Vinte Um

Arquivo : Larry Taylor

Com mais sufoco, seleção vence a 2ª, encaminha vaga, mas ainda segue aquém de seu potencial
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Giancarlo Giampietro

Tiago Splitter comemora vitória contra Grã-Bretanha

Tiago Splitter comemora vitória contra Grã-Bretanha. Ufa

Vocês queriam Olimpíadas? Então toma.

Melhor do que lamentar a ausência da seleção brasileira masculina em Londres-2012, é sofrer com os caras até o final? Por enquanto, vai desse jeito, mesmo.

Contra a Grã-Bretanha, equipe de Magnano mais uma vez não jogou bem no ataque, não encheu os olhos de ninguém – patriotada você não acha aqui, não –, mas sobreviveu com sua forte defesa contra um adversário bem inferior tecnicamente. Os britânicos acumularam 19 erros e converteram horrendos 38,9% nos arremessos.

Então a boa notícia fica sendo esta: duas vitórias em duas rodadas e a classificação muito bem encaminhada, mesmo que no sufoco. Basta mais um triunfo em três jogos para assegurá-la.

Que mais tem nessa linha?

– Nunca vi Leandrinho defendendo com tanta entrega, determinação e inteligência assim. O ligeirinho foi muito mal no ataque no começo de jogo, mas segurou seu ímpeto nos quartos seguintes e deve estar morto agora de tanto correr atrás de Luol Deng. Repararam? O ala do Chicago Bulls, faz-tudo dos britânicos, passou diversas posses de bola sem nem participar do ataque porque o brasileiro se colocava na frente da linha de passe de maneira insistente. Foi um desempenho fundamental para suprir a ausência de Alex, afastado por faltas.

Alex segura Luol Deng no rebote

Deng teve problemas contra Alex e Leandrinho

– Marquinhos ganhou seu merecido espaço na rotação e foi uma força estabilizadora para o ataque brasileiro a partir do terceiro período. Pode ter cometido dois turnovers nos minutos finais do quarto período, pisando na linha lateral, mas o segundo deles foi mais pelo passe na fogueira de Nenê. De resto, acompanhado de Larry ou Huertas, o ala ajudou a equipe a cadenciar um pouco a partida (mesmo chutando 3/10(, passando mais a bola e também partindo para dentro para quebrar a defesa britânica. Seus números de 8 pontos, 4 rebotes e 2 assistências não contam exatamente sua importância no embate.

– Larry também conduziu bem o jogo no segundo quarto, dando um descanso providencial para Huertas. Foram nove minutos nada brilhantes, mas consistentes. E é disso que precisamos vindo de nosso armador reserva. (Raulzinho, em compensação, deve demorar para retornar.)

– Tiago Splitter teve um jogo de “sai, uruca”. Soube se posicionar bem no garrafão e foi devidamente municiado por Huertas no segundo tempo para terminar a partida como seu cestinha 21 pontos, com várias bandejas.

Essa foi a parte positiva da coisa, para se construir em cima.

Deve-se aplaudir a eficiência do time para segurar ótimos jogadores como Luol Deng e Joel Freeland. Mas que fique bem claro: eles não são os adversários mais qualificados que enfrentarão daqui para a frente se estiverem pensando realmente em pódio. Se Pops Mensah-Bonsu causou problemas em determinados momentos, que fiquemos beeeem ligados quando estiverem do outro lado Pau Gasol, Juan Carlos Navarro, Manu Ginóbili, Luis Scola, Sarunas Jasikevicius, Nicolas Batum, Andrei Kirileko, e… Ficamos por aqui, ok?

Em duas partidas, para somar duas vitórias, o Brasil enfrentou dois quintos da parte mediana da tabela. Nesse nível, ainda falta a China. Mas com uma terceira rodada diante da Rússia e a quinta contra a Espanha, o torneio vai apertar.

Contra times deste porte, não dá para marcar apenas quatro pontos num quarto. Não dá para repetir a atuação do primeiro tempo de modo algum. Haja “nervosismo” até lá para dar conta disso. Pressão existe em todo jogo olímpico? Se assim a seleção permitir.

Enterrada de Nenê

Um dos três “chutes” de Nenê no jogo

Acertar apenas três chutes em 22 tentativas de longa distância é algo que deve ser riscado de qualquer caderninho técnico. E dessa vez a sangria toda não tem o álibi chamado Marcelinho Machado, limitado a apenas dois minutos de ação.

Precisa realmente demorar mais de dez minutos de jogo, numa segunda rodada olímpica, para entender que nosso ataque funciona muito melhor quando se busca a infiltração? A partir do momento em que Huertas, Larry e Marquinhos “colocaram a bola no chão”, se assentaram em quadra, os pontos de Splitter começaram a surgir. No segundo tempo, quando este passou a ser o padrão ofensivo, marcamos 40 pontos, 13 a mais do que na primeira etapa.

