Vinte Um

Ala do Knicks vive melhor fase e confessa que baladas de NY atrapalhavam

Giancarlo Giampietro

JR Smith pelo Knicks

JR| Smith agora só se dedica ao New York Knicks

São apenas sete jogos, mas não deixa de ser impressionante o aproveitamento de JR Smith, ala do New York Knicks, nos chutes de três pontos nesta temporada: 60%. Imaginem. Tem gente que daria uma medalha para ter esse número apenas em seus lances livres. Pensem que o cara está encaçapando com essa frequência a mais de seis metros da cesta.

Sua médiana carreira é de 37,1%, marca que não chega a derrubar ninguém da cadeira, mas que já precisava ser respeitada. Agora… Acima de 60%? É para fazer do inferno a vida de qualquer defesa. Ainda mais quando os marcadores têm se preocupar com um Carmelo Anthony e quando armadores do nível de Jason Kidd e Pablo Prigioni estão disponíveis para rodar a bola.

Fica difícil.

Em termos de pontos por minuto, o ala ainda está abaixo do que costuma fazer: na projeção de pontos por minuto, ele vem anotando 17,6 por 36 minutos (geralmente o tempo de quadra que um titular ganha), abaixo dos 18,6 que tem em nove anos na liga – pelo Denver Nuggets, já chegou a 23,0 por confronto.

Mas não importa. É praticamente o mesmo número, mas com uma baita diferença em sua eficiência (47,9% de acerto nos chutes de quadra contra péssimos 40,7% do ano passado e 42,8% no geral). Além disso, ele também vem com as melhores marcas de índice defensivo, aprendendo uma coisa ou outra com Mike Woodson e se beneficiando também do surpreendente espírito coletivo que toma conta do Knicks neste início de campanha.

Com toda a franqueza da Big Appple, Smith afirmou que um dos motivos para essa súbita elevação de seu padrão tem a ver com a mudança de seus hábitos noturnos. ''Não vou mentir. A vida noturna de Nova York basicamente tomou conta de mim. Estava saindo basicamente toda noite, sem me concentrar no desafio que tenho pela frente'', afirmou.

JR Smith, sexto homem do Knicks

JR Smith tem uma temporada profissional para seguir em Nova York

O ala acertou com o Knicks durante a temporada passada, aquela afetada pelo locaute, assinando com uns meses de atraso depois de ter topado uma aventura na China, onde, por pouco, não causou uma crise internacional, de tanto que aprontou. (Para constar, ele era conhecido como JR Shimisi no país :)).Talvez com saudades de 'casa', se esbaldou com as diversas opções de entretenimento nova-iorquino. Quem acompanhou o Twitter do sujeito, com polêmicas ao amanhecer, fotos despudoradas e devaneios sem sentido, já havia percebido que algo estava acontecendo.

Não que as baladas fossem o único problema em torno do jogador JR Smith. Pelo Hornets, Byron Scott ficou ainda mais careca ao tentar domar o ala em seus dois primeiros campeonatos, vindo direto do High School como um adolescente. Foi mandado para o Bulls em troca por Tyson Chandler e, depois, repassado diretamente para Denver em negociação envolvendo o inesquecível Howard Eisley. Para ver como estava sua cotação no mercado. No Colorado, tirou George Karl do sério em diversas ocasiões, pelo mau comportamento nos treinos e atuações enlouquecedoras – era um dos que roubavam os arremessos de Nenê na cara larga.

Agora, em seu nono ano como profissional, tal como Carmelo Anthony jura ter acontecido, ele teve sua epifania. Percebeu  que, poxa vida, se é para ganhar um salário milionário, precisava ser um… Profissional em quadra!

(Palmas e mais palmas, por favor!)

''Estou vindo para o ginásio todo dia para trabalhar o máximo que eu puder. Muitas vezes, antes, na minha carreira, eu tinha uma energia negativa ao chegar ao ginásio, não querendo estar lá e fazendo umas palhaçadas. Neste ano está mais sério. Entendo que cada viagem nossa é uma viagem a trabalho, não uma viagem de diversão'', disse o ala, aos 27 anos. Você chega e trabalha duro. Se eu trabalhar duro, o cara próximo de mim vai me ver trabalhando duro.''

Parte do blogueiro acha bacana, e tal, mas a outra parte acha fica pensando aqui… Leva nove anos pra entender isso?

Genial.

''Ele está tão concentrado e focado neste ano. É como se fosse um jogador diferente. Ele realmente amadureceu, e está comprando o que o treinador vem falando, e isso tem ajudado muito'', avaliou o pivô Tyson Chandler.

Aí é a hora de voltar a falar que são apenas sete jogos. Uma hora a pontaria de três pontos do profissional JR Smith vai cair um pouco na real. Não tem jeito. O técnico Mike Woodson e os carentes fãs do Knicks só esperam que a outra metade da história seja mantida até o fim do campeonato.