberts, está em cima do caso, cheia de suspeitas. Sem o suíço, Kent Bazemore vai receber minutos importantes numa equipe de playoff pela primeira vez, com a missão de sustentar uma forte defesa no perímetro quando DeMarre Carroll for para o banco. Sefolosha era o nome ideal para a função.

Al Horford e um dedinho

Al Horford e um dedinho

Paul Millsap: jogando com uma camisa que faz compressão, além de uma proteção no ombro direito, depois de sofrer uma torção em jogo contra o Brooklyn Nets, na reta final da temporada. Mike Budenholzer ao menos respirou aliviado, por não ser algo mais grave. De qualquer modo, para um ala-pivô, não é nada legal jogar com o ombro dolorido. Pense nos movimentos que ele precisa executar em quadra.

Mike Scott: o ala perdeu 11 jogos em março devido a uma bipartição e uma torção aguda no osso sesamóide do pé direito. Não, não foi uma fratura. Voltou em abril e sentiu uma contusão nas costas, perdendo treinamentos e mais uma partida.

Al Horford: essa aconteceu na primeira partida da série contra o Nets, mesmo. Coisa de jogo, com o dedinho da mão direita virando para o lado contrário. Não houve fratura, só um deslocamento.

Boston Celtics
– A rotação vasta de Brad Stevens parece render benefícios: seus atletas simplesmente não constam no prontuário médico recente da liga.

Brooklyn Nets
Bem… Deron Williams e Joe Johnson parecem jogar machucados o tempo todo, não?

Mirza Teletovic: considerando a gravidade de sua questão médica, ao ser afastado por conta de uma embolia pulmonar, ter o bósnio de volta aos treinos é uma excelente notícia, na verdade. Mas ele ainda não está liberado para jogar. Já o ala Sergey Karasev está fora de vez, com uma lesão no joelho.

Mirza Teletovic: recuperado de embolia pulmonar

Mirza Teletovic: recuperado de embolia pulmonar

Alan Anderson: o ala-armador reserva perdeu sete partidas em abril devido a uma torção de tornozelo.

Chicago Bulls
Derrick Rose, vocês lembram, passou por mais uma cirurgia no joelho, dessa vez por causa de uma ruptura no menisco, e perdeu 20 partidas entre março e abril. Na primeira partida da série contra o Bucks, jogou demais, e era como se a torcida de Chicago vivesse um sonho. Rose pode ser uma influência para lá de positiva para a equipe. Só é preciso evitar a armadilha de pôr muita responsabilidade nas costas de um atleta que sofreu tanto nas últimas temporadas.

Kirk Hinrich sofreu uma hiperextensão no seu joelho esquerdo na última semana do calendário regular. Há quem despreze tanto o veterano (um cara ainda muito útil na defesa), que essa ausência pode ser até comemorada.

Taj Gibson sofreu um estiramento no joelho direito no primeiro duelo com o Bucks. Por sorte, Nikola Mirotic está pronto para receber mais e mais minutos, no caso de o excepcional defensor estiver abalado.

Joakim Noah, para variar, joga com uma tendinite no joelho esquerdo.

Chicago: adoração e apreensão pela dupla

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Cleveland Cavaliers
– Anderson Varejão
só poderá torcer por seus companheiros, em recuperação de uma cirurgia para reparar o tendão de Aquiles.

Kevin Love (principalmente) e LeBron James foram poupados de treinos e jogos durante todo o campeonato devido a dores nas costas.

Dallas Mavericks
– Chandler Parsons está com uma joelheira direita mais larga que a coxa de Karl Malone. Vem enfrentando inchaço e dores daquelas. Na primeira partida, precisou sair de quadra e ir para o vestiário para receber tratamento. O Mavs precisa de suas habilidades ofensivas, especialmente o arremesso de longa distância, para abrir a quadra para infiltrações de Rondo e Ellis.

Parsons explica a Mark Cuban como está difícil jogar contra o ex-time em Houston

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Devin Harris: o inchaço é no dedão do pé esquerdo. Está tão inchado que o armador reserva enfrentou o Rockets no sábado usando um tênis maior na canhota, para tentar aliviar o desconforto. Sim, é verdade.

Golden State Warriors
David Lee: fora do início da série contra o Pelicans devido a um estiramento muscular nas costas. E ninguém parece nem reparar, tamanho o crescimento de Draymond Green.

Houston Rockets
– Uma ruptura nos ligamentos do pulso esquerdo tirou o armador e excelente defensor Patrick Beverley da temporada. Quem também não joga mais pela equipe nesta jornada é o ala-pivô lituano Donatas Motiejunas, devido a uma lesão nas costas. Duas peças que ganhariam bons minutos. Beverley é um dos melhores marcadores em sua posição, jogando com uma energia descomunal, enquanto Motijeunas ofereceria uma referência no jogo interior mais segura que Josh Smith e Terrence Jones, para os momentos em que Howard for para o banco.

Terrence Jones levou uma joelhada de Kenneth Faried nas costelas em duelo com o Denver Nuggets em março e teve uma perfuração no pulmão. É o mesmo ala-pivô que mal jogou em novembro e dezembro por conta de um problema nevrálgico nas pernas.