Então ficamos assim momentaneamente: um ataque avariado sustentado por um empenho defensivo pouco visto na história deste país, contra adversários fortes, sólidos, mas não os mais temerosos de toda a competição.

Vamos vencendo sofrendo, valendo os mesmos pontos na classificação, mas, para cumprir qualquer que seja o nosso potencial, falta muito.


Brasil perde para França, mas sai com anotações valiosas para Londres-2012
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Giancarlo Giampietro

Derrota nunca é legal, mas a seleção brasileira, superada pela França neste sábado, ao menos pode tirar algumas boas anotações desta partida realizada em Estrasburgo em sua reta final de preparação. Vamos lá:

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No terceiro período, o Brasil venceu por 26 a 14 (clique aqui para ver os números do jogo). Foi quando Magnano manteve Marcelinho Huertas por mais tempo, acompanhado por um quinteto que deve utilizar muito mais em Londres, com uma rotação um pouco mais enxuta, num ritmo diferente do que fez até nos amistosos. E esse quinteto seria formado por uma combinação entre Alex, Leandrinho, Marquinhos, Varejão, Splitter e Nenê. A presença de Giovannoni deve ser condicionada ao que o técnico adversário põe em quadra.

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Com Larry ‘armando’ no início do quarto período, mesmo tendo Parker no banco e o irregular Yannick Bokolo na armação, a França conseguiu tirar rapidamente dez pontos de vantagem. Coisa de três a quatro minutos. Foi nesse trecho que eles acabaram vencendo o jogo.

Huertas somou 15 pontos, cinco assistências e converteu sete de seus 12 chutes – e fica mais claro a cada amistoso que o armador do Barcelona vai precisar ser um ironman em Londres. Repararam que Raulzinho nem entrou?

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Escrevemos aqui sobre o desafio diferente que Tony Parker oferecia para a defesa brasileira, e faltou bater numa tecla bastante importante no jogo do armador: sua habilidade para criar no pick and roll é incrível e, no primeiro tempo, deu muito trabalho para os brasileiros. Magnano optou por fazer a defesa com a troca dos marcadores, mas, por mais que Nenê, Splitter e Varejão sejam ágeis lateralmente, não vão conseguir segurar o ex da Eva Longoria.

Quando Parker infiltrou, as rotações defensivas não conseguiram responder rapidamente, deixando os laterais livres no perímetro ou os pivôs com caminho aberto para enterradas. Caio, que foi para a quadra ainda no primeiro tempo, foi quem mais sofreu para cobrir espaços. Parker, que, aliás, descansou por 11min30s, terminou com 22 pontos, 13 deles nos lances livres. Boris Diaw deu cinco assistências aproveitando as brechas.

Em alguns momentos, a dificuldade para parar essa jogada lembrou aquele  quarto período tenebroso das oitavas de final do Mundial contra a Argentina. Com a diferença de que ali era a flecha (Luis Scola) que nos feria e não o arco (Prigioni).

Nas Olimpíadas, na primeira fase, há apenas um armador que pode causar problemas desse jeito: justamente o australiano Patty Mills, que vamos ver em ação neste domingo e na estreia das Olimpíadas e é reserva de Parker no Spurs. Mills é mais explosivo que o veterano francês, mas não tem tantos recursos com a bola.

Quem melhor defendeu Parker, para variar, foi o Alex, especialmente no terceiro quarto – lembrando que tanto o ala como Huertas começaram o jogo no banco dessa vez, evitando assim o confronto com o armador logo de cara.

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Quando o Brasil procurou o ataque interior, especialmente no terceiro quarto, invariavelmente boas coisas aconteceram: pontuação dos alas e pivôs ou alguns lances livres. Escrevendo assim, parece uma coisa bem óbvia, né? Afinal, quanto mais próximo do aro, maior a chance de você converter o arremesso. No caso da seleção, porém, vale reforçar isso. Demorou, custou um bocado, mas enfim a equipe abraçou essa obviedade, terminando com 40 pontos no garrafão, contra 30 dos anfitriões. Considerando que eles têm Tony Parker, sempre um dos maiores cestinhas na zona pintada na NBA, essa vantagem foi expressiva.

No geral, dos 69 arremessos brasileiros no jogo (12 a mais que os adversários, diga-se), 14 foram de três pontos. A França chutou ainda menos: apenas nove em 57.

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Foi muito bom ver Marquinhos voltar neste jogo como se não tivesse perdido nada nas últimas semanas. Ele se movimentou bem, sem demonstrar dor ou limitação, aguentando até mesmo uma bola presa com a fortaleza que virou o pivô Kevin Seraphin. Ele terminou com oito pontos em 26 minutos para desenferrujar.

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Seraphin, aliás, que está jogando com muita confiança, hein? O francês já havia terminado a temporada da NBA jogando muito bem, inclusive apontando uma influência de Nenê em sua evolução. Mas também não vá exagerar, rapaz. Girando para todos os lados, acertando o chute de média distância também. Foram oito pontos e quatro rebotes para ele, mas em apenas 15 minutos.

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Vale dizer também que, a despeito de um estranhamento aqui e ali entre os jogadores, foi realmente um amistoso: nenhum atleta, por exemplo, jogou por mais de 29 minutos. Os 28min27s de Parker foram o máximo para a França, enquanto os 26min34s de Marquinhos lideraram entre os brasileiros.

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Leandrinho rendeu muito mais ofensivamente quando trabalhou fora da bola em vez de investidas individuais. Dos seus cinco primeiros arremessos, por exemplo, ele converteu os dois em que recebeu a bola em condições para finalizar da zona de média distância para dentro. Errou os três em que decidiu atacar por conta própria.  Sua primeira jogada no mano-a-mano que funcionou foi quando decidiu aproveitar um mismatch contra o ex-companheiro de Suns Boris Diaw, ainda muito pesado.

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O nível atlético dos franceses é até superior ao dos brasileiros, coisa rara. Desta forma, num eventual confronto olímpico, é preciso muita atenção dos nossos alas e armadores para bloquear os jogadores após o arremesso. Gente como Diawara, Gelabale vai atacar a tábua ofensiva atrás de rebotes ou de roubadas sempre que puderem. São muito ágeis, enérgicos e elásticos. Melhor afastá-los da bola.

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Um ponto importante, por fim: dessa vez foi a França que jogou desfalcada, sem escalar o ala Nicolas Batum. E um desfalque considerável. Batum é ainda mais atlético e muito mais completo que Diawara e Gelabale, tem muito mais talento no ataque e pode ser considerado hoje o segundo principal jogador da equipe. No mínimo, o terceiro, dependendo da motivação de Boris Diaw.


Tony Parker representa um desafio diferente ao Brasil neste sábado
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Giancarlo Giampietro

Na Argentina, Pablo Prigioni prima como um armador muito mais cerebral, que sabe controlar o relógio como poucos, mas que não agride muito a defesa adversária. Por outro lado, Chris Paul pode fazer um carnaval para cima de qualquer defesa. Deron Williams também se infiltra feito um trator. Mas ambos mudam um bocado pela seleção norte-americana, considerando o tamanho do arsenal com que jogam nessas ocasiões, diminuindo bastante suas responsabilidades como matadores.

Tony Parker, de óculos, FrançaEm seu penúltimo amistoso antes das Olimpíadas, contra a França de Tony Parker, a seleção brasileira vai enfrentar um desafio totalmente diferente: um armador que fica muito tempo com a bola em mãos, mas buscando sempre o ataque, tentando de modo agressivo vencer a primeira barreira adversária.

O que a França não tem muito são exímios chutadores de longa distância – ainda mais se o ala Nicolas Batum estiver fora de ação ou sintonia, visto que sua preparação para as Olimpíadas foi atrapalhada pela negociação arrastada com o Minnesota Timberwolves que, no fim, não deu em nada. Ele teve de encarar, por exemplo, uma looooonga viagem nesta semana de Paris até Portland para ser examinado pelos médicos da franquia, que cobriu a oferta milionária encaminhada. O outro companheiro de perímetro de Parker, Nando De Colo, recém-contratado pelo Spurs, tem média de apenas 34% em sua carreira na Liga ACB, com 36% na última temporada.

Então, teoricamente, dá para congestionar o garrafão e ver o que acontece. Se fosse tão fácil assim, contudo, muitos clubes da Conferência Oeste da NBA não teriam sofrido tanto para anular Parker. Uma vez que ele passa, as ramificações são diversas e perigosas: ele pode avançar rapidamente até o aro para a bandeja com velocidade. Se essa bola lhe for tirada, seu floater de curta distância é um chute muito difícil de ser marcado. Além disso, os pivôs franceses são na maioria ótimos atletas capazes de reagirem com rapidez para aproveitar as assistências e estufar a redinha.

Não dá para pedir que Huertas jogue tanto no ataque e ainda fique com uma incumbência defensiva pesada dessas. Então… Magnano vai deslocar Alex para marcar o armador? Larry vai ganhar mais tempo de quadra? Vamos ver qual caminho o argentino vai seguir, sem ignorar o fato de que ele talvez não esteja assim tão disposto a mostrar todas as suas cartas em uma partida preparatória a poucos dias dos duelos que realmente importam.


Em números, a importância de Huertas para a seleção
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Giancarlo Giampietro

Marcelinho Huertas x Deron Williams

Huertas ignorou a marcação de Deron Williams

A gente sabe que esse tal de Marcelinho Huertas é muito importante para a seleção brasileira, né? Ainda mais depois da desenvoltura que ele mostrou na noite desta segunda-feira, contra os Estados Unidos,  dando uma canseira em Deron Williams, o homem de US$ 98 milhões do Brooklyn Nets.

Subjetivamente, a impressão que fica é a de que o Brasil empaca quando o armador vai para o banco, independentemente de quem entra: Raulzinho, Larry ou até mesmo os dois juntos.

Agora podemos falar objetivamente também, com uma força do jornalista John Schuhmann, do site da NBA e desses que se aprofunda bastante nos números. Encantado com a atuação do brasileiro, ele acaba de postar dois números de abrir os olhos em sua conta de Twitter (@johnschuhmann):

– Com Huertas em quadra, o Brasil venceu os Estados Unidos por 60 a 57; sem Huertas, perdeu por 23 a 9.

– Em termos de produção ofensiva, a seleção anotou uma média de 79 pontos por 40 minutos. Com ele no banco, foram míseros 37 pontos por 40 minutos.

Acho que… O caso fica meio que encerrado, né?

Por mais que elogiemos nossos pivôs talentosíssimos, nosso jogador mais importante está bem definido e é muito mais baixo que eles.


O corte de Augusto e os pivôs das Olimpíadas
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Giancarlo Giampietro

Tá, vocês já sabem: Augusto Lima foi o último cortado da seleção brasileira masculina para as Olimpíadas de Londres-2012. No fim, o que isso pode significar?

Caio Torres, seleção brasileira

Caio Torres, um dos 12 olímpicos

Vamos tentar entender. Mas deixando bem claro: o que vem aqui abaixo é o produto de especulações internas do QG 21, sem informações que venham diretamente de Foz do Iguaçu, muito menos de Córdoba, na Argentina, ok? E outra: o post está imenso, sim, mas com informações que julgo interessante compartilhar e discutir de modo um pouco mais prolongado do que o normal.

Adelante, então:

– Começando pelo mais simples, algo que muitas vezes pode ser ignorado em favor de teses mais mirabolantes. Magnano pode realmente achar que Caio é o melhor jogador entre os dois pivôs ou pelo menos considerar que era o que estava em melhores condições para ir aos Jogos.

– Além disso, de informação, mesmo, dá para dizer que Magnano conhece Caio há tempos e sempre o admirou. Para justificar essa afirmação, resgatamos uma passagem que o blogueiro testemunhou lá atrás em 2004 (caceta, já são quase dez anos atrás!), na distante ilha de Chiloé, cidade de Ancud, no Chile. A anedota já foi contada em nossa encarnação passada, mas nem todo mundo aqui nessa nova casa tem ligações com o sobrenatural para saber disso, né? Então segue o que já foi publicado no VinteUm do além-vida, na ocasião da divulgação da primeira lista de Magnano: “Sabemos que Magnano adora Caio desde os tempos de base. Em 2004, em Ancud, cidadezinha a mil quilômetros de Santiago, lá embaixo no continente, o treinador já via o pivôzão fazer estragos, mesmo sendo dois anos mais novo que a concorrência num Sul-Americano. Estava lá e via o quanto ele se divertia em falar “The Big Man”, de boca cheia, subindo as escadas, em minha direção depois de ver o brasileiro atropelar os adversários no garrafão. Ao ver seu nome novamente incluído na relação principal, não tem como esquecer a cena.”

Faltou dizer que fazia um frio danado, e Magnano só estava virando as costas para o jogo para buscar um copo de café na tendinha bem tímida armada dentro daquele inesquecível ginásio, que precisava de uma calefação daquelas.

– Sabendo dos problemas físicos de Nenê, a convocação de Caio, também não deixa de ser um movimento de precaução do argentino, não? Mesmo na melhor forma física de sua vida, o pivô do Flamengo ainda é uma fortaleza.

David Andersen x Andrei Kirilenko

Andersen e Kirilenko: força bruta?

– Se ignorarmos as dores no pé de Nenê, talvez o argentino esteja se preparando para batalhas físicas de garrafão em Londres-2012. Esse é um mantra constantemente evocado aqui, ali e em todo lugar. Será, mesmo? Convém aqui, então, um resumo não tão breve sobre o que nos aguarda na primeira fase olímpica, pelo Grupo B, em termos de pivôs:

1) a Austrália tem um garrafão de respeito, com David Andersen, Aleks Maric e Matt Nielsen, todos beeeem rodados em alto nível na Europa. Desses, contudo, apenas Maric é alguém que investe muita energia de costas para a cesta, dando suas pancadas – algo que só fez em treino nas últimas duas temporadas, diga-se, já que estava enterrado no banco do Panathinaikos depois de um a Euroliga imponente pelo Partizan. Andersen também pode fazer isso, mas faz tempo que sua preferência é flutuar com frequência para o perímetro, dada sua habilidade no chute de média distância. Nielsen opera basicamente da cabeça do garrafão, fazendo bons corta-luzes, arremessando e orientando os companheiros;

2) a Rússia tem Timofey Mozgov e Sasha Kaun, um NBA e outro CSKA, dois grandalhões, mas nenhum deles é uma grande arma ofensiva. Varejão não teria problema com nenhum deles, por exemplo. O restante são alas-pivôs versáteis, que chegam na zona pintada com velocidade e, não, força;

