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Arquivo : Fabrício Melo

Paulão tenta a sorte em Las Vegas
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Giancarlo Giampietro

Já que eles são novidade, natural que concentremos esforços para acompanhar a produção de Fabrício Melo, pelo Boston Celtics, e Scott Machado, pelo Houston Rockets, na Summer League de Las Vegas da NBA. Mas fica o convite, aqui, para que observem também por lá o Minnesota Timberwolves, que vai contar com um certo Paulão Prestes em seu elenco.

Desde o ingresso de Nenê e Leandrinho na liga norte-americana, em 2002 e 2003, essa virou meio que uma obsessão do basqueteiro nacional: avaliar a garotada que está surgindo, brincar de mercado futuro e projetar se cada um deles pode, ou não, emplacar uma carreira na NBA. Ser draftado, ser chamado para a seleção aos 18 anos, ser o cincão dos sonhos etc. Fab e Scott foram os últimos a fomentarem esse faniquito que envolve também Lucas Bebê, Raulzinho e, em breve, vai abraçar Lucas Dias.

Paulão Prestes na Lituânia

Paulão estava dando suas trombadas na Lituânia

Mas não faz muito tempo que, nesse contexto, a coqueluche era o Paulão, o força-bruta revelado pelo Ribeirão Preto e ex-aposta do Unicaja Málaga. Em 2007, ele comandou uma campanha histórica da seleção no Mundial Sub-19, terminando fora do pódio, mas com o quarto lugar. Em 2010, foi selecionado pelo Wolves na 45ª posição do Draft. Em 2012? Bem, parece que nem figura mais no imaginário coletivo nacional. Mesmo que ele tenha ainda apenas 24 anos.

Está certo que a carreira do pivô de Monte Aprazível (demais!) não evoluiu, nas últimas temporadas, como o esperado. Contribuíram para o progresso lento as constantes lesões do jogador e também seu complicado rolo com o clube espanhol – algo semelhante aconteceu com Vitor Faverani, embora mais por questões disciplinares do que físicas. Paulão foi emprestado diversas vezes, para o bem, ganhando experiência seja nas divisões inferiores ou na Liga ACB. Mas nunca foi o bastante para convencer o Málaga a aproveitá-lo para valer. Aos poucos, o clube se cansou de pagar seu salário, a relação se desgastou, acabou o namoro. Na última temporada, no fim, para se reerguer, Paulão foi parar na Lituânia, onde virou Paulo Sérgio Prestesas (mais que demais!).

Paulão Prestes, ex-Unicaja Málaga

Paulão, antigo projeto do Málaga, prefere um jogo mais lento

Terminada a jornada báltica, Paulão decidiu mudar drasticamente a direção de sua trajetória. Arrumou as malas e fez uma loooonga viagem rumo a Los Angeles, onde passou um mês treinando, refinando o jogo e o corpo, antes de mostrar serviço a David Kahn e Rick Adelman. Nesta segunda, ele abre sua participação no torneio de Vegas contra o Clippers.

Ao contrário de Fabrício e Scott, que ainda são projetos, Paulão entra em quadra com mais responsabilidade. Vem sendo observado pelos Wolves há dois anos e precisa mostrar de cara que merece uma vaga no clube na próxima temporada – ajuda o fato de eles terem dispensado Darko Milicic e trocado Brad Miller, aliás. No momento, há uma clara carência de pivôs no elenco, e eles talvez precisem de alguém mais barato, principalmente no caso de a volumosa proposta especulada por Nicolas Batum  não for coberta pelo Trail Blazers.

A má notícia? Os técnicos do Minnesota estão falando em incentivar um sistema uptempo em seu time de verão. Querem que atuem num ritmo acelerado. O quanto isso ajuda um pivô como o brasileiro, que é mais pesado e joga trombando de costas para a cesta? Não muito. Se for essa a proposta, mesmo, o paulista tem de se dedicar horrores aos rebotes defensivos: seria um modo de participar do jogo sem se deixar alienar pela correria.