Dwight Howard parou por cerca de dois meses para tratar de uma lesão no joelho direito, embora não houvesse nenhuma lesão estrutural. Ainda não está 100%, e seus minutos são vigiados até hoje por Kevin McHale.

– O ala novato KJ McDaniels tem uma lesão no cotovelo, mas dificilmente iria jogar, mesmo.

Los Angeles Clippers
Também está no grupo dos times menos abalados no momento. Jamal Crawford, com uma lesão na panturrilha, era quem mais preocupava, mas parece devidamente recuperado. Blake Griffin também não dá sinais de que sinta algo no cotovelo

Memphis Grizzlies
– Mike Conley Jr.:
ultimamente, só se fala de sua fascite plantar no pé esquerdo, com inflamação e dores, que quase não se comenta o fato de ele também estar jogando com dores no pulso esquerdo durante quase todo o campeonato. “Não acho que vou estar nem perto de 100%, mas nunca pensei que perderia um jogo de playoffs”, afirmou, antes da estreia contra o Blazers. Beno Udrih fez uma bela temporada, mas a equipe precisa demais de seu armador titular, pela defesa e a liderança.

Tony Allen: o pitbull da equipe ficou fora das últimas dez partidas da temporada regular por conta de uma lesão na coxa. Retornou contra Portland e jogou por 25 minutos, ao menos. Está aqui o caso de um atleta que precisa estar bem fisicamente para render (pressionando os adversários de um modo sufocante, não importando a altura e o currículo deles), uma vez que sua habilidade com a bola deixa a desejar.

Marc Gasol sofreu uma torção de tornozelo na penúltima partida da temporada, mas não parece nada grave.

Milwaukee Bucks
Considerado um sério candidato ao prêmio de novato do ano, o ala Jabari Parker teve sua primeira temporada abreviada em dezembro por uma ruptura no ligamento colateral do joelho esquerdo. Khris Middleton aproveitou essa brecha, mas, para o futuro da franquia, é uma pena o atraso no desenvolvimento do número dois do Draft.

A proteção no dedinho esquerdo do Monocelha: nada muito grave, mas incomoda

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New Orleans Pelicans
Tyreke Evans, um cara que depende muito de seu arranque para a cesta, sofreu uma pancada no joelho esquerdo no primeiro jogo contra o Warriors e foi para o segundo duelo no sacrifício. Talvez tivesse minutos controlados, mas Jrue Holiday não retornou bem de uma reação por estresse na perna direita que o afastou por metade do campeonato.

Anthony Davis está jogando com o dedinho da mão esquerda protegido, depois de tê-lo deslocado. Aparentemente algo simples? Bem, no primeiro jogo ele estava segurando a mão sem parar, claramente desconfortável.

Portland Trail Blazers
Wesley Matthews ficou fora de combate, após uma ruptura no tendão de Aquiles. Recuperado de cirurgia, tenta dar apoio moral aos parceiros no banco de reservas. Arron Afflalo, aquele que seria seu substituto, sofreu um estiramento no ombro em jogo contra o Warriors, no dia 9 de abril. Está fazendo treinos leves e pode retornar no segundo ou no terceiro jogo da série.

LaMarcus Aldridge está jogando desde janeiro com um tendão da mão esquerda rompido. Precisa de cirurgia.

Dorell Wright sofreu uma fratura na mão esquerda no início de abril também, em derrota para o Clippers. Só poderá jogar em maio, se o time estiver em atividade até lá.

Arron Afflalo mal chegou e também se contundiu

Arron Afflalo mal chegou e também se contundiu

– Como se não bastasse, Nicolas Batum (numa temporada para se esquecer) e CJ McCollum (o jovem ala-armador que estava começando a engrenar), se contundiram em jogo contra OKC no dia 13. O problema do francês foi no joelho direito, enquanto McCollum torceu o tornozelo esquerdo.

– Sim, tem mais um: Chris Kaman, limitado por contusão nas costas. E uma temporada que se desenhava muito promissora… ficou complicada demais.

San Antonio Spurs
Tony Parker sofreu uma torção de tornozelo no primeiro jogo contra o Clippers. Teve uma campanha bem fraca para os seus padrões ao lidar com lesão e dores na coxa.

– Sobre Splitter, já falamos o bastante.

Toronto Raptors
– Kyle Lowry mal consegue parar em pé esses dias sem colocar a mão nas costas. É sempre um problema quando o jogador acusa dores ali. Inicialmente, os médicos na metrópole canadense não se mostravam preocupados. Três semanas depois, Dwane Casey já estava dizendo que ele não teria condição de jogar nem se já tivessem chegado aos playoffs. Foi afastado por nove partidas e, quando retornou, definitivamente não era mais o mesmo, acertando apenas 34,4% de seus arremessos nas últimas quatro rodadas, embora a pontaria de três pontos tenha sido elevada em relação a sua média.

Washington Wizards
Para fechar, outro time que está abaixo da média em termos de uso de medicamento. Até mesmo Nenê parece estar bem, na medida do possível.