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Resumão de intertemporada da NBA: Conferência Leste
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Giancarlo Giampietro

Com a temporada 2012-2013 da NBA fazendo sua pausa tradicional para o fim de semana das estrelas em Houston, é hora de fazer um resumão do que rolou até aqui. Começamos pela Conferência Oeste e agora publicamos a do Leste:

LeBron, sobrando

LeBron: nem o Bulls incomoda mais?

Melhor jogador: LeBron James.
O jogo desta quinta-feira passou para todo mundo ver. LeBron atingiu um nível absurdo, que fica difícil de escrever qualquer coisa aqui que não pareça fraca ou estúpida. Com seu tamanho, força e capacidade atlética, o basquete sempre pareceu fácil. Mas vocês se lembram dos tempos em que ele não conseguia acertar nada de três pontos? Nesta temporada, já estamos falando de 42,4%, não importando que os melhores defensores da liga se dediquem diariamente a tentar, pelo menos tentar incomodá-lo de alguma forma. E, se ele não quiser chutar de fora, já que nem precisa mesmo, que ataque o interior da defesa adversária mesmo, causando estragos irreparáveis. Daqui a pouco os playoffs chegam, e será que alguém realmente vai conseguir pará-lo?
Não fosse a aberração chamada Durant, quem mais poderia entrar aqui? Carmelo Anthony, New York Knicks, e só.

Melhor técnico: Frank Vogel.
Se você não tem o elenco mais talentoso ofensivamente à disposição, você segue o manual de Tom Thibodeau, não? Que seu time se mate na defesa para tentar fazer a vida do adversário tão sofrida, miserável como a sua, vencendo 60% das partidas. Sem contar com um armador cerebral ou jogadores mais criativos no perímetros, o Pacers tem o sétimo pior ataque da liga. Mas, em termos de retaguarda, estamos falando do conjunto mais eficiente da temporada, e de longe, bem mais distante do segundo colocado, o Memphis, do que o próprio Grizzlies está do sexto, o Clippers. Mesmo que um gigantão como Roy Hibbert pareça hoje um monstro em extinção no esporte, se arrastando pela quadra – quando, na verdade, ele se torna um trunfo, congestionando o garrafão. E vocês já deram uma olhada para o que Vogel tem no banco para mudar um jogo?
Quem mais poderia estar no páreo? Mike Woodson, Knicks; Tom Thibodeau, Bulls.

Melhor reserva: Andray Blatche.
Hã… Sim, esse, mesmo. O cara que era vaiado a cada vez que recebia um passe na temporada passada pelo Wizards e hoje é o segundo jogador mais eficiente do Brooklyn Nets na temporada, um clube que conta com cinco atletas ganhando mais de US$ 10 milhões nesta temporada (Deron, Johnson, Wallace, Lopez e Humphries). Extremamente coordenado, ágil para um pivô, oferece ao técnico PJ Carlesimo uma opção ofensiva versátil e coesão defensiva, algo antes impensável para um jogador que era notório pela capacidade de caçar borboletas enquanto a bola quicava.
Quem mais? Amar’e Stoudemire e JR Smith, Knicks; Jimmy Butler, Bulls.

Dois quintetos:

Brooklin Lopez

Brooklyn: mais assertivo pelo Nets

1) Dwyane Wade, Paul George, LeBron James, Carmelo Anthony, Joakim Noah.
Wade e LeBron hoje não têm mais nenhum problema em repartir a bola, nenhuma síndrome sobre quem deve, ou não, controlar o jogo. O que não faz de Dwyane um jogador menos brilhante. Carmelo curte sua melhor temporada, justamente quando efetivado como um ala-pivô móvel, sem ter de se prender ao perímetro massageando a bola sem objetividade alguma. Noah é tão bom defensor quanto Chandler, com posicionamento impecável, presença física e garra, e ainda contribui mais no ataque com seus passes astutos. Sobre George, mais adiante.

2) Kyrie Irving, Jrue Holiday, Paul Pierce, Brook Lopez, Tyson Chandler.
Se há alguma coisa parecida com uma defesa aceitável em Nova York (o Knicks ocupa o meio da tabela nesse quesito, em 15º), é porque existe lá um Tyson Chandler, dando cobertura a seus armadores e Melo. Pierce segurou as pontas enquanto os reforços estavam perdidos, teve um péssimo mês de janeiro, e agora vem compensando essa queda em fevereiro, com média de 7,3 assistências no mês, ajudando a aliviar a perda de Rajon Rondo. Brook Lopez é o segundo jogador mais consistente do Leste no momento. Ele se livrou das lesões no pé e se tornou uma figura mais afirmativa no garrafão, dos dois lados, compensando o ano decepcionante de Deron Williams, Gerald Wallace e Joe Johnson. Kyrie Irving vai caminhando rapidamente para o grupo dos dez melhores da NBA, ao passo que sua dedicação na defesa também se intensifica, enquanto Jrue Holiday faz o que pode para o time não choramingar seu pivô lesionado.
Quem mais poderia estar no páreo? Chris Bosh, Heat; Al Horford, Hawks; Kevin Garnett, Celtics; David West, Pacers; Josh Smith, Hawks.

Três surpresas agradáveis:

1) Knicks brigando no topo: O time de Mike Woodson conseguiu bloquear aquela que era a maior ameaça ao sucesso em quadra: o choque de egos. A presença de Jason Kidd não poderia ter sido mais positiva. Carmelo, enfim, consegue se empenhar noite após noite. Amar’e aceitou as críticas e o banco. Raymond Felton esqueceu seu ano perdido em Porland. As peças complementares funcionaram. Os Bockers enfim voltam a ser respeitáveis.

John, Pau George e Paul

Paul George: subindo

2) Paul George, chegou a hora: Ele saiu pouco badalado da universidade de California State, mas alguns scouts o consideravam um dos melhores da fornada de 2010. Olhando a lista agora, dá para imaginar que pelo menos Sixers (Evan Turner), Wolves (Wes Johnson!!!), Warriors (Ekpe Udoh), Clippers (Al-Farouq Aminu) e Jazz (Gordon Hayward) talvez se arrependam de sua escolha, diante do que vem se transformando o décimo da lista. Sem Danny Granger, George assumiu maior responsabilidade no ataque, ganhando mais confiança e aprendendo aos poucos. Na defesa, coloca muita pressão nos adversários devido a sua envergadura e capacidade atlética no perímetro, ajudando a compor o paredão de Vogel. O trabalho do técnico e de sua comissão liderada por Brian Shaw no desenvolvimento do jovem ala se mostra exemplar.

3) Andre Drummond, impacto imediato: Ah, que ele talvez nem goste tanto de basquete assim que não trabalhe duro, que não sei mais o quê. As previsões dos mais pessimistas vão sendo refutadas energicamente pelo pivô adolescente do Pistons, uma força já temida debaixo da tabela, com média provavelmente de 79 enterradas por jogo. Também já é um reboteiro de respeito, com atributos físicos que lhe permitem capturar rebotes em zonas bem distantes de onde está posicionado. E, sim, ele realmente só tem 19 anos. Uma pena que tenha sofrido a lesão nas costas para desacelerar seu desenvolvimento.

– Três fatos desagradáveis:

1) Deron Williams, saudades de Jerry Sloan: A lista era para ser de surpresas desagradáveis. Mas, se você for levar em conta o histórico de Deron pelo Nets, não há novidade alguma em sua decepcionante campanha. Cada vez mais insistindo nos disparos de longa distância, que não o seu forte, abrindo mão das infiltrações e de agredir a defesa, hoje o (pretenso) astro sofre para acertar  apenas 41,3% de seus arremesos de quadra. Pior: em termos de assistências, tem sua pior média (7,5, por 36 minutos) desde o ano de novato (5,6), e sem maneirar nos desperdícios de bola, ainda elevados para alguém que ataca menos o garrafão. Agora amparado por um time competitivo, o armador simplesmente não tem conseguido justificar toda a atenção que recebeu durante as férias, muito menos seu salário de US$ 20 milhões anuais.

2) Andrew Bynum x O Grande Lebowski: Mais um caso daqueles… Não dá para dizer que ninguém esperava por isso. O pivô ainda não conseguiu entrar em quadra devido a problemas crônicos no joelho e ainda atrasou sua recuperação durante uma partida disputadíssima de boliche. Sem mais.