Pau Gasol x Yi Jianlian

Há uma boa diferença entre um Pau Gasol e um Yi Jianlian

3) a China joga com Yi Jianlian e o imortal Wang Zhizhi, que são da categoria pena, né? Mais chutadores do que tudo. Tem também um sujeito de 2,21 m inscrito, Zhang Zhaoxu. Se ele fosse minimamente ameaçador, com essa altura e 24 anos, já teríamos ouvido a alguém mencioná-lo, creio;

4) a Grã-Bretanha está mais ou menos no mesmo patamar dos australianos, com gente bem experiente e pesada em Robert Archibald e Joel Freeland. Agora, são dois que Splitter cansou de enfrentar na Espanha, quase sempre com resultados mais que positivos. Já Pops Mensah-Bonsu tem um dos melhores nomes do torneio olímpico e é um ótimo atleta, mas não alguém para Caio marcar. Daniel Clark e Eric Boateng também podem apresentar um currículo razoável, mas ninguém pode temê-los.

(Nota de rodapé? Clark jogou com Caio no Estudiantes espanhol anos atrás e seguiu no clube, enquanto o brasileiro foi dispensado e/ou decidiu se desligar. Dava pra desenvolver mais aqui, mas iríamos nos estender demais, né? Tem a ver com jogador comunitário, imaturidade, muitas apostas no clube etc.)

5) Espanha: aí, sim. Os irmãos Gasol, o atlético Ibaka e o chatíssimo Felipe Reyes, daqueles que parece lento, baixo, mas é forte e técnico pra burro e nunca desiste. Aqui é pedreira para qualquer time do mundo.

6) Se quisermos já prospectar sobre as oitavas, os EUA vão apenas com um pivô tradicional para Londres, mesmo caso da Nigéria; a Argentina tem Juan Pablo Gutiérrez, a Lituânia leva o jovem Jonas Valanciunas e o robótico Javtokas; na França, os três pivôs listados são Ronny Turiaf, Kevin Seraphin e Ali Traoré, gente. São jogadores que podem render bem em determinadas situações, mas esse trio não intimida nem a China ofensivamente.

Façam as contas. A era dos gigantes, a era do “cincão” já acabou faz tempo, galera. Mesmo um Dwight Howard não representa exatamente o mesmo tipo de problema que era lidar com um Patrick Ewing, ou Arvydas Sabonis. O jogo vai mudando.

– Essa conclusão nos inclinaria para a convocação de Augusto? Teoricamente, sim. Seu jogo realmente se encaixa melhor com o que vamos ver pela frente: um pivô ágil, determinado, que corre toda a quadra. Não se iludam com algo: força física nem sempre quer dizer mais intensidade e melhor presença defensiva. E esse não é um ataque contra Caio, de modo algum. Aqui estou mirando, na real, os mantras, dogmas repetidos a esmo e que adotamos como a verdade mais pura e absoluta, sem muitas vezes nem parar para pensar a respeito, mesmo. Agora, não dá, necessariamente, para cravar que Augusto era a melhor escolha. Ele é mais jovem, mais cru e teve de superar uma série de questões físicas e médicas durante a última temporada.

– Questionar se não era o caso de cortar Raulzinho me parece algo bem inadequado. Ainda mais vendo Magnano usar Larry como um ala sem receio algum, nos últimos amistosos sem Leandrinho e/ou Marquinhos. E, quanto ao ligeirinho, não dá mais para considerar Leandrinho alguém que “joga, quebra o galho de 1”. Mesmo, e por favor. Na NBA, ele não executa mais esse tipo de bico há umas quatro temporadas, no mínimo. E a função de armador é muito importante para se falar em “quebra-galho”.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Caio Torres e Augusto Lima em sua encarnação passada.


Em clima nada amistoso, Brasil vence e vê Splitter de volta
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Giancarlo Giampietro

Com torcedores dos dois lados no ginásio em Foz do Iguaçu, velhos rivais vindo de uma partida que já não havia terminado bem em Buenos Aires, não era de espantar que tivesse confusão em quadra. Fazia tempo que não víamos dessas, mas estava latente.

Os argentinos já se irritaram muito com um empurrão de Marcelinho Machado em Luis Scola, posicionado para um corta-luz, logo nas primeiras posses de bola. Foi um encontrão duro, mas nada fora do comum.

A partir dali, Julio Lamas se descontrolou e soltou cobras e lagartos para cima do trio de arbitragem brasileiro, recebendo falta técnica e, nem assim, aliviando. Teve vários momentos de “fala muito” durante os dois primeiros quartos até chegarmos ao empurra-empurra geral depois de Leo Gutiérrez e Marcelinho se estranharem. Clima amistoso o escambau.

Machado e Leo foram expulsos. Nocioni acabou excluído com cinco faltas, claro. Agora… Não me venham com ofensas a argentinos, por favor. É jogo, não guerra.

Brasil x Argentina em Foz do Iguaçu

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Em quadra, na bola, a seleção atacou, enfim, com seus pivôs, refreando seu ímpeto de três pontos. A combinação Splitter-Varejão voltou a funcionar – lembrem do que fizeram juntos na Copa América de 2009 em Porto Rico. A ação interior nos primeiro e quarto períodos fluiu com estilo e eficiência sob a orquestração de Huertas e os dois grandões cortando direto para o aro.

Splitter, em particular, lavou a alma. Foi sua primeira atuação nesta série de amistosos que seguiu o padrão ao qual nos habituamos nos últimos torneios oficiais. Ou seja: alto nível. Colocou toda sua habilidade no jogo de pés para dar um baile nos adversários no garrafão.

Quando Nenê entrou, o aproveitamento caiu, mesmo com o pivô isolado no poste interior contra rivais mais baixos e fracos. Não foi eficaz. Só não é para detonar o são-carlense, que não está 100%, mas precisa ser envolvido, sim, para chegar bem a Londres.

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Juan Gutiérrez dessa vez foi colocado no bolso, como deve ser. Nossos pivôs são bem mais ágeis, versáteis e igualmente fortes.

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Larry Taylor marcou muito bem, usando sua capacidade atlética para pressionar seu jogador, que invariavelmente tinha dificuldade para criar. No ataque, fora da bola, ele também se mexeu bastante naquela que foi sua melhor partida pela seleção até aqui. Só não confundam uma coisa: não é porque ele jogou ao lado de Huertas e Raulzinho que significava uma dupla armação para o Brasil. O norte-americano jogou basicamente como um ala.

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O desfalque de Leandrinho (somado ao eterno de Marquinhos) ainda impede que Magnano tenha seus 12 atletas em quadra por uma vez sequer e nos impede também de saber qual exatamente é a rotação que o técnico tem em mente para os Jogos. Algo importante também dentro do grupo: ajudaria que ninguém crie falsas expectativas sobre suas funções durante a competição.

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A vitória em si pode ser comemorada, mas o placar final não chega a ser totalmente realista, já que os argentinos, no fim, nos dois minutos finais, estavam sem cinco de seus principais jogadores – Ginóbili, Delfino, Scola, Nocioni e Leo Gutiérrez. Muita coisa comparando com Leandrinho, Marquinhos e Machado. Explicando: a vitória foi mais que justa, o Brasil foi superior, mas houve condições atípicas no jogo também.

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Alguém viu aí qual o lance em que o Scola se lesionou no quarto período? Que fase a do argentino, hein? Acabou de ser dispensado pelo Houston Rockets e ainda termina um Brasil x Argentina no vestiário para ser examinado.


Seleção vence ‘coletivo’ contra o Chile
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Giancarlo Giampietro

Tiago Splitter contra o Chile

Na falta de adversário mais forte, vai contra o Chile, então. Em abertura de torneio amistoso em Buenos Aires, a seleção brasileira fez uma espécie de coletivo oficial nesta quinta-feira contra um time que apanharia mesmo de nosso time B que foi mal no Sul-Americano. Terminou 110 a 64.

Valeu para quê?

– Bem, Leandrinho pôde (me deixem com meu próprio acordo ortográfico) desenferrujar um pouquinho puxando contra-ataques, em sua primeira exibição pela equipe desde o Mundial de 2010. Splitter também precisava de alguns minutinhos a mais.

– Outro ponto é o básico “reconhecimento de quadra” para poder enfrentar a Argentina, os donos da casa, no dia seguinte. Desde que, claro, vençam a galera da Espanha B, em partida que deve ser um pouco mais complicada.

– Nenê e Marquinhos nem tiraram o agasalho e foram poupados. Alguma coisa mais séria? Precaução em relação a quê? No fim, eram 11 fardados de 13 possíveis.

– Na rotação de pivôs sem Nenê, Tiago foi o titular, com Giovannoni ao seu lado. Caio Torres foi primeiro a sair do banco, na metade do primeiro quarto. Varejão entrou no finalzinho dessa parcial. Augusto foi acionado na metade do segundo quarto, com a 13 do Nenê, e jogou bem menos. Indício de corte?

– Entre os armadores, Huertas começou o jogo, deu lugar a Larry, que, depois, teve a compahia de Raulzinho – ficaram dois armadores em quadra, uma vez que a equipe estava com um ala a menos. Tudo no período de abertura também. Os dois reservas, diga-se, não tiveram uma atuação tão animadora assim.

– Há um ala chileno, Jorge Schuler, que é sósia de Luis Scola. Mas é amanhã que devemos enfrentar a fera de verdade.

– Numa rodada preliminar, o ginásio portenho Luna Park lotou. Torneio na capital argentina. Bem diferente do que tivemos por aqui na semana passada e vamos ter na próxima semana. Reforçando: BEM diferente a atenção dada ao time nacional. Deles, no caso.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada


Com mais 2 cortes, Magnano agora vai com qual pivô?
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Giancarlo Giampietro

Bom, aparentemente, quando Magnano convocou Nezinho e Vitor Benite ao final do Sul-Americano, era apenas para compensar os desfalques que teria em seus primeiros três amistosos preparatórios rumo a Londres e, ao mesmo tempo, recompensar os dois jogadores pelos serviços prestados – isto é, obrigado por nos ajudar com a classificação, mas agora optei por seguir outros rumos.

Caio Torres, seleção brasileira

Caio Torres, opção para Magnano

Com Huertas merecendo um descanso, Leandrinho ainda emperrado com nossa burocracia, eles ajudaram o argentino a preencher a rotação nas partidas em São Carlos e, por certo, ganharam uma última chance para tentar impressionar o chefe. Agora, em uma semana o que o treinador poderia realmente ver de diferente além do que já sabia sobre os dois atletas?

De todo modo, segue a vida e o curso da seleção, agora com 13 jogadores, definidos os cortes dos dois atletas de perímetro. Fica agora a dúvida sobre quem será o último atleta a ser dispensado para que conheçamos os 12 olímpicos.

Tudo leva a crer que os pivôs Augusto Lima e Caio Torres concorrem diretamente pela vaga. Discutir se Raulzinho ou Larry Taylor poderiam dançar seria uma temeridade – levar só dois armadores e improvisar Leandrinho? Não, obrigado.

Entre Augusto e Caio temos uma senhora dúvida. Tentemos explicar o quão complicada pode ser essa decisão: são dois tipos de pivô completamente diferentes. Augusto corre a quadra toda. Caio, que está bem mais fino, em sua melhor forma física, é mais lento. Augusto, por sua mobilidade, finaliza melhor no pick-and-roll e ataca os rebotes ofensivos com voracidade, enquanto Caio funciona melhor de costas para a cesta ou posicionado para chutes de média ou longa distância, podendo ficar assim mais distante da tabela.

Nenê e Magnano

Augusto ou Caio: quem combina mais com Nenê/

Que tipo de jogo Magnano espera encarar nos Jogos britânicos? Batalhas mais lentas e pesadas? Ou um jogo mais atlético, veloz, dinâmico? Cada proposta dessa combina melhor com um dos pivôs. Vendo a formação de elencos por aí afora – a Lituânia tem apenas duas ‘torres’ no Pré-Olímpico, mesmo caso da Grécia e da Rússia, por exemplo –, a aposta é que veremos algo mais parecido com a segunda  alternativa.

No fim, porém, esses podem ser apenas devaneios despropositados, e o técnico nem estaria interessado nesse tipo de discussão, podendo simplesmente optar por levar aquele que considera o melhor jogador entre os dois, sem se importar também se um combina mais com o outro, em termos das combinações que pensa deixar em quadra.

Hoje, Caio é um jogador mais refinado (em termos de habilidades), experiente (já passou um bom tempo na Espanha) e está em melhor fase (Augusto lidou com muitos problemas físicos durante o ano). Também foi incluído diretamente na lista primária, o que faz diferença, por mais que o treinador negue.

Nenhum dos dois vai mudar o rumo da seleção agora em Londres. Mas o debate é divertido e sempre vale.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada.


Os ajustes de Varejão, a defesa de Alex, os passes de Nenê: começa bem a seleção
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Giancarlo Giampietro

Por motivos de razão conjugal – sacumé… –, atrasamos por toda a eternidade de um dia nossas notinha sobre a vitória do Brasil de Magnano sobre a Grécia.

(É legal escrever Brasil de Magnano, né?)

Depois de visto o VT nesta sexta, vamos lá:

– Repararam como o Anderson Varejão se sente muito mais confortável no ataque quando joga de verde e amarelo? Rebobine e tente achar algum clipe da Copa América de 2009, com Moncho, e confirmarás. Em Cleveland, o pivô teve mais liberdade na última temporada, mas dificilmente está livre, leve e solto com a bola nas mãos. Pela seleção, uma subta transformação. Ele corta com e sem a bola para o aro, gira, improvisa bandejas etc. Uma beleza. Sua agressividade defensiva é traduzida do outro lado.

Alex x Spanoulis

Alex sobe para bloquear Spanoulis

– Por outro lado, Varejão teve alguma dificuldade para conter o ala-pivô Georgios Printezis, que vive a melhor fase de sua carreira, diga-se. Mais ágil, combativo, igualmente energético, o jogador que fez a cesta do título da Euroliga pelo Olympiakos anotou dez pontos no quarto inicial do amistoso, se desgarrando facilmente do capixaba. A defesa é o forte de Anderson, mas nos últimos anos ele vem jogando muito mais como um “5”, cobrindo adversários mais fortes e pesados. No mundo Fiba, ele vai lidar com gente um pouco menor, que flutua bem mais. Isso vai pedir uma revisão de cacoetes do brasileiro. Natural, ainda mais para quem ficou tanto tempo inativo.

– Nenê sempre teve o passe como uma de suas habilidades mais subestimadas – lembram quando George Karl até implorava para o pivô ser um pouco mais egoísta? Varejão vai se cansar de fazer bandeja e ganchinho próximos ao aro, atento que está à assistências do companheiro. Os alas também devem ficar atentos quando cortam pelo garrafão.

– Foi bem divertido acompanhar Alex perseguindo Vassillis Spanoulis no primeiro tempo em São Carlos. É um páreo duro acompanhar o escolta grego, mas para o ala de Brasília isso não representa nenhum problema. Dá para dizer que ele até gosta. O veterano desfruta de uma situação bem cômoda no NBB, enfrentando pouca resistência. De qualquer forma, não deixa de ser uma pena que ele não esteja numa Euroliga, combatendo a cada rodada, tal como fez pelo Maccabi anos atrás. (PS: no quarto período, foi a vez de Larry cuidar bem do astro grego).

Varejão x Printezis

Varejão: diferenças no mundo Fiba

– No terceiro quarto, o garoto Raulzinho teve muitos problemas para encarar a marcação sob pressão oponente, especialmente com Nick Calathes fungando sem parar. Houve uma sequência em que ele cometeu três turnovers seguidos, resultando em contra-ataques para os gregos.

– O confronto com a Grécia apresentou também uma realidade bem diferente ao Brasil de Magnano (hehehe), comparando com o que vimos diante de nigerianos e kiwis. Contra um time mais estruturado, com cinco armadores/escoltas acima da média, a agressiva defesa brasileira forçou menos erros e pontuou menos em cestas fáceis. Mas não se avexem: o time elevou seu padrão ofensivo e venceu uma equipe de primeiro escalão, mostrando que tem mais recursos e opções para se impor.

– A Grécia é um grande time, mas perde muito sem Dimitris Diamantidis e os 15, 20 minutos de pancadaria com o Baby Shaq Sofoklis Schortsanitis.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada


Amistosos para definir reservas de Huertas
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Giancarlo Giampietro

Bom, a Seleção foi para a quadra, em São Carlos, nesta semana, para fazer suas primeiras partidas preparatórias rumo a Londres-2012, depois do início dos treinos no dia 10 de junho. Se hoje estamos no dia 27, quer dizer que foram pouco mais de duas semanas de preparação com os rapazes em São Paulo – tirando Splitter e Huertas que chegaram um pouco depois e os três promovidos do Sul-Americano.

Não dava para esperar, por isso, uma equipe nacional tinindo. Magnano costuma “acabar” com os atletas em seu início de treino, a formação de uma rotação – se é que vai se apegar a isso – deve estar distante em sua camisa, e o time, a despeito de uma certa base que se repete há tempos, não jogava junto desde Mar del Plata.

De todo modo, se a bola subiu, já vale tomar nota.

Naturalmente, estava todo mundo pensando em Leandrinho e Nenê, no retorno dos dois ao time, se adequando a um grupo fortalecido pela conquista da vaga olímpica. Depois tiveram de esquecer o ala-armador, que está sem seguro e não joga em São Carlos. Oooops.

Prefiro, neste primeiro momento, voltar as atenções para estes sujeitos aqui:

Armadores da Seleção duelam

Marcelinho enfrenta marcação de Nezinho

Larry marca Huertas em treino

Marcelinho enfrenta marcação de Larry(nho)

Raulzinho enfrenta marcação de Nezinho

Raulzinho enfrenta marcação de Nezinho

Nezinho enfrenta marcação de Raulzinho

Nezinho enfrenta marcação de Raulzinho

Isso, os armadores.

Pode haver alguma dúvida entre Caio Torres e Augusto Lima, dependendo do que Magnano projete para o jogo olímpico – batalhas físicas, lentas no garrafão, ou um jogo mais atlético, veloz, mas que não perde em intensidade

Huertas pode não ter participado do massacre que foi a temporada loucauteada da NBA, mas avançou longe com o Barcelona na Espanha e foi o último a se apresentar. Desde que esteja bem fisicamente, ninguém vai se preocupar com isso – esse é garantido.

Agora, se recuperarmos o que se passou em solo argentino no ano passado, nosso titular por muitas vezes jogou a partida inteira sem descanso, porque Magnano parecia não confiar em quem tinha no banco. Não dá para evitar, então, dessa vez, observar atentamente Larry, Raulzinho e, sim, Nezinho.

Quem vai entrar em quadra primeiro? Cada um num jogo? Quantos minutos vai ficar? Qual o seu sucesso em organizar o time ofensivamente, reduzir os erros e pressionar o armador adversário? Atenção nesses e outros detalhes.

Pode ser cedo, bem cedo para avaliar o conjunto todo.

Mas, no caso da armação e da definição dos 12 olímpicos, o processo já está bem adiantado, na verdade. Magnano vai definir seu grupo após os amistosos em Foz do Iguaçu. Serão nove jogos até lá. Para os armadores brasileiros, vai passar voando.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada.