Vinte Um

Arquivo : LeBron

Leandrinho ou Rondo: quem é o mais rápido? Doc responde
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Giancarlo Giampietro

Leandrinho, o Vulto Brasileiro

Corra, Leandrinho, corra

Diante de todas as questões que Doc Rivers tem para responder no início irregular de campanha do Boston Celtics, a que ele provavelmente não teria muita necessidade de responder era sobre quem era mais rápido: Leandrinho ou Rajon Rondo, de um lado da quadra até o outro?

Mas o esporte não começou assim? Quem era o mais forte, o mais rápido, o que pula mais? São elementos que, de todo modo, estão dissipados na dinâmica do basquete. Então é claro que um viciado em basquete como o técnico adoraria uma pergunta dessas. E que temas como esse devem dominar vestiários em uma liga cujo nível de capacidade atlética é incrível.

“Uau, esta é uma boa pergunta. Acho que é o Rondo. Mas quer saber? Talvez tenhamos uma corrida em breve”, afirmou Doc, que, depois, foi questionado sobre quem ganharia um tiro rápido entre seu armador e uma aberração física como LeBron James. “Ah… Essa já foi discutida no nosso ônibus. Rondo acha que é ele. Os outros acham que é LeBron.”

Claro que o armador pensa ser mais rápido que o LeBron. Se não ele não se chamaria Rajon Rondo, oras. Ele é o mesmo que já disse que não precisa de amigos na NBA e nem tem tempo para isso.

Mas voltando à brincadeira de Doc. Imagine uma disputa no All-Star Weekend sobre quem seriam os jogadores mais rápidos da liga. Tony Parker competindo. Quem mais? Monta Ellis, Russell Westbrook, Derrick Rose, e todos os ligeirinhos. Mais divertido que os jogos de celebridades e a competição de arremessos com veteranos e atletas da WNBA certamente seria.

O que eu queria, mesmo, era ver se qualquer um deles poderia superar Charles Barkley:


Prévia Vinte Um para a temporada 2012-2013 da NBA
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Giancarlo Giampietro

Dá até vertigem de pensar. Começa nesta terça-feira a temporada 2012-2013 da NBA, e a gente sabe que, daqui até junho, vamos longe, bem longe, com os melhores jogadores do mundo, grandes confrontos, histórias engraçadas e escabrosas, novos heróis e vilões e sabe-se lá mais o quê. As surpresas são realmente o que mais divertem e atiçam colunas. Mas há alguns pontos que já valem a observação desde o tiro de largada:

Rei dos Anéis. Dãr

Rei dos Anéis. Dãr

LeBron James, enfim um rei
Por nove anos não houve jogador mais pressionado, perseguido e, ao mesmo tempo, cortejado e bajulado. Tudo pela mesma razão: seu incrível potencial para conquistar o anel e o que fazer com este potencial. Como LeBron vai agir agora que o peso de toda uma liga saiu de seus ombros? É possível fazer uma campanha ainda melhor do que a passada, com 27,1 pontos, 7,9 rebotes e 6,2 assistências, com 53,1% nos arremessos?

Celebridades
Precisa dizer mesmo? Se com Chris Mihm, Smush Parker, Sasha Vujacic e Kwame Brown já havia uma bagunça toda, imagine o circo quando o Lakers vai de Kobe, Howard, Nash, Gasol e o mais lunático de todos? Quem começa o campeonato com a maior cobrança é Mike Brown. Por mais bom moço e simpático que seja com os jornalistas, o técnico não inspira confiança alguma de que possa administrar um esquadrão desses. Instaurar o esquema ofensivo de Princeton em um elenco todo renovado já não parece o melhor primeiro passo. Outro ponto para ser monitorado: como vai ser o relacionamento de Kobe com os novos companheiros se as coisas não se acertarem conforme o esperado? E qual impacto eventuais tropeços podem causar na decisão de Dwight Howard. Lembrando: ele vai se tornar um agente livre ao final do campeonato.

Monopólio
Quando Danny Ainge encontrou um meio de juntar Kevin Garnett e Ray Allen com Paul Pierce, dificilmente esperava que as transações que salvaram seu emprego em Boston serviria como exemplo, como modelo de montagem no início da nova tendência para a construção dos supertimes da liga. Em quadra, a ironia continua: após seguidas derrotas para os velhinhos de Boston só motivou que LeBron procurasse abrigo com os amigos Dwyane Wade e Chris Bosh em Miami. E a preocupação dos proprietários dos clubes em evitar essa concentração de poder durante o último estúpido locaute parece não ter dado muito certo. Oras, o inimigo público número um, o Lakers, cansado de apanhar, ficou ainda mais forte! O Brooklyn Nets, com o investimento irrestrito de Mikhail Prokhorov, e o New York Knicks (coff! coff!) também foram atrás.

Lembra do Jeremy, Melo?

É bom não dar motivos para NYC se lembrar de uma Linsanidade, Carmelo

– Gangues de Nova York
Os clubes podem nem lutar pelo título, mas a mídia nova-iorquina vai dar um jeito de botar fogo nas relações entre Nets e Knicks. E olho nos ‘Bockers: depois de anos para tentar reformular seu elenco, a diretoria voltou a se aprisionar com contratos de médio prazo – algo muito perigoso numa liga cada vez mais restritiva no que se refere a movimentação dos jogadores. Então não importa se Amar’e já vai perder um bocado da temporada regular, ou se a maioria de seus reforços para este ano poderia estar muito bem aposentada a essa altura da vida. A base é esta, e pronto. Se, por ventura, os rivais de Brooklyn saírem na frente, como Spike Lee e outros fanáticos vão reagir? Vão tolerar mais um ano medíocre liderado por Carmelo Anthony?

Lugar de teatro é no palco
A NBA promete fiscalizar seus principais artistas. Quem for flagrado cavando, forjando faltas, no ataque ou na defesa, vai ser multado (veja os valores) e tomará pitos em público. Claro que essa medida desagradou aos jogadores, que dizem ser impossível julgar o que é uma reação desproporcional ao nível de contato físico filmado – e que não foi sentido por dirigentes da liga e árbitros.  Quem vai liderar o ranking?

*  *  *

Palavras-chave para os brasileiros:
O que está em jogo para o sexteto do Brasil na temporada e os desafios que eles encaram em suas equipes.