3) Anderson Varejão e a enfermaria: O capixaba era para estar na trinca acima, com a melhor temporada de sua já longínqua carreira nos Estados Unidos. Mas infelizmente a lesão na região do joelho e, depois, a descoberta de um coágulo no pulmão acabaram por afastá-lo novamente de modo muito precoce das quadras.

– O que resta para os brasileiros:
Com a baixa de Leandrinho e Anderson e as longas passagens de Fabrício Melo pela D-League, Nenê é quem fica de porta-bandeira solitário na conferência. Depois de se arrastar por boa parte da primeira metade do campeonato, lidando com uma para lá de incômoda fascite plantar, em fevereiro o paulista de São Carlos conseguiu se recuperar, com médias mais similares ao que produziu em Denver. Que ele fique saudável e consiga jogar basquete para valer até maio.


Conheça os reforços baratos que ainda podem ser úteis na NBA
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Giancarlo Giampietro

Nate Robinson, sim, senhor

Nate Robinson, o melhor jogador da semana no Leste. Acreditem

Quem poderia imaginar que Nate Robinson, fazendo as vezes de Derrick Rose no Chicago Bulls, poderia ser eleito o melhor jogador da semana no Leste em alguma ocasião? Larry Brown e Doc Rivers, que perderam alguns anos de vida ao comandar o dinâmico e tresloucado baixinho, certamente não.

Mas, para o Bulls, ele se provou um reforço perfeito. O time mantém um padrão defensivo absurdo, sufocante, e está bem posicionado na briga pelos playoffs no leste. Mas uma hora é preciso fazer cesta para vencer uma partida, não? E Robinson sabe fazer isso muito bem. Nem sempre ele é o jogador mais consciente e empenhado em quadra, mas seus talentos ofensivos são inegáveis. Ganhando o salário mínimo para sua idade, com o contrato sem garantia alguma, que mal teria, então? Thibodeau liberou a contratação, e foi na mosca.

Na NBA, muitas vezes o mercado funciona como o do futebol brasileiro, com uma oferta muito grande de jogadores. É normal que alguns passem despercebidos e demorem em fazer parte da liga, assim como há inúmeros casos de jogadores já contratados e envolvidos em negociações apenas como contrapeso e que, do nada, se tornam peças fundamentais em seus novos clubes (exemplo: ver Clark, Earl na enciclopédia que vai sendo preparada para dar conta dessa temporada completamente maluca por que passa o Lakers).

Com o dia 21 de fevereiro, a data-limite para a realização de trocas se aproximando, veja alguns jogadores para quem não se dá muita bola, ou que são muito pouco aproveitados hoje em seus atuais clubes, e que poderiam ganhar mais oportunidades ou ajudar outras equipes na briga pelos playoffs:

Sai de baixo que é o Will Bynum

Se não tomarem cuidado com Will Bynum…

– Will Bynum, armador, Detroit Pistons.
Pelo que vem produzindo vindo do banco na Motown, é um alvo de certo modo óbvio, de tão bem que vem jogando, fazendo dupla com o calouro-sensação Andre Drummond. Tem médias de 9,1 pontos e 3,7 assistências na temporada, com 45,6% de acerto, em apenas 18,1 minutos. Nos últimos cinco jogos, mesmo com a chegada de Calderón, seus números são de 13,6 pontos e 5,6 assistências, com pontaria incrível de 53,8%. Esse baixinho que não foi draftado por nenhum time ao sair de Georgia Tech e brilhou pelo Maccabi Tel Aviv na Europa não tem nenhum ano a mais em seu contrato, recebendo US$ 3,25 milhões nesta temporada. Isto é, seria uma opção para reforçar o banco de qualquer candidato ao título sem custar muito e produzindo demais, colocando pressão nas defesas com seu jogo explosivo e atlético.

– Ronnie Brewer, ala, New York Knicks.
Já em sua quarta equipe na liga, Brewer começou o campeonato como titular em uma campanha surpreendente do New York Knicks, mas perdeu espaço na metade da temporada, antes mesmo do retorno de Iman Shumpert, tendo jogado mais de dez minutos apenas em uma partida das últimas 11 – uma vitória contra o Hornets no dia 13 de janeiro. Estranho: embora estivesse visivelmente fora de forma (se comparado ao físico que mostrou em Utah e Chicago) depois de passar por uma cirurgia, ainda oferece a qualquer time vencedor uma importante presença física e atlética, dedicada ao serviço sujo. Esteticamente, seu arremesso é uma das coisas mais feias em toda a NBA, mas ele compensa isso com ataques ferozes por rebotes ofensivos, uma defesa capaz de incomodar gente como Dywane Wade. Recebe o salário mínimo no ano: US$ 1 milhão.

A prancheta de Luke Walton

QI: durante o lo(u)caute da NBA, Walton foi assistente técnico na Universidade de Memphis

– Luke Walton, ala, Cleveland Cavaliers.
Calma, calma, calma. O torcedor do Lakers pode ter vontade de rolar no chão, com uma síndrome do pânico às avessas. Já faz tempo que ele supostamente não servia para nada no banco de Phil Jackson. O que ele poderia fazer hoje que ajudaria uma equipe de ponta? Bem, nunca é demais ter um passador inteligente em seu elenco, e isso o veterano faz como poucos, deixando seu genial pai orgulhoso. Em sua carreira, tem média de 4,7 assistências numa projeção de 36 minutos por jogo. Tem armador que se contentaria com algo assim. De todo modo, é uma habilidade para ser empregada homeopaticamente: o Walton filho também tem o corpo quebradiço, é extremamente vulnerável na defesa e lento. Mas pode ajudar a dar fluidez pontualmente a uma equipe que dependa demais de investidas individuais. Salário um pouco alto (5,6$ milhões), mas no último ano de vínculo e já com boa parte dele paga pelo próprio Cavs.

– Chris Singleton e Dahntay Jones, alas, Washington Wizards e Dallas Mavericks.
Tal como Brewer, são defensores implacáveis, fortes e atléticos, e pouco usados por seus atuais treinadores. Não porque não consigam mais perseguir os principais jogadores da outra equipe, mas essencialmente por estarem elencos em que suas habilidades são sobressalentes. Acabaram vítimas das circunstâncias. Singleton é praticamente um joão-ninguém na NBA, mas tem lampejos pelo Wizards que mostram o quão relevante pode ser em quadra – com 2,03 m de altura, ótima envergadura, está equipado para jogar nesta nova liga que testemunhamos, que não se importa muito com posições. Seria um ala ou um ala-de-força? Não importa: fato é que, na defesa,  conseguiria ao menos fazer sombra a caras como LeBron James e Kevin Durant. Acreditem. Já Jones é um pouco mais baixo, reduzindo sua cobertura a jogadores com porte semelhante ao de Wade.

Deem uma chance a Ayón

Ayón pode fzer muito mais do que simplesmente posar para uma foto vestido de Orlando Magic

Gustavo Ayón, ala-pivô, Orlando Magic.
Na encarnação passada do Vinte Um, já revelamos que o mexicano é o orgulho de Zapotán, com direito a música em sua homenagem e tudo (veja abaixo). Já não é pouco. Mas saibam também que, em seus tempos de liga espanhola, Ayón sucedeu caras como Scola, Splitter e Marc Gasol como seu jogador mais eficiente, posicionado entre os destaques de diversas categorias no principal campeonato nacional da Europa. Na NBA, teve um começo discreto, mas muito interessante pelo Hornets na temporada passada, mas vem sendo pouco aproveitado na Flórida, atrás do emergente Nicola Vucevic, do calouro Andrew Nicholson (aposta da franquia) e do veterano Big Baby na rotação de garrafão. Superatlético, inteligente, bom arremessador de média distância, faz de tudo um pouco em quadra e seria uma ótima opção num time bem estruturado, em que cada jogador tenha suas missões bem definidas em quadra.

Timofey Mozgov, pivô, Denver Nuggets.
Na verdade, praticamente o elenco inteiro do Nuggets poderia se enquadrar nessa brincadeira. Entre eles e o Clippers, estamos falando certamente dos times com mais opções em toda a liga. Mas destacamos o gigantão russo, que já foi alvo de muita chacota em Nova York e agora não consegue sair do banco de George Karl. E o que tem de tão especial, então? Bem, qualquer um que viu a seleção russa jogando nas Olimpíadas vai sair responder. Ele dominou Splitter e Varejão em confronto direto, por exemplo. Mas não foi só isso: de um trabalhão para qualquer oponente na campanha rumo ao bronze, com movimentos sofisticados para quem supostamente seria apenas mais um lenhador russo. Também está no último ano de contrato e, de todos os listados aqui, é o mais provável para mudar de clube – até Karl já falou abertamente a respeito, de que ele merecia mais tempo de quadra, mas que, com Koufos jogando bem e McGee aprontando das suas, não há muito o que fazer no momento.