* * *

Fab Melo e Scott Machado jogam nesta segunda também. O pivô do Celtics já vem com mais rodagem, depois de ter atuado semana passado na liga de Orlando.Também tem dois anos de contrato garantidos, então sobra tempo para falar sobre ele. O armador, porém, joga muito mais pressionado.

E como anda Scott? O brasileiro do Queens vai fazer sua terceira partida pelo Rockets. Contra o Raptors, na sexta-feira, ele ficou em quadra por 18 minutos e somou dois pontos, cinco assistências e quatro desperdícios de bola, acertando 1 de 6 arremessos. No sábado, contra o Wizards, ele jogou por 20 minutos e teve quatro pontos, uma assistência, quatro turnovers e 2/4 nos chutes de quadra.

Não são números de encher os olhos, mas vale a ressalva da semana passada: a) as estatísticas não são tão confiáveis nesses torneios, b) os jogadores mal se conhecem, o desentrosamento é visível; c) há muita gente querendo matar a concorrência: o pivô compete com o armador, que compete com os alas, tudo por uma ou duas vagas restantes em cada clube; d) os times não necessariamente vão avaliar números: importa muito mais o modo como cada um se comporta em quadra.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Paulão em sua encarnação passada.


Mercado da NBA: panorama da Divisão Atlântico
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. A partir desta quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quarta, resumimos o Leste. Confira o rolo em que cada franquia da Divisão do Atlântico se meteu, ou não, abaixo:

Boston Celtics: a casa do quinto brasileiro da liga, o pivô Fabrício Melo, draftado como um projeto de longo prazo de um time que joga para vencer agora. O chefão Danny Ainge cuidou bem para que tivesse bastante espaço em sua folha salarial neste mercado. Muitos esperavam uma drástica reformulação no elenco. No fim, ele manteve sua base, renovando contrato com Kevin Garnett e Brandon Bass e acertando o retorno de Jeff Green, que ficou afastado do último campeonato devido a uma cirurgia no coração. Ainda assim, o técnico Doc Rivers lamentou muito a traumática saída de Ray Allen, que decidiu se transferir simplesmente para os arquirrivais do Miami Heat. Os boatos dão conta de que o veterano ala já não se bicava com Rajon Rondo de modo algum e ainda estaria com o orgulho bastante ferido por ter sido envolvido em diversas negociações (fracassadas) de Ainge nos últimos meses.  Como compensação, chega o tresloucado e ainda eficiente Jason Terry, de Dallas.

Deron ficou no BrooklynBrooklyn Nets: O  gerente geral Billy King conseguiu segurar o armador Deron Williams, renovou com Gerald Wallac e trouxe o ala Joe Johnson em uma troca –o salário absurdo do ala pouco importa para o bilionário Mikhail Prokhorov e, mais importante, Williams admitiu durante os treinamentos com a seleção norte-americana que sua contratação pesou muito na decisão de ficar no Nets. O bósnio Mirza Teletovic, destaque no basquete espanhol nas últimas temporadas, também é reforço. Já é o bastante? Nada, King ainda está pendurado no telefone tentando encontrar algum meio de resolver a saga que virou a tentativa de contratar Dwight Howard.

New York Knicks: o time de Manhattan agora tem um vizinho barulhento nas fronteiras nova-iorquinas e  teve de se virar para se manter em evidência no mercado. Se a negociação por Steve Nash naufragou, o clube ao menos vai poder contar com os veteranos Jason Kidd e Marcus Camby em atividade no Madison Square Garden na próxima temporada, na tentativa de trazer estabilidade ao seu elenco. Os alas JR Smith e Steve Novak renovaram. Ah, e você se lembra do Jeremy Lin? O armador aceitou uma proposta do Houston Rockets, mas o Knicks tem o direito de renová-la, não importando que tenham de pagar zilhões de dólares em multas a partir de 2015. Afinal, ele já rendeu mais que zilhões de dólares para a franquia em menos de seis meses. Já o ala Landry Fields pode ser o queridinho de Spike Lee, mas nem James Dolan parece disposto a cobrir a oferta feita pelo…

Camby em sua primeira passagem pelo Knicks

Camby, há 10 anos, pelo Knicks

Toronto Raptors: Steve Nash frustrou muitos nova-iorquinos, mas partiu o coração dos radicais torcedores do Raptors, que sonhavam com sua contratação para que ele, enfim, vestisse o uniforme de Capitão Canadá.  Pior: na tentativa de detonar os planos do Knicks, Bryan Colangelo encaminhou proposta para Fields que deixou muita gente perplexa. Seu plano era sabotar as negociações dos concorrentes com o Phoenix Suns. Mal sabia ele que havia mais gente poderosa no páreo. Como consolação, o dirigente fechou a contratação de Kyle Lowry em sequência. Ele pode não ter o apelo de Nash, mas é mais jovem, marca muito mais e vem em evolução contínua na sua carreira. Ainda falta assinar com o jovem pivô lituano Jonas Valanciunas.

Philadelphia 76ers: era o último ano de contrato, valendo US$ 18 milhões, mas o Sixers decidiu que não valia esperar: resolveram anistiar o ala-pivô Elton Brand pra já, mesmo, limpando sua folha salarial ­– embora tenha ainda a obrigação de arcar com o pagamento do veterano – para investir em outros atletas, como o ala Nick Young e o pivô Spencer Hawes, que vai ganhar um aumento em sua renovação contratual. Por enquanto é isso, mas há uma tímida expectativa de que o time possa se movimentar mais nas próximas semanas.  O ala novato Moe Harkless é mais um atleta de primeiro nível para o elenco.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Central e Sudeste.

Na quinta, passamos a limpo aqui a Conferência Oeste.


Vai com calma: 14 minutos para Fab Melo
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Giancarlo Giampietro

Vai levar um tempo, precisa de paciência. Nesta segunda-feira, o pivô Fabrício Melo jogou pela primeira vez pelo Boston Celtics, embora não seja exatamente sua estreia oficial pela franquia mais vitoriosa da NBA. Vocês sabem: estamos falando de Summer League, que é um misto de rachão com jogo para valer.

Fab Melo, Summer League

Fab Melo em um de seus dois chutes do dia

Quer dizer: vale muita coisa para uma série de atletas marginais, que jogam pela sobrevivência e contratos na liga, e dos novatos, que têm uma ótima chance de se adaptar aos desafios da liga. Por outro lado, o limite de faltas para cada jogador é de dez por partida, os juízes são muito menos exigentes e os técnicos nem querem, nem têm tempo de bolar muitas jogadas para a moçada. E não há nada de Kevin Durant, Derrick Rose ou Kevin Love por estas bandas.

Um contexto essencial para avaliar os números e jogos de Fab Melo – e posteriormente – Scott Machado durante esse tipo de torneio. Em relação ao pivô, pesa ainda mais o fato de ele ser encarado apenas como um projeto pela diretoria do Celtics. Não esperam um impacto por parte dele desde já.

Pois bem: nesta segunda, então, Melo participou da vitória do Celtics sobre o Oklahoma City Thunder, por 73 a 65. Reserva, o brasileiro jogou apenas por 14 minutos, somando dois pontos, dois rebotes e dois tocos – o número de tocos elevado em relação aos outros quesitos estatísticos repete um padrão de seu início em Syracuse. Chutou apenas duas vezes, convertendo uma bola de meia distância. Enquanto esteve em quadra, a equipe ganhou por seis pontos. O ala-pivô Jared Sullinger, selecionado no Draft apenas um posto atrás, ficou em quadra por 24 minutos e somou 20 pontos e seis rebotes, sendo o cestinha. Mas era esperado que ele estivesse mais pronto para jogar de cara, tendo muito mais tempo de basquete nas costas (sem trocadilho, já que há uma questão médica a respeito de sua condição física).

Melo e Sullinger entraram juntos em quadra quando faltavam 3min50s para o fim. Segundo jornalistas presentes, Fabrício não se intimidou em quadra e falou bastante com os companheiros na defesa, aproveitando-se do know-how que adquiriu sob o comando de Jim Boeheim na universidade.

O titular na sua posição foi Sean Williams, veterano draftado pelo Nets em 2007, que teve muitos problemas de indisciplina, drogas etc, e voltou a ser aproveitado na liga no ano passado, primeiro pelo Dallas e, depois, por Boston. Quatro anos mais velho que Fabrício, ele jogou os mesmos 14 minutos e terminou com seis pontos, quatro rebotes e um toco.


Aluno Fab Melo, professor Kevin Garnett
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Giancarlo Giampietro

Fab Melo - Boston Celtics

Ao lado de Jared Sulllinger, o 7, e Kris Joseph, o 43, o pivô brasileiro Fabrício Melo foi apresentado nesta segunda-feira pelo vice-presidente Danny Ainge aos torcedores e jornalistas de Boston como o novo contratado do Celtics. O mineiro de Juiz de Fora, de apenas 22 anos, afirmou que já entrou em contato com Kevin Garnett e que o veterano estaria bem disposto a trabalhar com ele como uma espécie de tutor. “Sou um cara muito fácil para ser treinado. Apenas me fale o que fazer, que eu o farei”, afirmou.

Uma das primeiras negociações teoricamente fechadas no mercado da NBA foi, de fato, a renovação de contrato de Garnett, 36, com o Boston Celtics, supostamente por três temporadas e US$ 34 milhões. Foi uma ótima notícia para Fab Melo, escolhido pela tradicionalíssima franquia na 22ª escolha do último Draft.

Kevin Garnett ensina o be-a-bá

Para Fabrício, é recomendável atenção máxima e uma dose de humildade e paciência. Nem sempre o que KG diz pode ser agradável. Mas vale a pena escutar.

Outra negociação envolvendo Boston que pode ter impacto no início de carreira do jovem pivô: o flerte entre Greg Stiemsma e o Minnesota Timberwolves. O pivô, apelidado de  “russão” por um dos chapas frequentadores do QG 21, é um agente livre restrito, tendo Danny Ainge o direito de cobrir qualquer oferta que achar razoável pelo reserva que é um ótimo defensor. Seria com Stiemsma que Melo brigaria diretamente por tempo de quadra em sua temporada de calouro. A ver o que acontece: o agente do veterano ex-novato (se é que isso faz sentido) assegura que a preferência é continuar em Boston.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Fabrício Melo em sua encarnação passada


Scott Machado deve jogar Summer League pelo Houston Rockets
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Giancarlo Giampietro

Segundo o repórter Jonathan Feigen, setorista do diário Houston Chronicle, o armador brasileiro Scott Machado vai jogar pelo Houston Rockets a Summer League da NBA em Las Vegas, entre os dias 13 e 22 de julho. O Boston Celtics, do pivô Fabrício Melo, também está inscrito no torneio.

Scott Machado, armador puro em busca de vaga

Feigen anunciou em seu Twitter que o gaúcho Scott é um dos “nomes interessantes alinhados para o time de verão do Rockets, além, vocês sabem, de metade da equipe de verdade”.

Com três escolhas de primeira rodada do Draft – os alas Jeremy Lamb, Royce White e Terrence Jones –, o time texano entrará na competição cheio de expectativa, e ao brasileiro caberia colocar essas feras para atacar. Tendo se destacado como um armador autêntico no circuito universitário, a missão não seria tão complicada assim para o jovem atleta, desde que não sinta a pressão. Ou também desde que consiga realmente se impor numa quadra contra adversários muito superiores física e tecnicamente do que os enfrentou quando jogou por Iiona, diga-se.

Em entrevista ao ExtraTime, Scott afirmou que não fica sem entrar na NBA. Ele teria dois times interessados em seu basquete na segunda rodada do Draft, mas teria pedido para não ser selecionado, sabendo que a intenção de seus cartolas era enviá-lo para a Europa, pensando em contar com ele apenas no futuro. Para o brasileiro, tem de ser agora. Resta saber, diante dos seis convites que tinha,  seo Houston apresenta, mesmo, a situação ideal para ele mostrar serviço, como discutimos aqui.

Outra figura cuirosa no time de verão do Rockets será o ala-armador Zoran Dragic, que é irmão do astro eslovendo Goran, um dos nomes mais cobiçados no mercado de agentes livres da liga neste ano. Goran jogou barbaridade no final da última temporada, e o gerente geral Daryl Morey assegura que fará de tudo para mantê-lo em seu elenco. Então cai bem o agrado.

Morey, aliás, publicou no mês passado a seguinte foto em seu Twitter, com os dois Dragics vestindo o uniforme da franquia:

Goran e Zoran Dragic

O Goran é o de branco, saibam disso

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Scott Machado em sua encarnação passada


Fab Melo reforça defesa interior do Celtics
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Giancarlo Giampietro

Fabrício e Sullinger: Boston reforça o garrafão

O peixe que Fabrício Melo tem para vender logo de cara na NBA é sua habilidade defensiva. Ótimo, então, que ele ingresse na liga norte-americana pelo Boston Celtics, um dos times que vem investindo muito nesse aspecto do jogo nas últimas temporadas, com ubuntu e tudo.

Com duas escolhas consecutivas no Draft, o experiente Danny Ainge apostou grande. Ou melhor, em gente grande. No sentido de tamanho, mesmo. Em 21º, optou por Jared Sullinger, alguém que pode, ou não, ter problemas sérios nas costas e passar por uma cirurgia neste ano. As opiniões médicas são conflitantes. Depois veio o mineiro de Juiz de Fora, um legítimo “seven footer” (2,13 m). “Ele tem tamanho e nós gostamos de tamanho, precisamos de tamanho. Isso nos dá a chance de trabalhar com ele. Pensamos que ele pode ser um bom jogador”, afirmou o técnico Doc Rivers.

Melo e Sullinger combinam bem. Sullinger não tem uma boa impulsão, é lento, relativamente baixo e pouco atlético. Aí você pensa: “Minhanossa”, né? Tecnicamente, no entanto, ele compensa: tem os movimentos todos de costas para a cesta, um bom chute de média para longa distância, é um bom passador e, ao que tudo indica, se trata de um ótimo sujeito. Aplicado e aguerrido. Já Fabrício oferece tudo o que o gordinho de Ohio State não tem: altura, envergadura impressionante, agilidade, velocidade, um pacote excepcional para a defesa, protegendo o aro com eficiência e de modo intimidador. Encaixa muito bem com a proposta de retaguarda orquestrada por Rivers. No ataque, todavia, ele ainda precisa se desenvolver horrores.

Seria importante que Sullinger consiga jogar neste ano. Pode parecer contraditório, já que, mais minutos para o ala-pivô poderiam significar menos para o brasileiro. Pode até ser.  Por outro lado, o pivozão ainda é mais um projeto do que um jogador de impacto. Ter o novato mais badalado ao seu lado lhe aliviaria a pressão consideravelmente.

Outro ponto para ponderar: Kevin Garnett vai continuar jogando? Vai continuar em Boston? Entrar na liga sob a tutela do maníaco e veteraníssimo ala-pivô seria um cenário perfeito para Fabrício. O caráter de KG pode ser questionado pelos adversários, mas seus companheiros de time fazem questão de destacar o quão importante ele é internamente, o bem que faz para o grupo, de maneira unânime. O mineiro teria muito a aprender em muitos sentidos.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Fabrício Melo em sua encarnação passada


Especialistas do Draft projetam Fabrício Melo sob tutela de Anderson Varejão
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Giancarlo Giampietro

Os dois principais especialistas na cobertura do Draft da NBA concordavam em um ponto importante para o basquete brasileiro: a projeção de qual clube deve selecionar o pivô Fabrício Melo na noite desta quinta-feira.

Fabrício Melo distribuiu tocos por Syracuse

Fabrício Melo distribuiu tocos por Syracuse

O veterano Chad Ford, do ESPN.com (@chadfordinsider), e Jonathan Givony (@DraftExpress), chapinha que é o dono do DraftExpress, travam ano a ano uma batalha naval velada entre eles, para saber quem acerta mais escolhas a cada processo de recrutamento de calouros.

Na noite desta quinta-feira, os dois jornalistas apontavam o jogador como o 24º do Draft. Pelo Cleveland Cavaliers, isto é. Em seus comentários, Ford até menciona o compatriota Anderson Varejão como um incentivo: “O fato de eles terem um companheiro brasileiro para servir como mentor é um bônus”.

Boston Celtics, com duas escolhas e uma carência de pivôs, e o Miami Heat – sim, o Heat – também seriam dois clubes interessados. Especialmente o time da Flórida, que foi campeão com Joel Anthony, Ronny Turiaf, Eddy Curry e Dexter Pittman como seus grandalhões. Dureza, né? Dizem – diiiiiiiizeeem – que de Miami ele não passa, devido a sua capacidade defensiva, para proteger o aro e fechar espaços no garrafão.

E o Scott Machado?
A situação do armador nascido nos EUA e filho de gaúchos é um pouco mais nebulosa. No momento, Ford tem uma perspectiva bastante otimista sobre o armador: ele seria o 32º no Draft, via Washington Wizards. Apenas os 30 primeiros, do primeiro giro, têm contratos garantidos por um mínimo de dois anos. Os da segunda precisam se virar por conta. Por outro lado, caso fosse escolhido tão cedo, seria um sinal de prestígio. Os jogadores nesta faixa costumeiramente obtêm bom salário.

Scott Machado, armador puro em busca de vaga

Por outro lado, Givony tem Scott apenas em 53º em sua lista, via Los Angeles Clippers, com apenas sete atletas relacionados depois dele até o fim da segunda rodada. Não se trata de uma posição confortável, portanto, para esse armador puro, que trabalha muito mais para os companheiros do que em causa própria.

Telefone sem fio
Agora, não estamos diante de ciência exata aqui. Ford e Givony passam o ano todo seguindo os scouts em viagens e conversando, adulando e por vezes ajudando os gerentes gerais da NBA. Nesta semana, seria a hora de colher os favores.

Nem todos são tão amigões assim. Há muita notícia plantada, pelas mais diversas razões. Clubes inflam ou torpedeiam a cotação de um punhado de jogadores com a esperança de que seus alvos sigam disponíveis. Escondem seus preferidos até a última hora e só vazam a poucos minutos de fazerem a escolha, já certos de que o atleta vai ser contratado. Sem contar as incontáveis ligações e o telefone sem fio decorrente de tantas negociações entre agentes e dirigentes ou entre cartolas e cartolas, mesmo.

O próprio Cavs está envolvido na boataria. Além da 24ª escolha, a franquia de Cleveland tem a quarta neste ano. Sua ideia, pelo que se especula, é juntar as duas em troca da segunda, hoje do Charlotte Bobcats. Se esse negócio se confirmar, aí adeus para a idealizada parceria entre Varejão e Melo.

Na terça-feira, Fabrício, que jogou dois anos por Syracuse, treinou pelo Miami, ainda batalhando, de última hora. Já Scott, formado pela universidade católica de Iona, localizada em New Rochelle, no estado de New York, saiu para compras, tentando achar seu traje social adequado para a noite que espera ser de gala. Vai ser o dia mais longo de suas vidas.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Fabrício Melo e Scott Machado em sua encarnação passada