– Anderson Varejão e a saúde
– Fabrício Melo e Scott Machado e a D-League
– Leandrinho e a eficiência
– Nenê e a paciência
– Tiago Splitter e os minutos

*  *  *

Jogadores para marcar de perto:
Atletas que não são necessariamente as maiores estrelas da liga, mas cujo desempenho pode ser fundamental para levar seus clubes a uma boa campanha na temporada, enfrentando alguns elementos interessantes, seja de por conta de suas personalidades, ou pelos problemas e carências de seus elencos. Vamos continuar com a série até o final do ano.

Brook Lopez, Nets: pode um nerd fã de quadrinhos ser um xerife de garrafão?
DeMarcus Cousins, Kings: um colosso que tem tudo para ser dominante, menos a maturidade
Goran Dragic, Suns: os altos e baixos do sucessor de Steve Nash
Andrew Bougt, Warriors: a desesperada franquia espera que o australiano possa fortalecer sua defesa
Andrei Kirilenko, Wolves: dominante na Euroliga, o russo está de volta com seu jogo único

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Palpites:
Chutes descabidos, mas que não podem faltar, ou podem? Mas podem falhar, então apelamos ao espírito covarde e nos resguardamos com outras duas possibilidades, mas que não têm nada a ver com as versões do mundo bizarro que valem como o inverso do que poderia acontecer.

Campeão: Miami Heat
Continuidade, superestrelas no auge, menos pressão, Ray Allen, difícil imaginar o que poderia atrapalhar a jornada rumo ao bicampeonato. (Quem mais? Thunder ou Lakers.)

Mundo bizarro: Charlotte Bobcats, Michael Jordan consegue novamente!

Final: Miami Heat x Los Angeles Lakers
David Stern daria piruetas de samba-canção no coração de Manhattan. Os proprietários radicais dos pequenos mercados quebrariam seus escritórios. Star power. (Quem mais? Heat x Thunder.)

Mundo bizarro: Washington Wizards x Sacramento Kings. Aquele que antes era um clássico do desarranjo, de equipes que reuniram muitos talentos nos últimos anos na loteria do Draft e, ainda assim, não conseguiram montar um time decente. Hoje vira um duelo de duas potências emergentes da liga, atropelando aqueles que esperavam construir dinastias. Fácil.

Alonzo Gee crava pelo Cavs

M-V-Gee. Nem nos sonhos de Dan Gilbert

MVP: LeBron James
Explicado lá em cima, né?

Mundo bizarro: Alonzo Gee. Nada contra, nada pessoal, é um jogador que trabalhou firmemente nos últimos anos a partir da  D-League e conseguiu um contrato que provavelmente deixaria o agente Leandrinho satisfeito. A graça aqui que ele é o ala titular do Cleveland Cavaliers. Pegou?

Melhor técnico: Tom Thibodeau (Bulls)
Fazer mais com menos, tudo baseado em um sistema defensivo impressionante, dos mais fortes que a liga já viu. Se conseguir transformar uma unidade com Marco Belinelli, Vlad Radmanovic e Nate Robinson em uma sólida retaguarda, valeria até um Nobel. (Quem mais: Rick Adelman pelo Wolves e Avery Johnson pelo Nets.)

Mundo bizarro: Vinny Del Negro (Clippers), aquele que saiu de um Derrick Rose para um Chris Paul,  consegue finalmente juntar as peças sem atrapalhar com o que monta em quadra – parte de seu time quer correr e decolar para enterradas, enquanto outra parte quer jogar em meia-quadra, de um modo mais metódico –, fazendo  o Clippers a fungar no cangote

Melhor sexto homem: Ray Allen (Heat)
Aaaaaaaaargh! Mas aí é a hora de por o coração na mesa. Quantos chutes completamente livres o veterano vai ter nesta temporada? (Quem mais:  Kevin Martin pelo Thunder, Mike Dunleavy Jr. pelo Bucks,  Matt Barnes pelo Clippers, Carl Landry pelo Warriors e Chase Budinger pelo Wolves… Desculpe, mas impossível segurar em três.)

Mundo bizarro: Andray Blatche (Nets). Em um time com quinteto titular bastante vulnerável defensivamente, um dos jogadores mais problemáticos e imaturos da NBA consegue sair do banco para fazer o papel de durão, cobrindo espaços e protegendo o aro, sem dar nenhuma dor-de-cabeça ao pequeno general Avery Johnson durante todo o ano. Nem Gilbert Arenas poderia com isso. 

Anthony Davis, calouro número um do Draft

Toco para o Monocelha. Vá se acostumando

Melhor calouro: Anthony Davis, o Monocelha (Hornets)
Uma barbada, segundo todas as fontes possíveis. Um baita defensor, extremamente concentrado e inteligente, já aos 19 anos. O ataque chegará aos poucos, ainda mais nas mãos de um ótimo treinador. (Quem mais: Damian Lillard pelo Blazers e Jonas Valanciunas pelo Raptors)

Mundo bizarro: Fabrício Melo (Celtics). O pivô brasileiro  que pouco jogou na pré-temporada, evolui consideravelmente a cada mês e termina o ano como o cadeado da defesa de Doc Rivers e vira uma figura cult em Boston. Seu mentor Kevin Garnett enfim daria o braço a torcer e o chamaria de “Fab”.

Melhor defensor: Dwight Howard (Lakers)
Enquanto o ataque dos angelinos não se ajusta, o pivô vai ter de fazer a sua parte na cobertura, com uma ajudinha de nosso anti-herói Ron-Ron. (Quem mais: Joakim Noah pelo Bulls e Kevin Garnett pelo Celtics.)

Mundo bizarro: JaVale McGee (Nuggets). O cabeça-de-vento põe os pingos nos is e se transforma numa versão 2.0 de Dikembe Mutombo.


Cartolas apontam Miami como grande favorito ao título e LeBron como o melhor da NBA
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Giancarlo Giampietro

Não um, mas dois, mas três...

Não adiantou o Los Angeles Lakers contratar Dwight Howard e Steve Nash de uma vez, não. Em sua pesquisa anual com os 30 gerentes gerais de suas franquias, o site da NBA constatou que esses dirigentes ainda consideram o Miami Heat como o grande candidato ao título da próxima temporada.