Série constante de graves lesões ameaça ‘Eldorado’ de armadores na NBA
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Giancarlo Giampietro

Derrick Rose abatido

Como Rose vai retornar depois da ruptura do CLA? Torcida do Bulls apreensiva

Se o cara é um armador sensacional, um craque de bola ganhando milhões na NBA, alguma coisa pode estar errada ou algo de errado está prestes a acontecer?

Eu, hein?!

Que toda a galera bata na mesa da escrivaninha agora ou, se estiver com o computador no colo, que se corra até a madeira mais próxima: toc, toc, toc.

(Vocês vão me desculpar o começo de texto absurdo, mas é que, quando se dá conta de um apanhado como este que vem por aqui, é de se ficar meio atônito, mesmo, escrevendo qualquer coisa. Explicando…)

Porque Rajon Rondo é a vítima mais recente de uma profissão mágica, fundamental para deixar nosso passatempo predileto mais divertido: a de bom armador. Uma profissão que, por exemplo, vai deixando cada vez mais conhecida a a famigerada sigla LCA. Significado: ligamento cruzado anterior e sua ruptura. A mesma lesão que tirou Ricky Rubio e Derrick Rose de quadra ao final da temporada passada, sendo que o astro do Bulls ainda nem voltou a jogar e Rubio ainda tem dificuldades para recuperar o basquete que encantou a NBA em sua primeira campanha.

Os problemas físicos de uma talentosa fornada de armadores não param por aí, porém. John Wall perdeu quase meia temporada por conta de uma lesão por estresse na rótula – aliás, não me perguntem nada além disso, por favor, porque taí algo bem estranho de se escrever. Stephen Curry já tem o tornozelo direito castigado por tantas torções. Kyrie Irving, o prodígio do Cavs, mal conseguiu jogar por Duke na NCAA, devido a uma lesão no pé, fazendo apenas 11 partidas. Em seu ano de novato, sofreu com concussões e uma lesão no ombro. Mais velho que essa turma toda, Chris Paul também já teve de lidar com a ruptura de um menisco no joelho em 2010.

Nessa lista estão sete dos talvez dez mais da posição. Vamos evitar a brincadeira de elencar um top 10, mas dá para fazer de outro modo. Veja abaixo.

*  *  *

Russell Westbrook, aquele dínamo do Oklahoma City Thunder, nunca perdeu um jogo em sua carreira devido a contusão ou lesão.

*  *  *

Rubio, CP3, Irving

Três armadores brilhantes em diferentes níveis

Em termos de armador (sem pensar exclusivamente em jogadores puramente passadores como Andre Miller), a NBA vive hoje uma espécie de eldorado.

Checando o titular da posição em cada equipe, e a grande maioria vai apresentar um jogador de destaque. Nem todos são incontestáveis, mas tem muita gente no auge e outros de muito potencial, além de Steve Nash e Jason Kidd, no ocaso de suas carreiras históricas. Alguns podem ser considerados apenas regulares, mas é difícil de encontrar alguém que ruim de chorar.

Vamos lá.

Na Divisão do Pacífico, temos Stephen Curry, Steve Nash, Chris Paul (para não falar de Eric Bledsoe), Isiah Thomas e Goran Dragic.

Na região do Noroeste: Russell Westbrook, Damian Lillard, Ricky Rubio, Ty Lawson e Mo Williams.

No Sudoeste: Tony Parker, Mike Conley Jr., Darren Collison, Jeremy Lin e Greivis Vasquez.

Na Divisão Central: Derrick Rose, George Hill, Brandon Jennings, Brandon Knight e Kyrie Irving.

No Sudeste: Mario Chalmers, Jameer Nelson, Jeff Teague, Kemba Walker e John Wall.

Por fim, nos lados do Atlântico: Raymond Felton/Jason Kidd, Deron Williams, Jrue Holiday, Rajon Rondo e José Calderón.

Levando a brincadeira adiante, talvez dê para dividi-los assim:

A elite: Paul, Westbrook, Parker, Rose, Deron Williams, Rondo.
Wess pode não ter o maior fã-clube lá fora, mas é uma força da natureza como Rose, que atacam de uma outra forma na posição, mas com sucesso inegável. Williams ainda se segura por aqui pelo conjunto da obra, mas ainda tem muito o que jogar pelo Nets para justificar seu salário. Os demais? Nem precisa discutir, né?

Chegando lá: Irving, Curry, Holiday, Wall, Lawson.
Irving só não está um degrau acima ainda pela brevidade de sua carreira e por sua defesa pífia. Curry é o melhor arremessador da turma, herdeiro de Nash nesse sentido, Holiday combina bem doses de Wess/Rose com ótima defesa, Lawson perdeu rendimento nesta temporada, mas, quando está em plena forma, com confiança, ninguém segura. Wall: quando os chutes de média distância, ao menos, vão começar a cair?

No meio do caminho: Felton, Conley Jr, Calderón, Hill.
Com Felton, o Knicks é uma coisa. Sem ele, outra. O que não quer dizer também que ele esteja entre os melhores de sua posição: isso apenas reflete o modo como o elenco do Knicks foi construído, e a dupla armação em sintonia com Kidd se tornou vital. Conley começou o ano barbarizando, mas deu uma boa desacelerada depois. Ótimo defensor, veloz, mas ainda longe de ser decisivo. Calderón é um dos poucos puros passadores nesse amontoado todo, um ótimo organizador, mas que sofre muito na hora de parar os adversários. George Hill é o contrário: marcador implacável, bom finalizador próximo da cesta, mas que não está na mesma categoria de Rose e Westbrook e não faz o jogo ficar mais fácil para seus companheiros.

Em franca evolução: Lillard, Walker, Dragic, Teague, Jennings, Bledsoe.
Grupo de potencial, mas que ainda não sabemos exatamente onde vão parar. Ninguém poderia imaginar o impacto que Lillard vem causando em Portland. Mais um ano desse jeito e já vai para o andar superior. Walker enfim parece aquele terror da NCAA. Dragic é vítima das circunstâncias em Phoenix. Teague e Jennings ainda alternam bastante, mas contribuem de modo mais positivo com suas equipes no momento do que complicam seus treinadores. Bledsoe jajá vai ganhar uma bolada de alguém.

Enigmas: Rubio, Lin, Knight, Vasquez.
Ainda está cedo para avaliar o físico do espanhol depois da lesão – a defesa e o arranque para a cesta especialmente –, mas seu arremesso está ainda pior. Lin: ainda não acho que dê para dizer que a Linsanidade foi uma mentira, vide suas principais atuações neste campeonato quando Harden está de molho. Knight é dos mais jovens da lista, com apenas 20 anos, mas, comparando, está beeeeem abaixo de Irving em termos de produção estatística e personalidade em quadra, sendo que o rapaz do Cavs é de sua mesma geração. Mas todos em Detroit dizem que é um cara sério, que trabalha duro e que tem muito a crescer. A ver. Já os números do venezuelano são ótimos neste ano, mas fica a dúvida ainda se ele consegue manter esse rendimento com consistência e se consegue fazer valer seu tamanho na defesa, se tornando mais combativo.

Já deu o que tinha de dar: Nelson, Mo Williams, Darren Collison.
Nelson é o líder emocional do Orlando Magic, corajoso, habilidoso mas… seu tamanho hoje impede que ele compita de um modo justo contra aberrações atléticas que vêm dominando a posição. Williams sempre foi mais moldado como um ótimo sexto homem do que como alguém que vá fazer a diferença para um bom time de titular. Collison ainda é bastante jovem, mas rende mais quando é a estrela da companhia – vide seu ano surpreendente como substituto de Paul no Hornets. E quem vai querer dar a Collison um time para liderar, levando em conta o nível dos outros jogadores aqui listados?