A equipe da Flórida recebeu 70% dos votos na enquete. O Lakers ao menos tem o consolo de ser um dos outros dois clubes mencionados, com 23,3%, superando os 7,7% do Oklahoma City Thunder, atual campeão do Oeste, que o eliminou nos últimos playoffs.

A enquete também constata uma clara elevação no status do astro nos bastidores da liga.

Dãr.

Nada como um título.

Depois de sua atuação dominante no campeonato empastelado graças ao locaute, LeBron James foi votado por 66,7% dos cartolas como favorito ao prêmio de MVP de 2013 (mesma votação de Kevin Durant no ano passado, diga-se) – 20% foram com Kevin Durant, 16,7%, com Dwight Howard e 6,7%, com Chris Paul.

LeBron no auge

Agora, sim, LeBron é o rei da NBA para os gerentes

Quando questionados sobre qual atleta eles gostariam de ter para começar as operações de uma franquia, 80% responderam seu nome, contra 16,7% de Durant e 3,3% de Howard. Em 2011, a pesquisa teve um empate entre Durant e James, com 37%. LeBron também foi eleito como o jogador que mais força os técnicos fazerem ajustes em seus sistemas para tentar conter (50%) e o melhor ala da liga (73,3%) – algo relativo, considerando as tantas funções que o craque desempenha em uma partida.

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Na eleição posição por posição, Chris Paul bateu forte concorrência para ser apontado como o melhor armador, com 69%, seguido por Derrick Rose (20,7%), Rajon Rondo (6,9%) e Tony Parker (3,4). Rose havia vencido em 2011 com 59,3%.

Kobe Bryant ganhou como melhor shooting guard: 66,7%, diante de 23,3% de Dwyane Wade, que certamente não gostou nada, nada do resultado.  Durant e seu companheiro de Thunder, James Harden, e Manu Ginóbili foram outros lembrados.

Entre os alas-pivôs, outro posto com diversos candidatos, Kevin Love brilhou com 30%, de modo até surpreendente, dado o conservadorismo que costuma predomuniar nas diregções dos clubes. O segundo foi Dirk Nowitzki, com 23,3%, enquanto LeBron  teve 16,7%, LaMarcus Aldridge, 10%, e Kevin Garnett e Blake Griffin, 6,7% – Tim Duncan e Pau Gasol também figuraram na liga.

Por fim, Dwight Howard liderou com folga (93.3%), mas houve dois dirigentes que apontaram aquele que ele substituiu em Los Angeles, Andrew Bynum, reforço do Philadelphia 76ers.

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Entre os brasileiros, Tiago Splitter foi citado em uma de suas perguntas, recebendo um voto quando os gerentes gerais foram questionados sobre qual jogador estrangeiro da NBA teria o desempenho, digamos, mais surpreendente na próxima temporada. Neste quesito, quem levou recebeu mais votos foi o jovem pivô Jonas Valanciunas, do Toronto Raptors (17,2% ou seis).

Kobe, decisivo?

Kobe é outro que não vai gostar muito da pesquisa

Já Anderson Varejão aparece em duas questões, com um voto em cada: “Quem faz mais considerando habilidades naturais limitadas?” e “Quem é o jogador mais durão da liga?”. Engraçado que o capixaba é um jogador extremamente atlético ao seu modo. Pode não ter a força física ou estar longe da impulsão de um Howard ou Blake Griffin, mas é muito veloz, ágil e coordenado. Essa discrepância mostra um pouco como alguns diretores enxergam o jogo.

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Para fechar, claro, os tiros no estouro do cronômetro. Pela primeira vez em muitos anos, Kobe Bryant não foi o mais votado quando perguntados sobre qual atleta gostariam de ver com a bola nas mãos para fazer o arremesso decisivo de um jogo. Dessa vez deu Kevin Durant, com 46,7%, contra 40% do veterano. Carmelo Anthony teve 6,7%. Chauncey Billups e LeBron tiveram um voto cada.

Clique aqui para conferir todas as perguntas da gigantesca enquete que o NBA.com elabora. Sempre muito divertido de conferir.


Amistoso contra Clippers serve de prenúncio ao perigo que será Ray Allen em Miami
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Giancarlo Giampietro

Ray Allen livre de três pontos, Miami Heat

Ray Ray livre de três: mas agora do outro lado

LeBron James dribla tranquilamente no centro de quadra, espera a movimentação dos dois lados da quadra e… zip! Um passe muito simples, mas preciso nas mãos de Ray Allen, que não precisa de nem dois segundos para subir com ela dominada e… pumba! Caixa, mais três pontos para o Miami Heat.

Foi só uma pelada de pré-temporada em Xangai, contra um time do Clippers completamente perdido em quadra – deve ser o fuso –, mas já serve, sim, como prenúncio do que os adversários terão pela frente com a adição do veterano arremessador ao elenco que defende o título da NBA.

Allen marcou 15 pontos em 26 minutos na tranquila vitória por 94 a 80, sendo 12 deles na linha de três pontos (os outros três vieram numa bola de dois e um lance livre). Duas das cestas de longe feitas por Allen vieram em passes de James. E é isso aí: vai ser um pesadelo para os coordenadores defensivos essa combinação, ainda mais quando os dois estiverem acompanhados por Battier, Bosh e Wade em quadra.

Já sabemos que são poucos, mas bem poucos, mesmo, aqueles que conseguiriam minimamente conter, ou atrapalhar a vida de LeBron James no mano-a-mano. Quando ele parte para a cesta frontalmente, é preciso de ajuda pelos lados, de cobertura pelo fundo, ou de uma defesa bem compacta (ou tudo isso junto, claro). Agora… Qualquer relatório de scout vai informar que o marcador de Allen não pode deixá-lo a sós na zona morta, muito menos no cotovelo da linha de três. Bosh e Battier também têm arremessos que precisam ser respeitados. Wade não para de se movimentar. Como faz?

Naturalmente, o Clippers não estava nada preparado para executar sua defesa nesta quinta na China, por uma série de fatores. Entre eles: viagem longa, pernas pesadas ainda devido ao trabalho físico intenso de pré-temporada, um monte de jogadores novos integrados ao time, Chris Paul poupado, Vinny Del Negro no comando.

Mas não achemos que Tom Thibodeau, Doc Rivers, Mike Brown, Rick Carlisle, Gregg Popovich tenham achado divertido o dia em que Allen foi apresentado. Vem bombardeio por aí.

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Junto com Ray Allen, foi apresentado Rashard Lewis. Como um bônus de preocupação para o restante da liga. Bem, pelo que o experiente ala mostrou hoje, não sei o quanto de tensão sua presençå em quadra vale, não. Se ele não sente mais dores nos joelhos, que se arraastaram durante os últimos dois anos, sua mobilidade ainda é bem limitada. Em vez de fincar raízes no perímetro, ao menos Lewis tentou levar seus defensores para o garrafão e tentar explorar seu tamanho, com mentalidade agressiva. Mas seus movimentos eram previsíveis e lentos, facilmente marcáveis. Ele terminou com cinco pontos em 12 minutos. Seus problemas físicos também podem atrapalhá-lo na defesa.

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Alerta de Fantasy League! Dwyane Wade e Blake Griffin ainda estão bem enferrujados depois das cirurgias feitas durantes as férias. Wade chegou a errar uma enterrada sozinho em contra-ataque. Griffin castigou o aro, mas ainda está longe da melhor forma – tem uma gordurinha aqui e ali para secar e o joelho ainda precisa de mais firmeza. Claro que, a 80%, ele já pula mais do que um canguru. Ainda assim, não era o mesmo Griffin do ano passado. Mas tem tempo.


Boston Celtics é o mais novo clube a tentar dar um jeito em Darko
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Giancarlo Giampietro

LeBron James, Darko Milicic, Carmelo Anthony, Chris Bosh, Dwyane Wade.

Os cinco primeiros selecionados, nesta ordem, no Draft de 2003 da NBA.

Histórico, não?

Darko Milicic, Pistons

Darko no dia do Draft de 2003

Não só pelas quatro três estrelas + Bosh que daí saíram como pela presença inusitada do então adolescente e multitalentoso pivô sérvio. No fim, ele não pôde sobreviver na liga para sustentar aquele status – hoje completamente descabido – de que poderia ter mais valor, sim, que Carmelo, Bosh e Wade (e Chris Kaman, Kirk Hinrich, Mickael Pietrus, Nick Collison, David West, Boris Diaw, Carlos Delfino, Kendrick Perkins, Leandrinho e Josh Howard, outros atletas de sólida carreira escolhidos naquele mesmo ano, diga-se).

Mas na época é o que jurava Joe Dumars, o gerente geral do Pistons que bancou Darko, para desespero dos torcedores mais hardcore da Motown. Estes só queriam saber de ver Melo integrado a um fortíssimo elenco que naquela mesma temporada se tornaria campeão da NBA.

Imagina só? Esse é um dos maiores “o que aconteceria se…” da história da liga norte-americana. O Pistons teria sido uma dinastia? Ou a presença de um cestinha e estrela como Anthony apagaria o brilho discreto de veteranos como Billups, Rip Hamilton e Ben Wallace? Eles seriam o mesmo time com a mesma química? Larry Brown iria tratar como o ala de Syracuse? Vai saber.

O que sabemos é que o técnico não tinha nenhuma paciência para lidar com um pivô que mal falava inglês, havia se tornado um milionário da noite pro dia e se deslumbrou com a vida luxuosa da NBA, mesmo que numa cidade industrial como Detroit – para ele, melhor do que qualquer coisa que tinha nos bálcãs, oras.

Darko virou uma piada na cidade – situação para qual o histérico e camaleônico Brown contribuiu muito, aliás – e, em 2006, foi trocado com o Orlando Magic. Por meia temporada, 30 jogos, ele teve seu melhor momento na liga, acreditem. Na reta final daquele campeonato, ao lado de Dwight Howard, mostrou alguns lampejos. Mas essa seria a história de sua carreira: lampejos, trocas, apostas, lampejos, trocas. Passou por Grizzlies, Knicks, Wolves. Agora é Danny Ainge e o Boston que apostam em tentar tirar algo valioso do sérvio, hoje com 27 anos.

O clube vai pagar pouco menos de US$ 900 mil por isso. Para os padrões da NBA, mixaria. Então não há risco nenhum na operação. Mas os torcedores do Wolves certamente aconselhariam os fanáticos de Boston a não se entusiasmarem muito, apesar de seu tamanho e de sua capacidade nos tocos que poderiam ser um bom complemento para a fortíssima defesa do Celtics. Afinal, ele foi dispensado em Minnesota ainda com US$ 10 milhões por receber. De tão apático que foi na última temporada.

O Celtics fez bons trabalhos com gente como Greg Stiemsma e Semih Erden nos últimos anos, então talvez Doc Rivers seja o homem para fazer do sérvio ao menos um pivô decente. O que só conclui uma história triste: pense apenas que houve um dia em que Darko era visto como um prospecto de superpivô. Um cara para 20 pontos, 10 rebotes e muitos tocos e assistências e tiros de fora. Um talento completo, plural.

Era só uma questão de tempo.

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Segundo a imprensa espanhola, Darko recusou uma proposta de US$ 6 milhões por três anos de contrato com o Real Madrid para tentar uma vez mais suas chances na NBA.

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Houve também uma vez que em que vi Darko ser utilizado como o foco do ataque de uma equipe em alto nível, com confiança, e na qual ele brilhou, entregou. Acreditem. Foi pela seleção sérvia no biênio 2006-2007. Primeiro, no Mundial do Japão, ele somou 16,2 pontos e 9,3 rebotes, em seis partidas, com destaque para os 24 pontos e 12 rebotes contra os campeões olímpicos da Argentina e os 18 pontos e 15 rebotes contra os eventuais campeões da Espanha. Podem checar aqui, juro. Depois, no Eurobasket 2007 ele teve 14,7 pontos e 9,3 rebotes, números excelentes para um torneio Fiba. Depois disso? Nunca mais jogou por seu país.

Veja o grandalhão em forma:

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A contratação de Darko é mais um indicativo de que não devemos assistir Fabrício Melo por muitos minutos em Boston na próxima temporada. O jovem brasileiro agora vê três veteranos disputando o posto de reserva imediato de Kevin Garnett – Jason Collins e Chris Wilcox são os outros. O pivô vai precisar de um grande training camp para impressionar Rivers e conseguir seus minutos.


Falatório olímpico: a volta da hegemonia norte-americana
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Giancarlo Giampietro

A campanha olímpica na boca dos protagonistas. Amanhã voltamos com declarações de argentinos, espanhóis, franceses e um canhoto bom daqueles.

“É o coração que primeiro é provado,  e estou feliz que temos um monte de grandes corações na nossa equipe”, LeBron James, bicampeão olímpico.
>> Um tanto cafona, ok, mas só mostra a reviravolta por que passou a vida deste sujeito. Em agosto de 2011, era a pessoa mais achincalhada do esporte. Agora pode falar com propriedade sobre como ser campeão, coração de guerreiros, física nuclear, sistema público de saúde norte-americano etc.

LeBron, no auge“Ele é o melhor jogador e o melhor líder. Não tem jogador mais esperto que ele no basquete hoje em dia”, Coach K, sobre LeBron.
>> Nada bobo o técnico norte-americano, reforçando seu vínculo com aquele que deve dominar a NBA não apenas nos próximos dois anos, como no terceiro, quarto, quinto… 😉

“Sou jovem! Só tenho 28”, Carmelo Anthony, sobre a possibilidade de jogar no Rio-2016.
>> LeBron está em dúvida, mas contem com o Melo, que disputaria um recorde de quatro Olimpíadas caso marque mesmo sua passagem para a Cidade Maravilhosa. O ala do Knicks certamente é um dos astros da NBA que mais se diverte nos torneios da Fiba.

“Já deu para mim. Quatro anos é muito tempo. Os caras mais novos vão assumir no Rio e talvez eu esteja lá para torcer por eles”, Kobe Bryant, ancião.
>> O Laker terminou o torneio jogando bem, depois de algumas apresentações questionáveis, que criaram histeria entre os setoristas norte-americanos no Twitter. Na NBA desde 1996 (!!!), com uma rodagem nos joelhos (costas, tornozelos, pulso, dedo, cotovelo…) de Brasília amarela modelo 1981, é hora do bom e velho Kobe dar uma descansada mesmo e fazer aquilo que ele curte, e muito: prestigiar os compatriotas nas arquibancadas, voltando de trem para casa.

“Grande jogo… A Espanha sempre nos empurra até o limite, mas os EUA são os melhores”, Dwyane Wade, em tweet imediato ao bicampeonato olímpico.
>> A lesão no joelho tirou o jogador de Londres, mas ninguém ia reparar. Com muitos desfalques, a equipe norte-americana ainda é uma força evidentemente superior.

“Chegamos perto, mas você tem de jogar praticamente uma partida perfeita contra eles para poder vencê-los em 40 minutos. Eles são talentosos, têm muitas habilidades e podem fazer cestas sem aos montes”, Pau Gasol, duas vezes prata nas Olimpíadas.
>> O pivô espanhol não tem muito a ver com Rudy Fernández e é um dos caras mais legais do basquete. Jogou barbaridades na final, mas ainda assim não foi o suficiente para desbancar os americanos, apesar do susto.

“É pesada, é uma medalha grande”, Andre Iguodala, com o peito dourado.
>> O (agora) ala do Denver Nuggets nos abre a possibilidade de resgatar a metáfora clássica do mundo dos quadrinhos, reforçada no primeiro Homem-Aranha de Sam Raimi: “Grandes poderes, grandes responsabilidades”. O ouro é pesado para carregar, mas o Team USA parece bem encaminhado para lutar pela extensão de sua hegemonia

Kobe e Oscar Schmidt

Kobe jogou na Europa, admirando de perto um Oscar Schmidt no auge

“Não” e “Não estou certo se sei tudo do jogo, mas eu sei mais que eles”, Kobe Bryant.
>> Duas respostas tipicamente de um Kobe Bryant ao ser questionado se 1) ele poderia aprender alguma coisa com os companheiros mais novos e 2) se, no fim, ele já manjava tudo de basquete, mesmo. Sensacional. Velha guarda, com orgulho.

“Sou extremamente sólido em meus fundamentos. Isso vem de ter crescido fora dos Estados Unidos. Se você olhar para a maioria dos caras aqui, eles fazem as coisas a partir do drible. Eu fico muito confortável numa posição em que possa atacar de três maneiras diferentes. É muito confortável para mim fazer fintas, usar o passes de jab e trabalhar com os pés. Quando estava crescendo, no meu clube nós tínhamos treinos em que você literalmente não poderia fazer o drible durante toda a sessão”, Kobe Bryant.
>> Sem mais. Ou melhor: é sempre legal lembrar essa infância e adolescência diferentes que Kobe viveu, seguindo a carreira do pai pela Europa, onde idolatrou o armador Mike D’Antoni e babou pelas cestas de Oscar.

“É difícil explicar. Se você nunca fez isso em quadra, não saberia do que e eu estaria falando”, Carmelo Anthony.
>> Sobre os 37 pontos que marcou em mágica noite contra a Nigéria, recorde olímpico norte-americano em apenas 14 minutos de ação. Este número é realmente estarrecedor, e para sempre. Lembro de já ter feito uns 30 pontos num jogo de meia-quadra que durou aproximadamente umas 19 horas. (E isso vale para aqueles que acham que o blogueiro é o mauricinho que nunca pisou na quadra. Tenho provas! Hmpf!)

Coach K

Coach K não fez nada, claro

“Não estamos acostumados a ficar livres na NBA. Então, quando isso acontece a quem… É, tipo… Uau”, Kevin Durant.
>> Durant é um dos meus prediletos. Idade de moço, cara de moço, frases de moço. E ainda falta um apelido que faça jus ao seu talento e carisma. Força, Greg Oden.

“Nenhum. Você sacou tudo. Absolutamente nenhum. Saio todas as noites com minha família, bêbado feito um gambá. Espere só para me ver hoje de noite. Volto umas 6 da manhã e você está convidado para sair comigo. Nós apenas deixamos a bola rolar. É isso. Não sei como você descobriu isso”, Coach K.
>> Pê da vida e cheio de ironias, respondendo a uma pergunta bem deselegante – para dizer o mínimo – sobre se o seu trabalho não seria muito fácil com tanta gente boa seu dispor. Afe.

PS: como os brasileiros não falaram após a derrota para a Argentina, não vamos peneirar nada a respeito deles. Não faria sentido ter um começo, um meio, mas sem fim nesta seção. A cobertura do Bruno Freitas em Londres e do UOL Esporte dá conta do recado.


Na final, não tinha como evitar: ouro para os Estados Unidos
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Giancarlo Giampietro

Kevin Durant e LeBron James

Kevin Durant e LeBron James: “We’re togetha!”

A Espanha guardou tudo o que tinha para o fim. Juan Carlos Navarro, enfim, soltando bombas nas Olimpíadas – até que Kobe Bryant o vigiou no segundo tempo. Rudy Fernández estava para todos os rebotes ofensivos, trombando com os astros norte-americanos, tentando fazer cara de mau, cometendo 87 faltas. Seus atletas aprontaram um escarcéu danado com a arbitragem, reclamaram de tudo o que era marcado ou deixava de ser marcado. Queriam o ouro de qualquer jeito, naquele confronto que tanto esperavam – e evitavam. Mas na final não tinha para onde fugir.

Eles jogaram, enfim, o que sabiam, de acordo com o que se esperava a caminho do torneio, como a segunda grande força do basquete mundial e candidata a destronar os norte-americanos. Deixaram o ginásio estranhamente silencioso – quando o locutor histérico da arena permitia, claro –, tenso, irrequieto, com muito suspense: quem venceria??? Jogão.

Acontece que, do outro lado, o talento reunido era enorme, além de muito determinado e bem treinado. Uma artilharia incomparável, com três, quatro ou até cinco atletas espalhados pela quadra com potencial de acabar com a partida em um instante.

São 30 pontos de Kevin Durant, que nunca arremessou livre de três pontos tantas vezes em sua carreira, 19 de LeBron James, 17 de Kobe Bryant e, na hora de desafogar, mais 11 para Chris Paul, todos no segundo tempo. E pensar que ainda faltaram cestinhas como Dwyane Wade, Derrick Rose e Chris Bosh.

17 pontos para Kobe

17 pontos para Kobe

Com tanta gente boa, a defesa adversária não sabe muito o que fazer. Cobre de um lado, descobre o outro, e convive com um aproveitamento de 41% nos tiros de fora, com 45 pontos produzidos desta maneira. Abre sua defesa e permite as infiltrações dos mesmos atletas versáteis, com um aproveitamento de 58% no jogo interno. Chumbo grosso.

O que faltou aos Estados Unidos na final só foi uma defesa mais eficiente, mais intensa, a qual seus superatletas poderiam conduzir – ou será que até eles se cansam numa temporada extenuante dessas? Pode ser. Eles só conseguiram a separação no placar no início do quarto período depois de encaixarem seguidamente boas defesas que resultaram em desarmes. E, de todo modo, não se pode subestimar quem estava do outro lado, porém: a Espanha escalou muita gente habilidosa e experiente para cuidar da bola – foram apenas 11 desperdícios de posse.

Essa estabilidade ofensiva ajudou a alimentar o excepcional Pau Gasol. Que os torcedores do Lakers tenham assistido a esse jogo atentamente, para não se esquecerem do talento formidável de seu pivô. Firme, sem fugir do contato e, melhor, sem perder a cabeça, terminou com 24 pontos, 8 rebotes e 7 assistências. Sete assistências do pivô! Mais do que LeBron e Paul juntos.

Gasol tentou de tudo, mas não contou com a ajuda de seu irmão – esse, sim, mais desequilibrado no jogo, cometendo quatro faltas em 15 minutos de partida, privando a Espanha de sua cartada supersize. No fim, foram os Estados Unidos que venceram a batalha por rebotes, mesmo com Tyson Chandler limitado a oito minutinhos. Palmas aqui para Kevin Love (9 rebas), Durant (mais nove) e LeBron (com sete).

Jogando com esta gana e preparação, vai ser difícil que alguém os derrote. Agora são 62 vitórias e uma derrota na gestão de Coach K, e apenas uma derrota, a da semifinal para a Grécia de Theo Papaloukas e Sofoklis Schortsanitis. O técnico não segue mais com a equipe para o próximo ciclo olímpico, mas Jerry Colangelo fica por lá, com a estrutura mantida. Aí fica difícil de competir, não importando os atalhos que queiram tomar.

O Coach K se despede do Team USA

O Coach K se despede do Team USA

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LeBron James é o primeiro jogador desde Michael Jordan a vencer o título da NBA, com os prêmios de MVP da temporada e das finais, na mesma temporada em que conquista o ouro olímpico. Um ano incrível e redentor para o fenômeno, realmente.

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Kevin Durant terminou as Olimpíadas com 156 pontos em oito jogos, sendo o cestinha (no total) do torneio, batendo um recorde. Em média, Patty Mills foi o melhor, com 21,2 por partida, contra 19,5 do americano, que dessa vez não precisou carregar o time nas costas como aconteceu no Mundial de 2010.

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Na disputa do bronze, não deu o terceiro pódio seguido para nossos vizinhos. Ginóbili e Scola foram até o fim também (37,4 pontos por jogo para os dois, somados), mas não deu. Medalha para Rússia, e um talento como Andrei Kirilenko merecia a dele. Assim como o técnico David Blatt. Se temos nosso técnico argentino, precisou um norte-americano para reformular a seleção russa, realizando o potencial do país.

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A carreira de Anthony Davis, 19, começou bem, não? Um título universitário, quatro meses depois o ouro olímpico. Simbolicamente, a bola terminou em suas mãos. Que venha o futuro.


Jogo de pôquer entre os favoritos ao pódio em Londres chega ao fim
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Giancarlo Giampietro

Durante as últimas duas semanas, com uma série de amistosos no basquete, a frase mais repetida em diversos idiomas foi esta daqui: “Mes ne rodyti viską*”.

É uma combinação de palavras lituanas que quer dizer  algo simples como “Nous n’allons pas montrer tout” em francês, que quer dizer “We will not show everything” em inglês, que quer dizer, por fim, “Não vamos mostrar tudo” em português.

LeBron e sua poker face

LeBron e sua poker face

Grandes favoritos, EUA e Espanha se enfrentaram nesta segunda-feira. Brasil e Austrália, que se encaram na estreia, jogaram domingo. A Argentina, que ainda sonha alto com sua geração dourada, não se esquivou dos norte-americanos, espanhóis e de dois clássicos contra os brasileiros.

Tudo muito indiscreto, não?

Agora, independentemente dos resultados desses embates, a frase antes e depois das partidas girava em torno desse mote: teriam escondido o jogo até agora.

Como disse José Calderón antes da derrota para os EUA: “Você não vai mostrar muitas coisas”. Seu compatriota Pau Gasol postou no Twitter: “Não conseguimos hoje, mas espero que tenhamos aprendido algumas coisas para um eventual próximo jogo”.

Do outro lado, o vitorioso, LeBron James falou o seguinte: “Não mostramos todas as nossas cartas ainda. Temos muitas opções, mesmo, e tantas coisa que podemos fazer com nosso time. A melhor coisa sobre a vitória foi que melhoramos, mas ainda temos espaço para evoluir e mais cartas para mostrar.”

Em ótima fase para tudo, LeBron usou realmente o termo mais apropriado. Teoricamente, o que vimos nas últimas semanas um foi baita jogo de pôquer entre mentes mirabolantes de treinadores e gigantes atléticos na quadra.

O quanto cada um revelou e blefou? Impossível dizer. A partir de sábado, as respostas, enfim, começam a aparecer, e mal podemos esperar.

*Confiando no tradutor do Google, ok? Se tinha dúvida, em chinês fica desta maneira: “将不会示一切”; em russo, sai assim: “Мы не будем показывать все”., 


Prévia olímpica: Coach K leva revolução tática ao basquete. Mais ou menos como o Barcelona no futebol
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Giancarlo Giampietro

As escalações dos Estados Unidos durante seus amistosos preparatórios têm deixado muita gente de cabelo em pé. Quando o gigante Tyson Chandler sai de quadra, não há nenhum candidato claro para assumir sua posição de “ão” em quadra, a do pivozão, o cincão, o xerifão, seja qual for o aumentativo que o basqueteiro aprecie mais.

Como? Vai jogar sem pivô mesmo!?

Diante de anos e anos com essa formatação tradicional empregada pelas equipes, fica difícil de entender ou aceitar. Mas essa é precisamente a revolução tática o que Mike Krzyzewski, o Coach K, vem instaurando na seleção norte-americana e que agora é levada ao extremo nos Jogos Olímpicos de Londres-2012.

Kobe Bryant, Barcelona

Kobe adora o Barcelona de Messi

Pensando num paralelo talvez bem acessível no país do futebol: o Team USA emula, de certa forma, o que o Barcelona fez nos últimos anos nos gramados sob o comando de Pep Guardiola, ganhando praticamente tudo o que disputou durante três temporadas.

Lionel Messi, na escalação da TV, aparecia como centroavante, mas ele não era exatamente isso. O brasileiro Dani Alves saía de lateral para ponta pela direita, recuando em algumas ocasiões, nos jogos mais fáceis, para zagueiro pela direita rapidamente, tudo no mesmo jogo. E o Iniesta? Meia, meia-atacante, ponta, atacante ou, pasme, volante que avança? Mascherano: reverenciado na Argentina como volante, efetivado no clube catalão como zagueiro.

Não foi assim que eles botaram tudo o que foi retranca na roda? Até esbarrarem num Chelsea ou numa Internazionale aferrolhados aqui e ali, foi, e a crítica aceitou perfeitamente e se apaixonou. Pois bem, agora chegou a vez de encarar essa reeducação no basquete, como o professor Paulo Murilo tenta passar há tempos. Nesta terça, em amistoso em… Barcelona, foi a vez de os espanhóis aprenderem isso: quando jogaram sem um pivô tradicional, os norte-americanos venceram os campeões europeus por 18  pontos na conclusão de suas partidas preparatórias para as Olimpíadas.

A reeducação
Estamos habituados a tratar as posições do basquete num quinteto de 1 (armador) a 5 (pivô), passando didaticamente por 2 (ala-armador, ala arremessador ou escolta), 3 (ala purinho da silva) e 4 (ala-pivô, ala-de-força).

Mas o Coach K explica que em sua seleção as coisas não funcionam assim, não: “O modo como coordenamos nosso ataque não é com 1-2-3-4-5. O ataque que estamos tentando encaixar dá aos jogadores ações em que eles possam improvisar. Ninguém está casado com uma certa posição na quadra. Não seria legal fazer isso com esses caras. O principal para nós será o espaçamento e a versatilidade”.

Tyson Chandler, Team USA

Chandler, cincão solitário dos EUA

Para vocês não acharem que esse é só o blablabla do técnico, rabisco de prancheta, temos aqui dois jogadores corroborando o plano tático. Como o (?) ala Kevin Durant “O Carmelo pode levar a bola e jogar de pivô. LeBron pode jogar de 1 até 5. Eu? Não sei se eu posso jogar de 1, mas consigo ir de 2 a 5”, afirmou o astro do Oklahoma City Thunder.

E que tal um LeBron James? “Não tenho uma posição. Apenas me coloque para jogar. Meu papel é o mesmo que tenho no Miami: fazer o que for necessário para vencer.  Se tivermos de jogar com uma formação salta, que seja. Se no jogo tivemos de jogar com uma formação baixa, então que façamos isso. Jogar de armador. Marcar o armador. Não importa a mentalidade.”

Mão-de-obra
Claro que precisa de fundamento também para colocar em prática, não são todos os atletas capacitados para por em prática esse plano. No fim, não deixa de ser um resquício também da influência do “Dream Team” de 1992 sobre as gerações que o sucederam.

Kevin Garnett não cresceu idolatrando Pat Ewing ou David Robinson, mas, sim, aquela turma legendária do perímetro, não importando a sua altura – no folclore norte-americano, inclusive, consta que KG sempre procurou mentir sua altura para que não fosse taxado de pivô. Queria ser chamado de ala, e seria difícil fazer seus técnicos aceitarem isso caso fosse medido como um cara de 2,13m, 2,15m de altura. Não é que não saiba atuar como pivô: o lance é que ele sabe fazer tudo na quadra, mesmo.

Com uma base formada por esses jogadores de talento múltiplo, é para esse rumo que os EUA estão empurrando as coisas. Priorizando velocidade em detrimento de tamanho. “As pessoas dizem que nossa equipe não é alta o suficiente, que não tem uma linha de frente grande, mas a nossa rapidez compensa isso. Se sairmos no contra-ataque, quem vai nos parar?”, questiona Durant. “Vai compensar muito.”

Desta forma, o Coach K também consegue aproveitar melhor seus talentos. Hipoteticamente: se ele tivesse preso a posições, pode ser que um jogador 3 menos qualificado ficasse na seleção no lugar de um jogador 5 muito mais qualificado. Com atletas chamados de “híbridos”, ele prefere usar de uma vez os cinco melhores que tiver em mãos do que priorizar posições. E não faz sentido?

Carmelo, Durant e LeBron: Team USA

Carmelo, Durant e LeBron: três alas? Três pivôs?

Tendência
O (?) ala-pivô Chris Bosh inicialmente estava nos planos para a seleção norte-americana, mas acabou cortado devido a uma lesão no abdome. Dias antes de seu corte e distante do que os companheiros iriam executar nos treinamentos, ele havia detectado esse mesmo padrão de jogo em seu campeão Miami Heat.

“Geralmente, a final da NBA é o protótipo para onde o basquete está indo. O fato é que estamos jogando rapidamente, colocando caras tradicionais na próxima posição disponível. Colocar Shane Battier e LeBron na posição 4, com isso funcionando, acho que você vai poder ver isso se espalhar para outras equipes. Vamos ver como será”, afirmou o jogador, que, no fim, acabou fazendo as vezes de um “cincão” sem exatamente se enquadrar nesse perfil.

“É até legal por que posso dizer que sou o pivô titular dos campeões da NBA. Mas se você olhar para mim não iria acreditar nisso. Os outros caras são bem maiores que eu, mas o jogo está mundo, acho, e está se tornando bem mais rápido. A fórmula parece funcionar.”

Prévias olímpicas no Vinte Um:

Mais tradicional, Espanha espera oferecer grande resistência aos EUA

No torneio masculino, pelo menos nós “voltamos a falar de basquete”

No torneio feminino, as meninas têm a chance de priorizar o time

E mais:

Confira os horários dos jogos do Brasil e o calendário completo da modalidade

O noticiário do basquete olímpico e o histórico de medalhas em página especial

Conheça os 24 atletas olímpicos do basquete brasileiro em Londres-2012


Atiçados, EUA promovem blitz em último amistoso e atropelam a Espanha
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Giancarlo Giampietro

A Espanha provocou.

A torcida e os reservas vibravam com as andadas marcadas contra Kobe Bryant. Serge Ibaka, reforço contratado no ano passado, cravava e fazia pose no garrafão. Cabreiro, Kevin Durant não se conformava e amassava o aro. LeBron James também se precipitava e cometia turnovers. Coach K parava o jogo por precaução.

Oito pontos de vantagem contra os norte-americanos?

Vamos!

E foram, mesmo. A Espanha ainda venceu o primeiro quarto por 23 a 21, mas os Estados Unidos voltaram mudados para quadra e concluíram sua série de amistosos pré-olímpicos com mais uma vitória em Barcelona: 100 a 78 (vantagem bem mais largo do que fizeram contra Brasil e Argentina). Jogaram duro até o fim e só se contentaram quando chegaram ao placar centenário.

Carmelo Anthony, Team USA

Carmelo queimou a redinha no 1º tempo

Depois do tempo de Krzyzewski, começou a blitz. Sai Chris Paul, entra Deron. Entra Russell Westbrook. Entra Andre Iguodala. Volta Durant. Volta Kobe. Não para: a pressão fica absurda em cima da bola.

No ataque, equilibrando a balança, Carmelo Anthony, que vinha sendo questionado, só não fez chover no ginásio catalão. Marcou 22 pontos só no primeiro tempo, contra 25 do restante dos seus companheiros, para colocar os visitantes na frente. Não perderiam a liderança nunca mais. É complicado: quando não é Durant, vem Anthony. Quando não tem Anthoy, vem James. E segura.

No terceiro quarto, com um inefetivo Tyson Chandler preso no banco e os três alas-pivôs escalados – Durant, Melo e LeBron –, a diferença chegou a 20 pontos.

Para não ficar tão feio assim, o técnico Sergio Scariolo enfim começou a mexer seus pauzinhos. Passou a defender por zona, com as pestes chamadas Victor Sada e Sergio Llull na cabeça do garrafão, devolvendo um pouco a pressão na linha de passe. Por um tempo, os americanos, agora só com reservas em quadra, se enroscaram, e a vantagem caiu um bocado.

Quando iniciou o quarto final, com a cavalaria de novo a postos e Scariolo retirando sua defesa por zona (que só retornou nos minutinhos finais, para mais testes), o jogo já estava no papo. O amistoso, pelo menos.

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O segredo do técnico Sergio Scariolo, que dirige a Espanha? Guardou Marc Gasol a partida toda novamente. O pivô do Memphis Grizzlies está com esse problema físico há um bom tempo, pode ser sério, mas e se for jogo de cena? De modo que os EUA ainda não sabem o que é enfrentar a Espanha com Ibaka e os irmãos Gasol na rotação. Felipe Reyes, envelhecido, foi presa fácil.

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De resto, difícil acreditar que a Espanha tenha tirado tanto o pé assim. Perder em casa desse jeito não seria a melhor despedida antes de partir para as Olimpíadas, por mais que os irmãos Gasol tenham dito ao New York Times na véspera que não iam mostrar tudo. “Kobe não gosta de perder para ninguém, mas eu gostaria de deixá-lo vencer amanhã e derrotá-lo em Londres. Isso seria o ideal”, afirmou Pau.

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LeBron não cansa de surpreender. Impressionante: em alguns momentos marcou Pau Gasol, no mínimo cinco centímetros mais alto e bem mais comprido, no mano-a-mano, sem ajuda, no centro do garrafão, sem perder posição. Do outro lado, quando os dois se enfrentaram, não houve como o pivô do Lakers parar na frente do trator do Miami Heat.

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Vamos combinar: a partir de agora, quando o Coach K colocar em quadra Westbrook, Durant, LeBron e Carmelo ao mesmo tempo, vamos chamar aqui de Team Freak, ok? O ritmo fica alucinante, com Deron ou Paul armando.