Sobram Mario Chalmers e Isiah Thomas, dois casos bem particulares. Jogando ao lado de Wade e LeBron, Chalmers tem um papel bem reduzido em Miami: abrir a quadra com chutes de três pontos e colocar muita pressão na linha de passe do oponente, duas coisas que faz muito bem. É um jogador que se encaixa perfeitamente num esquema e ainda não foi testado para valer de outra forma. Isaiah Thomas, com 1,75 m, é o jogador mais baixo desta página, enfrentando todas as dúvidas de sempre. Pelo Kings, se mostra um jogador, de qualquer forma, bastante útil, com números sólidos, boa velocidade, mas não chega a ter a eficiência de um Lawson que o torne irresistível no ataque para compensar sua fragilidade na retaguarda.

*  *  *

'Rio já não ouve mais tantos gritos assim de Wade ou LeBron

É justo comparar Mario Chalmers com os demais armadores quando sua função é tão diferente?

Como o Knicks vem mostrando com Felton e Kidd, finalizadores e facilitadores, o Heat com a obrigação de condução do time dissipada entre seus principais nomes, a ascensão de cestinhas impossíveis como Irving, Rose e Westbrook, é cada vez mais raro pensar no armador da NBA como um Bob Cousy ou John Stockton, e isso não quer dizer que estejamos diante do fim do mundo. O jogo vai mudando, seguindo diversos caminhos, e os técnicos e jogadores mais antenados vão se adaptando junto.

Só esperamos que as lesões gravem não acabem com essa evolução natural da modalidade. Não quer dizer que os astros estejam ou tendam a ficar baleados. Muitas vezes uma cirurgia pode acontecer apenas em decorrência de um lance de azar. Que essas ocorrências fiquem mais raras. Um armador com velocidade e mobilidade avariadas se complica em uma liga que valoriza cada vez mais o jogo atlético espalhado por toda a quadra.

E outra: enfermaria não tem graça nenhuma.


A NBA não vive apenas de estrelas: conheça os anônimos que brilham ao seu modo na liga
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Giancarlo Giampietro

Sabe o Jeremy Lin, né?

Aquele da Linsanidade e tal.

Então: seu caso de jogador que era refugo da D-League e virou um astro na NBA foi o mais emblemático quando pensamos em atletas que nem sempre foram valorizados como deviam por dirigentes, técnicos e scouts, ou, no mínimo, atletas que acabam evoluindo consideravelmente contrariando qualquer previsão e acabam se dando bem na liga norte-americana.

São histórias sempre bacanas de se acompanhar, mostrando que nunca é tarde para realizar seus sonhos.

(Espaço para imaginar a trilha de cinema, daquele filme de drama enobrecedor, que faz a pessoa se sentir nas nuvens depois de um clímax meloso, mas arrebatador. Que toque a sifonia na sua cuca…)

Agora ok.

No ano passado, ainda na primeira encarnação, o Vinte Um elegeu seu “Esquadrão Jeremy Lin” em homenagem ao armador que conquistou Manhattan, reunindo jogadores que tiveram de lutar e viajar um bocado até chegar ao bem-bom da NBA.

Ainda estamos na metade do campeonato 20120-2013, com muita coisa para rolar – especialmente a fase deprimente e ao mesmo tempo extremamente intrigante em que os times vão se autossabotar para tentar uma escolha mais alta de Draft, abrindo as portas para as hordas vindas da D-League. Mas já deu para pinçar aqui e ali quatro bons candidatos para formar o”EJL 2012-2013″.

Sem perder mais tempo, vamos aos rapazes que concorrem a uma honraria tão prestigiada como essa:

Chris Copeland, New York Knicks.

Chris Copeland

Copeland em ação na liga de verão de Las Vegas: calouro aos 28 anos

Nascido em Nova Jersey, formado na universidade de Colorado em 2006, o ala de 28 anos realmente apareceu do nada. Quer dizer, a não ser que o informado leitor do Vinte Um estivesse por dentro de tudo que se passava na liga belga de basquete. Era lá que ele estava jogando nas últimas duas temporadas, defendendo o ilustre Generall Okapi Aalstar (muito prazer) e foi encontrado pel olheiro europeu dos Bockers. Foi convidado para jogar a liga de verão de Las Vegas, ganhou um lugar no training camp de Mike Woodson e, alguns meses depois, já faz parte do quinteto titular, jogando ao lado de Carmelo Anthony como um Steve Novak turbinado. Arremessa muito bem de qualquer canto da quadra e é um pouco mais atlético que o branquelo. Já marcou mais de 20 pontos em três partidas.

– Alan Anderson, Toronto Raptors.

Alan Anderson para o chute

Alan Anderson chuta com Kevin Durant na plateia

Aos 30 anos, o ala enfim conseguiu seu lugar para valer no Eldorado. Graduado em uma universidade bem mais tradicional, Michigan State, demorou para ter destaque pelos Spartans, dirigido por Tom Izzo. Teve médias de 13,2 pontos, 5,6 rebotes e 1,7 assistência em sua última campanha. Não foi o suficiente para convencer um time a selecioná-lo no Draft de 2005, mas ele acabou jogando pelo Bobcats em duas temporadas intermitentes, alternando com passagens pelo Tulsa 66ers da D-League. Dispensado, decidiu então migrar para a Europa, onde jogou na Itália, na Rússia e na Croácia até assinar com o Maccabi Tel Aviv, pelo qual fez uma ótima temporada em 2009-2010. Voltou para os EUA, então, mas, sem ofertas da NBA, jogou pela D-League novamente em 2010. Era muito pouco para seu talento, tendo se transferido logo para o Barcelona. Foi eleito o MVP da Copa do Rei. Hora de se firmar na NBA? Claro que não: teve de ir para a China até que, em março de 2012, assninou um contrato de 10 dias com o Raptors. Depois, fechou pelo restante da temporada, com médias de 9,6 pontos por partida em 17 partidas como titular. Mas é apenas nesta temporada, mesmo como reserva, que ele vem sendo produtivo, com 12,2 pontos em 24,7 minutos, com desempenho decisivo em algumas vitórias do Raptors. Mais importante: tem seu primeiro contrato garantido.

– PJ Tucker, Phoenix Suns.

PJ Tucker x Nicolas Batum

PJ Tucker pressiona Batum: destaque isolado pelo Suns

Ao contrário dos dois jogadores citados acima, Anthony Leon Tucker foi selecionado no Draft da NBA na 36ª posição, no ano em que decidiu deixar a universidade do Texas, em 2006. Acontece que sua carreira pelo clube canadense não foi das mais produtivas ou duradouras: fez apenas 17 partidas em sua temporada de calouro até ser dispensado. Ele admite hoje que não soube lidar com a falta de tempo de quadra, deixando se levar pela frustração. “Eu ficava reclamando, brigando. Tinha a cabeça muito jovem e não entendi que isso é um negócio, perdi a perspectiva. Você precisa entender seu papel numa equipe. Agora vejo garotos fazendo a mesma coisa: dizendo que foram ferrados pelo GM ou pelo técnico. Quando você consegue ser verdadeiro consigo mesmo, é aí que as coisas fazem sentido. Foi uma jornada dura, mas completa”, diz o ala que é um dos poucos pontos positivos na decepcionante campanha do Suns. Nessa jornada dura você pode incluir passagens por dois clubes de Israel, um da Ucrânia, um da Grécia, um da Itália, um de Porto Rico e outro da Alemanha. Por clubes menores, mas preenchendo o currículo: foi eleito o MVP da liga israelense em 2008, cestinha da liga ucraniana e MVP da última final da liga alemã, pelo Brose Baskets Bamberg. Seu passe estava valorizado na Europa, mas optou por tentar a NBA mais uma vez, garantindo seu lugar no Arizona com muita garra, assumindo o desafio de marcar um LeBron James uma noite e Kevin Durant na outra. “Nunca deixo alguém trabalhar mais duro do que eu”, afirma.

– DeQuan Jones, Orlando Magic.

DeQuan Jones, Orlando Magic

DeQuan Jones, um titular improvável para o Orlando Magic

Um jogador com muita impulsão e elasticidade, candidato natural a qualquer concurso de enterradas, Jones era, porém, apenas o sétimo cestinha da universidade de Miami – equipe que está bem distante do pelotão de elite da NCAA. Não era de estranhar então que, na noite do Draft de 2012, sua família não tivesse preparado nenhuma festa de arromba. “Ninguém esperava por nada. Era mais como um tiro no escuro”, diz o ala. Sete meses depois, e lá está ele no quinteto titular em Orlando, clube pelo qual ele nem foi testado nos treinos particulares que antecedem o recrutamento de novatos. Para constar: apenas Bucks, Lakers e Pistons o observaram de perto, e foi em Detroit que Scott Perry, futuro gerente geral assistente da franquia da Flórida o conheceu. Perry o convidou para jogar a liga de verão, e deu certo. Acabou conseguindo uma vaga no traning camp, sem garantia alguma no seu contrato, mas bateu o veterano Quentin Richardson (US$ 4,5 milhões em salário) e os alas Justin Harper e DeAndre Liggins, que eram escolhas de Draft do clube.

PS: encontre o Vinte Um no Twitter: @vinteum21.


Badalado e caríssimo elenco do Brooklyn Nets decepciona no início de temporada
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Giancarlo Giampietro

Nets x Celtics, Kevin Garnett x Gerald Wallace

Wallace se envolve em confusão com Garnett; para o Nets brigar, só com a bola parada por enquanto

Por Rafael Uehara*

Não é que muitos pensassem que o Brooklyn Nets se apresentaria logo em sua primeira temporada como um concorrente legítimo ao título. Mas havia expectativas grandes, de qualquer forma, ao redor desse time quando o campeonato começou.

Billy King, diretor responsável pela formação do elenco, surpreendeu a todos na janela de verão quando acertou uma troca com o Atlanta Hawks pelo ala-armador Joe Johnson. Esse gesto foi considerado suficiente por Deron Williams para mostrar que a franquia tinha como principal objetivo concorrer ao troféu. Na sequência, o armador renovou seu contrato por cinco anos. Gerald Wallace, Kris Humphries e Brook Lopez também assinaram extensões. O ala-pivô Mirza Teletovic, maior cestinha da Euroliga na temporada passada, foi importado. CJ Watson e Reggie Evans, jogadores testados e aprovados na liga, foram adquiridos para fortalecer o banco. Falhas eram projetadas nesse plantel, mas a esperança era que de que a reforulada equipe seria capaz de fazer no Leste uma campanha parecida com a que o Golden State Warrios está fazendo no Oeste, por exemplo. A de que correria por fora, isto é, à espera de um golpe de sorte.

Porém, o mais novo time de Nova York tem decepcionado no momento. Nesta rodada de Natal, o Brooklyn foi humilhado pelo Boston Celtics, 76-93, em casa. Foi o quarto revés em seus últimos cinco jogos e o nono nos 12 últimos. Foi a 13ª derrota do time em 27 partidas. Ainda há muito chão pela frente, 70% do caminho, e, mesmo se a temporada regular acabasse hoje, o time de propriedade de Mikhail Prokhorov e Jay-Z ainda teria vaga nos playoffs. Mas o experimento desse ano, liderado por Avery Johnson, está longe de ser um sucesso.

Com a tem a segunda maior folha de pagamento da liga, o Brooklyn tem enfrentado uma tabela apenas mediana (de acordo com Jeff Sagarin do jornal americano USA Today). Porém, o time tem se mostrado incapaz de se impor ao mesmo nível que os melhores times da liga. Contra Miami, Boston, Lakers, Clippers, Knicks, Chicago, Golden State e Oklahoma City nesta temporada, o recorde do time é de apenas 3-9.

Quando um clube tem em sua folha de pagamento cinco jogadores ganhando em torno de US$ 10 milhões no ano (incluindo dois jogadores ganhando acima de US$ 17 milhões), a lógica é que esse clue seja menos competitivo na parte de baixo da rotação porque geralmente a compõe com jogadores ganhando o salário mínimo e estes tendem a ganhar o mínimo por um motivo. Os Nets, porém, deram muita sorte nesse aspecto, com quatro jogadores recebendo o piso salarial proporcionando boas contribuições: alé de Watson, os alas veteranos Keith Bogans e Jerry Stackhouse e a aposta no garrafão Andray Blatche.

São os medalhões do time que têm falhado em liderar a franquia. Williams chegou à partida de terça com aproveitamento de 39,7% em tiros de campo, incluindo 29,5% em tiros de três pontos. E desapontou mais uma vez ontem, marcando apenas 10 pontos em 3-por-7 tiros de campo e apenas seis assistências em 36 minutos; números que, na verdade, não fazem nem jus à sua atuação tão apagada.  Johnson tem tido uma temporada melhor do que muitos esperavam estatisticamente, mas não consegue carregar o time enquanto Williams não acha o seu ritmo, diferentemente do que fazia em Atlanta. Marcou apenas 12 pontos em 4-por-14 tiros de campo contra Boston. Com Humphries (atualmente se tratando de uma lesão no abdôme) em quadra, Brooklyn tem permitido uma taxa de pontos por posse (1,063) comparável à do New Orleans Hornets (1,069), a segunda pior defesa da liga. Para completar, fica claro que o técnico Avery Johnsonestá falhando em tirar o melhor desse grupo de forma consistente. Eles ainda estão longe de compor uma equipe coesa.

Nesta terça, um executivo do alto escalão do clube já postou desculpas públicas no Twitter, dizendo que sua (nova) torcida merecia mais. Pode acreditar que o bilionário Prokhorov, quando não está esquiando ou paquerando, também se sente mal quando vê os resultados recentes de seu último brinquedinho, especialmente quando recordar o que investiu no verão – e quando, numa disputa de egos, vê o rival Knicks se desenvolver em um time muito superior, com chances reais de lutar pelo título.

No  caso do clube de Brooklyn, não tem como fugir da realidade a procurar um contexto alternativo que explique as coisas maneira mais clara do que seus resultado: é uma das equipes mais decepcionantes da liga, Williams está longe de parecer um dos 10 melhores jogadores como muitas vezes é classificado e o técnico Johnson provavelmente deveria ser demitido por justa causa. Brooklyn simplesmente não é nesse momento um time a ser levado a sério.

 


Scout conta a importância de Jason Kidd para o Knicks em sutis detalhes
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Giancarlo Giampietro

Jason Kiddi em ação

Havíamos escrito aqui sobre a influência positiva que o veterano Jason Kidd já exercia sobre seus novos companheiros Knickerbockers, como um dos componentes por trás forte início do New York Knicks. Para deixar bem claro que influência é essa, nada melhor do que acionar quem entende. Veja o que disse ao jornalista Ric Bucher, ex-ESPN, um scout da liga norte-americana (eles viajam para avaliar os adversários também, e não só atrás de calouros):

“Dê um baita crédito a Jason Kidd por fazer aquelas jogadas sutis, espertas e em prol do time que criam oportunidades e não aparecem no resumo estatístico: correr rapidamente para preencher um espaço no contra-ataque e então se deslocar para o outro lado da quadra para abrir espaço para alguém que venha de trás, por exemplo. Isso força seus companheiros que se importam mais com as estatísticas a serem menos egoístas. Nunca vi um atleta cujas habilidades tenham diminuído tanto, pensando fisicamente, e que ainda peça tanto respeito assim. Ao escalar Kidd com Chandler, o Knicks também ganha a combinação de liderança que esteve por trás do título do Mavs em 2011.”

(A entrevista desse olheiro foi feita bem antes da vitória impressionante do Knicks sobre o Heat nesta quinta-feira.)

Precisa dizer mais?

Não precisaria, mas o scout ainda tem outro comentário a fazer, exclusivamente do ponto de vista tático:

“Além disso, o Knicks tirou uma página do caderninho dos técnicos do Dallas ao colocar Kidd ao lado de outro armador que possa atacar via infiltrações com dribles que ele não consegue fazer mais. Note-se que, do outro lado, o Dallas sente muito sua falta. Eles não têm mais ninguém para organizá-los nos minutos finais. Ele teria se encaixado muito bem com Darren Collison e OJ Mayo.”

É isso: se você consultar os números de Kidd, vai pensar em um jogador decadente – o que de certa forma é verdade, se comparado com aquele dínamo do início da década passada, sempre beirando um triple-double de média. Poucos pontos, poucas aassistências, menos rebotes. Mas ainda um senhor ladrão de bolas e cada vez melhor no tiro de três pontos. De todo modo, numa olhadela rápida, não pareceria para muitos um grande jogador (ignorando o nome).

Que nada. Kidd ainda faz a diferença. Fica o convite para, nos tantos jogos do Knicks transmitidos por aqui, que observem o velhinho fora da bola para se captar esses detalhes sutis de que fala o scout, detalhes que fazem do basquete um jogo maior.

*  *  *

Outros motivos:

– Carmelo Anthony nunca esteve tão engajado assim em quadra. Para não dizer nunca, dá para resgatar seu empenho nos playoffs de 2009, quando, em parceria com Chauncey Billups (outro da estirpe dos “vencedores”), carregou a equipe até as finais da Conferência Oeste, no melhor resultado da franquia desde 1985. O melhor basquete de Carmelo – combativo na defesa, atacando o garrafão com ferocidade, sem se contentar com os chutes de média e longa distância muito mais cômodos –, o melhor resultado do Nuggets em 24 anos. Coincidência?

– É meio bizarro escrever isso, para ver a que ponto chegamos, mas a lesão de Amar’e Stoudemire foi, como eles dizem lá, a benção na desgraça. O ala-pivô tem mais de US$ 60 milhões para ganhar até 2015, mas, devido ao acúmulo de lesões, já não lembra em nada mais aquele furacão ofensivo dos tempos de Suns, perdendo impulsão e explosão. Justiça seja feita, por outro lado: ciente da redução de suas capacidades físicas, para compensar, Stoudemire refinou seu arremesso a um ponto em que não pode ficar livre em nenhum ponto da quadra. O problema: ele parou nessa. Para o jogador, o que vale é bola na cesta e pouco mais. Para alguém que ficou tanto tempo com a bola em mãos durante a carreira, sua média de 1,5 assistência por jogo é patética e se sustenta até mesmo numa projeção por 36 minutos de ação – já que ele nunca foi muito de descansar quando estava apto para atuar. E mais: apenas 7,3% das posses de bola em que foi acionado terminaram em um passe decisivo para um parceiro.

E o que acontece? Quando você coloca lado a lado um fominha destes com um fominha como Carmelo, um competindo com o outro para ver quem é o xerife de Manhattan, não dá muito certo. São dois cestinhas excepcionais, mas que não sabem dividir a bola. Com a chegada de Kidd e uma aparente auto-reflexão de Anthony, as coisas mudaram um tanto. Quando retornar, o astro vai se enquadrar nesta nova realidade da equipe? Vai deixar o ego e o ciúme para lá? Toparia sair do banco de reservas? Em breve os tablóides e torcedores, técnicos e jogadores do Knicks vão saber a resposta.

– Além de Kidd, outros veteranos ajudam, imagino, a manter o restante concentrado em objetivos maiores. Kurt Thomas, Rasheed Wallace e Marcus Camby já aprontaram das suas, e muitas vezes, durante carreiras longínquas, mas hoje devem servir até como assistentes dos treinadores em quadra. Recomendável, de qualquer forma, monitorar o comportamento de Camby, que assinou com a equipe com a perspectiva de ser o terceiro pivô da rotação com Chandler e Stoudemire e hoje mal consegue entrar em quadra devido a atuações surpreendentes de Sheed.

PS: Durante dezembro, por motivos de ordem profissional (embora a gente goste mesmo é de férias, o Vinte Um vai ser atualizado num ritmo um pouco mais devagar. Voltamos no final do mês com tudo.


Equipes nova-iorquinas ganham ajuda inesperada de ex-aposentados Wallace e Stackhouse
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Giancarlo Giampietro

Ok, oficialmente Jerry Stackhouse não estava aposentado.

Jogou ano passado pelo Atlanta Hawks e tal. Mas, no imaginário coletivo, ganhamos essa licença poética considerando que pouca gente poderia imaginar o ala não só jogando para valer a temporada 2012-2013, sua 19ª, como teria um papel de destaque por um time que, na real, deveria estar arrasando com Joe Johnson e Gerald Wallace no perímetro. Ele mesmo acreditava que estava destinado a virar um assistente técnico.

Nem JJ, nem Crash estão exatamente fazendo jus a uma grande expectativa depo$itada pelo bilionário russo Mikhail Prokhorov, contudo. Então entra em cena Stackhouse, que, com seu salário  (nem tão) mínimo, vem dando uma contribuição significativa na largada do renovado Nets em Brooklyn, anotando cestas importantes em vitórias sobre times de elite como o Boston Celtics e o New York Knicks na última semana.

Era só o que faltava, pensa a juventude da NBA. Se já não fosse o suficiente a reaparição de Rasheed Wallace pelo próprio Knicks, agora vem outro velhinho de bengala tomar o bastão de volta e romper a ordem natural das coisas.

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Stackhouse no ataque

Vejam! Stackhouse no ataque!

Realmente não estava nos planos que Stackhouse fosse jogar. Até que o caminho para entrar em quadra foi aberto por lesão no tornozelo do jovem cestinha MarShon Brooks, dono de um dos nomes mais curiosos da paróquia e um dos grandes imitadores (jogando) de Kobe Bryant que o basquete já viu. Brooks torceu o tornozelo no dia 9 de novembro, no aquecimento para o jogo contra o Orlando Magic. O veterano, então, ganhou sua chance. Desde então, o Nets venceu oito de seus próximo nove jogos.

“Sabia que estava chegando num papel meio que de técnico, porque era isso que queria, pensando na transição para minha próxima carreira. Infelizmente, quando você passa dos 35, os times querem apenas que você cumpra um determinado papel e não permite que os caras compitam. Mas sabia que o Avery (Johnson) tem a cabeça aberta. Sabia que ainda tinha algo para oferecer em quadra e sabia que aqui teria essa oportunidade”, conta o ala, que só é vetado na hora de jogar na segunda noite de uma sequência de dois jogos.

Em uma dobradinha de jogos contra Blazers e Knicks, o técnico de apelido “Pequeno General” tomou a decisão certa ao poupar Stackhouse contra o Blazers, pensando justamente no dérbi nova-iorquino contra o Knicks. (Nada melhor do que se apropriar do jargão futebolísitco, hein?)

Aí, em 22 minutos, ele matou quatro bolas de três pontos, jogando a prorrogação inclusive, com cestas em momentos cruciais. “Que mais posso dizer? Ele estava com um bom ritmo, escolhendo bem o lugar de arremessar. Ele entrou com muita energia. Foi por isso que o descansamos. Mas não sabia que ele estaria pronto desse jeito, não dá para levar o crédito nessa. Todo o crédito vai para Stackhouse”, disse Avery Johnson.

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Sheed ensina defesa

Vejam! É o Rasheed ensinando os mais jovens

“Fiquei dois anos fora da NBA, mas não foram dois anos de férias”, diz Rasheed Wallace, também aos 38 anos.  Na boa campanha que faz o Knicks, a maior surpresa talvez seja mesmo aquele que havia parado de jogar em 2010, época em que já aparentava ter se retirado das quadras dois anos antes e não sabia.

Sua última temporada pelo Boston Celtics foi deprimente, com uma pálida imagem daquele jogador que colocou fogo num time já competitivo do Detroit Pistons, mas que, ao mesmo tempo, nunca chegou a honrar seus talentos ao máximo.

Porque ele podia fazer um pouco de tudo. Jogar de costas para a cesta. Chutar de todos os cantos da quadra até a linha de três pontos. Podia se dedicar apenas a um bom corta-luz, ou poderia atacar seu defensor no mano-a-mano. Se dobrassem, a cobertura precisava ficar atenta com passes simples e precisos. Além do tamanho, Sheed tinha mãos dos sonhos para qualquer jogador de basquete. O que faltava era concentração, determinação e maturidade para aguentar os diversos momentos de pressão e estresse em quadra.

Não é este ala-pivô completo que o Knicks está recebendo agora, obviamente. Em todos os sentidos: se ele já não é mais o supertalentoso dos tempos de Portland, também não é o cabeça-de-vento que servia de capitão dos Jailblazers. “Ele tem feito tudo o que pedimos. Não dá para ele jogar muitos minutos, mas os minutos que ele nos dá são muito positivos”, afirma o técnico Mike Woodson.

De acordo com os jornalistas que seguem o time de perto, a maior repercussão da presença de Sheed acontece nos bastidores, nos vestiários. Ainda um falastrão, o jogador “passa boa parte de seu tempo dividindo pensamentos com os companheiros sobre como agir na defesa, dando dicas”, segundo o New York Times.

“Apenas tento manter todo mundo concentrado no nosso plano de jogo. Você pode receber falta, o árbitro pode não dar nada, mas ainda assim é preciso reagir e continuar jogando. Apenas domine seu adversário do outro lado, e é isso que se mostra no placar. O que digo aos caras mais novos é que minha velocidade e minha agilidade não são mais as mesmas, mas que ainda posso falar. E com isso temos mais um defensor em ação”, avalia.

*  *  *

Além de suas inesperadas contribuições para dois times que devem disputar os playoffs do Leste nesta temporada, outro tópico pode reunir Wallace e Stackhouse numa mesma sentença: os dois fizeram parte da mesma equipe na universidade de Carolina do Norte, uma famigerada formação que ajudou a acelerar a aposentadoria do catedrátido Dean Smith na instituição.

Stack & Sheed

Stack & Sheed universitários

O ginásio da UNC hoje se chama “Dean Dome”. Em sua apresentação no Hall da Fama, Michael Jordan, seu aluno, soltou esta daqui: “Vocês não poderiam ter visto Michael Jordan jogar não fosse por Dean Smith”.

Sentiu o respeito? Antes de Phil Jackson, Smith foi o treinador que conseguiu se conectar com MJ  (dentro e fora de quadra) de um modo que pudesse amplificar as qualidades de um dos maiores atletas de todos os tempos.

Seu legado no basquete norte-americano é imenso: entre técnicos e jogadores, passaram por suas mãos gente como Larry Brown, George Karl, Bob McAdoo, Billy Cunningham, James Worthy, Sam Perkins, Kenny Smith, Antawn Jamison, Vince Carter, Doug Moe, Roy Williams e John Kuester. É a chamada “Família Carolina”, cujos tentáculos são bem mais abrangentes do que a lista acima.

Dean Smith venceu 879 partidas em sua carreira, atrás apenas de Bob Knight, Coach K e Jim Boeheim na primeira divisão da NCAA. Por 35 anos consecutivos ele mais venceu do que perdeu em uma temporada. Ganhou dois títulos e jogou 11 Final Fours.

No âmbito acadêmico, viu 96.6% de seus jogadores saírem da UNC formados – não só como atletas, mas como profissionais de diversas áreas também.

Ele só não conseguiu controlar Wallace. A personalidade do ala-pivô, já com aquela manchinha no cabelo, foi um desafio e tanto para o treinador que, por um lado, foi o primeiro de uma universidade sulista a escalar um jogador negro em sua equipe, mas, por outro, era avesso a escalar calouros (freshmen) em seus times. Acontece que Sheed, Stack e o por-onde-anda Jeff McInnis, em 1993, estavam destroçando os mais experientes nos treinamentos. A partir daí o séquito de torcedores ao redor dos Tar Heels se dividiu entre os que apoiavam que a tradição fosse mantida, que os mais velhos tivessem prioridade em quadra, mesmo que não fossem tão bons assim (George Lynch e o inesquecível Eric Montross entre eles), e os que sonhavam em ver uma versão pirata do Fab Five de Michigan na Carolina do Norte. “Rasheed Wallace, é claro, se tornou a figura central na guerra civil de Chapel Hill”, escreve o autor Jay Caspia Kang, do magnífico site Grantland, em perfil sobre o ala-pivô – enquanto McInnis e Stackhouse eram recrutas mais tradicionais da universidade.

Sheed já tinha sua bagagem pesada quando chegou ao campus. Durante os treinos, enterrava na cabeça de Montross para depois gritar em quadra que a posição era dele. Foi daí para baixo, supostamente, mas há quem diga também que há exagero nos relatos.

Segundo Kang, o papo de “potencial desperdiçado” por Sheed já fazia parte das rodas de bar na cidade. Segundo ficou para a história, o desgosto de Smith com os problemas  criados pelo jogador serviu como alerta para o treinador pegar o boné e sair de cena. Os tempos eram outros.

PS: Durante dezembro, por motivos de ordem profissional (embora a gente goste mesmo é de férias, o Vinte Um vai ser atualizado num ritmo um pouco mais devagar. Mas também temos uma surpresa que vem por aí. De qualquer forma, voltamos no final do mês com tudo.


Ala do Knicks vive melhor fase e confessa que baladas de NY atrapalhavam
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Giancarlo Giampietro

JR Smith pelo Knicks

JR| Smith agora só se dedica ao New York Knicks

São apenas sete jogos, mas não deixa de ser impressionante o aproveitamento de JR Smith, ala do New York Knicks, nos chutes de três pontos nesta temporada: 60%. Imaginem. Tem gente que daria uma medalha para ter esse número apenas em seus lances livres. Pensem que o cara está encaçapando com essa frequência a mais de seis metros da cesta.

Sua médiana carreira é de 37,1%, marca que não chega a derrubar ninguém da cadeira, mas que já precisava ser respeitada. Agora… Acima de 60%? É para fazer do inferno a vida de qualquer defesa. Ainda mais quando os marcadores têm se preocupar com um Carmelo Anthony e quando armadores do nível de Jason Kidd e Pablo Prigioni estão disponíveis para rodar a bola.

Fica difícil.

Em termos de pontos por minuto, o ala ainda está abaixo do que costuma fazer: na projeção de pontos por minuto, ele vem anotando 17,6 por 36 minutos (geralmente o tempo de quadra que um titular ganha), abaixo dos 18,6 que tem em nove anos na liga – pelo Denver Nuggets, já chegou a 23,0 por confronto.

Mas não importa. É praticamente o mesmo número, mas com uma baita diferença em sua eficiência (47,9% de acerto nos chutes de quadra contra péssimos 40,7% do ano passado e 42,8% no geral). Além disso, ele também vem com as melhores marcas de índice defensivo, aprendendo uma coisa ou outra com Mike Woodson e se beneficiando também do surpreendente espírito coletivo que toma conta do Knicks neste início de campanha.

Com toda a franqueza da Big Appple, Smith afirmou que um dos motivos para essa súbita elevação de seu padrão tem a ver com a mudança de seus hábitos noturnos. “Não vou mentir. A vida noturna de Nova York basicamente tomou conta de mim. Estava saindo basicamente toda noite, sem me concentrar no desafio que tenho pela frente”, afirmou.

JR Smith, sexto homem do Knicks

JR Smith tem uma temporada profissional para seguir em Nova York

O ala acertou com o Knicks durante a temporada passada, aquela afetada pelo locaute, assinando com uns meses de atraso depois de ter topado uma aventura na China, onde, por pouco, não causou uma crise internacional, de tanto que aprontou. (Para constar, ele era conhecido como JR Shimisi no país :)).Talvez com saudades de ‘casa’, se esbaldou com as diversas opções de entretenimento nova-iorquino. Quem acompanhou o Twitter do sujeito, com polêmicas ao amanhecer, fotos despudoradas e devaneios sem sentido, já havia percebido que algo estava acontecendo.

Não que as baladas fossem o único problema em torno do jogador JR Smith. Pelo Hornets, Byron Scott ficou ainda mais careca ao tentar domar o ala em seus dois primeiros campeonatos, vindo direto do High School como um adolescente. Foi mandado para o Bulls em troca por Tyson Chandler e, depois, repassado diretamente para Denver em negociação envolvendo o inesquecível Howard Eisley. Para ver como estava sua cotação no mercado. No Colorado, tirou George Karl do sério em diversas ocasiões, pelo mau comportamento nos treinos e atuações enlouquecedoras – era um dos que roubavam os arremessos de Nenê na cara larga.

Agora, em seu nono ano como profissional, tal como Carmelo Anthony jura ter acontecido, ele teve sua epifania. Percebeu  que, poxa vida, se é para ganhar um salário milionário, precisava ser um… Profissional em quadra!

(Palmas e mais palmas, por favor!)

“Estou vindo para o ginásio todo dia para trabalhar o máximo que eu puder. Muitas vezes, antes, na minha carreira, eu tinha uma energia negativa ao chegar ao ginásio, não querendo estar lá e fazendo umas palhaçadas. Neste ano está mais sério. Entendo que cada viagem nossa é uma viagem a trabalho, não uma viagem de diversão”, disse o ala, aos 27 anos. Você chega e trabalha duro. Se eu trabalhar duro, o cara próximo de mim vai me ver trabalhando duro.”

Parte do blogueiro acha bacana, e tal, mas a outra parte acha fica pensando aqui… Leva nove anos pra entender isso?

Genial.

“Ele está tão concentrado e focado neste ano. É como se fosse um jogador diferente. Ele realmente amadureceu, e está comprando o que o treinador vem falando, e isso tem ajudado muito”, avaliou o pivô Tyson Chandler.

Aí é a hora de voltar a falar que são apenas sete jogos. Uma hora a pontaria de três pontos do profissional JR Smith vai cair um pouco na real. Não tem jeito. O técnico Mike Woodson e os carentes fãs do Knicks só esperam que a outra metade da história seja mantida até o fim do campeonato.


Após cinco anos, juiz preso por envolvimento com apostas vai voltar a um jogo de NBA
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Giancarlo Giampietro

No domingo passado, Tim Donaghy, 45 anos, pai de quatro filhos, ficou livre, enfim. Cinco anos depois de ser processado por envolvimento com a máfia de apostas, o ex-árbitro da NBA passou 13 meses detido e cumpriu o restante da pena em condicional. Ele agora planeja, após tanto tempo, retornar a um jogo da liga norte-americana. Será na sexta-feira, quando o New York Knicks receberá o Dallas Mavericks no Madison Square Garden.

Tim Donaghy

Donaghy agora é só um palpiteiro no mundo das apostas esportivas

E a visita não será apenas como mero apostador. Num irônico golpe de marketing, ele vai comparecer ao ginásio para iniciar seu novo trabalho: como scout de um site que fornece palpites em diversas modalidades, o Dannybwins.com. São palpites que, claro, servem como guia para apostadores.

“Não acho que exista motivo algum para eles me removerem do estádio. Vou para ver um pouco de ação ao vivo e tirar notas do jogo. Nem sei ao certo se todo mundo vai reparar em mim, para falar a verdade”, afirmou, pedindo, naturalmente, atenção.

Desde que assumiu a culpa em investigação concluída em agosto de 2007, tendo apostado em diversos jogos da NBA por anos, inclusive partidas em que ele apitou, Donaghy afirma ter dificuldade para arrumar emprego. A credibilidade manchada era o principal empecilho. Ele ainda tentou publicar um infame livro para detalhar a história, mas hoje está em litígio na Justiça contra sua antiga editora, tendo ganhado neste ano em primeira instância um processo de US$ 1,7 milhão contra a editora. Ainda não recebeu um dólar sequer dessa quantia, porém.

Em seu novo trabalho, ao menos sua experiência como árbitro será útil – ele diz enxergar com facilidade as tendências de seus ex-companheiros de classe – quem marca mais faltas, quem sente mais a pressão em determinado ginásio etc. “Não digo que alguém esteja apostando ou fazendo algo que não devia em um jogo. Mas eles apitam um jogo de seu modo”, afirma. Mas garante que não faz parte de sua antiga linha de defesa, na qual acusou a liga de incentivar a fabricação de resultados para bombar sua audiência. Estaria, no caso, apenas falando da máxima do “juiz ladrão” que não escolhe esporte, nem cidade, muito menos torcida para acusar.

Tags : Knicks NBA


Knicks inicia a temporada arrasando já com a influência do quase quarentão Jason Kidd
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Giancarlo Giampietro

Kidd: menos pressão, todo sorriso

Nova York sorri com Jason Kidd após duas vitórias expressivas, incluindo a estreia contra o Heat

Enquanto Steve Nash ainda tenta se enquadrar no ataque de Princeton proposto por Mike Brown e Eddie Jordan em Los Angeles – e se entrosar com todos seus diferentes companheiros –, outro armador quase quarentão vai muito bem, obrigado em seu ajuste a uma nova equipe: Jason Kidd já vai deixando sua influência num New York Knicks repaginado.

Foram apenas dois jogos, então não dá para seguir com hipérboles. Mas os 96 minutos praticados pelo time nova-iorquino neste início de temporada mostram, ao menos, uma predisposição jogo coletivo que só foi praticado na campanha passada durante algumas poucas semanas mágicas e linsanas. Com Carmelo Anthony dando todas as cartas, a queda de Mike D’Antoni e um Amar’e Stoudemire fora de ritmo, os Bockers chegaram aos playoffs com um ataque estagnado que se resumia em boa parte a ações isoladas de sua (presumida) autoestrela e de um doido como JR Smith.

A ponto de a franquia da contratação de um armador seus Planos A, B, C, e D no mercado. Eles tentaram o mesmo Nash com muita determinação. Quando o Suns fechou seu repasse para o Lakers, conseguiram em Kidd o que – neste comecinho de campeonato – vai se confirmando como um ótimo prêmio de consolação. Ainda mais da forma que fecharam o pacote.

Com seu aniversário de 40 anos marcado para março de 2013, o veterano não teria condições de conduzir o Knicks por conta própria, ficar com a bola por tanto tempo em mãos de maneira eficiente. Em Dallas, um time que operava com mais cadência no ataque, até por não ter o tipo de elenco que permitisse apostar corrida com as equipes mais jovens. Especialmente contra um Miami Heat. Então, se em Nova York Woodson quere um pouco mais de aceleração, entra aí o investimento em Raymond Felton. Se tivessem mantido Jeremy Lin, daria na mesma. O importante era ter alguém com pernas mais jovens e fôlego para atuar em parceria com um dos melhores armadores da história, mas que já está bem distante de seu auge físico e precisa ser preservado.

“Fica sempre mais fácil com menos responabilidade, acho”, afirmou o armador. “Felton é o motor. O que sempre digo para ele antes do jogo é que é ele quem deve forçar o jogo para fazer as coisas acontecerem.”

O pivô Kurt Thomas concorda e diz que vê Kidd mais solto: “Ele está levando a bola, acertando chutes de três, marcando do outro lado da quadra. Acho que, desde que conseguiu aquele título, ele só está se divertindo”.

Como uma espécie de “assessor” ofensivo, Kidd vai facilitando a vida de todo mundo. Tyson Chandler vai receber seus passes pelo alto para completar a ponte aérea. Carmelo pode ser abastecido nos pontos da quadra em que se sente mais confortável. Felton tem a quem recorrer nos momentos em que a marcação apertar. Steve Novak e Smith devem ficar atentos para os petardos em suas mãos quando estiverem livres para o chute de três pontos. Gira todo o carrossel.

“Já tinha me cansado de treinar times contra aquele cara (Kidd) nos últimos anos. Ele é um profissional exemplar. Sabe como jogar e como tornar os outros melhores. Muitos caras vão se beneficiar de jogar com Jason Kidd, prometo isso a você”, afirmou o técnico Mike Woodson.

Na vitória por 100 a 84 sobre o Philadelphia 76ers neste domingo, ele contribuiu com seis assistências em pouco mais de 25 minutos, um terço dos passes do time que resultaram em cesta. Na estreia contra o Miami Heat,  o desempenho coletivo foi bem mais impressionante, com 27 assistências para 36 cestas. “É muito complicado marcá-los. É um time muito difícil de se enfrentar porque eles podem jogar no garrafão e também podem se espalhar pela quadra e mexer a bola realmente bem. Estão jogando um basquete bastante altruísta”, definiu o técnico Doug Collins, do Sixers.

Altruísmo? É sério?

Quem imaginou que a temporada do Knicks poderia ser associada, de modo positivo, a uma coisa dessas?

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Neste contexto, a contratação de Pablo Prigioni pelo salário mínimo da NBA, tamanha era a vontade do argentino de se testar na liga, também se torna uma tremenda de uma barganha para o Knicks. Sozinho, com um time só seu, talvez enfrentasse dificuldade. Em minutos reduzidos, com um escolta na armação, ele também fica mais livre para usar aquilo que tem de melhor, o cérebro, e manter a equipe organizada em quadra enquanto os armadores titulares descansam. Em 31 minutos nos primeiros dois jogos, ele já deu sete assistências.

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Não custa lembrar: Jason Kidd tem 56 vitórias em 56 partidas pela seleção principal norte-americana, incluindo amistosos. Ele foi campeão olímpico em Sydney-2000, no auge, e Pequim-2008, na qual foi titular a despeito da presença de Chris Paul e Deron Williams no elenco. Impunha respeito e organização tática ao time.

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Kidd tem média de 9,0 assistências na carreira, num total de 11.845 passes para a cesta – segundo, atrás apenas das 15.806 de John Stockton (confira o ranking). Quer dizer, então, que ele gerou no mínimo 23.690 pontos diretos de sua armação – contando apenas cestas de cois pontos, isto é. Coloque nessa conta aí os inúmeros passes para chutes de três ou as infiltrações de companheiros que resultaram em falta e lances livres, e chegamos a uma contagem absurda.

Confira dez assistências especiais do armador: